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AVIVAMENTO
Fabrício Freitas
“Aviva-nos, Senhor! Oh, dá-nos teu poder! De santidade, fé e amor reveste o nosso ser!
Chegamos à conclusão de que isso não diz respeito à doutrina ou liturgia, mas a um
relacionamento íntimo com o Senhor. Experimentar um avivamento não é simplesmente
levantar a voz com estas expressões: Aviva-nos, Senhor! Eis nossa petição. Ateia o fogo
do alto céu em cada coração!”
Sabemos que “avivamento” é uma das palavras mais desgastadas no contexto evangé-
lico brasileiro. Contudo, compreendemos que ter um coração avivado não significa apenas
mãos erguidas durante o culto ou orações simultâneas em voz alta. Mais do que isso, é
reconhecimento de pecado, quebrantamento em oração, mudança de vida e paixão pelas
vidas que estão perecendo, como muito bem lembrado por Finney: “sem muita oração e
lágrimas, não há avivamento”.
Um dos mais belos hinos traduzidos por Salomão Ginsburg foi o de nº 171 do Cantor
Cristão. “Avivamento” é uma oração em busca de um renovo do Senhor em nossa vida,
marcado por mais amor, zelo, graça e abnegação. É um clamor a uma vida santa, de fé e
amor, revestida pelo poder que vem do alto. Que façamos hoje, desse hino, a nossa oração
sincera.
Responda para você mesmo: você se lembra de um tempo de sua vida quando
estava com o coração mais ardente pelo Senhor do que hoje? Sente saudades
daqueles doces momentos na presença do Senhor? Sente falta do fervor que pos-
suía para a evangelização? Então clame a Deus, agora, para que Ele aqueça seu
coração com um verdadeiro avivamento.
Mobilizar outros para orar é um desafio que começa com o líder. Acontece quando ele,
desejoso pela busca da direção divina, inicia os primeiros passos para o que se tornará
uma grande realização.
Certa vez eu buscava a direção de Deus para uma decisão no campo missionário e pre-
cisava de parceiros de oração. Como que tateando na busca desses parceiros, encontrei
duas pessoas dispostas a passar algum tempo em oração comigo. Anos se passaram e,
hoje, nessa igreja, existe uma filosofia de vida nos crentes: a oração passou a fazer parte
do jeito de ser da igreja e as decisões são tomadas com base na oração. A oração deixou de
fazer parte do calendário semanal, um dia marcado. Aquela igreja não tinha mais tempos
de oração; ela passou a viver em oração. Alguém sempre tem que dar o primeiro passo.
Você e eu podemos ser aqueles que Deus quer usar para mobilizar nossa igreja a orar.
De que maneira prática você pode mobilizar outros para orar esta semana? Comparti-
lhe essa necessidade com outros e planejem juntos como intensificar a oração na vida da
igreja como um todo. Orem a respeito disso e conversem com o pastor.
Hoje vamos orar para que Deus nos mostre meios de envolver mais pessoas
nesta campanha de oração. Vamos orar também para que esse movimento de
oração comece em nós, em nossa vida diária de intimidade com o Senhor.
Ao ensinar sobre o dever que temos de orar sempre e nunca esmorecer, Jesus conta
duas parábolas, em Lucas 18. A segunda me deixa preocupado e reflexivo. Jesus mencio-
na um fariseu, um homem de oração, de vida zelosa e piedosa, mas que orava de si para si
mesmo ou, em algumas versões, “consigo mesmo” (Lc 18.11). No final das contas, aquilo
sequer era uma oração; era uma meditação egoísta, uma “oração” que não chegava aos
céus, pois sequer saía do interior do fariseu.
Quando estou orando, preocupo-me com o risco de tentar convencer Deus em oração,
exigindo que Ele se molde a mim, e não eu a Ele; de crer mais na oração do que em Deus,
que responde às orações conforme a sua vontade. Fico refletindo sobre como dependo
da graça de Deus até mesmo para orar, pois nem isso sei fazer como convém, contando
com o Espírito Santo como intérprete (Rm 8.26). Crendo que a oração pode muito em seus
efeitos (Tg 5.16), peço a Deus que me ensine a orar em sinceridade e humildade.
Pense agora: que sinais, em nossa oração, podem indicar que estamos fazendo dela
apenas uma meditação egoísta?
Hoje vamos interceder por outras pessoas, em especial pela salvação daquelas
que ainda não conhecem o Senhor Jesus Cristo.
Tenho compartilhado com alguns amigos o pensamento de que nós oramos, quase
sempre, “para dentro”, ou seja, por nossos próprios interesses: saúde, emprego, estudos,
segurança, finanças pessoais etc. Basta observarmos os pedidos que normalmente são
feitos em um culto ou vigília de oração e como os da categoria “para dentro” são os mais
recorrentes. Isso faz com que os nossos motivos de oração sejam meio egoístas e limita-
dos às coisas temporais.
