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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

Campus CRAJUBAR

Notas

Mecânica Clássica 1

Wilson Hugo Cavalcante Freire

Juazeiro do Norte - CE
2019
2
Conteúdo

1 Movimento em uma Dimensão 5

1.1 Considerações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.1.1 Cinemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.1.2 Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.1.3 Problema Geral da Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1.1.4 Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.2 Forças dependentes apenas do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.3 Oscilador Harmônico. Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.3.1 Matemática: Eqs. Dif. Ord. Lineares . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.4 O.H.S. e mais Matemática... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.4.1 Mais Matemática... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.4.2 Retomando a solução do OHS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.4.3 Energia do OHS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.5 Oscilador Amortecido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.6 Oscilador Forçado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15


4 CONTEÚDO
Capı́tulo 1

Movimento em uma Dimensão

1.1 Considerações Gerais

1.1.1 Cinemática

Referencial: observador com régua e relógio (ingredientes fı́sicos) + coordenadas (in-


gredientes matemáticos).

Vetores, {x̂ = ~i = (1, 0, 0), ŷ = ~j = (0, 1, 0), ẑ = ~k = (0, 0, 1)}

Estado (newtoniano) do sistema: vetor-posição ou vetor-localização.

Movimento: mudança de localização (mudança de “estado”), vetor posição se mo-


difica com o tempo: ~r = ~r(t).

Mudança de f = variação (local) de f = derivada de f

velocidade e aceleração.

Eixo X,

posição, velocidade e aceleração:


dx
vx (t) = , vx (t) = x0 (t) = ẋ(t), vx = ẋ
dt t
d2 x

dvx
ax (t) = = 2 , ax (t) = vx0 (t) = x00 (t) = ẍ(t), ax = ẍ
dt t dt t

1.1.2 Dinâmica

Conceito de Força
6 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO

a) empurrar, puxar, atrair, repelir etc. (envolve interação entre dois corpos ou partı́culas),
b) Pode ser MEDIDA !

Forças possuem módulo, direção e sentido, logo são representáveis por vetores !
(este argumento, se não está errado, está no mı́nimo incompleto).

O que faz com que um ente matemático ser vetor é ser parte de um conjunto dotado
de uma estrutura especı́fica: dotado de operações + e . adequadas cumprindo certas
propriedades operatórias, ou seja, satisfazendo uma certa álgebra.

Experimentos indicam que as forças se comportam como vetores: se combinam


segundo uma ágebra de vetores. Portanto são grandezas vetoriais.

Leis de Newton

1) Existem referenciais em relação aos quais partı́cula livre (livre de forças) possui
aceleração nula. Estes são chamados de referenciais inerciais.

2) Num referencial inercial a aceleração adquirida por uma partı́cula sob ação de forças
F~1 , F~2 etc. é proporcional a força total F~ = F~1 + F~2 + ...:

m~r¨ = F~ ,

onde m é uma constante positiva e caracterı́stica da partı́cula que quantifica sua capa-
cidade de resistir a aceleração. A resistência à acelerações é chamada inércia: m será
chamada massa inercial da partı́cula.

3) Se uma partı́cula P1 atua sobre outra P2 com uma força F~17→2 entao P2 reage
sobre P1 com uma força F~27→1 = −F~17→2 (portanto, de mesmo módulo mas em sentido
contrário). Esta é a chamada forma fraca da terceira lei de Newton pois não obriga
que as forças esteja direcionadas ao longo da reta que passa pelas partı́culas.

A terceira lei é violada quando consideramos o valor finita (embora muito grande)
para a velocidade máxima de transmissão de interações (teoria da relatividade).

1.1.3 Problema Geral da Mecânica

Vamos começar pelo caso unidimensional, eixo X por exemplo:

mẍ = F,

onde F~ = F · x̂. Aqui F é uma função, em geral função de (x, ẋ, t), veremos (por
exemplo no oscilador harmônico). O problema geral da Mecãnica é resolver a equação

mẍ = F (x, ẋ, t)

para encontrar x = x(t) que é a função que descreve o movimento da partı́cula. Trata-
se de uma equação diferencial pois envolve derivada da função x(t) inicialmente des-
conhecida. E é uma equação diferencial ordinária pois esta função incógnita é de uma
1.2. FORÇAS DEPENDENTES APENAS DO TEMPO 7

única variável e, portanto, não há derivadas parciais em mais de uma variável. A
solução da equação existe? se existir é única? Bem, são questões delicadas mas medi-
ante condições iniciais x(0) = x0 e vx (0) = ẋ(0) = v0 (com x0 e v0 dados) a solução
x(t) existe e será única num intervalo [0; T ], desde que F (x, ẋ, t) seja uma função de
classe C 2 , ou seja, possui derivadas parciais contı́nuas até segunda ordem.

