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I – SERVIÇOS PÚBLICOS
Introdução / Conceito
Conceito: atividade titularizada pelo Estado (em regra), prestada sobre o regime de direito
público e que gera comodidade material para a coletividade. Pode ser decomposto em três
elementos:
Ex: saúde, educação e previdência social. Nesses três casos a CF diz que serão serviços públicos
quando prestados pelo Estado, mas já estão abertos aos particulares sem necessidade de
delegação formal pelo Estado. Serão Serviços Públicos Próprios quando prestados pelo Estado,
submetidos ao regime público; quando prestados pelos particulares não serão considerados
serviços públicos propriamente falando.
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Titularidade
Todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados sob normas e controles
estatais para a satisfação, visando o atingimento dos interesses da coletividade.
Formas de prestação
Modalidades de descentralização:
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Diferença de desconcentração:
a) continuidade
b) cortesia
c) eficiência
d) segurança
e) atualidade
f) regularidade
g) modicidade
h) generalidade.
Modalidade ou Tipos
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1) compulsório – São os serviços que não podem ser recusados pelo destinatário, se
remunerados será por taxa. O não pagamento do serviço não autoriza a supressão do
mesmo, sendo somente autorizada a cobrança executiva.
2) facultativo – São os serviços que o usuário pode aceitar ou não, como o transporte
coletivo, pagos por tarifa.
Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar, reside há
dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do Estado de
São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte de seu pai, ex-servidor público.
Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a suspensão do
pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em razão disso,
deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o que acarretou,
após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço público, o corte do
fornecimento de luz em sua residência.
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Poder concedente – é a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja competência se
encontre o serviço público (a titularidade continua sendo sua, só transfere a execução).
Modalidades de Concessão
Remuneração
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Política Tarifária – tarifa é a fonte de rendas das concessionárias, não é tributo, o seu
valor inicial é estabelecido na proposta.
Formas de extinção
PERMISSÃO
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Concessão Permissão
AUTORIZAÇÃO
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É exceção, e não regra, na delegação de serviços públicos.
A licitação pode ser dispensável ou inexigível – art. 24 e 25 da Lei 8666/93.
É formalizada por decreto ou portaria, por se tratar de ato unilateral e precário.
Segue, no que couber, a Lei 8987/95.
Introdução
Evolução Histórica
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paz interna e da segurança externa, bem ao contrário, vai muito mais além, devendo
efetivar as aspirações coletivas, tanto quanto as individuais, até porque, faz parte do
exercício de suas prerrogativas:
Propriedade
Substrato Constitucional
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Destarte, o art. 182, § 2º, da Lei Fundamental, aduz que sempre quando
atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, a
propriedade urbana estará a cumprir sua função social. No que diz respeito a esta
política urbanística adotada, quem diz o Direito é o plano diretor municipal que, ipso
facto, haverá de defrontar-se com os interesses relativos aos particulares detentores das
propriedades, em possíveis discussões judiciais.
Competência
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A contrario sensu, sobre desapropriação, requisição e direito de
propriedade, a competência para legislar condiz somente à União, nos moldes propostos
pelo art. 22, incisos I, II e II, da Constituição Federal. Nesse sentido, o doutrinador Hely
Lopes Meirelles ensina que:
Fundamentação Principialista:
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Princípio da Função Social da Propriedade:
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mas restringindo o seu uso – por isso da sua nomenclatura. Trata-se de uma intervenção
que, visivelmente, não é tão drástica quanto à supressiva. É oportuno clarificar, ainda,
que com a perfectibilização da intervenção restritiva, o dono da propriedade não
disponibilizará do direito, que antes tinha, de praticar atos deliberadamente, visando
somente os seus casos pessoais. A partir da interferência estatal, o proprietário terá de
submeter-se ao cumprimento de todas as indicações advindas da Administração, caso
queira preservar a sua res.
Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do Município ABCD, que
atuam na defesa, preservação e conservação do meio‐ambiente foram qualificadas pelo
Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Buscando obter ajuda financeira do Poder Público para financiar parte de seus projetos,
as 3 (três) entidades apresentaram requerimento à autoridade competente, expressando
seu desejo de firmar um termo de parceria.
Servidão Administrativa:
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Podem ocorrer através de acordo administrativo ou sentença judicial. No
primeiro, o particular firma um acordo formal por escritura pública com o Poder
Público, para a utilização do bem. Já na última, quando não há acordo entre as partes e o
Estado promove ação contra o proprietário, alegando a necessidade da utilização do
imóvel ou sem a existência de acordo prévio, o proprietário promove ação contra o
Estado para reconhecimento de servidão.
Requisição Administrativa:
Ocupação Temporária:
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A instituição se dará mediante a expedição de ato pela autoridade
administrativa, sendo o mesmo auto-executório, ou seja, não precisa de apreciação
judicial prévia. Neste caso, também seguirá as mesmas regras das formas anteriores no
que diz respeito à indenização e a extinção.
Limitações Administrativas:
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meio ambiente, alguns projetos serão certamente indeferidos, o que não significa
impossibilidade de uso do imóvel, visto que poderá ser explorado de outra forma, de
sorte a não agredir o meio ambiente. Em doutrina, essa restrição é designada limitação
administrativa, exercida através do Poder de Polícia, inerente ao Poder Público, e
somente nos limites da lei.
"A conclusão é de rigor: não se provou que a legislação do Estado de São Paulo sobre
a matéria tenha excedido as restrições impostas pelo Código Florestal de 1965 e
diplomas subseqüentes baixados pela União. A proteção às matas existentes na região é
bem antiga, muito anterior aos Decretos Estaduais ns. 10.251 e 19.448 ou à Resolução
que cuidou do tombamento de áreas na Serra do Mar.
