Elementos de Máquinas
Lista Complementar de Exercícios, 2019.02
Prof. Jorge A. R. Duran
Conteúdo
1 Problemas de Revisão 1
3 Parafusos 8
4 Rolamentos 9
5 Juntas Soldadas 10
6 Respostas 11
1 Problemas de Revisão
1.1. O carrinho de mão mostrado na figura 1 está sendo utilizado para transportar dois barris
de 400 N de força-peso cada um. Desprezando o peso do carrinho, plote a variação da
força P (α)(0 ≤ α ≤ 30◦ ) necessária para manter o equilíbrio. Considere a = 500 mm,
b = 200 mm, c = 600 mm e d = 800 mm. Para α = 35◦ calcule a carga P e a reação em
cada roda. Comente os resultados.
1.2. Considere que em θ = 0 a mola da figura 2 está no seu tamanho normal (sem força
restitutiva).
(a) Obtenha uma expressão para o peso W que garante o equilíbrio do sistema mola-
polia. Utilize vetores cartesianos.
π
(b) Plote a variação deste peso W (θ) para 0 ≤ θ ≤ 2
. Considere k = 0.9 N/mm
(constante de mola), R = 250 mm e a = 400 mm.
(c) Encontre o ângulo θ de giro da polia para um peso W = 30 N .
1.3. O torque de saída de uma caixa redutora com uma relação 10:1, quando testada com
uma velocidade e torque de entrada de 1000 rpm e 6 lb.in, respectivamente foi de 50 lb.in.
Calcule a eficiência η da caixa.
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1.6. O módulo das forças nos cabos EG e EF da figura 1.6 é 800N e 1000N respectivamente.
Todas as dimensões estão em polegadas (inches). Calcule:
1.7. Esboçe a distribuição de tensões em uma seção perpendicular ao eixo de uma viga nas
seguintes situações:
(a) Tensões de Flexão σ = M.c/I = M/Z em uma viga simples que é 1) simétrica com
relação ao eixo neutro e 2) não simétrica.
(b) Tensões de Torção τ = T.r/J em um membro de seção circular.
(c) Tensões cisalhantes do cortante τ = V.Q/I/b em uma viga simples de 1) seção
retangular, 2) seção circular e 3) perfil I.
1.8. Um componente de máquina é carregado de tal forma que as tensões principais no ponto
crítico são: σ1 = 220 M P a, σ2 = −112 M P a, σ3 = 0.
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(a) Mostre que o momento de inércia em relação a um eixo centroidal x paralelo à base
b de um retângulo de altura h é Ix = b.h3 /12.
(b) Mostre que o módulo da seção para o exemplo do item 1.9a é Sx = b.h2 /6
1.11. Calcule a potência requerida para movimentar um veículo em uma estrada horizontal a
120 km/h contra uma força resistiva horizontal de 2 KN ao longo da linha de movimento
e considerando uma eficiência geral de 85%.
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1.12. O conjunto mostrado na figura 5 está constituído por uma alavanca rígida e uma barra
de torção de aço maciço (G = 80GP a) apoiada em mancais e em um flange. Este último
está acoplado mediante parafusos à estrutura de reação em C. A distância entre os
centros dos parafusos é de 200mm. Não existe qualquer deslocamento antes da aplicação
da carga F . Todas as dimensões estão em mm.
(a) Obtenha os diagramas de corpo livre (DCL) da alavanca, da barra de torção e dos
parafusos.
(b) Para F = 1.5 KN verifique a resistência estática da barra para σo = 120 M P a. Se
necessário utilize o critério de Mises.
(c) Calcule o ângulo de torção θ na barra e os esforços nos parafusos F 0 .
2.1. Considere uma barra circular maciça sem entalhes de diâmetro d = 50 mm e que trabalha
sob um torque cíclico que vai de zero a 20 kN.m. O material é um aço SAE 4142 com
σo = 1584 M P a, σu = 1757 M P a, σf0 = 1937 M P a e b = −.0762.
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2.2. A figura 6 mostra a curva de vida constante (Nf = 2 × 105 ciclos) para um material de
engenharia em carregamento uniaxial de acordo com a modificação proposta por Morrow
à reta de Goodman σa /σar +σm /σf0 = 1. Os intercetos da curva com os respectivos eixos,
mostrados no gráfico, estão em MPa. As linhas de carga 1 e 2 tem inclinação de 1/3
e 3, respectivamente. Estas linhas representam senoides de tensão uniaxial de igual
σmax aplicadas no ponto crítico de um componente do mesmo material. As tensões são
proporcionais a 1/d3 onde d é uma dimensão característica do componente.
