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oro 1, Porngus ov sie? Um convited pesquisa 4 Marcos Bago 2 Linge & comunicgi social ish da lingua moderna ‘Manoel Lui Goneaes Cortes 4 Poruna tinge eric, 28. Kanavlil Ragopaan A, ya on ign marrage dea, 20, Sela Mars Borton- Ricardo 5: Sistema mada tingugem on pecs pel istria da ingame Dante Lcches % *O porns sto dinar fronts, velasprolemas Rosa Virginia Mattos e Siva 7. rss par uma shi-histia do portguts seo Rosa Virginia Matos eis A. Ainge que ms ffl nests critica bio Lopes da Siva, Kanal Rajagopal orgs | 9. Do signe ao dscurso— brody & lofi da inguager Inds Lacerda Asijo 10, fais de loi da gion ost Borges Neo XC \ jalogo sobre as razdes la diversidade tedrica na inguistica (Oe seta sin ict nga 0 pfs ace tb pine thew ee on fea Tusa ane eas nine ke Die or Aluno ALFA: Na tltima aula, Profesor, vimos umn panorama da in que me dexou completamente confso, com 2 impress de que a ca € um cao, Por que ea é asim? PROFESSOR: Para responder ests pergunt é precio que pensemos unt sobre algumas das caractersticas do noo objeto de ests: Hing ‘A linguagem humana € un fendmeno (se pudermos dizer que ele € un ) extemamente complesn, Ha esté presente a todo insane © se s:tudo que o home fa. Pode- dies, por eremplo, que a lnguagem suporte do pensmento (a questo clissca& pode-se pensar sem lng Tb io eu on Le Co i Aa lion ic qsini gun i ses eed Ade to pra Can ero Fr Lae Met A cs Male pela ee fern «ime prin vet dese aon Aeon eas iste et es ‘ALoG0 SOBRE AS RAZOES DA DNERSIDADEEGREA NALNGUIA 17 twos a Hnguagem € matérin de art; a Unguagem € sada como i Posto soca wea de DELTA: Nem precisa ir adiante, Profesor. Acho que tao mundo esti convencido ds importncis da linguagem em nossas vides © entende «sua Tigao estits com nosss tvidades, PROFESSOR: Eno vamos adante. Do fito de a lingnagem se lgat ‘isceralmente ao “humane” decore que seu etudo nem sempre pode set ‘nolo de outros aspectos do "humane Po explo, nem sempre & post vel estabelecer 0s limits entea lings, que esta as lnguas natal, © 8 psicolgia, que estuda os faantes.Podese disci lingua daguele que & fast Nao € fii responder a eta pergunta, Nem sempre & posi, também, slistngui, em determinads circunstincas, 0 que 60 objet da lings ¢ ‘© que € objeto da socilogla ou da antropoogi, GAMA: Eu nio estou entendendo bem ese pont. O seahor pode dar um exemplo? PROFESSOR: Cluro. & sbido que as linguas varia no tempo € no ‘spa. E‘epaso’ al pode sigifcar tanto o epaso fic (geogefica) como © espavo sri! (hierarqua de esratos soci) En outraspalavas as lingua lo se modificando com pasar do tempo e adquitem formas pépras, determinadascuturalmente, em lugares diferentes © ent etatos sci ferentes. O portugués filado hoje no & gual 20 portaguts fila no slo Xo portuguts lado hoje no Brasil nio& igual 2 portugusfalado hofe em Portugal © portugues filado hoje no Bra pela populagio de basa scolrdade (s “bois por exemple), ndo € igual 30 portuguts flo hoje no Brasil pelas pessoas de esolardade mais alta (mics, por exem- plo). Podemos vera lings, entio, como ums suesso temporal de “esti is" (inconis) e cada “stgio™ como um conjunto de varias regions (Gitetos)e varias es voc (dikes sons ou socioletos), ci perce ‘tio, que lingua de um powo nao se disingue, em principio, da isin ese pow; nem se disingue da organzagso socal dese pov a cada mo- mento da histria. Bats lance 18 tsa De oso oA un 6 um objeto que ve realize whistorieamente, nem € um objets I iferengas scioclturas extents no mci sci. (FESSOR: Voc! entendeu o ponto, Alla A lingua no “psirs” sobre de, mas est presente nla e com ela se confunde B por iso enti, que o senor diz que Bs vezes ca dil sep @ objeto da Knguistica do objeto da socologa ou da antropoogi? (OFESSOR: Exatamente. Mas tomenos outro cao, As anilises actsti- emses de fla revelam que a fla € um