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Empreendedor
sobre Segurança
de Barragens
Guia Prático de
Pequenas Barragens
Volume
VIII
Guia Prático de
Pequenas Barragens
Volume
VIII
República Federativa do Brasil
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Vice-Presidente da República no Exercício do Cargo de Presidente da República
Diretoria Colegiada
Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente)
Paulo Lopes Varella Neto
João Gilberto Lotufo Conejo
Gisela Damm Forattini
Ney Maranhão
Secretaria-Geral (SGE)
Mayui Vieira Guimarães Scafura
Procuradoria-Federal (PF/ANA)
Emiliano Ribeiro de Souza
Corregedoria (COR)
Elmar Luis Kichel
Brasília – DF
ANA
2016
© 2016, Agência Nacional de Águas (ANA).
Setor Policial Sul, Área 5, Quadra 3, Blocos B, L, M e T.
CEP 70610-200, Brasília, DF
PABX: (61) 2109 5400 / (61) 2109-5252
www.ana.gov.br
Foto de capa:
UHE Barra Grande / Anita Garibaldi (SC) e
Pinhal da Serra (RS)
Crédito: Baesa / Banco de Imagens da ANA
CDU 627.82
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Esquema de uma barragem de terra, do reservatório, do vertedouro e do des-
carregador de fundo/tomada d’água 15
Figura 2 - Seção transversal de uma barragem de terra homogênea 16
Figura 3 - Seção transversal de uma barragem de terra zoneada 17
Figura 4 – Planta esquemática de vertedouro em canal de encosta e bacia de dissipa-
ção de energia 18
Figura 5 – a) Torre de tomada d’água; b) monge 19
Figura 6 – a) Comporta de jato plano; b) registros de Gaveta 19
Figura 7 – Válvula de jato oco 20
Figura 8 – Curvatura na linha de interseção do espelho de água com o paramento de montante 28
Figura 9 – Erosão do maciço de jusante e do coroamento após galgamento da barragem 50
Figura 10 – Borda livre insuficiente 50
Figura 11 – Surgência e zona alagada em zona imediatamente a jusante da barragem 51
Figura 12 – Erosão regressiva com a deposição de um cone de solo fino 52
Figura 13 – Surgência em torno do conduto da descarga de fundo 52
Figura 14 – Zona de vegetação verdejante no talude de jusante da barragem 53
Figura 15 – Trinca longitudinal no coroamento 54
Figura 16 – Deslizamento profundo com formação de escarpa 55
Figura 17 – Abatimento no coroamento e no paramento de jusante (SMEC, 2005) 55
Figura 18 – Erosão do paramento montante sob a ação das ondas 56
Figura 19 – Acumulação da água das chuvas no coroamento 57
Figura 20 – Vegetação de tamanho excessivo no paramento de montante e de jusante 57
Figura 21 – Intenso ravinamento no paramento de jusante 57
Figura 22 – Cupinzeiro no coroamento da barragem 58
Figura 23 – Toca de animal 58
Figura 24 – Danos estruturais severos na soleira do vertedouro 59
Figura 25 – Obstrução da soleira do vertedouro 59
Figura 26 – Erosão a jusante da bacia de restituição do vertedouro 59
Figura 27 – Forte ravinamento dos taludes do reservatório 60
Figura 28 – Tratamento de zona afetada por formigueiro (Molle e Cadier, 1992) 94
2 Guia de Operação 22
A. Operação normal 22
B. Operação em caso de cheias regulares 23
C. Operação em caso de cheias excepcionais 23
3 Guia de Inspeções 25
A. Tipos de inspeção e frequências recomendadas para inspeções de pe-
quenas barragens 25
B. Ficha de inspeção para barragens de terra 26
C. Recursos necessários para realização das inspeções 27
D. Roteiro das inspeções 27
E. Execução das inspeções 28
4 GUIA DE MANUTENÇÃO 29
A. Tipos de manutenção 29
B. Manutenção preventiva 29
C. Manutenção corretiva 30
D. Recursos necessários para a execução das manutenções 30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
ANEXO 1 - FICHA DE IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS 38
ANEXO 2 - Modelo de ficha de inspeção regular de pequenas barragens
de terra 42
ANEXO 3 - TIPOS DE ANOMALIAS ENCONTRADAS EM PEQUENAS BARRAGENS DE
TERRA 49
ANEXO 4 - Planejamento das atividades de manutenção preventiva 61
ANEXO 5 - Atividades de manutenção corretiva 77
ANEXO 6 - Fichas de registro de operação e manutenção 101
ANEXO 7 - RECOMENDAÇÕES PARA O DIMENSIONAMENTO E A CONSTRUÇÃO DE
PEQUENAS BARRAGENS DE TERRA 112
Volume
I
ções para elaboração do rantir a segurança das obras
Plano de Segurança da durante e após a construção.
Barragem.
• Volume VII – Diretrizes para a
Manual do
para Inspeções
de Segurança de
Barragem
II
Volume
belecem procedimentos, cedimentos gerais para a ela-
conteúdo e nível de detalha- boração do Plano de
mento e análise dos produtos Operação, Manutenção e Instrumentação,
finais das inspeções de segurança. que devem orientar a execução dessas ativi-
dades, de modo a assegurar um adequado
• Volume III – Guia de Revisão
aproveitamento das estruturas construídas,
Manual do
Empreendedor
Periódica de Segurança de
sobre Segurança
de Barragens
Orientação e Formulários
de Barragens
Volume
VIII
ção, manutenção, inspeção
Guia de Orientação dos Planos de Ação de
e emergência para pequenas
e Formulários do
Plano de Ação de
Volume
IV barragens de terra.
se apresentam o conteúdo e
organização de um PAE. Observa-se que o volume destacado se refere ao
• Volume V – Diretrizes para a assunto desenvolvido no presente documento.
