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Arborização Acre PDF
Arborização Acre PDF
Rio Branco
2012
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE
Tião Viana
Governador do Estado do Acre
Organização da Publicação
João Paulo Mastrangelo
Assessor Técnico de Gabinete
Diagramação
Átila de Araújo Magalhães
Geógrafo
Capa
Maurício de Laura Galvão
Designer
Impressão
Brilhograf
FICHA CATALOGRÁFICA
ACRE. Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. Programa de Arborização Urbana do Estado
do Acre. Rio Branco: SEMA, 2012. 51 p.
Instituição Nome
Luiz Fernando Silva Nogueira
Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Calina Ferreira Maranho
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO ACRE ............................................................................. 13
2.1 Aspectos Geográficos ..................................................................................................... 13
2.2 Mesorregiões e Regionais de Desenvolvimento ............................................................ 14
2.3 Sócio economia............................................................................................................... 15
2.3.1 Regional do Alto Acre .............................................................................................. 15
2.3.2 Regional Baixo Acre ................................................................................................. 15
2.3.3 Regional do Purus .................................................................................................... 16
2.3.4 Regional do Taraucá-Envira ..................................................................................... 16
2.3.5 Regional do Juruá .................................................................................................... 16
3. CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NAS CIDADES DO ACRE ......................................... 17
3.1 Arborização da Cidade de Rio Branco ............................................................................ 17
3.1.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial ........... 19
3.1.2 Principais Iniciativas de Arborização Urbana em Rio Branco .................................. 20
3.1.3 Quadro Geral da Arborização Urbana em Rio Branco............................................. 26
3.2 Arborização das Cidades do Interior do Estado do Acre ................................................ 32
3.2.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial ........... 32
3.2.2 Quadro Geral da Arborização Urbana no Interior do Estado .................................. 32
4. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS ................................................................................................... 33
5. OBJETIVOS ............................................................................................................................ 34
5.1 Geral ............................................................................................................................... 34
5.2 Específicos ...................................................................................................................... 34
6. METAS DO PROGRAMA ........................................................................................................ 35
7. COMPONENTES DO PROGRAMA .......................................................................................... 36
7.1 Componente 1: Planos, Normas e Regulamentos .......................................................... 36
7.1.1 Manual Técnico de Arborização Urbana ................................................................. 37
7.1.2 Planos Municipais de Arborização Urbana .............................................................. 37
7.1.3 Projetos de Lei Municipal ........................................................................................ 37
7.2 Componente 2: Arborização Urbana .......................................................................... 38
7.2.1 Infraestrutura de Apoio: Viveiros e Plantios ........................................................... 38
7.2.2 Áreas Ciliares ........................................................................................................... 39
7.2.3 Praças e Parques ...................................................................................................... 39
7.2.4 Vias Urbanas ............................................................................................................ 39
7.2.5 Projetos Especiais .................................................................................................... 39
7.2.6 Monitoramento e Avaliação .................................................................................... 40
7.3 Componente 3: Comunicação Social e Educação Ambiental ......................................... 40
7.3.1 Informação e Conscientização Coletiva................................................................... 40
7.3.2 Educação Ambiental Informal e Participação Comunitária .................................... 40
7.3.3 Educação Ambiental Formal .................................................................................... 41
7.3.4 Qualificação Profissional ......................................................................................... 41
8. GOVERNANÇA DO PROGRAMA ............................................................................................ 42
9. PROPOSTA DE CRONOGRAMA ............................................................................................. 43
10. ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS ....................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................. 45
ANEXOS ..................................................................................................................................... 47
Anexo 1. Tabela de Espécies Indicadas para Arborização Urbana ........................................... 48
Anexo 2. Município de Rio Branco – Regionais ........................................................................ 50
Anexo 3. Município de Rio Branco – Área de Preservação Permanente - APP ........................ 51
Anexo 4. Município de Rio Branco – Áreas Verdes .................................................................. 52
Anexo 5. Município de Rio Branco – Vias Urbanas .................................................................. 53
LISTA DE FIGURAS
9
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 9
1. INTRODUÇÃO
10
10 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Melhoria do microclima da cidade, pela retenção de umidade do solo e do ar e pela
geração de sombra, evitando que os raios solares incidam diretamente sobre as
pessoas;
Redução na velocidade do vento;
Redução de problemas com erosão e assoreamento;
Influência no balanço hídrico, favorecendo a infiltração da água no solo e provocando
evapotranspiração mais lenta;
Abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, e o que influencia
positivamente ao ambiente, pois propicia maior equilíbrio das cadeias alimentares e
diminuição de pragas e agentes vetores de doenças; e,
Amortecimento de ruídos.
