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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JAHU

LUCAS ANTONIO DOS SANTOS

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA MARINA DE


IBITINGA - SP

JAÚ – SP
2018
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JAHU

LUCAS ANTONIO DOS SANTOS

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA MARINA DE


IBITINGA - SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Tecnologia de Jahu, como
parte dos requisitos para colação de grau de
Sistemas Navais, elaborado sob orientação do
Prof. Me. Fernando de Figueiredo.

JAÚ – SP
2018
LUCAS ANTONIO DOS SANTOS

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA MARINA DE


IBITINGA – SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade de Tecnologia de Jahu, como
parte dos requisitos para colação de grau de
Sistemas Navais, elaborado sob orientação do
Prof. Me. Fernando de Figueiredo.

Data: Jaú, 11 de junho de 2018

_______________________________________________________________
Prefº. Me. Fernando de Figueiredo – Orientador

_______________________________________________________________
Prefº. Dr. Antonio Eduardo de Assim Amorim – Banca Examinadora

_______________________________________________________________
Profª. Me. Líria Baptista de Rezende – Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado força para superar todas as dificuldades.


Ao Prof.º Me. Fernando de Figueiredo, pela paciência, orientação,
incentivos e seu grande empenho em me ajudar.
Aos meus pais, minha namorada e familiares, por não medirem esforços
para que eu chegasse até aqui e, também, pelo amor e apoio incondicional.
Às pessoas com quem convivi nestes três anos de curso, pois me
fizeram crescer pessoal e profissionalmente e a todos que, direta ou
indiretamente, fizeram parte da minha formação.
“Um verdadeiro mestre é um eterno aprendiz”
– Master Yi, League of Legends.
RESUMO

As Marinas são uma grande ferramenta do turismo náutico em geral, porém


pouco explorado em território brasileiro. O objetivo deste trabalho é estudar a
viabilidade de uma Marina Náutica em Ibitinga através do método CANVAS e,
deste modo, apresentar toda a estrutura de uma Marina e o quão pode ser
aproveitada para o crescimento naval e com um grande retorno para o
proprietário. Em questão, analisamos a situação de uma área em Ibitinga, onde
a prefeitura da cidade apontou uma possibilidade de uma implantação de
Marina. Analisamos e apresentamos um projeto baseado em pesquisas nas
Marinas da região, somando todos os pontos positivos de cada uma e
acrescentando algumas ideias, para um diferencial. Acompanhado de um
modelo de negócios CANVAS, que é tratado afundo no artigo, apresentando
toda a ideia do projeto em uma visão de simples e fácil entendimento e um
projeto desenvolvido em AutoCAD para uma ideia de projeto com todo
dimensionamento de vagas.

Palavras-chave: Estudo de Viabilidade. Marina. CANVAS.


ABSTRACT

The Marinas are a great tool of nautical tourism in general, but little explored in
Brazilian territory. The objective of this work is to study the feasibility of a
Nautical Marina in Ibitinga through the CANVAS method and, thus, present a
whole structure of a Marina and the power to be used for naval growth and with
great return to the owner. In question, the analysis of a situation in Ibitinga,
where a city prefecture has a possibility of a Navy deployment. We analyze and
present the example based on researches in the Marinas of the region, adding
all the positive points of each one and adding some ideas, for a differential.
Accompaniment of a CANVAS business model, which is an article without
article, with the presentation of the project in a simple and easy vision and a
project developed in AutoCAD for a project idea with all the sizing of vacancies.

Keywords: Feasibility Study. Marina. CANVAS.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Demonstração de cais e pontão.......................................................22


Figura 2 – Exemplo de píer de atracação..........................................................23
Figura 3 – Píer e píer sem finger.......................................................................24
Figura 4 – Marina Grande, na ilha de Capri, Itália.............................................31
Figura 5 – Marina de Porto Cervo, na Sardenha, Itália.....................................32
Figura 6 – Marina de Portofino, em Genova, Itália............................................33
Figura 7 – Segmento de Clientes......................................................................35
Figura 8 – Proposta de Valor.............................................................................35
Figura 9 – Canais...............................................................................................36
Figura 10 – Relacionamento com Clientes........................................................37
Figura 11 – Fontes de Receita...........................................................................38
Figura 12 – Recursos Principais........................................................................39
Figura 13 – Atividades-Chave............................................................................40
Figura 14 – Parcerias Principais........................................................................40
Figura 15 – Estrutura de Custos........................................................................41
Figura 16 – Estrutura do Modelo de Negócios (CANVAS)................................42
Figura 17 – Vista Da Maria Vale do Tietê. (Barra Bonita – SP).........................43
Figura 18 – Modelo de negócios CANVAS da Marina Vale do Tietê.................45
Figura 19 – Vista da Marina Pousada do Sol (Itapuí – SP)...............................46
Figura 20 – Modelo de negócios CANVAS da Marina Pousada do Sol............48
Figura 21 – Vista da Marina Sunset (Pederneiras – SP)...................................49
Figura 22 – Modelo de negócio CANVAS da Marina Sunset............................51
Figura 23 – Localização de Ibitinga no estado..................................................52
Figura 24 – Distância do centro de Ibitinga para o local do estudo...................54
Figura 25 – Visão aérea do local de estudo......................................................55
Figura 26 – Vista da Água.................................................................................55
Figura 27 – Vista do aclive.................................................................................56
Figura 28 – Modelo de Negócios CANVAS do projeto da Marina de Ibitinga....57
Figura 29 – Proposta de Barracão para o projeto de Marina.............................59
Figura 30 – Proposta de Píer/Trapiche para o projeto da Marina......................60
Figura 31 – Projeto do Barracão com zoneamento de vagas............................63
Figura 32 – Projeto do Barracão com exemplos de barcos...............................64
Figura 33 – Tabela CUPE da PINI de edificações.............................................65
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados do Projeto.............................................................................62


Tabela 2 – Número de Vagas Privativas do Projeto..........................................62
Tabela 3 – Cálculo de custo do barracão..........................................................65
Tabela 4 – Cálculo de custo do píer..................................................................66
Tabela 5 – Preços de vagas molhadas nas Marinas da região de Ibitinga.......66
Tabela 6 – Preços médio das Marinas da região de Ibitinga.............................67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aedt Oficinas, pátios, lojas náuticas, escritórios, etc.