Manual do
Empreendedor
sobre Segurança
de Barragens Elaboração de Projetos de Os guias devem ser entendidos como docu-
Barragens, no qual se estabele- mentos evolutivos, devendo ser revisados,
Diretrizes para a
te em contato com a fundação. Estas zonas (iii) um canal ou conduto, que encaminha a vazão
descarregada para jusante da barragem e;
drenantes constituem o sistema de drenagem
(iv) uma obra de dissipação de energia, onde se
interna da barragem e servem para conduzir promove a dissipação da energia do escoamento em
a água que atravessa a zona de montante do excesso relativamente às condições de escoamento
no leito do curso de água na zona de restituição.
barramento, da fundação e das ombreiras para
jusante sem provocar danos na barragem.
As barragens de perfil zoneado (Figura 3) são A cota da soleira do vertedouro coincide com
constituídas por uma zona central de solos argi- o nível máximo normal da barragem. Durante
losos, chamada de núcleo, e por zonas laterais uma cheia o nível da água ultrapassa esta cota,
de solos não argilosos, designadas por maciços escoando-se a água livremente através do
estabilizadores. O filtro chaminé é colocado en- vertedouro. O nível máximo que se prevê que a
tre o núcleo e o maciço estabilizador de jusante. água atinja durante uma cheia é designado por
a) b)
Os Registros de Gaveta (Figura 6b) aplicam- As válvulas cônicas, de jato oco ou do tipo
se a condutos de seção circular, podendo ser Howell-Bunger (Figura 7) são muito utilizadas
instalados em qualquer seção intermediária em descargas de fundo, sendo instaladas na
ou na sua seção terminal. São adequados à extremidade de jusante do conduto. A abertura
regulação de vazão e, na posição de abertura efetua-se por recuo (para montante) de uma
total, não interferem com o escoamento. A manga cilíndrica, que, na posição de fecho, en-
sua manobra pode ser manual, através de um costa à base do cone. O acionamento é realiza-
volante. do por intermédio de um servomotor acionado
por um grupo de bombeamento de óleo ou por
intermédio de um atuador elétrico.
Geralmente, as licenças ambientais são orde- Já a outorga, que é concedida pelo órgão ges-
nadas em três estágios distintos: tor de recursos hídricos, visa assegurar o uso
racional e eficiente das águas, para os diversos
˚˚ Licença Prévia (LP), por meio da qual usos a que se destinam, compatibilizando as
o empreendedor recebe um certificado
atestando a viabilidade ambiental da loca- demandas às disponibilidades hídricas nas
lização e concepção geral do seu projeto, respectivas bacias hidrográficas.
estabelecendo os requisitos básicos e de- Na construção de barragens, quando as
mais condicionantes a serem atendidos nas
acumulações de volume de água alterarem o
próximas fases de sua implementação.
regime de vazões, é necessário requerer a ou-
torga junto ao órgão competente. Sempre que
˚˚ Licença de Implantação (LI), por meio
da qual o empreendedor obtém, após as o uso dos recursos hídricos alterar o regime, a
verificações necessárias, a autorização para quantidade ou a qualidade da água existente
construção de acordo com as especificações em um corpo de água, será necessário requerer
constantes dos planos, programas e proje- outorga. Não será necessário naquelas inter-
tos aprovados, incluindo as medidas de con- venções que promovam somente alterações
trole ambiental e demais condicionantes, de nível ou de velocidade do corpo hídrico, por
da qual constituem motivo determinante. não alterarem o regime de vazões, como, por
exemplo, nos casos de passagens molhadas,
˚˚ Licença de Operação (LO), que autoriza,
após a verificação do efetivo cumprimento dutos e outras interferências hidráulicas como
do que consta das licenças anteriores, com diques, canalizações e soleiras de nível.
as medidas de controle ambiental e condi-
Para mais informações, ver a Resolução do
cionantes determinantes para a operação.
Conselho Nacional de Recursos Hídricos
Para a obtenção da licença prévia de um (CNRH) nº. 37/2004, que estabelece diretri-
empreendimento, o interessado deverá pro- zes para a outorga de recursos hídricos para a
curar o órgão ambiental competente, ainda na implantação de barragens em corpos de água
fase preliminar de planejamento do projeto. de domínio dos Estados, do Distrito Federal ou
Inicialmente, o órgão ambiental definirá, com da União.
As inspeções de barragens são ferramentas Devem ser distinguidos três diferentes tipos de
fundamentais na gestão da sua segurança e da inspeção: de rotina, inspeção regular e inspe-
sua funcionalidade. A atividade de inspeção, ção especial.
sendo simples do ponto de vista logístico, é
Inspeção de rotina
fundamental, devendo ser realizada periodi-
camente e com método. Por regra, sempre que A primeira, de rotina, é uma atividade frequente,
nas inspeções forem detectadas anomalias mais rápida, que se destina a apreciar o estado
relevantes, deve proceder-se à manutenção geral da barragem, a detectar a ocorrência de
corretiva. novas anomalias e a acompanhar a evolução de
anomalias anteriormente registradas. Deverá
As inspeções de barragem devem ser feitas por
ser realizada conjuntamente com as atividades
agentes com treinamento adequado e com co-
de manutenção preventiva, como previsto no
nhecimentos básicos sobre o funcionamento
Planejamento das Atividades de Inspeção de
da barragem e sobre o tipo de anomalias que
Rotina e de Manutenção Preventiva incluído no
podem ocorrer.
