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UNIDADE CURRICULAR: ÉTICA PARA A VIDA

SEMESTRAL  OBRIGATÓRIA 

PROGRAMA do MODULO

1. ENQUADRAMENTO E OBJECTIVOS
O módulo de ÉTICA PARA A VIDA insere-se no âmbito dos módulos das chamadas
Competências genéricas. Com o desenvolvimento destas competências tencionamos
desenvolver nos estudantes aquelas competências que, por ser genéricas, são basilares e
transversais à nossa proposta educativa; a todo o desenvolvimento pessoal e comunitário, tendo
em vista a nossa concepção da pessoa e a proposta dum desenvolvimento integral da mesma.
Concretamente este módulo visa a fundamentar eticamente as escolhas vitais-pessoais dos
nossos estudantes e posicionar-se criticamente como honestos cidadãos e homens proactivos de
esperança.

2. RESULTADOS DE APRENDIZAGEM ESPERADOS


No final desta unidade curricular, os estudantes serão capazes de:
RA 1: Justificar as próprias opções desde o ponto de vista ético.
RA 2: Assumir um comportamento social ético.

3. TÓPICOS PROGRAMÁTICOS
TEMAS HORAS
Contacto Directo Estudo Independente TOTAL
HCD HEI
Conceitos fundamentais da ética pessoal:
1- A Consciência
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2- Liberdade e responsabilidade
3- O bem e o mal
4. BIBLIOGRAFIA
 MARCIANO VIDAL. Moral de atitudes. 2º vol. Ética da pessoa. Editora Santuário. São Paulo 1980.

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 MARCIANO VIDAL. Orientaciones éticas para tiempos inciertos. Entre la Escila del relativismo e
la Caribdis del fundamentalismo. Descleé de Brouwer. Bilbao 2007.
 RESTITUTO SIERRA BRAVO. Ciencias sociales y doctrina social de la Iglesia. CCS, Madrid 1996.
 EUGENIO ALBURQUERQUE. Moral e catequese. Edições Salesianas. Porto, 1992.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E PONDERAÇÃO

Critério Ponderação Evidencias


Assistência às aulas 20 Livro de turma
Participação activa 20 Intervenções na sala
de aulas
Coerência da reflexão pessoal 50 Porta-fólio- Reflexão
escrita diária
Exposição na sala
Reflexão sobre o filme 10 Trabalho impresso

6. CALENDÁRIO DAS SESSÕES


SESSÃO DATA TÍTULO ATIVIDADE
1. Apresentação
2. Consciência, liberdade e responsabilidade I I
3. Filme (por grupos)
4. Reflexão sobre o filme II
Consciência, liberdade e responsabilidade II
5. Teatros e reflexão da turma
6. Consciência, norma e lei moral III
7. Consciência, o bem e o mal IV
8. Síntese e avaliação

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Iª SESSÃO
A consciência moral. Significado.
Depois de uma primeira leitura pessoal dos estudantes na sala, o professor convida a partilhar o
que compreenderam do texto e esclarece as dúvidas de compreensão textual que houver.
Depois expõe o conteúdo do texto (procura também usar os conceitos que apareceram na
dinâmica de análise).
O homem tem a faculdade de escolher. É livre para agir. Não está submetido aos seus
instintos, como os animais. Por isso, é responsável pelas suas acções e constrói a sua vida
escolhendo e realizando acções que redundam positivamente em crescimento próprio. Quem
lhe indica os caminhos de crescimento? Quem lhe assinala os actos bons e positivos que
favorecem a sua construção? Quem lhe mostra o caminho do bem e do mal?
Nos primeiros anos de vida, são os pais e o ambiente que lhe dão as primeiras noções do
bem e do mal. Mas chega um dia em que já não necessita deles. Ele próprio é capaz de discernir
entre o bem e o mal. O dinamismo que o torna capaz de avaliar uns actos como bons e outros
como maus é a consciência.
A consciência é o centro a que nos referimos e recorremos na reflexão. O mesmo
acontece depois da acção. A consciência vigia e julga como um juiz. A consciência é o critério de
avaliação das nossas acções; é a sede da moralidade; a norma interior para julgar o bem e o mal;
a norma interiorizada de moralidade que valora todos os actos.
Convém esclarecer que a consciência não cria a moralidade da acção, só a manifesta. A
consciência não cria o bem e o mal, só o acolhe e manifesta, obrigando directamente à pessoa.
Para ser a consciência a autêntica norma de acção há de ter três condições: ser recta
(não viciosa), verdadeira (não errada), e certa (não duvidosa). Esto quer dizer que a pessoa age
com boa intenção na procura do bem e que a sua opção está baseada na verdade e não apenas
numa opinião momentânea; que procurou sinceramente a verdade até esclarecer as suas
dúvidas antes de agir.

