Você está na página 1de 15

Gestão de Finanças Corporativas

ANÁLISE ECONÔMICO - FINANCEIRA EUROFARMA

Indaiatuba
2019
1
ANÁLISE ECONÔMICO - FINANCEIRA EUROFARMA

Autores: Bruno Alves dos Santos


Emanuel Bombassei
Fernanda Santos
Luiz Parigine
Tatiane Santos

Trabalho de Conclusão do Curso de Gestão


de Finanças Corporativas, ministrado pelo Professor
Antonio Manuel da Rocha Ribeiro,
disciplina integrante do curso de PÓS-
GRADUAÇÃO LATO SENSU Gestão da
Qualidade e Produtividade

2
1 – Resumo

Este trabalho foi desenvolvido a partir das Demonstrações Contábeis (Balanço


Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício - DRE) abaixo apresentadas da empresa
EUROFARMA LABORATORIOS S.A. e teve como objetivo analisar os resultados econômico-
financeiros da empresa, no período comparado de 2017 e 2018, no sentido de avaliar a sua
solvência, bem como a variação de seu desempenho no intervalo analisado. A base teórica reflete
a abordagem realizada em sala de aula pelo professor ANTONIO MANUEL DA R. RIBEIRO,
além das fontes apresentadas nas referências bibliográficas deste artigo.
Palavras chave: Balanço Patrimonial, DRE, VUCA,

3
2 – Introdução

O ambiente corporativo nos últimos anos tem passado por intensas modificações, muitas
dessas induzidas pelo que chamamos de ambiente VUCA ( o que significa a sigla?), que gera
imprevisibilidade, volatilidade e uma situação caótica que dificulta o vislumbre do macro ambiente
financeiro e de mercado de um modo geral.
Dito isso, fica claro que empresas que nasceram em décadas anteriores precisam se
reinventar, trabalhar de forma disruptiva para sobreviver a um ambiente dessa natureza. Com a
Eurofarma não foi diferente.
Fundada em 1972 sob a alcunha Billi Farmacêutica, com capital 100% nacional, vem
atuando de maneira sistêmica no mercado no sentido de se manter como potência no ramo
farmacêutico, através de projetos empreendedores, Joint Ventures, fomentação de projetos de
startups, o que tem tornado as suas ações extremamente sólidas no mercado financeiro e
estruturando boa lucratividade.
Através da análise financeira realizada, podemos observar que, além de uma infraestrutura
adequada, um sistema de gestão de qualidade e de pessoas atual, uma gestão financeira sólida é a
base para o sucesso de uma corporação, já que não basta apenas olhar para a receita, mas sim para
todos os itens componentes do Balanço Financeiro, para os números oriundos da análise crítica
desses itens, com olhar clínico, com vistas à exata dimensão de para onde a estratégia da empresa
apontará seus alvos. Entretanto, utilizar-se de ferramentas contábeis, tais como os Índices de
Liquidez, Endividamento, Termômetro de Kanitz, entre outras tantas, é de suma importância para
ratificar e embasar tal estratégia.

4
3. Referencial Teórico
3.1 EVA
O principal objetivo da empresa é agregar valor aos sócios/acionistas e uma das maneiras
de se verificar se esse objetivo está sendo buscado, é utilizar o EVA, que tem como ideia principal
verificar quanto a empresa agregou de valor, descontando o custo de capital da empresa.

3.2 Balanço Patrimonial


Ativos: Ativo Circulante + Realizável LP + Ativo Permanente.
Passivos: Passivo Circulante + Exigível LP + Patrimônio Líquido.

3.3 Análise Vertical do Balanço


O principal objetivo da Análise Vertical é mostrar a importância de cada conta na
demonstração financeira a que pertence.

3.4 Análise Horizontal do Balanço


Seu objetivo é analisar se os valores das Demonstrações Financeiras cresceram ou
diminuíram em comparação com as informações de períodos anteriores.