cots. Em outs pla Alo ponto de visa d sna acistico — da fila como um fendmeno fico i entdades como sepmentos ou sfabas, ou mesmo palavas. NBO es fants So capazes de perce segmentos,slabase paves nas es de fala, Into claramenterevela que o falantes slo capazes de pece- ots que no edo no sna sic, mas que prtencem propramente 20 ces percepiv do fitfouvinte,Podese concur da que mo & por ‘vera lingua isladamente da picologi do flame. Em sums, asim 0 no se pode separa linguagem do meio social em que ea € usa, pode sparar«tinguagem dos proesos picoligicos que, de ceta “onganizan” para os fants sa Tinguagem. Nog ings como 1 dileto ec. 80 claramente noses socolgias, enquanto fnema, s- ee 0 nogGesfrancamente picolgicas BETA: Parcs, ento, que para entender linguagem & precivoconhoset ria, socioloia,psieolgia e sabe Ido que mais PROFESSOR: Voct ficou com essa impressio? Orimo. Era jusamente & pressio que eu queria pasar pare voces. Notem que 4 questso que se rate ponto — e é barcamente a questi de Beta — € da pos ‘© com as instiulgdes humana. © conjunto de rela, imbricas des © perposigbes que a lingua mantém & to grande que o homers, dante dela, Sente como qu dante de uma forests, repleta de dvores, atbustos, cps ‘ML0Go SOERE AS PARES DA DNERSIADE EORCA NA UNIECA 19 ‘ praia entrelsados, que foram ‘do se vihumbra carers ou pica. ALFA: Entendo, Dado o grande niinro de relagdes que a lingsagem ‘mantém, nfo temos condes de decidir por onde € que vamos comeyar a sua abordager a fim de conhect PROFESSOR: A reside nfo dir como & que que ser abordadae toda sbordagem que se puder propor vai sempre parecer parca e arbitra. DELTA: E como € qu se fz, entiot PROFESSOR: Em primeizo lugar, ¢ preciso aba. preciso escolher alguns aspects do objeto, que Wo ser consderados importantes, ignorar ‘oreo, Qualquertentatva de estadarainguagem va realizar abstra6s, val ilar certs proprodadese certas relays consderadas prtnents. Quanto to que sobra, vase dizer que so aspectos que serio cstudados posterior mente ("gustido os estuds Hingiicosexverem mais desenolvidos") ou qu sho aspects “margin, que nto devem ser estdados na lingistca, ‘mas estudados or alguma outra dixiplina cients. GAMA: Um exemplo, roisor. Bu gosto de exemplos, PROFESSOR: Penss na distinsfo compettncia/desempenko fete por ‘Chomsky, Para el, fate de uma lingua poss, "ardado” em algun gar de seu céebro um conhecimento Kingistco que the permite usar a lingo, produindo einterpretando expresses. Esse conhecimento € cam _etecia ings do ante. © desrpenho lingo & 0 uso efetivo que © falante far da lingua Ou ej, a compettncia € um conhecimento que 0 falante posi eo desempenbo & 0 uso que flat far dese conecimento. Pensem tum poco na artmética Acredito que todos vets sbem fazer con- tay de soma. [BETA: Seno forem muitos of mimeros a serem somados.(RISOS) ‘PROFESSOR: O conecimento que voets tém em relago 8 soma a competinca “somtive Notem que mesmo agora quando vocts md esto omando nada (aio estio usando efeivamente ese “ser fet” — no ‘tio “desempenhanda),o conhecimento sobre como fazer somas esti, de 218A DE FOSORA DA UNGLITCA isting, 1 que sa competénia,e nto 6 dsem- 46 consul em objeto da lngstica. Em onteas plavras, Chomsky uma abstrao solando um dos aspects do fenmeno global lnguegent ompeténca, volta sua atensd0 apenas a ee com desaso quasecom- do outeo aspecto. Apenas os fendmenos tdos como pertencentes & estncia vo ser estudados pela tora lingitics de Chomsky, o¢ outros ymenos (do desempeno} serio simplesmenteignorados. ALFA: Mas, Professor, deste modo a tora de Chomsky no vi comse- hordarintegalmente linguagem. PROFESSOR: Nem esse € o objetivo de uma teovia lingua, Uma que pretends dar conta de todos os aspecos que podem ser observados se objeto no & uma teria do objet, mas uma repro. © excrtor ino Jorge Luis Borges tem um pequeno conto qu expe mito