Para reflectir pessoalmente.


1. Explica com as tuas palavras: o que é a consciência?
2. Que relação existe entre consciência e ética?
Trabalho em grupos para iniciar a fazer na sala (20’)
3. A turma divide-se em grupos. Não convém que sejam muito grandes, não mais de 5.
Preparar uma peça de teatro na qual as personagens enfrentam algum problema moral. Escrever
uma síntese escrita e representar na sala (max. 3 minutos).
As peças se desenvolvem todas segundo o seguinte esquema:
 Apresentação de uma situação na qual o protagonista tem de fazer uma escolha;
 Dilema de consciência. Alternativas ou soluções possíveis;
 Opção do protagonista;
 Como é que afectou ao próprio protagonista e às outras personagens a solução
aplicada?

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IIª SESSÃO
Lembrança do dia anterior e partilha da reflexão pessoal.

A consciência moral. Evolução.

A evolução da consciência e o amadurecimento da pessoa.


A consciência é uma realidade complexa e dinâmica que se desenvolve
progressivamente na pessoa. Podemos dizer que o caminho de amadurecimento inicia na
consciência heterónoma até a consciência autónoma, desde a dependência do critério ético dos
outros até a autonomia no juízo e a execução dos actos. Segundo a evolução falamos de
diferentes tipos de consciência. Na pessoa predomina um ou outro tipo conforme o grau de
maturidade moral alcançado.

Consciência social.
Quando nos referimos à consciência social queremos dizer que na vida moral da pessoa
o centro de referência do agir moral está nos outros: os seus princípios, normas, leis, estilos de
vida... O indivíduo actua segundo as regras sociais que lhe impõem de fora. É uma consciência
totalmente heterónoma, externa. A pessoa não decide a sua vida. Na realidade, outros decidem
por ele.
Esta consciência social desenvolve-se na infância. A criança adopta o código moral do
ambiente em que vive. E isto repercute-se posteriormente em toda a sua vida.
No entanto, esta moral imposta é essencial para a criança. Para que se desenvolva
normalmente, a criança tem de começar o caminho moral por uma obrigação externa. Antes de
elaborar a sua própria moral, tem de se submeter à aprendizagem que a ensine a controlar os
seus próprios impulsos.
Há sintomas que se manifestam também em pessoas adultas a presença de uma
consciência social, por exemplo: recorrer habitualmente à norma exterior, procurar a aprovação
dos outros em relação às próprias acções e decisões, depender do grupo temendo ser rejeitado
ou excluído quando tiver que decidir.

Consciência cerebral.
Quando nos referimos à consciência cerebral queremos dizer que o principal centro de
referência são os próprios princípios, aspirações e ambições individuais: Faço o que é bom para
mim, conforme o meu próprio ideal de bem. O centro de referência é a própria perfeição pessoal,
sem dar ouvidos aos outros, fechados no próprio critério, donos da verdade. Este tipo de
consciência é próprio da adolescência.
Há sintomas que se manifestam também em pessoas adultas a presença de uma consciência
cerebral: o carácter defensivo nas relações interpessoais, rigidez de comportamento,
voluntarismo.

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Consciência autónoma.
É o estado mais evoluído da consciência. É a voz do próprio ser em crescimento. É o mais próprio
da própria pessoa que, no íntimo, reconhece o que é bom para o seu desenvolvimento. Para
poder percebê-la tem de se chegar ao fundo de si mesmo e perguntar: na situação em que vivo,
o que é para mim o bem? Que decisão devo tomar nestes momentos para ser fiel ao projecto da
minha vida?
Este tipo de consciência é fruto do encontro do ser profundo de cada indivíduo, original e único,
com os valores escolhidos como próprios.
Só uma consciência autónoma assegura o crescimento e estabilidade da pessoa. A
referência à consciência social mantém-se na dependência e no infantilismo; a referência à
consciência cerebral cria seres insatisfeitos.

