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Assunto Página
Aspectos ortográficos
Acentuação Gráfica.......................................................................... 06
Concordância Nominal..................................................................... 13
Concordância Verbal....................................................................... 19
Vozes verbais............................................................................... 27
Regência Verbal .. .......................................................................... 28
Regência nominal............................................................................ 37
Emprego do sinal indicativo de Crase.......................................... 39
Colocação dos pronomes Átonos................................................ .. 46
Funções do SE................................................................................. 51
Funções do QUE.............................................................................. 53
Uso dos Porquês.............................................................................. 56
Período composto
1
Marilene Silva
O termo sintaxe também é usado para avaliação dos aspectos gramaticais, ou seja, tudo
que diz respeito à correção gramatical, que envolve todos os assuntos da gramática, ex.:
concordância, crase, colocação pronominal, grafia etc.
2
Marilene Silva
Conjunção
Conjunções Subordinativas Adverbiais
• embora / mesmo que / ainda que / posto que / por mais que
• apesar de que / mesmo quando / conquanto / não obstante
3
Marilene Silva
Conjunções Subordinativas Comparativas
• que /
• do que (quando iniciadas ou antecedidas por noções comparativas como menos,
mais, maior, menor, melhor, pior)
• qual (quando iniciada ou antecedida por tal)
• como (também apresentada nas formas assim como, bem como)
• Quando chegar de viagem, me avise. Enquanto todos estavam fora, nada fez de útil.
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Marilene Silva
Conjunções Subordinativas Consecutivas
• que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes
subentendidos)
• de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não).
Conjunções Coordenativas
São elas: e, nem (= também não), mas também (geralmente antecedido de não só)
As conjunções coordenativas conclusivas são utilizadas para unir, a uma oração anterior,
outra oração que exprime conclusão o conseqüência.
Conjunções coordenativas explicativas são aquelas que unem duas orações, das quais
uma seja a explicação, justificativa do que está expresso em outra.
Conjunções Subordinativas
ASPECTOS ORTOGRÁFICOS
Sílaba Tônica
Dica: para descobrir a sílaba tônica de uma palavra, basta pronunciá-la de forma correta e
perceber qual sílaba você pronuncia com mais intensidade, cada palavra só tem uma
sílaba tônica, as outras são chamadas de átonas.
Ex.: café - fé é a tônica, e ca é a átona.
6
Marilene Silva
Oxítonas
Terminou – Falarão
Paroxítonas
Termino – Falaram
Proparoxítonas
Término – Faláramos
I. REGRAS GERAIS
Toda e qualquer palavra da língua portuguesa tem como sílaba tônica as 03(três)
posições: a última, a penúltima , ou a antepenúltima, mas as regras que justificam a falta
ou a presença dos acentos são 08 (oito): 1- Oxítonas, 2-Paroxítonas,3-Proparoxítonas, 4-
Monossílabos tônicos, 5- Hiatos, 6- Acentos diferenciais, 7-Trema e 8-Ditongos
decrescentes orais ou abertos.
1) OXÍTONAS
2) PAROXÍTONAS
Ex.: júri, biquíni, órfã, órgão, médium, fórum, íons, história, trégua, pônei, jóquei, Flávia,
Sérgio, Sílvia, Antônio (substantivo próprio segue uma regra como qualquer palavra).
Dica: para memorizar melhor a diferença entre oxítona e paroxítona, basta comparar as
regras já que são excludentes, o que se pode acentuar em um grupo é proibido no outro.
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Marilene Silva
Oxítonas: café, cipó, sofá, xerox, cocô, saci, vinténs, saci.
Paroxítonas: bule, bolo, casa, látex , coco, júri, hífen, hifens, pólen, polens.
3) PROPAROXÍTONAS
Todas as palavras que têm como sílaba tônica a antepenúltima serão acentuadas, seja
qual for a sua terminação.
Ex.: Gramática, vermífugo, tráfico, biótipo, lêvedo, arquétipo.
4) MONOSSÍLABOS TÔNICOS
5) HIATOS
Coloca-se acento agudo nas vogais I e U tônicas dos hiatos, estiverem sozinhas na sílaba
ou juntas com a letra (s) e antecedidos de vogal.
Ex.: sa-í-da, sa-ú-de, ba-ú, a-í, ca-í, ba-la-ús-tre.
Obs.: Não se acentuam as letras I e U tônicas dos hiatos se elas vierem seguidas do
dígrafo (NH). Ex.: ra-i-nha, ba-i-nha, ven-to-i-nha, ta-i-nha.
Não se acentuam as letras I e U dos hiatos se elas vierem precedidas de vogal idêntica.
Ex.: xi-i-ta..
CUIDADO!
Sa-í Ju-iz
Sa-ís-te Ju-í-za
Sa-iu Ju-í-zo
Sa-í-mos Ju-í-zes
Sa-í-ram Flui-do
Sa-in-do Flu-í-do
Sa-ir-mos Sai-a X sa-í-a
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Marilene Silva
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos
quando vierem depois de um ditongo.
Como era Como fica
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou
seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
CUIDADO!
1. ele lê – eles leem
ele dê – eles deem
ele vê – eles veem
ele crê – eles creem
2. ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm
3. ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
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Marilene Silva
4. Não se usará, após a reforma, mais o acento que diferenciava os pares pára/para,
péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo. Ele foi ao polo
Norte. Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar pólo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado
do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos
ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir,
intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois
carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/
fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja
este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles)
arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue,
enxágues, enxáguem.
• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua,
delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada
mais fortemente que as outras):
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague,
enxagues, enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua,
delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e
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Marilene Silva
i tônicos.
Q E QÜE
QÜI
Ü GÜE
G I GÜI
PRONUNCIADO E ÁTONO
Q E QÚE
QÚI
Ú GÚE
G I GÚI
PRONUNCIADO E TÔNICO
Ex.: AVERIGÚE, APAZIGÚEM, OBLIQÚES, ARGÚI, ARGÚEM...
VERBOS EM –GUAR E –QUAR.
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Marilene Silva
Os ditongos de pronúncia aberta ÉI, OI, EU, seguidos ou não de (s), recebem acento
agudo quando formam a sílaba tônica, independentemente da posição em que aparecem.
Ex.: céu, troféu , assembléia, anzóis, anéis, constrói. Esses permanecem.
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser
acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus,
ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Observações finais: as palavras separadas por hífen segue a mesma regra de qualquer
outra. Ex.: além-túmulo(além=oxítona, túmulo=proparoxítona) pô-la(pô=acento diferencial,
la=monossílabo átono não tem acento), parti-la(parti=oxítona não acentuada, la=
monossílabo átono).
1.Assinale, em cada seqüência, a única palavra que não recebe acento gráfico.
Concordância Nominal
Dica: o advérbio é uma palavra invariável, pode-se identificar uma palavra como advérbio
quando modifica- verbo, adjetivo e advérbio.
As palavras que modificam o substantivo ou pronome são variáveis- artigo, adjetivo,
numeral e pronome.
Ex.: Andamos bastante / Estamos bastante felizes / Compramos bastante devagar .
Bastante – advérbio de intensidade.
1.Comprei bastantes coisas / 2.As provas foram bastantes para inocentá-lo /3. Comi meia
maça /4. As crianças saíram. 1. Bastantes: pronome indefinido – 2.bastantes: adjetivo –3.
meia: numeral – 4. as- artigo.
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Marilene Silva
3) O adjetivo anteposto ao substantivo só aceita a concordância gramatical ou lógica se os
substantivos exprimirem nomes próprios ou de parentesco. Ex.:
Os esforçados Luís e Manuel nada conseguiram.
Queridos pai e mãe: (na invocação de carta)
Caros mãe e pai: (na invocação de carta)
- Se o adjetivo composto indicar alguma cor, não variará, desde que qualquer de seus
elementos seja um substantivo. Ex.:
Olhos azul-turquesa
Camisas vermelho-vinho
- Se a cor for indicada apenas pelo substantivo, este, da mesma forma, não sofrerá
variação. Ex.:
Olhos turquesa
Camisas vinho
- Variam normalmente: mesmo, próprio, só, extra, junto, quite, leso, obrigado, anexo,
incluso e nenhum, como nestes exemplos:
A mulher mesma acusou o marido.
Elas vivem acusando-se a si mesmas.
A filha própria acusa o pai.
As filhas próprias acusam o pai.
Observações:
1) Mesmo só não varia quando equivale a de fato, realmente. Ex.:
A mulher acusou mesmo o marido?
Vocês estão mesmo falando a verdade?
3) Junto não varia quando faz parte da locução prepositiva (junto a, junto com ou junto
de). Ex.:
Elas estão junto do pai.
Ficamos junto ao muro.
As crianças estão junto com a mãe.
Às vezes só se usa junto, sem a preposição expressa, mas se nota facilmente que foi
omissa. Ex.:
A mãe e o pai desembarcaram; junto chegaram os filhos. (= Junto com eles, chegaram os
filhos.)
4) Embora muito vulgarizada, convém não usar a locução “em anexo”, criada pelos que
sentem insegurança no emprego do adjetivo anexo.
Não variam, quando advérbios: caro, barato, bastante e meio. Ex.:
A gasolina no Brasil custa caro.
Água mineral no Brasil não custa barato.
Trabalhamos bastante.
Hortênsia está meio nervosa.
variam:
indeterminada. Ex.:
- Possível não varia, se faz parte de uma expressão superlativa com o elemento no
singular (o mais, o menos, o pior, o melhor, etc.) ou se está acompanhando quanto. Ex.:
Escreva bilhetes o mais legíveis possível.
Comprei produtos o menos caros possível.
- Se, porém, repetirmos o artigo antes do segundo adjetivo, ou dos demais, será possível
ainda esta concordância, com o substantivo no singular:
A polícia civil e a militar
A bandeira brasileira e a inglesa
O setor público e o privado
O nível federal, o estadual e o municipal da administração pública
Não há polícia no mundo que seja “civil e militar”, nem muito menos bandeira que seja
“brasileira e inglesa”.
Isto é: havendo repetição do elemento determinado (no caso, a), qualquer concordância é
possível; não havendo tal repetição, o plural será obrigatório.
Outros exemplos:
o primeiro e o segundo ano (ou anos)
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Marilene Silva
o primeiro e segundo anos (e não: “os” primeiro e segundo anos)
Outros casos:
1) As expressões um e outro e nem um nem outro exigem o substantivo posposto no
singular, mas o adjetivo no plural. Ex.:
Conheço um e outro rapaz argentinos; trata-se de bons rapazes.
Não conheço nem uma nem outra marca novas de uísque.
2) Se os substantivos estão ligados por ou, o adjetivo concorda com o substantivo mais
próximo, ou, então, vai ao plural. Ex.:
Só é permitido o uso de caneta ou lápis vermelho (ou vermelhos).
Só é permitido o uso de lápis ou caneta vermelha (ou vermelhos).
7) Qualquer pronome que se refira a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, vai
ao masculino plural. Ex.:
Homens e mulheres, cumprimentaste-os sem distinção.
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Marilene Silva
Conheci garotas e rapazes, com os quais simpatizei bastante.
8) O substantivo candidatos rege, de preferência, nome no singular. Ex.:
Há muitos candidatos a vereador.