Anexo 4. Os agentes a quem cabe a inspeção
É necessário ter presente que muitas anoma- visual de rotina devem, assim, estar atentos à
lias, que quando detectadas são consideradas ocorrência de qualquer alteração relativamen-
pequenas e pouco importantes, podem ter te ao estado anterior da obra.
evoluções rápidas e tornar-se causa de aciden-
A frequência recomendada para as inspeções
te. Por outro lado, é muito importante saber
de rotina é mensal.
quando ocorreu determinada anomalia, pelo
que o registro da inspeção deve conter indica- Inspeção regular de segurança
ção explícita de tudo o que foi inspecionado,
existam ou não deteriorações. Um segundo nível de inspeções, designado
como inspeção regular, corresponde a um grau
de detalhe superior, requerendo-se uma descri-
A. Tipos de inspeção e ção de cada um dos aspectos a inspecionar, a
frequências recomendadas medição, sempre que possível, das dimensões
para inspeções de pequenas da anomalia, e uma classificação da anomalia
barragens em termos históricos (nova, sem ou com evo-
lução) e de prioridade de intervenção (situa-
As inspeções visuais são, como se disse, es-
ção de alerta ou de emergência, de atenção,
senciais no âmbito do controle de segurança
potencialmente grave e sem gravidade).
das pequenas barragens. Para que possam ser
efetivamente úteis, têm que ser realizadas de A frequência indicada para as estas inspeções
forma sistemática e regular. é semestral, recomendando-se que uma
• avaliar o estado dos paramentos da bar- A dimensão deverá conter medidas da anoma-
ragem e ombreiras (ocorrência de erosões lia, para se detectar qualquer evolução. Deste
superficiais, trincas ou deslizamentos). modo, e a título de exemplo, nas trincas deve
ser medida o seu comprimento, abertura e
Inspeção especial
desnível, nas depressões, indicada a sua confi-
Para além destas inspeções de caráter regular, guração em planta e o seu recalque máximo e,
sempre que algum evento excepcional ocorra, na borda livre, indicado o valor estimado.
especialmente grandes cheias, dever-se-á,
durante a sua ocorrência, verificar as condições Para a classificação da evolução da anomalia
de funcionamento do(s) vertedouro(s), e após deve comparar-se os dados das inspeções
a sua ocorrência, realizar uma inspeção muito anteriores com os obtidos na inspeção atual e
detalhada, em particular, ao vertedouro e às indicar se se trata de uma anomalia nova, quan-
zonas com ele confinantes e ao pé de jusante do detectada pela primeira vez, sem evolução,
da barragem, com vista à detecção de erosões. quando exibe as características reportadas na
inspeção anterior, ou com evolução, quando
B. Ficha de inspeção para apresenta desenvolvimento de alguma das
barragens suas características.
de terra
Por último, deve ser realizado um juízo sobre
Em resultado de cada inspeção, deve ser elabo- a prioridade de intervenção de acordo com a
rada uma ficha de registro, que conterá todos seguinte classificação:
Ferramentas: Materiais:
Ancinho; Areia média;
Bote; Argamassa;
Betoneira; Brita nº 2;
Calhas; Calda de cimento ou equivalente;
Carrinho de mão (carriola); Concreto;
Carro para transporte dos resíduos; Concreto magro;
Compactador manual; Espécies vegetais (arbustos de porte médio)
Cordas; Geotêxtil;
Enxada; Mástique;
Estacas de amarração; Material betuminoso;
Foice; Pés de árvores de espécies frondosas;
Flutuadores; Produto para a eliminação dos cupins;
Barco Rip-rap;
Luvas; Sementes;
Marreta; Solo argiloso;
Mangueira; Solo orgânico.
Máscara;
Martelo;
Material de carpinteiro;
Nível de bolha;
Pá;
Picareta;
Ponteiro de aço;
Rede;
Roçadeira;
Enxadinha;
Motosserra;
Serrote;
Conjunto motobomba;
Tesoura de poda;
Trena;
Utensílios para aquecer e aplicar o
material betuminoso;
Quando as pequenas barragens sofrem ruptu- (provocadas por acidentes), as quais podem
ras, a água represada pode ser liberada e pro- ser causadas:
vocar graves consequências. Este guia contém
• por ocorrências excepcionais naturais ex-
um conjunto de ações recomendadas em caso
teriores à barragem (tempestades e cheias
de emergência, que visa fundamentalmente
devido a precipitações intensas);
socorrer as pessoas e proteger os bens em
perigo, e que incluem medidas minimizadoras • pela ruptura de barragens a montante;
das consequências a jusante, a informação • pelas circunstâncias anômalas de compor-
imediata dos responsáveis pela Defesa Civil tamento identificadas como situações de
e do regulador, o aviso aos operadores das alerta e de emergência (classificadas com
barragens a jusante e à população a jusante e, a prioridade E) no guia de inspeções de
se possível, a promoção da descida do nível da
segurança.
água no reservatório.
Em termos de ocorrências excepcionais
O presente guia deverá ser seguido para as res- naturais exteriores, as mais relevantes em pe-
tantes pequenas barragens. Indica as possíveis quenas barragens são as associadas a cheias
situações de alerta e de emergência em face, causadas por precipitações intensas, devendo-
respectivamente, de um incidente (anomalia se considerar que se atinge uma situação de
suscetível de afetar, em curto ou longo prazo, a alerta sempre que a borda livre de projeto não
funcionalidade da obra e que implica a tomada está garantida, ou sempre que esta é inferior
de medidas corretivas) ou de um acidente a 1 m, ou ocorre ou está prevista a ocorrência
(ocorrência excepcional cuja evolução não de precipitação de grande intensidade na
controlada é suscetível de originar uma onda bacia hidrográfica da barragem com o nível da
de inundação), os procedimentos após a sua água no reservatório próximo do nível máximo
identificação, as ações preventivas e correti- normal. A situação de emergência deverá ser
vas a serem executadas pelo empreendedor/ considerada sempre que ocorre, em qualquer
operador em caso de situação de emergência, local e com qualquer lâmina de água, galga-
bem como os agentes a serem notificados mento da barragem.
dessa ocorrência.
