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A tecnologia Gigabit Ethernet é apontada como uma ótima opção para redes de

telecomunicação de alta velocidade. A migração das tecnologias Ethernet e Fast


Ethernet para a tecnologia Gigabit Ethernet não exige grande investimento, já que as
especificações técnicas são mantidas, em especial o quadro ethernet que se mantém em
virtude da compatibilidade com as demais tecnologias ethernet.

A rede Gigabit Ethernet suporta transmissões no modo Half-duplex e Full-duplex. No


geral, ela é compatível com as suas antecessoras, mas algumas mudanças foram
necessárias para se suportar o modo Half-duplex.

A transmissão em Half-Duplex

O controle das transmissões no modo Half-duplex é efetivado pelo CSMA/CD. O


princípio do CSMA/CD no Gigabit é o mesmo do Ethernet e Fast Ethernet, permitindo a
utilização da tecnologia em redes que utilizam HUBs.

“Outra mudança foi à introdução da rajada de quadros – frame burst. A rajada de


quadros é uma característica opcional, através da qual uma estação pode transmitir
vários pacotes para o meio físico sem perder o controle. A transmissão em rajada é feita
preenchendo-se o espaço entre os quadros com bits, de maneira que o meio físico não
fique livre para as outras estações transmitirem.” (apud Beethovem Zanella Dias e
Nilton Alves Jr. em: “Evolução do Padrão Ethernet”)....

A transmissão em Full-Duplex

Na transmissão em Full-duplex, a banda aumenta de 1 para 2 Gbps, aumentam-se as


distâncias de alcance e é eliminada a colisão. O controle das transmissões não é feito
pelo CSMA/CD, mas pelo controle de fluxo (Flow Control).

O mecanismo Flow Control é acionado quando a estação que está recebendo os dados
se congestiona, então ela envia de volta um quadro chamado Pause Frame, que
determina a parada de envio de informações durante um intervalo de tempo. A estação
que está enviando dados espera o tempo determinado e logo após volta a enviar os
dados, ou então a que está recebendo os dados envia um pacote com o time-to-wait
igual a zero e as instruções para que o envio seja recomeçado.

As tecnologias

1000BASE-T

É a tecnologia mais viável, caso a rede possua menos de 100 metros, pois ela utiliza os
mesmos cabos par-trançado categoria 5 que as redes de 100 Mbps atuais. Além de não
necessitar a compra de cabos, não são necessários ajustes maiores para suportar esta
tecnologia, e com a utilização de switches compatíveis a essa tecnologia, podem ser
combinados nós de 10, 100 e 1000 megabits, sem que os mais lentos atrapalhem no
desempenho dos mais rápidos.

Mas também há o problema da resistência dos cabos de par-trançado. Eles são muito
frágeis, tendo por vários motivos a perda de desempenho; e como a taxa de transmissão
é maior, o índice de pacotes perdidos acaba sendo muito maior que nas redes de 100
megabits.

No Padrão 1000baseT o número de pares de cabos usados difere dos demais utilizados
em padrões anteriores, ele utiliza os quatros pares disponíveis no par trançado, por este
motivo que ele consegue transmitir a 1000 mbps diferente das demais que utilizam
somente dois pares desse cabo.

1000BASE-CX

1000baseCX é o padrão inicial para Gigabit Ethernet sobre fio de cobre com alcance de
até, no máximo, 25 metros. Nela o cabeamento é feito com cabos STP (Shielded
Twisted Pair ou Par Trançado Blindado). Ainda é usado para aplicações específicas
onde o cabeamento não é feito por usuários comuns, por exemplo o IBM BladeCenter
usa 1000BASE-CX para conexão ethernet entre os servidores blade e os módulos de
comutação. O preço dos modems e cabos do padrão 1000baseCX são menores, mas
menos usuais, devido à curta distância por ele atingida.

1000BASE-SX

Nesta tecnologia entra o uso de fibras ópticas nas redes, e é recomendada nas redes de
até 550 metros. Ela possui a mesma tecnologia utilizada nos CD-ROMs, por isso é mais
barata que a tecnologia 1000baseLX, outro padrão que utiliza fibras ópticas.

Ela possui quatro padrões de lasers. Com lasers de 50 mícrons e freqüência de 500
MHz, o padrão mais caro, o sinal é capaz de percorrer os mesmos 550 metros dos
padrões mais baratos do 1000BaseLX. O segundo padrão também utiliza lasers de 50
mícrons, mas a freqüência cai para 400 MHz e a distância para apenas 500 metros. Os
outros dois padrões utilizam lasers de 62.5 mícrons e freqüências de 200 e 160 MHz,
por isso são capazes de atingir apenas 275 e 220 metros, respectivamente. Pode utilizar
fibras do tipo monomodo e multimodo, sendo a mais comum a multimodo (mais barata
e de menor alcance).

1000BASE-LX

Esta é a tecnologia mais cara, pois atinge as maiores distâncias. Se a rede for maior que
550 metros, ela é a única alternativa. Ela é capaz de atingir até 5km utilizando-se fibras
ópticas com cabos de 9 mícrons.

Caso utilize-se nela cabos com núcleo de 50 ou 62.5 mícrons, com freqüências de,
respectivamente, 400 e 500 MHz, que são os padrões mais baratos nesta tecnologia, o
sinal alcança somente até 550 metros, compensando mais o uso da tecnologia
1000baseSX, que alcança a mesma distância e é mais barata.