Havia inúmeros candidatos a deputado.
Nesse caso, é a idéia de cargo ou função que predomina. Ao se verificar promoção nos
quadros do Exército, os oficiais são promovidos a capitão, a major, a coronel, a general,
e não a “capitães”, a “majores”, etc., com predomínio da idéia de patente. Assim, é
legítimo construir-se:
Exercícios de Fixação
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Marilene Silva
3) “ Elas........ providenciaram os atestados, que enviaram............às procurações, como
instrumentos.....para os fins colimados. ”
a) mesmas – anexos – bastantes
b) mesmo – anexo – bastante
c) mesmas – anexo – bastante
d) mesmo – anexos – bastante
e) mesmas – anexos - bastante
4) “ Não foi........ a pesada suspensão que lhe deram, porque você foi o que.....falhas
apresentou; podiam ter pensado em outras penalidades mais.....”
a) justo – menos – cabível
b) justa – menos – cabível
c) justa – menos – cabíveis
d) justo – menas - cabível
e) justo – menos – cabíveis
Concordância Verbal
2) Os verbos que não podem ter sujeito, chamados impessoais, são usados sempre na 3ª
pessoa do singular. Ex.:
Chove bastante. Venta muito.
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Como havia muitas pessoas na fila, houve brigas e discussões.
Observação:
Alguns verbos rigorosamente impessoais são, no mais das vezes, usados em sentido
figurado; nesse caso, sofrem variação normal. Ex.:
Chovem asneiras nas provas de Português.
Trovejam de raiva os chefes de seção.
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Marilene Silva
3) Nome coletivo no singular deixa o verbo no singular, porém se vier seguido de nome no
plural, admite as duas formas, singular ou plural. Ex.:
O pessoal ainda não chegou; a turma não gostou disso.
Um bando depredou a casa. Um bando de cafajestes depredou/depredaram a casa.
Uma série de irregularidades aconteceu ali.
Observações
1) Um milhão, um bilhão, um trilhão, etc. exigem o verbo no singular, como nomes
coletivos que são. Ex.:
Um milhão de reais foi gasto à toa nessa obra.
Um bilhão de pessoas vive na China.
2) Quando um coletivo seguido de nome no plural antecede o pronome relativo que,
faculta-se a concordância (com o coletivo ou com o nome). Ex.:
O diretor fez referência à série de irregularidades que aconteceu (ou aconteceram)
ali.
4) O verbo viver, nas orações optativas, deve concordar normalmente com o sujeito, que
nesse caso aparece posposto. Ex.:
Viva a noiva! Vivam os noivos!
Viva eu! Vivamos nós! Vivam todos!
6) Coletivos partitivos (a maioria de, grande parte de, bom número de, metade de, etc.)
seguidos de nome no plural, deixam o verbo no singular (concordando com eles), ou
vão ao plural (concordando com o nome posposto a eles.). Ex.:
A maioria dos homens pagou/pagaram ingresso.
Metade dos turistas já retornou/retornaram a seus países.
- Se o número percentual vem determinado por artigo ou por pronome adjetivo, faz-se
com eles a concordância. Ex.:
Os 30% da produção serão exportados.
Esses 2% do lucro já me bastam.
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Marilene Silva
8) O pronome que não interfere na concordância; o pronome quem, porém, exige o verbo
na 3ª pessoa do singular ou concorda com o sujeito. Ex.:
Sou eu que faço tudo aqui, mas são eles que ganham dinheiro.
Sou eu quem faz tudo aqui, mas são eles quem ganha dinheiro.
Sou eu quem faço tudo aqui, mas são eles quem ganham dinheiro.
10) Todos os pronomes de tratamento são da 3ª pessoa; portanto exigem o verbo nessa
pessoa. Ex.:
V. Exª acordou cedo hoje!
V. M. fique despreocupado, que nada lhe acontecerá.
12) O verbo concorda com o numeral que acompanha expressões tais como mais de,
menos de, cerca de, perto de, etc. ex.:
Mais de um aluno passou.
Menos de duas pessoas entraram no cinema.
Cerca de cem passageiros morreram no acidente.
Observações:
1) Mais de um exige o plural quando o verbo exprime reciprocidade de ação ou, então,
quando se lhe segue um coletivo com nome no plural. Ex.:
Mais de um jogador se cumprimentaram após o jogo.
- Longe está, porém, de constituir incorreção o uso do plural, quando não houver
reciprocidade de ação. Assim, podemos ainda construir:
Sobem hoje a gasolina e o álcool.
Morreram o motorista e todos os passageiros.
- A concordância com o elemento mais próximo, contudo, ocorre até mesmo em texto
bíblico:
“Passará o céu e a terra, mas minhas palavras ficarão.”
9) Vários sujeitos têm como adjunto o pronome cada ou nenhum = verbo no singular. Ex.:
Cada diretor, cada professor, cada aluno, naquela escola, fazia o que bem entendia.
Nenhum político, nenhum cidadão, nenhum ser humano, faria isso.
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Marilene Silva
10) Sujeitos ligados por não só...mas também, tanto...como ou equivalentes = verbo no
plural. Ex.:
Não só a mãe, mas também a filha precisam de ajuda.
Tanto a mãe como a filha choraram.
14) Quando dois ou mais adjuntos modificam um único núcleo, o verbo, naturalmente, fica
no singular, concordando com o núcleo único. Ex.:
A imagem do Nosso Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora da Conceição saiu para a
procissão na hora marcada.
O preço dos combustíveis e dos alimentos aumentou.
Os verbos ser e parecer geralmente concordam com o elemento no plural mais próximo.
Ex.:
Agora são dez horas.
Hoje são dezoito de dezembro; ontem foram dezessete; amanhã serão dezenove.
Obs.: já é aceita a concordância ideológica: Hoje é dezoito. (dia)
Se, porém, o sujeito for pessoa, o verbo com ele concordará obrigatoriamente. Ex.:
Fernando Pessoa foi vários poetas, é vários poetas.
No circo, o palhaço é as delícias da garotada.
Fica ainda no singular o verbo ser quando o sujeito é o pronome relativo que. Ex.:
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Marilene Silva
Deixe-me estar mais alguns minutos nesta minha casa, que daqui a pouco será só
escombros.
Fica ainda no singular o verbo ser quando a ele se seguem termos como muito, pouco,
nada, tudo, bastante, mais, menos, etc. Ex.:
Seis dias de carnaval é muito, mas os salvadorenses acham que é pouco.
Duas surras será pouco para ele aprender.
Dez anos é nada na eternidade.
Quando se usam pronomes retos, o verbo sempre com eles concorda. Ex.:
O professor aqui sou eu; o aluno és tu; as personagens somos nós.
O responsável por isto aqui são vocês.
O verbo ser fica no singular, em qualquer hipótese, sempre que o predicativo é constituído
pelo pronome demonstrativo O. Ex.:
Amigos é o que não me falta.
Eleições diretas era o que o povo mais queria.
Ainda no singular ficará o verbo ser quando o sujeito, no plural, for usado sem
determinantes (artigos, pronomes adjetivos, numerais, etc.), e o predicativo se encontrar
no singular. Ex.:
Lágrimas é coisa que não o comove.
Mentiras é sempre coisa detestável.
O verbo parecer, quando é auxiliar numa locução verbal, sobre flexão; quando não forma
locução verbal, é verbo intransitivo e, nesse caso, não varia. Ex.:
As crianças parecem gostar do filme.
As crianças parece gostarem do filme.
No último período há inversão da ordem dos termos, pois essa frase equivale a esta:
Parece gostarem do filme as crianças.
Se, porém, o verbo parecer seguir-se infinitivo pronominal, somente varia o infinitivo. Ex.:
As crianças parece queixarem-se do colchão duro.
SILEPSE DE GÊNERO
Dá-se nestes principais casos:
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Marilene Silva
a) Com os nomes de cidades, ruas, avenidas, rodovias, etc. Ex.:
Ribeirão Preto é muito desorganizada no trânsito. (cidade)
Passei pela Teodoro Sampaio para chegar à Dr. Arnaldo. (rua e avenida)
A Trabalhadores será prolongada. (rodovia)
f) Com os artigos o e um, quando usados com nome feminino aplicado a pessoa do sexo
masculino. Ex.:
O camisa dez da seleção brasileira era, nesse tempo, Pelé.
Seu marido, Ifigênia, é um banana.
SILEPSE DE NÚMERO
Dá-se nestes três casos:
b) Com o coletivo no singular, porém, com verbo no plural, a concordar com a idéia de
plural contida no coletivo. Ex.:
O eleitorado não suportava mais aquela situação de miséria em que vivia, por isso
estavam ansiosos para a chegada da eleição.
A maioria dos homens ficaram resfriados.
c) Com as expressões numéricas, o verbo ser fica no singular por silepse. Ex.:
Alguns segundos de tortura é uma eternidade.
Dois metros é a distância mínima exigida aos repórteres.
SILEPSE DE PESSOA
A silepse de pessoa ocorre quando a pessoa que fala ou escreve também participa do
processo verbal; daí o verbo necessariamente na primeira pessoa do plural. Ex.:
Os brasileiros somos românticos.
Os três já íamos saindo.
Uso do SE na Concordância
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Marilene Silva
O pronome SE será classificado como PARTÍCULA APASSIVADORA acompanhado de
VERBO TRANSITIVO DIRETO OU BITRANSITIVO, o verbo concorda com o termo que
sofre a ação verbal, ou seja, o objeto direto da ativa vira sujeito paciente da passiva.
Ex.: Vendem-se carros. (carros = sujeito paciente do verbo vender)
Vende-se carro. ( carro = sujeito paciente)
Observações:
1) Se o verbo transitivo direto é acompanhado de verbo auxiliar, só este varia. Ex.:
DEVEM-se procurar outras soluções: não se PODEM dar aulas particulares por
preço tão vil.
2) Verbos transitivos diretos e indiretos também podem ter sujeito paciente. Ex.:
Aqui não se dão aulas a estrangeiros.
3) Verbo apenas transitivo indireto, como não pode ter sujeito paciente, fica sempre
invariável. Ex.:
Precisa-se de empregados.
Dica:
Transitividade Verbal
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Marilene Silva
SER, ESTAR, PARECER, CONTINUAR, FICAR, ANDAR, PERMANECER. Ex.:
João está feliz.
VOZES VERBAIS
Voz Ativa:
nela, o sujeito e o agente , porque é quem pratica a ação verbal. Ex.: Ela penteou os
meus cabelos.
Voz Passiva Analítica: nela ,o sujeito é o paciente, aquele que sofre a ação verbal, o objeto
direto da ativa passa a sujeito paciente da passiva. Ex.: Os meus cabelos foram
penteados por ela.
A voz passiva analítica é formada com os verbos ser, estar e ficar, seguidos do
verbo principal no particípio, o verbo auxiliar representa a tempo verbal do verbo principal,
além da presença do agente da passiva que vem introduzido pela preposição (por) que
indica autoria. Ex.: As casas foram construídas pela construtora.
Voz Passiva Sintética: nela, o sujeito também é quem sofre a ação verbal, é formada
pelo(s) verbo(s) da voz ativa acompanhado(s) da partícula SE (pronome apassivador ou
partícula apassivadora).Ex.: Construíram-se as casas.