ber onto, Deixa eu ler para acts DEL RIGOR DE LA CIENCIA. vague Imperia, Arte de a Cartgrfi legr ol Prcin que el mapa lu sola Provincia aeypaba toda sa Ciudad, ye map del peri, te Provincia Come vempo, es Mepas Desmesnades no satisacieon y los de Cangas leantaan uot Mapa del inpero que tena el raeno Imperioy coinciia puntuabmene con & Mewes dias al Estudio de le a as Geneacones Siguiente entender que ee dato Mapa iy no sin pedal entrar a as Inclemecis dl Sly de is avers. os desea del Oeste perdu despedendas Runs del Mapa, habits por 1 CAP. XLV, LERIDA, 1658). BETA: Pasa! Que conto legal! Acho que ficou bem dar, para mim menos, que as teovias necessariamente operam abstragdes sobre seu {Como o mapa do Borges, uma teria que esgoeo objeto srs inti. 5,11 178 7 (0 como pare tetas bo Hak de 196) — PROFESSOR: Podemos leva diane sind esa imagem do mapa. Voots lembram que eu fale que a linguagem € uma florea impenetivel? Para que slgudm percorra uma forests sem se perder, 0 que &necsri € um mapa [No caso da linguagem, © mapa se cham tera lngusticn. Como wm mape, ‘ua tora ings estbelecesegoes, deus, caminhos, limites ec. no fe ‘ndmeno complex Em outrs pelavas, a tora atibui uma certa organi 10 40 fendmeno, de modo que possamos nos delocar por ee. ALFA: Eu quero colocar um problema, Bu entendo que a necesidade 4 absteaszo lve na dist da diversidade trea: tora frente operam. absrages diferentes O que et 0 entendo € como justifiar a diversidade 4 parte da imagem do mapa, PROFESSOR: Hi das cols # serem dis, Pineiro, voc jf conduiu 0 gue ex queria conclir: una das razdes da diversidade tsvica & 2 possibili- de ve realizar indmera abtases sobre um mismo objeto. Segun- do, a tua questo surge de ma provivel iacompreensio da naturezn do mapa. Voet ests pensando no mapa como uma represntagio determinada peo objet, Voce eats entendendo o mapa como una espécie de “fotografia” ds elidade. iss € flo. claro que um mapa nao pode mostrar um rio ‘onde nio existe ro, mas ele pode mostrar soos, endo as montanhas ou 6 as montanhas ¢ no 0 ros. Um mapa politico, por exemple, vai mostrar linus dvisorias onde no existe inhas divisvias na veaidade sic. Lem trem: da isis do Bras. Havia um tal de Meridino de Trdesihas, que ra uma lina imagindia, Or, o ue signifi dizer que era ua ina snr, vendo dizer queens uma linha que nao exitia no objeto, ua ina ‘qu exstia apenas na representap do objeto (no mapa). Se © mapa eps sentasefelmente 0 objeto, o problems ds demarcagso das ters indigenas ho Brasil devera estar resolv, no? Pos © mesmo ocorte com as teoras lingstca. las também extabeleces “Knits imagindrios De certo modo, 4 organizasao que a tora sib a0 objeto (0 “mapa” do objeto) no ets rcesriamente no propio objeto, mas ext em nossa vio do abjeco. Ou tej, 0 objeto no determina inteiramente a tora, pois ela € uma conuio Iman, Vina tora lingastia € um modo particular de vera reldade da linguagem humana DELTA: Embansnou, PROFESSOR: Desembanancmos, eno. Vimos volta ditingSo com. tncaldesempenho, A primeira observaio a faze € que ea disingSo no ‘existe no objet. B uma ditngao que Chomsky v8 no objet, Competéncia «desempenho nto sto parts do objeto, mas parte da visio (epresentacio) ‘que Chomsky tem do objeto. Nenhums estranhers, eno, no fato de neta todos os Lnghisas concordarem com essa dstingo:simplesmente ees no consequem vero objeto deve mesmo modo, GAMA: As abtrastes, enti, sto sempre operadas Sobre um objet representado de um modo of de outro, | ALFA: E fica claro o porqué da diversidade lings at torasresl- “am de vsbespartclaes do objeto deestudos, Deveremas er unas tors ‘quatas fore as vies particule, ou representasdes, do objet PROFESSOR: isso mesmo, Eats constatagio nos lv un concusi: ‘6 nimero de torias possiveis& em principio, infinito, BETA: Mat asim agente ci no reativsmo total Astoria so wskes Driculaes © nio hi como avai, critica ou contest esas vides. NO fetanto, parece que a ciéncia ndo funciona asim. HA verdades cients ‘tabelecidas a tcoriahelioctntria, qu diz que & a Terra que gis em torna th Sol € uma dls. PROFESSOR: Bu vou te responder filando wm pou sobre urs carsc- erica das eorias cinta: o rompiment com 0 "senso commun Qual ‘quer pessoa pode ver — "ests ma cara” — que a Tera €imavel e que €0 Sol ‘gue © move pelo céu. Imaginem agora 0 que representou para © homem. mrsdo da Iade Media a afrmagio de que ¢ 4 Teer que 4 move ex ormo do So, Una “verdad” esubeecid, aetita pelo senso comum, esata “jndo contest © 9 mundo, diate dso, nunca mae poder set tne, Ocore, pore, que ess novas "verdades” — revouciondrias — também a ye 0 cater de "verdes estes eso acts eo senso comm, | DELTA: Abt Agora ew stow entendendo © que um dos ganador do [Nobel de medicina, Niels ferme, quis der ma entrevista que de & revista Veja, Eu tenbo ui exemplar firms Panes fze wna desert, precise decor das iia ue eto em vega — oni no pel simples prazerd decor mas eriamets Eisen sts ‘das completamente ass que eto eabelidas hme tempos e ningun se conta dia Peso questa apart ras di pensar denna mance agua que estamos habia. Ee tada moa vida, ach gue coreg fcer ‘som pouas er Dep priciest ead al prvi malo ‘ina ida nova aparece quando desamos de acetar na ante’. PROFESSOR: Vocts esto vendo 46? Quem afiema iso & um ganhador ‘do prémio Nobel, com seus trabalhos sobre imanologia, Este & um bom argumento de autoridade para 6 que estou dzendo, Mais importante, po 1m, 6 que vos entendam qual € © mecanismo em questo. Tomemos a ‘worn da rlatviade gral de Binscin como exemplo, Newton haviaexpli- ‘ado 0 univers (haviaexpliado o porgu® da Tera gira em torno do Sol, or exemplo) por meio de sua tori da gravtsio, que considera a ra Yidade como uma forza presente nos compos com mss, Nbsnio sulos ‘oandoecaimos no espago porque hd uma forga que nos puna pare o centro {4 Terra, © Sol poss uma forgs que “pends” a Tera (eos outros planeta) junto de si. A Tera nto cai no Sal porgue a velocdade com que orbita em tomo do Sol cra outeaforga (forga censags) gue, até certo pont, anala «fora da gravidde, Neo € preciso dizer que a tori da gravitao universal {de Newton fo extremamenterevelucionsia em soa Gpoca. Ocite,porém, ‘que como pasar do tempo ess teoria fi incorpoada pelo senso coun. (Ow aja, nosso de gravidade deixou de ser revoluconira ¢ pasiou a ser um noo “corrgueea A tora da grviagio pass a ser ume "verdad ( que fz Einstein? Nega que o espace o temp sejutn abvoltos le neg, Por exemplo, que uma vara com exatamente um metro de comprimento tena ese comprimento em qualquer lugar e independentemente de eta ‘movendo ou io. Hl nega que dois regis que andam juntos, sem alan etn atrasar, continue andando juntoe quando um dees €levedo, em ala ‘eocidade, para longe do outs. demas para o senso com, no? Vejam revista, agul Othem 46-0 que cle po. A Teta € tld pelo Sol porque et, com sua mass, causa curva no epago-tempo, de modo que a Tera, 0 mover nese espago 6 desviada em die ao centro do Sol, Em resume Bitten apre- lua ova “verdade” rvlucionria, que vem sebstitlr outa "verds- antiga, que foi tambéenrevoluconéra em seu tempo. GAMA: E na lingustia, hago semelhante? PROFESSOR: Hi. O que ocore € que histori da linguistic € muito estudadae, em conseqtnca, muito pouco conhecida, Mas penser na de fonema, Quando surgi, navirada do séulo XIX para oséculo XX, de fonema, como uma represenacz abstrata de ma clase de sons, ‘noo de lingua como sistema, era extremamente revouciondtia € ‘um direconamento now c fund ao esc da base material — fOnica =a linguagem, Podemos refazerrapidamente essa passagem. Ningué a que oapareimento da escritaaifabeticadeveu-sa uma radimentar niciente ands da fla em terms, digamos,fontmicos, Nio se pode — 0s ests fondticos se