A presença de árvores na propriedade e a proximidade de parques e áreas verdes
aumentam o valor comercial dos imóveis urbanos (SMARDON, 1988, apud. NICODEMO,
2009).
As árvores também podem interferir diretamente nas relações sociais. Para Martins
Júnior (1996) a área verde tem função de se constituir em um espaço "social e coletivo",
sendo importante para a manutenção da qualidade de vida. Por facilitar o acesso de todos,
independentemente da classe social, promove integração entre os homens.
Em muitas cidades, o cultivo de áreas comunitárias e a disponibilidade de áreas
verdes são instrumentos para o fortalecimento das relações dentro de comunidades e para a
melhoria da autoestima (LEWIS, 1995; HYNES e HOWE, 2004, apud, NICODEMO, 2009).
A vegetação urbana também se integra a própria história da cidade, quando
tombadas pelo Patrimônio Histórico e por sua influência, paisagística e econômica. Em
alguns casos, são consideradas parte de algum fato histórico-cultural da comunidade.
Portanto, a arborização urbana ao desempenhar diversas funções nas cidades e
proporcionar vários benefícios à população, passa a ser tratada pelo poder público como um
elemento importante da infraestrutura urbana.
Segundo dados do IBGE (2010), no Estado do Acre a população urbana é de 532.279
que corresponde a 72,5% do total. Todas estas pessoas vivem dentro de cidades que
cresceram as margens de rios e igarapés de forma desordenadas, de forma que os impactos
ambientais causados ao longo dos anos são significativos.
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Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 11
Quanto à arborização urbana o cenário é que todas as cidades acrianas não atendem
aos índices mínimos de arborização estabelecidos pela SBAU. Dado este que desperta
preocupação, principalmente do poder público, vez que, no Estado em períodos de verão
amazônico a temperatura chega a ficar acima de 35°C com média do índice de raios
ultravioleta variando de alto a extremo, representando risco potencial a saúde humana.
Na última década o Governo do Acre desenvolveu alguns projetos estruturantes
ligados a arborização urbana, como construção e melhoria de parques, praças, ciclovias e
malha viária. Nestes o plantio de árvores ocorrem de forma planejada de modo que
proporcionam, conforme cada ocasião, o máximo de benefícios a população.
A luz do exposto, e por entender o seu apelo social, o Governo do Acre coloca a
arborização urbana como prioridade no âmbito de suas políticas ambientais para os
próximos anos, onde, com apoio de diversas instituições governamentais e não
governamentais, estabelecerá por meio deste Programa, uma série de intervenções com
objetivo de promover a arborização urbana em todas as cidades do Estado.
12
12 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DO ACRE
2.1 Aspectos Geográficos
13
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 13
O Acre possui uma população de 733.559 habitantes (ACRE, 2011), sendo
predominantemente urbana (72,5%). A distribuição territorial dessa população é bastante
heterogênea, destacando-se que cerca de 71% dela se concentra nos cinco municípios mais
populosos (Rio Branco 45,8%; Cruzeiro do Sul 10,7%; Feijó 4,4%; Sena Madureira 5,2%; e
Tarauacá 4,8%) (ACRE, 2011).
Mâncio Lima
Cruzeiro do Sul
Rodrigues Alves
Tarauacá Feijó
Porto Walter
Manoel
Urbano
Marechal
Thaumaturgo
Jordão Sena Madureira
Santa Rosa
do Purus
Porto Acre
Bujari
Senador
Guiomard Acrelândia
Rio Branco
Regional do Alto Acre Plácido
de Castro
Regional do Baixo Acre
Xapuri Capixaba
Regional do Juruá
Regional do Purus Assis Brasil
Brasiléia
Epitaciolândia
Regional do Tarauacá-Envira
14
14 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
2.3 Sócio economia
15
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 15
2.3.3 Regional do Purus
16
16 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
3. CONTEXTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NAS CIDADES DO ACRE
O uso e ocupação do solo em Rio Branco foi marcado pela falta de planejamento
urbano, tal como ocorreu na maioria das cidades brasileiras. Este processo foi acentuado na
década de 1970, onde a substituição da economia extrativista pela agropecuária promoveu a
migração de milhares de famílias para a cidade, onde se instalaram, principalmente, em
invasões e loteamentos clandestinos, muitas vezes, sem a mínima infraestrutura urbana. A
figura 7 apresenta uma vista aérea do centro da cidade de Rio Branco.