Voz reflexiva:
nela, o sujeito é agente e paciente da ação verbal. Ex.: Ana cortou-se com a faca.
Voz reflexiva recíproca: nela, existem no mínimo dois agentes e dois pacientes
praticando ações recíprocas, as ações vêm sempre acompanhadas do SE (pronome
reflexivo recíproco). Ex.: As pessoas beijaram-se bastante.
Exercícios
1. Transpondo para a voz ativa a frase:”O processo deve ser revisto pelos dois
funcionários”
a) deve-se rever b) será revisto c) devem rever
d) reverão e) rever-se-á
2. Em”... uns diziam isto; outros aquilo...” colocando-se o verbo na passiva temos:
a) tinham dito b) foi dito c) era dito
d) seria dito e) haviam dito
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Marilene Silva
a. "Esperavam-se manifestações de grupos radicais japoneses de esquerda e de
direita... ."
b. "Foram salvos pelo raciocínio rápido de um agente do serviço secreto... ."
c. "Vocês se dão pouca importância nessa tarefa."
d. "Documentos inúteis devem ser queimados em praça pública."
e. "Devem-se estudar estas questões."
Exercícios de Fixação
4. A alternativa correta é:
a) No centro da cidade, viam-se os representantes dos grevistas.
b) Dá-se aulas gratuitas.
c) Durante a passeata, atirou-se muitos objetos nos falsos grevistas.
d) Responderam-se a todas as cartas.
e) Nesta cidade, assistiram-se aos melhores espetáculos circenses.
5. os novos modelos trazem novidades que não....., mas enfeites que todos... .
a) se vêem - vêm b) se vê - vêm c) se vêm – vêem
d) se vê – vêem e) se vêem – vêem
Regência Verbal
AGRADAR
VTD = contentar, fazer carinhos, mimar, acariciar: agradar filhos, agradar fregueses,
agradar o chefe com presentes.
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Marilene Silva
AGRADECER
VTDeI, sendo o objeto direto sempre coisa e o indireto sempre pessoa:
O comerciante agradeceu a preferência aos fregueses.
Agradeci o enorme favor à moça.
Na língua cotidiana se vê: agradecer os fregueses pela preferência, agradecer a moça pelo
enorme favor.
ASPIRAR
VTD = sorver, haurir, inalar, absorver: aspirar o ar do campo, aspirar um perfume, aspirar o
pó do tapete.
Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas:
Esse é um bom emprego. Quem não aspira a ele?
O cargo está vago. Muitos aspiram a ele.
ASSISTIR
VTD = prestar assistência, socorrer, ajudar: assistir um doente, assistir o réu, assistir o pai
na mercearia.
Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas:
O programa é bom, mas crianças não podem assistir a ele.
As cenas foram fortes, por isso não quero voltar a assistir a elas.
Na língua cotidiana se vê: assistir esse programa, assistir o jogo, assisti-lo. Isto é: ainda
nessa acepção é usado como transitivo direto.
ATENDER
VTD ou TI, indiferentemente, quando o complemento é pessoa:
29
Marilene Silva
O presidente atendeu o /ao banqueiro.
O diretor atenderá todos /a todos os pais de alunos.
Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas:
O telefone tocou, mas ninguém atendeu a ele.
Os pedidos chegam aos montes, mas a empresa não tem condições de atender a eles.
ATINGIR
VTD, apenas V TD, no português contemporâneo:
Esse cantor atingiu o clímax da fama bastante jovem.
Lembro-lhes que amanhã não virei trabalhar.
Os alpinistas atingiram o pico da montanha.
Depois de atingir a glória na carreira, morreu.
CHAMAR
VTD ou VTI, indiferentemente, no sentido de considerar:
Chamei-o palhaço.
Chamei-lhe palhaço.
Nesse caso, o termo regido de preposição é adjunto adverbial; como o verbo indica
movimento, a preposição conveniente é a.
COMPARTILHAR
VTD, sempre VTD, por isso não se usa a preposição de:
Compartilho a dor do meu vizinho, que perdeu um filho.
Não compartilhamos essa opinião.
Queremos compartilhar a sua alegria.
COMUNICAR
VTDel, sendo o objeto direto sempre coisa e o indireto sempre pessoa:
Os vizinhos comunicaram o rouba à polícia.
O ministro comunicou a sua decisão ao presidente.
30
Marilene Silva
Ninguém deve comunicar alguém sobre alguma coisa, mas comunicar alguma coisa a
alguém.
CUSTAR
VTI, sendo sempre oracional seu sujeito:
Custa-me acreditar nisso.
Custou-nos chegar aqui.
Não lhe custará entender isto.
ESQUECER
VTD ou VTI, mas neste caso é sempre pronominal (esquecer-se de):
Esqueci todos os meus documentos. (VTD)
Esqueci-me de todos os meus documentos. (VTI)
IMPLICAR
VTD = acarretar:
Toda ação implica uma reação igual e contrária.
Esse gesto implicou a sua demissão da firma.
IR
VI (a, em,de, por, com, para, ) muda o sentido a depender da preposição.
Vou ao banco pagar contas.
Vou no banco dianteiro do carro.
Vou de táxi.
Vou com Paulo ao baile.
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Marilene Silva
Vou para Rita ao banco.
LEMBRAR
VTD ou VTI, mas neste caso é sempre pronominal (lembrar-se de):
Não lembro o seu nome. (VTD)
Não me lembro do seu nome. (VTI)
Na língua cotidiana:
Lembrei meus amigos do dia do meu aniversário.
Lembrei o pessoal de que já passava da meia-noite.
Lembro-os de que amanhã não virei trabalhar.
LEVANTAR – DEITAR
Os dois não prescindem do pronome oblíquo, quando usados em frases semelhantes às
que se vêem abaixo:
Levantei-me tarde.
Deitei-me tarde.
Levantamo-nos bem cedo e fomos à fazenda.
Deitamo-nos bem cedo por causa do frio.
MORAR – RESIDIR
Os dois se usam com a preposição em:
Moro em bairro pobre.
Resido em bairro pobre.
Moramos na Rua da Paz.
Residimos na Avenida da Alegria.
NAMORAR
VTD, sempre VTD:
Ainda não namorei Selma, mas um dia vou namorá-la.
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Marilene Silva
Você está namorando alguém?
OBEDECER – DESOBEDECER
VTI, sempre VTI (obedecer a):
Aqui todos obedecem ao regulamento.
Aqui ninguém desobedece ao regulamento.
Bons filhos obedecem aos pais.
Bons filhos nunca desobedecem aos pais.
Quando o complemento é coisa, não aceitam lhe, lhes, mas a ele, a ela, a eles, a elas:
O regulamento é esse, e todos obedecem a ele.
As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
OLHAR
VTI = levar em conta (olhar a):
Quando vou a compras, não olho a preços.
Sempre amei sem olhar a defeitos do ser amado.
Não olhe para.
PAGAR – PERDOAR
VTDel, com objeto direto para coisa e objeto indireto para pessoa:
Paguei todas as minhas dívidas a meus credores.
Paguei-lhes todas as minhas dívidas.
Perdoei todas as dívidas a meus devedores.
Perdoei-lhe todas as dívidas.
PEDIR
VTDel, mas com a preposição a:
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Marilene Silva
Pedi um presente a ela.
Pedi a ela que me telefonasse.
Peça ao governo que o indenize.
PISAR
VTD, por isso não se usa a preposição em:
Não pise a grama!
A cantora pisou o palco duas horas atrasada.
PRECISAR
VTD = indicar com exatidão, expor minuciosamente:
O piloto precisou o local do ataque e acionou o botão.
O piloto precisou o local do pouso e aterrou.
Antigamente se usava o verbo precisar, assim como necessitar, como transitivo direto:
Todos precisamos ajuda.
Aqui ninguém precisa dinheiro, só reais...
PREFERIR
VTDel, usado com a preposição a, e não com do que:
Prefiro pêra a maçã.
Preferimos arroz a macarronada.
As crianças preferem comer jiló a comer camarão.
O suicida prefere morte à vida.
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Marilene Silva
No prefixo pre- já existe a idéia de anterioridade; daí não haver propriedade no uso de
modificadores tais como mil vezes, muito mais, antes, milhões de vezes, mais, etc.
PROCEDER
VTI usado com a preposição a (proceder a) (dar início, executar, realizar)
A Caixa Econômica procedeu ao sorteio dos números da loto.
O juiz procederá ao julgamento somente na semana que vem.
VI = Ter procedência (de); comportar-se. Este vinho procede da Itália./Ele procedeu bem.
PUXAR
VTI = sair semelhante (puxar a); coxear (puxar de):
O filho puxou ao pai, e não à mãe.
O rapaz puxava de uma perna.
QUERER
VTD = desejar:
O menino queria balas, muitas balas.
“Não o quero mais aqui”, disse o pai da garota ao rapaz.
VTI = estimar, amar (querer a):
O menino queria muito ao pai.
A garota queria muito ao namorado, por isso se reconciliaram.
“Nunca lhe quis nem lhe vou querer” , disse a ex-namorada ao rapaz, que sempre pensou
que ela o amava.
REPARAR
VTD = consertar:
O próprio marceneiro reparou a fechadura da porta.
Convém sempre reparar os erros cometidos, e não repeti-los.
RESPONDER
VTD = dar respostas grosseiras, ser respondão com:
Gente educada não responde os mais velhos.
Quando o menino respondeu a mãe, levou um tapa na boca.
Não admitem lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas:
As questões estão aí. Procurem responder a elas com calma.
Recebi ontem a carta, mas ainda não tive tempo de responder a ela.
35
Marilene Silva
SIMPATIZAR – ANTIPATIZAR
VTI, sem serem pronominais (simpatizar com, antipatizar com):
Simpatizei com vocês, mas não simpatizei com eles.
A garota antipatizou com o rapaz à primeira vista.
SOBRESSAIR
VTI, também sem ser pronominal (sobressair com):
O jogador que mais sobressaiu nos jogos do Brasil foi Denílson.
Nunca sobressaímos em Matemática.
TORCER
VTI = desejar a vitória, fazer torcida (torcer por):
Torceu pelo Flamengo, pelo Vasco, pelo Fluminense, por quase todos os times.
Se você torce por um time ruim, torça por outro.
Estou torcendo muito por você, Denise.
Quando se constrói:
Eu torcia para que meu time ganhasse,
usa-se o verbo como intransitivo, e não como transitivo indireto; o que existe nessa
construção não é a preposição para pura e simples, mas a locução conjuntiva para que = a
fim de que:
Eu torcia a fim de que meu time ganhasse.
VISAR
VTD = pôr o visto, apontar para:
Já visei o cheque.
Visei o alvo e atirei.
Não aceita lhe, lhes como complemento, mas apenas a ele, a ela, a eles, a elas:
O poder envaidece; por isso todos visam a ele.
Os diplomas são importantes, por isso muitos visam a eles.
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Marilene Silva
Variáveis Invariáveis
as quais.
(pessoa e coisa)
quantas. (pessoa e
coisa)
nome que determine o uso de uma preposição, ela aparecerá antes do pronome
relativo.
a quem
à qual
da qual
Regência Nominal
37
Marilene Silva
É a maneira de o nome se relacionar com seus complementos.
