Elisamara de Oliveira
Prof. Andrey Guedes Oliveira
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SUMÁRIO
1. Introdução à ITIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. História da ITIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2. Organizações envolvidas com a ITIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2.1. Axelos (antiga OGC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
1.2.2. Exin e Iseb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
1.3. Serviços de TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
1.4. ITIL: conceitos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
1.5. ITIL no Brasil e no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
7. Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
1. INTRODUÇÃO À ITIL
FIGURA 1 - ITIL - Information Technology Infrastructure Library
Fonte: https://www.axelos.com/Corporate/media/Images/Website%20Assets/
Content%20images/ITIL-pracitioner-lightbulb-1-Large.jpg.
Nosso objetivo é apresentar a você, caro aluno, uma série de conceitos sobre gerenciamento
de serviços e infraestrutura no ambiente de TI sob a ótica da ITIL. Ao longo do texto, nós iremos
juntos construir respostas para as seguintes questões:
• Como transpor o abismo entre a teoria e a prática das melhores práticas da ITIL?
• Como chegar aos modelos dos processos operacionais e gerenciais que implementarão
conceitos da ITIL?
• Como visualizar e integrar atividades de diferentes processos que são executadas de modo
concomitante por meio de atividades da ITIL muitas vezes síncronas?
• Como transformar o formalismo da ITIL em produtividade?
• Como justificar atividades da ITIL antes não executadas de modo que possam ser absorvidas
pelas equipes e times já sobrecarregados?
Nós convidamos você a conhecer o mundo da TI através dos olhos da ITIL. Os aspectos
teóricos e os conceitos da ITIL são interconectados, permitindo que você visualize como podem ser
transformados em ações do dia a dia. Então, prepare-se e venha junto conosco conhecer esse tema
interessante nas próximas páginas!
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1.1. História da ITIL
FIGURA 2 – ITIL
Fonte: https://www.axelos.com/certifications.
Caro aluno, nosso objetivo é conhecer o que é a ITIL, e nada melhor do que começarmos pela
sua história.
A história da ITIL inicia-se na década de 1980, quando a CCTA (Central Computer and
Telecommunications Agency), órgão do governo da Inglaterra, detectou que seria necessário realizar
uma organização dos processos da área de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações). Em
função disso, procedeu à coleta e à análise de informações de diferentes organizações, selecionando
as práticas que poderiam ser aplicadas tanto na CCTA como em seus clientes no governo britânico.
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Esse estudo foi sistematizado em um livro de orientações e distribuído apenas para as empresas
ligadas ao governo.
Em pouco tempo, essas orientações expandiram-se para empresas de fora do governo por terem
boa aderência aos seus negócios e ambientes computacionais. Esse conjunto maior de empresas
governamentais e não governamentais gerou experiências que foram compiladas e publicadas
em uma série de livros com os melhores processos e as melhores práticas de prestação e gestão
de serviços de TI. Essa biblioteca passou a ser conhecida como ITIL (Information Technology
Infrastructure Library).
Assim, de meados de 1980 até o final da década de 1990, a versão original da ITIL, composta
por 31 volumes, seguiu sendo aplicada, gerando um mercado de serviços, consultoria, treinamento,
certificação, otimização de ambientes etc. No início dos anos 2000, foi publicada a versão 2,
formada por um conjunto de sete livros, que já traziam a abordagem relativa às melhores práticas
para prestação de serviços de TI. A maioria das empresas brasileiras que implementaram a ITIL
em suas organizações utilizou como ponto de partida essa versão.
No início de 2007, foi publicada a versão 3 da ITIL, formada por cinco livros que compilaram
o que havia de melhor nas versões anteriores, organizados sob uma estrutura de ciclo de vida de
serviços, além de prover o total alinhamento com os negócios da organização.
Atualmente sob custódia da Axelos, empresa que mantém modelos e melhores práticas, a ITIL é
um conjunto de livros que busca promover o gerenciamento dos serviços de TI com foco no cliente e
na qualidade de entrega dos serviços. Ela trabalha com uma estrutura de processos e procedimentos
gerenciais organizados em um ciclo de vida de serviço composto por estágios. Utilizando a ITIL
como um guia de melhores práticas e não como uma metodologia, uma organização pode fazer
sua gestão tática e operacional buscando alcançar o alinhamento estratégico com os negócios.
As práticas da ITIL têm sido adotadas pelas organizações visando proporcionar um importante
diferencial competitivo. A grande dependência dos negócios em relação à TI tem levado os gestores
a buscar as melhores práticas da ITIL com o objetivo de melhorar seus serviços, aumentando a
eficiência e a eficácia de seus processos.
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também, o planejamento do serviço, englobando o dimensionamento da capacidade, da segurança
e dos níveis de serviço, visando assegurar a continuidade e a sustentabilidade dos processos.
Além de servir para estabelecer uma terminologia padronizada para os serviços de TI, as melhores
práticas da ITIL têm como objetivos:
Ainda para o autor, a norma ISO 20000 garante alguns complementos essenciais para a ITIL,
como a responsabilidade e o comprometimento da alta direção sobre o sistema de qualidade de
serviços de TI, incluindo treinamentos e requisitos de documentação para a correta execução dos
processos.
A figura seguinte apresenta um histórico de marcos da ITIL, que são descritos com detalhes em seguida.
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VERSIONS DISC PD 0005 BS 15000 ISO/IEC 20000:2005 ISO/IEC 20000:2011
ISO/IEC 20000-1:2005 ITSM Specification ISO/IEC 20000-1:2011 ISO/IEC 20000-2:2012 Guidance on the
ISO/IEC 20000 ISO/IEC 20000-2:2005 ITSM Code of Practice System requirements application of service management systems
Service Management System Norm BS 15000-2:2003 ITSM Code of Practice for SM ISO/IEC 20000-3:2012 Guidance on scope
ISO/IEC TR 20000-4:2010
definition and applicability
PD 0005:2003 Guide to Management of ITSM Process reference model
ISO/IEC TR 20000-5:2010
BS 15000-1:2002 ITSM Specification for Exemplar implementation
ISO/IEC 20000-10:2013
SM PD 0015:2002 plan for ISO/IEC 20000-1
Concepts and terminology
Fonte: http://itservicemngmt.blogspot.com.br/2013/11/isoiec-20000-and-itil-timeline-history.html
VERSIONS Initiation ITIL ITIL V2 ITIL V3 ITIL 2011
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Palavra-chave: ITIL, ISO 20000.
• 1983: IBM publica volume I da série Gestão IBM intitulado Um sistema de gestão da informação
empresarial, edição anterior à Isma (Information System Management Architecture).
• 1986: a CCTA (Central Computer and Telecomunication Agency) autoriza um programa para
desenvolver um conjunto de orientações operacionais com o objetivo de aumentar a eficiência
no governo.
• 1988: O GITMM (Government Infrastructure Management Method) é formalizado e publicado
como “orientações” para o governo controlar as operações de TI no Reino Unido, focada em
service level management.
• 1989: O título GITMM é renomeado para ITIL.
• 1989: Primeiro livro de ITIL é publicado, com o título de Service level management. É seguido
pelos livros Help desk (incorporando os conceitos de gerenciamento de incidentes), Planejamento
de contingência e Gerência de mudança.
• 1990: São publicados os livros sobre gerenciamento de problemas, gerenciamento de
configuração e gerenciamento de custos para serviços de TI.
• 1991: Publicado o livro Software de controle e distribuição.
• 1997: o ITIMF torna-se oficialmente o IT Service Management Forum (ITSMF UK).
• 2000: Service Support V2 publicado.
• 2000: a CCTA torna-se uma parte do Office of Government Commerce (OGC)
• 2001: V2 Service Delivery publicado.
• 2002: São publicados os livros: Application management, Planejamento para implementar o
IT Service Management e ICT infrastructure management.
• 2006: ITIL v2 glossário publicado.
• 2007: ITIL v3, cinco livros fundamentais publicados.
• 2011: Mudanças de características e edição de uma nova atualização, denominada 2011.
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1.2. Organizações envolvidas com a ITIL
A figura a seguir apresenta as organizações que estão envolvidas na manutenção e na
disseminação da ITIL.
Gerência de marcas –
Institutos de exames –
Institutos de
certificação –
Exin e Iseb autorizadas por
fornecimento
de treinamentos
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1.2.1. Axelos (antiga OGC)
FIGURA 5 – Logotipo da OGC
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e9/OGC_logo.svg/1280px-OGC_logo.svg.png.
Fonte: https://www.axelos.com/.
A Axelos é uma joint venture criada pelo Gabinete de Governo Britânico e nomeada pela rainha
da Inglaterra no Reino Unido. Essa empresa veio substituir a antiga OGC (Office of Government
Commerce), que detinha a marca “propriedade” da ITIL.
A biblioteca ITIL consiste em um certo número de “código de práticas” para promover e fornecer
serviços de TI de forma eficiente e eficaz.
SAIBA MAIS
Acesse o site da Axelos Global Best Practice para obter mais informações: https://www.axelos.com/.
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1.2.2. Exin e Iseb
• Foundation Level;
• Practitioner Level;
• Intermediate Level;
• Expert Level;
• Master Level.
ACONTECEU
A ITIL® é o framework global que reúne todas as boas práticas em ITSM, em nível
e encontrar os melhores caminhos para o “como” adotar e adaptar. Assim como boas
todo o mundo têm destacado vários desafios-chave para uma jornada de melhoria
profissionais experientes em todo o mundo para endereçar esses desafios (CHIARI, 2015).
O sistema de certificação é baseado em exigências para cumprir um papel relevante dentro de uma
organização de TI. Peter Hepworth, CEO da Axelos, disse: “A ITIL® é o framework de gerenciamento
de serviços mais amplamente adotado por milhares de organizações em todo o mundo, com mais
de dois milhões de profissionais certificados, sendo 300 mil apenas em 2014” (CHIARI, 2015).