17
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 17
Figura 7. Vista Aérea do Centro de Rio Branco
Foto: Sérgio Vale
O município de Rio Branco está situado na regional Baixo Acre entre as coordenadas
geográficas 10°01’22” e 10°04’14” de latitude sul, e de 67°40’3” e 67°42’43”de longitude
oeste, numa área total de 8.831 km², ocupando 5,4% do Estado (ACRE, 2011). De acordo a
Prefeitura de Rio Branco, o perímetro urbano possui aproximadamente 130 km², colocando-
a como a sexta maior cidade da região norte (Figura 8).
18
18 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Rio Branco está numa altitude de 153 metros acima do nível do mar, e sua topografia
é formada em parte por uma imensa planície de aluvião, e outra caracterizada por sucessão
de aclives suaves. A temperatura média oscila entre 25 °C e 40 °C, e a vegetação é composta
na sua maioria por floresta tropical aberta. O Rio Acre é a principal bacia hidrográfica que
corta a cidade, sendo formada por 6 sub-bacias, destacando-se a sub-bacia do Igarapé São
Francisco (ZEAS, 2012).
O perímetro urbano de Rio Branco é dividido em dois distritos separados pelo Rio
Acre, denominados Primeiro e Segundo Distritos, abrigando 7 regionais e 212 bairros, sendo
que 147 bairros estão regularmente cadastrados e os outros 65 bairros são resultantes de
loteamentos e ocupações irregulares, conforme ilustrado no mapa do Anexo 2 a este
documento (PMRB, 2006).
Ao longo dos últimos anos o município de Rio Branco consolidou uma série de
instrumentos de planejamento e gestão territorial, todos elaborados com ampla
participação da comunidade. Recentemente, o Plano Diretor da cidade foi revisado,
transformando-se no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU, objeto da Lei
Municipal nº 1.611, de 27 de outubro de 2006 (PMRB, 2006).
Junto com o PDDU, outros instrumentos de gestão foram instituídos, como o Plano
Diretor de Transporte e Trânsito – PDTT, de Gestão de Riscos, Requalificação da Orla do Rio
Acre e Regularização Fundiária, estabelecendo-se, ainda, o modelo de gestão do Aquífero e a
Política Municipal de Habitação de Interesse Social. Vale ressaltar também a revisão do
Código de Obras e Edificações que atualizou as normas de engenharia e arquitetura,
possibilitando a abertura de espaços para novos empreendimentos.
Com relação à gestão territorial, foi desenvolvido pela Prefeitura em parceria com o
Governo do Estado do Acre, o Programa de Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e
Cultural – ZEAS, um dos poucos entre as cidades brasileiras, abordando três eixos temáticos:
(i) Recursos Naturais; (ii) Sócio-economia; e, (iii) Cultural-Político. Os levantamentos
realizados auxiliam o planejamento e a reorientação das políticas públicas municipais de Rio
Branco.
19
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 19
No que se refere à arborização urbana, o PDDU estabelece a necessidade de
elaboração do Plano1 Municipal de Arborização Urbana, entendido como parte integrante do
Eixo Estratégico de Estruturação e Infraestrutura Urbana. Destaca ainda que os
empreendimentos de loteamentos devem compreender a arborização de ruas como
componente da infraestrutura a ser implantada.
1
Previsto no Art. 209, Inciso IV da Lei Municipal nº 1.611, de 27 de outubro de 2006, que aprova e institui o
novo Plano Diretor do Município de Rio Branco.
20
20 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Figura 9. Parque Zoobotânico da UFAC
Foto: Acervo PZ/UFAC, s.d.