3.5 Índice de Endividamento


O Índice de Endividamento Geral (IEG) é largamente utilizado pelas empresas para
identificar a proporção de ativos da empresa que são financiados por recursos de terceiros.
IEG = Passivo exigível / Total do Ativo
Quadro 01: Índices e Cálculos Realizados

ÍNDICES CALCULOS REALIZADOS


ROI (Lucro líquido / total ativo)
ROE (Lucro líquido / patrimônio líquido)
Margem Líquida (Lucro líquido / vendas)
Índices econômicos / financeiros (Capitais de terceiros / Passivo Total) *100
Composição de endividamento (Passivo circulante / Capitais de terceiros) *100
Imobilização do patrimônio líquido (Ativo Permanente / Patrimônio Líquido) *100
Ativo permanente / (Patrimônio líquido +
Imobilização dos Recursos não Correntes
Exigível a longo prazo) *100

5
Índice Liquidez seca (Ativo circulante - Estoques) / Passivo Circulante
Índice Liquidez Corrente (Ativo Circulante / Passivo Circulante)
(Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) /
Índice Liquidez Geral
Ativo Circulante + Exigível a Longo Prazo)
Rentabilidade Do Giro do Ativo (Vendas Liquidas / Ativo Total)
Rentabilidade da Margem Líquida (Lucro Líquido / Vendas Líquidas) *100
Rentabilidade do Ativo (Lucro Líquido / Ativo Total) *100
(Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Médio)
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
*100
(Passivo Circulante + Exigível a longo Prazo) /
Financiamento de Ativo
ativo Total
Participação de Instituição de Crédito no (Passivo Circulante + Exigível a longo Prazo) /
Endividamento (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo)
Financiamento do Ativo Circulante por (Financiamento de Curto Prazo / Ativo
Instituições Financeiras Circulante) *100
(Duplicadas Descontadas / Duplicatas a Receber)
Duplicatas Descontadas
*100

3.6 Quadrante Comparativo de Eficiência


É uma prática de comparação entre empresas, é uma forma muito válida para que as
companhias possam verificar se a sua performance está boa ou ruim em relação a outros pontos de
referência, que não ela mesma.
Percentual de corte = Taxa média de uma aplicação financeira + Taxa adicional de risco

3.7 Termômetro de Kanitz


É uma ferramenta que serve para evitar o risco de falência.
A partir desses modelos as empresas que se encontram propensas a falir, após serem
orientadas pela avaliação, podem adotar medidas estratégicas para a assumirem uma posição mais
favorável no mercado.

Quadro 02: Indicadores e Cálculos


INDICADORES CALCULOS REALIZADOS
Rentabilidade X1 = (Lucro líquido / Patrimônio líquido)
Endividamento X2 = (AC + RLP) / PC + RLP
X3 = (Ativo circulante - Estoques) / Passivo
Liquidez Seca Circulante
Liquidez Corrente X4 = (Ativo Circulante / Passivo Circulante)

6
X5 = (Passivo Circulante + E. L. P.) / Patrimônio
Participação de Capitais de Terceiros Líquido
F1 = (0,05X1) +(1,65X2) +(3,55X3) -(1,06X4) -
Termômetro de Kanitz (0,33X5)

7
4 – Metodologia

Este trabalho caracteriza-se como um estudo de caso e teve como ponto de partida uma
pesquisa bibliográfica sobre a Análise de Balanços. Por tratar especificamente da Análise de
Balanços da empresa Eurofarma S.A. considerando-se que o resultado é válido somente para esta
empresa, não pode ser aplicado nas demais.
Para Gil (1999, p. 73)(NÃO CONSTA DAS REFERÊNCIAS) “o estudo de caso é
caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento”.
Para Fachin (2001, p. 42) (NÃO CONSTA DAS REFERÊNCIAS) no estudo de caso
todos os aspectos são investigados e por tratar-se de um estudo intensivo “podem até aparecer
relações que de outra forma não seriam descobertas”. Quanto à análise dos dados utilizou-se a
abordagem quantitativa e a qualitativa a partir das Demonstrações Financeiras da empresa
Eurofarma. Com base na interpretação dos referidos dados, levando-se em conta: as variações de
um período em relação ao outro; se as variações foram positivas ou negativas. A coleta de dados
foi realizada com base nos relatórios emitidos pelo setor financeiro da empresa, Balanço
Patrimonial e DRE de 2017 a 2018. Após a coleta de dados, estes foram avaliados e interpretados.
Quanto aos objetivos, a pesquisa será exploratória, uma vez que visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses ou
suposições. Serão utilizados como subsídios ao estudo o levantamento bibliográfico e os
aplicativos Excel e Economática no setor Industrial Farmacêtico, para melhor compreensão dos
métodos de análise estudados.