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1.3. Serviços de TI
Antes de prosseguirmos para a próxima seção, em que a ITIL será definida, vamos falar sobre
o que são os serviços de TI e como é importante seu gerenciamento, conceitos fundamentais para
entendermos a própria ITIL!
É fato que as organizações modernas dependem dos serviços de TI e contam com soluções de
tecnologia para conquistar seus objetivos. Além disso, as expectativas tendem a aumentar e a mudar,
exigindo soluções ágeis para atendê-las. Assim, os provedores de serviços de TI não podem mais
se concentrar apenas em tecnologia e na sua organização interna. É necessário que considerem a
qualidade dos serviços que oferecem e que aumentem sua atenção para com os clientes.
Mas como podemos definir serviços? Como não existe uma definição padrão, vamos apresentar
a você definições de diferentes autores, que podem ajudá-lo a elaborar sua própria definição ou
entender o que é serviço na área de TI. Essas definições foram apresentadas por Magalhães e
Pinheiro (2007):
Trazendo o conceito para a área de TI, Magalhães e Pinheiro (2007, p. 21) apresentam a definição
de serviço de TI como
conjunto de recursos mantidos por um provedor de TI, cujo objetivo é satisfazer uma ou
mais necessidades de um cliente (áreas de negócio) e suportar os objetivos estratégicos
do negócio do cliente, sendo percebido pelo cliente como um todo coerente.
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A própria ITIL usa a seguinte definição de serviço:
tri am o
ze e
s p nt
ar o
a
to
en
am o
or rviç
rim se
Ap do
rv o
se açã
iço
do vali
A
Fonte: http://technet.microsoft.com/pt-br/library/bb821261.aspx
Muitas organizações consideram o GSTI como uma forma de organização dos serviços e
aprimoramento contínuo da sua qualidade, relacionando-o com a entrega e o suporte dos serviços
de TI que são implementados em resposta direta às exigências corporativas da organização.
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1.4. ITIL: conceitos básicos
De acordo com Costa (2007), a ITIL oferece, como parte da oferta de serviços, uma estrutura
comum baseada na infraestrutura de TI. As atividades ligadas aos serviços dividem-se em processos,
que cobrem uma ou mais tarefas da área de TI, tais como desenvolvimento do serviço, gerenciamento
da infraestrutura e oferta e suporte de serviços. Essa abordagem orientada para processo possibilita
descrever as melhores práticas do GSTI de forma independente da estrutura da organização. A
estrutura e a alocação de tarefas e responsabilidades variam muito nas organizações e costumam
ser alteradas frequentemente.
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Em função da crescente dependência das organizações em relação aos recursos de TI, a
contribuição da ITIL mostra-se fundamental. Mas é preciso ter cuidado para não mitificá-la como
algo milagroso. Em função de a ITIL não ser uma metodologia, como já dissemos, não há uma
receita a ser seguida. Ela é um framework não proprietário, de domínio público, sem ligações com
propostas de cunho acadêmico, já que é baseada em exemplos obtidos das melhores práticas
aplicadas em empresas reais.
Há vantagens e desvantagens para uma organização que opta pela utilização de um framework
como a ITIL. Vamos listar alguns desses pontos aqui, mas é importante dizer que tudo depende
grandemente dos interesses de cada organização e da forma como a ITIL será implantada.
Saudável Qualidade do
crescimento da serviço interno
lucratividade
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/3163108/
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• Os serviços ficam mais bem descritos e mais detalhados, usando linguagem acessível ao
cliente.
• Os custos dos serviços são mais bem gerenciados, e a qualidade melhora.
• A comunicação com a área de TI é melhorada por meio do uso de pontos de contato.
• A estrutura da área de TI é melhorada, tornando-se mais eficiente e focada nos objetivos
corporativos.
• As mudanças tornam-se mais facilmente gerenciáveis.
• A organização pode optar pela terceirização de serviços de TI que julgar mais adequados.
• Há uma mudança cultural que pode dar ensejo à implantação de outras normas e à busca por
certificações que atestem a qualidade dos serviços.
• Ocorre uma melhoria na comunicação interna e com os provedores e a padronização de
procedimentos.
Mas há também alguns problemas potenciais relativos à adoção da ITIL, dentre os quais
podemos citar:
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FIGURA 9 – Clientes satisfeitos e insatisfeitos
Fonte: http://pt.slideshare.net/BibliotecaGIPOA/vogt-port
Tão importante como saber os conceitos corretos sobre ITIL é saber o que ela não é:
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• Não é o objetivo. O objetivo é melhorar a GSTI, alinhando a TI aos negócios da empresa. E o
que é bom para um negócio pode não ser bom para o outro.
• Não existe certificação para empresas. A norma ISO/IEC20000 é o caminho para atestar a
qualidade de serviços de TI fornecidos e operados por elas.
Um indicador da importância das áreas de maior interesse dos profissionais de TI são os números
de certificações. A figura a seguir apresenta o resultado das certificações mais procuradas no Brasil
em 2016, realizadas pela Apinfo (2016), entre as quais se destaca a ITIL no topo da lista.
Fonte: http://www.apinfo2.com/apinfo/informacao/p16certificaf.cfm.
No retrato obtido pela pesquisa da Apinfo (2016), convém reproduzir alguns dados interessantes:
1. A crise econômica impactou o mercado de trabalho em TI. Muitos cargos tiveram aumento
salarial abaixo da inflação entre as pesquisas de 2014 e 2016.
2. Delphi, Java, SAP-ABAP e PHP estão entre as linguagens que proporcionaram bons aumentos
salariais.
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3. 57% dos analistas e programadores trabalham com uma destas três linguagens: Java, C#
e PHP.
4. ITIL é a certificação mais popular, PMP e Cobit estão em alta.
5. As áreas de teste e gerenciamento de projetos também estão em alta.
6. A participação feminina continua pequena, de cerca de 12%.
7. A área esta menos atrativa para os mais jovens. A idade média de quem trabalha com Cobol
é de 41 anos.
8. 67% dos profissionais não possuem nenhuma certificação. Esse número está estável desde
2010.
9. 69% dos profissionais trabalham como CLT, apenas 7% preferem trabalhar como PJ, e 8%
trabalham como CLT-flex. Destes, a maior parte recebe o dinheiro por fora por meio de
benefícios.
10. O tempo de recolocação está maior. Mais profissionais tiveram que reduzir o salário para
obter uma nova colocação.
11. Menos profissionais estão otimistas em relação aos próximos cinco anos.
12. Salários baixos continuam sendo o principal problema para 24% dos profissionais.
13. 67% gostam do que fazem e estão profissionalmente realizados trabalhando em TI.
Em relação aos dados globais, foi publicado por Tucker (2013) o resultado de uma pesquisa
realizada pelo ITSMinfo.com, sumarizada pela figura a seguir:
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Em relação à procura por certificações ITIL no mundo, a figura a seguir apresenta os resultados.
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2. ITIL VERSÃO 3 (ATUALIZAÇÃO 2011)
Melhoria de serviço
continuada
Operação
de serviço Desempenho
de serviço
Estratégia
de serviço
Transição
de serviço
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O Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 113) define ciclo de vida do serviço ou service lifecycle como
Conforme mostra a figura anterior, o ciclo de vida do serviço inicia-se pela Estratégia do Serviço,
que é o estágio central do ciclo. A estratégia do serviço serve de guia para os estágios Desenho
de Serviço, Transição de Serviço e Operação de Serviço. A Melhoria Contínua de Serviço envolve
esses quatro estágios, completando o ciclo de vida. Vários processos e funções estão distribuídos
entre eles.
É importante entender que um serviço nasce, se desenvolve, vai para operação e um dia se
encerra ou é aposentado. É necessário gerenciá-lo não só durante a sua fase ativa, mas por toda
a sua vida, desde a fase embrionária, para que gere valor para o negócio.
Segundo a Axelos (2011d), o valor gerado pelos serviços de TI ocorre por meio de:
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FIGURA 14 – Cinco livros da ITIL v3, lançada em 2007
Fonte: http://davidnyman.blogspot.com.br/2007/06/have-you-ordered-itil-v3-books-yet.html.
De acordo com Palma (2012), vejamos o que mudou na versão 3 atualizada em 2011:
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• No estágio Operação de Serviços (OS), o processo Cumprimento de Requisição foi mais bem
explicado, com uma definição mais clara entre uma requisição e uma mudança. A operação
normal do serviço foi redefinida, foram acrescidas informações sobre gerenciamento de
mainframes e servidores, e o escopo de informações para funções da operação foi ampliado.
A ITIL v3 atualizada em 2011, de acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a) e com Freitas
(2013), é composta pelos estágios e processos:
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2. Gerenciamento de Incidentes.
3. Gerenciamento de Problemas.
4. Gerenciamento de Acesso.
5. Cumprimento de Requisição.
FIGURA 15 – Axelos
Fonte: https://www.axelos.com/best-practice-solutions/itil
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3. SERVICE STRATEGY - ESTRATÉGIA DE SERVIÇOS
Uma estratégia guia a organização para que ela identifique o que precisar fazer para
chegar a um determinado lugar, diferenciar-se dos concorrentes e satisfazer o cliente
e demais envolvidos.
Os serviços são classificados como intangíveis, pois não possuem características físicas, mas
geram valor para as organizações. Os ativos de serviços geram valor para os clientes e, dentro
das organizações, estão relacionados com habilidades e recursos. De acordo com Freitas (2013),
as habilidades referem-se à capacidade organizacional e aos recursos e insumos necessários à
produção de serviços.