21
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 21
A área onde está localizado o Parque Capitão Ciríaco pertenceu ao Capitão Ciríaco
Joaquim de Oliveira, um dos integrantes do grupo que promoveu a Revolução Acreana.
Considerado de grande valor histórico, foi transformado, em agosto de 1994, em um espaço
de proteção ambiental e cultural. Nos seus 4,6 hectares, encontra-se vegetação nativa com
frutíferas regionais e aproximadamente 600 seringueiras. Dispõe de equipamentos de
esporte e lazer, escolinha de artes e uma casa retratando arquitetura da época, dedicada à
memória da Revolução Acreana e do surgimento da cidade de Rio Branco (Figura 11).
O Parque Ambiental Chico Mendes foi fundado em 1996, com uma reserva ambiental
de 52 hecatres, metade de sua área é coberta por floresta primária, de exuberante
vegetação e diversificada fauna. No restante da área a Prefeitura de Rio Branco instalou
zoológico, réplicas de maloca indígena, colocação de seringueiro, estrada de seringa,
memorial Chico Mendes e ciclovia. Sua criação foi inspirada no sonho de Chico Mendes que
contempla a convivência harmoniosa do homem com a natureza (Figura 12).
22
22 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Figura 12. Parque Chico Mendes
Foto: Prefeitura Municipal de Rio Branco
23
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 23
Por seus benefícios proporcionados à população, o modelo adotado no Parque da
Maternidade tem sido replicado em outras regiões da cidade e em vários municípios do
interior do Estado, com objetivo principal de melhorar a qualidade de vida no ambiente
urbano.
O Parque do Tucumã, por exemplo, foi outra importante intervenção com objetivo de
implantar áreas arborizadas na cidade de Rio Branco. O Parque está inserido na região entre
os bairros Tucumã e Universitário, e tem cerca de 3,6 quilômetros de extensão, possuindo
pistas sinalizadas para veículos, ciclovias, calçadas para pedestres, playground, quadras de
esportes, praças namoradeiras e quiosques para lanches (Figura 14).
24
24 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Figura 15. Praça Eurico Dutra
Foto: Sérgio Vale
25
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 25
3.1.3 Quadro Geral da Arborização Urbana em Rio Branco
Entendem-se como áreas ciliares, àquelas localizadas as margens dos cursos d’água.
Neste levantamento foram mapeados na base cartográfica digital na escala 1:100.000, os
principais rios e igarapés constantes nos mais de 130 quilômetros quadrados
correspondentes ao perímetro urbano da cidade de Rio Branco.
A vegetação das áreas ciliares é objeto de regulação do poder público, e são
consideradas como Áreas de Preservação Permanente – APP. A legislação estabelece
diferentes arranjos de APP’s conforme a largura do curso d’água que esta margeia.
Para calcular as APP’s do perímetro urbano de Rio Branco, foram adotadas como
padrão de referência a largura de 50 metros para as margens do rio Acre e igarapé São
Francisco, e 30 metros para as margens dos demais igarapés, o que atende também as
disposições contidas nas Leis Federais nº 12.651 e 12.727/2012 – Código Florestal do Brasil
(BRASIL, 2012).
As APP’s que tiveram sua vegetação suprimida devem, portanto, serem restauradas
tanto como forma de promover a qualidade ambiental como para cumprir o que está
estabelecido na legislação. A figura 17 ilustra os principais rios e igarapés que cortam o
perímetro urbano da cidade de Rio Branco, com as respectivas indicações das APP’s
alteradas e/ou degradadas.
26
26 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Figura 17. Áreas de Preservação Permanente de Rio Branco
Fonte: PMRB (2012).
27
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 27
Para Guzzo et al. (2006), praça pública pode ser definidos como espaço livre urbano
destinado ao lazer ativo, contemplativo e ao convívio social, podendo ou não ser dotado de
vegetação. Enquanto parque urbano constitui-se de um espaço livre urbano com dimensão
quase sempre superior à de praças e jardins públicos, destinado ao lazer ativo e
contemplativo, à conservação dos recursos naturais e à promoção da melhoria das
condições ambientais da cidade.
Alguns parques urbanos podem constituir-se também como unidades de
conservação. Os parques lineares são aqueles formados pelas faixas de terra existentes ao
longo de rios e lagos, também com funções recreativas e conservacionistas.