Todos os padrões citados acima são compatíveis entre si a partir da camada Data Link
do modelo OSI. Abaixo da camada Data Link fica apenas a camada física da rede, que
inclui o tipo de cabo e o tipo de modulação usada para transmitir os dados através deles.
A tecnologia 1000baseLX é utilizado com fibra do tipo monomodo, por este motivo que
ela pode alcançar uma maior distância em comparação com o padrão 1000baseSX.
Padrões
O Gigabit Ethernet é padronizado pelo grupo de trabalho da IEEE 802.3z, que
desenvolve padrões para que:

• “Permitam operações Half-Duplex e Full-Duplex em velocidades de 1.000


Mbps;
• Utilizem o formato do quadro Ethernet 802.3;
• Utilizem o método de acesso CSMA/CD com suporte para um repetidor por
domínio de colisão;
• Ofereçam compatibilidade com tecnologias 10Base-T e 100Base-T.

Quanto à distância dos enlaces, foi definido que:

• Enlace de fibra óptica multímodo com comprimento máximo de 500 metros;


• Enlace de fibra óptica monomodo com comprimento máximo de 3 Km;
• Enlace baseado em cobre (exemplo: cabo coaxial) com comprimento máximo de
25m”

Aplicações
A tecnologia pode ser utilizada em todos os tipos de backbones, nos provedores de
Internet, em redes corporativas e em redes de usuários que necessitam de grande largura
de banda para uso de multimídia e outras aplicações.

Devido a seu preço ser elevado em comparação ao de seus antecessores, essa tecnologia
é atualmente somente aplicada em redes grandes, que necessitem de grande quantidade
de banda e, é claro, que possam pagar pela migração. Usuários domiciliares nem
necessitam de tanta banda assim para a transmissão de dados via rede, sendo na maioria
das vezes satisfeita com uma rede de 100 Mbps. O tempo de transmissão será maior,
mas nada o que faça valer a pena migrar para a Gigabit.

A tecnologia pode oferecer a solução para o congestionamento dos backbones


corporativos e da internet. É dito que eles se tornaram o “gargalo” das redes, pois tem
de receber uma grande quantidade de dados de toda a rede nele, e isso cria algo
comparável a um funil, onde o liquido jogado nele são os dados transmitidos, e o bico
do funil é o backbone, por onde todos os dados têm de passar obrigatoriamente, mas não
importa o tamanho do fluxo, há uma quantidade máxima de dados que pode passar por
ele. Então, para se aumentar o tamanho desse “gargalo”, o melhor a se fazer é implantar
a tecnologia Gigabit ao backbone, se não for de interesse migrar toda a rede a ela.

Vantagens

As principais vantagens do uso da tecnologia Gigabit Ethernet são:

• A popularidade da tecnologia;
• O baixo custo para a migração;
• O aumento em 10 vezes da velocidade e desempenho em relação a
seu padrão anterior;
• A tecnologia é a mais utilizada atualmente, economizando dinheiro e
recursos na hora de sua migração;
• O protocolo não possui nenhuma camada em diferente para ser
estudada.

Desvantagens

A principal desvantagem da tecnologia é que ela não possui o QoS (qualidade de


serviço) como a sua concorrente, a ATM. O QoS monta um esquema de prioridades,
formando uma fila de dados a serem enviados e recebidos, deixando na frente da fila os
dados definidos como prioritários. Na Realidade o Qos nao e feito por protocolo, mas,
sim pelos ativos de rede tais quais: switchs , roteadores , firewalls e etc.

Sem o QoS, a rede não tem como definir o dado a ser enviado como prioritário, o que
pode ser prejudicial em certas ocasiões, como em uma videoconferência, onde a
qualidade de imagem, movimento e som podem perder desempenho caso a rede esteja
sendo usada simultaneamente com outros propósitos.

A Rede 10-Gigabit Ethernet


A tecnologia 10 Gigabit Ethernet foi padronizada em 2002 com o IEEE 802.3ae. Dentre
suas características básicas, exclui-se o algoritmo CSMA/CD do subnível MAC, uma
vez que ela opera apenas ponto a ponto. O seu modo de transmissão é somente Full-
Duplex, e o cabeamento a ser utilizado pode ser em fibra óptica – multímodo e
monomodo ou com cabeamento UTP Categoria 6a.

Devido à grande distância atingida pelo cabeamento de fibra óptica monomodo – 40


Km – ela já está sendo usada em redes metropolitanas.

Uma desvantagem da rede 10 Gigabit Ethernet é que ela pode ser somente ponto-a-
ponto, o que significa que ela não possui tecnologia cliente/servidor, então ela tem usos
bastante específicos, como em backbones.

A tecnologia utilizada é a 10GbaseX e o padrão IEEE é o 802.3ae. As tecnologias e


produtos para o 10 Gigabit Ethernet são desenvolvidos por uma associação que conta
com cerca de 80 membros, a 10GEA (10 Gigabit Ethernet Alliance).

Atualmente a tecnologia já está implantada no projeto Internet2 (o projeto Internet2 é


uma iniciativa do governo dos EUA, onde estão sendo montados e interligados vários
backbones em todo o mundo. O objetivo da Internet2 é desenvolver e aprimorar
tecnologias para a Internet). No backbone Abilene, o principal do projeto a tecnologia já
foi implantada.

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