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FIGURA 16 - Habilidades e recursos dos ativos de serviços
Habilidades Recursos
Gerenciamento Capital financeiro
Organização Infraestrutura
Processos Aplicações
Conhecimento Informação
Pessoas
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FIGURA 17 – Os quatro Ps da estratégia
Posição Perspectiva
Estratégia
Padrão Plano
• Funil de serviço (pipeline): contém todos os serviços futuros, que estão propostos ou em
desenvolvimento. Todas as demandas são nele armazenadas, mas somente algumas vão se
transformar em um serviço. De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 116), é
um banco de dados ou documento estruturado listando todos os serviços de TI que
estejam sob consideração ou desenvolvimento, mas que ainda não estão disponíveis
aos clientes. O funil de serviço fornece uma visão de negócio de possíveis futuros
serviços de TI.
• Catálogo de serviço: contém todos os serviços que a TI oferece aos seus clientes e que já
foram liberados e vão entrar em operação. O cliente pode ver detalhes de todos os serviços
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de TI entregues. Inclui relacionamentos com as unidades de negócio e processos de negócio
que são baseados nesses serviços. Facilita o desenvolvimento do processo de gerenciamento
de nível de serviço, pois permite saber quais são os clientes do serviço e suas necessidades.
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 108), é
um banco de dados ou documento estruturado com informações sobre todos os
serviços de TI de produção, incluindo aqueles disponíveis para implantação. [...]
Contém informações sobre dois tipos de serviço de TI: serviços voltados para o cliente
que são visíveis para o negócio e serviços de suporte requeridos pelo provedor de
serviço para entregar serviços voltados para o cliente.
• Serviços obsoletos: são os serviços que já estiveram em operação, mas foram aposentados.
Devem ser mantidos documentos em caso de necessitarem ser reativados.
Portfólio
de serviço Requisitos
Definido
Funil de
serviço Analisado
Aprovado
Formalizados
Desenhado
Catálogo
de serviço Desenvolvido
Única parte que o
cliente visualiza
Construído
Testado
Liberado
Operacional
Obsoleto
Serviços obsoletos
Fonte: http://www.esli-nux.com/2014/10/itil-livro-estrategia-de-servico.html
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3.4. Processos da Estratégia de Serviços
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), a Estratégia de Serviços é a etapa do ciclo
de vida de um serviço que define os quatro Os - perspectiva, posição, planos e padrões - que um
provedor de serviço precisa executar para atender aos resultados de negócio de uma organização.
Embora esses processos estejam associados com a Estratégia de Serviço, a maioria deles
tem atividades que ocorrem em múltiplas etapas do ciclo de vida do serviço. Cada um dos cinco
processos será detalhado a seguir.
Esse processo cuida da avaliação estratégica, que, segundo Freitas (2013, p. 113), analisa a
situação atual em que o provedor de serviços de TI se encontra, utilizando a análise SWOT - strengths
(forças) weaknesses (fraquezas) opportunities (oportunidades) and threats (ameaças). A análise
SWOT é um instrumento que ajuda a equipe de TI a identificar restrições que possam impactar a qualidade
dos serviços e a satisfação dos clientes com sua entrega, além de identificar oportunidades de melhorias nos
serviços.
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• identificar as restrições que possam impedir a obtenção de resultados de negócios;
• entregar serviços conforme a perpectiva e a necessidade do mercado e dos clientes;
• declarar a visão e a missão dos serviços de TI;
• realizar a definição dos espaços de mercado, identificando os fatores estratégicos;
• produzir um planejamento estratégico para a TI com visão de curto, médio e longo prazo;
• manter o plano estratégico, gerenciar as mudanças e atualizar a sua documentação;
• estabelecer uma posição com fornecedores de serviços, incluindo a definição da política
comercial com eles, visando criar ou manter vantagem competitiva;
• assegurar que os planos estratégicos foram traduzidos em planos táticos e operacionais.
• Entender o cliente
Definir o mercado • Entender as oportunidades
• Classificar e visualizar os serviços
• Espaço do mercado
Desenvolver
• Definição dos serviços baseada em resultados
a oferta
• Portfólio, funil e catálogo de serviço
• Avaliação estratégica
Preparar para • Fatores críticos de sucesso
execução • Análise competitiva
• Priorização dos investimentos
Fonte: Carvalho (2012, p. 7).
Observando a figura, o passo 1 - definir o mercado - remete à questão: quem é o cliente? Embora
pareça óbvio, para algumas operações, não há certeza de quem ele é. A segunda etapa - desenvolver a
oferta - diz respeito ao que o cliente quer. Será definido o que será oferecido, mas não o desenvolvimento
da solução do serviço, que será feito no Desenho do Serviço. Isso inclui a identificação de espaços
de mercado, ou nichos, para o funcionamento e o desenvolvimento de ofertas de serviços. O terceiro
passo – desenvolver ativos estratégicos – refere-se à aquisição de recursos necessários para
colocar a estratégia em prática. No quarto passo – preparar para a execução -, a organização faz
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uma análise profunda de como começar o desenvolvimento da estratégia e, também, a execução
da estratégia em si (SOUSA, [2012]).
• Entradas:
◊ Planos estratégicos da empresa.
◊ Entrevistas com clientes e executivos de negócio.
◊ Informações do portfólio de serviço de TI.
◊ Relatórios sobre o andamento da estratégia do negócio.
◊ Relatórios de auditoria interna e externa.
• Saídas:
◊ Planejamento estratégico para os serviços de TI para o ciclo Desenho e Transição de Serviço.
◊ Informações sobre priorização de investimentos para o Gerenciamento do Portfólio de
Serviço e Gerenciamento Financeiro para os Serviços de TI.
◊ Planos Táticos sobre como a estratégia deve ser executada para todos os ciclos de vida do
serviço de TI.
◊ Revisões periódicas do Planejamento Estratégico.
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3.4.2. Processo Gerenciamento do Portfólio de Serviços
• Definir: com base na Estratégia do Serviço, esse processo deve conhecer o que há atualmente
na empresa, criar os casos de negócio e validar os dados do portfólio. Um caso de negócio
é usado como justificativa para um gasto significativo e inclui informação sobre custos,
benefícios, opções, imprevistos, riscos e possíveis problemas relacionados a um serviço.
• Analisar: a análise representa o funil do portfólio e deve ser feita com o objetivo de maximizar o
valor deste. Essa atividade analisa os casos de negócio com base na estratégia para os serviços
de TI, as informações do espaço de mercado, as capacidades dos ativos de serviços etc. A
análise também é responsável por alinhar, priorizar e balancear oferta e demanda, avaliando
os investimentos e orçamentos de TI.
• Aprovar: essa atividade aprova o caso de negócio proposto, autorizando serviços, recursos e
planejamento tático para sua implementação.
• Contratar: essa atividade significa que um caso de negócio saiu do funil, ou seja, foi autorizado,
e o contrato serve de formalização de entrada e insumo para o ciclo de Desenho do Serviço.
De acordo com Freitas (2013, p. 125), um contrato de serviço deve possuir: descrição do
serviço, justificativas, escopo e objetivos, patrocínio, regulamentações relacionadas, riscos
e restrições, recursos e orçamento, matriz de responsabilidades, prazos, plano de controle e
monitoramento, plano de comunicação, dentre outros itens.
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FIGURA 20 – Atividades do Gerenciamento do Portfólio de Serviços
Estratégia de serviço
Define
» Inventários
DEFINIR » Business cases
Analyze
» Proposição de valor
ANALISAR » Priorização
Approve
» Portfólio de serviço
APROVAR » Autorização
Charter
» Comunicação
CONTRATAR » Alocação de recursos
SAIBA MAIS
Um caso de negócio permite que os gerentes entendam melhor os requisitos de qualidade e custos de
entrega relacionado a um serviço de TI. Descreve a necessidade da construção de um novo serviço
de TI. No caso de negócio deverão ser justificados os custos envolvidos, benefícios para o negócio,
modelo de serviço que será adotado, análises financeiras e impacto tecnológico. Geralmente é
elaborado pela equipe da área de negócio, mas o pessoal de TI tem habilidade para realizá-lo também
(CARVALHO, 2012).
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O relacionamento do Gerenciamento do Portfólio de Serviços com outros processos é apresentado
no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Planos estratégicos para os serviços de TI
◊ Planos de melhoria dos serviços
◊ Informações dos clientes
◊ Requisições dos clientes
◊ Sugestões ou reclamações dos clientes
◊ Atualizações do andamento dos serviços descritos nos Contratos de Serviço
• Saídas:
◊ Portfólio de Serviço atualizado
◊ Contrato de Serviço atualizado
◊ Relatório de status dos serviços
◊ Relatórios de investimentos realizados no Portfólio de Serviço
◊ Retorno do investimento e riscos para a estratégia identificados durante a análise do Portfólio
de Serviço
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), esse processo tem a responsabilidade de
gerir os requisitos do planejamento orçamentário, da contabilidade e de cobrança de um provedor
de serviço de TI. O Gerenciamento Financeiro para Serviços de TI garante um nível adequado de
fundos para o desenho, o desenvolvimento e a entrega de serviços que atendam à estratégia da
organização de maneira eficaz e otimizando os custos.
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De acordo com Freitas (2013, p. 130), as atividades para o Gerenciamento Financeiro para
Serviços de TI são:
• Orçamento: é uma atividade que consiste em estimar e negociar gastos e recursos de TI para o
período de um ano. Pode-se trabalhar com a análise de gastos do ano anterior para identificar
tendências, erros e acertos de estimativas, análise do portfólio de serviços para identificar
informações financeiras do funil de serviços etc.