(...)
16. ed., p. 521-524), a servidão civil é uma relação entre dois prédios, o dominante e o
serviente, em que o segundo tem o dever de suportar restrições em favor do primeiro.
Na servidão administrativa, verifica-se a imposição de ônus a determinados imóveis,
que deverão suportá-los em favor de legítimo interesse público. Por sua vez, diferente
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se dá nas limitações administrativas em que há uma obrigação de não fazer (v.g. não
desmatar), geral e gratuita, em benefício da coletividade.
"Artigo 5º - (...)
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É manifesto que o proprietário não pode desmatar indiscriminadamente,
causando erosão, destruindo solo e águas, enfim, degradando o meio ambiente, a ponto
de não só destruir seu próprio imóvel, como também causar prejuízos à comunidade.
Tombamento:
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Como é expresso no art.216, §1º, CF/88: ―O Poder Público, com a
colaboração da comunidade promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
formas de acautelamento e preservação‖.
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quanto a manutenção de certos status a serem preservados. Mas no que tange a
venda do bem deverá o atual proprietário conceder, tendo em vista a norma
legal, o direto de preferência em face do poder público responsável pelo
tombamento.
6) O que vem a ser o entrono do bem tombado? Nestes casos deve ser tratado o
instituto do tombamento refletivo, ou por extensão, uma vez que imóveis não
tombados dada suas localizações nas proximidades de bens com tais gravames,
também restam poor receberem algumas resttrições quanto a edificações e outras
caracterizações a serem almejadas por seus proprietários.
7) O tombamento pode atingir diversos bens de uma só vez, como uma cidade por
exemplo? É possivel tai incidência plúrima do instituto do tombamento, não
havendo espeço para doutrinas que dizem que tal forma de tombar congela
certas localidades ao desenvolvimento, pois na realidade tal medida icentiva o
crescimento, muitas das vezes agtravés de atividades empresáriais, como o
turismo por exemplo (cidade de ouro preto, ou o bairro do pelourinho).
8) Qualquer do povo poderá pedir o tombamento? Sim qualquer do povo, seja
pessoa física ou jurídica, poderá requerer que as autoridades competentes
venham a examinar se há real escopo a ser tombado, e em seguida procede-lo.
9) Como se dá o processo de tombamento? Tal via procedimental ocorre etapas,
assim descritas:
Atitude do podder executivo, de officio ou a requerimento de
interessado;
Avliação técnica preliminar, que antecede a deliberação do órgão
competente (Ex. IPHAN) que culmina na expedição de notificação ao
proprietário do bem;
A partir desta notificação o bem ja encontra-se relativamente protegido,
sendo chamado de tombamento provisório;
Vale dizer que neste ponto o proceso pode ser amigável ou compulsório,
sendo que no segundo caso há resistência por parte do proprietário,
sendo tal anseio submetodo em grau de impugnação à autoridade
competente para que decida, se há pertinencia em tombar ou não, de tal
decisão não cabe recurso, restando tão somente a apreciação do
judiciário caso haja ilegallidade;
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Por fim decidido poositivamente em face do tombamento ocorrerá seu
lançamento no respectivo livro tombo, e nova notificação ao proprietário
sobre as restrições geradas e os termos gerais do tombamento;
O imóve tombado poderá sofre a ação de obras? Quem deve custear? No
que tange àos reparos ou reformas a serem processadas ante ao bens
tombados, caberão ao proprietário dado seu dever de cuidado e
conservação para com o que se quer preservar, mas tal onus poderá ser
transmitido ao poder público que tombou, caso este proprietário não
detenha recursos, lembrando que este deve noticiar taç situação à
administração pública;
Há algum benefício em ter um bem tombado? Em se ttratando de
imóveis há de fato agraciamento fiscais, pois dadas as restrições quanto a
fruição do mesmo nada mais justo que se tenha alguns benefícios. No
imposto de renda poderão seer deduzidos ate 10%, (pessoas jurídicas
2%), dos valores gastos com conservação do bem, desde que certificado
tais atitude pela IPHAN, já na seara dos municípios, estes concedem
mediante juizo de valores isenções de IPTU de proprietários de imóveis
tombados.
INTERVENÇÃO SUPRESSIVA
Conceituação
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Deveras, o fato é que há uma vastidão doutrinária de conceitos relativos à
desapropriação. Existem definições clássicas, em linhas mais gerais, e as mais
contemporâneas, com fulcro em codificação constitucional e análises mais profundas
dos pontos fundamentais que ensejam o modo interventivo em tela.
À luz da análise das conceituações retro, salta aos olhos três pontos de
convergência entre todas: a perda da propriedade de modo compulsório, a qualidade de
direito público (eis que o princípio da supremacia do interesse público fundamenta a
desapropriação) e o ressarcimento pecuniário de direito. A supressão do bem imóvel
distingue a desapropriação das outras formas de intervenção estatal na propriedade
privada (que tem como meta apenas restringir o uso daquela res, e não apossar-se dela).
Natureza Jurídica
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Segundo Rizzardo, encontra-se inserido no Direito Administrativo
porque este completa as normas genéricas da Constituição, além de desenvolvê-lo,
discipliná-lo e adequá-lo conforme as condições reais e próprias das necessidades
públicas e sociais. Como a Magna Carta prevê os elementos ensejadores da
desapropriação, além de enumerar seus modais, nada mais coerente que esta forma
interventiva estar implícita no Direito Constitucional.