resumiram a explicagSes sobre a pronineia letras no sculo XIX que vio se desenvoler os estudos propriamente cos Os avangos obtides nos ecudos de attic ede fisilogi perm perccber uma imensa variagHo na “prondnca das letras [Ne segunda meade do sku trou evidente ue num tu fondo mas ‘ncaa, uaa sera gif, pr mas amphad que fase, oma grande mer de aifrengsias observes Tab co clare qu wna range rigorsequese apres do cbjev inating de" sar um sib seria Imemediaveinente complica do ponte de visa pit. “Til estado de coisas implcou, num primi momento, numa espécie de tail entre o estudo dos sons da fla de um lao, eo estudo da "era os Gide ngage para (1535), 0 ind apo linguagem como melo de comunicagt, de outs. como fkobson covet mente destct: Adecpcomate concep de una mpd coin rou nen maviento ntti opin da unidadee dont. [Na busca dessa unidadee dessa ordem, deve merece destaqu 0 lin- sta inglés Henry Sweet ¢ o inghiss polons Baudouin de Courtnay. 6 Sweet quem primero vai dstingur diferenassonoras que servem para es tabelceroposigessigifiativas (e que tem fiionaldade na ing, em conseqnca) de dierengassonoras que ndo sto funconas (na seaidade, cle flava em sons furcionas © sont nie funconsis). Mas € Baudouin de CCourtnay quem va forjaro terme fonema para nomear os sons fancionss, 1 com Saussure, no entanto, ji mo iniio do séulo XX, que a nogso de fonema vai poder ser tatadssstematicamente mam tora geal da lingua sem. Os linguists do Ciculo de Praga (specilmente Troubetoy) as- sem a ditingSo snussuriana entre lingua langue") ¢ fale (parole) e nla situa a nogio de fonema: os sons da la pertencem “parle” eos fonemas pertencem 8 “langue GAMA: Que interessante! A nog de fonema vai permits ques incor pore simultaneamente a divesidade observada nos estudosfonéticns com tama ceria ondem, uma cert sistematzagto, que €necssria pra se enten- der inguagem como wiculo de comics PROFESSOR: F isso mesmo, Pass-se a entender Lnguagem como = ‘unio de dos niveis stints — lingua e fla —eeoloca-se a mukipliidae, 4 diversidade, a dsordem num dos nies (afl), engusnto 0 outro nivel (8 lingua) grant a order, a unidade, a stematzato. Di para peeeber,entto, ‘© papel reveluconirio dessa nogto na épca. Seu aprccimentoresaieu um ‘situagdo de impasse e perm que o que se chama hoe de fool edesn- ‘oles. Mas parece qe lng em “icho-cpinteico eno comegue para ‘ito. Nos anos 1950, singe Chomsky com uma nova tora lings, © « ojo e fonema perdeo seu significado, Chomsky arma —e argument de modo bastante cnvincente — que a Hingis (a fonooga, por ser ms Tain we ales, «nag de omer no as nogbes presente tort eomanae€prei ter em mente que Posito chomskiana que se apresenta agora como revluconsria Mas como € que se pode rescind da nogo de fonemat Bla me to ébvia, to intuitive FESSOR: & ese justamente 0 ponto, Como na fsa, “verdad” ji poo senso comum so substtuldas por novas “verdades"Voct ‘A nogio de fonema 6bria¢ intitiva porque ela far parte do senso | Mas perce ques a fos ho sbi initia como voc diz laos esperar ato sculo XIX para que surgi. A nog defonema num momento em que se precisa muito dela, Fol extremumente Ja medida em que permit que os fendmens ingistiosfosem vistos vos othor Mas, como toda toes, um dia fi substtuida por outa. ‘que entra Chomsky. Ee asinala que as difeengas fonéticas nem sem- sr tetas a partir dsfuncionalidad” agama diernsas podem nis em um contexto€ nfo-Guncionas em outros. Por exempo, 4 ete Ie a! €rlevante para a distingio entre Fkazal eas” “cq €€ funcional, portanto. Mas esta mesma distngdo nto € re- ( 1o-ancionl,portanto) no final de pulaveas como “pens” em os como os sepuites: (0) penas"pretas! “penas prea” tem um is) ‘marca de paral, enquant ’pe.na.za.ma"¥Eas“penas amare" tem 19 marca de plural, © que fazer? Considerar Je Jef dois “ons fun- ‘ou not Consder-os representantes de dois fonemas dstintos