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Campus CRAJUBAR
Notas
Mecânica Clássica 1
Juazeiro do Norte - CE
2019
2
Conteúdo
1.1.1 Cinemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.2 Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.4 Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.1 Cinemática
velocidade e aceleração.
Eixo X,
dx
vx (t) = , vx (t) = x0 (t) = ẋ(t), vx = ẋ
dt t
d2 x
dvx
ax (t) = = 2 , ax (t) = vx0 (t) = x00 (t) = ẍ(t), ax = ẍ
dt t dt t
1.1.2 Dinâmica
Conceito de Força
6 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO
a) empurrar, puxar, atrair, repelir etc. (envolve interação entre dois corpos ou partı́culas),
b) Pode ser MEDIDA !
Forças possuem módulo, direção e sentido, logo são representáveis por vetores !
(este argumento, se não está errado, está no mı́nimo incompleto).
O que faz com que um ente matemático ser vetor é ser parte de um conjunto dotado
de uma estrutura especı́fica: dotado de operações + e . adequadas cumprindo certas
propriedades operatórias, ou seja, satisfazendo uma certa álgebra.
Leis de Newton
1) Existem referenciais em relação aos quais partı́cula livre (livre de forças) possui
aceleração nula. Estes são chamados de referenciais inerciais.
2) Num referencial inercial a aceleração adquirida por uma partı́cula sob ação de forças
F~1 , F~2 etc. é proporcional a força total F~ = F~1 + F~2 + ...:
m~r¨ = F~ ,
onde m é uma constante positiva e caracterı́stica da partı́cula que quantifica sua capa-
cidade de resistir a aceleração. A resistência à acelerações é chamada inércia: m será
chamada massa inercial da partı́cula.
3) Se uma partı́cula P1 atua sobre outra P2 com uma força F~17→2 entao P2 reage
sobre P1 com uma força F~27→1 = −F~17→2 (portanto, de mesmo módulo mas em sentido
contrário). Esta é a chamada forma fraca da terceira lei de Newton pois não obriga
que as forças esteja direcionadas ao longo da reta que passa pelas partı́culas.
A terceira lei é violada quando consideramos o valor finita (embora muito grande)
para a velocidade máxima de transmissão de interações (teoria da relatividade).
mẍ = F,
onde F~ = F · x̂. Aqui F é uma função, em geral função de (x, ẋ, t), veremos (por
exemplo no oscilador harmônico). O problema geral da Mecãnica é resolver a equação
para encontrar x = x(t) que é a função que descreve o movimento da partı́cula. Trata-
se de uma equação diferencial pois envolve derivada da função x(t) inicialmente des-
conhecida. E é uma equação diferencial ordinária pois esta função incógnita é de uma
1.2. FORÇAS DEPENDENTES APENAS DO TEMPO 7
única variável e, portanto, não há derivadas parciais em mais de uma variável. A
solução da equação existe? se existir é única? Bem, são questões delicadas mas medi-
ante condições iniciais x(0) = x0 e vx (0) = ẋ(0) = v0 (com x0 e v0 dados) a solução
x(t) existe e será única num intervalo [0; T ], desde que F (x, ẋ, t) seja uma função de
classe C 2 , ou seja, possui derivadas parciais contı́nuas até segunda ordem.
1.1.4 Energia
Dependendo da forma de F (x, ẋ, t) podemos ter uma equação diferencial complicada
de se resolver, daı́ a necessidade de técnicas auxiliares para termos informações so-
bre a solução x(t). Algumas técnicas úteis são baseadas nas noções de energia que
descrevemos a seguir.
Se a força total sobre a partı́cula é função apenas da posição, digamos F = F (x) (caso
unidimensional), podemos definir a energia potencial da partı́cula por
Z x
V (x) = − F (x)dx
x0
dU
mẍ = −
dx
multiplicando esta equação por ẋ temos após manipulações
d 1 2
mẋ + U (x) = 0
dt 2
Vamos chamar
1
T = mẋ2
2
de energia cinética e
1
E = T + V = mẋ2 + U (x)
2
de energia mecânica da partı́cula. Daqui temos que a energia mecânica da partı́cula é
conservada durante seu movimento: se T diminui então V aumenta e vice-versa. Uma
técnica útil aqui é a análise do gráfico de V (x), falaremos....
dv
m· = F (t)
dt
8 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO
de modo que Z t
1
v(t) = v0 + F (t0 )dt0 .
m 0
Z t Z " t Z t00
#
dx 1
dt = v0 + F (t )dt dt00
0 0
0 dt 0 m 0
donde
Z t "Z t0
#
1
x(t) = x0 + v0 t + F (t00 )dt00 dt0
m 0 0
F 2
x = x0 + v 0 t + t.
2m
Exercı́cio 2: Ídem para F (t) = F0 cos(ωt) (uma força periódica no tempo), x(0) =
ẋ(0) = 0.
F~2 = −bvx · x̂
F2 (ẋ) = −bẋ.
