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Tutela coletiva
- conteúdo programático
1) introdução
3) princípios
4) competência
6) coisa julgada
7) liquidação e execução
Introdução
Direito brasileiro
- centrado em ações individuais
a) interesse público
b) legitimação para agir
c) extensão da coisa julgada à pessoas que não participaram do litígio,
não pode limitar àquelas que participaram
d) situação jurídica coletiva – direito ou dever de alguma coisa – nem
sempre a coletividade vai estar no polo ativo. Só é necessário que um
dever ou direito envolva uma coletividade e que tenha interesse público
para caracterizar uma tutela coletiva.
Exemplo: a ação que proibiu o rolezinho, a coletividade estava no polo
passivo.
Algumas delas:
a) CDC
b) LEI 7.347/85 – lei de ação civil pública
c) lei 8.429/92 – lei de improbidade administrativa
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
* dissolve entre todos, o meio ambiente saudável por exemplo, é tudo de todo
mundo, não dá para separar a parte de cada um.
Quanto aos chamados direitos difusos são aqueles cujos titulares não são
determináveis. Os detentores do direito subjetivo que se pretende proteger são
indeterminados e indetermináveis. Em que pese tratar-se de uma espécie de
direito que apesar de atingir alguém em particular, merece especial atenção
porque atinge simultaneamente a uma multidão de pessoas que não se possa
precisar a quantidade, onde uma única ofensa pode afetar um número
incalculável de pessoas e igualmente a satisfação de um consumidor poderá
beneficiar a todos.
Há uma situação jurídica que tenha origem comum de fato de ou direito - que
poderá ser próxima ou remota - para todos os titulares do direito violado. O elo
que une os titulares do direito violado é comum para todos. Mas não se exige
que todos os indivíduos sofram o mesmo dano, na mesma proporção; o que
será oportunamente apurado em fase de liquidação de sentença, cada um na
extensão de seu dano. Aí que se traduz a determinabilidade quando do
ingresso na justiça através de demanda individual ou por ocasião de liquidação
de sentença na demanda coletiva.
Como identificar?
- o juiz fará esse controle, dirá se aquela pessoa que está ali em juízo tem
condições de representar aquele grupo.
3) princípio da indisponibilidade
Art. 100 do CDC – fluid recovery – por exemplo uma empresa de telefonia que
cobra 5 centavos a mais de cada pessoa numa fatura, por ser um valor
pequeno, ninguém vai querer judicializar, mas para garantir os direitos,
decorrido 1 ano o MP poderá entrar com a ação e reverter a indenização para
um fundo.
Art. 83 do CDC – todos os procedimentos - Art. 83. Para a defesa dos direitos e
interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de
ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
COMPETÊNCIA
Mais de um local?
- A competência é concorrente
- Resolve-se pelo critério da prevenção
Dano nacional? Não consegue ser resolvido pelo critério pela
prevenção
- Art. 93 CDC
- Capital Estado
- D.F
Obs.: conflito de competência - 26 842/DF (STJ)
Obs. 2: posso olhar só para o local? No caso de Mariana, foi um dano nacional,
mas tendo em vista que se fosse ajuizada no distrito federal ou em uma capital,
seria difícil fazer as perícias, etc. então, levando em consideração a
competência adequada, o STJ flexibilizou e permitiu que a ação corresse onde
ocorreu o dano.
- CC 144 922/MG
Obs. 3: qualquer capital? Capital adequada.
Dano regional?
- qual conceito? Não se tem um conceito
- necessidade da leitura em conjunto com a adequação
- se o dano for regional, o STJ tem o entendimento que a
competência é das comarcas envolvidas
(CC 39 111/RJ)
(OJ 130-SDI-2-TST)
LEGITIMIDADE
Natureza jurídica
LEGITIMIDADE ATIVA
Dificuldade: efeitos da coisa julgada
Obs.1: legitimação plúrima e mista – plúrima porque são vários e mista porque
são legitimados tanto ligados ao poder público quanto ao privado
Obs. 2: legitimação extraordinária autônoma, exclusiva (vou estar no processo
sem o titular do direito), concorrente (todos os do art. 2º podem entrar com a
ação) e disjuntiva (porque os outros legitimados não precisam autorizar um
legitimado para entrar com a ação).