Tenho me disciplinado no sentido de orar “para fora”, isto é, em favor daqueles que
ainda não têm Cristo, especialmente por sua salvação. Conheci o irmão Ademar. Ele sofreu
um acidente de moto e ficou com várias sequelas que fragilizam a sua saúde, causam-lhe
dores e limitações, e o impedem de trabalhar. Ele vive de uma pequena aposentadoria por
invalidez e gasta quase tudo com remédios. Um dia, ele me procurou chorando: “Pastor,
não preciso de oração por mim, não! Eu já tenho tudo o de que preciso. Por favor, pastor,
ore por meus filhos, pois eles estão perdidos, sem Jesus, indo para o inferno”. As lágrimas
e a urgência do clamor do irmão Ademar me deram um grande exemplo de que temos
que orar “para fora”, pela salvação dos perdidos, e não apenas pelas nossas necessidades.
Pare um pouco e reflita: com que tipo de pedidos temos investido a maior parte de nosso
tempo de oração: “para dentro” ou “para fora”? Como podemos mudar isso?
Hoje vamos orar para que Deus nos ensine cada vez mais a orar pelas necessi-
dades das pessoas que vivem em nosso redor, e não apenas pelos nossos próprios
problemas.
“Estava Jesus em certo lugar orando e, quando acabou, disse-lhe um dos seus discípu-
los: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos” (Lucas
11.1). Não tenho dúvida de que sem oração a igreja não vive como igreja; sem oração o
discípulo não vive a vida cristã. Viver a vida cristã é ser discípulo, e ser discípulo é orar.
Comecei a ter consciência do meu aprendizado na oração aos doze anos de idade. De lá
para cá, a oração que mais tenho feito é a mesma que os discípulos fizeram: “Senhor, ensi-
na-me a orar”. Tenho muito o que aprender acerca da oração; imagino que você também.
Por isso, derrame-se aos pés do Senhor. Seja sincero. Peça que Ele o ensine a orar. Separe
um tempo, hoje, para se dedicar à oração. Vá a um lugar reservado, silencioso. Se desejar,
coloque uma música. Comece lendo trechos da Bíblia que falam sobre oração. Ore com a
ajuda de uma lista de pedidos em uma folha de caderno. Deixe um espaço para registrar
o dia da resposta a cada um deles.
Pense durante alguns instantes sobre a diferença entre “saber sobre a oração” e “ter
aprendido a orar”.
Hoje vamos colocar nossa própria vida diante do Senhor, a fim de que Ele nos
ensine a orar de modo que nos tornemos exemplo de oração para outras pessoas,
como Jesus foi.
Hoje vamos orar para que nossa igreja valorize ainda mais a oração, seja no
culto de oração semanal, seja por meio de outras ações que nos levarão mais à
presença de Deus para clamarmos, não apenas por nós, mas pelas vidas que vivem
à nossa volta e que precisam de Jesus.
Separe um momento do dia de hoje para ficar em oração com Deus. Escolha
um lugar silencioso. Ouça uma música. Leia um texto da Bíblia e ore fundamenta-
do na Palavra de Deus. Convide um discípulo junto de quem você consiga investir
um tempo significativo em oração. Ore para que nada impeça que esse plano seja
colocado em prática nos próximos dias.
Hoje tire um tempo para orar, mas não como um dia comum. Fuja das distrações
e gaste um tempo considerável na presença de Deus. Se não conseguir fazer isso
hoje, programe sua agenda para um dia de folga só para buscar a face de Deus.
Seja um exemplo de vida de oração para as pessoas à sua volta.
Gostaria de sugerir que hoje você não orasse sozinho, mas convidasse alguém
na família, na igreja, no trabalho, onde você estiver, para orar com você em voz
alta, buscando a face do Senhor em quebrantamento e gratidão.
Hoje vamos orar por algumas pessoas específicas que Deus colocar em nosso
coração agora mesmo. Vamos clamar para que Deus nos ajude a iniciar com elas
um relacionamento discipulador.
Vamos orar agora mesmo para que experiências assim também aconteçam e
continuem acontecendo em nossa vida, e para que muitas vidas venham a Cristo
por nosso intermédio.
Vamos orar para que Deus nos dê visão espiritual para enxergar além do que
podemos ver fisicamente nas pessoas; para que vislumbremos o potencial de dis-
cipuladores e líderes para o avanço do reino de Deus em nossa região e no mundo.
Vamos orar, agora, por nossa igreja, para que tenhamos um senso de unidade
tal, que o amor e cuidado uns pelos outros sirvam de testemunho aos de fora. Se
sua igreja vive constantes conflitos, ore para que Deus intervenha e quebrante os
corações, a fim de que a igreja esteja unida em um só propósito.
Em um dia corrido, numa semana “daquelas”, recebo uma mensagem com um pedido
para que visitasse uma pessoa no hospital. No primeiro momento, pensei em outras pes-
soas que poderiam fazer aquela visita. Afinal de contas, eu nem conhecia bem a quem ia
visitar. Depois de refletir bastante, resolvi aceitar aquela missão. Após o trabalho, minha
esposa e eu nos arrumamos e seguimos para o hospital.
