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Análise da obra romântica:

A moreninha,
de Joaquim M. Macedo
•O romance A moreninha, tem origem
folhetinesca.
De origem francesa: “Feuilleton”, veio a ser
conhecido no Brasil como uma categoria
literária presente nos jornais da época.
A obra era publicada de forma parcial e
sequenciada, fazendo com que o final de
cada parte deixasse um mistério no ar, para
que o leitor tivesse a vontade de adquirir o
jornal seguinte.
O Romantismo
•A obra, sob o caráter romântico, evidencia a
importância da utilização dos valores morais
genuínos, presentes na alma humana.

• Foi considerada a primeira obra expressiva


deste movimento literário no Brasil.

• Apresenta o sentimentalismo ,próprio desse


movimento e, idealização de um lugar perfeito,
propício a concretização do amor.

• Individualismo, emoção, heroísmo.


Cenário
•Ilha de Paquetá, não mencionada pelo
autor, mas sabe-se através de pesquisas e
estudos que foi esta ilha ,localizada na Baía
de Guanabara, na cidade de Rio de Janeiro,
o cenário do Romance, A moreninha.
•A descrição do cenário da cidade grande
com sua festividades e costumes sugerem
um romance urbano.
Ilha de Paquetá
Narrador
•O narrador presente na narrativa é observador,
pois não participa da história.

•Há citações da descrição esférica dos


personagens(psicologicamente) e também da
descrição plana(ação dos personagens).

•É narrado em 3ª pessoa.O narrador está em
toda parte em todos os momentos , portanto é
um narrador onisciente.
Linguagem
• A linguagem usada pelo autor é simples e
objetiva, porém com várias aplicações
rebuscadas. A narrativa é ágil em seus
desdobramentos e prende a atenção do
leitor segundo o direcionamento do
narrador.

• Apresenta alguns estrangeirismos:’C’est


trop fort!’ expressão de origem francesa que
significa :É demais!
‘ robe de chambre ‘, que significa roupão, de
origem também francesa.
Tempo

• O tempo cronológico em que toda a história


ocorre é de três semanas e meia,
aproximadamente.

• É mais ou menos linear, ou seja, obedece até


certo ponto a cronologia natural dos fatos,
incorporando em alguns momentos a técnica
do flashback.
Personagens
principais

Cenas da novela A Moreninha


Carolina,
A Moreninha
• Recebe esse apelido por possuir um tom de pele que
contrasta com o tom pálido das européias, significando a
nacionalidade imposta pelo autor.

• É uma menina inquieta, gosta de estar em toda a parte,


astuta, engraçada.

• Tem aproximadamente 16 anos,mora com sua avó, D.


Ana
É irmã de Filipe, amigo de Augusto. Pertence à classe alta
da sociedade na época.

• Possui o corpo esbelto, cabelos longos e negros, olhos e


sorriso chamativos.
Augusto
• Augusto é um estudante do quinto ano de
medicina, com aproximadamente 22 anos de
idade.

• Um rapaz romântico, namorador, alegre, jovial.


A princípio se considera inconstante com as
moças, mas que acaba revelando que guarda
um amor verdadeiro por uma menina que
conhecera a 8 anos.

• Amigo de Filipe, Leopoldo e Fabrício, também


estudantes de medicina.
Personagens secundários
Compõem o quadro da sociedade burguesa do séc. XIX, tendo como pano de
fundo os escravos.

• D. Ana:
Avó de Filipe e de Carolina, por quem tem uma afeição imensa. Tem sessenta anos,
cheia de bondade.

• Rafael:
Escravo, criado de Augusto, espécie de pajem ou moleque de recados. É quem lhe
prepara os chás e quem lhe atura o mau humor, levando castigos corporais (bolos)
por quase nada.

• Tobias:
Escravo, criado de D. Joana, prima de Filipe. O negro tem dezesseis anos, é bem-
apessoado, falante, muito vivo quanto à questão de dinheiro.
D. Ana
• Paula:
Ama-de-leite de Carolina; incentivada por Keblerc, bebeu vinho e
ficou bêbada.

• Keblerc:
Alemão que, diante das garrafas de vinho, prefere ficar com elas
a tomar parte na festa que se desenrola na ilha. Embriaga-se,
mas não perturba o clima de harmonia em que se desenvolve
a história.

• Os estudantes amigos de Augusto:


Fabrício, Felipe e Leopoldo.