Requisitos
Convém salientar que a distinção que outrora se fazia entre esses dois
conceitos já não tem relevância jurídica. É que o Decreto-lei n. 3.365/41 não mais se
refere às hipóteses de necessidade pública anteriormente previstas no Código Civil (art.
590, § 1º). Define, no seu art.5º, tanto as hipóteses de utilidade pública, quanto as de
necessidade pública previstas na legislação civil acima referida, sob a denominação
única de utilidade pública".
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Para alguns doutrinadores a tripartição (utilidade pública, necessidade
pública e interesse social) elaborada pela Carta Magna é de grande valia, eis que
destaca melhor os casos da desapropriação, evitando confusões ou interpretações
equivocadas. Em compensação, a outra parte da doutrina estabelece que a utilidade
pública unifica, por si só, os três requisitos supra. A verdade é que a polêmica está
mantida, até porque é cristalino que não há um consenso entre os diversos juristas que
tratam do assunto.
Espécies
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quaisquer bens, salvaguardo-se aqueles manifestos em lei, além disso, não se faz
presente a figura do ius puniendi, eis que não dá ensejo a qualquer meio de punição.
Quanto à competência, aqueles que a detêm são a União, os Estados-Membros, os
Municípios, o Distrito Federal e todas aquelas pessoas que a lei permitir.
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previstos, a res terá aptidão para ser desapropriada por função social não honrada. Uma
peculiaridade deste tipo de expropriação é que a única pessoa política que possui
competência para praticá-la é a União Federal. No que alude ao pagamento de
indenização, este se perfectibiliza de maneira diversa que na desapropriação ordinária,
qual seja, por meio de títulos, tal como a desapropriação urbanística sancionatória, e não
em dinheiro como na comum.
Sujeitos da Relação
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também, a figura do beneficiário, o qual seria um voluntário ou terceiro interessado na
lide.
Num plano universal, ter idoneidade para exercer o papel de sujeito ativo
sugere três estirpes de competência, a saber: competência para legislar sobre a
matéria, para promover a desapropriação e para desapropriar. A única pessoa que
detém legitimidade para figurar no pólo ativo da lide, no que se refere à competência
para legislar sobre a desapropriação, é a União Federal. Esta colocação é respaldada
pelo disposto no art. 22, II, da Magna Carta, ao regrar que "compete privativamente à
União legislar sobre desapropriação".
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Objeto
Noções Gerais
Peculiaridades
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Disso, inferi-se que a União pode desapropriar bens dos Estados-
membros, do Distrito Federal e dos Municípios, logo, os Estados-membros e o Distrito
Federal podem desapropriar bens dos Municípios. Em contrapartida, Estado-membro ou
Distrito Federal não pode desapropriar de Estado-membro, o mesmo acontecendo com
os Municípios, eis que possuem o mesmo âmbito de interesse público. Como a União
Federal pode expropriar os bens de todas as pessoas políticas, é possível afirmar que os
bens de caráter federal não são expropriáveis.
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desapropriar uma empresa pública municipal, entre outros exemplos (o recíproco disso
não pode ocorrer).
Bens Inexpropriáveis
I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;
II – a propriedade produtiva.
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Portanto, desapropriada será somente aquela propriedade, localizada na zona rural, que
não satisfazer plenamente a sua respectiva função social, salvo nas duas hipóteses do
artigo retro, podendo, ainda, receber tratamento especial a res, conquanto sejam
honrados os requisitos que competem à função social.
Procedimentos
Fase Declaratória
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Transportes (por meio de uma portaria) ou pela pessoa do Diretor-Geral do próprio
DNER.
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desaparecimento de um direito em face da inércia ou da renúncia por parte de seu
titular, podendo originar-se de ato, fato, transcurso de prazo ou decisão judicial. Regido
no art. 10, da Lei das Desapropriações, o prazo de caducidade para expropriações com
fulcro na necessidade pública ou na utilidade pública é fixado em cinco anos, iniciando-
se este a partir da expedição do ato declaratório da desapropriação e findo os quais esse
caducará. No entanto, em razão da segunda parte do dispositivo supramencionado, a
declaração poder vir a ser passível de renovação, contanto que tenha transcorrido doze
meses desde que a última declaração caducou, ou seja, não há falar em extinção ou
decisão imutável do poder de expropriar.
Fase Executória
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mais é que o instante no qual as medidas pertinentes à consumação da incorporação do
bem ao patrimônio público são tomadas.
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homologa o acordo judicial; 2) contenciosa, quando o proprietário e o expropriante não
acordam em relação ao preço, que terá que ser fixado pelo juiz, após arbitramento.
Não se quer, com isso, causar prejuízo às partes interessadas, mas sim,
garantir a celeridade do processo de desapropriação do bem. Se em meio ao processo
fossem aceitos pedidos de magnitude diversa da exposta no art. 20, da Lei das
Desapropriações, haveria lentidão processual, uma demora demasiada para a resolução
da lide formada. Assim, sem desrespeitar os Princípios da Celeridade Processual e do
Devido Processo Legal (Due Proccess of Law), a lei mantém a sua imparcialidade ao
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permitir que o interessado busque, através de outras vias abertas de justiça, os direitos
que entende terem sido suprimidos.
Ora, o direito de extensão nada mais é que o pedido de que seja estendida
a expropriação à totalidade do bem imóvel, requerendo seja alguma parte da
propriedade, que não foi aproveitada em separado, incluída. É um meio de proteger o
indivíduo expropriado, até porque, a meta da desapropriação não é prejudicá-lo, embora
se trate de uma forma compulsória de se tomar um bem. O fato é que o particular tem
garantido o direito de receber uma justa indenização pela sua propriedade, que haverá
de ser inteiramente vendida, sem perdas para nenhuma das partes, nos moldes propostos
pela legislação.
