O Discurso de João
1
regimes alimentares e o desenvolvimento corporal (Courtine, 1995). Este é o “mundo do
fitness”, que aportou no Brasil, e especificamente no Rio de Janeiro, de forma determinante
no início dos anos 1990 com as grandes academias de ginástica. Hoje se fala em wellness
(O Globo, 15 de fevereiro de 1998, Jornal da Família), que está associado ao bem-estar
físico e mental, isto é, não só ao “corpo biológico”. Os programas devem tratar o indivíduo
como um todo, levando-se em consideração seu estilo de vida e valorizando-se as técnicas
de meditação e de flexibilidade.
REFERÊNCIAS
COELHO FILHO, C. A. de A. O discurso do profissional de ginástica em grandes
academias no Rio de Janeiro. 1998. 166 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) –
Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Gama Filho, Rio de
Janeiro, 1998.
BARBANTI, V. J.; GUISELINI, M. Fitness: manual do instrutor. São Paulo: CLR
Balieiro, 1993.
COURTINE, J.-J. Os stakhanovistas do narcisismo: body-building e puritanismo
ostentatório na cultura americana do corpo. In: SANT’ANNA, D. B. de. (Org.). Políticas
do corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. p. 81-114.
TOTAL FITNESS
Por exemplo, um bom condicionamento físico para os homens muitas vezes é associado a
músculos fortes e desenvolvidos. As academias de musculação e os métodos de
treinamento de força são muito difundidos. Nos últimos anos, com a popularização do
jogging e outras formas de exercícios aeróbios bicicleta, natação, “ginástica aeróbica”,
caminhada, hidroginástica etc. , muitas pessoas associam condicionamento físico
exclusivamente a capacidade cardiorrespiratória (conhecida também como resistência
aeróbia). É verdade que essas qualidades físicas são importantes, porém, é importante
enfatizar que o condicionamento físico é composto de uma série de componentes, dentre os
quais a força e a resistência aeróbia são somente dois deles.
2
de pessoas obesas e aumentar a prática da “atividade física” entre todos aqueles com
“excesso” de gordura corporal.
Estar fit é um estado transitório. Assim, se a pessoa interromper a prática do exercício físico
perderá rapidamente o condicionamento físico adquirido com o mesmo. Exercitar-se de
forma prazerosa é um fator fundamental para manter as pessoas ativas, pois experiências
negativas podem fazer com que as mesmas abandonem a prática.
* Indivíduos ativos são menos sujeitos, do que os sedentários, a ataques do coração e outras
moléstias hipocinéticas.
* A atividade física é tão importante quanto a dieta para ajudar a manter o peso corporal
adequado.
* Estudos sugerem que o exercício ajuda a pessoa a ver-se melhor e a sentir-se melhor.
* Vários sistemas e órgãos do corpo são estimulados com o exercício, e como resultado
funcionam melhor.
* O exercício adequado ajuda a tonificar os músculos que auxiliam na postura,
consequentemente ajudam a diminuir os problemas de coluna.
Lesões musculares por excesso de uso (LER) um período de repouso é fundamental para
dar ao corpo um tempo para recuperar-se após uma sessão de exercícios intensos. Lesões
aparecem entre aqueles que se excedem quando se exercitam. Por exemplo, os profissionais
de ginástica têm apresentado um alto nível de lesões por excesso de trabalho (exercícios).
3
Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar associado ao desejo obsessivo de ser magro.
Neurose pelo corpo é um comportamento obsessivo para ter um corpo atrativo. Entre as
mulheres, muitas vezes, isto está associado com um desejo extremo de ser magra. Em
muitos casos, isso pode levar à anorexia. Entre os homens, essa condição está, em geral,
associada ao desejo extremo de ser musculoso (vigorexia). Pesquisas recentes têm
demonstrado um aumento no número de mulheres interessadas em serem musculosas e de
homens interessados em serem magros. Todos aqueles com neurose pelo corpo
frequentemente são compulsivos pelo exercício. São também mais facilmente sujeitos a
consumirem substâncias nutricionais enganosas (suplementos nutricionais, substâncias
emagrecedoras) e em alguns casos, recorrem ao uso de esteróides anabolizantes.
Vários estudos sugerem que uma melhora na força muscular também produzirá melhoras
moderadas na resistência muscular. Contudo, exercícios que aumentam a resistência
muscular não são efetivos para melhorar a força muscular. Muitas pessoas fazem centenas
de exercícios abdominais diariamente e assim mesmo têm os músculos abdominais fracos.
Com essa informação, fica claro que é preciso programar exercícios para aumentar a força
muscular (menos repetições e mais intensidade) e exercícios para melhorar a resistência
muscular (mais repetições e menos intensidade).
4
R.M.L. anaeróbia dinâmica exigida quando é executado um trabalho dinâmico contra
uma resistência que seja de 50 a 70% da força máxima.
Nas sessões de ginástica localizada, os exercícios podem ser realizados de forma dinâmica
e/ou estática, enfatizando o desenvolvimento das capacidades de resistência muscular e de
força muscular. O treinamento dessas capacidades ocorre na medida em que é utilizado o
princípio da sobrecarga, de forma correta e com exercícios específicos.
Numa sessão de ginástica localizada básica (para iniciantes) pode ser incluído um exercício
para cada um dos considerados “grandes grupos musculares”. Na sessão de ginástica
localizada avançada podem ser utilizados de 2 a 4 exercícios para cada grupo muscular.
Geralmente as seguintes áreas musculares são consideradas mais importantes: peito, braços
(tríceps e bíceps), ombros, costas (região lombar, grande dorsal, rombóide, trapézio),
pernas (panturrilha), coxas (quadríceps e posteriores), quadril (glúteos, adutores e
abdutores), abdome.
5
parte superior e inferior do corpo não é tão intenso, por exemplo, como realizar todos os
exercícios para a parte inferior primeiro.
* exercitar os grandes grupos musculares (GM) antes dos pequenos grupos musculares
(PM) é uma técnica aceita por muitos profissionais.
Por exemplo:
1) GM lunge posterior (quadril/coxa); 2) PM extensão no quadril (glúteo).
2) GM supino no step (peito); 2) PM extensão no cotovelo (tríceps).
REFERÊNCIA
GUISELINI, M. Total fitness: força, resistência e flexibilidade. São Paulo: FMU, 1997.