(a) Considerando que a função de carga média descrita pela linha da figura 6 representa
bem os dados S × N do material em R = −1, estime as constantes que a curva
σar = σf0 (2.Nf )b teria.
(b) Obtenha a razão de carga R = σmin /σmax de cada carregamento.
(c) Esboce as curvas σ(t) de cada carregamento.
(d) Obtenha uma relação entre os mínimos valores de d que podem ser utilizados em
cada caso para evitar a falha por fadiga em 105 ciclos. Discuta os resultados.
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2.4. Considere um vaso de pressão cilíndrico de paredes finas com uma relação c = r/t = 30,
onde r é o raio interno e t a espessura da parede. A pressão interna do vaso varia entre
2 M P a ≤ p(t) ≤ 14M P a. A resistência à fadiga do material pode ser modelada pela
relação σa = σf0 (2Nf )b onde σf0 = 2030 M P a e b = −0.104. As demais propriedades
do material são Su = 1233 M P a e Sy = 1185 M P a. Por Gerber e Mises verifique a
resistência à fadiga (N = 1 × 107 ciclos) e ao escoamento do vaso, respectivamente.
2.5. Uma peça de aço Man-Ten (σf0 = 1089 M P a, b = −0.115) deve resistir 104 ciclos de flexão
pura que geram (já incluída a concentração das tensões) σa = 200 M P a e σm = 50 M P a.
Calcule o fator de segurança XS (em tensão) da peça contra a falha por fadiga por
Morrow (σ̃a /σar + σ̃m /σf0 = 1).
2.6. Considere uma barra prismática (diâmetro constante), lisa (sem kt) e de seção circular
maciça. Sobre ela age um torque variável 0 ≤ T ≤ Tmax = 10 KN.m. O material
da barra é alumínio 2024-T4 (σo = 303 M P a, σf0 = 900 M P a, b = −0.102). Calcule o
diâmetro mínimo necessário pelos seguintes critérios:
2.7. Considere a mesma peça da questão 2.5 agora solicitada por σa = 200 M P a e σm =
0 M P a e uma torção completamente alternada τar = 40 M P a(R = −1) superposta e em
fase com a flexão.
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3 Parafusos
3.1. O parafuso mostrado na figura 8 é M 20 × 2.5(At = 245 mm2 ) da classe SAE 9.8 (Sp =
650 M P a, σe = 140 M P a) (já corrigido pelo kf) e a relação kc/kp = 4. Os parafusos
foram inicialmente apertados até 4/5 da carga de prova. Plote a variação dos esforços
no parafuso e nos componentes em função de W2 e do tempo para 30 ≤ W2 ≤ 60 KN .
Verifique a resistência à fadiga do parafuso utilizando o critério de SWT para incluir os
efeitos da tensão média.
3.2. A tampa removível do vaso da figura 9 utiliza 12 parafusos M 14 × 2 (At = 115 mm2 ) da
classe SAE 9.8 (Sp = 650 M P a, Su = 900 M P a). A relação kc/kp foi estimada em 6. Os
parafusos foram inicialmente apertados até 4/5 da carga de prova. O limite de fadiga,
já incluído e efeito da concentração das tensões é σe = 140 M P a. Para o cálculo da
área onde atua a pressão devida ao aperto dos parafusos desconsidere a área dos furos.
Verifique a resistência à fadiga (Gerber) e ao escoamento dos parafusos.
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4 Rolamentos
4.1. O eixo mostrado na figura 10 está apoiado em mancais de elementos rolantes de contato
radial da série média, do tipo 304 com 20 mm de diâmetro interno e C10 = 5.3 KN
em L10 = 90 × 106 ciclos. O material do eixo é um aço SAE 137 laminado a frio com
limite de escoamento Sy = 565 M P a e limite de fadiga (já corrigido) Se = 182 M P a. O
raio R do filete não poderá ser maior do que 2 mm e o fator de segurança em tensão,
para qualquer método de dimensionamento é XS = 3. A carga radial P = 5.4 KN e o
comprimento do eixo é L = 250 mm.
(a) Considerando que o eixo está estático calcule o diâmetro mínimo D para evitar o
escoamento. Calcule também a máxima dimensão amax para que o eixo permaneça
seguro ao escoamento. Desconsidere a concentração das tensões no filete de raio R.