Indenização
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pessoa física ou jurídica por danos, prejuízos ou acidentes. Neste mesmo prisma, faz-se
curial o parecer da Doutora Débora de Carvalho Baptista:
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probabilidade. In casu, poderá o desapropriado buscar esses direitos via ação direta, não
sendo colocados no cálculo da indenização esses "lucros problematizados".
Quanto aos juros, Carvalho Baptista aduz que consistem num mecanismo
jurídico que dá permissão aos credores de obter a adequada restituição dos créditos,
assim, os juros têm servido como uma espécie de "recompensa" para o atraso no
adimplemento de obrigações como ganho efetivo pelo emprego do capital
correspondente ao crédito. Os juros compensatórios são aqueles que o devedor deve
pagar como meio de recompensa pelo uso do capital do credor, enquanto os juros
moratórios são devidos em razão da mora, pela falta de pontualidade na devolução do
dinheiro.
Por outro lado, o cálculo dos juros moratórios deve obedecer ao art. 15-
B, do Dec-lei 3.365/41, do qual se depreende que a base desse cômputo é a mesma
atribuída aos juros compensatórios (até 6% ao ano), a contar do dia 1º de janeiro do
exercício seguinte aquele em que o pagamento deveria ser feito, consoante o
determinado pela Lei Fundamental em seu art. 100. Com o advento da Medida
Provisória 2.183/2001, houve o acréscimo do art. 15-B à Lei das Desapropriações, ipso
facto, restou cancelada a Súmula 70, do Superior Tribunal de Justiça, que antes fornecia
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o embasamento legal de como se calcular o valor a ser cobrado do expropriante, em
razão da demora no pagamento do preço fixado em sentença pelo bem expropriado.
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Aplicação: articulação teoria e prática – Semana Aula 4
Caso Concreto:
A partir da narrativa fática descrita acima, responda aos itens a seguir, utilizando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
B) Com o anúncio feito pelo Estado, o antigo proprietário do sítio desapropriado pode
requerer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da
indenização?
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Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
O Estado ―Y‖, mediante decreto, declarou como de utilidade pública, para fins de
instituição de servidão administrativa, em favor da concessionária de serviço público
―W‖, imóveis rurais necessários à construção de dutos subterrâneos para passagem de
fios de transmissão de energia. A concessionária ―W‖, de forma extrajudicial, conseguiu
fazer acordo com diversos proprietários das áreas declaradas de utilidade pública, dentre
eles, Caio, pagando o valor da indenização pela instituição da servidão por meio de
contrato privado. Entretanto, após o pagamento da indenização a Caio, este não permitiu
a entrada da concessionária ―W‖ no imóvel para construção do duto subterrâneo,
descumprindo o contrato firmado, o que levou a concessionária ―W‖ a ingressar
judicialmente com ação de instituição de servidão administrativa em face de Caio.
Levando em consideração a hipótese apresentada, responda, de forma justificada, aos
itens a seguir.
ESPÉCIES
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Servidores Estatais (agentes administrativos) – são os agentes que possuem relação
de trabalho com a administração pública direta e indireta. Essa relação de trabalho é de
natureza profissional e com vínculo de subordinação direta ou indireta. São espécies de
servidores estatais:
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Agentes Públicos – Particulares em Colaboração ou Agentes honoríficos – são
agentes requisitados, voluntários ou contratados para prestar serviço público de
forma transitória. Os mais comuns são os mesários eleitorais e jurado do tribunal do
júri.
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VI – REFERÊNCIA ou NÍVEIS – é o nível salarial integrante da faixa de salário
fixado para a classe e atribuído ao ocupante do cargo, função ou emprego, em
decorrência do seu progresso salarial;
REGIMES JURÍDICOS
1 - Regime Estatutário
Registra-se por oportuno, que regime estatutário é o conjunto de regras que regulam a
relação jurídica funcional entre o servidor publico, estatutário e o Estado.
Salienta-se que regras básicas desse regime devem estar contidas em lei que possui duas
características:
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1ª) pluralidade normativa, indicando que os estatutos funcionais são múltiplos.
2º) natureza da relação jurídica estatutária. Portanto, não tem natureza contratual, haja
vista que a relação é própria do Direito Público.
2 - Regime Trabalhista
De outra banda, esse regime é aquele constituído das normas que regulam a relação
jurídica entre o Estado e o empregado.
O regime em tela está amparado na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-
Lei nº 5.452, de 01/05/43), razão pela qual essa relação jurídica é de natureza contratual.
3 - Regime Especial
Ao passo que, o Regime Especial visa disciplinar uma categoria específica de
servidores: os servidores temporários. A Carta Política remeteu para a lei a disposição
dos casos de contratação desses servidores.
À época, entendeu o legislador (na União, nos Estados e em muitos Municípios), que o
regime estatutário mostrava-se mais adequado para reger as relações entre os servidores
e a Administração Pública, uma vez que essa, não possuindo organização tipicamente
empresarial, enfrentaria diversos inconvenientes se adotasse vínculo de natureza
contratual com seus agentes.
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preceitos obrigatórios, de todas as disposições da lei de regência (diferentemente, a CLT
se baseia em uma relação de caráter contratual, permitindo a discussão, entre as partes,
das respectivas condições de trabalho - respeitados os direitos e garantias mínimos
estabelecidos nos textos constitucional e legal).
A nova redação do art. 39, caput, em face da EC mencionada, possibilitou aos entes
contratar pessoal pelo regime da CLT, de modo a atender às peculiaridades de cada
segmento da Administração Pública.
A EC nº 19/98 não dispôs sobre qual o regime jurídico que deve regular a relação do
servidor com o Estado.