PARA REFLECTIR.
4. Quais são as etapas que decorrem na formação da consciência? Como explicas isso na
tua experiência?
5. Explica com as tuas palavras o que significa consciência social.
6. Explica com as tuas palavras o que significa consciência cerebral?
7. Explica com as tuas palavras o que significa consciência autónoma?
8. Texto para a reflexão: “No fundo da própria consciência, o homem descobre uma lei que
não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer; essa voz, que sempre o está a
chamar ao amor do bem e fuga do mal, soa no momento oportuno, na intimidade do
seu coração: faz isto, evita aquilo /.../. A consciência é o centro mais secreto e o
santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na
intimidade do seu ser. Graças à consciência, revela-se de modo admirável aquela lei que
se realiza no amor de Deus e do próximo. /.../. Quanto mais, portanto, prevalecer a recta
consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega e
procurarão conformar-se com as normas objectivas da moralidade.” (Gaudium et spes
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SESSÃO
Representação teatral e debates. Assuntos de consciência.

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IIIª SESSÃO
Apresentação:
No local aparecem pendurados na parede vários cartazes com a seguinte inscrição:
A LEI DE...................
Depois, em forma de concurso, em grupos de 5 devem dizer o número máximo que possível de
organismos, associações... Âmbitos nos em que uma lei rege um grupo (ex.: a lei de um estado,
as constituições de uma congregação religiosa, os estatutos de um clube, a lei do comércio...).
Cada equipa ganha tantos pontos como leis inúmeros.
Das leis enumeradas pelos grupos o professor escolhe cinco e escreve sobre os cartazes que há
na sala.
Na segunda parte do jogo cada equipa pega uma “lei” das enumeradas e tenta dizer quais são as
normas que compõem essa lei e tenta explicar o porquê dessas normas.

A Lei moral e a norma


Chamamos lei moral ao conjunto de critérios pelos quais julgamos uma acção. Esses
critérios ou valores morais estão expressas como “normas”. Dito de outra maneira: a norma é a
formulação que expressa a obrigação de viver um valor moral. Relaciona o valor moral com o
comportamento concreto. Neste sentido não limitam a liberdade humana mas ajudam à pessoa
a viver segundo os valores.
É importante saber que nem todas as normas têm o mesmo valor. Algumas provêm de
uma autoridade civil ou religiosa e procuram o bem comum em um momento e em uma
determinada sociedade. Mas outras têm um fundamento mais profundo, são normas universais,
de todos os temas e para todo o mundo. Estas normas de carácter universal, inscritas no coração
dos homens, constituem a lei natural.

PARA REFLETIR
9. O que é a lei moral?
10. O que é a lei natural?
11. Fazer uma lista das 5 normas fundamentais:
a) para a família b) para o namoro c) para dialogar
12. As normas obrigam sempre? Explica porquê.

O bem e o mal. Uma visão personalista.