Eis alguns nomes interessantes quanto à regência:
São palavras da Língua Portuguesa que têm transitividade igual a verbo, ou seja, você fará
as mesmas perguntas que faria a um verbo e identificará qual a preposição que cabe a
essa palavra.
São substantivos abstratos, adjetivos e advérbios:
Exercícios
38
Marilene Silva
d) A partir dos anos 50, o baixo custo do petróleo justificou a opção do transporte de carga
por rodovias, com as quais foram ganhando cada vez mais preferência.
e) No Brasil, dadas as suas dimensões continentais, deve-se dar preferência às ferrovias
para a movimentação de cargas.
3. (ESAF) Quanto a regência verbal, escreva (1) nas orações corretas e (2) nas incorretas.
( ) Logo que chegou, eu o ajudei como pude.
( ) Preferia remar do que voar de asa delta.
( ) Naquela época, eu não visava o cargo de diretor.
( ) Sem esperar, deparei com ela bem perto de mim.
( ) Nós tentamos convencê-lo que tudo era imaginação.
5. (Cesgranrio) Assinale a opção cuja lacuna não pode ser preenchida pela preposição
entre parênteses.
a) Uma grande mulher,...................cuja figura os velhos se comoviam (com).
b) Uma grande mulher,....................cuja figura já nos referimos antes (a).
c) Uma grande mulher,....................cuja figura havia um ar de decadência (em).
d) Uma grande mulher,...................cuja figura todos eram apaixonados (por).
e) Uma grande mulher,...................cuja figura as crianças se assustavam (de).
CRASE
Crase 1
Acentua-se o a quando, ao substituirmos um substantivo feminino por um masculino, o a
dá lugar a ao. Ex.:
Fui a escola.
Esse a tem ou não tem acento? É ou não é craseado? Façamos a substituição desse
substantivo feminino (escola) por outro, masculino (colégio, por exemplo):
Fui ao colégio.
Como o a inicial deu lugar agora a ao, aquele a é acentuado, é craseado. Portanto,
grafaremos:
Fui à escola.
Outros exemplos:
CUIDADO
Nem sempre essa substituição por uma palavra masculina é garantia absoluta.
1º observe a regência do verbo ou nome: ex.: Ele aspira à aprovação./
Ele freqüentou a escola.
Observações:
1) Os substantivos femininos terra (chão firme, oposto de bordo) e casa (lar) rejeitam o
artigo a e, por conseqüência, não pode haver crase. Não havendo crase, cabe-nos
grafarmos:
Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.
Fui a casa, mas regressei em poucos minutos.
Você ainda não retornou a casa desde aquele dia?
Quando se tratar de pessoas com as quais não temos nenhuma intimidade, o acento
não tem razão de ser, já que não usamos artigo antes de nomes de pessoas
desconhecidas ou não amigas.
Suponhamos, então, que haja alguém de nome Lurdes ou de nome Jeni, com as quais
não mantemos nenhum relacionamento íntimo ou amigo. Grafaremos, então:
Refiro-me a Lurdes, e não a Jeni.
Faço referência a Jeni, e não a Lurdes.
5) É facultativo o uso do artigo antes de todos estes nomes de lugar, quando vêm regidos
de preposição: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia E
Flandres. Conclui-se daí que também facultativo será o uso do acento grave no a que
antecede tais nomes:
Fui a/à Europa, e não a/à Ásia.
Iremos a/à Inglaterra, e não a/à Escócia.
Crase 2
Acentua-se o a que principia locuções com palavra feminina. Ex.: carro à gasolina, estudar
à noite, estar à cata de informações, à proporção que chove, mais preocupados ficamos.
A única locução que não deve trazer acento no a é a distância, quando não está
determinada. Ex.:
Os guardas ficaram a distância.
No zoológico, os animais ficam a distância.
Nas construções:
Vestir-se à Momo.
41
Marilene Silva
Escrever uma redação à Rui Barbosa.
Vestir-se à 1930.
Jogar à Telê Santana.
Observações:
1) Algumas locuções adverbiais de tempo iniciadas pela preposição em podem ser
iniciadas pela preposição a. Nesse caso se usa o acento. Ex.:
Àquela época tudo era diferente = Naquela época...
À chegada do presidente ouviram-se aplausos = Na chegada...
Àquela hora tudo era silêncio = Naquela hora...
Em vista do exposto nas duas regras fundamentais de crase, não devemos usar o
acento grave no a, em hipótese alguma, nos seguintes casos:
a) antes do substantivo masculino. Ex.:
Creusa gosta de andar a cavalo.
Esta loja não vende a prazo.
Sua camisa está cheirando a suor.
Por que não usamos o artigo antes dos substantivos aí vistos? Porque tais
substantivos são usados em sentido indeterminado, vago, impreciso.
c) antes de nome próprio de cidade. Ex.:
Vou a Piraçununga antes de ir a Moji-Mirim.
Nunca fui a Brasília nem a Goiânia.
d) antes de nome próprio de pessoas célebres. Ex.:
Somente hoje o professor se referiu a Maria Antonieta.
Ninguém ainda fez alusão a Joana D´Arc.
e) antes de pronomes que não admitem artigo. Ex.:
Não entregue isto a ninguém.
Darei a essa moça tudo o que ela quiser.
42
Marilene Silva
Obedeço a toda sinalização de trânsito.
Entreguei o documento a S. Exª.
Estou contando a V. Sª. o que de fato aconteceu.
A cena a que me refiro é bastante violenta.
Filipe e Virgílio, a cuja irmã devo mil obrigações, são anarquistas.
f) antes de verbo. Ex.:
Estamos dispostos a colaborar.
A partir de amanhã, novo congelamento de preços.
Prefiro morrer a ver isso acontecer.
g) antes da palavra Dona (que se abrevia D.). Ex.:
Entreguei a chave a Dona Teresa.
Não conte isso a D. Teresinha!
Se, porém, a palavra dona vem modificada por adjetivo, cabe o acento. Ex.:
Entreguei a chave à simpática Dona Teresa.
Não conte isso à querida D. Teresinha!
h) antes da palavra casa, quando significa lar (nesse caso vem sempre sozinha,
desacompanhada de modificador). Ex.:
Voltei a casa cedo.
Não vou a casa agora.
Observe que a palavra casa, usada assim, não exige artigo:
Estive em casa cedo.
Não fico em casa agora.
Aparecendo modificador, todavia, tudo se modifica:
Voltei à casa de minha namorada cedo.
Não vou à casa dela agora.
Por que tudo se modifica? Porque, agora, a palavra casa exige o artigo:
Estive na casa da minha namorada cedo.
Não fico na casa dela agora.
i) antes da palavra terra, antônima de bordo, também usada sozinha, sem
modificador. Ex.:
Chegamos a terra bem cedo.
Os marujos ainda não desceram a terra.
Observe que construímos:
Depois de meses no mar, vimos terra. (E não: vimos a terra.)
O timoneiro da embarcação avistou terra.
Os restos do foguete caíram em terra, e não no mar.
j) antes do artigo indefinido uma. Ex.:
Dirigi-me a uma pessoa que estava ao balcão.
Entreguei o documento a uma senhora que estava ali.
k) antes de substantivos repetidos, nas locuções adverbiais. Ex.: gota a gota, cara a
cara, frente a frente, de ponta a ponta, etc.
l) antes de numerais. Ex.:
O número de carros acidentados chega a duzentos.
O secretário de Estado norte-americano fará uma visita a nove países da América
Latina.
Nasci a 18 de dezembro, e não a 2 de fevereiro.
m) antes de locuções adverbiais de modo que trazem o substantivo no plural. Ex.:
As mulheres se atacaram a dentadas.
A reunião foi a portas fechadas.
A duras penas conseguimos chegar lá.
Usando-se toda a expressão no plural, aparece o acento:
Mandei-os às favas, às vezes.
Fiz tudo às avessas, às escondidas.
43
Marilene Silva
n) na locução a distância, quando a noção da distância não for bem definida,
delimitada. Ex.:
Tudo acontecia a distância, não poderíamos ser afetados.
As crianças observaram os animais, no zoológico, a distância.
Se a distância vem determinada, então, usa-se o acento:
Tudo acontecia à distância de mil metros, não poderíamos ser afetados.
As crianças observaram os animais, no zoológico, à distância de cem metros.
Ainda que a expressão venha com algum modificador, não se usará o acento. Ex.:
Carolina Ferraz ficou a boa distância de mim.
Ela ficou a uma distância de trinta metros.
Avistei-me a longa distância.
Observações:
1) Antes do numeral uma usa-se acento no a, visto que neste caso ocorre crase. Ex.:
Os guardas chegaram à uma hora.
Os guardas gritaram à uma: “Fora, todos!”
Nos casos de faculdade do uso do artigo também há, por conseqüência, faculdade no
emprego do acento grave. São estes os principais casos:
Observação:
Quando o possessivo funciona como pronome substantivo, o acento é obrigatório. Ex.:
Não me refiro às respostas de Luís, mas às tuas.
Esse uso se justifica pela prática de, principalmente no Sul do Brasil, usar-se:
A Ciça acabou de chegar.
A Bete era a minha namorada.
c) antes destes nomes próprios de lugar: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra,
Espanha, Holanda, Escócia e Flandres. Ex.:
Fui a/à Europa, mas não cheguei a ir a a/à África.
Levei a/à França todas as minhas ambições.
Tudo isso porque, com nomes masculinos, podemos usar facultativamente o artigo :
Vou até o/ao supermercado.
Iremos até o/ao Chile amanhã.
Principais locuções:
à noite, às vezes, às voltas, à tarde, às ocultas, à beira de , às avessas,
às intempéries, à toa, à revelia, à mercê de, à beça, à direita, à esquerda,
à espera de, à vista, à deriva, à moda de, à maneira de, às espreitas.
Locuções masculina:
a pretexto, a fim de, a contragosto, a princípio, a priore, a prazo, a cavalo, a cartão, a
contento.
Exercícios de Fixação
1. (CESPE- UnB) Assinale a alternativa em que deve ocorrer o acento grave indicador de
crase.
2. (ESAF) Assinale a frase em que o acento indicador de crase foi usado incorretamente.
a) Os missionários dão origem à uma cultura local que se inicia pelo contato.
b) É à curiosidade de entender a alma humana que devo meu amor aos índios.
c) Sendo necessária à concepção do discurso, a história é dele inseparável.
d) Este jogo de formações discursivas remete o texto à sua exterioridade.
e) Assim podemos demonstrar que à contribuição das línguas indígenas se associa uma
visão histórica.
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Marilene Silva
4. (UnB) Assinale a opção em que o acento indicativo da crase é obrigatório usado nas
duas frases.
46
Marilene Silva
Próclise: pronome oblíquo antes do verbo.
2. pronome indefinido.
Tudo me parece impossível
3. pronome relativo.
Tudo quanto me disseste é falso.
5. conjunções subordinadas.
“Quando meu bem-querer me vir, estou certo...”
Se você o encontrar,avise-o de que...
8. Nas orações optativas (aquelas que expressam desejo) de sujeito anteposto ao verbo.
Macacos me mordam.
É de regra:
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Marilene Silva
1. Nas orações iniciadas por verbo.
Falava-me suavemente.
Disseram-me que você me ama.
a) ênclise ao auxiliar.
