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Genética TEMA: ESTRUTURA MOLECULAR

Flávia Toledo DO DNA E DO RNA

GENÉTICA MOLECULAR

1. Dogma da Biologia Molecular

Genes são pequenas partículas presentes nos organismos vivos e são constituídos de um
segmento de uma molécula de DNA; as células expressam as informações genéticas que são
determinadas pelos seus genes através da transcrição (síntese do mRNA a partir do DNA) e da
tradução (síntese de proteína através do mRNA). Uma célula pode regular a expressão de cada um
de seus genes de acordo com as necessidades do seu metabolismo e funcionamento (Figura 1).

Figura 01. Dogma da biologia molecular. Fonte: Alberts (2010).

Para que a célula realize a leitura da informação genética desejada, ela sintetiza uma cópia do DNA
onde localizam-se os genes que ela necessita, sob forma de uma sequência de nucleotídeos de
RNA. Embora copiada em uma estrutura química distinta, a informação obtida através do RNA
ainda é escrita essencialmente na mesma linguagem do DNA (linguagem de uma sequência de
nucleotídeos), sendo um processo denominado transcrição.

A informação presente na sequência de nucleotídeos resultando da transcrição é usada para


sintetizar uma proteína e esse processo é chamado de tradução. Como indica o termo tradução,
é como se uma mensagem manuscrita fosse convertida para um texto datilografado. A própria
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linguagem e a forma da mensagem não mudam, e os símbolos utilizados são similares. A
sequência de nucleotídeos de um gene é traduzida em uma sequência de aminoácidos de uma
proteína, por meio da aplicação de regras que são conhecidas como código genético, descrito no
início dos anos de 1960 por Marshall Nirenberg e colaboradores.

2. Estrutura dos ácidos nucleicos

2.1 DNA

O ácido desoxirribonucleico (DNA) é uma molécula informacional que contém na sequência,


nucleotídeos com informações requeridas para produzir todas as proteínas de um organismo, e
consequentemente das células e dos tecidos desse organismo.

Cada nucleotídeo é composto pela união de três moléculas: um açúcar pentose (com 5 carbonos),
um grupo fosfato e uma base nitrogenada. O açúcar no DNA é a desoxirribose. Quimicamente, a
molécula de DNA é estável em diversas condições terrestres, e isto pode ser exemplificado pela
habilidade da recuperação das sequências de DNA a partir de ossos e tecidos que possuem
dezenas de milhares de anos.

O DNA consiste em duas cadeias polinucleotídicas associadas que formam uma dupla hélice em
espiral com giro para a direita. Um grupo fosfato liga o átomo de carbono 5’ do açúcar ao carbono
3’ do resíduo de açúcar seguinte, formando um suporte (“esqueleto”). O suporte formado por dois
açúcares-fosfatos encontram-se no lado exterior da dupla hélice e as bases nitrogenadas
projetam-se para o interior. A orientação das duas cadeias é antiparalela, isto é, as direções 5’ 3’
são opostas.

As cadeias são mantidas em uma formação precisa dos pares de bases nitrogenadas entre os dois
grupamentos: A (adenina) pareia com T (timina) através de duas ligações de hidrogênio e G
(guanina) é pareada com C (citosina) por meio de três ligações de hidrogênio. Essa
complementariedade de pares de bases ocorre em consequência do tamanho, formato e
composição química de cada uma delas. A presença de diversas ligações de hidrogênio na
molécula de DNA contribui para a estabilidade da dupla hélice (Figura 2).

Figura 02. Pares de bases complementares na dupla-hélice de DNA. Fonte: Alberts (2010).

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O DNA determina todas as funções necessárias para o desenvolvimento de um organismo, e a sua
replicação ocorre de forma precisa, o que garante a capacidade de transmitir a informação
genética para as próximas gerações (Figura 3).

Figura 03. DNA e seus blocos de construção. Fonte: Alberts (2010)

2.2 RNA

A estrutura primária do RNA é similar ao DNA, sendo um ácido nucleico composto por uma cadeia
polinucleotídica. Entretanto, o RNA é geralmente uma cadeia de nucleotídeos unifilamentar (uma
cadeia ou de fita única), sendo mais flexível e podendo formar uma maior variedade de
conformações moleculares do que o DNA bifilamentar (duas cadeias ou de fita dupla), podendo
dobrar-se na forma de uma alça (suas próprias bases podem fazer par com outras).

Enquanto o açúcar do DNA é a desoxirribose, o açúcar do RNA é a ribose. Outra diferença entre o
DNA e o RNA é em relação a uma das bases nitrogenadas: a timina no DNA é substituída por
uracila (U), no RNA.

Diversos tipos de RNAs podem ser produzidos pela transcrição (passagem de DNA para RNA) e as
diferenças em tamanhos e conformações dos tipos de RNA possibilitam diversas funções
específicas deles na célula. Entre as principais classes de RNA encontram-se o RNA mensageiro
(mRNA), o transportador (tRNA) e o ribossomal ou ribossômico (rRNA).

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Figura 04. RNA é formado por uma cadeia de fita única.

Principais tipos de RNAs:

RNA mensageiro (mRNA): Molécula de RNA que serve como intermediário entre um gene e seu
produto final de expressão. Carrega uma cópia da sequência de DNA a ser utilizada para o
processo de síntese, e cada trinca de nucleotídeos na região codificadora corresponde a um
aminoácido da proteína a ser produzida, além disso, é considerada uma molécula mais instável
que o tRNA e rRNA;

RNA transportador (tRNA): Pequenos RNAs, conhecidos como moléculas que desempenham a
leitura da sequência de nucleotídeos do transcrito de mRNA e a convertem em sequência de
aminoácidos, sendo assim, transportam os aminoácidos correspondentes a cada códon do mRNA
no processo de tradução;

RNA ribossomal (rRNA): São moléculas constituintes dos ribossomos, grandes estruturas
multimoleculares que orientam a montagem da cadeia de aminoácidos juntamente com o mRNA e
tRNA.

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