Aest Área de Estacionamento
Agar Garage de barcos
Am Área Molhada
Amarin Área total da Marina
Armp Rampa de docagem e barcos em trailers
As Área Seca
Km Quilômetro
Km² Quilômetros quadrados
L Comprimento dos berços de atracação
Np Número de barcos em vagas permanentes
Npa Número de barcos em vagas permanentes na água
Npt Número de barcos em vagas permanentes em terra
Nr Número de barcos sendo reparados
Nra Número de barcos sendo reparados na água
Nrt Número de barcos sendo reparados em terra
Nt Número de barcos em vagas temporárias
Nta Número de barcos em vagas temporárias na água
Ntt Número de barcos em vagas temporárias em terra
m Metros
mm Milímetros
PIANC Permanent International Association of Navigation Congresses
PVC Polyvinyl chloride ou policloreto de vinil
V Volts
ºC Graus Celsius
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................14
2. OBJETIVO GERAL......................................................................................16
3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................17
4. MÉTODOS...................................................................................................18
5. MARINAS.....................................................................................................19
5.1. CONCEITUAÇÃO DE MARINAS...........................................................19
5.2. TIPOS DE MARINAS..............................................................................20
5.2.1. Marinas costeiras....................................................................................20
5.2.2. Marinas recuadas....................................................................................21
5.2.3. Marinas embutidas..................................................................................21
5.2.4. Marinas fechadas....................................................................................21
5.3. COMPONENTES E EQUIPAMENTOS DA ÁREA MOLHADA...............21
5.3.1. Componentes principais..........................................................................21
5.3.2. Equipamentos e serviços........................................................................24
5.4. VAGAS....................................................................................................26
5.4.1. Cálculo de vagas.....................................................................................27
5.4.2. Cálculo na área seca..............................................................................28
5.4.3. Área total da Marina................................................................................28
5.5. NORMAS E LICENCIAMENTOS............................................................29
5.5.1. Normas....................................................................................................29
5.5.2. Licenciamento ambiental........................................................................30
5.6. EXEMPLOS DE MARINA.......................................................................31
6. CANVAS......................................................................................................34
6.1. EXPLANAÇÕES INICIAIS......................................................................34
6.2. DEFINIÇÕES .........................................................................................34
6.3. OS NOVE COMPONENTES...................................................................34
6.3.1. Segmentos de clientes............................................................................34
6.3.2. Proposta de valor....................................................................................35
6.3.3. Canais.....................................................................................................36
6.3.4. Relacionamento com clientes.................................................................36
6.3.5. Fontes da receita....................................................................................37
6.3.6. Recursos principais.................................................................................38
6.3.7. Atividades-chave.....................................................................................39
6.3.8. Parcerias principais.................................................................................40
6.3.9. Estrutura de custos.................................................................................41
6.4. ESTRUTURA DO CANVAS....................................................................42
7. ANALISE DE OFERTA REGIONAL............................................................43
7.1. MARINA VALE DO TIETÊ......................................................................43
7.1.1. A Marina..................................................................................................43
7.1.2. Resultados da pesquisa..........................................................................44
7.2. MARINA POUSADA DO SOL.................................................................46
7.2.1. A Marina..................................................................................................46
7.2.2. Resultados da pesquisa..........................................................................47
7.3. MARINA SUNSET...................................................................................49
7.3.1. A Marina..................................................................................................49
7.3.2. Resultados da pesquisa..........................................................................50
8. ESTUDO DE MARINA PARA IBITINGA.....................................................52
8.1. A CIDADE DE IBITINGA.........................................................................52
8.1.1. Localização.............................................................................................52
8.1.2. Clima.......................................................................................................53
8.1.3. Índice pluviométrico................................................................................53
8.2. PROJETO...............................................................................................53
8.2.1. Caracterização do projeto ......................................................................53
8.2.2. CANVAS da Marina de Ibitinga...............................................................56
8.2.3. Características do projeto.......................................................................58
8.2.4. Cálculo de vagas.....................................................................................60
8.2.5. Vagas na área seca................................................................................61
8.2.6. Zoneamento das vagas e área de manobra...........................................63
8.2.7. Investimento inicial..................................................................................64
8.2.8. Aluguel de vagas.....................................................................................66
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................69
14

1 INTRODUÇÃO

O Objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade de uma Marina Náutica


em Ibitinga através do método CANVAS. A área naval, é, ainda nos dias de
hoje, pouco explorada com o sentido de turismo, principalmente no Brasil, lar
da maior bacia hidrográfica do mundo. As Marinas são ótimos exemplos de
turismo náutico mal explorado no país, pois são encontradas em pouca escala,
e também, não tão desenvolvidas, se comparadas com outros países. O
“Turismo Náutico caracteriza-se pela utilização de embarcações náuticas com
a finalidade da movimentação turística” (BRASIL, 2006). A função básica de
uma Marina, é abrigar, atracar e amarrar embarcações, fazer devidas
manutenções e encalhar e desencalhar as mesmas, porém a importância delas
vai muito além disso no turismo náutico.
Uma Marina bem desenvolvida e trabalhada pode ser uma referência a
clientes até mesmo que não tenham embarcações, e que talvez até incentive-
os a adquirir suas próprias embarcações, assim aumentando cada vez mais a
navegação turística de determinada área.
Com este pensamento, a Prefeitura de Ibitinga foi a procura da FATEC-
JAHU com uma ideia de implantação de uma Marina em um espaço
conquistado por ela. Nesse espaço, haverá vários outros atrativos, porém com
uma área especial designada para esse projeto de Marina.
Ibitinga é conhecida hoje por ser uma cidade turística, muito por conta
dos seus famosos bordados, e por ser até mesmo conhecida por “Capital
Nacional dos Bordados”. E, além disso, é uma cidade com uma grande
quantidade de ranchos em seus arredores, e consequentemente com uma forte
tendência a ter uma grande quantidade de proprietários de embarcações nas
redondezas.
A partir da ideia, este trabalho apresenta um estudo sob um projeto com
base em outras Marinas da região e em conhecimentos adquiridos,
apresentando com ajuda de recursos como o quadro CANVAS, uma verificação
15

da viabilidade dessa implantação, para uma análise e um fácil entendimento,


se vale a pena ou não ir a diante com o projeto.
16

2 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é estudar a viabilidade de uma Marina Náutica


em Ibitinga através do método CANVAS.
17

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Pesquisar em fontes bibliográficas temas como Marinas, tipos de vagas,


tipos de Marinas, infraestruturas, normas.
 Descrever e analisar o método CANVAS.
 Analisar a oferta Regional de Marinas nos reservatórios de Bariri e Ibitinga
traves do método CANVAS.
 Apresentar o contexto e área de implantação do projeto de Marina para
Ibitinga.
 Propor um projeto de Marina para Ibitinga.
18

4 MÉTODOS

São poucos os livros específicos encontrados hoje sobre Marinas


Náuticas, porém as duas fontes bibliográficas essenciais para o estudo foram
os livros, Resorts: administração e operação (2003) e o Manual para
implantação de marina do IPT (1997), sendo este segundo livro fundamental
para o desenvolvimento deste estudo.
O método CANVAS foi apresentado inicialmente pelo Prof. Roberto
Augusto dos Santos, como uma ideia inovadora para o estudo, e aprofundado
posteriormente com o livro Business Model Generation (2010), onde os
criadores do método detalham todos os processos para desenvolver um quadro
CANVAS com maestria e mostram o quanto é simples, dinâmica e funcional a
ferramenta.
A oferta regional foi analisada com uma visita presencial em cada
Marina, sendo elas a Marina Vale do Tietê, localizada na cidade de Barra
Bonita, a Marina Pousada do Sol, localizada na cidade de Itapuí, e a Marina
Sunset, localizada na cidade de Pederneiras. Com algumas perguntas pré-
estabelecidas, foi coletado o máximo de informações para aplicar no projeto.
A área de implantação foi apontada pela própria prefeitura de Ibitinga,
como possível área de investimento com uma ideia de projetar uma Marina. A
partir daí começaram os estudos, e efetuamos uma visita ao local para um
reconhecimento da área e melhor visualização do que podia ser feito no
estudo.
O projeto foi proposto com o intuito de ser um diferencial dentre as
outras Marinas visitadas, extraindo apenas os pontos positivos de cada uma.
Com a utilização do modelo CANVAS de negócio, pode-se facilmente visualizar
as grandes vantagens do projeto e o máximo que se pode entregar dentro das
limitações da área. Foi proposto também um projeto desenvolvido em
AutoCAD, com um dimensionamento de vagas e uma projeção de tamanho e
metragem do barracão e do trapiche da Marina.
19

5 MARINAS
5.1 CONCEITUAÇÃO DE MARINAS

Segundo o Manual de Implantação de Marinas (1997, p.1), em 1928, a


palavra Marina, de origem italiana do qual o significado refere-se à orla
litorânea, foi adotada pela Associação Americana de Fabricantes de Barcos e
Equipamentos Náuticos, para designar o novo conceito de apoio portuário as
embarcações de recreio.
Basicamente, as Marinas têm por função o abrigo, atracação e
amarração das embarcações, embarque e desembarque de passageiros,
fornecimento de água e energia, remoção de esgotos e rejeitos, rampa e pátio
de docagem, reparos e serviços de manutenção, e comodidades aos usuários,
tais como vestiários, espaços para recepção e descanso, conveniências de
lazer e recreação, entreposto de provisões e suprimentos náuticos, sistema de
comunicações, estacionamento de veículos, etc.
Em sua estrutura funcional, destacam-se duas áreas quanto a natureza
de operações:
 Área Molhada: onde instalações operacionais na água, consistindo de
dispositivos para atracação e amarração de barcos, comodidades de
embarque e desembarque, tomadas de água e energia, remoção de
esgotos e rejeitos, prevenção contra incêndios, rampas de lançamento e
içamento de barcos e abastecimento de combustíveis. É a área
operacional onde se presta a essência dos serviços da Marina, ou seja,
funções primárias de oferecer abrigo e prover meios para atracar,
amarrar e desembarcar com segurança. Portanto, a Área Molhada é a
principal área de uma Marina, onde estão os equipamentos essenciais e
serviços da mesma.
 Área Seca: também chamada de retro porto ou retro terra, é área em
terra que confronta com a Área Molhada, aplainada acima da cota de
inundação para permitir implantação de pátios de movimentação de
estocagem de barcos e estacionamentos, bem como receber instalações
20

e edificações de apoio operacional. É, basicamente, a retaguarda que


sustenta a área molhada da Marina, como parte inseparável de um
binômio integrado de serviços.