• Contabilidade: atividade para identificação e alocação de custos de serviços de TI. Os custos
e/ou os componentes dos serviços são quantificados para cálculo dos valores dos serviços
entregues. Podem incluir custos com hardware, licenciamento de softwares, salários dos
profissionais de TI envolvidos no serviço, custos com infraestrutura básica etc. Os custos
podem ser classificados em fixos, variáveis, diretos e indiretos.
• Cobrança: atividade que pode ser realizada a partir da identificação dos valores e do
estabelecimento dos preços dos serviços. Os valores podem constar do catálogo de serviços,
e o total da cobrança deve somente recuperar os custos, já que a área de TI não tem fins
lucrativos na entrega de serviços internos.
O livro Estratégia de Serviço sugere algumas fórmulas para calcular o ROI (retorno sobre
investimento) esperado de cada serviço na linha do tempo. É importante ter em mente que um
acionista que coloca dinheiro em uma empresa espera que o seu dinheiro investido tenha um
retorno com juros e correção monetária. Vale lembrar que o dinheiro investido em TI poderia ser
utilizado na compra de um carro ou um imóvel ou em investimento na bolsa de valores, por exemplo.
Analisando por esse prisma, vemos a importância do gerenciamento financeiro para a estratégia
do serviço e o gerenciamento de serviços como um todo.
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O relacionamento do Gerenciamento Financeiro para os Serviços de TI com outros processos
é dado por:
O Gerenciamento da Demanda tem o objetivo de realizar a previsão da demanda atual e futura dos
serviços. Devido ao fato de os serviços não serem estocáveis, ou seja, serem consumidos assim que
são gerados, é importante que seja conhecida a demanda do serviço ao longo do tempo para que a
quantidade adequada de recursos seja alocada. Como exemplo, pense em um site de e-commerce
como a Americanas.com durante o Dia das Mães, o Dia das Crianças e o período de Natal. Com
certeza, o volume de compras é bem maior do que nas datas normais. Sabendo da demanda do
serviço, é possível aumentar o estoque de produtos e ampliar a capacidade de acesso ao site.
Fonte: http://patiodomluis.com.br/wp-content/uploads/2014/04/Lojas-Americanas-com-site.jpg
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Em um nível estratégico, o Gerenciamento de Demanda pode envolver análise de padrões
de atividade de negócio e perfis de usuário. Já no nível tático, pode envolver o uso de cobrança
diferenciada para estimular clientes a usar os serviços de TI em horários menos ocupados ou
exigir atividades em curto prazo para responder à demanda inesperada ou à falha de um item
de configuração.
Há alguns conceitos e instrumentos importantes que servem de base para esse processo, que
são assim definidos por Freitas (2013):
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CURIOSIDADE
(1) Primeiramente há uma sensação de risco iminente pois a qualquer momento pode “faltar”
capacidade para atender aos clientes e usuários. Um pouco do que sentimos com os apagões de
energia elétrica ultimamente. A imprevisibilidade é tão grande que não se tem como fazer qualquer
planejamento, a não ser aquele célebre “chute para cima” que na maioria das vezes sai bem caro;
(2) Se do lado de TI há insegurança, imagine do lado do cliente / usuários. Houve casos de usuários
contratando serviços de TI “por fora” para servir como “backup” aos ofertados pela empresa, para se
protegerem daqueles picos de demanda onde ocorre o “salve-se quem puder”;
(3) A conta não demora a chegar, e é alta. Já vimos gestores de TI assinando contratos de suporte
extra absurdamente caros só para ter uma alternativa aos serviços prestados por eles mesmos,
desconfiados da sua própria capacidade de entrega em momentos de alta demanda; Além disso
as compras de última hora são “apreciadas” somente pelos fornecedores de hardware, software e
serviços, que lucram bastante;
(4) Fica a sensação de que TI realmente não é sensível aos eventos mais importantes da empresa,
como picos de vendas, datas críticas no calendário de negócio do cliente, períodos de geração de
informações para auditoria externas ou requisitos das agências reguladoras de cada segmento.
[...]
Fonte: http://ilumna.com/v6/fazendo-boa-gestao-de-demandas/
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O relacionamento do Gerenciamento de Demanda com outros processos é dado por:
• Entradas:
◊ Informações sobre os serviços do Gerenciamento do Portfólio de Serviço.
◊ Informações sobre o valor dos serviços do Gerenciamento Financeiro.
◊ Plano de Melhoria de Serviços do ciclo de Melhoria Continuada de Serviços.
• Saídas:
◊ Pacotes de Nível de Serviço para o Gerenciamento do Portfólio de Serviço e para o
Gerenciamento de Nível de Serviço.
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Os instrumentos mais importantes que servem de base para o Gerenciamento do Relacionamento
com o Negócio são assim definidos pelo Glossário ITIL (AXELOS, 2011a):
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• o estabelecimento dos requisitos de negócios presentes nas novas relações comerciais;
• a mediação em casos em que há conflito entre os serviços de diferentes unidades de negócios;
• o estabelecimento de canais para queixas formais de clientes e também de elogios.
• Entradas:
◊ Requerimentos dos clientes
◊ Requisições dos clientes, reclamações ou elogios.
◊ Estratégia do negócio.
◊ Portfólio de Serviço.
◊ Acordos de Nível de Serviço.
◊ Requisitos de Mudança.
◊ Padrões de Atividade do Negócio.
• Saídas:
◊ Expectativas e satisfação dos clientes identificadas.
◊ Portfólio de Cliente.
◊ Portfólio de Acordo de Cliente.
◊ Alinhamento de requerimentos dos clientes para os ciclos de Estratégia, Desenho e Transição.
◊ Pesquisas de satisfação dos clientes.
◊ Planejamento do envolvimento dos clientes nas atividades requeridas dos processos do
ciclo de vida do Gerenciamento de Serviços de TI.
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4. SERVICE DESIGN - DESENHO DE SERVIÇOS
Fonte: http://www.mountainview-itsm.com/itil-training/images/itil-sd-axelos.jpg
O livro SD – Service Design (Desenho do Serviço) da ITIL tem como objetivo realizar o projeto,
ou desenho, dos serviços para atender a requisitos atuais e futuros do negócio (AXELOS, 2011c).
Ele aborda:
O Desenho de Serviços é como um guia para a criação e manutenção de políticas de TI, arquiteturas
e documentos para o desenho de infraestrutura de solução apropriadas e inovadoras de serviços
e processos de TI.
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De acordo com Ribeiro ([2016], pp. 121-2), o Desenho de Serviço deve:
FIGURA 25 – ITIL
Fonte: http://www.hbbrasil.com.br/educacao/governanca/itil-ti-como-prestador-de-servico
Freitas (2013, p. 156) ressalta que há cinco aspectos principais que devem ser considerados no
Desenho de Serviços:
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2. Desenho do sistema e ferramentas de gerenciamento da informação: envolve as ferramentas
necessárias para gerenciar o serviço durante seu ciclo de vida.
3. Desenho de arquiteturas tecnológicas: envolve todos os elementos de TI necessários para
atender ao desenho de solução.
4. Desenho dos processos requeridos: envolve processos, atividades, papéis, responsabilidades
e capacidades requeridos para gerenciar o serviço durante seu ciclo de vida.
5. Desenho das métricas: inclui medições para garantir que os serviços estejam atendendo
ao desenho da solução.
Pessoas Produtos
/Tecnologia
Processos Parceiros
Fonte: Adaptado de Freitas (2013, p. 108).
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4.3. Conceitos e instrumentos fundamentais para o Desenho de Serviços
O Desenho de Serviços envolve uma série de conceitos e instrumentos fundamentais para seu
desenvolvimento, conforme o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a):
• Acordo: documento que descreve o entendimento formal entre duas ou mais partes. Um acordo
não tem vínculo legal, a não ser quando faz parte de um contrato.
• Contrato: acordo que vincula legalmente duas ou mais partes. É relevante que todos os serviços
entregues por terceiros estejam baseados em um contrato (também conhecido como contrato
de apoio), pois ele tem valor legal entre as partes.
• Provedor de serviços de TI: organização que fornece serviços a um ou mais clientes internos
ou clientes externos.
• ANS - acordo de nível de serviço (SLA – service level agreement): acordo entre um provedor
de serviço de TI e um cliente. O ANS descreve o serviço de TI, documenta metas de nível de
serviço e especifica as responsabilidades do provedor de serviço de TI e do cliente. Um único
acordo pode cobrir múltiplos serviços de TI ou múltiplos clientes.
• ANO - acordo de nível operacional (OLA – operational level agreement): acordo entre um
provedor de serviço de TI e outra parte da mesma organização. Ele dá apoio à entrega pelo
provedor de serviços de TI a clientes e define os produtos ou serviços a ser fornecidos, bem
como as responsabilidades de ambas as partes. Para que o provedor de serviço consiga
cumprir as metas estabelecidas nos ANSs com o cliente, é necessário que ele estabeleça
metas internas com suas equipes técnicas. Essas metas são os ANOs.
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6. Gerenciamento de Continuidade de Serviços de TI.
7. Gerenciamento de Fornecedores.
8. Gerenciamento de Segurança da Informação.
Embora esses processos estejam associados com o Desenho de Serviços, a maioria deles tem
atividades que ocorrem em múltiplas etapas do ciclo de vida do serviço.
A construção dos serviços visa criar valor aos clientes, facilitando os resultados que estes
desejam alcançar sem ter que assumir custos e riscos. Na etapa de desenvolvimento dos projetos,
a coordenação do que será desenvolvido e suas ações são passos que verificam se o que será
desenhado está de acordo com os requisitos dos clientes e do serviço.