1.1.4 Energia

Dependendo da forma de F (x, ẋ, t) podemos ter uma equação diferencial complicada
de se resolver, daı́ a necessidade de técnicas auxiliares para termos informações so-
bre a solução x(t). Algumas técnicas úteis são baseadas nas noções de energia que
descrevemos a seguir.

Se a força total sobre a partı́cula é função apenas da posição, digamos F = F (x) (caso
unidimensional), podemos definir a energia potencial da partı́cula por
Z x
V (x) = − F (x)dx
x0

de modo que a equação de movimento da partı́cula se torna

dU
mẍ = −
dx
multiplicando esta equação por ẋ temos após manipulações
 
d 1 2
mẋ + U (x) = 0
dt 2

Vamos chamar
1
T = mẋ2
2
de energia cinética e
1
E = T + V = mẋ2 + U (x)
2
de energia mecânica da partı́cula. Daqui temos que a energia mecânica da partı́cula é
conservada durante seu movimento: se T diminui então V aumenta e vice-versa. Uma
técnica útil aqui é a análise do gráfico de V (x), falaremos....

1.2 Forças dependentes apenas do Tempo

No caso de uma força F~ = F (t) · x̂ temos

dv
m· = F (t)
dt
8 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO

que integrando temos Z t Z t


dv 1
dt = F (t)dt
0 dt m 0

e, pelo teorema fundamental do cálculo,


Z t
1
v(t) − v(0) = F (t)dt
m 0

de modo que Z t
1
v(t) = v0 + F (t0 )dt0 .
m 0

Podemos fazer uma segunda integração:


Z t
dx 1
= v0 + F (t0 )dt0
dt m 0

Z t Z " t Z t00
#
dx 1
dt = v0 + F (t )dt dt00
0 0
0 dt 0 m 0

donde
Z t "Z t0
#
1
x(t) = x0 + v0 t + F (t00 )dt00 dt0
m 0 0

Um exemplo: Força constante (aceleração constante).

F 2
x = x0 + v 0 t + t.
2m

Exercı́cio 1: Resolva o problema de uma partı́cula sob ação de uma força F~ = t3 · x̂


se sua posição e velocidades iniciais são x(0) = 0 e v(0) = 2m/s.

Exercı́cio 2: Ídem para F (t) = F0 cos(ωt) (uma força periódica no tempo), x(0) =
ẋ(0) = 0.

1.3 Oscilador Harmônico. Generalidades

Sistema massa mola, figura

origem colocada na posição de equilı́brio (mola nem distendida nem comprimida).

F~1 = (−k · x) · x̂,


onde k é constante positiva (elasticidade da mola).

força elástica (mola):


1.3. OSCILADOR HARMÔNICO. GENERALIDADES 9

F1 (x) = −kx, (F (x(t)) = −kx(t)).

F~2 = −bvx · x̂

força de amortecimento (atrito)

F2 (ẋ) = −bẋ.

força (externa) periódica

F3 (t) = F0 cos ωt

força total sobre o ploco (partı́cula)

F (x, ẋ) = F1 (x) + F2 (v) + F3 (t) = −kx − bẋ + F0 cos ωt

Durante o movimento
mẍ = −kx − bẋ + F0 cos ωt

ẍ + β ẋ + ω02 x = f0 cos ωt
Objetivo: resolver, ou seja, encontrar x(t). Precisamos de matemática, especificamente
sobre E.D.O.

Temos aqui basicamente três casos:

a) f0 = 0 (livre de força periódica) e β = 0 (sem atrito ou sem amortecimento), ou


seja, só com a força elástica da mola, chamado O.H. Simples;

b) f0 = 0 (livre de força periódica) e β 6= 0 (com atrito ou amortecimento linear),


chamado O.H. Amortecido;

c) com força periódica, ou seja, com f0 6= 0, chamado oscilador forçado.