Estudo2 realizado pela Universidade Federal do Acre em todas as praças distribuídas
pelos bairros de Rio Branco identificou que estas representam aproximadamente 250 mil
metros quadrados de área verde, sendo que destas, 60% apresentam boa qualidade de
conservação e manutenção.
Os parques mais importantes da capital são o Horto Florestal, Parque Capitão Ciríaco,
Parque Chico Mendes, Parque Zoobotânico, Parque da Maternidade, Parque do Tucumã, os
quais detém, de acordo com levantamento da UFAC, 2,7 milhões de metros quadrados de
área verde, apresentando também boas condições de conservação. Neste contexto, se
destaca o Parque Zoobotânico, que apresenta a maior área e densidade de indivíduos.
Desta forma, a soma das áreas verdes das praças e parques totalizam mais de 3
milhões de metros quadrados. Em termos percentuais, observa-se que os parques
representam 91,5%, enquanto as praças à apenas 8,5% das áreas verdes públicas
urbanizadas. A figura 18 apresenta a localização das praças e parques da cidade de Rio
Branco.
2
Estudo realizado por: OLIVEIRA, Kamilla Andrade de; JESUS, Ivana Silva de. Espacialização e Quantificação das
Áreas Verdes no Perímetro Urbano do Município de Rio Branco – Acre. In: XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
SENSORIAMENTO REMOTO – SBSR, 30, 2011, INPE. Anais. Curitiba: [S.ed.], 2011. p. 0877.
28
28 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Figura 18. Localização de Praças e Parques de Rio Branco
Fonte: PMRB (2012).
Ao se calcular o Índice de Área Verde – IAV, adotado pela SBAU, sendo composto,
basicamente, pela divisão da área verde pelo número de habitantes. A cidade de Rio Branco,
no que se refere às praças e parques, apresenta o IAV de 9,76 m²/habitante. Em que pese
ser um dos maiores IAV entre as cidades brasileiras, ainda está distante do mínimo
recomendado pela SBAU, a qual considera como ideal a partir de 15 m²/habitante de área
verde.
29
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 29
3.1.3.3 Vias Urbanas
Devido à forma de uso e ocupação do solo que ocorreu na cidade Rio Branco, a
grande maioria de suas ruas são estreitas, possuindo calçadas com menos de 1 metro, não
apresentando condições para implantação de uma adequada arborização.
A malha viária3 de Rio Branco, considerando as rodovias, avenidas, ruas, travessa e
becos é de aproximadamente 1 mil quilômetros, onde aproximadamente 930 quilômetros
são de ruas, travessas e becos; 57 quilômetros de avenidas; e 13 quilômetros referente a
Rodovia Federal BR-364 (Figura 19).
3
Informações obtidas na Prefeitura Municipal de Rio Branco no ano de 2012.
30
30 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
O número de árvores distribuídas ao longo de toda essa malha viária é muito baixo,
sendo que as vias urbanas com arborização adequada são àquelas objeto de intervenções
recentes, estando localizadas, na sua maioria, na parte central da cidade, enquanto os
bairros mais afastados praticamente não apresentam ruas arborizadas.
Estudo4 realizado pela UFAC na cidade de Rio Branco, utilizando a metodologia
estatística que define o quarteirão como unidade amostral, a partir de uma amostra de 65
quarteirões em 22 bairros, identificou a ocorrência de 4,57 árvores por quilômetro de
calçada, sendo considerado muito baixo frente ao mínimo recomendado pela SBAU que é de
100 árvores por quilômetro de calçada. O mesmo estudo aponta, ainda, a utilização de
poucas espécies, cerca de 39 somente, das quais 78, 57% são de espécies exóticas.
Cabe ressaltar que aproximadamente 300 quilômetros da malha viária urbana de Rio
Branco ainda não está pavimentada, prejudicando diretamente ações de arborização nestas
vias. Neste sentido, o Governo do Estado implantou o Programa Ruas do Povo, constituindo-
se no maior Programa de infraestrutura urbana da história do Estado do Acre, contemplando
investimentos em todos os municípios, sendo este, portanto, uma das principais demandas
que surgem para o Programa de Arborização Urbana.