Há que se discutir os efeitos da EC. Ela revoga disposições em contrário, mas não as
anula.
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João, servidor público federal, ocupante do cargo de agente administrativo, foi aprovado
em concurso público para emprego de técnico de informática, em sociedade de
economia mista do Estado X. Além disso, João recebeu um convite de emprego para
prestar serviços de manutenção de computadores na empresa de Alfredo. Com base no
exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
B) Caso João se aposente do cargo que ocupa na Administração Pública federal, poderá
cumular a remuneração do emprego na empresa de Alfredo com os proventos de
aposentadoria decorrentes do cargo de agente administrativo?
No item II, independentemente de quais sejam as suas finalidades (da empresa pública
ou da sociedade de economia mista) não há estabilidade permanente para os seus
empregados.
MORAES assevera:
MAZZILLI ressalta:
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8 - ADI nº 2.135-4/DF
A redação do art. 39, caput, da CF dada pela EC nº 19/98, foi questionada nos autos da
ADI nº 2135-4 no Supremo Tribunal Federal - STF.
O art. 39, com o texto original ora restabelecido traz de volta a interpretação de que para
a administração direta, autarquias e fundações, essas últimas quando criadas como de
Direito Público, o regime jurídico é o Estatutário. Assim, para as demais existe a
possibilidade de contratação sob o Regime Trabalhista.
Provimento: ato que designa uma pessoa para titularizar um cargo público.
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é ato complexo, por passa por várias etapas: concurso, nomeação, posse.
só se aperfeiçoa com o efetivo exercício de suas funções, após passar por várias
etapas.
Princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
- Com a eficiência o que se procura é a excelência do servidor e do serviço
público.
3) Forma de Ingresso:
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- emprego – regime da CLT (não é idêntico ao da iniciativa privada)
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- O alcance da estabilidade é do serviço e não do cargo
Medidas:
I) redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança,
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Base legal:
CRFB/88 – Artigo 37, XVI e XVII
Lei 8.112/90 – Artigos 118 à 120 – OBJ 2, Tempo de Serviço.
ADCT – Artigo 17, § 1°.
Fundamentação Legal
Constituição Federal:
- Artigo 37, incisos XVI e XVII (com redação dada pela EC 19/98 e EC 34/01) e § 10
(incluído pela EC 20/98);
- Artigo 38, III;
- Artigo 95, parágrafo único, I (com redação dada pela EC 19/98);
- Artigo 128, §5º, II, letra d) - (com redação dada pela EC 19/98);
- Artigo 142, §3º, II e III (com redação dada pela EC 19/98);
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Atos das Disposições Constitucionais Transitórias:
- Artigo 17, §§ 1º e 2º;
Abrangências
- Administração Direta;
- Autarquias;
- Fundações;
- Empresas Públicas;
- Sociedades de Economia Mista, suas subsidiárias, e
- Sociedades controladas, direta e indiretamente, pelo Poder Público.
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a) mandato eletivo fed. est. e distrital – ficará afastado do cargo, emprego
ou função
b) prefeito – afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração
c) vereador – havendo compatibilidade de horário, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, não sendo compatível
aplica-se o artigo anterior
ATENÇÃO
A simples denominação de “técnico” ou “científico” não caracterizará como tal o
cargo, função ou emprego público que não satisfizer a exigência mencionada na
definição acima.
SISTEMA REMUNERATÓRIO
- Características gerais:
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1) sujeito ao princípio da reserva legal específica
2) assegurada à revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, sempre na mesma data
e sem distinção índices, assegurou a irredutibilidade real e não apenas nominal do
subsídio e dos vencimentos.
4) o teto geral será fixado por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da
CD, do SF e do STF que, por curiosidade, mas por evidente cautela está sujeita à sanção
do chefe do Executivo – art. 48.
7) os direitos assegurados no art. 39, § 3º - 13º salário, 1/3 de férias não estão incluídos
no teto geral
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Secretários Estaduais e Municipais, os membros da Magistratura e
o MP e Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas). (arts
39, § 4º, 49, VII e VIII, e 73, § º, c/c os arts. 75, 95, III e 128, §
5º, I, e)
b) REMUNERAÇÃO
II) salário - pago aos empregados públicos da Administração direta e indireta regidos
pela CLT, titulares de empregos públicos e não de cargos públicos.
O Governador do Estado ―N‖, verificando que muitos dos Secretários de seu Estado
pediram exoneração por conta da baixa remuneração, expede decreto, criando
gratificação por tempo de serviço para os Secretários, de modo que, a cada ano no
cargo, o Secretário receberia mais 2%.
Dois anos depois, o Ministério Público, por meio de ação própria, aponta a nulidade do
Decreto e postula a redução da remuneração aos patamares anteriores. Diante deste
caso, responda aos itens a seguir.
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Aplicação: articulação teoria e prática – Semana Aula 12
Caso Concreto:
Luiz foi secretário de assistência social do Estado ―X‖ durante cinco anos e acaba de ser
cientificado de que o Ministério Público Estadual ajuizou, contra ele, uma ação de
improbidade administrativa por ter celebrado contrato, indevidamente rotulado de
convênio, sem a observância do devido procedimento licitatório. Luiz argumenta que
não houve, de sua parte, má-fé ou intenção de fraudar o procedimento licitatório. Além
disso, comprova que adotou todas as medidas de cautela que poderiam ser
razoavelmente exigidas de um administrador público antes de celebrar o ajuste. Por fim,
informa que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) competente teria aprovado as contas
que prestou na qualidade de ordenador de despesas, não identificando qualquer dano ao
erário. Considerando a hipótese apresentada, responda, empregando os argumentos
jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso, aos itens a seguir.