4.1 Coleta de Dados.

Os dados coletados são secundários, uma vez que se considerou os demonstrativos


financeiros divulgados pela empresa, referentes ao período de análise. Como fonte dos dados,
foi utilizado o relatório anual fornecido pela Economática, que divulga periodicamente as
informações dos demonstrativos financeiros das empresas de capital fechado com ações
negociadas em bolsa.

4.2 Análise Vertical/Horizontal.

8
Através do cálculo da Análise Vertical/Horizontal é possível identificar o percentual que
determinada conta contábil representa em relação ao total do Balanço ou DRE e verifica também
a variação sofrida pela mesma. A tabela a seguir apresenta a variação das principais contas do
Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados, demonstrações estas da empresa
Eurofarma.
Em relação à Análise Vertical, a análise referencial permitiu diminuir a quantidade de
cálculos efetuados, ao fazer uma só conta, que utiliza como base a receita líquida de cada ano e o
ativo ou Passivo Total, para as análises da DRE e do Balanço, respectivamente.
Ao contrário da Análise Vertical, a Análise Horizontal possibilita não só a evolução, mas
também a comparação com outros indicadores de outras demonstrações em uma só tabela,
conforme apresentado neste estudo.

4.3 Tratamento estatistico.

Com a intenção de explicar determinadas variáveis através de outras serão feitas


análises de regressão, além de testes de hipóteses e de correlação para testar a validade do
modelo. Foram também aplicados recursos de estatística descritiva.

4.4 Modelo de Regressão.

Como o objetivo de verificar de que forma a situação financeira da empresa influencia


na criação ou destruição de valor, foi empregada a análise de regressão linear múltipla que
segundo Gujarati (2005) (NÃO CONSTA DAS REFRÊNCIAS), permite que o pesquisador
encontre possíveis relações entre a variável explicada e a variável explicativa.

5 – Resultados e discussão

9
Quando realizamos a comparação do balanço patrimonial entre os anos de 2017 e 2018, o
ideal é avaliarmos a capacidade da empresa melhorar as vendas considerando a mesma base de
ativos, sendo assim o fundamental é verificar se a empresa cresceu sem grandes investimentos.

Comparando o Total do Passivo + PL de 2017 com o Total do Passivo + PL em 2018


podemos observar que ouve crescimento de 13% aproximadamente. Já considerando o ano de 2018
deflacionado, podemos avaliar a solidez da empresa pois o capital social aumentou, a reserva de
lucros também teve aumento, sem a necessidade de grandes investimentos. A porcentagem de
EBITDA de 2017 para 2018 se manteve em 19,30%. Com o atual cenário e o momento que o país
enfrenta, podemos entender que manter o EBITDA de um ano para o outro ainda é um bom
resultado, lembrando que, o ideal, é fundamental ter em mente a busca de um EBITDA maior em
relação ao ano anterior.
Outro ponto relevante é que avaliando os indicadores demonstrados na tabela de Cálculos
Balanço Eurofarma 2017 – 2018, abaixo, podemos observar que a Eurofarma praticamente se
manteve estável comparando o ano de 2017 em relação ao ano de 2018, com um leve declinío no
ano de 2018 porém nada que seja representativo. O leve declínio observado possui interface ao não
crescimento de 2017 em relação a 2018.

10
Observando o quadrante de eficiencia abaixo podemos comprovar o que foi mencionado
acima, a Eurofarma se manteve praticamente estagnada de 2017 em relação a 2018 e, conforme
quadrante comparativo em ambos os casos, a Eurofarma necessita aumetar a sua produtividade
para melhorar a eficiência e a lucratividade.

Para calcular o quadrante estamos considerando um percentual de corte de 10,69%.