Das coisas dizemos que são boas ou más. Qual é o critério para distinguir o que é bom
do que é mau? Será que tudo o que gostamos é bom e o que não gostamos é sempre mau? Será
que aquilo que dá prazer é sempre bom e o que nos faz sofrer é sempre mau?
Para compreender no fundo o que é o bem e o mal, o que é bom ou mau, temos de
referir sempre à pessoa. Diremos que uma coisa, acto ou atitude é boa quando favorece o
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desenvolvimento e realização da própria pessoa e da comunidade humana. Pelo contrário
diremos que uma coisa, acto ou atitude é má quando dificulta ou impede.
Acontece que os homens nem sempre fazem o bem; nem sempre compreendem o
porquê de uma desgraça. Ainda mais, comprovamos que por vezes fazemos o mal que não
queríamos fazer.
Para explicar melhor temos de distinguir entre o mal físico e o mal moral. O primeiro é
consequência da limitação e o segundo da liberdade humana.
Para explicar o que é o mal físico nos ajuda esta história do escritor indiano R. Tagore:
“Uma vez, passando por baixo de uma ponte, o mastro da minha barca ficou amarrado num dos
arcos. Se por um momento o mastro houvesse dobrado um centímetro ou dois, ou a ponte
tivesse levantado as costas como um gato que acorda, ou o nível da água do rio tivesse descido
um pouco, tudo tivesse saído bem. Mas nenhuma dessas coisas aconteceu. Mas, é por isso
mesmo que eu posso continuar a navegar pelo rio, com a ajuda do meu mastro; e por isso
mesmo que quando a corrente não é favorável posso usar da ponte. As coisas são como são, e
temos que conhecê-las se queremos usar bem delas; isto só é possível quando estão sujeitas a
uma lei, que casualmente não é o nosso querer.”
As cheias, os terramotos, o frio, o calor, a doença, a velhice... Que nós por vezes
chamamos de “males” são próprios da condição da natureza.
O mal moral, por outra parte, é consequência do mal uso da nossa liberdade. Os homens
são capazes de grandes manifestações de amor e generosidade mas também das maiores
maldades. Grande parte dos males que afligem à humanidade (injustiça, fome, desigualdade,
opressão, violência, roubo, etc.) é fruto dos actos humanos, do mal uso da liberdade, do
egoísmo das pessoas.
Mas ainda há alguma coisa por explicar: qual é a entidade do mal?
Alguns pensadores da modernidade, como Freud ou K. Marx e o racionalismo
contemporâneo em geral, tentaram reduzir a realidade do mal à projecção dos medos do
coração da pessoa; ao temor ante o desconhecido. O mal, o diabo... são coisas de crianças,
coisas de mentes não evoluídas, de padres temerosos, armadilha capitalista. O homem
contemporâneo acha que é iluminado unicamente pela sua razão. O homem alcançou a plena
auto-suficiência. A ciência e a modernidade deram cabo as trevas do irracional. Tudo depende
do homem. As forças do mal são o fruto da ignorância e a superstição, que serão vencidas pelo
homem com o progresso.
No extremo contrário estão as crenças no controlo das forças do mal. As pessoas que conhecem
os segredos do bem e do mal usam deles para provocar sorte ou desgraças. Estas aproveitam
dos medos humanos e das superstições para tirar algum tipo de proveito.
O facto é que as pessoas continuam a perceber que existe uma força, uma potência obscura
homicida que actua nas molas da história. Acreditar que o diabo é activo, que o mal tem o seu
poder na história, significa admitir que a maldade, a corrupção, a degradação moral com os
males que a acompanham são mais fortes que qualquer projecto humano de cura; que cada
nova criatura que se apresenta na vida encontra-se com o mal.
João Paulo II desenhou um termo para explicar isto: ele falava das “estruturas de
pecado”, que são o fruto de uma acumulação de pecados pessoais. Quando os pecados pessoais
cristalizam em estruturas de pecado surge algo qualitativamente distinto: as estruturas de
pecado se levantam a frente de nós como um poder estranho que nos leva onde talvez não
queríamos ir.
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No mundo e no nosso coração há mais mal do que poderíamos esperar, considerando a
vontade dos homens. Consequentemente o mundo e o homem abandonados às suas próprias
forças seriam incapazes de salvação. As diferentes tradições religiosas chegaram à conclusão de
que só em Deus o homem encontra a salvação, que por si não pode conseguir.
Ante o mal, o que fazer? Ante o mal físico, crescer no conhecimento e respeito da natureza. Ante
o mal moral a opção por uma vida guiada pela verdade, animada pela bondade e reconhecida
pela sua beleza. E ante o mal desconhecido e impessoal, a confiança na bondade de um Deus
que criou tudo pela sua livre vontade e cuida as criaturas com a sua providência.