CONTROLE ADMINISTRATIVO
O controle da Administração Pública - O controle Administrativo
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exercido pela própria Administração Pública, que neste caso, recebe a denominação de
controle administrativo.
58
Como se pode notar, o Poder Judiciário reconheceu o poder da
Administração pública em rever seus atos, todavia, condicionou esta conduta ao
preenchimento dos certos requisitos.
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Desta forma, a Administração pública deverá promover um processo
administrativo prévio, como requisito para anulação de um ato administrativo, sob pena
de nulidade, valendo lembrar que o processo terá escopo dúplice, seja mera análise, seja
de cunho punitivo educativo.
Maria é filha da servidora pública federal Josefina, aposentada por invalidez em janeiro
de 2013. Depois de uma briga com sua genitora, formula denúncia ao órgão federal
competente, afirmando que sua mãe, na verdade, está apta para o exercício das funções
inerentes ao seu cargo, o que se comprova mediante a verificação de que ela exerce
semelhantes funções em um escritório privado desde fevereiro de 2013, quando se
recuperou plenamente da doença.
60
forma pela CELSO ANTÔNIO qual o processo se externaliza ou, na precisa definição
do mestre, “a modalidade ritual de cada processo”
61
instituto jurídico de natureza eminentemente processual. Pode-se citar, dentre outros
fundamentos, os de ordem jurídica e de ordem política, de modo que esse abaliza-se na
necessidade de uma certeza jurídica, ou seja, de uma confiança que permita a segurança
da vida no meio social, enquanto aquele enseja a extinção da obrigação jurisdicional do
Estado e a imutabilidade dos efeitos da sentença. De qualquer modo, oportuno é que
exista a coisa julgada, a fim de que a mesma possibilite a segurança em sociedade em
detrimento da possibilidade de eternização das lides e da incerteza quanto às relações
jurídicas.
62
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário". Assim, pela própria definição citada
pelo Código Processual Civil pátrio, percebe-se que há uma divisão do fenômeno da
coisa julgada, qual seja, em coisa julgada material e coisa julgada formal.
Por fim, cabe pormenorizar que a coisa julgada formal está contida na
coisa julgada material, sendo inerente a esta. Isto porque, como bem asseverado pelo
63
douto Humberto Theodoro Júnior, e por nós anteriormente salientado, a diferença destes
dois institutos reside apenas no grau de um mesmo fenômeno.
64
documentado em um processo; cada vez que ela for tomar uma decisão, executar uma
obra, celebrar um contrato, editar um regulamento, o ato final é sempre procedimento de
uma série de atos materiais ou jurídicos, consistentes em estudos, pareceres,
informações, laudos, audiências, enfim tudo o que for necessário para instituir, preparar
e fundamentar o ato final objetivado pela Administração.
Quanto aos sujeitos, vale dizer, que no processo judicial são três: o
Estado, representado na pessoa do juiz, o autor e o réu. As partes são duas: o autor, que
invoca a tutela jurisdicional e o réu, em face de quem se pede a tutela jurisdicional.
65
Não obstante a Administração ser, ao mesmo tempo, parte e julgadora no
processo administrativo, deve ela agir com imparcialidade e garantir o respeito à
igualdade, sob pena de comprometer o amplo contraditório.
E por último, o julgamento é a fase "em que a autoridade que tenha essa
competência vai julgar o processo à luz dos elementos do relatório e dos contidos no
próprio processo".
66
possa reconsiderá-la. Se não a reconsiderar deverá encaminhar o recurso à autoridade
competente para que possa apreciá-lo.
Com efeito, aduz o inciso n.º XXXV do artigo 5º da nossa Carta Magna:
"a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito".
Igualmente, reza a súmula n.º 473 editada pelo egrégio Supremo Tribunal Federal: "a
administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los por motivos de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial."
67
Logo, conclui-se que a decisão tomada no âmbito administrativo nunca
será definitivamente absoluta porquanto tal ato só será irretratável e indiscutível na
própria via da Administração Pública, podendo sê-lo na esfera judiciária.
68
imparcialidade no processo administrativo, e por a Administração não ser estranha à
situação, isto é, por ter interesse na discussão; a decisão tomada na via administrativa
não se torna efetiva pelo próprio paradigma que norteia o desempenho processual nesta
seara.
69
administrativos.
70
"...O controle hierárquico é pleno e ilimitado e o controle das autarquias e
das entidades paraestatais em geral, sendo apenas um controle finalístico, é
sempre restrito e limitado aos termos da Lei que o estabelece, e justifica-se
essa diferença, porque os órgãos centralizados são subordinados aos
superiores, ao passo que os entes descentralizados são administrativamente
autônomos e simplesmente vinculados a um órgão da entidade estatal que
os criou."
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE
Nestes casos ocorrerá a mera análise de um direito ora pleiteado, seja nos
casos de uma aposentadoria, uma concessão de licença, ou mesmo na seara dos
indivíduos do meio social, ao se pleitear alvarás entre outros direitos no meio social.
PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES
71
procedimento de penas de teor brando, ou seja, leve á médio, consoante trata o artigo
145 da Lei 8.112/90, valendo-se deste a guisa de ilustração.
72
Os tipos de recursos administrativos:
OBS: É preciso que se diga que tal modalidade antes conceituada relata uma situação
recursal fundada na ordem hierárquica, sendo que tal medida poderá ocorrer de duas
formas um normal e outra extraordinária, devendo por esta razão vir amparada de base
legal para que ocorra. Tais formas citadas são os recursos hierárquicos próprios e os
recursos hierárquicos impróprios.