Fomos com a intenção de fazer uma visita rápida, e assim fizemos. Em poucos minu-
tos com aquele homem, tivemos a oportunidade de conhecer muitos detalhes de sua
vida e orar por ele. Passados alguns dias, com a melhora parcial do quadro e, agora em
casa, propus irmos visitá-lo novamente. Conversamos sobre a recuperação, sobre família,
oramos juntos mais uma vez e, entre um assunto e outro, ouvi daquele homem a seguinte
frase: “A visita de vocês no hospital foi muito importante. Muito obrigado!”. Agora, vamos
buscar aprofundar um relacionamento discipulador com a família.
Em muitos momentos, entendemos a importância e até oramos pedindo a Deus que nos
ajude a alcançar pessoas, porém somos engolidos pelos afazeres do trabalho e de casa.
Nosso planejamento é tão rigoroso que conta até os minutos. Quando surgem oportunida-
des como essa, fora dos planos, acabamos adiando ou direcionando para outra pessoa. Na
minha agenda, foram apenas vinte minutos, mas para aquela família foi um dia marcante.
Em um de nossos treinamentos ouvi a seguinte pergunta - e isso não faz muito tempo:
“Quantas pessoas você discipulou ou está discipulando?”. Comecei a contar todos os que
eu havia preparado para o batismo. Antes que eu terminasse a minha contagem, o pales-
trante interrompeu dizendo: “Não vale contar as pessoas que fez as oito lições e você as
batizou. Isso não é discipulado”. Ao ouvir isso, como diz o gaúcho, “me caiu os butiá do
bolso”, ou seja, fiquei boquiaberto. Não esperava ouvir aquilo.
Naquele instante, dei-me conta de que, com quase trinta anos de vida cristã, não havia
feito um discípulo sequer. A partir daquele momento comecei a orar por discípulos de
verdade. Deus me mostrou que dentre as pessoas que Ele havia me dado para discipu-
lar estava a minha filha. Passei a desenvolver um Relacionamento Discipulador com ela
e, como resultado, ela tem conseguido fazer o mesmo com outros jovens da igreja. Hoje
posso dizer que tenho discípulos.
Reflita: O que eu preciso fazer para que o discipulado que pratico seja mais do que estu-
dos bíblicos e passe a ser de fato um relacionamento discipulador?
Hoje vamos orar para que Deus nos ajude a nos relacionar intencionalmente
com pessoas, para formarmos novos imitadores de Cristo por meio de nossas
palavras e exemplo.
Em seu livro Integração Segundo o Novo Testamento, Waylon Moore nos dá preciosas
lições sobre como devem ser desenvolvidos os nossos RDs. Ele escreve, sobre o convívio
um a um com um discípulo: “Faça perguntas sobre seu conhecimento e experiências espi-
rituais. Seja, também, franco ao lhe transmitir suas experiências de oração e ao mencionar
suas dificuldades em sua vida nas quais Deus cumpriu suas promessas. Ajuste as tarefas
do seu progresso individual. Quando ele não executar as tarefas, descubra a razão disto,
não force a fazê-las, mas o incentive e oriente apenas. Talvez uma chamada telefônica no
meio da semana com uma palavra de incentivo. Tenha um caderno de notas onde registre
tudo a respeito de seu ‘adotado’: seu progresso, seus problemas, suas tarefas e as datas
das entrevistas a ter com ele” (p. 73).
De fato, o RD é uma caminhada em que verdade e vida devem ser transmitidas todo o
tempo; é muito mais que um encontro semanal; é uma vivência lado a lado! Nesta semana
seria muito bom pensarmos: quanto temos investido naquelas vidas que o Senhor nos tem
confiado? Estamos apenas tendo um encontro ou estamos partilhando vida? Pense nisso!
Neste dia, vamos orar pelas pessoas que discipulamos, mas, antes, vamos tele-
fonar-lhes para saber como podemos interceder pela vida delas de forma mais
específica.
Neste tempo em que as referências são escassas, nós, pastores, precisamos ser modelo
de discípulos multiplicadores para nossas igrejas, modelo de caráter, de práticas e de obe-
diência à Palavra. O apóstolo Paulo disse: “E vos tornastes nossos imitadores e do Senhor”
(1Tessalonicenses 1.6). Nós somos o referencial, em uma igreja, depois de nosso Senhor e
Salvador, é claro. Modelamos no púlpito, no PGM, abrindo nossas casas, na escola bíblica,
enfim, no dia a dia da igreja.
O resultado disso aparece descrito no versículo seguinte: “Dessa forma, tende vos tor-
nado modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia” (v. 7). A partir de um pastor
modelo, surgiu, então, uma igreja modelo para outras. Essa igreja possuía características
que a faziam penetrar na comunidade descrente, mas sedenta de referenciais e modelos
de fé atuante, amor prestativo, com esperança bem firmada, conforme Paulo mencionara
no verso 3. Sejamos, meu amado pastor, modelos de discípulos multiplicadores!
Se você é pastor, tire um tempo para meditar sobre essa devocional e ore para
que Deus o ajude a ser esse modelo de que a igreja tanto precisa. Se você não é
um pastor, aplique os próximos minutos em intercessão pelo seu pastor, e se colo-
que à disposição dele para cooperar naquilo que você puder ser útil para que sua
igreja se torne um modelo para as demais igrejas da região.