Também a declaração de uma situação de
alerta e de emergência em qualquer das
A. Situações de alerta e de
barragens a montante deve corresponder a
emergência
uma situação de alerta e de emergência na
O presente guia aplica-se às situações de aler- barragem em análise.
ta (causadas por incidentes) e de emergência
Borda livre inferior a 1 m, em 1 – Abrir a tomada d’água e a descarga de fundo até alcançar a
Alerta
período seco borda livre de 1 m.
4 – Proprietário da barragem (rio abaixo): _____ Sempre que seja necessário, recorrer a recur-
___________________________________________________ sos de entidades exteriores ao empreendedor,
como municípios, este deve elencar os recursos
5 – Agência Nacional de Águas: ________________
a solicitar e estabelecer os contatos necessá-
5 – Órgão gestor de recursos hídricos estadual: rios para a sua pronta disponibilização em caso
___________________________________________________ de alerta e de emergência.
F. Condições de acesso à
E. Local de observação e equipe barragem
de gestão
Numa emergência, a execução com sucesso
Junto à barragem deve ser devidamente de ações previstas pode depender de diversos
escolhido um local seguro que permita a vi- fatores, nomeadamente da possibilidade de a
sualização do vertedouro, do coroamento, do equipe operacional chegar rapidamente e em
paramento de jusante e da zona a jusante da segurança ao local para avaliar as condições
barragem, designado por Local de Observação, operacionais e proceder a ações de alerta,
onde deverá permanecer em situação de caso necessário, e do transporte para o local
alerta a equipe responsável pela gestão da da barragem de material e de equipamento
situação de alerta e de emergência. necessário para proceder a intervenções de
emergência consideradas indispensáveis.
Esta equipe, devidamente coordenada pelo
elemento de ligação da Defesa Civil ou Deste modo, deve ser garantido o acesso à
pelo responsável do empreendedor, deve- barragem, sempre que possível, por ambas as
rá recolher informações sobre a situação, margens do rio, executado um mapa com a
coordenar as ações previstas, mobilizar os localização dos acessos rodoviários e indicado
recursos e manter a comunicação com os se os mesmos são afetados pela cheia que
agentes envolvidos no controle da situação de resulta da eventual ruptura da barragem.
SMEC – Draft Guidelines for Managing Small Dams. Appendix E. Small Dams Guidelines.
Australia: SMEC International Pty, 2005.
Instruções: O empreendedor deve preencher esta ficha (ou outra definida pelo agente fiscalizador)
com as informações disponíveis, mantendo-a atualizada.
IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Barragem
Código:
Estado:
Município:
Região hidrográfica:
Bacia hidrográfica:
Localização
Rio:
Latitude:
Coordenadas:
Longitude:
Estrada de acesso:
Nome:
Contato:
Endereço postal:
Empreendedor Fixo:
Telefone:
Celular:
Fax:
E-mail:
Nome:
Contato:
Endereço postal:
Técnico responsável
Telefone:
Fax:
E-mail:
Autor:
Ano:
Projeto
Localização:
Contato:
Construtor:
Construção
Período de construção:
Exploração Início:
Nível máximo normal (m):
Área para o nível máximo normal
(ha):
Reservatório Volume para o nível máximo nor-
mal (103m3):
Nível máximo maximorum (m):
Uso do reservatório:
Instruções:
• O empreendedor deve utilizar este modelo de ficha a cada inspeção regular realizada na
barragem.
• O arquivo digital com esta ficha pode ser encontrado em www.ana.gov.br/segurancadebarragens
Coroamento
Tópico Descrição Foto D H G
Alinhamento
Trincas
Recalques
Sulcos
Revestimento
Nivelamento
Abatimentos
Vegetação
Galerias de animais
Drenagem
Iluminação
Paramento de montante
Tópico Descrição Foto D H G
Alinhamento da linha de
água
Estado do revestimento
Trincas
Recalques
Abatimentos
Escorregamentos
Vegetação
Galerias de animais
Erosões
Borbulhamento ou Vórtices
Paramento de jusante
Tópico Descrição Foto D H G
Estado do revestimento
Trincas
Recalques
Abatimentos
Vegetação
Galerias de animais
Erosões
Ravinamentos
Surgências
Zonas úmidas
Escorregamentos
Condições de drenagem
Condições do pé de
jusante
Inspeção ao vertedouro
Aproximação ao vertedouro
Tópico Descrição Foto D H G
Obstruções
Vegetação
Erosões
Estado dos muros ou
taludes
Soleira e canal
Tópico Descrição Foto D H G
Obstruções
Vegetação
Erosões
Estado dos muros ou
taludes
Estado da soleira
Juntas
Saída
Tópico Descrição Foto D H G
Obstruções
Vegetação
Erosões
Estado da estrutura de
dissipação de energia
Obstruções a jusante
Monge
Tópico Descrição Foto D H G
Condições de acesso à
entrada
Obstruções à entrada
Estado da estrutura
Erosões à saída
Obstruções à saída
Vegetação
Descarregador de fundo
Tópico Descrição Foto D H G
Condições de acesso à
entrada
Obstruções à entrada
Erosões à saída
Obstruções à saída
Vegetação
Comporta (data da
última abertura)
Comporta – estado
órgãos de comando
Condições de escoa-
mento com a compor-
ta a montante fechada
Vizinhança da barragem
Reservatório
Tópico Descrição Foto D H G
Taludes de montante -
instabilidade
Taludes de montante -
erosões
Detritos na água
Plantas aquáticas
Riscos a jusante
Tópico Descrição Foto D H G
Modificações na ocu-
pação do vale
Operacionalidade do
sistema de alerta
Anomalia do tipo 6 -
Problemas de
manutenção do aterro
Figura 18 – Erosão do paramento montante sob a
ação das ondas
Anomalia tipo 6.1 – Problemas no Fonte: Banco de Imagens ANA
paramento de montante
Anomalia tipo 6.2 – Problemas na
A ação severa das ondas no paramento de
proteção do coroamento
montante pode provocar ondulação da sua
superfície e a degradação do material de
A proteção do coroamento contra a erosão
proteção. Este efeito consiste no desloca- revela-se inadequada quando são visíveis sinais
mento, por ação das ondas, de uma porção de deterioração, como a existência de sulcos de
do paramento de montante, com remoção da rodados ou trilhos provocados pela passagem
proteção do talude e do material subjacente de animais. A infiltração de água (Figura 19)
e deposição do material do aterro numa zona nestes sulcos pode provocar problemas de
inferior do talude, dando origem à formação perda de estabilidade. Da proteção inadequada
de uma área relativamente plana (designa- do coroamento e dos taludes também pode
da por praia), limitada a montante por um resultar a formação de significativos sulcos ou
declive íngreme ou por uma escarpa (Figura ravinamentos, por erosão superficial. As áreas
18). A progressão deste fenômeno pode levar sem vegetação ou de vegetação esparsa são as
à diminuição da largura e, possivelmente, da mais suscetíveis a problemas de erosão superfi-
altura do aterro, ao aumento da percolação cial pela água da chuva.