5.2 TIPOS DE MARINAS

Segundo Robert Christie Mill (2009) para cada região, deve-se verificar o
tipo de Marina adequada, de acordo com a profundidade do local, perfil do rio
ou lago escolhido (águas agitadas ou calmas), demanda prevista, e entre
outros fatores que levam para a escolha da Marina ideal.
Independentemente do tipo de Marina, a quantidade de área de terra
requerida deve ser igual à área aquática. Na água, 77% da área pode ser
utilizada para atracação, enquanto os restantes 23% são necessários para
espaço livre. O estacionamento pode ocupar de 22 a 40% do território terrestre.
O restante poderá ser utilizado para outros propósitos, como o comércio e o
entretenimento de clientes.
As proporções de barcos em relação a carros e de pessoas são
exclusivas de cada Marina e serão determinadas caso a caso, dependendo do
número de barcos, carros e pessoas a acomodar. Geralmente, é planejado de
um e meio a dois espaços de estacionamento por barco atracado.
Os quatros tipos básicos de Marinas são: costeiras (offshore), recuadas
(recessed), embutidas (built-in) e fechadas (land-locked).

5.2.1 Marinas costeiras

São as Marinas que requerem menos investimento inicial, pois pedem o


mínimo de paredes de anteparos e dragagem. Muitas Marinas desse tipo
necessitam de quebra-mares dispendiosos, cujos custos, em águas profundas,
podem neutralizar a economia feita em outras áreas. O grande ponto fraco
delas é sua vulnerabilidade ao tempo e às correntes e, sobre rios e estuários,
oferecem perigo à navegação.
21

5.2.2 Marinas recuadas

A Marina recuada, pode ser uma opção econômica quando o fundo do


mar impossibilita a Marina costeira. A dragagem retira a terra do traçado
original da costa e a deposita na margem, para levantar a base até um nível
apropriado. Porém, o ponto negativo da Marina recuada, é o perigo que ela
oferece para as embarcações que por ali passam.

5.2.3 Marinas embutidas

As Marinas embutidas oferecem as vantagens de não interromper a


linha costeira, uma grande interface das águas com a parte terrena e um
considerável fechamento. Consequentemente, oferecem segurança e permitem
muitos atracadouros. Porém, requerem uma grande extensão de terreno, uma
longa parede de anteparo e uma considerável dragagem.

5.2.4 Marinas fechadas

As Marinas fechadas têm os custos mais elevados, contudo, são as que


oferecem mais segurança. Elas apresentam fechamento máximo e mínima
interrupção da linha costeira, porém muitos anteparos e dragagens. Este é o
tipo de Marina onde se encontra mais espaço para atracadouros.

5.3 COMPONENTES E EQUIPAMENTOS DA ÁREA MOLHADA


5.3.1 Componentes principais

Segundo Manual de Implantação de Marinas (1997, p.73), na área


molhada localiza-se estruturas de acesso ás embarcações denominadas
atracadouros, onde as mesmas são adotadas de berços de acostamento que
as embarcações são amarradas para desembarque.
22

As embarcações são amarradas em locais chamados de


ancoradouros ou fundeadouros, que se localizam dentro d’água onde as
embarcações ficam estacionadas, fundeadas com âncoras e poitas, na posição
de eventual espera para atracar.
Píeres e Trapiches são estruturas perpendiculares à margem, que
adentram o corpo d’água para alcançar a profundidade compatível com o
calado das embarcações.

Figura 1: Demonstração de cais e pontão.

Fonte: Manual de implantação de Marinas - IPT, 1997, p.74.


23

A diferença entre Trapiche e Píer está, basicamente, no porte e


complexidade da estrutura, sendo que o primeiro é rustico e de pequeno porte.
Já o píer é de melhor estrutura, com um porte maior, e que pode ser fixa
quando a profundidade for compatível e variar pouco durante o ano; ou
flutuante quando a variação de profundidade for significativa.
Os Píeres podem dar origem a Fingers ao longo sua extensão, que por
sua vez são derivações laterais em ângulo reto que, além de delimitar vagas,
facilitam a amarração, embarque e desembarque.
Além das funções operacionais, Píeres e Fingers estabelecem vagas
para acomodação de embarcações chamadas de vagas molhadas, onde o
número de vagas constitui um dos principais indicativos do porte e padrão de
serviços de uma Marina.

Figura 2: Exemplo de píer de atracação.

Fonte: Manual de implantação de Marinas - IPT, 1997, p.75.


24

Figura 3: Píer e píer sem finger.

Fonte: Manual de implantação de Marinas - IPT, 1997. p. 74.

5.3.2 Equipamentos e serviços

Na Área Molhada, devem estar disponíveis nos Píeres e Fingers, os


seguintes equipamentos e serviços:
 Suprimento de água: um sistema de distribuição de água normalmente
faz uso de tubos de PVC de 20mm a 40mm de diâmetro, dependendo
da pressão da rede principal.
 Recolhimento de rejeitos e resíduos sólidos (lixo): Devem ser colocados
nos píeres, em intervalos regulares, sacos de lixo (de plástico ou papel
25

resistente), lixeiras incorporadas ao deck, contentores especiais no local


de acesso ao píer, e também ser promovido meios para recolhimento de
óleos residuais.
 Esgotamento de tanques sépticos (esgotos): o atracadouro pode ser
dotado de sistema de bombas de sucção para remoção de esgotos.
Pode ter dois ou mais pontos de conexão com bombas adjacentes e, se
necessário, tanques intermediários. Pode ser também necessária a
disposição de esgotos com tratamento químico.
 Iluminação: deve ser prevista sempre como medida de segurança,
dotando de fluorescentes embutidos em módulos de serviço. A utilização
de refletores em um pequeno número de postes e de razoável altura,
pode ser uma boa solução.
 Eletricidade: Está se tornando padrão internacional a voltagem de 230
volts com 50/60 ciclos em Marinas, embora no Brasil o padrão seja 110V
e 220V. E para a disposição de medidores, colocá-los em uma
edificação em terra, está sendo a melhor solução do ponto de vista de
manutenção, uma vez que ficam mantidos longe da umidade. As caixas
de abrigo de tomadas nos píeres devem ser à prova de impéries. Os
cabos em píeres necessitam ser flexíveis e possuir boa proteção
anticorrosiva. O sistema de interruptores deve funcionar por setor de
atracação para desligamento rápido em caso de incêndio.
 Equipamentos de salvatagem: são necessários aparatos de salva-vidas
nos flutuantes e de hidrantes para incêndio no cais. Os aparatos de
salva-vidas devem incluir coletes, extintores de incêndio e escadas de
segurança para retirada de pessoas da água.
 Equipamentos de combate a incêndio: devem ser localizados em pontos
estratégicos de cada píer, que consistem de caixas pintadas de
vermelho com lacres de emergência contendo mangueira de incêndio de
pequeno diâmetro com comprimento suficiente para alcançar distância
de 6 metros e 2 extintores de pó de 5kg. O local deve estar devidamente
26

iluminado durante a noite e com instruções claras e objetivas de uso e


procedimentos em caso de incêndio.
 Telefones: deve ser instalado cabines telefônicas ao longo do cais para
uso coletivo, pois apesar de nos dias atuais, a telefonia celular ser um
meio mais prático para comunicação individual, ao menos 5% de
arrendatários de vagas de atracação se interessam em telefone no local
da Marina.
 Acessos: para acesso píer-terra, ou ligação entre a área molhada e área
seca, utilizam-se rampas articuladas e não escadas fixas ou removíveis.
Escadas são passiveis de escorregamento e dificultam acesso de
equipamentos e provisões nas lanchas. O comprimento da rampa, varia
com o nível d’água, e a inclinação recomendada é não superior a 20%
mas é tolerável até 30%, onde a largura não pode ser menor que 1,00m.
Pode ter ripamento antiderrapante no sentido transversal se a rampa
apresentar inclinação maior que 20%.