Hoje vamos orar para que Deus nos dê paciência e sabedoria para investir na
vida de pessoas e acreditar em seu potencial, sabendo que o Espírito Santo cos-
tuma usar pessoas improváveis como instrumento para a realização de feitos
extraordinários.
Hoje vamos orar para que Deus nos ajude a encontrar alguém que sirva para
a edificação da nossa vida em uma caminhada discipuladora e que nós mesmos
frutifiquemos na vida de outra pessoa por meio do discipulado. Se você já disci-
pula e é discipulado, aproveite para orar por aqueles que já são bênção em sua
vida discipular.
A intencionalidade é um dos valores que mais mexem comigo na visão bíblica de Igreja
Multiplicadora. É muito prazeroso fazer discípulos com pessoas agradáveis, que assimi-
lam conceitos imediatamente e que nos acompanham nos nossos sonhos e paixão. Melhor
ainda se essas pessoas não precisam que ensinemos tudo, mas já tenham um bom conhe-
cimento e experiência. E se não tiverem vícios comportamentais, então, é o céu na terra.
Mas, quando isso não acontece, quando a companhia do discípulo precisa ser suportada,
o ensino repetido várias vezes e existem conflitos de ideias e aspectos do comportamento
a serem tratados, então o discipulado é cansativo e pode ser frustrante.
Intencionalidade significa insistir no RD mesmo quando não há condições ideais. Esse
tem sido um desafio para mim, mas sei que posso contar com a presença do Senhor “todos
os dias até a consumação dos séculos”, Ele, que fez discípulos, intencionalmente, como
Pedro (limitado e covarde) e João (iracundo).
Para sua reflexão em oração: Como podemos encontrar encorajamento para persistir
no RD, mesmo quando parece não haver progresso?
Oremos hoje para que Deus nos conceda perseverança no Relacionamento Dis-
cipulador, especialmente quando o discípulo demonstrar fraqueza e inconstância.
Oremos, também, pelos discípulos que estão nessas condições, para que Deus os
anime e renove sua visão e forças para avançar.
Quando lemos a história do grande rei Davi, vemos que ele tinha sempre Natã, ao seu
lado, como um mentor; alguém com quem compartilhava, um a um, os anseios, medos,
sonhos e visões. Esse relacionamento deu a Natã a oportunidade de exortar o rei Davi com
ousadia – “Esse homem és tu!” (2Samuel 12.7). O profeta estava tão próximo de Davi que
conseguiu perceber o momento certo, a maneira certa, as palavras certas, a ilustração
certa para chamar o amigo de volta à santidade.
Ao chamar a atenção do Rei, Natã correu o risco de ser até condenado à morte. Mas ele
não temeu, e o resultado foi arrependimento sincero e mudança de rumo na história de
uma nação.
Quando desenvolvemos relacionamentos discipuladores temos a liberdade de exortar
em amor ou, ainda, a bênção de sermos confrontados em amor, resultando em mudança
de vida para glória de Deus.
Para nossa meditação nos próximos minutos: o que podemos fazer, como discipulado-
res, para que a exortação produza arrependimento e não afastamento?
Hoje vamos orar para que tenhamos, com as pessoas que discipulamos, o mesmo
grau de amizade que Natã teve com Davi, a ponto de, com a coragem firmada no
amor, confrontarmos o pecado, se necessário. Oremos, também, para que nosso
coração seja sensível à admoestação, caso nós precisemos de confrontação.
“Timóteo, verdadeiro filho na fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de
Cristo Jesus, nosso Senhor”. (1Timóteo 1.2).
Em sua segunda viagem missionária, Paulo “adota” espiritualmente o jovem Timóteo
(Atos 16.1). Eles estabelecem uma parceria: de um lado um que quer aprender, de outro um
que se dispõe a ensinar. Isso é o que chamamos de Relacionamento Discipulador. Nesse
relacionamento de longo prazo, houve um grande investimento de tempo para ensinar
fazendo e vivendo (1Coríntios 11.1), mas que deu resultado.
Da mesma forma, somos chamados para ser “pais” espirituais, para cuidar de alguém,
equipá-lo e torná-lo um discípulo multiplicador. Fazer de alguém um “verdadeiro filho na
fé”, como Paulo fez com Timóteo, exige uma dedicação intensa de tempo, em um relacio-
namento discipulador. Essa será uma grande jornada, mas que certamente terá um final
muito produtivo para o reino e a glória de Deus.
Para nossa reflexão: em que consistia essa “paternidade” espiritual de Paulo para com
Timóteo, e que ações do apóstolo podem ser copiadas, ainda hoje, para que também nós
tenhamos nossos “verdadeiros filhos na fé”?
Vamos orar agora para que Deus nos conceda a graça de termos filhos e netos
espirituais, que multipliquem o discipulado com outras pessoas e alcancem muitas
vidas com o Evangelho. Se você já discipula alguém, aproveite para interceder
pelos discípulos dele e pelos discípulos de seus discípulos, nas futuras gerações.
Depois de ressuscitar, Jesus teve um reencontro com o seu discípulo Pedro, dando-lhe
uma nova oportunidade, restaurando e reforçando o seu chamado. Essa passagem, que
está em João 21.15-17, apresenta-nos Jesus como exemplo de persistência em um rela-
cionamento discipulador.