(b) Calcule os mesmos valores da questão 4.1a (D e amax ) considerando agora que
o eixo está girando com velocidade angular constante e que é necessário que ele
atinja, como mínimo, 108 ciclos (o que em termos práticos representa vida infinita
em fadiga). Conservativamente considere Kt = Kf . A concentração das tensões na
mudança de seção do eixo está dada pela seguinte equação:
−4.4 −0.5 s
D R −0.14 − 0.363 (D/d)2 + 0.503 (D/d)4
Kt = 0.632 + 0.377 +
d D 1 − 2.39 (D/d)2 + 3.368 (D/d)4
(c) Estime quantas trocas dos rolamentos devido à falha por fadiga serão necessárias
durante a vida útil do eixo. Considere Ka = Kr = 1. Justifique sua resposta.
A relação entre carga radial F e a vida em fadiga L destes rolamentos obedece à
seguinte relação:
10
LF 3 = constante
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5 Juntas Soldadas
5.1. Avalie o projeto da junta soldada da figura 12 tanto em regime estático como de fadiga.
Neste último caso considere que a carga varia entre zero e P . O material utilizado no
conjunto é o aço estrutural ASTM A36 e a solda foi feita com eletrodos E6013.
5.2. In the figure shown, shafts A and B are made of AISI 4340 aircraft quality steel whose
monotonic and cyclic properties can be found in Table 9.1 page 424 of reference [2].
Shaft A is welded to a fixed support and is subjected to loading by equal and opposite
forces F via shaft B. It can also accommodate bodybuilding rings up to 30 kg and 40 mm
width. Theoretical stress concentration factors induced in the shaft by the 5 mm weld
fillet are Kf = 2.0 and Kf s = 1.6. The length of shaft A from the fixed support to the
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connection at shaft B is 300 mm. Consider that the welded joint was obtained by the
conventional shielded metal arc welding SMAW process using E7018 electrodes. Use
this set of data a = 42 mm, d = 14 mm and D = 30 mm.
(a) Determine the maximum force range ∆F (R = 0.1) that can be withstand by the
structure for guarding the shafts A and B and also the weld, against yielding (safety
factor Xo = 2) and fatigue (safety factor Xf = 3) in 1 × 105 cycles. If necessary,
use the Eq. 9.17b page 455 [2] for including the mean stress effects.
(b) Estimate the linear or angular deflections at locations C and E considering only
the flexibility of shafts and using the maximum force range ∆F as calculated in
5.2a.
6 Respostas
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• 1.5 W = 40 π N.m.
−8600
• 1.10 t = 0.49 s
• 1.11 P = 78.4 kW
σo 480
• 1.12b Falha porque τ = 286 M P a > √
3
= √
3
= 277 M P a
• 2.1b F s = 1.12
• 2.1c d = 53 mm
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• 2.2d d2 /d1 = 1.5. Comentário: O carregamento 2 é mais severo (exige uma maior
dimensão d) o que demonstra que em fadiga a amplitude tem mais peso do que a média.
• 2.5 F s = 1.66
• 2.6a do = 76 mm
• 2.6b df = 76 mm
• 2.6c O torque médio não tem infuência no cálculo do diâmetro por fadiga.
• 4.2c Xy = 1.28.
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φ θ y
Elemento
rad rad mm
Ponto E – 0.8 -0.24
Ponto C 0.14 -0.4 -0.9
Referências
[1] Richard G Budynas and J Keith Nisbett. Shigley’s Mechanical Engineering Design. Mc-
Graw Hill, tenth edition, 2015.
[2] Norman E Dowling. Mechanical Behavior of Materials: Engineering Methods for Defor-
mation, Fracture and Fatigue. Pearson Education Limited, 4th edition, 2013.
[3] Ferdinand Beer et. al. Vector Mechanics for Engineers: Statics and Dynamics. The
McGraw-Hill Companies, Inc., fourth edition, 2010.
[4] Allen S. Hall Jr, Alfred Holowenko, and Herman Laughlin. Schaum’s Outline of Theory
and Problems of Machine Design. McGraw-Hill, Inc, 1961.
[5] Robert C Juvinall and Kurt M Marshek. Fundamentals of Machine Component Design.
John Wiley and Sons, fifth edition, 2012.
[6] Mott RL, Vavrek EM, and Wang J. Machine Elements in Mechanical design. Pearson
Education, sixth edition, 2018.
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