5.4 VAGAS

Existem 3 conceitos de vagas, tanto para molhadas como para secas,


são elas:
 Vagas Permanentes: vagas adquiridas pelos usuários ou locadas
aos mesmos, com permanência fixa;
 Vagas Temporárias: ocupadas por embarcações em trânsito, com
permanência temporária;
 Vagas para reparo: vagas para barcos em reparos, atracados ou
docados.
A partir desses conceitos, o livro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT), Manual de Implantação de Marinas na Hidrovia Tietê-Paraná
(SHINKAWA, 1997), apresenta algumas formulas para através das mesmas,
calcular quantas vagas devem ser implantadas em uma Marina em
desenvolvimento.
27

5.4.1 Cálculo de vagas

Segundo, Manual de Implantação de Marinas na Hidrovia Tietê-Paraná


(SHINKAWA, 1997, p.112), os cálculos para o número de vagas são:
 Número de barcos em vagas permanentes (Np): 2/3 na água e
1/3 em terra (Np=Npa + Npt, sendo Npa = 2/3Np e Npt=1/3 Np);
 Número de barcos em vagas temporárias (Nt): 1/3 do número
total de vagas permanentes, sendo metade em terra e metade na
água (Nt=1/3Np=Ntt+Nta, sendo Ntt=Nta=1/2 Nt)
 Número de barcos sendo reparados (Nr) corresponde a 1/10 de
vagas permanentes sendo 1/5 na água e 4/5 em terra.
(Nr=1/10Np=Nra+Nrt=1/5Nr+4/5Nr);
 Área molhada (Am). A ocupação média da superfície d’água é
estimada em 130m² por barco para atracadouros recebendo iates
de grande porte, sendo suficiente 80m² por iate para pequenos
atracadouros. Para 130m², barco tem-se: Am = 130(Npa + Nta +
Nra) = 110Np, portanto a superfície total da área molhada
corresponde a 110 vezes o número de vagas permanentes
(Am=110Np);
 Comprimento dos berços de atracação (L). Tomando como base
composição usual de frota, em média o barco requer berço de
atracação de 4m quando é atracado perpendicularmente ou 10m
quando está em reparos ao longo do cais. Decorrem daí os
seguintes comprimentos de berços:
4mxNpa=8/3Np (para iates permanentes atracados);
4mxNta=2/3Np (para iates em permanência curta);
10mxNra=1/5Np (para iates em reparo)
O comprimento total L (expresso em metros) é a soma dos
comprimentos de berços dos iates em vagas permanentes, em
permanência temporária e em reparos.
L=8/3Np+2/3Np+1/5Np=3,5Np, portanto, L=3,5Np.
28

5.4.2 Cálculo da área seca

Ainda segundo o Manual de Implantação de Marinas na Hidrovia Tietê-


Paraná (SHINKAWA, 1997, p.113), os cálculos para as áreas dos principais
componentes da área seca em m² são:
 Estacionamentos (Aest): 16 vezes o número de barcos em vagas
permanentes.
Aest = 16Np
 Rampa de docagem e barcos em trailers (Armp): 10 vezes o
número de barcos em vagas permanentes.
Armp = 10Np
 Garage de barcos (Agar): 20 vezes o número de barcos em vagas
permanentes.
Agar = 20Np
 Oficinas, pátios, lojas náuticas, escritórios, etc. (Aedt): 14 vezes o
número de barcos em vagas permanentes.
Aedt = 14Np
 A soma dessas áreas fornece Área seca (As):
As=Aest+Armp+Agar+Aedt=60Np, portanto As=60Np.

5.4.3 Área total da Marina

Conhecendo as áreas secas e molhada, o Manual de Implantação de


Marinas na Hidrovia Tietê-Paraná (SHINKAWA, 1997), oferece também a
formula da área total da Marina (Amarin), onde:
Amarin = As+Am=60Np+110Np=170Np

Portanto, estabelecendo inicialmente o número de vagas permanentes, o


número de vagas permanentes pode-se chegar a previsão global de ocupação
da Marina:
Amarin = 170Np = 120C
29

Vale lembrar que os dados retirados no Manual de Implantação de


Marinas na Hidrovia Tietê-Paraná (SHINKAWA, 1997), tem base nos critérios
do PIANC (Permanent International Association of Navigation Congresses),
onde estima-se áreas, a partir de valores médios, visando orientar estudos
preliminares de implantação da Marina. Pressupõe posterior levantamento
minucioso e exato das áreas, levando em conta principalmente realidades
locais em termos de configuração do terreno e perfis de embarcações a serem
atendidos.

5.5 NORMAS E LICENCIAMENTOS


5.5.1 Normas
Não a muitas normas relacionadas a Marina, mas podemos citar uma
encontrada na NORMAM 11/DPC, no capitulo 2 item 203, que fala sobre
“OBRAS DE PEQUENO PORTE DE CAIS, PÍERES, MOLHES, TRAPICHES,
PARA CLUBES, CONDOMÍNIOS, MARINAS E TERMINAIS PESQUEIROS E
SIMILARES”, onde neste item são apontados os documentos e requerimentos
obrigatórios que devem estar em mãos de quem está realizando este tipo de
obra, e que devem ser informados a CP/DL/AG (Capitania/Delegacia/Agência)
a data de início e termino da obra.
Segundo a NORMAM 11/DPC, os documentos necessários para
liberação da obra são os seguintes:
a) Requerimento ao Capitão dos Portos, Delegado ou Agente
b) Planta de localização em papel;
c) Planta de situação em papel e, se possível, em formato digital compatível
com os sistemas CAD (DXF, DWG, etc.);
d) Memorial descritivo da obra pretendida;
e) Documentação fotográfica com, ao menos, duas fotografias do local da obra,
que permita uma visão clara das condições locais. A critério das CP/DL/AG de
origem do processo ou quando julgado adequado por uma das OM envolvidas
no processo de análise, durante a vistoria da obra ou mesmo depois, outras
fotografias poderão ser solicitadas com a mesma finalidade;
30

f) ART dos Engenheiros responsáveis pela obra que o interessado pretenda


realizar; e
g) GRU com o devido comprovante de pagamento (cópia simples).

5.5.2 Licenciamento ambiental

No Manual de Implantação de Marinas na Hidrovia Tietê-Paraná


(SHINKAWA, 1997), existem diversos documentos normativos com relação
ambientalista, vale mencionar:
 Constituição Federal e Constituição Estadual;
 Código Florestal (Lei 4771);
 Lei 7661/88 – que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro;
 Portomarinst 997/76 (controle de poluição);
 Decreto Estadual 8468/76;
 Resolução CONAMA 001/86.
Porém, dentre esses, existe uma resolução feito pela Secretaria do Meio
Ambiente, denominada de SMA 4, de 18/01/2002, onde rege principalmente
estruturas localizadas nas margens e nas águas interiores e de mar aberto,
destinadas ao acesso de pessoas e coisas às embarcações de esporte e
recreio e ao acesso destas e daquelas às mesmas águas, ou seja, as Marinas.
Dentro desta resolução, são apresentados os métodos de
cadastramento e licenciamento ambiental, necessários para estar com a
Marina regularizada. Onde nesta análise, a resolução divide as Marinas em
seus respectivos portes, e com isso, aplicando a regularização correspondente
com a sua estrutura. São elas:
 Estruturas miúdas.
 Estruturas pequenas.
 Estruturas médias.
 Estruturas grandes.
31

Onde após detectado em qual perfil a sua Marina se encaixa, deve-se


seguir uma série de documentações necessárias para a regularização e o
licenciamento da mesma.