O amigo precisou lhe confiar o segredo.
b) ênclise ao infinitivo.
O amigo precisou confiar-lhe o segredo.
c) próclise ao auxiliar.
O amigo lhe precisou confiar o segredo.
a) próclise ao auxiliar.
O amigo lhe estava confiando o segredo.
b) ênclise ao auxiliar.
O amigo estava-lhe confiando o segredo.
c) ênclise ao gerúndio.
O amigo estava confiando-lhe o segredo.
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Marilene Silva
3) Auxiliar + particípio - há duas possibilidades:
a) próclise ao auxiliar.
Os amigos se tinham despedido.
b) ênclise ao auxiliar.
Os Amigos tinham se despedido.
É de regra
Com o futuro do presente e com o futuro do pretérito, desde que não ocorra condição para
a próclise.
“Dir-me-á o leitor que a beleza vive de si mesma!” (M.A.)
“Dar-me-iam água para lavar as mãos?” (G. Ramos)
Notas
1. Com palavra ou locução atrativas, o pronome não pode ficar no meio da locução.
Não lhe quero falar ou Não quero falar-lhe.
2) “A interposição do pronome átono nas locuções verbais sem se ligar por hífen ao
auxiliar, é sintaxe brasileira que se consagrou na língua literária, a partir (ao que parece)
do Romantismo.
“O morcego vem te chupar o sangue.” (Alencar)
“...estava se distanciando da outra.” (Taunay)
“Como teria se comportado aquela alma de passarinho diante do mistério da morte?”
(Raquel de Queirós)
Adaptações
1..Os pronomes o, a, os, as, enclíticos, sofrem adaptações quando o verbo termina em r, s
ou z. Eles passam a ter as formas: -lo, -la, -los, -las.
Vou amar-a por toda minha vida. (Sem adaptação.)
Vou amá-la por toda minha vida. (Com adaptação.)
Tu amas-o como a ti mesma.. (Sem adaptação.)
Tu ama-lo como a ti mesma. (Com adaptação.)
O jogo, fiz-o sozinho. (Sem adaptação.)
O jogo, fi-lo sozinho. (Com adaptação.)
Obs. Com a expressão eis acontece a mesma coisa:
Ei-la aqui, radiante e bela!
Exercícios de Fixação
colocação pronominal.
c) Quando meninote, eu devorava livros com este título: O que se não deve dizer.
3. (ESAF) Aponte em qual das frases abaixo não se colocou corretamente o pronome
átono.
conforme.............”.
FUNÇÕES DO SE
9- Sujeito de um infinitivo
Trata-se das estruturas formadas pelos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e
sensitivos ( ver, ouvir, sentir, etc.) quando seguidos de objeto direto na forma de oração
reduzida. Nesse casos, o pronome SE atuará sintaticamente como sujeito.
Ex1: Deixou-se ficar à janela a tarde toda.
Ex2: O jovem professor sentiu-se fraquejar.
52
Marilene Silva
10- Objeto direto
Acompanha verbo transitivo direto que tenha sujeito animado.
Ex1: Ergueu-se, passou a toalha no rosto.
Ex2: Vestiu-se rapidamente, telefonou pedindo um táxi, saiu.
Objeto indireto
Aparece quando o verbo é transitivo direto e indireto.
Ex1: Ele arroga-se a liberdade de sair a qualquer hora.
Ex2: Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.
Exercícios
FUNÇÕES DO QUE
A palavra QUE pode pertencer a várias categorias gramaticais, exercendo as mais
diversas funções sintáticas. Veja abaixo quais são essas funções e classificações.
1- Advérbio
Intensifica adjetivos e advérbios, atuando sintaticamente como adjunto adverbial de
intensidade. Tem valor aproximado ao das palavras quão e quanto.
Ex1: Que longe está meu sonho!
Ex2: Os braços...;oh! Os braços! Que bem-feitos!
2- Substantivo
Como substantivo, tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa. Nesse caso, é
modificado por um artigo, pronome adjetivo ou numeral, tornando-se monossílabo tônico (
portanto, acentuado). Pode exercer qualquer função sintática substantiva.
Ex1: Um tentador quê de mistério torna-a cativante.
Ex2: "Meu bem querer
Tem um quê de pecado..."( Djavan)
Também quando indicamos a décima sexta letra do nosso alfabeto usamos o substantivo
quê.
Ex: Mesmo tendo como símbolo kg, a palavra quilo deve ser escrita com quê.
3- Preposição
Equivale à preposição de ou para, geralmente ligando uma locução verbal com os verbos
auxiliares ter e haver. Na realidade, esse QUE é um pronome relativo que o uso consagrou
como substituto da preposição de.
Ex1: Tem que combinar? (= de)
53
Marilene Silva
Ex2: Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso escritório. (= para)
Além disso, a partícula QUE atua como preposição quando possui sentido próximo ao de
exceto ou salvo.
Ex: Chegara sem outro aviso que seu silêncio inquietante.
4- Interjeição
Como interjeição, a palavra QUE (exclamativo) também se torna tônica, devendo ser
acentuada. Exprime um sentimento, uma emoção, um estado interior e, equivale a uma
frase, não desempenhando função sintática em oração alguma.
Ex1: Quê! Você por aqui!
Ex2: Quê! Nunca você fará isso!
6- Pronome relativo
O pronome relativo refere-se a um termo (por isso mesmo chamado de antecedente),
substantivo ou pronome, ao mesmo tempo que serve de conectivo subordinado entre
orações. Geralmente, o pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva, nela
desempenhando uma função substantiva. Neste caso, pode ser substituído por qual, o
qual, a qual, os quais, as quais.
Ex1: João amava Teresa que amava Raimundo.
Ex2: Às pessoas que eu detesto diga sempre que eu detesto.
11- Aditiva
Liga orações independentes, estabelecendo uma seqüência de fatos. Neste caso, o QUE
não tem valor bastante próximo de conjunção e.
Ex1: Anda que anda e nunca chega a lugar algum.
Ex2: Fica lá o tempo com aquele chove que chove...!
12-Explicativa
A oração coordenada explicativa aponta a razão de se ter feito a declaração contida em
outra oração coordenada. Quando introduz esse tipo de oração, o QUE tem valor próximo
ao da conjunção pois.
Ex1: Mantenhamo-no unidos, que a união faz a força.
Ex2: Deixe, que os outros pegam.
13-Adversativa
Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas.
Ex1: Outro, que não eu, teria de fazer aquilo.
Ex2: Outro aluno, que não eu, deveria falar-lhe, professor!
14- Integrante
O QUE é conjunção subordinativa integrante quando introduz oração subordinada
substantiva.
Ex1: "E ao lerem os meus versos pensem que eu sou qualquer coisa natural."( Alberto
Caeiro)
Ex2: Parecia-me que as paredes tinham vulto.
15- Causal
Introduz as orações adverbiais causais, possuindo valor próximo a porque.
Ex1: Fugimos todos, que a maré não estava pra peixe.
Ex2: Não esperaria mais, que elas podiam voar.
16- Final
Introduz orações subordinadas adverbiais finais, equivalendo a para que, a fim de que.
Ex1: "...Dizei que eu saiba." ( João Cabral de Melo Neto)
Ex2: Todos lhe fizeram sinal que se calasse.
17- Consecutiva
Introduz as orações subordinadas adverbiais consecutivas.
Ex1: A minha sensação de prazer foi tal que venceu a de espanto.
Ex2: "Apertados no balanço
55
Marilene Silva
Margarida e Serafim
Se beijam com tanto ardor
Que acabam ficando assim." ( Millôr Fernandes)
18- Comparativa
Introduz orações subordinadas adverbiais comparativas.
Ex1: Eu sou maior que os vermes e todos os animais.
Ex2: As poltronas eram muito mais frágeis que o divã.
19- Concessiva
Introduz orações subordinada adverbial concessiva, equivalente a embora.
Ex1: Que nos tirem o direito ao voto, continuaremos lutando.
Ex2: Estude, menino, um pouco que seja!
20- Temporal
Introduz oração subordinada adverbial temporal, tendo valor aproximado ao de desde que.
Ex1: "Porém já cinco sóis eram passados que dali nos partíramos." ( Camões)
Exercícios
56
Marilene Silva
2 – Por que = por que motivo ou por que razão
Não sei por que você fez isso. (por que = por que motivo)
Por que você fez isso? (Por que = Por que razão?)
“Por que construí Brasília” : esse é o título do livro (Por que = Por que motivo)
Por que você deve estudar português: isso é o que lhe vou explicar agora. (Por que =
Por que razão?)
Por que os aviões caem. (= Por que motivo)
Nesse caso, pode vir em final de frase ou, então, antes de pausa forte.
Sendo assim, o quê é tônico; por isso recebe acento:
Grafa-se ainda por quê quando se omite o verbo usado na oração antecedente.
Ex.:
O povo escreve “pichar” com “x” e “xarope” com “ch”. Explicar por quê é difícil. (= Explicar
por que escreve assim é difícil)
Dizer que há milhões de menores abandonados é simples; revelar por quê é que são elas.
(= revelar por que há é que são elas)
Esclarecimento
O quarto caso de emprego do por que em duas palavras é raro, mas merece menção. Usa-
se ainda por que (em duas palavras) quando a preposição por é uma exigência de um
nome relativo; o que, nesse caso, é uma conjunção integrante.
Ex.:
Ela demonstrou simpatia por que eu ficasse ali com ela (Quem demonstra simpatia,
demonstra simpatia por alguma coisa; portanto, simpatia é um nome relativo.)
Estou ansioso por que ela chegue logo. (Quem está ansioso, está ansioso por alguma
coisa; logo, ansioso é um nome relativo.)
A oração que tem início com por que é denominada complemento nominal, justamente
porque inteira o significado de um nome relativo.
Usa-se nos demais casos não mencionados; pode ser conjunção ou palavra denotativa de
realce:
“Quando todos pensam da mesma forma, é porque nenhum pensa grande coisa.”
(fazendo parte de locução denotativa de realce)
Observe que o porque (em uma só palavra) pode ser usado em oração interrogativa.
Observações:
1) A conjunção aparece, às vezes, substantivada ou como sinônima de motivo, razão;
nesse caso recebe acento. Ex.:
Aprendendo um porquê, podemos aprender todos os porquês.
Ninguém sabe o porquê de ele ter feito isso.
2) Repare que não se acentua o porque a que se faz referência (como na frase iniciada
com Observe, acima).
Exercícios
1. ( DASP) Assinale a única alternativa que apresenta erro no emprego dos "porquês":
a) Por que insistes no assunto? / b) O carpinteiro não fez o serviço porque faltou
madeira.
c) Não revelou porque não quis contribuir. / d) Ele tentou explicar o porquê da briga.
a) Por que, Porque, por que, por quê. / b) Por que, Porque, por quê, porquê
58
Marilene Silva
c) Porque, Por que, porque, por quê. / d) Por quê, Porque, por que, porquê
a) Não sei por que discutimos. / b) Ele não veio por que estava doente.
c) Mas porque não veio ontem? / d) Não respondi porquê não sabia.
5. (TRT) .......... você brinca? .......... ? Ora, .......... me agrada. A experiência .......... passei,
foi desagradável. Depois você saberá o .......... .