73
Representação - é uma modalidade de recurso administrativo que prevê a possibilidade
do administrado promover denuncias de irregularidades praticadas pelos agentes da
Administração Pública.
Pedido de Revisão – neste caso a administração pública vem por rever ato
administrativo praticado, seja de ofício ou por provocação do afetado ou terceiro que
seja legitimado para ofertar o pedio por representação, tal modalidade recursal ocorrerá
a qualquer tempo mediante ao surgimento de fatos novos sobre determinado fato, com
fulcro nos artigos 174 à 182 da Lei 8.112/90 a guisa de exemplificação.
OBS: insta dizer que é plenamente cabível a ocorrência de reformatio in pejus na seara
administrativa, uma vez que este, guarda notória obediência para com o principio da
Verdade Real, assim, em regra tal instituto poderá ser aplicado nos procedimentos
administrativos quando houver nova analise sobre suas decisões, exceto quando se tratar
do recurso antes citado (Pedido de Revisão).
Marcos Silva, aluno de uma Universidade Federal, autarquia federal, inconformado com
a nota que lhe fora atribuída em uma disciplina do curso de graduação, abordou a
professora Maria Souza, servidora pública federal, com um canivete em punho e, em
meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse instante, a professora, com
o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que,
na queda, quebrou um braço. Diante do ocorrido, foi instaurado Processo
Administrativo Disciplinar (PAD), para apurar eventual responsabilidade da professora.
Ao mesmo tempo, a professora foi denunciada pelo crime de lesão corporal. Na esfera
criminal, a professora foi absolvida, vez que restou provado ter agido em legítima
defesa, em decisão que transitou em julgado. O processo administrativo, entretanto,
prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que a
professora já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de
outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando pela condenação
da servidora à pena de demissão. O PAD foi encaminhado à autoridade competente para
a decisão final, que, sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão,
74
aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é
autônoma em relação à criminal. Em 10/04/2015, a servidora foi cientificada de sua
demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de
suas funções, e, em 10/09/2015, procurou seu escritório para tomar as medidas judiciais
cabíveis, informando, ainda, que, desde o afastamento, está com sérias dificuldades
financeiras, que a impedem, inclusive, de suportar os custos do ajuizamento de uma
demanda.
CONTROLE LEGISLATIVO
75
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
…
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, em
conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.”
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O Poder Executivo possui um Poder Regulamentar, mormente exercido
pelo Chefe do Poder (art. 84, inciso IV). Todavia quando o mesmo exorbita desse poder
(abuso de poder regulamentar), inovando ou alterando o que foi normatizado pelo Poder
Legislativo, cabe ao Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, sustar as
normas gerais e abstratas que exorbitaram os limites legais.
77
crime de responsabilidade a recusa, ou o não -
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a
prestação de informações falsas."
…
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
comissões permanentes e temporárias, constituídas na
forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
…
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de sua
competência, cabe:
…
III - convocar Ministros de Estado para prestar
informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
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III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.
Obs.: Para o presidente da República ser julgado pelo Senado, a denúncia deve ser
autorizada e o julgamento realizado por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.
Note-se que, aqui, pelo fato de o julgamento ser feito pelo Senado Federal, neste
momento ele (Senado) estará investido em Poderes Jurisdicionais, função atípica.
79
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.
Questões importantes:
a) O controle externo fica a cargo do Congresso Nacional, por meio de um órgão
especial criado só para isso. Trata-se do Tribunal de Contas da União, que integra o
Poder Legislativo.
80
II - julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal,
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
alterem o fundamento legal do ato concessório;
81
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
despesa ou irregularidade de contas, as sanções
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras
cominações, multa proporcional ao dano causado ao
erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será
adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação
de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
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Determinada Sociedade de Economia Mista federal, exploradora de atividade
econômica, é objeto de controle pelo Tribunal de Contas da União, o qual verifica, em
tomada de contas especial, que há editais de licitação da estatal que contêm critérios de
julgamento inadequados. Sobre o caso, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente, responda aos itens a seguir.
A) Uma sociedade de economia mista que explora atividade econômica pode ser
submetida ao controle do Tribunal de Contas?
CONTROLE JUDICIAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
83
O controle de constitucionalidade nasce com essa finalidade, podendo ser
conceituado como o juízo de adequação da norma infraconstitucional à norma
constitucional, atuando esta última como parâmetro de validade da primeira . Em
síntese, é a verificação da compatibilidade de uma norma infraconstitucional ou de ato
normativo com a constituição. O controle de constitucionalidade assume, portanto,
papel de mecanismo guardião da constituição, orientando-se por dois pressupostos,
quais sejam, a supremacia e a rigidez constitucionais.
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constituição e de rigidez constitucional, exerce a notável função de defesa e
concretização dos direitos fundamentais, exercendo sua força de supressão sobre
qualquer ato normativo que possa frustrar a máxima aplicabilidade àqueles direitos
resguardados, de forma expressa ou implícita, pela Constituição Federal.
85
culminando com o disposto no art. 27 da Lei nº 9868, de 10 de novembro de 1999, que
ampliou a competência discricionária da Suprema Corte para decidir quanto ao caráter
retroativo da declaração de inconstitucionalidade.
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O controle difuso de constitucionalidade é, portanto, aquele em que se
permite a todo juiz ou tribunal, no exercício jurisdicional, fiscalizar a
constitucionalidade de determinados atos em face de casos concretos, podendo ser
exercido em qualquer tipo de ação. Também não restam dúvidas quanto ao seu
cabimento em face de atos normativos concretos, as chamadas leis de efeitos concretos,
posto que estas são consideradas leis apenas em sentido formal .