É importante destacar também a incompatibilização da arborização com os
equipamentos de infraestrutura urbana. Isto é consequência, principalmente, da falta de um
plano de arborização urbana para o município, com o respectivo manual técnico,
responsável por institucionalizar as referências técnicas para escolha das espécies por
modalidade de uso, além dos procedimentos e protocolos de manejo e manutenção da
vegetação urbana.
Além disso, a cidade de Rio Branco não dispõe de um sistema efetivo de
monitoramento e avaliação da vegetação urbana, que para obter sucesso, deve estar
associado a programas de qualificação profissional e educação ambiental para a
comunidade.
4
Estudo realizado por: PAIVA, Ary Vieira de. et. al. Inventário e Diagnóstico da Arborização Urbana Viária de Rio
Branco, AC. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba – SP, v.5, n. 1, p. 144-159, 2010.
31
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 31
3.2 Arborização das Cidades do Interior do Estado do Acre
De uma forma geral a arborização das cidades do interior do Estado do Acre seguem
o mesmo padrão observado na capital Rio Branco. Contudo, diferentemente de Rio Branco,
os municípios do interior não dispõem de estudos ou levantamentos mais detalhados sobre
a situação da vegetação constante no seu perímetro urbano, sendo este, portanto, um dos
objetos de investimento do presente Programa.
3.2.1 Instrumentos Disponíveis de Gestão e Planejamento Urbano e Territorial
32
32 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
4. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
33
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 33
5. OBJETIVOS
5.1 Geral
5.2 Específicos
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34 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
6. METAS DO PROGRAMA
35
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 35
7. COMPONENTES DO PROGRAMA
COMPONENTES PROJETOS
Nenhuma cidade acreana possui o seu Plano de Arborização Urbana, sendo este o
ponto de partida para desenvolver esse tipo de Projeto, pois, se mal planejada, as árvores
36
36 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
podem ser a causa de inúmeros problemas para a população, inclusive colocando-a em risco
de vida, além de prejudicar diretamente a infraestrutura urbana.
A luz do exposto, o presente Componente prevê a publicação de Manual Técnico de
Arborização Urbana do Estado do Acre, apoio a elaboração dos Planos Municipais de
Arborização Urbana e os respectivos Projetos de Leis Municipais. Desta forma, as cidades
acreanas estarão devidamente preparadas do ponto de vista técnico e institucional para
iniciar os seus projetos de arborização.
37
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 37
Governo do Estado para elaborarem seus respectivos Projetos de Lei Municipal que
estabelecerá as normas e regulamentos para a arborização da urbana, sendo incorporado,
quando for o caso, ao Plano Diretor do Município.
Esta ação tem por objetivo viabilizar toda a infraestrutura de apoio necessária para
execução dos Projetos de arborização na cidade de Rio Branco. Assim, serão realizados
investimentos para produção de pelo menos 200 mil mudas das espécies recomendadas
para arborização urbana, nas diferentes modalidades previstas no Programa, contratação de
mão de obra especializada e aquisição de veículos, ferramentas e utensílios de apoio às
frentes de plantio.
38
38 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
7.2.2 Áreas Ciliares
O Projeto de restauração florestal das áreas ciliares alteradas e/ou degradadas prevê
investimentos no plantio de mudas e manutenção das margens dos principais cursos d’água
que cortam o perímetro urbano da capital Rio Branco. Neste aspecto, será dada especial
atenção ao Rio Acre e igarapé São Francisco. Portanto, o compromisso do Programa será de
restaurar pelo menos 50% das áreas ciliares alteradas e/ou degradadas da cidade de Rio
Branco.
O Projeto de arborização das vias urbanas é o mais complexo entre as ações previstas
no Programa, pois, serão realizadas intervenções em pelo menos 370 quilômetros de vias
urbanas com plantio de aproximadamente 37 mil mudas, considerando rodovias, avenidas e
ruas da cidade de Rio Branco. O desafio será de promover à arborização adaptada as
condições de infraestrutura urbana encontrada na capital.
39
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 39
7.2.6 Monitoramento e Avaliação
Esta ação tem como finalidade apoiar os órgãos municipais de meio ambiente no
desenvolvimento e implantação de sistemas de monitoramente e avaliação da arborização,
como forma de subsidiar os processos de manejo e manutenção da vegetação urbana,
considerando os procedimentos de remoção, controle fitossanitário, replantio, tutoramento,
poda e transplante.