5.6 EXEMPLOS DE MARINA

A seguir, algumas das melhores e mais bonitas Marinas, implantadas ao


redor do mundo, onde podem ser utilizadas como exemplo:

 Marina Grande, na ilha de Capri, na Itália:

Ela possui 300 posições para se ancorar e nela podem ser ancorados iates
de até 60m de comprimento. São disponibilizados os vários serviços
necessários para o reabastecimento e reparo dos barcos e a Marina
comumente está repleta, especialmente nos meses de pico do verão. Em Capri
existem duas bacias, uma para navios comerciais e outra para embarcações de
recreação.
Figura 4: Marina Grande, na ilha de Capri, na Itália.

Fonte: Capri.com. Disponível em <http://www.capri.com/pt/s/marina-grande-porto>


32

 Marina de Porto Cervo, na Sardenha, Itália:

No local vivem poucas pessoas, menos de 250 habitantes permanentes,


mas a Marina tem a capacidade para que sejam feitos reparos até nos maiores
e mais luxuosos iates, sendo uma das melhores equipadas no mar
Mediterrâneo. Nela existem cerca de 700 berths (“berços”) para embarcações
pequenas.
Figura 5: Marina de Porto Cervo, na Sardenha, Itália.

Fonte: World Wide Marina Sales. Disponível em


<http://www.worldwidemarinasales.com/en/berths-and-moorings/marina-porto-cervo-
18%20mx5m-420.html>

 Marina de Portofino, em Genova, Itália:

Existem 16 ancoradouros que podem acomodar embarcações de


tamanho médio. É importante destacar o bom aeroporto que existe em Genova
e que está bem próximo da Marina, o que facilita a locomoção de turistas.
33

Figura 6: Marina de Portofino, em Genova, Itália.

Fonte: Marina di Porto fino. Disponível em <http://www.marinadiportofino.com/en/>


34

6 CANVAS
6.1 EXPLANAÇÕES INICIAIS

O método utilizado neste estudo é o modelo de negócios conhecido


como CANVAS. Este método inovador vem ganhando espaço no mundo dos
negócios por conta de sua praticidade, e ao mesmo tempo, eficiência em
apresentar como toda a empresa funciona, podendo assim apontar facilmente
onde estão ocorrendo falhas no processo e corrigi-los, ou até mesmo para criar
uma ideia de empresa e diminuir os riscos da mesma acabar sendo um
fracasso.

6.2 DEFINIÇÕES

Assim como Osterwalder e Pigneur (2011, p.21) dizem, um modelo de


negócios descreve basicamente, a lógica de criação, entrega e captura de valor
de uma empresa qualquer, sendo ela estudada ou em processo de criação.
O modelo de negócios ou CANVAS, é dividido em nove componentes
básicos, que apresentam a lógica de como a empresa irá gerar valor. Estes
nove componentes englobam todas as quatro principais áreas da empresa:
clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade financeira.

6.3 OS NOVE COMPONENTES


6.3.1 Segmentos de clientes

Conforme os estudiosos do livro Business Model Generation (2011,


p.27), o componente Segmentos de Clientes apresenta o grupo de pessoas ou
organizações que a empresa deseja atrair com a sua oferta.
A empresa deve tomar uma decisão de quais segmentos servir e quais
ignorar. Após tomada a decisão, com o modelo de negócios pode ser melhor
projetado e visualizado pelo empreendedor para melhor compreensão das
necessidades de clientes específicos.
35

Figura 7: Segmentos de clientes.

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.2 Proposta de valor

Seguindo as ideias de Osterwalder e Pigneur (2011, p.29), o


componente Proposta de Valor apresenta os produtos e serviços que criam
valor para o segmento de clientes selecionado.
A Proposta de Valor, basicamente, é o motivo pelo qual o cliente escolhe
uma empresa ou outra. Cada Proposta de Valor deve suprir alguma
necessidade ou exigência dos segmentos de clientes escolhidos, com isso, a
Proposta de Valor nada mais é que um conjunto de benefícios que a empresa
oferece aos seus clientes.

Figura 8: Proposta de Valor

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.
36

6.3.3 Canais

Conforme Osterwalder e Pigneur (2011, p.37), o componente Canais


mostra como a empresa irá fazer com que sua proposta de valor chegue até
seu segmento de clientes.
Os canais são o ponto de contato com os clientes, com isso assumem
um importante papel na experiência geral.

Figura 9: Canais

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.4 Relacionamento com clientes

Segundo Osterwalder e Pigneur (2011, p.35), o componente


Relacionamento com Clientes descreve os tipos de relação com os Segmentos
de Clientes que a empresa irá adotar. As relações podem variar desde
pessoais até automatizadas.
37

Figura 10: Relacionamento com Clientes

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.5 Fontes da receita

O componente Fontes de Receita representa toda a fonte de lucro da


empresa, assim, Osterwalder e Pigneur afirmam:

“Se o cliente é o coração de um Modelo de Negócios, o


componente Fontes de Receita é a rede de artérias. Uma
empresa deve se perguntar: que valor cada Segmento de
Clientes está realmente disposto a pagar? Responder com
sucesso a essa pergunta permite que a firma gere uma ou mais
Fontes de Receita para cada segmento. ” Osterwalder e Pigneur
(2011, p.37).
38

Figura 11: Fontes de Receita

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.6 Recursos Principais

O componente Recursos Principais, assim como Osterwalder e Pigneur


(2011, p.41) dizem, é o componente que descreve os recursos necessários
para fazer o modelo de negócios funcionar.
Neste componente é necessário que o Modelo apresente todos os
recursos que ajudem a criar e oferecer a sua proposta de valor, manter o
relacionamento com seus clientes e assim obter receita.
39

Figura 12: Recursos Principais

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.7 Atividades-chave

Assim como o componente anterior, o componente Atividades-Chave


deve apresentar todas as atividades necessárias para o modelo de negócios
funcionar.
São as ações mais importantes que a empresa deve executar para obter
sucesso no processo.
40

Figura 13: Atividades-Chave

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

6.3.8 Parcerias principais

Este componente deve apresentar todos os fornecedores e empresas


parceiras que ajudam o modelo de negócios funcionar.
Formar alianças com parceiros é muito importante para o negócio, pois
fortalece a empresa, diminui os riscos e ajuda a adquirir mais recursos.

Figura 14: Parcerias Principais

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.
41

6.3.9 Estrutura de custos

Neste último componente, descreve-se todos os custos envolvidos na


operação do Modelo de Negócios.
Criar e oferecer valores, manter o Relacionamento com clientes e outros
fatores geram custos. Estes custos podem ser calculados com certa facilidade
após definido todos os outros componentes, principalmente os recursos e
parceiros principais, e as atividades-chave.

Figura 15: Estrutura de Custos

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.
42

6.4 ESTRUTURA DO CANVAS

Figura 16: Estrutura do Modelo de Negócios (CANVAS)

Fonte: Osterwalder, Alexander; Pigneuer, Yves. Business model generation. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2011. 300p.

Com esta estrutura do Modelo de Negócios, demonstrado na figura 16, a


intenção do autor é que o mesmo seja impresso em uma grande superfície e
rascunhado por várias pessoas, enquanto debatem sobre as ideias, com
anotações em adesivos ou marcadores. É indicado o uso dos adesivos, pois é
o jeito mais fácil e dinâmico de alterar ou incluir informações no modelo de
negócios.
A ideia do autor com esta estrutura é que o lado direito do CANVAS é
todo voltado para o valor da empresa, ou o que ela oferece, e o lado esquerdo
é voltado para a eficiência com que o valor será aplicado.
43

7 ANALISE DE OFERTA REGIONAL

Esta seção apresentará os resultados da pesquisa de campo feita nas


Marinas da região de Ibitinga, cidade do interior do estado de São Paulo,
apresentando um pouco de suas características e localidade, e também, toda a
estrutura em forma de modelo de negócios.