O RD é uma questão de “paternidade”. Como pais espirituais, nós vibramos quando um
discípulo tem êxito no que faz. Porém, também tem a hora de “trocar as fraldas”. Não gos-
tamos muito dessa parte, mas ela é necessária. O ato de corrigir, exortar e chorar com um
discípulo também faz parte do RD. Jesus fez a mesma pergunta três vezes: “Pedro, você
me ama?”. A Bíblia diz que o discípulo ficou triste, sentido. Isso também faz parte do RD.
Com Jesus, aprendemos a dar uma nova chance, a crer na transformação do discípu-
lo, a promover o discípulo e lhe confiar tarefas ainda maiores. Graças a essa persistência
de Jesus podemos enxergar um novo Pedro, no início de Atos, cuidando das ovelhas de
Jesus e defendendo-as.
Permita-me perguntar: Você está disposto a continuar amando e cuidando de alguém
em quem investiu e que depois o decepcionou ou traiu?
Hoje vamos orar para que Deus nos dê um coração amoroso como o de Jesus,
sempre disposto a dar uma segunda chance às pessoas. Vamos orar também por
aqueles discípulos vacilantes, a fim de que vençam a inconstância e frutifiquem
para a glória de Deus.
Hoje nosso pedido de oração é que Deus nos ajude a ser uma igreja multipli-
cadora, composta de discípulos que se multipliquem em nossa cidade, no país e
no mundo, a começar de cada um de nós.
Hoje vamos orar por todos os membros de igreja que são líderes em potencial,
mas que ainda não descobriram isso. Que eles sejam despertados e capacitados
pelo Espírito de Deus para influenciarem muitos outros com vista a uma extraor-
dinária multiplicação de discípulos.
Agora, vamos colocar esses planos nas mãos de Deus. Peçamos que Ele nos
capacite a ser igrejas discipuladoras para as crianças da cidade. Oremos também
pelas crianças, a fim de que sejam alcançadas pela graça de Deus e sejam feitas
discípulas de Jesus.
“Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia”
(Mc 16.7).
Quando Jesus ressuscitou e as mulheres foram até o sepulcro, o anjo lhes pediu que
dessem um recado aos discípulos, especialmente a Pedro. Por quê? Pedro, que havia negado
Jesus três dias antes, provavelmente estaria envergonhado, triste, decepcionado consigo
mesmo. É certo que ele temia o encontro com Jesus. Mas o Mestre o amava. Ele investia
tempo e vida em cada um de seus discípulos. Estava ansioso por restaurar o ânimo e a fé
do impetuoso líder em formação, por isso insistiu: “dizei a... Pedro”.
O desenrolar da história nós conhecemos: à beira do Mar da Galileia o Senhor traba-
lha a pessoa de Pedro em uma conversa pessoal e particular, fazendo perguntas cruciais
e levando-o a uma reflexão que o mudaria definitivamente. É muito importante saber
que, ao discipular pessoas, sofreremos decepções. Mas devemos estar prontos a buscá-las,
amá-las, investir nelas novamente, confiar, apoiar, encorajar, direcionar; enfim, dar-lhes
uma segunda chance! O resultado valerá a pena!
Tire alguns momentos para meditar nos benefícios para a igreja e para o Reino, quando
estamos prontos a dar uma nova chance aos discípulos que vacilam.
Quero sugerir que você tire o restante do dia de hoje para não apenas orar por
discípulos inconstantes, mas também enviar-lhes uma mensagem de encoraja-
mento e – quem sabe? – promover um encontro, nesta semana, para conversarem
e renovarem o compromisso, um com o outro, de multiplicação.
“Não amaldiçoe um surdo ...Tenha respeito para comigo, o seu Deus. Eu sou o Senhor”
(Levítico 19.14).
No Brasil, são 9,7 milhões de surdos lutando por sua cidadania e buscando se fortalecer
como um povo cultural e linguístico. Quantos ainda vivem sem perceber a existência deles?
Os dados do censo IBGE 2010 mostram, no Norte, a existência de mais de 700 mil surdos;
no Nordeste, mais de 3 milhões; pouco menos de um milhão e meio, no Sul; 3 milhões e
oitocentos, no Sudeste e cerca de 600 mil no Centro-Oeste. Neste exato momento, a grande
maioria deles continua exposta a toda espécie de artimanha diabólica.
Desde o início da Bíblia, Deus ordena ao Seu povo que tenha uma boa conduta para
com o surdo (Lv 19.14). Podemos começar com oração. Coloquemos diante do altar as
realidades que as comunidades surdas têm enfrentado: desvios sexuais, drogas, abusos
sexuais, conflitos familiares, tudo isso sem que possam gritar, pois não têm “voz” para
que os ouçam. Esse clamor do silêncio tem ecoado com o desejo de entenderem a Pala-
vra de Deus, mas são impedidos pela falta de quem os ensine. Vamos interceder em favor
dos surdos brasileiros.
Reflita consigo mesmo e, depois, reparta essa questão com toda a sua igreja: além de
orar, o que mais podemos fazer para alcançar os surdos da nossa cidade e do nosso país?