40
40 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
ser feito com enfoques específicos, capazes de despertar o interesse de diferentes
segmentos da comunidade para participar do planejamento da arborização, plantios
voluntários e/ou comunitários, e também estimular a participação da comunidade na
conservação e manutenção das árvores.
Além disso, o Projeto terá o propósito também de: incentivar pesquisas com espécies
arbóreas visando o melhoramento vegetal quanto à resistência, diminuição da poluição,
controle de pragas e doenças; conscientizar a população da importância da construção de
canteiros em torno de cada árvore, vegetando-os com grama ou forração; conscientizar a
comunidade da importância do plantio de espécies nativas para manutenção do equilíbrio
ecológico, alertando sobre as espécies indesejáveis e locais inadequados para o plantio de
árvores em áreas públicas.
41
Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre 41
8. GOVERNANÇA DO PROGRAMA
42
42 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
9. PROPOSTA DE CRONOGRAMA
O quadro 2, abaixo, apresenta a proposta de como os Componentes e Projetos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
se realizam no tempo, buscando orientar o gerenciamento do tempo das diversas ações e atividades.
TRIMESTRES
COMPONENTES/PROJETOS
1 2 3 4 5 6 7 8
1. Planos, Normas e Regulamentos
2. Arborização Urbana
43
43
10. ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS
VALOR
ITEM COMPONENTES/PROJETOS
(R$ mil)
TOTAL 5.530,70
Tabela 1. Estimativa de Investimentos do Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
44
44 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Governo Federal. Lei nº 12.651, de 25 de Maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24
de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília, 2012. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>, Acesso em:
06 dez 12.
GUZZO, Perci; et al. Cadastro Municipal de Espaços Livres Urbanos de Ribeirão Preto (SP):
Acesso Público, Índices e Base para Novos Instrumentos e Mecanismos de Gestão. Revista da
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2006.
46
46 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
ANEXOS
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Anexo 1. Tabela de Espécies Indicadas para Arborização Urbana
PORTE (2)
NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA ORIGEM (1)
P M G
Araça Psidium cattleianum Myrtaceae E
Astrapéia Dombeya wallichii Sterculiaceae E X
Buganvilea Bouganvillea glabra Nyctaginaceae E X
Chorão Salix babylonica Salicaceae E X
Chuva de ouro Cássia fistula Leguminosae caesalpinoideae E X
Eritrina Erytrina verna Leguminosae papilionoideae E X
Escumilha africana Lagerstroemia speciosa Bombacaceae E X
Flamboyant Delonix regia Leguminosae caesalpinoideae E X
Flamboyant mirim Caesalpinia pucherrima Leguminosae caesalpinoideae E X
Hibisco Hibiscus rosa-sinensis Malvaceae E
Ipê mirim Tecoma stans Bignoniaceae E
Ipê roxo Tabebuia avalanedae Bignoniaceae N X
Ipê amarelo Tabebuia serratifolia Bignoniaceae N X
Jacarandá mimoso Jacarandá mimosifolia Bignoniaceae E X
Magnólia amarela Michaelia champaca Magnoliaceae E X
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PORTE (2)
NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA ORIGEM (1)
P M G
Quaresmeira rosa Tibouchina granulosa var. rosa Melastomataceae E X
Sete-cascas Samaneae inopinata Leguminosae mimosoideae N X
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides Leguminosae caesalpinoideae E X
Tamboril Enterolobium contortisiliquum Leguminosae mimosoideae N X
Tipuana Tipuana tipu Leguminosae caesalpinoideae E X
Unha-de-vaca Bauhinia spp. Leguminosae caesalpinoideae N X
(1) Nativa = N; Exótica = E
(2) Porte: P = Pequeno; M = Médio; G = Grande
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50 Programa de Arborização Urbana do Estado do Acre
Anexo 3. Município de Rio Branco – Área de Preservação Permanente - APP
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Anexo 4. Município de Rio Branco – Áreas Verdes
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Anexo 5. Município de Rio Branco – Vias Urbanas
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ANOTAÇÕES
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