Obs: ẍ + ω02 x = 0 corresponde ao OHS na Mecanica Clássica mas na Mec. Quântica


pode ser particula livre.

1.3.1 Matemática: Eqs. Dif. Ord. Lineares

A equação acima é da forma:


x00 (t) + P x0 (t) + Qx(t) = R(t) (1.3-1)
10 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO

ou, simplesmente,
ẍ + P ẋ + Qx = R(t) (1.3-2)
com P = β e Q = ω02 constantes e R(t) = f0 cos ωt. Uma EDO desta forma é chamada
EDO linear pois, nesta equação, os expoentes das derivadas ẍ e ẋ são iguais à 1. Além
disso dizemos que a EDO linear possui coeficientes P e Q constantes.

As situações “a)”e “b)”se enquadram no caso em que R(t) é identicamente nula:


dizemos, neste caso, que a EDO (linear e de coeficientes constantes) é homogênia; no
caso “c)”, em que R(t) não é identicamente nula, a EDO é dita não-homogênia.

Vamos começar com os casos homogênios (OHS e OHA), ou seja, livre da força
externa periódica. Note que x(t) ≡ 0 é solução da equação homogênia (partı́cula em
repouso), mas queremos soluções não triviais (partı́cula em movimento).

Teorema Matemático: Considere a EDO linear homogênia


ẍ + P ẋ + Qx = 0
de coeficientes P e Q constantes. Então:

1) Existe (pelo menos) um par de soluções linearmente independentes {x1 (t), x2 (t)}
de classe C 2 num intervalo [0; T ].

2) Qualquer combinação linear x(t) = C1 x1 (t) + c2 x2 (t), com C1 e C2 constantes, é


solução da EDO dada.

3) Qualquer solução da EDO em foco é uma combinação linear


x(t) = C1 x1 (t) + C2 x2 (t),
C1 e C2 são constantes.

Solução Geral: A expressão x(t) = C1 x1 (t) + C2 x2 (t) é chamada solução geral da


EDO homogênia dada.

Afirmação: Podemos mostrar que duas soluções LI x1 e x2 são


x1 (t) = eα1 t , x2 = eα2 t
se α1 e α2 são soluções distintas da equação polinomial de segundo grau (chamada
equação auxiliar)
α2 + P α + Q = 0.
Neste caso vamos adotar sempre α1 < α2 (sem perda de generalidade). E caso esta
equação tenha apenas uma única solução então duas soluções LI da EDO em foco são
x1 (t) = eαt , x2 (t) = teαt .

Verificando...

Exemplo: Encontre a solução geral de ẍ + 4ẋ − 4 = 0. Depois faça o mesmo para


ẍ − 4ẋ + 4 = 0 e também para ẍ − 2ẋ + 2 = 0 (escolhido a dedo e a olho)
1.4. O.H.S. E MAIS MATEMÁTICA... 11

1.4 O.H.S. e mais Matemática...

Retomemos a equação homogênia do OH, que inclui os casos simples e amortecido:

ẍ + β ẋ + ω02 x = 0 (1.4-3)

Tomando o caso simples, sem amortecimento, temos β = 0 de modo que a equação de


movimento newtoniana deste sistema torna-se

ẍ + ω02 x = 0.

A equação auxiliar é
α2 + ω02 = 0
cujas soluções são α1 = −ω0 i e α2 = ω0 i e, então, a solução geral da equação é

x(t) = C1 e−iω0 t + C2 eiω0 t (1.4-4)

com C1 e C2 constantes. Mas e±iω0 t são exponenciais complexas! E x(t) é real! E


agora? Bem, a idéia é simples: C1 e/ou C2 precisam ser constantes complexas de
modo que a combinação que fornece x(t) seja real! Então... vamos falar um pouco
pouco sobre números complexos e exponenciais complexas...