7.1 MARINA VALE DO TIETÊ


7.1.1 A Marina

A Marina Vale do Tietê, ou antiga Marina da Barra, é localizada as


margens do rio Tietê na cidade de Barra Bonita, interior do estado de São
Paulo, uma cidade com 150,18 km² que apesar de sua pequena população
(aproximadamente 35.246 habitantes) em 2014, foi considerada uma das 10
melhores cidades para se viver no estado de São Paulo, onde tem como
principal atividade turística o passeio de barco pelo Rio Tietê, atividade essa
que facilita a popularidade da navegação na cidade e região, por
consequência, favorecendo a popularidade da única Marina da cidade.
A Marina Vale do Tietê tem um total de 80 vagas para embarcações,
sendo elas 8 vagas molhadas e 72 vagas secas. A mesma oferece além das
vagas disponíveis, serviços de lavagem, encalhe e desencalhe e aluguel de
embarcações.
Figura 17: Visão Da Maria Vale do Tietê. (Barra Bonita – SP).

Fonte: Google Maps. Disponível em <www.maps.google.com>


44

7.1.2 Resultados da pesquisa

Em visita a Marina Vale do Tietê, foi efetuado uma pesquisa com um


funcionário do local, com o intuito de coletar informações para introduzi-las a
um modelo de negócios para uma melhor visualização da empresa como um
todo.
Segundo a Marina Vale do Tietê, os perfis de clientes são compostos de
sua maioria empresários. Seus principais serviços são encalhe e desencalhe,
pernoite avulsa e mensal, aluguel das embarcações, lavagem. A Marina utiliza
como meio de comunicação, para se chegar ao cliente o Facebook, quando
esses clientes a procuram, são atendidos diretamente pelo pessoal da parte
administrativa. As maiores fontes de renda, segundo o entrevistado, são por
meio do aluguel mensal ou contrato de 12 meses de vagas molhadas e secas,
e aluguel de embarcações.
Dentro dos processos da Marina, vários recursos são utilizados e muitas
atividades são executadas, dentre eles podemos destacar alguns como, na
parte dos recursos, o uso do trator, dos produtos de limpeza e das ferramentas
de manutenção. Já na parte das atividades, podemos destacar o encalhe e
desencalhe de embarcações e a limpeza.
Quando falado sobre fornecedores, foi citada pelo entrevistado, alguns
parceiros chave para o negócio como o posto de combustível da cidade e os
vendedores locais de produtos de limpeza.
Com isso, foi definido também, que os principais custos em toda a
operação da Marina estão entre o gasto com produtos de limpeza, água,
energia, seguro e a licitação do local.
45

Para melhor visualização das informações coletadas em pesquisa, segue abaixo o modelo de negócios CANVAS da Marina:
Figura 18: Modelo de negócios CANVAS da Marina Vale do Tietê.

Fonte: Autoria própria.


46

7.2 MARINA POUSADA DO SOL


7.2.1 A Marina

Localizada na cidade de Itapuí, interior do estado de São Paulo, essa


que por sua vez, conhecida por ser a “Capital do Frango”, possui uma área
entorno de 140,8 km² com uma população de 12.181 habitantes. Por ficar as
margens do Rio Tietê, a cidade se torna um atrativo para proprietários de
embarcações, tornando-se assim uma ótima cidade para investimentos
náuticos, como uma Marina.
Atualmente, a Marina Pousada do Sol dispõe de um total de 82 vagas,
sendo elas 8 vagas molhadas e 74 vagas secas. Ela conta, com além das
vagas, com um diferencial de ter um bar e restaurante também em seu espaço,
fazer manutenção nas embarcações, alugar lanchas e jet-skis para passeio,
tornando-se assim um atrativo maior para um passeio em família ou com
amigos, ponto esse importante no tempo em que a navegação estiver em
baixa, usando esses diferenciais para atrair diferentes públicos e manter o
negócio.
Figura 19: Vista da Marina Pousada do Sol (Itapuí – SP).

Fonte: Google Maps. Disponível em <www.maps.google.com>


47

7.2.2 Resultados da pesquisa

Em visita a Marina Pousada do Sol foi efetuado a mesma pesquisa com


um funcionário, assim como foi feito na Marina Vale do Tietê.
Em pesquisa com o entrevistado da Marina Pousada do Sol, foi coletado
algumas informações como o perfil de clientes, onde no caso são proprietários
de embarcações e família a passeio. No local são oferecidos diversos serviços,
como a lavagem de embarcações, vagas secas e molhadas, um bar e
restaurante, seguro, aluguel de lanchas e jet-skis, rampagem e pernoite.
Como meio de divulgação de seus serviços, a Marina faz uso de redes
sociais e panfletagem na cidade, principalmente quando ocorre eventos no
espaço da mesma. E para atender os clientes que procuram os seus serviços,
o atendimento é feito pelos funcionários disponíveis pessoalmente, ou via
redes sociais no caso de uma procura online.
Lavagem, aluguel de vagas, pernoite, aluguel de lanchas e jet-skis, bar e
restaurante, aluguel de churrasqueiras e eventos realizados no espaço, são as
suas principais fontes de receita, assim como produtos de limpeza, ferramentas
de manutenção e equipamentos para rampagem são os principais recursos
utilizados nos processos e limpeza, rampagem, apoio aos clientes, manutenção
das embarcações são as principais atividades realizadas na operação de toda
Marina.
Sobre fornecedores, a Marina conta com alguns principais parceiros
neste quesito como o fornecedor dos produtos de limpeza, o posto de
combustível da cidade, o fornecedor de peças e o fornecedor de alimentos e
bebidas para o bar e restaurante.
Concluindo, com os principais custos de toda a operação da Marina,
onde são eles, as contas de água e energia, compras de peças, produtos de
limpeza, seguro e combustível.
48

Assim como foi feito para a Marina anterior, abaixo está o modelo de negócios CANVAS extraído das informações coletadas:
Figura 20: modelo de negócios CANVAS da Marina Pousada do Sol.

Fonte: Autoria própria.


49

7.3 MARINA SUNSET


7.3.1 A Marina

Em Pederneiras, cidade do interior do estado de São Paulo com


aproximadamente 729 km² e 44.498 habitantes, está localizada a Marina
Sunset. Cidade, essa, conhecida por ser industrializada, com multinacionais
instaladas como Volvo e Ajinomoto. Podemos dar um destaque maior a uma
dessas industrias, um estaleiro chamado Mestra, vem tomando grandes
proporções no Brasil na construção de lanchas, assim auxiliando no aumento
da popularidade de embarcações na cidade e região. Por ser também
localizada as margens do rio Tietê, Pederneiras, então, acaba sendo um ótimo
lugar para um investimento náutico.
A Marina Sunset, é proprietária de um total de 80 vagas, sendo 10 vagas
molhadas e 70 vagas secas. Assim como a Marina Pousada do Sol, a Sunset
dispõe de um espaço com restaurante e área de lazer, usando disso como um
diferencial, além de seus serviços padrões.

Figura 21: Vista da Marina Sunset (Pederneiras – SP).

Fonte: Google Maps. Disponível em <www.maps.google.com>


50

7.3.2 Resultados da pesquisa

A pesquisa realizada na Marina Sunset, tal como nas outras duas


marinas, foi feita em forma de questionário e respondida por um funcionário do
local.
Nesta, o perfil de clientela, em sua grande maioria, é de empresários, e
para atrair seus clientes, o local oferece como serviço, além do aluguel de
vagas secas, manutenção e limpeza de embarcações, abastecimento e
alimentação.
Para divulgação de seus serviços, utiliza-se como meio de comunicação
o Facebook, e o “boca a boca” utilizando da própria divulgação de seus clientes
para amigos e conhecidos. Os mesmos ao procurar pela Marina, são atendidos
pessoalmente pelos funcionários muito bem treinados.
Em questões de receita, a principal fonte de renda é através da
mensalidade das vagas preenchidas, calculadas através do tamanho da
embarcação, medida em pés.
Os recursos mais utilizados nos processos são o combustível e o trator.
E em questão de atividades na operação, a principal atividade executada pela
Marina, é a limpeza das embarcações.
Entrando na parte de fornecedores, o entrevistado destacou a Prolimp,
empresa local de venda de produtos de limpeza, onde segundo o mesmo, é o
maior fornecedor dentro da operação da Marina.
Na parte de custos da Marina, apenas foi apontado o grande custo da
operação como sendo do restaurante, sendo ele o principal, em sequência os
custos padrões como água, energia, combustível e os próprios produtos de
limpeza.
51

Com base nas respostas obtidas no questionário, foi elaborado um modelo de negócio CANVAS, para uma fácil visualização
da Marina como um todo, e como ela funciona:
Figura 22: modelo de negócio CANVAS da Marina Sunset.