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De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), o processo Coordenação do Desenho do Serviço
é responsável pela coordenação de todas as atividades de desenho de serviço, seus processos e
recursos. Garante o desenho consistente e eficaz de serviços de TI novos ou alterados, sistemas
de informação de gerenciamento de serviço, arquiteturas, tecnologia, processos, informações e
métricas. O Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 110) define pacote de desenho de serviço (service
design package) como:
Na fase de Desenho de Serviço, é produzido o pacote de desenho de serviço para cada novo
serviço, mudança de grande impacto, remoção de um serviço ou mudança em um outro pacote de
desenho de serviço. Esse pacote é passado para a próxima fase (Transição de Serviço) e detalha
todos os aspectos e requisitos ao longo de todas as fases subsequentes do ciclo de vida do serviço.
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O relacionamento da Coordenação do Desenho do Serviço com outros processos é apresentado
no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Contratos de Serviço do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Pacotes de Serviço e Pacotes de Nível de Serviço do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Análise de impacto no negócio para identificação de riscos associados a cada Desenho
de Solução.
◊ Portfólio de Serviço.
◊ Programação de Mudanças do processo Gerenciamento de Mudanças (ciclo Transição
de Serviço).
◊ Sistema de Gerenciamento da Configuração do processo Gerenciamento da Configuração
(ciclo de Transição de Serviço).
◊ Feedback de todos os outros processos em relação dos Pacotes de Desenho de Serviço.
• Saídas:
◊ Pacotes de Desenho de Serviço para o ciclo de Transição de Serviço.
◊ Modelo de arquitetura tecnológica da empresa.
◊ Sistemas de gerenciamento do Desenho de Serviço.
◊ Atualizações do Portfólio de Serviço.
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De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), o processo Gerenciamento do Catálogo
de Serviços é responsável por fornecer e manter o catálogo de serviço e por garantir que esteja
disponível àqueles autorizados a acessá-lo.
O processo tem como meta assegurar que o catálogo seja produzido e mantido, contendo
informações corretas sobre os serviços em operação e sobre os que estão sendo preparados,
incluindo detalhes, status, interfaces e dependências deles.
O catálogo de serviços faz parte do portfólio de serviços e reúne informações mais estruturadas,
fornecendo detalhes dos serviços. O gerente de portfólio tem a função de gerenciar o portfólio e é
quem decide quais serviços devem entrar em produção e quais devem ser retirados de operação.
O gerente do catálogo, por sua vez, é responsável por manter as informações (que são cheias de
detalhes e podem sofrer alterações ao longo do ciclo de vida dos serviços) atualizadas, além de
fazer o controle dessas alterações.
• Entradas:
◊ Informações sobre os serviços do Gerenciamento do Portfólio de Serviço.
◊ Informações sobre preço dos serviços do Gerenciamento Financeiro para os Serviços de TI.
◊ Análise de Impacto no Negócio fornecendo informações sobre impacto, prioridade e riscos
associados ao serviço do processo Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI.
◊ Qualquer informação relativa ao Catálogo de Serviços provida por qualquer processo.
• Saídas:
◊ Atualizações no status dos serviços no Portfólio de Serviço.
◊ Catálogo de Serviço disponível para consulta de qualquer processo.
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4.4.3. Processo Gerenciamento de Nível de Serviço
O nível de serviços deve ser desenhado corretamente para evitar que o serviço seja colocado
em operação com níveis abaixo dos requeridos. Logo, esse processo depende de informações
advindas da Estratégia de Serviços.
• ANS baseado no serviço: o nível de serviço é único para todos os clientes que utilizam esse
serviço.
• ANS baseado no ciente: as características do serviço e o nível de serviço são únicos para um
único cliente e não podem ser compartilhados por outros.
• ANS multinível: pode ser de três tipos:
◊ ANS multinível corporativo: acordo firmado com uma única empresa que cobre todos os
serviços entregues a cada cliente interno dela.
◊ ANS multinível baseado no serviço: cobre todos os aspectos relevantes a um grupo particular
de clientes ou unidades de negócio que compartilham o mesmo serviço.
◊ ANS multinível baseado no cliente: cobre todos os aspectos relevantes de um serviço
específico entregue a um grupo específico de clientes com o mesmo nível de serviço exigido.
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FIGURA 29 - Tipos de acordos de nível de serviço
Corporação
Fonte: http://www.impulsewear.com.br/consultoriaitil/gernivelserv.html
Além disso, o plano de aperfeiçoamento de serviços, ou service improvement plan, deve realizar
o gerenciamento, o planejamento e a implantação de melhorias nos serviços e processos. Os planos
de qualidade dos serviços também são criados, e suas ações. implementadas.
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O relacionamento do Gerenciamento do Nível de Serviço com outros processos é apresentado
no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Informações sobre os serviços do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Informações sobre mudanças do Gerenciamento de Mudanças.
◊ Elogios ou reclamações de clientes.
◊ Qualquer informação relativa aos níveis de serviços provida por qualquer processo.
• Saídas:
◊ Acordos de Nível de Serviço, Acordos de Nível Operacional e Contratos de Apoio para o ciclo
Transição de Serviços e Operação de Serviço.
◊ Relatórios de nível de serviço.
◊ Oportunidades de melhoria identificadas através da análise dos relatórios de nível de Serviço
para o ciclo Melhoria Continuada de Serviço.
◊ Atas das reuniões de revisão de Acordos de Nível de Serviço, Acordos de Nível Operacional
e Contratos de Apoio.
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A Estratégia de Serviço oferece suporte inicial ao Gerenciamento da Capacidade, no que se
refere à criação de indicadores que apontem que a capacidade esteja alinhada com a demanda.
Faz a gestão das capacidades de negócio (requisitos futuros), de serviço (dentro do ANS) e dos
componentes (individualmente, dentro da infraestrutura) no decorrer de todo o ciclo de vida dos
serviços. O processo realiza o gerenciamento das atividades ligadas à performance dos serviços
e à capacidade de recursos, buscando o equilíbrio entre a capacidade de TI e as demandas de
negócio acordadas com clientes e usuários. Esse processo é responsável pelo balanceamento da
tríade custo x capacidade de fornecimento x demanda.
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O relacionamento do Gerenciamento de Capacidade com outros processos é apresentado no
quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Requerimentos do negócio oriundos do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Planos de TI do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Custos e Orçamentos de TI do Gerenciamento Financeiro para os Serviços de TI.
◊ Informações de falhas de performance de fornecedores dos componentes de TI.
◊ Informações de falhas de performance e sobre o seu tratamento do Gerenciamento de
Incidentes e Gerenciamento de Problemas (ciclo Operação de Serviço).
◊ Detalhes dos serviços do Portfólio de Serviços, Catálogo de Serviços e Acordo de Nível de
Serviço.
◊ Informações de Requisições de Mudança do processo Gerenciamento de Mudanças e seu
impacto na capacidade de TI.
◊ Informações sobre atividades programadas de cargas de processamento da função
Gerenciamento da Operação de TI (ciclo Operação de TI).
• Saídas:
◊ O Sistema de Informação do Gerenciamento da Capacidade fornece informações de capacidade
dos componentes de TI para todos os outros processos.
◊ Plano de Capacidade para auxílio à tomada de decisão de todos os outros processos.
◊ Relatórios de análise de performance de TI para todos os outros processos.
◊ Relatórios de previsões de capacidade de TI para todos os outros processos.
◊ Alertas de monitoramento de capacidade para a Central de Serviços, Gerenciamento de
Incidentes e Gerenciamento de Eventos.
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De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), o Gerenciamento da Disponibilidade é responsável
por garantir que os serviços de TI atendam às necessidades atuais e futuras de disponibilidade do
negócio de uma maneira mais efetiva em custo e mais oportuna. O Gerenciamento de Disponibilidade
define, analisa, planeja, mede e melhora todos os aspectos da disponibilidade de serviços de TI e
garante que todos os processos, infraestrutura, ferramentas, papéis etc. sejam adequados para as
metas de nível de serviço acordadas.
Ainda de acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), os principais aspectos que devem ser
utilizados nas atividades de Gerenciamento da Disponibilidade são:
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FIGURA 31 – Relacionamento entre os aspectos de disponibilidade
Disponibilidade
Serviços de TI Provedor
de serviço
Sistemas de TI Sistemas de TI
Fornecedores
Hardware Telefonia
de software
Fornecedores externos
Exemplos de como esses tempos, TMRS e TMPR, são medidos e a diferença entre eles:
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• O sistema de folha de pagamento da empresa parou de funcionar ao dia do
pagamento dos funcionários. A equipe de TI identificou que o disco rígido do
servidor de banco de dados da folha de pagamento havia queimado. O sistema
operacional e o banco de dados foram reinstalados em outro HD (reparo), porém
os dados do banco de dados precisavam ser restaurados do backup. A equipe de
TI demorou duas horas para reinstalar o sistema operacional e o banco de dados
e iniciar a restauração do backup, e a restauração demorou uma hora. O TMPR
foi de duas horas e o TMRS foi de três horas (FREITAS, 2013, p. 193).
A disponibilidade (D) pode ser medida como uma taxa percentual calculada em relação ao tempo
total de disponibilidade (TTD) de um período e ao tempo total de indisponibilidade (TTI) no mesmo
período, de acordo com a fórmula:
Supondo que essa mesma empresa tenha um ANS com meta de 95% de disponibilidade, que
corresponderia a 152 horas mensais. Esse valor corresponde ao tempo de serviço acordado.
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Para finalizar, o relacionamento do Gerenciamento da Disponibilidade com outros processos é
apresentado no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Informações sobre a estratégia do negócio e os requerimentos atuais e futuros do negócio
do ciclo Estratégia do Serviço.
◊ Análise de Risco do Gerenciamento de Continuidade de Serviços.
◊ Informações de serviço do Portfólio de Serviço e Catálogo de serviço.
◊ Níveis de serviço do Gerenciamento de Nível de Serviço.
◊ Custo do serviço e custo dos recursos e componentes de TI do Gerenciamento Financeiro
para os Serviços de TI (ciclo Transição de Serviço).