ANÁLISE SINTÁTICA
Classificação do Sujeito:
TIPO CONCEITO E OCORRÊNCIAS EXEMPLOS
Aquele que tem um só núcleo. “que eu não colori”
Simples
Composto Aquele que tem dois ou mais “Atanásio e Isidoro
núcleos. cochichavam.”
Desinencial Aquele que é determinado pela “Sempre somos capazes
terminação do verbo. de dar algo mais.”
Indeterminado Aquele que, embora existindo, não 1. Quebraram a vidraça
se pode determinar. Ocorre em da escola.
dois casos: 2. Come-se bem neste
1. com o verbo na 3ª pessoa do restaurante.
plural; 3. Precisa-se de pedreiro.
2. com verbo intransitivo ou
transitivo indireto seguido do
pronome “se”.
Inexistente Ocorre quando o fato enunciado no “Chove lá fora e aqui...”
predicado não se refere a
elemento algum. Essas orações se “Não há ressentimento”
59
Marilene Silva
constroem com verbos impessoais,
isto é, usados sempre na 3ª Há mais de um mês...
pessoa do singular. Os casos são
os seguintes: Faz dois meses.../ Está
1. verbos que exprimem noite.
fenômenos da natureza;
2. verbo haver quando: Fez 28º ontem. / Está
- significar existir muito frio.
- indicar tempo decorrido
3. verbos fazer e estar indicando: É noite.
- tempo
- temperatura Eram três horas da
4. verbo ser indicando: manhã.
- período do dia
- horas Hoje é (são) 25 de
- datas dezembro.
Obs.: Sujeito Oracional: é quando o sujeito de uma oração é toda uma outra oração.
Ex.: É bom / que todos compareçam.
2. Sujeito Composto
(a) Fomos ao cinema ela e eu.
(b) Saiu rapidamente a menina e a irmã.
(c) Precisaram-se a hora e o lugar.
(d) Na sala há rapazes e meninas.
(e) Existem rapazes e meninas neste colégio.
Estudo do Predicado
Para se classificar o predicado, deve-se conhecer predicação verbal.
CONCEITO
PREDICAÇÃO
Não tem significação própria, apenas liga o sujeito ao
seu predicativo.
Verbo de Ligação Ex.: O livro é este.
Intransitivo Tem significação completa, isto é, não precisa de
complemento.
Ex.: O avião aterrissou.
61
Marilene Silva
Transitivo Possui significação incompleta, isto é, necessita de
complemento. Pode ser:
Direto: é o verbo que traz seu complemento ligado
sem preposição obrigatória.
Ex.: Comprei várias roupas.
Indireto: é o verbo a cujo complemento vem ligado por
meio de preposição.
Ex.: Precisamos de você.
Direto e indireto: é aquele que necessita de dois
complementos: um sem preposição; outro com
preposição.
Ex.: Enviaram o dinheiro para os funcionários.
Observação: um mesmo verbo poder ter várias predicações a depender do contexto em
que está inserido.
Classificação do predicado
1. Nominal
- tem um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
- é formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
- indica estado ou qualidade.
2. Verbal
- tem um verbo como núcleo;
- não tem predicativo;
- o verbo indica ação ou fenômeno.
predicado verbal
3. Verbo Nominal
- tem dois núcleos: um verbo e um nome;
- tem predicativo do sujeito ou do objeto;
- indica ação ou qualidade.
predicativo do sujeito
62
Marilene Silva
Exercícios
2. (a) Este filme pode ser visto por qualquer um. (PN)
(b) O professor deve andar muito exausto. (PN)
(c) Os cronistas o consideram um mau jogador. (PVN)
(d) Ele é considerado um mau jogador pela crítica. (PVN)
(e) Eles não podiam mais continuar revoltados. (PN)
Complementos verbais:
São elementos substantivos que complementam o sentido de um verbo. Existem dois
tipos:
b) o objeto indireto – é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, isto é, por meio
de preposição. Ex.:
Edite desconfia de tudo.
Acredito em Deus.
O inimigo resistiu ao ataque.
63
Marilene Silva
Esclarecimentos:
Não se deve confundir esse complemento indireto com o complemento nominal, que
estudaremos a seguir.
2) quando o objeto direto é representado por nome que indica alguma atividade. Ex.:
Quem rouba ladrão tem cem anos de perdão.
O objeto pleonástico será sempre aquele que relembrar o outro. Isso quando ocorrem dois
pronomes; no caso de concorrer um pronome apenas, será sempre ele o objeto
pleonástico.
Complemento nominal:
É o complemento de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Ex.:
Juçara tem certeza da vitória.
Outros exemplos:
A sala está cheia de gente. (cheia = adjetivo de valor relativo)
Tenho saudades de Teresa. (saudades = substantivo de valor relativo)
Sua casa é longe da escola. (longe = advérbio de valor relativo)
A lembrança da namorada fê-lo chorar. (lembrança = subst. de valor relativo)
IMPORTANTE
Diferença entre objeto indireto e complemento nominal
Agente da passiva:
É o complemento de um verbo na voz passiva. Ex.:
O edifício foi destruído pelo fogo.
Adjunto Adnominal
É o termo de valor nominal não exigido por nenhum outro da oração. Gravita em torno do
núcleo de uma função sintática (sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, etc.). É representado na oração por adjetivos, locuções adjetivas, pronomes
65
Marilene Silva
adjetivos, numerais e artigos. No período, a oração adjetiva também exerce essa função.
Exemplos de adjuntos adnominais:
“O mundo é filho da desobediência. Se Adão tivesse cumprido as ordens do Senhor, a
humanidade ficaria limitadas às personagens do Paraíso.”
IMPORTANTE
Aposto
É o termo que esclarece, explica, desenvolve ou resume outro. Ex.:
Adjunto Adverbial
É o termo de valor adverbial que gravita quase sempre em torno de um verbo.
66
Marilene Silva
14) de medida ou de peso. Ex.: o poço mede cinco metros de diâmetro; a Petrobrás
aprofundou o poço vinte metros (= até vinte metros); construir um edifício de dez metros
(= cerca de dez metros) mais alto que o vizinho; a mala pesa dez quilos.
15) de meio. Ex.: chegar de avião; mandar o recado por um boi.
16) de modo. Ex.: estar à toa na via; não se vive sem oxigênio; ir depressa; voltar devagar.
17) de substituição. Ex.: comparecer à solenidade por alguém; assinar o recibo pelo chefe;
jurar por Deus (= em nome de Deus).
18) de tempo. Ex.: raramente ele vem aqui; de pequenino é que se torce o pepino; viverei
muitos anos (= por muitos anos); nos momentos difíceis é que se conhece o verdadeiro
amigo (adj. adv. virtual ou figurado).
19) de escolha. Ex.: entre os vários tipos de música, prefiro a bossa nova.
20) de favor. Ex.: lutar pela liberdade; falar pelo réu (= em favor do réu).
21) se finalidade. Ex.: sair a passeio; estudar para engenheiro; amigos são para as
ocasiões difíceis; pedi-a em casamento.
22) de quantidade. Ex.: dizer três vezes (= por três vezes) a mesma coisa; o Palmeiras
venceu o Juventus de 3 a 0.
Vocativo
É o termo que na oração serve para pôr em evidência o ser a quem nos dirigimos, sem
manter relação sintática com outro. Ex.:
Amigos, peçam alegria a Deus.
Amai, rapazes!
Classificação de período composto
Coordenação
É o relacionamento de termos de mesma função sintática dentro da oração, ou de
orações de funções equivalentes dentro de um período. A coordenação é conhecida
também, impropriamente, pelo nome de parataxe.
Na coordenação há nexo semântico, mas não nexo sintático entre as orações, porque
no plano sintático não há dependência entre uma e outra.
Quando o período traz duas ou mais orações de funções equivalentes, ou seja,
coordenadas, ele se diz composto por coordenação.
As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
Como se observa, não importa a posição da oração coordenada no período: ela pode estar
no início, no meio ou no final.
Observação:
O e pode ter valor adversativo, iniciando, assim, orações adversativas. Ex.:
Juçara fuma, e não traga.
“Toda mulher vale um beijo; algumas valem dois; e nenhuma vale três.” (Humberto de
Campos)
“A Felicidade é uma ilusão de distância. As estrelas estão no vazio, e nós vemo-las no
céu.” (Coelho Neto)
Vêm sempre entre vírgulas, que marcam a necessária pausa respiratória entre o termo
modificado e o resto da oração principal.
69
Marilene Silva
Não se trata de um jornal qualquer; portanto não é um termo tomado em seu sentido
amplo; trata-se apenas do jornal que você trouxe.
1. Causais – iniciadas principalmente por porque, já que e visto que, exprimem a causa
do que se declara na oração principal.
Filipe julga que vale muito porque é rico.
Já que você quer pagar-me, aceito.
Como hoje é Natal, oremos!
2. Comparativas – iniciadas principalmente por que, do que e como, representam o
segundo termo de uma comparação.
“No elogio há sempre menos sinceridade que na censura.”
“Nada destrói mais completamente as superstições do que uma instrução sólida.”
Observação:
Nas orações comparativas, o verbo se encontra geralmente subentendido. Para
obsoleta:
Trata o amigo cautelosamente como (tratarias) / se um dia tivesse de ser teu inimigo.
4. Condicionais – iniciadas principalmente por se, caso, contanto que e desde que,
exprimem uma condição ou hipótese necessária para que se realize o fato expresso na
oração principal.
“Todas as virtudes estão encerradas na justiça; se és justo, és homem de bem.”
6. Consecutivas – iniciadas principalmente por que (depois de tão, tanto, tamanho, tal,
etc.), traduzem a conseqüência ou o resultado do que se afirma na oração principal.
Estou tão exausto, que mal posso ter-me em pé.
“A liberdade é um bem tão apreciado, que cada um quer ser dono até da alheia.”
8. Finais – iniciadas principalmente por para que e a fim de que, exprimem a finalidade
daquilo que se afirma na oração principal.
“Se alguém disser mal de ti, não o digas tu dele, para que a ele não te assemelhes.”
Levantei-me, a fim de que ela pudesse sentar-se.
Fiz-lhe um sinal que calasse.
9. Proporcionais – iniciadas principalmente por à medida que e à proporção que,
exprimem um fato simultâneo ao da oração principal.
“À medida que a civilização progride, a poesia decai quase necessariamente.”
“As solteironas, à proporção que envelhecem, tornam-se más, intrigantes,
maledicentes.”
Orações Substantivas
Normalmente, as orações subordinadas substantivas desenvolvidas são introduzidas pelas
conjunções integrantes que (nas afirmações certas) e se (nas afirmações incertas), mas
elas podem também ser iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos, nas
interrogativas indiretas. Ex.:
Perguntei quem havia chegado.
Quero saber qual de vocês me caluniou.
Perguntei-lhe onde estava.
Não sei quando o pessoal chegou.
71
Marilene Silva
“Mão fria, coração quente. Também se diz assim em francês, também em russo,
também em árabe. Isso demonstra que a imbecilidade é universal.”