e à perda local de estabilidade do talude ou
galgamento da barragem.
Anomalia tipo 8 –
Deteriorações no
reservatório Figura 27 – Forte ravinamento dos taludes do res-
ervatório
Os taludes do reservatório devem ser inspecio- Fonte: Banco de Imagens ANA
• O quadro a seguir apresenta o planejamento mensal das atividades a serem realizadas pelo
empreendedor para uma adequada manutenção preventiva da barragem.
• Em cada mês, devem ser realizadas somente as atividades indicadas com um X.
• O mês 1 do planejamento corresponde ao primeiro mês do período chuvoso.
Mês
Atividade de manutenção preventiva P
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A – Coroamento
A.1 Reparação corrente de trincas devido à secagem 2 X X X
A.2 Regularização geométrica (correção do nivelamento) 1 X
A.3 Garantia da integridade da vedação 1 X X X X
A.4 Preenchimento de sulcos ligeiros e buracos pequenos 2 X X X X
B – Paramento de montante
B.1 Corte da vegetação entre o rip-rap 2 X X
B.2 Corte da vegetação arbustiva e árvores 1 X X X X
B.3 Manutenção da proteção vegetal (se existente) ou do rip-rap 1 X X X X
B.4 Garantia da integridade da vedação 1 X X X X X X X X X X X X
C – Paramento de jusante
C.1 Manutenção da proteção vegetal 2 X X X X
C.2 Regularização das superfícies (ravinamento) 2 X X X X
C.3 Garantia da integridade da vedação 1 X X X X
C.4 Corte de vegetação arbustiva e árvores 1 X X X X
C.5 Manutenção das calhas 2 X X
F – Canal de aproximação
F.1 Limpeza de detritos e outros obstáculos 1 X X X X X X X X X X X X
F.2 Regularização geométrica 2 X X
F.3 Corte de vegetação arbustiva e de árvores na proximidade 2 X X
G – Canal do vertedouro
J – Reservatório
J.1 Remoção do assoreamento no fundo 2 X
J.2 Garantia de integridade da vedação e das zonas de bebedouros 1 X X X X
J.3 Plantação de espécies protetoras da erosão do solo vegetal ou cerca
de proteção relativamente ao transporte eólico
2 X
J.4 Remoção das plantas aquáticas 1 X X X X X X X X X X X X
J.5 Plantação de árvores para proteção da incidência solar 2 X
P – categoria de prioridade: 1 – situação potencialmente grave; 2 – situação sem gravidade
• Enxada
1. Coroamento
Equipamentos e • Pá
1.1 Reparação da corrente de trincas materiais: • Carrinho de mão
devido a secagem
• Solo argiloso
O que é:
Pessoal: • Servente de pedreiro
Trata-se do preenchimento de trincas com
terra.
Como fazer:
Como fazer:
2.2 Corte davegetação arbustiva e árvores
• Remover a zona superficial dos sulcos e
buracos e preenchê-los com solo argiloso O que é:
úmido bem compactado.
Trata-se de cortar a vegetação de grande porte
e as árvores que tenham se desenvolvido no
2. Paramento de montante
corpo do aterro, na zona imediatamente a ju-
2.1 Corta da vegetação entre o RIP-RAP sante da barragem e nas ombreiras.
• Enxadinha
Como fazer:
• Enxada
• Pá • Remover a zona superficial dos sulcos e
Equipamentos e
• Carrinho de mão preenchê-los com solo argiloso úmido bem
materiais:
• Ancinho compactado.
• Solo orgânico
• Repor a vegetação de proteção, conforme
• Sementes C.1.
O que é:
Equipamentos e • Picareta
materiais: • Nível de bolha
• Cascalho grosso
• Calhas
Recursos necessários: • Pá
Equipamentos e
• Marreta
materiais:
• Enxada • Carrinho de mão
• Pá • Betuminoso
• Marreta
Equipamentos e • Pedreiro
• Carrinho de mão
materiais: Pessoal:
• Material argiloso • Servente de pedreiro
• Nível de bolha
• Calhas
Como fazer:
O que é:
Como fazer:
Trata-se de cortar a vegetação de grande porte
• Remover os detritos de maior dimensão
capazes de obstruir o vertedouro. e as árvores que tenham se desenvolvido na
proximidade do canal de aproximação.
6.2 Regularização Geométrica
Causa(s) mais provável(eis) do problema:
O que é:
Existência de sementes de vegetação indese-
Trata-se da regularização do canal do jável depositadas pelo vento ou pela água.
vertedouro.