◊ Informações de Mudanças do processo Gerenciamento de Mudanças (ciclo Transição de
Serviço).
◊ Informações sobre desempenho de capacidade dos serviços e componentes de TI do
Gerenciamento da Capacidade.
◊ Informações sobre relacionamentos dos serviços e componentes de TI do Gerenciamento
de Configuração (ciclo Transição de Serviço).
◊ Informações de Incidentes e Problemas dos processos Gerenciamento de Incidentes e
Problemas (ciclo Operação de Serviço).
• Saídas:
◊ Informações do Sistema de Informações do Gerenciamento da Disponibilidade para os
outros processos.
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O Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 16) define plano de continuidade de negócios como:
O processo trata de eventos que podem ser tipificados como desastres. Investiga, desenvolve e
implementa ações de recuperação de serviços quando uma interrupção grave acontece.
O objetivo central desse processo é dar suporte aos processos do Gerenciamento de Continuidade
do Negócio, assegurando que os requisitos técnicos de serviços e de estrutura de TI (incluindo
sistemas, redes, aplicativos, telecomunicações, ambientes, suporte técnico e até a Central de Serviço)
possam ser reiniciados dentro de escalas de tempo requeridas e acordadas.
A análise de impacto no negócio (AIN), ou business impact analysis (BIA), é complementada neste
processo, de modo a quantificar o impacto no negócio que a perda do serviço ocasiona.
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O processo Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI contempla um ciclo de atividades
dividido em quatro fases, sendo que em cada uma algumas importantes ações são executadas,
conforme mostra a figura a seguir:
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O relacionamento do Gerenciamento da Continuidade de Serviço de TI com outros processos
é apresentado no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Informações sobre a estratégia do negócio e os requerimentos atuais e futuros do negócio
do ciclo Estratégia do Serviço.
◊ Informações sobre os serviços e os níveis de serviço do Gerenciamento de Catálogo de
Serviço e Gerenciamento de Nível de Serviço.
◊ Informações sobre a estratégia de continuidade de negócio do Plano de Continuidade de
Negócio de outras áreas da empresa.
◊ Informações financeiras sobre os custos dos serviços e orçamento de TI do Gerenciamento
Financeiro para os Serviços de TI.
◊ Informações de mudanças do Gerenciamento de Mudanças.
◊ Informações do Sistema de Informações do Gerenciamento da Capacidade.
◊ Informações do Sistema de Informações do Gerenciamento da Disponibilidade.
◊ Informações dos Planos de Continuidade dos Fornecedores e Parceiros.
• Saídas:
◊ Plano de Continuidade de Serviço de TI para todos os outros processos.
◊ Planos de Recuperação de Falhas para todos os outros processos.
◊ Análise de Impacto do Negócio para o Gerenciamento da Disponibilidade, Gerenciamento
de Segurança da Informação e processos do ciclo Operação de Serviço.
◊ Análise de Riscos para as áreas de negócio, Gerenciamento da Disponibilidade e Gerenciamento
de Segurança da Informação.
◊ Calendário de Testes do Plano de Continuidade de Serviços de TI para todos os outros
processos.
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contratos e acordos com estes deem suporte às necessidades do negócio e que todos eles atendam
aos seus compromissos contratuais.
• Fornecedor:
Um terceiro responsável por fornecer produtos ou serviços que são necessários para
entregar serviços de TI. Exemplos de fornecedores incluem fabricantes de hardware
e software, fornecedores de rede e telecomunicações e organizações de outsourcing
(terceirização) (AXELOS, 2011a, p. 126).
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Para a categorização dos fornecedores, Freitas (2013, p. 229) indica a seguinte política:
• Fornecedores estratégicos: oferecem alto valor, e há riscos elevados se os serviços não foram
entregues adequadamente. Fornecem serviços de TI críticos ou confidenciais. Envolvem os
gerentes seniores da organização.
• Fornecedores táticos: oferecem serviços de atividades comerciais, com soluções de curto a
médio prazo. Envolvem os gerentes de nível médio.
• Fornecedores operacionais: suportam a operação dos serviços. Exemplos: fornecedores de
eletricidade e link de internet. Envolvem supervisores e coordenadores.
• Fornecedores básicos: fornecem produtos ou serviços de baixo valor e pouco risco. Exemplos:
papel e toner para impressoras. Envolvem supervisores e coordenadores.
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O relacionamento do Gerenciamento de Fornecedores com outros processos é apresentado
no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Estratégia do Negócio, Plano Financeiro e Portfólio de Serviços do ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Estratégia de Fornecedores definida no ciclo Estratégia de Serviço.
◊ Informações de performance da operação dos Fornecedores coletadas no ciclo Operação
de Serviço e Transição de Serviço.
◊ Informações financeiras de custos do serviço e custos dos contratos do Gerenciamento
Financeiro para os Serviços de TI.
◊ Informações sobre os níveis de serviço do Gerenciamento de Nível de Serviço.
◊ Relacionamentos entre o negócio, serviços e os componentes de TI do Gerenciamento de
Configuração.
• Saídas:
◊ Banco de Dados de Fornecedores e Contratos provendo informações para todos os outros
processos.
◊ Informações de performance de Fornecedores para o Gerenciamento de Nível de Serviço e
Gerenciamento Financeiro para os Serviços de TI.
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), esse processo é responsável por garantir que
a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade de ativos, informações, dados e serviços de
TI de uma organização correspondam às necessidades acordadas do negócio. O Gerenciamento de
Segurança da Informação suporta a segurança do negócio e tem um escopo mais amplo que aquele
do provedor de serviço de TI. Inclui o tratamento de papel, acesso predial, chamadas telefônicas
etc. para toda a organização.
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FIGURA 34 – Segurança da informação
Confidencialidade
Segurança da
informação
Integridade Disponibilidade
Fonte: Elaborado pelo autor.
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O processo de Gerenciamento de Segurança da Informação (GSI) é baseado na norma ISO/IEC
27001, um padrão mundial que define um ciclo para a gestão de segurança da informação. Esse
ciclo, associado à ITIL, é ilustrado na figura a seguir:
MANTER PLANEJAR
• Aprender • ANS, ANO
• Melhorar • Contratos de suporte
• Planejar • Declaração de políticas
• Implementar CONTROLAR
• Estabelecer estrutura
AVALIAR
• Alocar responsabilidades IMPLANTAR
• Auditorias internas • Controle de documentação • Cria conscientização
e externas • Classificação e registro
• Autoavaliações • Segurança pessoal
• Incidentes de segurança • Segurança física
• Direitos de acesso
• Gestão de incidentes
Fonte: Carvalho (2012b).
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O relacionamento do Gerenciamento de Segurança da Informação com outros processos é
apresentado no quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Estratégia do Negócio, Plano Financeiro e Portfólio de Serviços do ciclo Estratégia do Serviço.
◊ Políticas de Segurança da Informação das áreas de negócio da empresa.
◊ Estratégia de Governança Corporativa, regulamentações e leis vigentes.
◊ Análise de Riscos do Gerenciamento da Continuidade dos Serviços de TI e Gerenciamento
da Disponibilidade.
◊ Níveis de Serviço do Gerenciamento de Nível de Serviço.
◊ Detalhes de incidentes e vulnerabilidades de segurança da informação de todos os outros
processos.
◊ Informações de mudanças do Gerenciamento de Mudanças.
◊ Informações de relacionamento de componentes de TI do Gerenciamento da Configuração.
◊ Informações de Parceiros e Fornecedores do Gerenciamento de Fornecedores.
• Saídas:
◊ Políticas de Segurança da Informação para todas as áreas da empresa e todos os outros
processos.
◊ Sistemas de Informações do Gerenciamento de Segurança da Informação com todas as
informações do processo de Gerenciamento de Segurança da Informação para todos os
outros processos.
◊ Relatórios de auditoria de segurança da informação.
◊ Resultados de testes de segurança da informação como testes de intrusão ou testes de
integridade de informações.
◊ Classificações de segurança da informação.
◊ Políticas de gerenciamento do acesso de Fornecedores a informações da empresa.
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5. SERVICE TRANSITION - TRANSIÇÃO DE SERVIÇO
• apresenta ações que buscam garantir que ocorra o menor impacto possível nos serviços em
produção quando for necessário aplicar uma mudança ou implantar um novo serviço;
• elenca práticas de transição que buscam aumentar a satisfação de clientes, usuários e equipe
de suporte;
• mostra como deve ser criado um plano para que a implantação das mudanças se mantenha
alinhada aos planos de transição de serviço;
• indica a importância e mostra como o desempenho dos serviços pode ser medido.
Fonte: http://www.mundoitil.com.br/wp-content/uploads/2015/03/itil-oficial-service-transition.jpg.
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De acordo com Freitas (2013, p. 242), a Transição de Serviços deve:
• planejar e gerenciar habilidades e recursos para construir, implantar e testar serviços novos
ou modificados no ambiente de produção de acordo com os requerimentos do negócio;
• prover um modelo de avaliação consistente para gerenciar as capacidades e os riscos antes
que os serviços sejam implantados em produção;
• manter a integridade de todos os ativos de serviços e configurações;
• documentar e prover informações e conhecimento sobre as mudanças nos serviços e as
implantações;
• prover o reuso eficiente de métodos e mecanismos de construção, teste e implantação de
mudanças nos serviços.
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são armazenadas de maneira segura. A BMD também pode conter itens de configuração
associados, como licenças e documentação. É uma área única de armazenamento lógico,
mesmo que existam diversas localidades. É controlada pelo Gerenciamento de Configuração
e Ativo de Serviço e é registrada no SGC.