Vamos hoje orar pelos surdos de nossa cidade, para que Deus nos dê a opor-
tunidade de fazer amizades intencionais com surdos a fim de alcançá-los com o
evangelho.
Oração é mais que uma coletânea de pedidos e agradecimentos. É uma ação de rasgar
a alma e tocar os céus, é vida com Deus, é abrir o coração e falar de tudo. Por isso digo
que Oração é um RD de Deus conosco. A oração produz uma jornada com o Senhor, e isso
gera, na questão relacional, uma vivência que nos prepara para tudo, inclusive para nossa
vivência com os discípulos.
Quando estamos diante do trono de Deus, vivenciamos um convite dado por ele para
uma conversa, um relacionamento que requer tempo para haver intimidade. Quando essa
conversa se reduz a uma prática religiosa e a uma dispersa e rápida gratidão pelo alimen-
to, não teremos uma vida de oração imitável. Deus quer mais! Devemos querer mais, pois
nosso relacionamento com o Senhor só será profundo quando nos deleitarmos, aprofun-
darmos e buscarmos uma intimidade tão intensa que teremos pleno prazer em estar em
sua presença.
A oração que gera uma vida mais perto de Deus e que inspira os discípulos a quem
influenciamos é a oração de qualidade e intimidade. Essa oração acontece quando dese-
jamos estar mais próximos de Deus, silenciosamente, apenas por ser prazeroso e único.
Vamos tentar fazer isso hoje?
Pare um tempo e ore para que sua vida de oração seja um exemplo para seus
RDs, que eles vejam em você uma vida de oração com profundidade e um rela-
cionamento discipulador íntimo com Deus a ponto de quererem o mesmo para a
vida deles também.
C. está no meu Cartão Alvo de Oração há oito meses. Já lhe fiz uma dezena de convi-
tes para o encontro do PGM e até para vir à minha casa para um jantar com as famílias.
Mas até agora tudo que ouvi de C. foram alguns “obrigado pelo convite” e outros “vamos
deixar para outra hora”. Para não ser invasivo demais, nos últimos quatro meses convi-
dei C. apenas uma vez a cada trinta dias; quase sempre não obtive resposta. Por último,
C. me respondeu agradecendo pela lembrança e se desculpando por causa da sua rotina
muito corrida.
A resposta sempre negativa traz um abatimento inevitável. A reação quase que imedia-
ta é de querermos tomar uma das duas atitudes: desistir daquela pessoa ou intensificar
os contatos, tornando-nos inconvenientes demais. Nesses momentos, lembro-me de que
os Senhor é quem acrescenta, à igreja, aqueles que se hão de salvar (Atos 2.47). Respiro
fundo, arrependo-me de ter confiado em meus próprios esforços e prossigo em oração por
C., confiando que no tempo certo o Espírito Santo tocará em seu coração e fará acontecer
a oportunidade de que ela precisa, seja por meu intermédio ou de outra pessoa.
Hoje, pare um instante e medite: Como podemos saber se estamos ou não confiando mais
em nossas estratégias do que no agir de Deus para o acréscimo de vidas para o seu reino?
Vamos orar por aquelas pessoas difíceis de serem alcançadas, a fim de que
o Espírito Santo trabalhe no coração delas e prepare o solo para a semente do
evangelho.
“E, unidos, todos se dedicavam à oração, juntamente com as mulheres, com Maria, mãe
de Jesus, e com os irmãos dele.” (Atos 1.14)
A primeira ação da igreja após ascensão de Jesus foi retornar a Jerusalém para esperar
o revestimento de poder que Jesus prometera. Tudo começou de uma forma bem sim-
ples: uma reunião de oração na parte superior de uma casa. Se desejamos ver um grande
movimento de multiplicação, devemos seguir o exemplo desses discípulos. Necessitamos
de um lugar de oração onde possamos ser cheios do poder de Deus.
Esse lugar não precisa ser necessariamente em uma casa. Mas, seja como for, deve ser
um lugar do nosso dia a dia, um lugar de convivência. Os primeiros discípulos começaram
a orar em uma casa, pois, naquela cultura, a casa era o lugar do relacionamento, do conví-
vio, da intimidade. Seria diferente, hoje? Penso que não. Também para nós, a casa ainda
é o ambiente para sentarmos de frente para as pessoas, conversar, interagir, sermos parte
da vida uns dos outros. Portanto, precisamos redescobrir as casas como espaço para nos
dedicarmos unidos à oração em busca do poder de Deus para a multiplicação de discípulos.
Você já parou para pensar nas vantagens que há, para a multiplicação de discípulos, na
estratégia de pequenos grupos que oram nas casas?
Hoje vamos orar para que a casa dos membros da nossa igreja se transformem
em pontos estratégicos de oração na cidade. Se não é o seu caso, que hoje seja o
dia de você decidir fazer do seu lar esse lugar de oração.
De certa forma somos tentados, pela modernidade e pela vida urbana, a enxergar a vida
mais complicada do que ela realmente é. Nossa vida na igreja, muitas das vezes também
é tomada por esse desejo.
Um sintoma muito claro disso é quando começamos a criar e cuidar das estruturas, em
detrimento das pessoas. Em um primeiro momento, é muito bom vermos grandes estrutu-
ras funcionando, grandes prédios, muitos ministérios, uma boa administração com níveis
hierárquicos e muito trabalho sendo feito para manter tudo isso.
