Você está na página 1de 5

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
NUPEA – NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM ENERGIAS ALTERNATIVAS

Disciplina: Transmissão de Energia Elétrica (FEELT 31703)


Prof.: Dr. Sebastião Camargo Guimarães Júnior
2019/2
1ª Aula de Laboratório

1. Assunto: Linhas de Transmissão (LT’s) em Corrente Alternada (CA) -


O Modelo Elétrico Equivalente.

2. Objetivo:

Descrever a forma construtiva do painel representativo de uma LT em CA utilizado para


simulações em laboratório.

3. Introdução Teórica:

Seja a LT da Figura 1:

Transmissor Receptor

[km]
Fig. 1 - Modelo bifilar da linha de transmissão.

A LT em CA da Figura 1 pode ser representada por seu circuito equivalente, mostrado na


Figura 2, constituído por parâmetros distribuídos.

- indutância L [H/km];
- capacitância C [F/km];
- resistência r [Ohm/km];
- condutibilidade g [Siemens/km] (representam as perdas nos dielétricos).

Fig. 2 - Circuito equivalente de uma LT com parâmetros distribuídos.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas – FEELT - UFU - 2019/2


Transmissão de Energia Elétrica – Laboratório - Aula 1 – pg. 2 de 5

Os parâmetros distribuídos ao longo do comprimento da linha afetam as relações de


tensão, corrente e potência desta linha. Devido aos parâmetros distribuídos a corrente que entra
na linha é diferente da corrente que é fornecida á carga junto ao receptor, sem mencionar o fato
que a tensão varia de ponto para ponto ao longo da LT. Pode até acontecer que a tensão no
receptor seja maior do que a tensão no transmissor.
Em circuitos elétricos, os elementos básicos como resistores, indutores e capacitores são
conhecidos como elementos a parâmetros concentrados.
Na Figura 3 representamos um comprimento x da linha. Podemos representar o
comprimento infinitesimal de linha x por circuitos equivalentes Tee (T) e Pi (π) conforme
mostrado nas Figuras 4 e 5.

Fig. 3 - Circuito equivalente de um elemento de linha.

Fig. 4 - Circuito equivalente Tee (T).

Fig. 5 - Circuito equivalente Pi (𝜋).

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas – FEELT - UFU - 2019/2


Transmissão de Energia Elétrica – Laboratório - Aula 1 – pg. 3 de 5

Devemos notar que nas Figuras 3, 4 e 5 as unidades resultantes r.x [Ohms], L.x
[Henry], g.x [Siemens] e C.x [Farad], são de parâmetros concentrados para o elemento x.
De maneira análoga aos circuitos das Figuras 4 e 5, podemos obter circuitos equivalentes
Tee e Pi para uma LT com comprimento  [km]. Nas Figuras 4 e 5 deveríamos substituir x por
 . Assim obteríamos r.  [Ohms], L.  [Henry], g.  [Siemens] e C.  [Farad], ou seja, valores
totais de resistência, indutância, condutibilidade e capacitância da linha entre os terminais de
transmissor e receptor. Teríamos assim um circuito a parâmetros concentrados da LT.
Quando através de modelos elétricos, se deseja analisar fenômenos transitórios e
permanentes, os circuitos T e 𝜋 equivalentes (parâmetros concentrados) são inapropriados, pois
neste caso, o efeito real da distribuição dos parâmetros ao longo da linha é importante.
Diante da inviabilidade de se utilizar infinitos elementos x, recorre-se então às
chamadas linhas artificiais, compostas de um número relativamente grande de células, ligadas
em série. Cada célula poderá representar o circuito Pi nominal (parâmetros distribuídos) de um
trecho de comprimento determinado, como é mostrado na Figura 6.
O circuito 𝜋 é a representação mais adequada de uma LT em CA pelo fato de não
introduzir nós adicionais na representação da linha, além do transmissor e receptor na Fig. 1. Já o
circuito T (Tee) apresenta um nó adicional no meio da LT.
Sendo assim para o circuito 𝜋 na Figura 5 temos:

z y
zl  e yl 
n n
Cada célula neste caso, será calculada para representar de 20 a 25 [km] de linha. Para a
nossa linha artificial do laboratório, com 345 [km], teremos 15 células representando cada uma
23 [km] de linha.

Fig. 6 - Circuito equivalente da linha artificial.

4. Seção de Cálculos:

Parâmetros elétricos da Linha de Transmissão:

 = 345 [km], f = 60 Hz
r = 0,0852 [Ohm/km] L = 0,9187 x 10-3 [Henry/km]
g = 0 [Siemens/km] C = 0,01339 x 10-6 [Farad/km]

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas – FEELT - UFU - 2019/2


Transmissão de Energia Elétrica – Laboratório - Aula 1 – pg. 4 de 5

4.1 – Representar a LT do laboratório (comprimento total) pelos seus circuitos Tee (T) e Pi () a
parâmetros concentrados. Lembrar que:

ż = r + jωL = r + j2.π.f.L [ohm⁄km ]

ẏ =g + jωC = g + j2.π.f.C [Siemens⁄km ]

4.2 – Representar uma célula (23 [km]) da LT do laboratório pelo seu circuito Pi () a
parâmetros concentrados.

5. Equipamento Necessário:

1- Varivolt monofásico 0 - 240 V


2- Amperímetro CA 0 - 1 A
3- Voltímetro CA 0 - 300 V

6. Procedimento:

A linha de transmissão quando opera com pouca carga em seu receptor apresenta um
comportamento capacitivo conhecido como Efeito Ferranti. O seu efeito máximo se dá quando
ela está a vazio (sem carga no receptor).
Para verificarmos o efeito Ferranti (elevação da tensão no receptor com relação à tensão
no transmissor) a linha de transmissão é energizada a vazio (sem carga no receptor). A tensão no
transmissor U1 é mantida constante e igual a 220 V , fase-neutro. Medimos a tensão U2 junto ao
receptor.
Devemos também medir a corrente de carga I1 (corrente da linha quando esta funciona a
vazio).
O experimento também será feito para 2 linhas (2 bancadas) ligadas em série e
finalmente para 3 linhas (3 bancadas) ligadas em série para simular o aumento do comprimento
físico da linha de transmissão.
Pode-se então verificar que com o aumento do comprimento físico da linha de
transmissão maior será o efeito capacitivo resultando em tensões mais elevadas no receptor.

7. Parte Experimental:

Faça a montagem do experimento como mostrado na figura abaixo:

Fig. 7 – Montagem experimental da linha artificial.


NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas – FEELT - UFU - 2019/2
Transmissão de Energia Elétrica – Laboratório - Aula 1 – pg. 5 de 5

Depois de montado todo o equipamento, faça as leituras e preencha a tabela a seguir.

 = 345 [km]

U1 [V] U2 [V] I1 [A] I2 [A]

220 0

 = 690 [km]

U1 [V] U2 [V] I1 [A] I2 [A]

220 0

 = 1035 [km]

U1 [V] U2 [V] I1 [A] I2 [A]

220 0

8. Conclusão:

8.1 - Por que em Sistemas de Energia Elétrica o circuito 𝜋 da LT em CA é mais utilizado do que
o circuito Tee?

8.2 - O que você verificou com o funcionamento da linha de transmissão a vazio? Explique.
- Compare as tensões no transmissor com a do receptor para os 3 comprimentos de linha;
- Compare as correntes no transmissor com a do receptor para os 3 comprimentos de linha.

NUPEA - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Energias Alternativas – FEELT - UFU - 2019/2

Você também pode gostar