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Índice

04 . . . . . . . . . . . O que é um impacto ambiental?

05 . . . . . . . . . . . Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental

06 . . . . . . . . . . . Estudo do impacto ambiental (EIA)

09 . . . . . . . . . . . Relatório do impacto ambiental (RIMA)


Sobre a autora

Fernanda de Carvalho é Engenheira


Florestal formada pela Universidade
Federal de Viçosa. Continuou seus
estudos na Technische Universität
München, Alemanha, onde cursou
disciplinas do Mestrado em Manejo
de Recursos Sustentáveis com
ênfase em Silvicultura e Manejo da
Vida Selvagem.
O que é um impacto ambiental?

I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população;


De acordo com a Resolução Conama de 1986: impacto ambiental é qualquer
II. As atividades sociais e econômicas;
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
III. A biota;
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
humanas que, direta ou indiretamente afetam:
V. A qualidade dos recursos ambientais.
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Estudo de Impacto Ambiental e
Relatório de Impacto Ambiental

O EIA/RIMA foi instituído no Brasil pela Política Nacional do Meio


Ambiente (PNMA), Lei 6938/81. A resolução do Conselho Nacional
de Meio Ambiente (CONAMA) nº 001 de 1986, regulamenta os
critérios básicos e as diretrizes gerais para aplicação da Avaliação de
Impacto Ambiental, assim como define as atividades que se
enquadram nesta modalidade e ainda estabelece os conteúdos
mínimos para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001/86 define que o Estudo de Impacto


Ambiental é o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas
áreas, com dados técnicos detalhados. O acesso a ele é restrito, em respeito
ao sigilo industrial.

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a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os
No artigo 6° dessa resolução
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os
define que o EIA desenvolverá
corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas e as
as seguintes atividades técnicas:
correntes atmosféricas;

I - Diagnóstico ambiental da b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora,


destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de
área de influência do projeto
valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
completa descrição e análise
áreas de preservação permanente;
dos recursos ambientais e suas
interações, tal como existem, de
b) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do solo, os usos da
modo a caracterizar a situação
água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos
ambiental da área, antes da
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de
implantação do projeto,
dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a
considerando:
potencial utilização futura desses recursos.

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II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da

magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos


positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários
e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e
benefícios sociais.

III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e

sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.

IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos,

indicando os fatores e parâmetros a serem considerados).

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Assim, as informações devem ser traduzidas em linguagem acessível,
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
O RIMA é um documento público que confere transparência ao EIA, um desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de
resumo em linguagem didática, clara e objetiva, para que qualquer sua implementação. Dessa forma, o Relatório de Impacto Ambiental deverá
interessado tenha acesso à informação e exerça controle social. conter os seguintes itens:

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I- Os objetivos e justificativas

do projeto, sua relação e III - A síntese dos resultados

compatibilidade com as dos estudos de diagnósticos


políticas setoriais, planos e ambiental da área de influência
programas governamentais; do projeto;

II - A descrição do projeto e IV - A descrição dos

suas alternativas tecnológicas e prováveis impactos ambientais


locacionais, especificando para da implantação e operação da
cada um deles, nas fases de atividade, considerando o
construção e operação, a área projeto, suas alternativas, os
de influência, as matérias horizontes de tempo de
primas, e mão-de-obra, as incidência dos impactos e
fontes de energia, os processos indicando os métodos, técnicas
e técnica operacionais, os e critérios adotados para sua
prováveis efluentes, emissões, identificação, quantificação e
resíduos de energia, os interpretação;
empregos diretos e indiretos a
serem gerados;
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V - A caracterização da qualidade ambiental futura da área de VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos

influência, comparando as diferentes situações da adoção do impactos;


projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não
realização;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável

(conclusões e comentários de ordem geral).


VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras

previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles


que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;

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A aplicação deste estudo no processo de licenciamento ambiental está somente condicionada àquelas atividades
que se enquadrarem nas características sendo "potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente”.