11
Executando a análise da possibilidade de falência com o uso do Termômetro de Kanitz
(NÃO CONSTA DAS REFERÊNCIAS) é possível classificar a Eurofarma pelos dados
apresentados abaixo como uma empresa “Solvente” (F1 = 5,45 em 2017 e F1 = 4,94 em 2018), no
qual não há o risco de falência da mesma.

Termômetro de Kanitz
Base 2017 Base 2018
Rentabilidade Rentabilidade
0,20 0,22
Individamento Individamento
1,782 1,782
Liquidez Seca Liquidez Seca
1,21 1,07
Liquidez Corrente Liquidez Corrente
1,82 1,84
Particip. De Capitais de Terceiros Particip. De Capitais de Terceiros
0,434 0,431
F1 F1
5,45 4,94
Classificação: Classificação:
Solvente Solvente

12
Tabela de classificação do Risco de Falência – Termômetro de Kanitz

7
6
5
4
3 Solvente
2
1
0
-1
-2 Penumbra
-3
-4
-5
-6 Insolvente
-7

O uso dos cálculos do instrumento do Termômetro de Kanitz, também nos evidencia que a
Eurofarma manteve em 2017 e 2018 a sua capacidade de pagamentos em curto prazo, uma vez que,
a sua Liquidez Corrente já estava em 2017 com um bom índice e teve em 2018 um leve aumento
de mais de 1% evidenciando que a Eurofarma possui desde 2017 recursos suficientes no ativo
circulante para cobrir suas dívidas em curto prazo. Outro aspecto relevante que ajuda na
classificação da Eurofarma como empresa “Solvente” é a sua Liquidez Seca, onde mesmo tendo
uma redução de 11% de 2017 para 2018 continua com o quociente acima de 1 significando que
todo o estoque da Eurofarma está livre para ser usado como pagamento de dívidas de terceiros.
Apenas o seu ativo circulante pagaria as suas dívidas de curto prazo, conforme também evidenciado
pelo resultado da sua Liquidez Corrente.

13
6 – Conclusão
O estudo desenvolvido sobre os Balanços Financeiros dos anos de 2017 e 2018 da empresa
Eurofarma, evidenciou a importância do conhecimento e da análise dos índices econômicos-
financeiros e o quanto os mesmos auxiliam a empresa na melhor tomada de decisões, uma vez que,
os índices, nos mostram a situação passada, presente e nos guiam para melhorar a correção dos
erros que estão atualmente prejudicando o desempenho da empresa, bem como, também, nos guiam
para melhor planejamento estratégico para um cenário futuro.
Diante dos dados analisados foi possível concluir que a empresa Eurofarma se mantém
sólida, com uma saúde financeira positiva, com os seus ativos protegidos e com boas oportunidades
de projeções de crescimento aumentando assim as suas receitas.

14
REFERÊNCIAS:

ASSAF, A. Finanças Corporativas e Valor. Atlas, 2003.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L.C.; EHRHARDT, M.C. Administração Financeira – Teoria e


Prática. São Paulo: Atlas, 2001.

DAMODARAN, A. Avaliação de Investimentos: Ferramentas e Técnicas para a Determinação do


Valor de Qualquer Ativo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

GROPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 2002.

HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira


aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. -5ª ed. São Paulo:
Atlas, 2004.

MOREIRA, José Carlos. Orçamento Empresarial: manual de elaboração. 5ª. ed. São Paulo: Atlas,
2010.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial.


4ª edição, São Paulo: Atlas, 1997

OLIVO, Rodolfo L. F. Administração de Empresas. São Paulo: Saint Paul, 2009.

PADOVEZE, Clóvis Luis. Administração Financeira. São Paulo, Saraiva, 2017.

ROSS, Stephen A, Administração Financeira. 8ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.

SANTOS, J. O. Avaliação de Empresas: Um Guia Prático. São Paulo: Saraiva, 2005.

STEWART, G. B. The Quest for Value. New York: Harper Business, 1991.

WESTON, J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo:


Makron Books, 2000.

https://www.eurofarma.com.br/quem-somos/ - Acessado em 03/05/2019


https://www.eurofarma.com.br/relatorio-anual/2017 (acessado em 29/04/2019).
https://www.eurofarma.com.br/realese/balanco-financeiro-2018 (acessado em 29/4/2019).

15

Você também pode gostar