IMPORTANTE
Orações Reduzidas
São as que têm o verbo numa das formas nominais (gerúndio, particípio ou infinitivo). Por
isso existem as:
72
Marilene Silva
Cansadas da correria da vida na cidade, inúmeras pessoas têm buscado o campo
como opção de lazer nos finais de semana. (adv. causal)
Chipre, tornada independente em 1960, pertencia à Inglaterra. (adjetiva)
A primeira impressão que se tem de uma pessoa é, sem dúvida nenhuma, a
Orações Reduzidas
Substantiva Adjetiva Adverbial
Forma Nominal
Infinitivo Todas Sim Causal, consecutiva,
condicional, final,
concessiva, temporal.
Gerúndio Não há Sim Causal, condicional,
concessiva, temporal.
Particípio Não há Sim Causal, condicional,
concessiva, temporal.
Exercícios
Pontuação
2. isolar o vocativo:
O fogo, meus amigos, destruiu toda a plantação.
3. isolar o aposto:
Paulo, meu primo, casou há dois meses.
74
Marilene Silva
9. isolar expressões explicativas, conclusivas ou corretivas:
Ontem teve início a maior festa da cidade, isto é, a festa da padroeira.
1. o sujeito do verbo;
2. o verbo do complemento;
3. o núcleo do adjunto adnominal;
4. o nome do complemento nominal;
5. o verbo de ligação do predicativo do sujeito;
6. a oração principal da substantiva.
II) Usa-se o ponto e vírgula para separar:
MORFOLOGIA
Substantivo simples: Quando possui apenas uma palavra ou um termo: tempo, flor, sol,
chuva.
76
Marilene Silva
Substantivo composto: Quando possui mais de uma palavra ou de um termo:
passatempo, couve-flor, girassol, guarda-chuva.
Substantivo abstrato: Nomeia ações, qualidades, defeitos, estados, sentimentos que não
existem ao natural: pensamento, beleza, felicidade, calor, frio, vida.
Por ser palavras variáveis, os substantivos podem se flexionar em: gênero, número e grau.
Vejamos cada tipo de flexão, separadamente:
Flexão de gênero
O gênero feminino irá seguir o mesmo raciocínio. São substantivos femininos as palavras
que tem anteposição do artigo “a”: a gata, a mulher, a pessoa, a criança.
77
Marilene Silva
Há, contudo, uma distinção a ser feita entre: substantivos biformes e uniformes.
Substantivos biformes são os que apresentam uma forma para o masculino e outra para o
feminino: menino, menina. Já os substantivos uniformes apresentam uma única forma para
o masculino e para o feminino: criança, artista, testemunha.
Além disso, é através do artigo que podemos definir o significado do substantivo. Observe:
Flexão de número
a) No geral, os substantivos terminados em al, el, ol, ul, troca-se o “l” por “is”:
c) Caso o substantivo terminado em “s” for paroxítono, o plural será invariável. Caso seja
oxítono, acrescenta-se “es”:
Exemplos: ônibus > ônibus / país > países
g) Os substantivos terminados em “ão” têm três variações para o plural: “ões”, “ães” e
“ãos”:
Exemplos: eleição > eleições / pão > pães / cidadão > cidadãos
Flexão de grau
78
Marilene Silva
Quanto ao grau, os substantivos podem variar entre aumentativo e diminutivo.
Os graus aumentativo e diminutivo podem ser formados através de dois processos:
b) analítico – o substantivo será modificado por adjetivos que transmitem idéia de aumento
ou diminuição:
Exemplo: urso: urso grande; urso pequeno.
Quando se trata do plural de alguns substantivos, quase sempre nos surgem algumas
indagações no que se refere à flexão dos mesmos. Para isto, existem algumas regras
específicas, nas quais devemos estar sempre atentos. São elas:
Norma Geral:
Ambos vão para o plural se a relação entre eles for coordenativa, ou seja, se é explicitável
pela conjunção “e”:
- Só o primeiro vai para o plural se a relação entre eles for subordinativa, isto é, não é
possível pressupor a conjunção “e”:
Salário-família: salários-família
- Compostos de verbo+verbo:
79
Marilene Silva
Bel-prazer: bel-prazeres
Recém-nascido: recém-nascidos
Adjetivo
Certamente foi que eles estão dando uma qualidade para os substantivos – bola e boneca,
não é mesmo?
Assim como as bolas também poderiam ser: brancas, grandes, murchas, pequenas, de
futebol, de vôlei, entre outros.
O mesmo aconteceria com a palavra boneca, pois ela poderia ser de plástico, amarela,
bonita, grande, pequena, e muitas outras.
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Marilene Silva
Pedro é mais alto que seu amigo. / Pedro é tão alto quanto seu amigo.
Pedro é menos alto que seu amigo.
Podemos perceber que entre as orações se estabelece uma comparação entre Pedro e o
seu amigo. Dessa forma, o grau comparativo do adjetivo classifica-se em:
Há também o grau superlativo, que indica uma qualidade de um modo intenso, elevado.
Ampliando o sentido da expressão – “Minha mãe é muito linda”, dizemos que ela é
lindíssima.
Locuções adjetivas
Então podemos dizer que: Locução adjetiva é a expressão formada por duas palavras,
mas que exercem a função de um adjetivo.
Preposição
Preposição é a palavra invariável que une termos de uma oração, estabelecendo
entre eles variadas relações.
Fomos ao médico.
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Marilene Silva
de + artigos de + pronome pessoal
de + um = dum
de + uma = duma
de + uns = duns
de + umas = dumas
de + essa(s) = dessa(s)
de + aquele(s) = daquele(s)
de + aquela(s) = daquela(s)
de + isto = disto
de + isso = disso
de + aquilo = daquilo
de + o(s) = do(s)
de + a(s) = da(s)
a + artigo feminino
a + a(s) = à(s)
Locuções prepositivas
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Marilene Silva
acima de / por detrás de / ao lado de / para com
Interjeição
Interjeição é a palavra invariável usada para exprimir emoções e sentimentos.
Uma interjeição pode ser usada para expressar as mais diversas emoções, mas,
relacionemos as principais interjeições e seus estados emocionais correspondentes:
» pena: coitado!
Locução interjeitiva
São duas ou mais palavras com valor de interjeição. Veja alguns exemplos:
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Marilene Silva
Ora essa! Cruz-credo! / Santo Deus! / Pobre de mim!
Definidos – o, a, os, as
Indefinidos – um, uma, uns, umas
Pronomes
• Pronome – é a palavra variável que substitui ou acompanha um substantivo,
relacionando-o à pessoa do discurso.
Observe:
“Eu não estou com medo!” “Estou vendo você com essa bola de neve!”
Pronomes Pessoais
Observações:
1. A forma consigo só se utiliza quando o sujeito da oração estivar na 3ª pessoa e o
pronome referir-se a esse mesmo sujeito. Ex.: Ele sempre trazia um guarda-chuva
consigo.
2. As formas conosco e convosco serão substituídas por com nós e com vós se vierem
seguidos de numeral ou de palavras como todos, mesmos, outros, próprios, ambos.
Ex.: Nas férias ele viaja conosco. // Nas férias ele viaja com nós todos.
3. Os pessoais oblíquos átonos podem ser usados com sentido possessivo: “Pouco a
pouco o sono começou a pesar-lhe nas pálpebras.” (Érico Veríssimo)
4. Os pronomes átonos podem contrair-se ou combinar-se entre si: “O Borba furtara-mo
no abraço.” (Machado de Assis)
mo = me (obj. indireto) + o (obj. direto)
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Marilene Silva
5. Os pronomes me, te, se, si, consigo, nos, vos, são considerados reflexivos quando o
sujeito e seu objeto pronominal referem-se à mesma pessoa gramatical. “Nunca! Ela
jurou a si mesma.” (Machado de Assis)
3ª
pessoa
6. Os pronomes nos, vos, se são considerados pronomes recíprocos quando indicam que
a ação expressa pelo verbo é mútua. Ex.: As pessoas abraçavam-se após a
comemoração.
Emprego Abreviatura
Pronomes de Tratamento
Senhor, senhora, Respeito Sr., Srª., Srtª.
senhorita
Você Tratamento familiar V.
Vossa Alteza Príncipes, princesas V. A.
Vossa Eminência Cardeais V. Emª.
Vossa Excelência Autoridades V. Exª.
Vossa Magnificência Reitores V. Magª.
Vossa Majestade Reis, rainhas V. M.
Vossa Meritíssima Juízes Por extenso
Vossa Reverendíssima Sacerdotes, bispos V. Revma.
Vossa Santidade Papa V. S.
Vossa Senhoria Pessoas que exercem Vsª.
cargos importantes
Atenção:
Além do emprego no trato direto, os pronomes de tratamento podem aparecer no trato
indireto como pronomes de 3ª pessoa. Nesse caso, a forma SUA vem em lugar de
VOSSA.
Pronomes Possessivos
pronome possessivo
Pronomes Demonstrativos
“Esta camisa foi feita especialmente para você.”
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Marilene Silva
pronome demonstrativo
Variáveis Invariáveis
1. Este(s), esta(s) Isto
2. Esse(s), essa(s) Isso
3. Aquele(s), aquela(s) aquilo
Posição:
Espacial Temporal Contexto
Lingüístico
1. Próximo de quem fala Presente O que vai ser
expresso
2. Próximo de quem ouve Passado ou Anteriormente
futuro próximos expresso
3. Distante do falante e Tempo muito _______
do ouvinte distante
Atenção:
1. Ao retomar elementos já citados numa frase, usa-se aquele para o termo mencionado
em primeiro lugar e este para mencionado em último.
Ex.: “O pesquisador e o governo freqüentemente assumem posições distintas ante os
problemas nacionais, aquele se preocupa com a fundamentação científica, enquanto
este se guia mais pelos interesses políticos.”
2. As palavras o, a, os, as são pronomes demonstrativos quando equivalem a aquele(s),
aquela(s), aquilo, isso, isto.
Ex.: “Não sei o que ele disse ontem.” (o = aquilo)
3. As palavras próprio e mesmo (e variações) são pronomes demonstrativos quando
significam ‘idêntico’ ou ‘em pessoa’.
Ex.: “Eu mesma comprovei os fatos antes de denunciá-los.”
4. Tal e tais também são demonstrativos quando equivalem a esse, aquele (e variações).
Ex.: “Haverá greve de ônibus. Fico preocupado com tal situação, pois as pessoas não
chegarão no horário marcado.”
Pronomes Interrogativos
direto.
Variáveis
Invariáveis
Qual, quais Que
Quanto(s), Quem
quanta(s)
Observação:
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Marilene Silva
Nas interrogações indiretas, em que não há ponto-de-interrogação, o pronome
interrogativo passa a ser conjunção integrante.
Pronomes Indefinidos
pronome substantivo
advérbio adjetivo
Variáveis Invariáveis
Nenhum(ns) Algo
Nenhuma(s) Ninguém
Tanto(s), tanta(s)
Vário(s), vária(s)
Qualquer, quaisquer
Todo(s), toda(s)
Pronomes Relativos
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Marilene Silva
Variáveis Invariáveis
as quais
quantas
Advérbio
O advérbio é uma categoria gramatical invariável que modifica verbo, adjetivo ou outro
advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância de tempo, modo, lugar, afirmação, negação,
dúvida ou intensidade. Por exemplo, a frase Ontem, ela não agiu muito bem. tem quatro
advérbios: ontem, de tempo; não, de negação; muito, de intensidade; bem, de modo.