1.4.1 Mais Matemática...

Lembremos algumas coisas sobre números complexos. Um número√ complexo z =


(x, y) ∈ R2 têm a forma algébrica z = x + yi, com x e y em R e i = −1 (num certo
sentido, veja livros de matemática). Com z = x + yi denotamos:

Rez = x, Imz = y

Por exemplo, se z = −2 + 3i então Rez = −2 e Imz = 3. Note que se z1 = x1 + y1 i e


z2 = x2 + y2 i então temos

z1 + z2 = (x1 + x2 ) + (y1 + y2 )i

de modo que

Re(z1 + z2 ) = x1 + x2 = Rez1 + Rez2 , Im(z1 + z2 ) = Imz1 + Imz2

Um exemplo: sejam z1 = 2 + 3i e z2 = 3 + 4i. Então z1 + z2 = 5 + 7i. Note que


Rez1 + Rez2 = 2 + 3 = 5 = Re(z1 + z2 ). Pergunta:

Re(z1 · z2 ) = (Rez1 )(Rez2 )?

A resposta é: não! Veja: (Rez1 )(Rez2 ) = 2 · 3 = 6 mas

z1 z2 = (2 + 3i)(3 + 4i) = 2 · 3 + 2 · 4i + 3i · 3 + 3i · 4i = (6 + 12i2 ) + (2 · 4 + 3 · 3)i


12 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO

∴ z1 z2 = −6 + 17i
donde Re(z1 z2 ) = −6.

No entanto temos que se r e s são reais e z e w são complexos temos

Re(rz + sw) = rRez + sRew, Im(rz + sw) = rImz + sImw.

Conjugado e Módulo. Note que

z 2 = (x + iy)2 = (x2 − y 2 ) + 2xy · i

que não faz sentido dizer que é positivo exceto quando y = 0. Se x = 0 temos
z 2 = (iy)2 = −y 2 6 0 ! Mas dado z = x + iy, se designarmos número z ∗ = x − iy,
chamado conjugado de z, temos

zz ∗ = (x + iy)(x − iy) = x2 + y 2 > 0.

Definimos p
|z| = |(x, y)| = x2 + y 2
de modo que sempre temos
zz ∗ = |z|2 .
Além do mais temos sempre |z| = |z ∗ |.

Exponencial Complexa. Dados θ real define-se

eiθ = cos θ + isenθ.

Note que: e−iθ = cos θ − isenθ pois.... Note também que, dados θ1 e θ2 reais,

eiθ1 eiθ2 = ei[θ1 +θ2 ]

o que de certa forma “reforça”a definição de exponencial complexa acima.

Forma Polar. Qualquer número complexo z = (x, y) = x + iy pode ser colocado na


forma polar
z = |z|[cos φ + isenφ] = |z|eiφ
onde
|z| = x2 + y 2
e φ é o ângulo do eixo X para o segmento Oz no plano complexo XY (adotemos o
sentido positivo como sendo anti-horário). Se y 6= 0 temos
y
tan φ = .
x
Note ainda que se z = |z|eiφ então

z ∗ = |z|e−iφ .
1.4. O.H.S. E MAIS MATEMÁTICA... 13

1.4.2 Retomando a solução do OHS

Vimos, pela Eq. (1.4-4), que

x(t) = C1 e−iω0 t + C2 eiω0 t

Pelo que acabamos de ver temos

x(t) = C1 [cos ω0 t − isenω0 t] + C2 [cos ω0 t + isenω0 t]

de modo que
x(t) = [C1 + C2 ] cos ω0 t + i[C2 − C1 ]senω0 t. (1.4-5)
Dessa forma devemos ter C1 + C2 e i(C2 − C1 ) reais. Pondo

C1 = A1 + iB1 , C2 = A2 + iB2

temos
C1 + C2 = (A1 + A2 ) + i(B1 + B2 )
donde B2 = −B1 (para que C1 + C2 seja real). Assim temos

i(C2 − C1 ) = i[(A2 − iB1 ) − (A1 + iB1 )] = i(A2 − A1 − 2iB1 ) = 2B1 + i(A2 − A1 )

que, para ser real, devemos ter A2 = A1 = A. Então temos

C1 + C2 = A1 + A2 , i(C2 − C1 ) = 2B1

ambos reais, pois estamos supondo A1 , A2 , B1 e B2 reais. Logo a Eq. (1.4-5) fica

x(t) = K1 cos ω0 t + K2 senω0 t

com K1 e K2 reais, o que não ajuda muito para interpretar o movimento, apenas nos
garante a forma algébrica real. Mas agora temos, por outro lado,