Dependem de elaboração de EIA/RIMA, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais


como:

I. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

II. Ferrovias;

III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;

IV. Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;

V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;

VI. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;

VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de

10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação

de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;

VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);

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IX. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração;

X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;

XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;

XII. Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloro químicos, destilarias

de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);

XIII. Distritos industriais e zonas estritamente industriais – ZEI;

XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando

atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;

XV. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a

critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;

XVI. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a

dez toneladas por dia;

XVII. Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando se

tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental,

inclusive nas áreas de proteção ambiental.

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A Resolução nº 001/86 do CONAMA (Arts. 5º, 6° e 9º) dispõe
também sobre o conteúdo mínimo do EIA/RIMA:

1 - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto - 3. Definição das medidas mitigadoras desses impactos, tais como,

consiste no levantamento e análise dos recursos ambientais e suas a implementação de equipamentos antipoluentes. Entre tais
interações na área de influência do projeto, considerando o meio medidas, embora não expressamente prevista pela Resolução do
físico, biológico e sócio-econômico. O diagnóstico ambiental é CONAMA, poderão estar as compensatórias, em caso de impacto
trabalho preliminar do EIA, referente ao levantamento das irreversível.
características da região, ainda sem a consideração das alterações
que advirão com a futura implementação do empreendimento. A
4. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento
área de influência do projeto é aquela que será afetada pelos
dos impactos positivos e negativos. Note-se que o monitoramento
impactos, podendo transcender ao espaço territorial do município
dos impactos produzidos pela atividade estudada ocorrerá após o
sede do empreendimento.
deferimento da Licença de Operação. Contudo, já deverá estar
programado desde a elaboração do EIA. O coração do EIA são as
2- Descrição da ação proposta e suas alternativas e identificação, alternativas tecnológicas e locacionais, confrontadas com a hipótese
análise e previsão dos impactos significativos, positivos e negativos. de não execução do projeto.

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Dessa forma, a Audiência
Realizado por equipe multidisciplinar, às expensas do empreendedor, e também avaliado por equipe
Pública é o instrumento
multidisciplinar do Órgão Ambiental, os estudos ambientais, na forma resumida de RIMA, submete-se à
utilizado para a democratização
apreciação pública, sendo um dos mais transparentes instrumentos de licenciamento ambiental.
do licenciamento efetuado
através de EIA-RIMA. O
A Constituição Federal Brasileira de 1988, no Artigo 225, consolidou o uso deste deste instrumento:
procedimento consiste em uma
primeira fase de comentários,
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
quando o RIMA fica a
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-
disposição do público junto ao
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Órgão Ambiental e onde mais
se fizer necessário para o
§ 1.º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
alcance dos interessados (Art.
IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
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degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
001/86).

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De modo geral, é evidente a importância da elaboração e da
apresentação de documentos como o EIA/RIMA como
atendimento de um dos objetivos da Política Nacional do
Meio Ambiente.
A segunda fase, realizada durante a Audiência Pública
(Resoluções CONAMA nºs 001/86 e 009/87), corresponde à
A FEAM disponibiliza, dentre outros documentos, um termo
fase das manifestações verbais. As manifestações colhidas em
de referência para a elaboração do EIA/RIMA, que é muito
ambas as fases são registradas nos autos do processo
interessante para orientar a construção desses estudos
administrativo de licenciamento.
ambientais e pode ser acessado pelo link:

Podemos afirmar que o RIMA servirá como uma ponte de


comunicação entre o EIA que é estritamente técnico e ao Clique e acesse o documento
órgão licenciador e o público envolvido.

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O blog Mata Nativa produz diversos conteúdos relacionados
ao inventário florestal e licenciamento ambiental. Para saber
mais sobre o EIA/RIMA, PRAD, PUP, RADA, PTRF, RCA/PCA,
entre outros, acesse:

Clique e acesse o Blog


CLIQUE E ACESSE O
SITE DO MATA NATIVA

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