Importância dessa manutenção:
Causa(s) mais provável(eis) do problema:
Impede a ocorrência de danos na proximidade
Erosão
do canal de aproximação devido ao cresci-
Movimentos da fundação mento das raízes e facilita a vazão.
O que é: • Enxada
• Pá
Remoção de todos os materiais soltos do canal • Carrinho de mão
Equipamentos e
do vertedouro. materiais: • Marreta
Como fazer:
• Enxadinha • Betoneira
• Enxada • Concreto
Equipamentos e • Pá
materiais: • Pedreiro
• Carrinho de mão
Pessoal:
• Ancinho • Servente de pedreiro
• Sementes
Como fazer:
Pessoal: • Servente de pedreiro
• Preencher os espaços vazios na superfície
do vertedouro ou nos taludes rochosos com
Como fazer: concreto.
• Retração do terreno
• Erosão causada pela água
• Movimentos da estrutura rígida
• Construção deficiente
• Pá
Equipamentos e Pessoal: • Servente de pedreiro
• Marreta
materiais:
• Carrinho de mão
• Betuminoso Como fazer:
8. Bacia de dissipação
Como fazer:
8.1 Reparação de deterioração no
• Remover a zona superficial das superfícies concreto
das trincas.
• Preencher as trincas com betuminoso. O que é:
• Compactar as superfícies dos sulcos e das
Limpeza e regularização da zona superficial do
aberturas, se estes forem em solos.
concreto.
7.6 Corte de vegetação arbustiva e de
árvores na proximidade Causa(s) mais
provável(eis) do problema:
O que é:
Erosão
Cortar a vegetação de grande porte e as árvo-
Deficiente qualidade do concreto
res que tenham se desenvolvido no vertedouro.
Causa(s) mais
Pessoal: • Servente de pedreiro provável(eis) do problema:
Deterioração do registro.
Como fazer:
Importância dessa manutenção:
• Repor os postes de vedação e os pedaços
de tela metálica que estejam danificados.
Verificar a operacionalidade do registro.
Recursos necessários:
Pessoal: • Operador
• Enxada O que é:
Equipamentos e
materiais: • Espécies vegetais
(arbustos de porte médio) Plantar árvores num perímetro orientado para-
lelamente à direção N-S.
Pessoal: • Trabalhador de fazenda
Causa(s) mais provável(eis) do problema:
O que é:
Recursos necessários:
Como fazer:
G – Prioridade (E- Emergência, A- Atenção, 1- reparação em curto prazo, 2- reparação em médio prazo)
• Altear a barragem ou baixar a cota da soleira • Remover o solo afetado pela erosão.
do vertedouro, sob a orientação do enge- • Altear a barragem ou repor a geometria
nheiro de barragens inicial do aterro e baixar a cota da soleira
do vertedouro, sob a orientação do enge-
1.2 Borda livre insuficiente nheiro de barragens.
com galgamento
2. Percolação não controlada
O que é:
2.1 Surgências no paramento
Borda livre (diferença entre a cota do coroa- de justante, ombreiras e zona
mento e o nível máximo maximorum) inferior a imediatamente a justante
1 m, tendo subido o nível da água acima da cota
de coroamento da barragem. 2.1.1 Surgências no paramento de jusante e
ombreiras
Causa mais provável do problema:
O que é:
• Cheia superior à cheia máxima de projeto.
• Borda livre de projeto inferior a 1 m. Aparecimento de água (surgência) limpa ou
turva, com ou sem pressão, em qualquer zona
• Recalque da barragem com redução da bor-
não drenante do paramento de jusante ou nas
da livre para valores inferiores a 1 m.
ombreiras. Trata-se de surgência em zonas que
Importância dessa manutenção: em condições normais estariam sem escorrên-
cia de água.
A manutenção proposta destina-se a reabilitar
o aterro após o galgamento, com o tratamento Causa mais provável do problema:
das zonas erodidas pela ação da água e a dotar
a barragem de uma borda livre adequada. Circulação de água ao longo do corpo da
barragem devido à inexistência de sistema de
drenagem interna.
2.1.3 Surgências na
zonaimediatamente a jusante com
Como fazer?
deposição de material carreado
• Descer o nível d’água no reservatório.
O que é:
• Construir um dique em torno do ponto
Aparecimento de um movimento de água as- de saída para localmente subir a cota da
cendente num ou mais pontos localizados na água.
zona do terreno imediatamente a jusante com • Colocar um geotêxtil sobre a zona da
deposição de material em forma de cone na surgência.
zona em torno do ponto de saída.
• Colocar uma camada de areia sobre o
Causa mais provável do problema: geotêxtil.
Aparecimento de água (surgência) a jusante A manutenção deve ser efetuada logo após a
no contato dos condutos com o aterro, com a sua deteção (situação potencialmente grave, a
comporta de montante fechada. resolver de imediato), uma vez que a circulação
de água sob pressões elevadas pode provocar
Causa mais provável do problema: facilmente o carreamento de materiais e a
ruptura da barragem.
Deficiente compactação do aterro ao longo
do conduto e inexistência de sistema de dre- Se não for possível fechar a comporta de mon-
nagem interna em contato com o conduto, ou tante, devem ser implementadas as medidas
deficiente preenchimento da zona de fundação de alerta indicadas no Guia de Procedimentos
ao longo do conduto. de Emergência (Capítulo 6).
• Sementes
trincas podem evoluir se não forem devida-
mente tratadas.
• Solo orgânico
• Rip-rap
Recursos necessários:
• Servente de pedreiro
Pessoal: • Enxada
• Trabalhador da fazenda
• Pá
• Carrinho de mão
Como fazer? Equipamentos e
materiais: • Utensílios para aquecer
e aplicar o material
• Umedecer lentamente as trincas do interior
betuminoso
para o exterior e verificar o seu fechamento
• Material betuminoso
previamente à estação das chuvas.