Fonte: Autoria própria.


52

8 ESTUDO DE MARINA PARA IBITINGA


8.1 A CIDADE DE IBITINGA
8.1.1 Localização

O projeto estudado se localiza na cidade de Ibitinga, interior do estado


de São Paulo, localizada a 358 km da cidade de São Paulo, as margens do Rio
Tietê, com um território de aproximadamente 689 km², e uma população de
53.158 habitantes, é considerada a “Capital Nacional do Bordado”, que atrai
milhares de visitantes em suas diversas lojas.

Figura 23 - Localização de Ibitinga no estado.

Fonte: Sergio Ibitinga. Disponível em: <http://sergioibitinga.zip.net/>

Além de ser uma cidade turística, Ibitinga é dona de um vasto território


com muitos ranchos e fazenda a beira do Rio Tietê, onde estão localizados os
possíveis clientes de maior potencial para o projeto.
53

8.1.2 Clima

Ibitinga é uma cidade com um clima tropical, com uma temperatura


média de 21,6°C, onde o pico da temperatura geralmente acontece no mês de
janeiro, onde a média de temperatura chega a 24,2°C. Já no mês de junho, a
temperatura chega na sua mínima, com uma média de 18°C.

8.1.3 Índice pluviométrico

A cidade de Ibitinga tem uma média anual de pluviosidade de 1238mm,


onde o mês mais seco é o mês de agosto, com uma média de 20 mm, e o mês
de janeiro é o mais chuvoso, com uma média de precipitação de 240mm.

8.2 PROJETO
8.2.1 Caracterização do Projeto

O local onde está situada a área para implantação da Marina é as


margens do Rio Jacaré-Guaçu, afluente do Rio Tietê, que atravessa vários
municípios como São Carlos, Ribeirão Bonito, Araraquara, até desaguar no Rio
Tietê dentro da cidade de Ibitinga, cidade sede do local da implantação.
A área é de propriedade da Prefeitura de Ibitinga, que por sua vez tomou
a iniciativa e a ideia de implantar a Marina nesta área juntamente com outras
estruturas neste mesmo local com o intuito de tornar a mesma em um ponto
turístico da cidade.
Nesta área, além da Marina, haverá também uma balsa de travessia,
barcos de passeio, comércio, entre outras estruturas que estão envolvidas no
projeto da prefeitura para utilizar todos os aproximados 45 mil m² de espaço
livre.
54

Figura 24 – Distância do centro de Ibitinga para o local do estudo.

Fonte: Google Maps. Disponível em <www.maps.google.com>

A área, como podemos ver na figura 24, fica a aproximadamente 10,7


km do centro da cidade de Ibitinga, e levam apenas 15 minutos um
deslocamento de carro até o local, que se resume em uma ótima localização.
Dentre a área total, a prefeitura designou aproximadamente 7 mil m²
para o estudo e implantação da Marina, como se pode ver na figura 25:
55

Figura 25 – Visão aérea do local de estudo.

Fonte: Imagem cedida pela Prefeitura de Ibitinga.

A área atualmente está inutilizada, e por conta disso precisa de uma


limpeza no terreno, e uma contenção nos aguapés que se acumularam na
beira do rio, e acabam sendo um problema principalmente para navegação na
área, porém este é um problema que pode ser resolvido.

Figura 26 - Vista da água.

Fonte: Autoria própria.


56

Figura 27 – Vista do aclive.

Fonte: Autoria própria.

8.2.2 CANVAS da Marina de Ibitinga

Com uma ideia do local e da base do projeto, e estudando as outras


Marinas da região, e montando uma tabela CANVAS de cada um, foi tirado o
que há de melhor em cada uma, e que também se encaixaria no perfil da
Marina de Ibitinga. Por fim, foi elaborado um ideia de modelo de negócios para
o projeto, que facilita visualizar o que pode ser implantado, com algumas ideias
novas, envolvendo tecnologia e interação com o cliente, fazendo com que o
cliente fiel à Marina, seja sempre recompensado.

Figura 28 - NOME
57

Figura 28 – Modelo de Negócios CANVAS do projeto da Marina de Ibitinga.

Fonte: Autoria própria.


58

No modelo de negócios, o foco foi fazer com que o cliente interaja o


mais rápido e dinâmico possível com a Marina, através de aplicativos e redes
sociais como canais de distribuição, e também sempre atende-lo de forma
rápida e eficiente, para que consiga essa fidelidade que traz benefícios para
ambos os lados.

Dar o máximo de atenção possível ao cliente com um pronto


atendimento, até mesmo a domicílio com manutenções, ou com serviços de
apoio a navegação.

Um ponto importante, também, principalmente na fase inicial da Marina,


é a parceria com os Parceiros-chave citados no CANVAS, pois é de suma
importância ter um preço diferenciado se tratando dos Recursos-chave como
produtos de limpeza e combustível, onde além de tudo, ambos serão fontes de
receita.

Porém, inicialmente, o Parceiro-chave mais importante dos indicados,


seriam os programas de rádio e televisões locais, para fazer uma propaganda
de áudio e vídeo, para expandir o conhecimento da existência da Marina, muito
por conta de alguns proprietários de embarcações não serem adeptos a redes
sociais, que é um outro grande canal de distribuição relacionado no projeto, e
que vem ganhando forças de propaganda nos últimos anos, talvez até mesmo
equivalentes a dos meios televisivos. Por outro lado, o merchandising também
ajuda muito quando falamos em canais de distribuição diferentes as redes
sociais.

8.2.3 Características do projeto

O projeto analisado contempla uma Marina com um espaço de 1870 m²,


com 80 vagas, e foi elaborado um plano em AutoCAD de uma ideia aproximada
de como seria a melhor possibilidade de barracão neste espaço designado pela
Prefeitura de Ibitinga para a obra.
59

Figura 29 – Proposta de Barracão para o projeto de Marina.

Fonte: Autoria própria.

O barracão apresenta aproximadamente 1800 m² de espaço para vagas


secas de embarcações, um refeitório, dois sanitários e um almoxarife,
necessários para funcionários ou até mesmo clientes em visita ao espaço.
Além do barracão, o projeto conta com um pier de atracação de
aproximadamente 126 m, considerando toda sua extensão, com uma
espessura de 4,4 m, com o proposito além de atracar embarcações
considerando vagas molhadas, também como um modo de afastar e evitar
qualquer aproximação de aguapés da margem. Para evitar mais ainda essa
invasão, ao lado da rampa conta com uma estrutura de madeira e estacas de
36,41m para evitar sua aproximação a rampa pela lateral.
60

Figura 30 – Proposta de Pier/Trapiche para o projeto da Marina.

Fonte: Autoria própria.