C1 = A1 + iB1 , C2 = A1 − iB1 = C1∗

Assim, como C2 é o conjugado de C1 temos que

C1 = |C1 |eiφ , C2 = |C1 |e−iφ

Ao invés de trabalharmos com as constantes C1 e C2 passamos a trabalhar com |C1 | e


φ... Agora a Eq. (1.4-4) fica assim:

x(t) = |C1 |{e−i(ω0 t−φ) + ei(ω0 t−φ) }

x(t) = A cos(ω0 t + θ) (1.4-6)


onde redefinimos |C1 | = A e −φ = θ. Daqui vemos claramente que o movimento é
periódico com perı́odo T = 2π/ω0 e oscilatório:

−A 6 x(t) 6 A, ∀t > 0.
14 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO

1.4.3 Energia do OHS

Temos que
 2  2
1 dx 1 1 d 1
E= m + kx2 = m [A cos(ω0 t + θ)] + k[A cos(ω0 t + θ)]2
2 dt 2 2 dt 2
1 1
E = mω02 A2 sen2 (ω0 t + θ) + kA2 cos2 (ω0 t + θ)
2 2
1 2
E = kA = const. de movimento.
2

1.5 Oscilador Amortecido

Consideremos agora o caso do oscilador harmônico amortecido de equação

ẍ + β ẋ + ω02 x = 0.

A equação auxiliar é
α2 + βα + ω02 = 0
Temos que p
β 2 − 4ω02
−β ∓
α= .
2
Podemos coloca-la numa forma mais conveniente se definirmos ou adotarmos, como
novo parâmetro de amortecimento, γ = β/2 de modo que β = 2γ. Dessa forma temos

ẍ + 2γ ẋ + ω02 x = 0.

e p
−2γ ∓ 4γ 2 − 4ω02
q
α= = −γ ∓ γ 2 − ω02
2
ou seja, q
α1 = −γ − γ 2 − ω02
q
α2 = −γ + γ 2 − ω02
Temos aqui três casos de amortecimento:

a) Amortecimento Forte: γ 2 > ω02 para o qual α1 e α2 são distintas e reais. Note
que neste caso temos α1 < α2 < 0 (prove isto!). Daı́ α1 = −|α1 | e α2 = −|α2 | e temos
a solução geral não oscilatória (logo não periódico)

x(t) = C1 e−|α1 |t + C2 e−|α2 |t

Por exemplo, se o oscilador é solto (do repouso) de uma distância D a esquerda da


origem temos x(0) = −D e ẋ(0) = 0 de modo que

C1 + C2 = −D, −|α1 |C1 − |α2 |C2 = 0


1.6. OSCILADOR FORÇADO 15

Logo
1
x(t) = {|α1 |e−|α2 |t − |α2 |e−|α1 |t }
|α2 | − |α1 |
que é crescente pois

D|α1 α2 |
ẋ(t) = {e−|α1 |t − e−|α2 |t } > 0
|α2 | − |α1 |

pois...Além disso
lim x(t) = 0.
t7→∞

Logo...gráfico.

Exercı́cio: Faça o caso em que o socilador é solto à uma distância D à direita da


origem. Mostre que x(t) é decrescente, calcule o limite com t pro infinito e faça o
gráfico.

Exercı́cio: ...

c) Amortecimento Crı́tico: γ 2 = ω02 de modo que

x(t) = (C1 + C2 t)e−γt

c) Amortecimento Fraco: γ 2 < ω02 de modo que

α1 = −γ − iω1

e
α2 = −γ + iω1
p
onde ω1 = ω02 − γ 2 . Neste caso temos

x(t) = e−γt {C1 e−iω1 t + C2 eiω1 t }

Usando o método do caso HS temos

x(t) = Ae−γt {cos(ω1 t + φ)}

que corresponde a oscilações com amplitude exponencialmente decrescente. O perı́odo


das oscilações é maior

T = .
ω1

Note que o caso HS é recuperado tomando γ = 0.

1.6 Oscilador Forçado

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