• As moças e senhoras da comemoração do dia de Sant’Ana:


D. Quinquinha, D. Gabriela, D.Violante, D. Clementina.
Filipe, Leopoldo e
Fabrício
Contexto Histórico
• Chegada da Corte Portuguesa no Rio de
Janeiro. Trazendo influências européias para
a burguesia brasileira.
Contexto social
• Valorização da burguesia.

• Sociedade escravocrata
O papel social da mulher
Esses romances tinham como público-alvo as mulheres burguesas.
Porque tinha-se o costume ,na época, de as mães de família os lerem
em voz alta em torno da mesa de jantar.
Cenas importantes
A aposta
• A narrativa se inicia, relatando o episódio
em que os quatro estudantes ,
principalmente Filipe, apostam que
Augusto iria ficar apaixonado por mais de
quinze dias por uma mesma moça, sem
se cansar dela.
• Se Augusto ficasse apaixonado e,
perdesse a aposta, deveria, como
prêmio, escrever um romance sobre a
experiência que ele vivera.
Infância
• Carolina e Augusto já se conheciam.
• Quando crianças, eles selaram uma promessa, na
qual juraram que iriam se casar no futuro.
• Nenhum dos dois esqueceu disso, no entanto,
eles não se reconhecem quando se reencontram
na festa de Sant’Ana.
Dia de Sant’ Ana
• O dia de Sant’ Ana foi o início da concretização
do romance de Carolina e Augusto. É uma
comemoração , na qual, os quatro estudantes
vão para uma ilha, que é a Ilha de Paquetá,
festejar na casa de D. Ana. Lá começa uma
trama, onde ocorrem muitos acontecimentos
corriqueiros da sociedade burguesa.Evidencia
o ócio dessa classe.
A gruta
• A gruta, que fica sob a Pedra da Moreninha, é
a parte mítica da história. Os enigmas e
também suas resoluções, estão vinculados à
essa região da Ilha. Circula pela gruta uma
lenda indígena, que é uma expressão
nacionalista.
O Camafeu e a Esmeralda

Broche de camafeu
• Para resgatar os sentimentos de fidelidade e honra, o
autor lançou mão do artifício de uma promessa que
não poderia ser quebrada.
• Isso ao mesmo tempo foi o obstáculo para o amor de
Augusto e Carolina, mas também foi o ponto essencial
para dar emoção à história. Fazendo com que eles
vencessem os empecilhos e tornando-os heróis.
• A promessa feita na infância, foi selada com a troca de
presentes entre os dois.
• Carolina entregou-lhe um botão de esmeralda e
Augusto entregou a ela uma espécie de broche de
camafeu, ambos colocados em breves.
Os breves

breve
Clímax
• O clímax do romance, ocorre quando Carolina
fala que Augusto deve procurar a menina que
ele jurou se casar na infância, porém ele diz
que ama Carolina e não a outra menina. Ele se
desespera, mas depois ela lhe revela na gruta,
que é a mulher a quem ele tinha prometido se
casar na infância.
Desfecho
Como todo bom romance
romântico, o desfecho dá-se
no final da história quando
Augusto e Carolina já estão
de casamento marcado e
Augusto perde a aposta que
havia feito com Filipe, tendo
que escrever um romance.
Essa situação de um
romance, que tem como
tema um romance, constitui
uma metalinguagem.
O autor
Joaquim Manuel de
Macedo (Itaboraí, 24
de junho de 1820 —
Rio de Janeiro, 11 de
abril de 1882) foi um
médico e escritor
brasileiro: romancista,
poeta, cronista
literário, dramaturgo e,
segundo José de
Alencar: ‘um mestre’.
• Em 1844, Joaquim Manuel de Macedo, formou-se em
Medicina no Rio de Janeiro, e no mesmo ano estreou na
literatura com a publicação daquele que viria a ser seu
romance mais conhecido, “A Moreninha“, que lhe deu fama e
fortuna imediatas.

• Abandonou a medicina e criou uma forte ligação com Dom


Pedro II e com a Família Imperial Brasileira, chegando a ser
preceptor e professor dos filhos da Princesa Isabel.

• Macedo também atuou decisivamente na política, tendo


militado no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza
de princípios, como o provam seus discursos parlamentares,
conforme relatos da época. Nos últimos anos de vida padeceu
de problemas mentais, morrendo pouco antes de completar 62
anos.
A Moreninha da vida real

• E A Moreninha existiu? Supõe-se que a


verdadeira identidade da moreninha é Maria
Catarina de Abreu Sodré, com quem Joaquim
Manuel de Macedo se casou depois de 10
anos de namoro. D. Maria Catarina era prima-
irmã do poeta Álvares de Azevedo (1832-
1879). Ela era filha única.
Intertextualidade

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