PARA REFLETIR
13. Fazer síntese pessoal do texto estudado.
14. Comenta esta frase: “Não te deixes vencer pelo mal, vence antes o mal com o bem”

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IVª SESSÃO
Partilha da reflexão do dia anterior
DEUS E O BEM
Analisando a reflexão dos homens religiosos ao longo da história, e particularmente a
experiência de Deus das três grandes religiões monoteístas, podemos compreender a relação
íntima que existe entre Deus e o bem. Vamos conhecer as afirmações fundamentais das três
grandes religiões para compreender melhor esta relação entre Deus e o bem:
Para o judaísmo Deus é criador. Tudo existe porque ele o criou. Ele preocupa-se das coisas que
existem e continua agindo na criação.
Yahvé e o autor da vida. Concede aos que escutam a fecundidade e a prosperidade. Aqueles que
lhe procuram "vivem para sempre", lê-se nas orações judias.
Revela-se progressivamente. É um Deus que fala e o homem pode dialogar com Ele.
É justo e fiel. Toda a história do Povo de Israel o afirma sem hesitação... O diálogo que estabelece
Yahvé com os homens é um diálogo de justiça. Ama o direito. Ele pede-nos que pratiquemos sua
justiça com nossos semelhantes.
É um Deus libertador. Compromete-se activamente, de modo que nós podemos gozar da justiça
que Ele oferece-nos. Procura que nós superemos todas as situações de escravatura que ocorrem
no meio de nós. Assim, ao agir no favor do Povo, estabelece uma aliança com ele. Yahvé age em
favor dos abatidos para sua libertação.
Para os Cristãos a criação reflecte seu mesmo ser. E preocupa-se com as coisas que existem e
continua agindo.
É um Deus de Vida. Em Jesus oferece aos que escutam a "vida a ele para sempre”. Deus falou em
Jesus ressuscitado. E segue no diálogo com os homens com o espírito de seu filho. Que está
presente em sua igreja (comunidade dos crentes). Eu sou certo que Deus é pai. O diálogo que
estabelece com os homens é um diálogo do amor. Ama os homens primeiramente de tudo. E
oferece-lhes seu amor incondicional para que sejam felizes amando. Jesus continua agindo de
modo que os homens superem tudo o que nos torna escravos a nos impede a felicidade. Ao agir
em favor do seu povo estabelece uma aliança com eles. Deus fica do lado do “caído” para
conseguir a sua salvação.
A experiência dos fiéis muçulmanos sublinha aspectos similares que nos falam da bondade de
Deus. Alá é criador e tudo existe porque ele assim quis. A sua actividade na criação continua até
hoje e ele dirige de facto a criação.
Alá é também o autor da vida. Concede prosperidade e felicidade a quem Ele quer e aqueles que
seguem a sua vontade “vivem para sempre”.
Alá é um Deus misericordioso e bom com os homens, que nos ama e quer nossa felicidade.
Aquilo que nos concede é sempre para nosso bem. A fé e submissão têm como objectivo a
felicidade humana.

É fácil de apreciar nestes três conceitos de Deus umas constantes que relacionam directamente
Deus e o bem: um Deus que cria, que cuida das criaturas, que é misericordioso, que não se
despreocupa da sua obra.

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PARA REFLECTIR.
15. Depois de ler os parágrafos anteriores justifica a relação entre Deus e o bem.
16. Lê os seguintes textos e tenta exprimir a bondade de Deus que reflectem:
(Do Novo Testamento)
 Primeira carta de São João, capítulo 4, versículos 7 até 21 (1Jo 4, 7-21);
 Evangelho de São Lucas capítulo 1 versículos 11 até 22 (Lc 15, 11-22);
 Evangelho de São João capítulo 3, versículos 16 e 17 (Jo 3, 16-17)
(Do Antigo Testamento);
 Livro do Génesis capítulo 1 e capítulo 2 até versículo 4 (Gn 1-2,4);
 Livro do Éxodo, capítulo 3, versículos 1 até 10;
 Livro de los salmos, capítulo 23 (Sal 23)
(Do Corán);
 A introdução a todos os capítulos do Corán;
 Capítulo 11 versículos 87-92;
 Capítulo 42, versículos 23-29.