Estas trincas são caminhos de fluxo con- 3.3.1 Trincas longitudinais verticais no
centrado de água quando o nível da água do coroamento
reservatório as atinge, podendo consequente-
mente conduzir a uma muito rápida erosão e O que é:
à formação de uma brecha. Trata-se assim de
uma manutenção a executar logo após a sua Aparecimento de fissuras verticais na direção
detecção. do eixo do barramento no coroamento ou ao
longo dos taludes de montante e de jusante da
Se o nível da água subir acima da cota da barragem.
fissura e a água sair com pressão a jusante,
devem ser implementadas as medidas de Causa mais provável do problema:
alerta indicadas no Guia de Procedimentos de
• Recalques diferenciais entre zonas de
Emergência (Capítulo 6)
aterro adjacentes em barragens de aterro
zoneadas.
Recursos necessários:
• Recalques diferenciais devido à molhagem
no interior do aterro.
• Enxada
• Perda de estabilidade do aterro (em geral,
• Pá
com forma arqueada).
• Carrinho de mão
Equipamentos e
materiais: • Utensílios para aquecer Importância dessa manutenção:
e aplicar o material
betuminoso Por permitirem a infiltração de água, as trincas
longitudinais verticais podem causar a dimi-
• Material betuminoso
nuição da resistência na zona do aterro a elas
adjacente, pondendo conduzir ou acelerar a
• Pedreiro
Pessoal: ruptura do talude por deslizamento.
• Servente de pedreiro
Trata-se de uma manutenção a executar logo
após a sua detecção.
Como fazer?
Se existir desnível entre as faces da fissura
• Descer, se necessário, o nível d’água no re- (escarpa), corresponde a um deslizamento,
e a manutenção a efetuar é descrita em 4
servatório para uma cota inferior à da trinca.
– Deslizamentos.
• Limpar a trinca.
O que é:
O que é:
Movimento à superfície de uma massa rip-rap e
Aparecimento de fissuras horizontais na di-
de solo do talude de montante.
reção do eixo do barramento nos taludes de
montante e de jusante da barragem, sem ou
Causa mais provável do problema:
com circulação de água.
Declive do talude de montante demasiado
Causa mais provável do problema:
íngreme para o esvaziamento rápido do
Efeito de arco em vales muito apertados du- reservatório.
rante o enchimento das barragens, em que a
deformação da parte superior da barragem não
Importância dessa manutenção:
acompanha a deformação da parte inferior.
Em geral, não representam uma ameaça ime-
Importância dessa manutenção: diata à integridade da barragem, mas podem
provocar a obstrução da entrada da descarga
É necessário proceder a manutenção logo de fundo/tomadas de água ou a ocorrência
após a sua detecção, uma vez que estas trincas de deslizamentos profundos de maiores
• Conjunto Motobomba
Recursos necessários:
Equipamentos e • Enxada
materiais: • Pá
• Enxada
• Carrinho de mão Equipamentos e
• Pá
materiais:
• Carrinho de mão
Pessoal: • Servente de pedreiro
O que é: O que é:
Trata-se, assim, de uma manutenção de cará- Em geral, as depressões não constituem uma
ter urgente. Se o escorregamento tiver reduzido ameaça para a barragem. A manutenção deve-
significativamente a borda livre e o nível da rá ser feita para evitar a acumulação e a mais
água estiver elevado, constitui uma situação fácil infiltração de águas nestas zonas. Quando
de alerta. Se houver galgamento da barragem atingem o coroamento, podem contribuir para
pelo local do escorregamento, trata-se de uma a perda de borda livre.
situação de emergência. Nestes casos, devem
ser implementadas as medidas indicadas Recursos necessários:
no Guia de Procedimentos de Emergência
(Capítulo 6).
• Equipamentos e materiais:
• Enxada
Recursos necessários:
• Pá
Equipamentos e
• Carrinho de mão
Equipamentos e • Conjunto Motobomba materiais:
materiais: • Compactador manual
• Solo argiloso
Pessoal: • Servente de pedreiro • Rip-rap
• Pedreiro
Como fazer? Pessoal:
• Servente de pedreiro
• Descer o nível da água no
reservatório, se necessário.
Como fazer?
• Requerer a orientação de um
engenheiro de barragens. • Repor a geometria inicial através da lim-
peza e escarificação do solo superficial e
posterior compactação de solo argiloso no
coroamento e no paramento de jusante.
5. Depressões
• Repor a geometria inicial do paramento de
5.1 Depressões com pendentes suaves montante através da colocação de rip-rap.
• Enxada
• Pedreiro
• Pá Pessoal:
Equipamentos e • Servente de pedreiro
• Carrinho de mão
materiais:
• Compactador manual
• Solo argiloso
Como fazer?
e à ruptura da barragem.
Causa mais provável do problema:
As áreas sem vegetação são erodíveis pela
Falta de erradicação dos cupins numa fase
ação da água das chuvas.
inicial.
Esta manutenção é, assim, essencial.
Importância dessa manutenção:
• Roçador
Recursos necessários:
• Tesoura de poda
Equipamentos e
• Enxada
materiais: • Máscara
• Pá
• Luvas
• Solo orgânico
• Mangueira
• Sementes Equipamentos e
materiais: • Produto para a eliminação
• Rip-rap dos cupins
• Calda de cimento ou
• Trabalhador da fazenda equivalente
Pessoal:
• Servente de pedreiro
Pessoal: • Trabalhador da fazenda
Como fazer?
Como fazer?
• Cortar as árvores e os arbustos de grande
• Eliminar os cupins de acordo com o indicado
porte ao nível do talude.
na Figura 28.
