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Política de Informação

Uma política de segurança da informação tem por objetivo possibilitar o gerenciamento da segurança em uma organização,
estabelecendo regras e padrões para proteção da informação. A política possibilita manter a confidencialidade, garantir que a
informação não seja alterada ou perdida e permitir que a informação esteja disponível quando for necessário.

Os controles devem ser definidos levando em conta as características de cada empresa, definindo o que é permitido e o que é proibido.
A implantação, para ser bem sucedida, deve partir da diretoria da empresa para os demais funcionários (abordagem top down). A
política deve ser divulgada para todos os funcionários da organização, de forma a manter a segurança das informações.

POLÍTICA DE INFORMAÇÃO, ESTADO INFORMACIONAL E REGIME DE INFORMAÇÃO

O entendimento das Políticas de Informação perpassa por um histórico evolutivo, tendo como marco inicial a necessidade dos estados de promover o avanço

científico e tecnológico, conforme Kerr Pinheiro (2010, p. 117):

A partir dos anos 50, graças ao desenvolvimento originado nos Estados mais desenvolvidos do Ocidente, tem início a construção de políticas de informação

voltadas para o avanço científico e tecnológico, incentivadas pelos Estados que passam a promover a importância da ciência e da tecnologia (C&T) como

elemento modernizador da estrutura produtiva […].

Com o avanço da sociedade e utilização cada vez maior de recursos informacionais, verifica-se em um contexto mais amplo que uma Política de Informação

não limita seu campo de abrangência somente nos aspectos científico e tecnológico, de acordo com Silva (1991, p. 12):

[…] deve ser um instrumento que integre a sociedade aos avanços científicos e tecnológicos, de forma participativa. Assim praticada, ela contribui para a

melhoria do nível educacional, cultural e político, elementos básicos para o exercício pleno da cidadania.

Segundo Jardim; Silva; Nharreluga, (2009, p. 9) uma política de informação pode ser vista como:

[…] um conjunto de princípios, leis, diretrizes, regras, regulamentos e procedimentos interrelacionados que orientam a supervisão e gestão do ciclo vital da

informação: a produção, coleção, organização, distribuição/disseminação, recuperação e eliminação da informação. Política de informação compreende o

acesso à, e uso da informação.

Ainda, de acordo com Gómez (1997 citado por KERR PINHEIRO 2001, p. 4) uma política de informação é um “conjunto de práticas/ações encaminhadas à

manutenção, reprodução ou mudança e reformulação de um regime de informação, no espaço local, nacional, regional ou global de sua manifestação”,

inferindo a amplitude do conceito e o envolvimento de diversos atores ou grupos inseridos nestes espaços:

[…] as políticas de informação servem para configurar instrumentos decisionais e normativos por meio das quais se expressa o que é desejável e prioritário

para o grupo, no que se refere à geração, circulação, tratamento e uso da informação. Assim, as políticas teriam como meta a construção coletiva da

inteligência comunicacional, sendo que as redes de informação se movimentariam no sentido de que o conhecimento e suas condições de produção estariam

no mundo natural e social; além disso, haveria um monitoramento informacional, por meio de avaliação, reflexão crítica e idealização dos grupos. (GÓMEZ

1999 citado por AMORIM; SILVA, 2011, p. 54)

Para Braman (2011), a política de informação é denominada pelo conjunto de leis e regulamentações pertinentes a qualquer criação, processamento, fluxos e

usos da informação.

O monitoramento informacional pode estar associado à definição de controle sobre a informação por um determinado grupo. Este grupo sendo o Estado pode-

se relacionar com o conceito de Braman (2006, p. 34) acerca do “Estado Informacional”:

O Estado Informacional é caracterizado por múltiplas interdependências com entidades estatais e não estatais em caminhos que largamente requerem o uso

da infraestrutura global de informação para criação da informação, processamento, fluxos e uso da informação. Estados informacionais usam o controle sobre

a informação para produzir e reproduzir um loci de poder e construir áreas de influência autônoma dentro do ambiente da rede.

Neste contexto, a política de informação possui um valor inestimável como instrumento de controle e uso do poder para os estados, que conforme Braman

(2006, p. 37) cita que “esse impacto da criação de informação, processamentos, fluxos e uso é que faz a política de informação tão fundamental para exercício
do poder”. Tratando do conceito como instrumento de poder, Burguer (1993, p. 6 e p. 27), apresenta que as políticas de informação podem ser “[…]

mecanismos sociais utilizados para controlar as informações e os efeitos sociais da aplicação destes mecanismos”, ou ainda “[…] o instrumento pelo qual esse

controle de informações de vários tipos seja mantido ou perdido, pelo qual o poder é compartilhado ou retido […]” ”tradução nossa”.

Em um entendimento mais restrito de políticas de informação, baseado na produção, organização e disseminação de informação, Gómez (1999, p. 69) define

política de informação como “conjunto das ações e decisões orientadas a preservar e reproduzir, ou a mudar e substituir um regime de informação e podem ser

tanto políticas tácitas ou explícitas, micro ou macro-políticas”. Com isso, torna-se necessário definir o chamado regime de informação, que de acordo com

Frohmann (1995, p. 5-6), pode ser “um sistema ou rede mais ou menos estável na qual a informação flui através de canais determináveis – de produtores

específicos, via estruturas organizacionais específicas, a consumidores ou usuários específicos”.

O regime de informação mantém o domínio que reúne governo, governança e governabilidade, que segundo Braman (2004, p. 13):

– Governo: instituições formais, regras, normas, práticas e histórias de entidades geopolíticas;

– Governança: instituições formais e informais, regras, acordos e práticas (ações e comportamentos) de atores estatais e não-estatais com efeito

constitutivo na sociedade;

– Governabilidade: contexto social e cultural no qual modelos de governança emergem e são sustentados.

Neste sentido, o regime de informação auxilia no entendimento da definição conceitual de política de informação:

Um regime de informação constituiria, logo, um conjunto mais ou menos estável de redes sociocomunicacionais formais e informais nas quais informações

podem ser geradas, organizadas e transferidas de diferentes produtores, através de muitos e diversos meios, canais e organizações, a diferentes destinatários

ou receptores, sejam estes usuários específicos e públicos amplos. (GÓMEZ, 2002, p. 34)

Com base nestas definições, a conceituação de política de informação direcionada ao ambiente organizacional carece de um detalhamento teórico, focado no

estabelecimento de uso e de prioridades informacionais. Necessita avaliar se a política informacional está atrelada ao pensamento estratégico da organização,

visualizando este contexto como fator crítico de sucesso na tomada de decisão empresarial. Sendo a política de informação um fator crítico, necessita avaliar

se há um posicionamento coerente desta política informacional com as diversas outras políticas prioritárias nas organizações (de recursos humanos,

financeira, investimentos, dentre outras) e em um contexto mais amplo, ao planejamento estratégico das organizações.

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