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• Planejamento e gerenciamento: a equipe de Gerenciamento da Configuração deve decidir
a estratégia do processo e o nível de gerenciamento e modelo adequado para o processo
Gerenciamento da Configuração e Ativo de Serviço, em que nível de atributos determinados
ICs chegarão e que serviços ou componentes serão controlados pelo BDGC e pelo SGC.
• Configuração e identificação: definição de classes, tipos e atributos de ICs, definição de
sistemática de identificação dos ICs, tipos de relacionamentos, regras e responsabilidades
dos “donos” dos ICs, atribuição de ICs aos responsáveis.
• Controle de configuração: garantia dos mecanismos de manutenção e registro de ICs e
identificação de alterações nos atributos dos ICs.
• Controle de status e relatórios: identificação e controle dos status dos ICs, como: registrado,
em operação, em manutenção, descontinuado etc.
• Verificação e auditoria: garantir a conformidade dos ICs no BDGC com a linha de base e
garantir a existência física dos ICs no ambiente de produção e na BMD. Após uma mudança
nos serviços de TI, é sempre recomendável uma auditoria de verificação do instantâneo do
SGC e do BDGC com a linha de base para garantir que as mudanças tenham sido atualizadas
em ambos, de acordo com a necessidade.
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), a Transição de Serviços é a etapa do ciclo
de vida de um serviço de TI que garante que serviços novos, modificados ou obsoletos atendam
às expectativas do negócio como documentado nas etapas de Estratégia de Serviço e Desenho
de Serviço.
1. Gerenciamento de Mudanças.
2. Avaliação da Mudança.
3. Gerenciamento da Configuração e Ativos de Serviço.
4. Gerenciamento de Liberação e Implantação.
5. Planejamento e Suporte da Transição.
6. Validação e Teste de Serviço.
7. Gerenciamento de Conhecimento.
Embora esses processos estejam associados com a Transição de Serviço, a maioria tem
atividades que ocorrem em múltiplas etapas do ciclo de vida do serviço.
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5.3.1. Processo Gerenciamento de Mudanças
Esse processo é aplicável a todo o ciclo de vida do serviço. O Gerenciamento de Mudanças tem
por objetivo garantir que mudanças sejam feitas de forma controlada e sejam avaliadas, priorizadas,
planejadas, testadas, implantadas e documentadas. Os riscos devem ser mapeados e gerenciados.
Requisição de Mudança (RDM) - request for change - é “um pedido formal para fazer uma
mudança. Inclui os detalhes da mudança solicitada e pode ser registrada em papel ou em formato
eletrônico (AXELOS, 2011a, p. 100). Já registro de mudança - change record - trata-se de
O processo de mudança inicia-se com uma RDM. A requisição pode solicitar uma mudança
para a criação de novas facilidades para o negócio ou para corrigir um problema, por exemplo. Os
termos de conformidade da RDM são checados, e é verificado se a requisição está finalizada e se
já havia outra RDM similar aberta.
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• Mudança técnica: mudança que pode impactar os componentes de TI. Alguns exemplos: liberar
uma nova versão de um aplicativo de negócio; migrar um aplicativo para outro servidor; alterar
algum atributo em um serviço existente.
• Mudança operacional: mudança que pode impactar os serviços de suporte. Exemplos:
recuperação de senha; fornecimento de um PC para um novo funcionário; alteração de local
de uma impressora.
• Mudança tática: mudança que pode impactar os serviços que atendem as relações comerciais
da empresa. Exemplos: alteração nos tempos de resposta a chamados.
• Mudança estratégica: impacta os serviços estratégicos da empresa. Geralmente, são mudanças
altamente críticas que precisam ser implementadas o mais rápido possível. Exemplos: ocorrência
de um incidente grave no datacenter; implementação de um patch de segurança.
Negócio
Mudanças da empresa
estratégicas
Processos
Mudanças Portfólio da empresa
táticas de serviço
Operação
Mudanças Serviços em da empresa
operacionais operação
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Uma proposta de mudança, conforme definição do Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), deve ser
formulada por intermédio de um documento que inclui uma descrição de alto nível de uma potencial
introdução de serviço ou mudança significativa, junto com um caso de negócio correspondente e
um cronograma da implementação esperada.
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O relacionamento do Gerenciamento de Mudanças com outros processos é apresentado no
quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Requisições de Mudança ou Propostas de Mudança solicitadas por qualquer outro processo.
◊ Informações sobre os serviços atuais e futuros do Portfólio de Serviços e do Catálogo de
Serviços do Gerenciamento do Portfólio de Serviços e Gerenciamento de Catálogo de Serviços.
◊ Políticas e planos de transição, testes, liberação e implementação do processo Planejamento
e Suporte da Transição.
◊ Informações dos componentes de TI do Sistema de Gerenciamento da Configuração.
◊ Informações sobre Fornecedores do Gerenciamento de Fornecedores.
◊ Requisitos de segurança da informação do Gerenciamento de Capacidade e Gerenciamento
de Disponibilidade.
◊ Resultados de testes do processo Validação e Teste de Serviço.
• Saídas:
◊ Requisições de Mudança aprovadas ou rejeitadas e Instruções de Trabalho para os Provedores
de Serviços de TI executarem as mudanças.
◊ Propostas de Mudança autorizadas.
◊ Autorização para atualização do Sistema de Gerenciamento da Configuração.
◊ Informações sobre as RDMs e Programação Futura de Mudanças para todos os outros
processos.
◊ Relatórios de Avaliação das mudanças para todos os outros processos.
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), o processo Avaliação da Mudança é responsável
pela avaliação formal de um serviço de TI novo ou alterado para garantir que os riscos tenham
sido gerenciados e para ajudar a determinar se a mudança deve ser autorizada. Os resultados da
mudança devem ser comparados com os resultados esperados e documentados no Relatório de
Avaliação da Mudança.
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As atividades da Avaliação da Mudança são:
• Entradas:
◊ Requisições de Mudança ou Propostas de Mudança solicitadas por qualquer outro processo.
◊ Informações sobre os serviços atuais e futuros do Portfólio de Serviços e do Catálogo de
Serviços do Gerenciamento do Portfólio de Serviços e Gerenciamento de Catálogo de Serviços.
◊ Políticas e planos de transição, testes, liberação e implementação do processo Planejamento
e Suporte da Transição.
◊ Informações dos componentes de TI do Sistema de Gerenciamento da Configuração.
◊ Informações sobre Fornecedores do Gerenciamento de Fornecedores.
◊ Requisitos de segurança da informação do Gerenciamento de Capacidade e Gerenciamento
de Disponibilidade.
◊ Resultados de testes do processo Validação e Teste de Serviço.
• Saídas:
◊ Requisições de Mudança aprovadas ou rejeitadas e Instruções de Trabalho para os Provedores
de Serviços de TI executarem as mudanças.
◊ Propostas de Mudança autorizadas.
◊ Autorização para atualização do Sistema de Gerenciamento da Configuração.
◊ Informações sobre as RDMs e Programação Futura de Mudanças para todos os outros
processos.
◊ Relatórios de Avaliação das mudanças para todos os outros processos.
Esse processo é realizado durante todo o ciclo de vida do serviço. O Gerenciamento da Configuração
e Ativo de Serviço identifica todos os itens de configuração (ICs) necessários para entregar os
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serviços de TI. As informações sobre os ICs são mantidas na base de dados do gerenciamento de
configuração (BDGC).
• ICs do ciclo de vida do serviço: planos de negócios, pacote de desenho de serviço, planos de
liberação, planos de testes etc.
• ICs do serviço: processos, relatórios do serviço, bases de conhecimento, pessoas, modelo do
serviço, pacote do serviço, pacote de liberação etc.
• ICs da organização: estratégia da empresa, políticas internas da empresa, leis, regulamentações
etc.
• ICs internos: hardware, software, configurações lógicas, como máquinas virtuais, rotas etc.
• ICs externos: requerimentos e acordos com fornecedores.
• ICs de interface: necessários para entregar serviços fim a fim entre provedores de serviços,
como documentos que especificam a transferência de atividades entre dois provedores.
Já registro de configuração é
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A definição de instantâneo (snapshot) é
Ativo de serviço (service asset) é definido como “qualquer recurso ou habilidade de um provedor
de serviço” (AXELOS, 2011a, p. 107), enquanto ativo (asset) é
• Entradas:
◊ Desenhos, planos e informações de configuração do Pacote de Desenho de Serviço.
◊ Autorizações para atualização do BDGC do Gerenciamento de Mudanças.
◊ Solicitações de informações dos ICs de todos os outros processos.
• Saídas:
◊ Informações dos ICs para todos os outros processos.
◊ Relatórios de auditoria de ICs para todos os outros processos.
◊ Informações sobre inventário de ativos fixos (hardware) para contabilização de patrimônio
da empresa.
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a implantação do ambiente de desenvolvimento, passando pelo ambiente de teste, até chegar ao
ambiente de produção. Esse processo não desenvolve a mudança, apenas faz sua liberação.
um registro que define o conteúdo de uma liberação. Possui relacionamentos com todos
os itens de configuração que são afetados pela liberação. Os registros de liberação
podem estar no SGC ou em qualquer outra parte do Sistema de Gerenciamento de
Conhecimento de Serviço (AXELOS, 2011a, p. 98).
Por fim, pacote de liberação (release package) é “um conjunto de itens de configuração que
será construído, testado e implantado ao mesmo tempo, como uma única liberação. Cada pacote
de liberação incluirá normalmente uma ou mais unidades de liberação” (AXELOS, 2011a, p. 98).
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De acordo com a forma como é implementada, uma liberação pode ser:
• Manual: refere-se a uma liberação física realizada por meio de intervenção humana. Deve-se
tomar cuidado com liberações incorretas, e esse tipo deve ser limitado.