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Por fim, deve-se destacar que outras denominações também são
utilizadas para designar o controle difuso tais como controle concreto, aberto,
incidental, descentralizado ou por via de exceção.
- requisitos:
- sujeito passivo: litisconsórcio entre entidade lesada, os autores e responsáveis pelo ato
e os beneficiários do mesmo.
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- liminar: é possível. Se concedida cabe agravo de instrumento, correição parcial e
mandado de segurança. Se negada cabe agravo de instrumento.
- Autoridade coatora: será sempre aquela que concretiza a lesão a direito individual
como decorrência de sua vontade (aquela que tem poder de desfazer o ato).
No ato colegiado (formado por varias vontades) deve ser impetrado contra o presidente,
no ato complexo (se forma pela vontade da autoridade, mas dependendo de referendo de
autoridade superior) é impetrado contra a autoridade inferior que elaborou o ato, já que
a autoridade superior fez mera conferência. Não cabe MS contra ato de particular.
- direito líquido e certo: é a certeza quanto à situação de fato. É o direito certo quanto
a sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua
impetração. Pode ser provado documentalmente.
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- procedimento: recebida a petição, notifica a autoridade para, em 10 dias prestar
informações; em seguida os autos vão ao MP para parecer, em 5 dias, seguindo-se,
imediatamente, a sentença. Não há dilação para provas. As informações não tem
natureza de contestação e sua falta não gera confissão.
- liminar: é possível
- sentença: só faz coisa julgada material quanto enfrentar o mérito, ou seja, quando
declarar a legalidade ou ilegalidade do ato.
- legitimidade ativa: só pode ser impetrado por partido político com representação no
CN ou organismo sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados. O impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age
em nome próprio na defesa de interesse de terceiro (deve ser autorizada - estatuto).
- objeto: as relações jurídicas precisam ser determinadas, mas não precisam ser todas
demonstradas na inicial
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- procedimento: se não houver necessidade de produção de provas segue o rito do MS,
havendo dilação probatória segue o rito ordinário.
- conceito: e um remédio constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima
dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações
constantes de entidades governamentais ou de caráter público.
- características:
b) de natureza mandamental;
- procedimento: enquanto não houver disciplinação legal, deve ser aplicado o MS, desde
que desnecessária a produção de prova, se contrário o rito será o ordinário.
- sigilo - art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos
informações não inclui aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado.
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- sujeito ativo: qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz,
nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória (não
precisa ser advogado)
Neste caso não se trata de um remédio constitucional propriamente dito, uma vez que
não possui expressa previsão no texto constitucional conforme os institutos antes
citados, mas trata-se de demanda na qual há um rito especial de lei federal, conforme já
citado, e ainda figura como ferramenta de apoio do Ministério Público seja qual for a
estrutura federativa deste, para que possa ir contra atitudes obtidas na Administração
Pública em desconformidade com a legalidade que se espera.
a. Ministério Público.
b. Defensoria Pública.
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A lei 11.448/07 trouxe legitimidade para a Defensoria Pública, consolidando
entendimento tanto da doutrina quanto da jurisprudência.
e. a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
Foro competente-
Foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para
processar e julgar a causa.
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Prevenção – A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto.
Condenação em dinheiro;
Cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Ação cautelar –
Mandado liminar-
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Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia
de título executivo extrajudicial.
Petição inicial
Juízes e tribunais-
Se, no exercício de suas funções, tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências
cabíveis.
Inquérito Civil
Poderá ser instaurado pelo Ministério Público, sob sua presidência. Para tanto, poderá:
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Negativa de certidão ou informação-
Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, hipótese em que a ação poderá
ser proposta desacompanhada daqueles documentos, cabendo ao juiz requisitá-
los.
Crime-
Arquivamento do Inquérito –
Nesse caso os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
Conselho Superior do Ministério Público. Lá, será submetido a uma sessão para
exame e deliberação, onde a promoção de arquivamento será homologada ou
rejeitada.
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Será designado, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o
ajuizamento da ação.
Ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer
Poderá ser conferido pelo juiz para evitar dano irreparável à parte.
Execução-
Fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
prolator.
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Litigância de má-fé-
Por fim acerca deste tema vale ressaltar a guisa de mera ilustração alguns
artigos do código civil brasileiro nos quais resta albergado ampara ao assunto, tais como
artigo 927, e os artigos 186 e 187 todos do C.C. não há como restar esquecido o corpo
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de algumas normas esparças igualmente aplicáveis nos casos da responsabilização ora
discutida tais como:
Lei 9.784/99
Lei 8.112/90
Lei 8429/92
Lei 8.666/93
Lei 8.987/95
Decreto Lei 3.365/41
- Desde já deixo meus sinceros agradecimentos aos queridos alunos, que comigo
compartilharam inumeras idéias e um aprendizado mútuo, na busca por uma
realidade melhor neste mundo tão desigual em que habitamos. Boa sorte a todos e
sucesso sempre!
José, cidadão brasileiro que exercia o cargo de deputado estadual, foi condenado, em
caráter definitivo, por improbidade administrativa, em julho de 2013. Com a
condenação, os direitos políticos de José foram suspensos por cinco anos, embora ele
tenha sempre afirmado ser inocente. Em outubro de 2013, ele ajuíza ação popular
pleiteando a anulação da venda de uma série de imóveis públicos promovida pelo
Governador, seu principal desafeto político, a quem culpa pelas denúncias que levaram
à sua condenação. Segundo o relato da inicial, a venda ocorreu abaixo do preço de
mercado. Diante de tal situação, responda fundamentadamente:
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