CONTROLE JURISDICIONAL
2ª corrente – é possível!
- análise a partir do conteúdo da demanda – o STF fez isso no controle
concentrado ao dividir nos legitimados universais e especiais. Permito que o
juiz faça uma análise da legitimação, a partir do conteúdo da demanda e irá
buscar a representação adequada, para que o interesse da coletividade seja
defendido por quem entenda do assunto para que a coletividade não seja
prejudicada.
Consequência?
COISA JULGADA
- indiscutibilidade
* efeito negativo – impede que a mesma questão seja novamente decidida
* efeito positivo – deve ser observada quando fundamento para outra demanda
* regime jurídico
- modo de produção
- limites objetivos
- limites subjetivos
2) limites objetivos
* art. 503
* o que faz a coisa julgada é o dispositivo da sentença
3) limites subjetivos
* inter partes – quem vai ser atingido pelos efeitos da coisa julgada são só as
partes que figuraram no processo.
COISA JULGADA COLETIVA
Problemas:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada:
I - erga omnes (direitos difusos), exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá
intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na
hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes (direitos coletivos stricto sensu), mas limitadamente ao
grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes (direitos individuais homogêneos), apenas no caso de
procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na
hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
- 2 correntes:
1) coisa julgada secundum eventum probationes
2) literalidade do art. 103, III (REsp 1302596/SP)
Quando se forma?
Em processos que envolvam direitos difusos e direitos coletivos
stricto sensu, a doutrina diz que a coisa julgada é secundum
eventum probationes, ou seja, só acontece dependendo do
resultado probatório, é uma condicionante, logo, se o resultado do
processo for uma improcedência por falta de provas não há coisa
julgada.
Nos processos quem envolvam direitos individuais homogêneos,
há duas correntes, uma que diz que tem que aplicar o secundum
eventum probationes por analogia dizendo que os direitos
individuais homogêneos têm que ser tratados de forma coletiva e
a outra que diz que há de se interpretar a literalidade do inciso III
do art. 103 gerando a insegurança que não se poderá discutir por
meio de tutela coletiva já que vai haver coisa julgada e o MP e os
outros legitimados não poderão ingressar, cada uma das pessoas
individualmente que foram prejudicadas terão que entrar com a
ação.
Quem é atingido? Só quem se beneficiar da coisa julgada.
O que se torna indiscutível? Dispositivo da sentença e os incidentes.
1) juízo de procedência
2) juízo de improcedência (com esgotamento das provas) - se a sentença for
de improcedência e fizer coisa julgada, esses efeitos não atingirão o plano
individual.
- ERESp 1.134.957/SP. Hoje o STJ já decidiu que não é possível aplicar esses
limites territoriais em coisa julgada.
a) Existência da dívida
b) A quem é devido – no processo coletivo não fica claro
c) Quem deve
d) O que é devido
e) A quantidade devida
Liquidação coletiva:
Deve apurar:
a) Fatos e alegações sobre o dano
b) Relação de causalidade – relacionar o dano pessoal com o dano coletivo
c) Titularidade individual
Art. 82 CDC
Art. 100 CDC
- indenização fluida: pequenas indenizações de espécie que
ninguém está buscando, e permite que o MP faça a recuperação
dessa indenização para que efetivamente haja a punição e ao
mesmo tempo possa permitir o ressarcimento da coletividade e
esse dinheiro vai pro FDD (fundo dos direitos difusos)
- direitos individuais homogêneos
- indivíduos não perdem o direito
- liquidação residual
Competência
EXECUÇÃO
Objetivos
- efetividade
- menor onerosidade
“máxima coincidência”
Prova
- coisa julgada
- coisa julgada coletiva
- liquidação de sentença
- execução