“Tenho tantos PGMs em minha igreja”, diz o líder com satisfação. Isso pode ser muito
bom, desde que não percamos de vista que a proposta simples do Senhor Jesus era a de
fazer discípulos. Se temos uma grande estrutura, inúmeros PGMs e não entendemos que
o mais importante é fazer discípulos de Jesus, estamos diante de um problema. O cerne
da proposta de Igreja Multiplicadora não são os PGMs, apesar de sua grande importância,
mas os relacionamentos discipuladores, os relacionamentos que frutifiquem em discípu-
los para o Senhor Jesus. É assim que está lá na Grande Comissão.
Quero desafiar você a, sempre que pensar em uma nova estrutura, fazer a si mesmo esta
pergunta: isso vai mesmo ajudar a manter o foco nos relacionamentos discipuladores?
É simples assim. Foi para fazer discípulos e não estruturas que fomos chama-
dos. Por isso, pare um tempo para orar por pessoas. Clame a Deus pela salvação
e amadurecimento espiritual de todas as pessoas que Deus trouxer à sua mente
nos próximos minutos.
Certa vez eu instruí uma pessoa a orar mais sobre determinado assunto e a resposta
que obtive foi: “Deus sabe de tudo o que preciso. Não posso usar de vãs repetições”. Essa
pessoa estava confundindo repetições vazias com persistência.
Jesus diz, em Mateus 6.7-8: “E, orando, não useis de vãs repetições (...); porque vosso
Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”. Porém, em Lucas 18.1-8, Jesus
nos ensina a termos persistência, perseverança, constância e, dentre tantas palavras que
poderíamos dizer aqui, quero destacar a palavra “importunação”!
O texto de Lucas 18 relata a parábola de “um juiz que não temia a Deus nem respeitava os
homens”. O texto continua: “E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamen-
te a ele [o juiz injusto]”, suplicando-lhe: “Faze-me justiça contra o meu adversário”. O juiz
decide o seguinte: “Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta
viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha me importunar”.
Passe um tempo refletindo nessas passagens e medite sobre a diferença entre repe-
tições vazias e perseverança na oração. Depois, compartilhe suas conclusões com mais
alguém, orando para que essa pessoa seja edificada por seu intermédio.
Hoje vamos orar mais uma vez pelas pessoas que queremos alcançar. Relem-
bre pessoas resistentes ao evangelho e reaqueça seu fervor em interceder por
elas, especialmente aquelas por quem você desanimou de orar por não enxergar
nenhum avanço. Deus é fiel!
Vamos orar hoje para que tenhamos uma relação tão íntima com Jesus que as
pessoas à nossa volta consigam perceber isso e nos deem a oportunidade de tes-
temunhar daquilo que Ele tem feito em nossa vida.
“...Por causa do amor de teu Deus para com Israel e do seu desejo de preservá-lo para
sempre, ele te fez rei, para manter a justiça e a retidão” (2Cr 9.8).
Quando Deus nos põe numa posição de influência, Ele não o faz por nossa causa, mas
por causa das pessoas que lideramos.
Nosso coração não se cansa de tentar nos enganar. Geralmente, quando estamos lide-
rando, seja em um relacionamento discipulador, seja gerenciando uma equipe, conduzindo
um PGM ou até pastoreando uma igreja, somos tentados a achar que nos tornamos líderes
por causa do nosso valor e méritos. “Deus finalmente reconheceu o meu valor”, parece
ser o suspiro de nosso ego.
No entanto, quando a Rainha de Sabá foi elogiar a glória de Salomão, ela conseguiu
enxergar, em tudo aquilo, muito além da bênção de Deus ao próprio rei; ela reconheceu
o cuidado do Senhor para com seu povo. Percebeu que um líder que governa com justiça
e retidão é prova da graça de Deus aos que são liderados por ele. Como líderes e discipu-
ladores, somos instrumentos de Deus para abençoar as pessoas.
Você consegue perceber que, se hoje você é líder, foi por amor às pessoas que você
lidera, e não a você, que o Senhor o colocou nessa posição? Há algo que precise mudar
no seu estilo de liderança a partir de agora?
Vamos orar para que Deus nos ajude a ser líderes servidores.
Faça uma lista de pessoas que você deseja alcançar para Jesus! Então ore
entregando-os integralmente a Deus, pedindo-lhe oportunidades para expressar
Jesus para elas.
“Vocês, orem assim: Pai nosso, que estás nos céus!” (Mateus 6.9)
Com a agenda sempre cheia de tantos compromissos, nossa prática de oração que
manifeste graça e amor tem dado lugar a orações automáticas e protocolares. Porém, no
relacionamento com Deus expresso na vida de Jesus aprendemos o sentido da verdadei-
ra oração, que parte da identificação com Deus em uma realidade paternal, em sentido
pleno, concreto, relacional e afetuoso, não apenas abstrato ou metafórico. Experimentar
Deus na oração, identifica-lo como nosso Pai, nosso “Paizinho querido”, fortalece nossa
condição humana, já que somos criaturas dele.