F3 (t) = F0 cos ωt
Durante o movimento
mẍ = −kx − bẋ + F0 cos ωt
ẍ + β ẋ + ω02 x = f0 cos ωt
Objetivo: resolver, ou seja, encontrar x(t). Precisamos de matemática, especificamente
sobre E.D.O.
ou, simplesmente,
ẍ + P ẋ + Qx = R(t) (1.3-2)
com P = β e Q = ω02 constantes e R(t) = f0 cos ωt. Uma EDO desta forma é chamada
EDO linear pois, nesta equação, os expoentes das derivadas ẍ e ẋ são iguais à 1. Além
disso dizemos que a EDO linear possui coeficientes P e Q constantes.
Vamos começar com os casos homogênios (OHS e OHA), ou seja, livre da força
externa periódica. Note que x(t) ≡ 0 é solução da equação homogênia (partı́cula em
repouso), mas queremos soluções não triviais (partı́cula em movimento).
1) Existe (pelo menos) um par de soluções linearmente independentes {x1 (t), x2 (t)}
de classe C 2 num intervalo [0; T ].
Verificando...
ẍ + β ẋ + ω02 x = 0 (1.4-3)
ẍ + ω02 x = 0.
A equação auxiliar é
α2 + ω02 = 0
cujas soluções são α1 = −ω0 i e α2 = ω0 i e, então, a solução geral da equação é
Rez = x, Imz = y
z1 + z2 = (x1 + x2 ) + (y1 + y2 )i
de modo que
∴ z1 z2 = −6 + 17i
donde Re(z1 z2 ) = −6.
que não faz sentido dizer que é positivo exceto quando y = 0. Se x = 0 temos
z 2 = (iy)2 = −y 2 6 0 ! Mas dado z = x + iy, se designarmos número z ∗ = x − iy,
chamado conjugado de z, temos
Definimos p
|z| = |(x, y)| = x2 + y 2
de modo que sempre temos
zz ∗ = |z|2 .
Além do mais temos sempre |z| = |z ∗ |.
Note que: e−iθ = cos θ − isenθ pois.... Note também que, dados θ1 e θ2 reais,
z ∗ = |z|e−iφ .
1.4. O.H.S. E MAIS MATEMÁTICA... 13
de modo que
x(t) = [C1 + C2 ] cos ω0 t + i[C2 − C1 ]senω0 t. (1.4-5)
Dessa forma devemos ter C1 + C2 e i(C2 − C1 ) reais. Pondo
C1 = A1 + iB1 , C2 = A2 + iB2
temos
C1 + C2 = (A1 + A2 ) + i(B1 + B2 )
donde B2 = −B1 (para que C1 + C2 seja real). Assim temos
C1 + C2 = A1 + A2 , i(C2 − C1 ) = 2B1
ambos reais, pois estamos supondo A1 , A2 , B1 e B2 reais. Logo a Eq. (1.4-5) fica
com K1 e K2 reais, o que não ajuda muito para interpretar o movimento, apenas nos
garante a forma algébrica real. Mas agora temos, por outro lado,
−A 6 x(t) 6 A, ∀t > 0.
14 CAPÍTULO 1. MOVIMENTO EM UMA DIMENSÃO
Temos que
2 2
1 dx 1 1 d 1
E= m + kx2 = m [A cos(ω0 t + θ)] + k[A cos(ω0 t + θ)]2
2 dt 2 2 dt 2
1 1
E = mω02 A2 sen2 (ω0 t + θ) + kA2 cos2 (ω0 t + θ)
2 2
1 2
E = kA = const. de movimento.
2
ẍ + β ẋ + ω02 x = 0.
A equação auxiliar é
α2 + βα + ω02 = 0
Temos que p
β 2 − 4ω02
−β ∓
α= .
2
Podemos coloca-la numa forma mais conveniente se definirmos ou adotarmos, como
novo parâmetro de amortecimento, γ = β/2 de modo que β = 2γ. Dessa forma temos
ẍ + 2γ ẋ + ω02 x = 0.
e p
−2γ ∓ 4γ 2 − 4ω02
q
α= = −γ ∓ γ 2 − ω02
2
ou seja, q
α1 = −γ − γ 2 − ω02
q
α2 = −γ + γ 2 − ω02
Temos aqui três casos de amortecimento:
a) Amortecimento Forte: γ 2 > ω02 para o qual α1 e α2 são distintas e reais. Note
que neste caso temos α1 < α2 < 0 (prove isto!). Daı́ α1 = −|α1 | e α2 = −|α2 | e temos
a solução geral não oscilatória (logo não periódico)
Logo
1
x(t) = {|α1 |e−|α2 |t − |α2 |e−|α1 |t }
|α2 | − |α1 |
que é crescente pois
D|α1 α2 |
ẋ(t) = {e−|α1 |t − e−|α2 |t } > 0
|α2 | − |α1 |
pois...Além disso
lim x(t) = 0.
t7→∞
Logo...gráfico.
Exercı́cio: ...
α1 = −γ − iω1
e
α2 = −γ + iω1
p
onde ω1 = ω02 − γ 2 . Neste caso temos