8.2.4 Cálculo de vagas

Para o cálculo de vagas, foram utilizadas as informações do seção 2, na


sub seção 2.4. E com base nas informações contidas e tirando por base a
média de barcos nas Marinas da região que foram obtidas em pesquisa, que
neste caso será de 80 embarcações, o resultado dos cálculos foram os
seguintes:

Considerando Np=65.
Número de barcos em vagas molhadas (Npa):
Npa = 2/3Np
Npa = 2/3.80 = aprox. 43

Número de barcos em vagas terrestres ou secas (Npt):


Npt=1/3Np
Npt = 1/3.80 = aprox. 22

Para estes resultados foram adaptados em 31 vagas molhadas e 34


vagas secas para haver um maior aproveitamento do espaço disponível no
barracão projetado e também por conta da demanda de pernoite da região
vista em outras Marinas, ou seja, Npa = 31 e Npt = 34.
61

Número de barcos em vagas temporárias (Nt):


Nt = 1/3Np = Ntt+Nta, sendo Ntt = Nta = 1/2 Nt
Nt= 1/3Np = aprox. 22
Ntt = 1/2Nt = aprox. 11
Nta = 1/2Nt = aprox. 11

Número de barcos sendo reparados (Nr):


Nr = 1/10Np = aprox. 7
Nra = 1/5Nr = aprox. 1
Nrt = 4/5Nr = aprox. 6

Área molhada (Am):


Am = 130(Npa + Nta + Nra)
Am = 130(31 + 11 + 1)
Am = 5590 m²

8.2.5 Vagas na área seca

Ainda segundo o Manual de Implantação de Marinas na Hidrovia Tietê-


Paraná (SHINKAWA, 1997, p.113), os cálculos para as áreas dos principais
componentes da área seca em m² são:

Estacionamentos (Aest):
Aest = 16Np
Aest = 16.80 = 1040 m²

Rampa de docagem e barcos em trailers (Armp):


Armp = 10Np
Armp = 10.65 = 650 m²

Garage de barcos (Agar):


Agar = 20Np
Agar = 20.65 = 1300 m²
62

A soma dessas áreas fornece Área seca (As):


As = Aest+Armp+Agar
As = 1040+650+1300
As = 2990 m²

Área total da Marina


Amarin = As+Am
Amarin = 2990+5590
Amarin = 8580 m²

Tabela 1 – Dados do Projeto.


Projeto

Número total de vagas 65


Fonte: Autoria própria.

Tabela 2 – Número de Vagas Privativas do Projeto.


Projeto

15 pés 11

20 pés 9

30 pés 7

40/50 pés 2

60 pés 1

Jet-ski pés 4

Molhadas 31

TOTAL 65
Fonte: Autoria própria.
63

8.2.6 Zoneamento das vagas e área de manobra

Com base nas outras Marinas da região, e dentro das limitações de


espaço do projeto de Ibitinga, foi feito uma distribuição de vagas no projeto,
com vagas de diferentes tamanhos de embarcações medidas em pés. Além
disso, deixando o espaço ideal para manobrarem as embarcações no barracão,
sem perigo de prejudica-las ou danifica-las, com a área designada “Área de
manobra”.

Figura 31 – Projeto do Barracão com zoneamento de vagas.

Fonte: Autoria própria.


64

Figura 32 - Projeto do Barracão com exemplos de barcos.

Fonte: Autoria própria.

8.2.7 Investimento inicial

Para um cálculo de investimento inicial, adotamos como base de cálculo


de custo do barracão ou galpão da Marina, a tabela CUPE (Custos Unitários
PINI de Edificações) encontrada no site da PINI, um portal na web voltado para
construções.
A tabela CUPE é atualizada mensalmente com os preços de todos os
insumos que participam do cálculo, entre materiais, mão de obra,
65

equipamentos. Além disso, estão aplicadas as taxas de leis sociais e risco do


trabalho, que são de 129,34% no estado de São Paulo.
Segundo o PINI, o galpão considerado na tabela CUPE, refere-se a um
galpão com setor administrativo acoplado, executado com fechamento lateral
em blocos de concreto e estrutura metálica com telhas de fibrocimento, piso de
alta resistência.
Figura 33 – Tabela CUPE da PINI de edificações.

Fonte: TCPOweb. Disponível em: <http://tcpoweb.pini.com.br/IndiceCustoSel.aspx>

Considerando então os valores na tabela acima, chegamos aos


seguintes valores:
Tabela 3 – Cálculo de custo do barracão.
Cálculo do Barracão (Galpão)
Área do Galpão da Marina de Ibitinga 1870 m²
Galpão Industrial (R$/m²) R$ 1.559,42/m²
Total R$ 2.916.115,4
Fonte: Autoria própria.

Segundo a prefeitura de Ibitinga, o valor para fazer a construção de um


píer de atracação, cotado com algumas empresas, é de aproximadamente R$
261,36 o metro quadrado.
Com base nessas informações, o valor da estrutura seria:
66

Tabela 4 – Cálculo de custo do píer.


Cálculo do Píer de atracação
Área do Píer da Marina de Ibitinga 530 m²
Galpão Industrial (R$/m²) R$ 261,36/m²
Total R$ 138.520,80
Fonte: Autoria própria.

8.2.8 Aluguel de vagas

Foi realizado uma pesquisa em três Marinas da região de Ibitinga, como


apresentado na sessão anterior, que também se encontram as margens do Rio
Tietê. As três Marinas disponibilizaram os preços cobrados por tamanho da
vaga. Esses valores podem ser observados no quadro a seguir.

Tabela 5 – Preços de vagas molhadas nas Marinas da região de Ibitinga.


Marina Pousada do Sol Marina Sunset Marina Vale do Tietê

15 292,5 345 420

20 390 460 504

30 645 750 840

40 860 1000 1120

50 1075 1250 1400

60 1290 1500 1680

Jet-ski 280 - -
Fonte: Preços fornecidos pelas Marinas, 2017.

Foi realizada uma média entre os preços fornecidos para cada tamanho
de embarcação para encontrar o preço médio do mercado e adotar os mesmos
valores para esta análise, como observado no quadro a seguir.
67

Tabela 6 – Preços médio das Marinas da região de Ibitinga.


Preço Médio

15 352,50

20 451,34

30 745,00

40 993,34

50 1241,67

60 1490,00

Jet-ski 280,00
Fonte: Autoria própria.

Com essas informações, o possível investidor da Marina de Ibitinga pode


enxergar melhor o cenário regional, podendo assim adotar o preço que achar
adequado para o seu orçamento.
68

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho buscou efetuar um estudo e apresentar um projeto


para implantação de uma Marina na cidade de Ibitinga, interior do Estado de
São Paulo, utilizando de um modelo de negócios CANVAS, facilitando a
visualização da proposta do projeto, e conseguindo apresentar que é possível
esta implantação.
No estudo, foi dado o foco em apresentar a área e a região, com uma
pesquisa de campo em todas as Marinas mais próximas de Ibitinga, e
mostrando toda a estrutura de cada uma delas em um modelo CANVAS de
cada uma.
Com essas informações, foi extraído o melhor de cada Marina regional e
aplicado ao projeto dentro de suas limitações, e acrescendo diferenciais dos
quais podem fazer com que a Marina possa se desenvolver e gerar lucros ao
investidor mais rapidamente.
Também apresentando um projeto em AutoCAD com uma ideia de
estrutura para a Marina, com zoneamento de vagas e distribuição de espaço,
para um fácil entendimento do que está sendo proposto no estudo.
69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Felisberto. Sport & Náutica: informação em náutica. Projeto


conceitual de marinas. Disponível em: <
http://www.sportnautica.com.br/projetos/marinas_01.htm> Acesso em: 14 de
abril de 2017.

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Conceituais. Brasília: Ministério do Turismo, 2006.

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<http://tcpoweb.pini.com.br/IndiceCustoSel.aspx>. Acesso em: 17 mar. 2018.

IBITINGA, A CAPITAL NACIONAL DOS BORDADOS. Sergio Ibitinga.


Disponível em: <http://sergioibitinga.zip.net/>. Acesso em: 13 jan. 2018.

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<http://www.worldwidemarinasales.com/en/berths-and-moorings/marina-porto-
cervo-18%20mx5m-420.html>. Acesso em: 26 agos. 2017.

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Bookman. 2003.
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em: <https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-barra-bonita.html>. Acesso
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brasil.com.br/municipio-ibitinga.html>. Acesso em: 27 jan. 2018.

MUNICÍPIO DE ITAPUÍ. Cidade-Brasil. Disponível em: <https://www.cidade-


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em: <https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-pederneiras.html>. Acesso
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Generation: Inovação em Modelos de Negócios. Tradução Raphael
Bonelli. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2011. 300 p. Tradução de: Business
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sobre a constituição do lugar e sua transformação em gueto. art. 16 f. Rio
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implantação de uma marina no condomínio Frei Galvão – Jaú/SP. 63f.
Dissertação – Navegação Fluvial. Faculdade Tecnológica de Jahu. 2004.

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