As circunstância podem também ser expressas por uma locução adverbial - duas ou mais
palavras exercendo a função de um advérbio. Por exemplo, a frase Ele, às vezes, age às
escondidas. Tem duas locuções adverbiais: às vezes, de tempo; às escondidas, de modo.
Assim, bem, mal, acinte (de propósito, deliberadamente), adrede (de caso pensado, de
propósito, para esse fim), debalde (inutilmente), depressa, devagar, melhor, pior,
bondosamente, generosamente e muitos outros terminados em mente.
às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
abaixo, acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar), alhures (em
outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), ali, aquém, atrás, cá, dentro, embaixo,
externamente, lá, longe, perto.
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Marilene Silva
afinal, agora, amanhã, amiúde (de vez em quando), ontem, breve, cedo, constantemente,
depois, enfim, entrementes (enquanto isso), hoje, imediatamente, jamais, nunca, outrora,
primeiramente, tarde, provisoriamente, sempre, sucessivamente, já.
assaz (bastante, suficientemente), bastante, demais, mais, menos, muito, quanto, quão,
quase, tanto, pouco.
Flexão do advérbio
Comparativo de Superioridade
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de superioridade por meio de mais ... (do) que.
Ex.
Comparativo de Igualdade
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de igualdade por meio de tão ... como, tanto ...
quanto. Ex.
Comparativo de Inferioridade
O advérbio flexiona-se no grau comparativo de inferioridade por meio de menos ... (do)
que.
O advérbio flexiona-se no grau superlativo absoluto sintético por meio dos sufixos -
issimamente, -íssimo ou -inho.
Ex.
Melhor e pior são formas irregulares do grau comparativo dos advérbios bem e mal; no
entanto, junto a adjetivos ou particípios, usam-se as formas mais bem e mais mal. Ex.
Havendo dois ou mais advérbios terminados em -mente, numa mesma frase, somente se
coloca o sufixo no último deles.
Numeral
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Marilene Silva
Palavra que indica quantidade, número de ordem, múltiplo ou fração.
Classifica-se como:
Valor do Numeral
Ex.: Ele foi o primeiro jogador a chegar. (valor adjetivo) / Ele será o primeiro desta vez.
(valor substantivo)
Emprego
Os fracionários têm como forma própria meio, metade e terço, todas as outras
representações de divisão correspondem aos ordinais ou aos cardinais seguidos da
palavra avos (quarto, décimo, milésimo, quinze avos etc.)
Designando séculos, reis, papas e capítulos, utiliza-se na leitura ordinal até décimo; a partir
daí usam-se os cardinais. (Luís XIV - quatorze, Papa Paulo II - segundo)
Observação
• Zero e ambos /as (chamado dual) também são numerais cardinais. 14 apresenta
duas formas por extenso catorze e quatorze.
Um - numeral ou artigo?
Nestes casos, a distinção é feita pelo contexto. Numeral indicando quantidade e artigo
quando se opõe ao substantivo indicando-o de forma indefinida
92
Marilene Silva
Flexão
Variam em gênero
Variam em número
Os cardinais, quando substantivos, vão para o plural se terminarem por som vocálico (Tirei
dois dez e três quatros)
Verbo
• Verbo – é a palavra variável que expressa ação, estado, mudança de estado ou
fenômeno da natureza situando no tempo.
Forma popular : se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele interviu, eles proviram.
Forma padrão : seu eu vier, se eu intervier, eu intervim, ele interveio, eles provieram.
Verbo auxiliar
Verbos auxiliares, em gramática e em linguística, são uma classe de verbos que fornecem
informação semântica adicional ao verbo principal, ou seja, acrescem informações sobre
tempo, número, pessoa, etc. ao verbo principal.
Os verbos auxiliares podem classificar-se em:
Verbos regulares
Modo indicativo Pretérito perfeito Pretério imperfeito
Presente
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Marilene Silva
am - vend - part - ir am - vend - part - am - ar vend - part - ir
ar er ar er ir er
o o o ei i i ava ia ia
as es es aste este iste avas ias ias
a e e ou eu iu ava ia ia
amos emos imos amos emos imos ávamos íamos íamos
ais eis is astes estes istes áveis íeis íeis
am em em aram eram iram avam iam iam
Modo subjuntivo
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Marilene Silva
a e e es as as ares eres ires
e a a e a a ar er irem
emos amos amos emos amos amos armos ermos irmos
ai ei i eis ais ais ardes erdes irdes
em am am em am am arem erem irem
Formas nominais
Tempos compostos
Indicativo
Subjuntivo
Futuro: verbo auxiliar no futuro do subjuntivo + verbo principal no particípio = tiver amado
Formas nominais
Infinitivo pessoal: verbo auxiliar no infinitivo pessoal + verbo principal no particípio = ter
amado
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Marilene Silva
Tempos primitivos são os que dão origem a outros tempos, chamados derivados. Existem
dois tempos e uma forma nominal ue dão origem a todos os tempos e formas nominais,
inclusive a um modo, o imperativo. Tomemos por exemplo o verbo caber.
Primitivos Derivados
a) futuro do presente do indicativo caberei, caberás, caberá, caberemos,
cabereis, caberão
Infinitivo b) futuro do pretérito do indicativo caberia, caberias, caberia,
impessoal caberíamos, caberíes, caberiam
(cab - er) c) pretérito imperfeito indicativo cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis,
cabiam
d) infinitivo pessoal: caber, caberes, caber, cabermos, caberdes, caberem
e) gerúndio: cabendo
f) particípio: cabido
Verbos abundantes
Verbos abundantes são os que têm duas ou mais formas equivalentes, geralmente de
particípio. Ex: havemos e hemos, haveis, heis, acendido, aceso, soltado, solto.
Os particípios regulares são usados na voz ativa, ou seja, com ter e haver; os irregulares
são empregados na voz passiva, ou seja, com ser, estar, ficar. Nem sempre, porém, a
língua contemporânea segue tal norma.
Observações:
Dá-se o nome de correlação verbal à articulação temporal entre duas formas verbais.
Assim, ao construir um período, os verbos que ele possa apresentar estabelecem, entre si,
uma relação, uma correspondência, ajustando-se, convenientemente, um ao outro.
Faria: tempo que expressa uma possibilidade (fazer o curso) que depende da
realização ou não, do fato contido em “tivesse”.
Se no lugar da forma verbal faria empregássemos outra forma, fazia, teríamos uma
correlação verbal inadequada.
Fazia: tempo que transmite uma idéia de processo não concluído. Indica o que no
passado era freqüente ou contínuo.
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Marilene Silva
1.º verbo: pret. perf. ind. – 2.º verbo: pret. imperf. subj.
Pedi-lhe que me dissesse a verdade.
1.º verbo: pres. ind. – 2.º verbo: pret. perf. comp. subj.
Desejo que ele tenha feito boa viagem.
1.º verbo: pret. imperf. subj. – 2.º verbo: fut. pret. ind.
Se você me trouxesse o livro, eu o leria.
1.º verbo: fut. pres. subj. – 2.º verbo: fut. pres. ind.
Quando eu puder, viajarei.
1.º verbo: fut. subj, - 2.º verbo: fut. pres. comp. ind.
Quando chegarmos lá, ele já terá saído.
Exercícios
1. (CARLOS CHAGAS) Conforme o médico nos .........., seu organismo agora já .......... o
cálcio.
2. (CARLOS CHAGAS) Sem que ninguém tivesse .........., o próprio menino ..........-se
contra os falsos amigos.
3. (CARLOS CHAGAS) Caso .......... realmente interessado, ele não .......... de faltar.
4. (CARLOS CHAGAS) Se algum dia a .......... chegar arrependida, .......... o teu ódio num
forte abraço de perdão.
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Marilene Silva
d) vires - esqueça / e) vires - esquece
5. (CARLOS CHAGAS) Quem .......... o Pedro, ou, pelo menos, .......... falar com ele,
..........-o em meu nome.
Gabarito: verbo 1E / 2E / 3D / 4E / 5C
Denotação e Conotação
palavras aparecem com sentido único, isto é, um sentido comum, usual, conhecido
por todos. Dessa forma, permite apenas um entendimento, interpretação única por
parte do leitor.
assumem sentido outros, que não seguem o convencional. Assim, permite, ao leitor,
Tipologia Textual
caboclo. Deram-lhe numa casa um pequeno queijo de cabra. Não sabendo dividi-lo,
mesmo porque chegaria um pequeno pedaço para cada um, o padre resolveu que
todos dormissem e o queijo seria daquele que tivesse, durante a noite, o sonho mais
bonito, pensando engabelar todos com os seus recursos oratórios. Todos aceitaram
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Marilene Silva
Pela manhã, os três sentaram à mesa para tomar café e cada qual teve de contar o
seu sonho. O frade disse ter sonhado com a escada de Jacob e descreveu-a
brilhantemente. Por ela, ele subia triunfalmente para o céu. O estudante, então,
narrou que sonhara já dentro do céu à espera do padre que subia. O caboclo sorriu e
falou:
- Eu sonhei que via seu padre subindo a escada e seu doutor lá dentro do céu,
- Come o queijo, caboclo! Come o queijo, caboclo! Nós estamos no céu, não
queremos queijo.
O sonho era tão forte que eu pensei que era verdade, levantei-me enquanto
de outra palavra. Seria uma espécie de tradução dentro da própria língua, em que se
diz, de maneira mais clara, num texto X o que contém um texto Y, sem nada
Perífrase – Consiste em substituir uma palavra por uma série de outras, de modo
utilizado para evitar a monotonia das expressões feitas e criar novas relações
Jardim Morto
Cai chuvosa a manhã sobre o jardim... No final de uma ladeira lamosa e junto de
uma cruz, verde e negra de umidade, está a porta de madeira carcomida que dá
distância brumosa uma montanha nevada. No fundo do vale e entre penhas corre o
Em um nicho negro que há junto da porta, dois velhos com capas rasgadas
gretas enormes, pelas quais saem um resto de claustro, com heras e flores secas,
com colunas inclinadas. Nas fendas das pedras desmoronadas há flores amarelas
Não restam mais do que as altas paredes onde houve claustros soberbos que
viram procissões com custódia de ouro entre a magnífica seriedade dos tapetes...
Uma coluna ruiu sobre a fonte e ao celebrar suas bodas de pedra o musgo
amoroso cobriu-as com seus finos mantos. Pelos vazios de um capitel jacente
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Marilene Silva
Abrem-se as plantas umas com as outras, a hera cobre as velhas colunas que
ainda se têm de pé, a água que transborda da fonte lambe o solo de pedra que há em
(QUADRO COMPARATIVO)
espetáculos e os eventos são montados tendo em vista o olho grande da TV; este foi
um dos ponderáveis motivos por que os imponentes espetáculos dos funerais dos
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Marilene Silva
papas Paulo VI e João Paulo I e da sagração do último foram montados na Praça de
São Pedro e não no interior da basílica... E seria um não mais acabar de exemplos e
considerações, sendo suficiente que se diga, enfim, que a própria noção de cultura
não pode hoje ser debatida sem levar-se em conta a presença dos mass media – a
Brasiliense, 1984.
Coesão Textual
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Marilene Silva
2. O encadeamento de segmentos do texto.
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