ou ‘As oor linghstias que querem salvar a nogio de fonema entram al ‘una paraferia conceit, falando em “neutralino arguifonema” ‘horny toma outeo casino: ndo admite na descrgtolingdsica ja de um nivel de rpresentagio fonémica independents. Como ele ‘ocupar principalmente de procsasFonoégios, no hi em sa teria YPESSOR: Hles existem no quadro de uma teria € no existe no dade tedreas. Dese mov, 96 so reas’ so “verdade’enquanto teori que oF postal for considrada verdad, GAMA: Adio que para mim fcou caro. Os fonemas so entidades t0 rss” quanto a fogs gravitacional Exitem fendmenos a sem expicados «0 fnemas“exitiro” enquanto forem a expla acta. PROFESSOR: Cert. Voctentendeuo pont central do meu argument Bu sinda queria acescentar uma cos: teri cients fcam velba & | mortem, ALEA: Como é PROFESSOR: Uma tcora fica velha quando perde sua carecteritica ‘evoluconiriae€adotad pelo senso coma laf velha quando s torn “verde eabeecda. Na hora em que as psoas comegam ver uma teria qualquer como 3 teoria que afiems a "verdad’ esti na hora de apareerem ‘worn lteratvas que ponam em xeque es “verdad Se no for pssve lize mais nad de revlucionério sobre deteeminada dre do conhecmento, Jp pve td inte dentist mor p+ nc ALFA: Entio a divesidade teva ¢ necesria para que uma dscipina se mantenha vat ‘PROFESSOR: Sim, A diversidade toric €necesria porque, come wi os, a toras so sempre parc. DELTA: Por causs da abstrago sempre presente. PROFESSOR: .. ¢ sendo parcinis, quanto mie tories tvermos, mais saberemos sobre © nosso objet, a inguagem, (GAMA: Deisa eu ver se ented. Digamos que as teovias so ftografias dum objeto — uma cs, por exemplo. Cada tora (foroprafa) 56 consegue ‘aptar um aspect do objet: regia casa po fra ou regs # cas por ents rgitra a frente da cass, mas nfo fades: enguada as janlas de ‘um dos lads, ma nfo as janelas ea porta que Scam do outo lado ete ata ‘qu tenhamos um conhecimento completo do objeto, preciso que os jum aprosntada wis fotografi — quanto mais, melhor. ‘que voce wou € peigos, Para mas roxio do que acontee 1a King, imagine que oindviduo pose concer # esa por meio das Fotos no ter eto de saber se todas fotos 0 de wma mesma casa. Lembrem-se de que vimos ants que as também consroem o objeto, Asim, a vigor, a5 vias teoias 30 ‘ncesariamente teorias de um maeimo objeto, embors tenhar todas gem como seu objeto, Restmindo ent, o que vines, podemos diet ‘diversidade terica existe porgue exstem movios diversos de vera Kade (0 noes caso, inguagem).Além disso, a diveidad € neces ‘said cence de uma Area de conhecimento. BETA: Ba questi do eelativismo, que o senor nlorespondeut Como que nés podemos svar uma teorat Como & que ns podemos contetar ssitcar uma tort PROFESSOR: Esa € a questo cra de toda a fils da cna. De forma, vempre & pose apotar alguns aspects da aida do cen- te podem afistar ese ntasma” do relativsmo (mbora sempre se poss ar: ¢ por ue aio reltvsmo?). Um dss aspects, por exemple, € 3 ene tora ea realidad Veja, P muito diel alum afrmar que no [una reaiade par lem da reidade constr das eras. Dese mod realidade, dgamos, empl, cola fas "rar para 0 cho") no deo ‘Voltemos ansogi do map. Como vimos, mapa ésempreconsirido una represent dots eno wna reprodg. Mas enguanto Tepre- ete compromsos coun o re. que representa. © maps pode fs montana ou a mas momento em quo fier, deve mostra send ouver montanbas¢ ros onde howver ros. As tenis so ticles do re est ceto pont so wees que onstroem ese ea oie "poser cradr” tern Hines o objeto mo determina a teoi,mas the Timies. im alga momento 0 consrao tain tem ques obrepor a0 el ea, neste momento, consderando-eo que fea de os a labs so ou que no so estab et, que € posse avai ica con- “un feo, Mas ets umn queso muito complexa © melo € de Jaa prin aul. Por hoe, € 5. a ewe pon te er eee 17 27.28

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