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Assistimos o filme: “Devil advocate“ (O advogado do diabo)

Elenco Craig T. Nelson (Alexander Cullen)


Al Pacino (John Milton) Tamara Tunie (Jackie Heath)
Keanu Reeves (Kevin Lomax) Ruben Santiago-Hudson (Leamon Heath)
Charlize Theron (Mary Ann Lomax) Debra Monk (Pam Garrety)
Jeffrey Jones (Eddie Barzoon) Laura Harrington (Melissa Black)
Judith Ivey (Alice Lomax) Delroy Lindo (Phillipe Moyez)
Connie Nielsen (Christabella)

Sinopse
Kevin Lomax (Keanu Reeves), advogado de uma pequena cidade da Flórida que nunca perdeu
um caso, é contratado John Milton (Al Pacino), dono da maior firma de advocacia de Nova York.
Kevin recebe um alto salário e várias mordomias, apesar da desaprovação de Alice Lomax (Judith
Ivey), sua mãe e uma fervorosa religiosa, que compara Nova York a Babilónia. No início tudo
parece correr bem, mas logo Mary Ann (Charlize Theron), a esposa do advogado, sente saudades
de sua antiga casa e começa a testemunhar aparições demoníacas. No entanto, Kevin está
empenhado em defender um cliente acusado de triplo assassinato e cada vez dá menos atenção
à sua mulher, enquanto que seu misterioso chefe parece sempre saber como contornar cada
problema e tudo que perturba o jovem advogado.

Visionado o filme, o professor faz um percurso pelo filme assegurando que os estudantes
compreenderam o filme em geral e lembrando as passagens fundamentais do mesmo.

Trabalhando o filme
a) Fazer sínteses do filme.
b) Qual é o dilema fundamenta de consciência que apresenta o filme?
c) Enumera 3 tentações que se apresentam ao protagonista do filme. Justifica como
acontece cada uma delas.
d) Qual é a evolução do comportamento, das preocupações e da consciência do
protagonista ao longo do filme?
e) O que tem a ver o que vimos com a nossa vida real?
f) Qual é a tua reflexão pessoal sobre o conteúdo do filme?

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Trabalho opcional

ATITUDE DE JESÚS ANTE O MAL


«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos
pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a
recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano
favorável da parte do Senhor.» (Lc 4, 18-19).
Assim inicia a actividade pública Jesús em uma sinagoga de Nazaré, segundo o evangelista Lucas.
Este breve texto nos dá uma primeira resposta à pergunta sobre a atitude de Jesús em frente do
mal. Foi depois que a vida e as palavras de Jesus se reflectiram e concretizaram o conteúdo
daquela profecia.
Em Jesus podemos apreciar uma vida de luta constante contra toda forma de mal
(contra o mal físico – Mt 8, 1-3; 9, 18-19.20-23; 9, 28-29; Mc 5, 25-34; 10, 46-52; Jo 5, 1-9, contra
o mal moral – a discriminação: Mc 2, 15-17; 10, 23-25; Mt 9, 9-13; Mt 21, 31-32; o adultério: Mt
5, 27-28; a violência: Mt 5, 39-40; – contra o diabo: Mc 7, 25-30; Mt 8, 28-34), uma continua
tarefa de libertação.
A partir destas passagens apreciamos a vontade salvadora de Deus “que quer que todos
os homens se salvem” (1Tim 2,4), que não quer a morte de pecador mas que se converta e viva
(Ez 18, 23) e por tanto que o homem supere todo tipo de mal, até vencer inclusivamente a
morte (1Cor 12,26).

Ao mesmo tempo que apreciamos este combate sem descanso contra o mal, apreciamos
a proclamação incessante do perdão de Deus (Lc 15, 11-32; Jo 8, 1-11) e o convite a perdoar aos
irmãos (Lc 17, 3-4; Mt 6, 14-15; Mc 11, 24-26). Deus rejeita o pecado, que é a negação de si
próprio, mas acolhe e ama ao pecador.

PARA REFLECTIR EM PEQUENOS GRUPOS E PARTILHAR


a) Procura o significado do perdão.
b) Procurar 5 adjectivos para descrever a actuação de Deus para com os pecadores.
c) Lê atentamente o texto: Lc 15, 11-32. Comenta as atitudes do irmão mais novo, do Pai e
do irmão mais velho.
d) Achas que é possível perdoar sempre? (Mt 6, 14-15) Por quê?
e) Achas que é possível por a outra face? (Mt 5, 39-40) Por quê?

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