Creio que somente a partir dessa consciência construiremos relacionamentos disci-
puladores saudáveis, nos quais e através dos quais se manifestará a graça divina. Essa é
razão por que a prática da oração deve ser incorporada à vida, tornando-se algo absolu-
tamente natural: mais do que momentos de oração, necessitamos de uma vida de oração.
Apenas desse modo transmitiremos verdade e vida àqueles que se relacionam conosco.
Quando oramos, contemplamos o agir maravilhoso de Deus! Que nosso Abba Pai nos
abençoe, e que por meio de nossos relacionamentos vidas sejam impactadas, alcançadas
e discipuladas através da nossa vida de oração: essa é a vontade de Deus!
Reflita um pouco: sua vida de oração tem sido burocrática e superficial? De que forma
uma vida poderosa de oração poderia influenciar as pessoas a seu redor?
Neste dia, vamos orar meditando em Deus como nosso Pai, pedindo-lhe que
nos ajude a compreender no fundo da alma o que significa ser amado e cuidado
por Ele.
“Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e
nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la?” (Lucas 15.4)
Jesus quebra um grande paradigma, ao permitir que publicanos e pecadores se aproxi-
massem dele. Os religiosos estavam prontos para criticá-lo por essa atitude. Como crentes
em Cristo, precisamos ficar atentos para não cometer o mesmo erro dos religiosos e evitar
que outros cheguem perto dele, e até criticar quem assim o faz. Isso não é difícil de ocorrer,
já que os próprios discípulos caíram nessa armadilha com as crianças, em Mateus 19.14,
impedindo que elas se aproximassem de Jesus.
Estamos diante de um número crescente de ovelhas perdidas. Precisamos olhar para
dentro e para fora da igreja. Para dentro, porque que os membros de nossas igrejas
também precisam de cuidado para não se tornarem ovelhas perdidas. Para fora, para a
grande multidão de pessoas que já ouviram o evangelho e deixaram a caminhada, e outra
muito maior daqueles que ainda não tomaram uma decisão ao lado de Jesus. O fato é que
precisamos ir ao encontro delas, de dentro e de fora, até encontrá-las. Pode ser que você
sofra algumas críticas, mas o resultado do nosso cuidado com outros é o melhor que pode
acontecer em nossa vida.
Pare e pense: Você consegue lembrar de alguém, agora mesmo, que se encontra perdi-
do, dentro e fora da igreja? Que iniciativas você pode tomar, hoje, para se aproximar dessa
pessoa visando discipulá-la?
Aproveite os próximos minutos para interceder pela vida dessa ou dessas pessoas.
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não choves-
se e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.” (Tiago 5.17)
A carta de Tiago nos traz ricos ensinamentos. O autor não atenta muito para ensinos
teológicos teóricos, mas se concentra em nos exortar a não sermos apenas ouvintes da
Palavra de Deus, mas verdadeiros praticantes.
O último trecho da carta fala da perseverança na oração. Acredito que oração e leitu-
ra bíblica sejam os assuntos sobre os quais mais ouvimos em nossas igrejas, no entanto,
parece que são as áreas de maior fracasso dos crentes.
Tiago afirma que, assim como Elias, eu e você podemos orar, com insistência, porque
seremos ouvidos e respondidos por Deus. A citação que Tiago faz de Elias não é para nos
encorajar a orar com insistência por nossos sonhos ou projetos de vida. Não! (Pelo menos
não aqui nesse contexto.) Todo o texto está falando de pessoas, ou seja, aquilo que é mais
importante para Deus.
Você já parou para pensar quantas pessoas perdidas existem no Brasil? Quantas estão
sem Cristo em sua vizinhança, seu bairro, e até em sua família? Quantos milagres poderiam
acontecer em favor das pessoas, se orássemos como Elias, um homem falho como nós!
“Amigo, fico impressionado como você consegue extrair tanta coisa boa de um único
versículo”. Quando ouvi isso de um discípulo meu, o sinal amarelo acendeu. Eu estava
usando os momentos de RD com ele para expor a Bíblia de uma forma que dificilmente ele
seria capaz de reproduzir. Eu me esmerava para retirar do texto as verdades mais profun-
das que encontrava e, sem perceber, estava ensinando para meu discípulo que discipular
alguém é algo que só um pastor, um teólogo, seria capaz de fazer.
A partir de então, passei a utilizar um material escrito que o discípulo seria capaz de
reproduzir com outra pessoa com segurança. De vez em quando, abordo algum outro texto
bíblico como antes, mas com a diferença de que agora isso não é mais a base do discipu-
lado; é apenas um recurso ocasional para dar mais profundidade ao ensino do Evangelho.
E faço isso, ainda assim, sem perder a noção de que tudo o que eu ministrar no RD deve
ser multiplicável.
Faça uma autoanálise: Estou conduzindo meu discipulado de modo a gerar a multi-
plicação, ou estou impedindo a reprodução por usar uma estratégia complexa demais?
Hoje vamos orar para que Deus nos ilumine e nos dê sabedoria para ensinar os
discípulos com simplicidade, e para que eles multipliquem tudo o que têm apren-
dido de nós com outras pessoas.