• Automática: utilizada para grandes quantidades de liberações em locais distintos. Exemplos:
ferramentas de discovery e instalação de software; ferramentas de atualização automática;
carga automática de dados.
Nível
Define requisitos Plano/critério de aceite Teste de aceite
2 do serviço RNS, rascunho de serviço
Nível
Define solução Plano/critério operacional Teste de aceite
3 do serviço Modelo de serviço, planos operacional
de capacidade e recursos
Plano/critério de
Nível
Desenha liberação teste de liberação Teste de pacote
4 do serviço de liberação
Nível
Desenvolve Teste de
5 solução do serviço componente
Constrói e testa
componente
de serviço
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O modelo V de serviço é um instrumento muito útil utilizado para fazer o mapeamento dos níveis
de configuração que devem ser construídos e testados. Conforme ilustra a figura 40, na vertical,
estão os níveis de configuração, partindo da especificação e chegando ao detalhamento, e na
horizontal são especificadas atividades correspondentes, como testes e validações.
• Entradas:
◊ Requisição de Mudança Aprovada do Gerenciamento de Mudanças.
◊ Contratos de Serviço do Gerenciamento de Portfólio de Serviço.
◊ Pacotes de Desenho de Serviço do ciclo Desenho de Serviço.
◊ Plano de Continuidade de Serviços de TI do Gerenciamento de Continuidade de Serviço de TI.
◊ Informações sobre Fornecedores do Gerenciamento de Fornecedores.
◊ Informações sobre componentes de TI do Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviço.
• Saídas:
◊ Serviços e componentes de TI novos, modificados ou removidos no ambiente de produção.
◊ Comunicações de Liberações para o ciclo Operação de Serviço.
◊ Informações para atualização do Catálogo de Serviços pelo Gerenciamento de Catálogo de
Serviço.
◊ Informações sobre novos serviços, serviços modificados ou removidos para a revisão de
Acordos e Contratos pelo Gerenciamento de Nível de Serviço.
◊ Informações para atualização do Sistema de Gerenciamento de Configuração pelo
Gerenciamento de Configuração e Ativos de Serviço.
◊ Relatório de Transição de Serviço.
O Planejamento e Suporte da Transição tem como objetivo central a melhoria das habilidades
do provedor de serviços para que consiga suportar grande quantidade de mudanças e liberações
de serviços. É responsável pelo planejamento de todos os processos de Transição de Serviços e
pela coordenação dos recursos que eles requerem.
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De acordo com Freitas (2013, p. 244), as principais atividades do Planejamento e Suporte da
Transição são:
• Entradas:
◊ Proposta de Mudança.
◊ Requisição de Mudança aprovada.
◊ Pacote de Desenho de Serviço.
• Saídas:
◊ Estratégia de Transição.
◊ Plano de Transição.
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Verifica se o serviço atende ao Pacote de Desenho de Serviço, dentro dos níveis de risco aceitos
pelo negócio.
O processo Validação e Testes de Serviço, conforme o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), é responsável
pela validação e pelo teste de um serviço de TI novo ou modificado. Isso garante que o serviço de
TI cumpre com sua especificação de desenho e que atenderá às necessidades do negócio.
Teste, de acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a, p. 130), é “uma atividade que verifica se
um item de configuração, serviço de TI, processo, etc. atende às suas especificações ou a requisitos
acordados”. Ambiente de teste refere-se a “um ambiente controlado usado para testar itens de
configuração, liberações, serviços de TI, processos, etc.” (AXELOS, 2011a, p. 130).
uma atividade que garante que um serviço de TI novo ou modificado, processo, plano
ou outro entregável, atende às necessidades de negócio. A validação garante que
os requisitos de negócio sejam atendidos mesmo quando tenham sido alterados a
partir do seu desenho original (AXELOS, 2011a, p. 137).
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O relacionamento da Validação e Testes de Serviço com outros processos é apresentado no
quadro a seguir:
• Entradas:
◊ Desenhos, planos e informações de configuração do Pacote de Desenho de Serviço.
◊ Informações de Fornecedores dos Itens de Configuração envolvidos nos testes.
◊ Planos de Liberação do Gerenciamento de Liberação e Implantação.
◊ Requisições de Mudança do Gerenciamento de Mudanças.
• Saídas:
◊ Linha de Base do ambiente de testes para o Gerenciamento da Configuração e Ativo de
Serviços.
◊ Relatório de testes.
◊ Resultados de critérios de aceite dos testes.
◊ Informações sobre os testes para o Gerenciamento do Conhecimento.
◊ Registros de Incidentes e Problemas sobre erros nos testes.
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Sistema de Gerenciamento do Conhecimento de Serviço (SGCS), ou Service Knowledge
Management System (SKMS), é
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6. SERVICE OPERATION - OPERAÇÃO DE SERVIÇO - E CONTINUAL
SERVICE IMPROVEMENT - MELHORIA CONTÍNUA DE SERVIÇO
Fonte: http://www.mundoitil.com.br/livros/.
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FIGURA 43 – CSI - Continual Service Improvement da ITIL
de
rv
ce
sig
Servi
Se
n
y
n
S e r v i c e t r a n s iti o
Fonte: http://helenhq.wordpress.com/2010/08/11/reta-final-2-mapa-mental-do-itil-v3/
De acordo com Freitas (2013, p. 368), há três áreas no escopo da Melhoria Contínua de Serviço:
A Melhoria Contínua de Serviços atua integrando todo o ciclo de vida e não pode ser considerada
uma etapa separada, pois suas atividades são executadas durante todo o ciclo de vida do serviço. A
meta é aumentar a eficiência, maximizar a efetividade e otimizar o custo dos serviços e processos
subjacentes ao GSTI.
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• como melhorar a qualidade do serviço, a eficiência e a eficácia dos processos;
• como produzir um custo efetivo na entrega de serviços de TI;
• como verificar se os níveis de serviços estão sendo alcançados;
• como assegurar que os métodos de gerenciamento da qualidade suportem as atividades de
melhoria contínua.
A mensuração e a análise são cruciais para a Melhoria Contínua de Serviço. Por intermédio
da mensuração, é possível identificar quais serviços podem melhorar. Isso quer dizer que, assim
como processos devem ter metas e objetivos claros, a mensuração também deve ser definida de
forma clara.
De acordo com o Glossário ITIL (AXELOS, 2011a), a Melhoria Contínua de Serviço garante que os
serviços estejam alinhados com as necessidades do negócio em mudança por meio da identificação
e da implementação de melhorias para os serviços de TI que suportam os processos de negócio.
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O desempenho do provedor de serviço de TI é continuamente medido, e as melhorias são feitas
para processos, serviços de TI e infraestrutura de TI, de forma a aumentar a eficiência e a eficácia
de custo.
Plano de melhoria do serviço - PMS (service improvement plan) é “um plano formal para
implementar melhorias a um processo ou serviço de TI” (AXELOS, 2011a, p. 111).
uma métrica que é usada para ajudar a gerenciar um serviço, processo, plano, projeto ou
outra atividade de TI. Os principais indicadores de desempenho são usados para medir
a obtenção de fatores críticos de sucesso. Várias métricas podem ser mensuradas,
mas somente as mais importantes são definidas como principais indicadores de
desempenho e usadas para gerenciar e reportar ativamente sobre o processo, o
serviço ou a atividade de TI. Convém que esses indicadores sejam selecionados para
garantir que a eficiência e a eficácia de custo sejam todas gerenciadas (AXELOS,
2011a, p. 70).
Por fim, fator crítico de sucesso é “algo que deve ocorrer para que um serviço, processo, plano,
projeto ou outra atividade de TI tenha sucesso. Os principais indicadores de desempenho são usados
para medir a obtenção de um fator crítico de sucesso” (AXELOS, 2011a, p. 38).
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6.3.1. Processo Melhoria em Sete Passos
Os sete passos da melhoria têm como objetivo introduzir um processo para registrar detalhes
de todas as iniciativas de melhoria dentro da organização. Estes passos são mostrados na
figura seguinte.
O Glossário ITIL (AXELOS, 2011a) define o processo Melhoria em Sete Passos como o responsável
pela definição e gerenciamento dos passos necessários para identificar, definir, coletar, processar,
analisar, apresentar e implementar melhorias. O desempenho do provedor de serviço de TI é
continuamente medido por esse processo, e as melhorias são feitas aos processos, aos serviços de
TI e à infraestrutura de TI de forma a aumentar a eficiência e a eficácia de custo. As oportunidades
para melhoria são registradas e gerenciadas no registro da Melhoria Contínua de Serviço.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno, após completarmos juntos o estudo sobre a ITIL e conhecermos os detalhes da
implantação dessa biblioteca, esperamos que você esteja pensando em atuar profissionalmente
nesta área.
A Gestão de Serviços de TI com ITIL é uma nova abordagem que permite que todo o ciclo de
planejamento, implantação e suporte aos serviços oferecidos pela TI possa ser realizado com base
em melhores práticas já consolidadas no mercado.
A área de TI das organizações deve deixar de ser somente uma provedora de tecnologia para se
transformar em uma provedora de serviços que vão ao encontro das necessidades da organização.
Essa perspectiva amplia a importância dos serviços providos pela TI, que passam a ser reconhecidos
como parte da estratégia de negócios. Além disso, propicia que os recursos da organização sejam
mais bem distribuídos, de maneira que os serviços realmente atendam à demanda e sejam úteis.
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O novo desafio dos gestores de TI da atualidade é poder transformar os recursos de infraestrutura
de TI disponíveis em serviços aplicáveis aos negócios da organização, com o intuito de atender às
estratégias definidas para o negócio.
Assim, esperamos que você tenha aproveitado bastante este conteúdo e que esteja apto a
começar a atuar nessa área, aprofundando mais e mais seus estudos.
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