• Colocar solo orgânico nas zonas com falta
• Preencher as galerias do cupinzeiro com
de vegetação. calda de cimento.
• Semear vegetação adequada.
6.4.2 Tocas e buracos de roedores
• Regar a zona semeada na época estival.
O que é:
Recursos necessários:
• Enxada
Equipamentos e • Pá
materiais: • Betoneira
• Concreto magro
Como fazer?
Recursos necessários:
• Requerer a orientação de um
• Enxada engenheiro geotécnico.
• Pá
7.4 Equipamentos
• Carrinho de mão
Equipamentos e
• Flutuadores
materiais: 7.4.1 Funcionamento inadequado da
• Cordas
comporta ou do registro
• Estacas de amarração
• Barco O que é:
• Limpar os detritos existentes na bacia hidro- Obstrução parcial ou total da entrada ou saída
gráfica na proximidade do reservatório. da descarga de fundo/tomada d’água.
• Requerer a orientação de um
engenheiro de barragens Como fazer?
7.4.2 Funcionamento
• Colocar rip-rap de proteção ou de reparação
inadequado do vertedouro ou da descarga
de fundo/tomada d’água por erosão da zona na zona a jusante da bacia de dissipação do
de restituição vertedouro ou da descarga de fundo.
• Colocar rip-rap de proteção no pé de jusante
O que é: da barragem se esta tiver sinais de erosão.
• Requerer a orientação de
Perturbação das condições de restituição da
um engenheiro de barragens
vazão do vertedouro aumentando a capacida-
se as erosões forem muito
de de erosão na zona de restituição.
intensas ou tiverem ocorrido
Causa mais provável do problema: após a realização das tarefas
1 a 2.
Concepção inadequada da bacia de dissipação
7.4.3 Funcionamento
do vertedouro ou da descerga de fundo. inadequado da descarga de fundo/tomada
d’água
Grande erobilidade da zona de restituição a
jusante da bacia de dissipação do vertedouro
ou da descarga de fundo. O que é?
O que é?
Barragem:
Mês 1:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada (1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
A.3 Garantia da integridade da vedação
A.4 Preenchimento de sulcos ligeiros
e buracos pequenos
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada (1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 2:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superfi-
cial nas ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 3:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial nas
ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Mês 4:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada (1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
A.1 Reparação corrente de trincas devido
à secagem
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada (1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 5:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial
nas ombreiras
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 6:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial
nas ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Mês 7:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada (1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada (1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 8:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial
nas ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 9:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Mês 10:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada (1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações (3)
atmosféricas
A.1 Reparação corrente de trincas devido
à secagem
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada (1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 11:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial
nas ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Barragem:
Planejamento e Registro de Operação e Manutenção
Mês 11:
Condições (2)
Tarefa de Operação Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Leitura do nível do reservatório Nível d’água:
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Preventiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
B.4 Garantia da integridade da vedação
D.1 Drenagem de escoamento superficial
nas ombreiras
F.1 Limpeza de detritos e outros obstáculos
G.1 Limpeza de detritos e outros
obstáculos
H.2 Garantia de integridade da vedação
J.4 Remoção das plantas aquáticas
Condições (2)
Tarefa de Manuteção Corretiva Executada(1) Data Autoria Observações(3)
atmosféricas
Como regra geral, as inclinações dos para- O projeto deverá indicar a posição da linha de
mentos devem ser justificadas com base no saturação no perfil da barragem e os disposi-
estudo da estabilidade dos maciços, apoiado tivos drenantes adotados para que ela se situe
nos resultados dos ensaios para determinação totalmente no interior do maciço.
das características mecânicas. Salienta-se, no
entanto, que a adoção de taludes mais suaves Nos casos em que as dimensões da bar-
representa apenas um pequeno incremento do ragem (altura e volume), a capacidade do
custo de pequenas barragens, mas é capaz de armazenamento e o dano potencial a jusante
aumentar muito a segurança da barragem. possam justificar que o projeto deixe de se
fundamentar em ensaios de determinação das
No cálculo do maciço de montante deve ser
características mecânicas dos solos a empre-
considerada a situação correspondente a um
gar, as inclinações dos respectivos paramentos
esvaziamento brusco do reservatório. Se não se
serão fixadas de harmonia com as indicações
fizer cálculo mais rigoroso, as pressões inters-
ticiais poderão ser calculadas, admitindo que da experiência.
em pontos à profundidade , contada na vertical No Quadro 1 indicam-se as inclinações que
a partir do paramento, a pressão intersticial é poderão ser adotadas em pequenas obras de
dada pelo produto do peso do volume da água,
perfil homogêneo, para os diferentes grupos de
yw por h.
classificação dos solos. As inclinações aí indi-
No cálculo do maciço de jusante deverá ser cadas para o caso de barragens não sujeitas a
considerada a situação correspondente ao esvaziamento brusco do reservatório apenas
reservatório cheio, isto é, com a água ao nível poderão ser adotadas quando no projeto se
máximo normal. Se não se fizer cálculo mais prove que tal é de admitir.
Quadro 1 – Inclinações dos taludes dos paramentos de montante e de jusante em barragens homogêneas
O paramento de montante deverá ser pro- Os materiais para filtros e drenos devem, em
tegido da erosão provocada pelas ondas por geral, ser materiais obtidos por britagem, devi-
meio de um revestimento de enrocamento, do aos materiais naturais se encontrarem, em
de solo-cimento, betuminoso ou de outro tipo regra, demasiado contaminados.
convenientemente justificado.
Não havendo materiais disponíveis para filtros,
O paramento de jusante deve ser protegido sendo o sobrecusto relativo à sua aquisição e
da ação da chuva e da água proveniente das transporte elevado, poderá ser equacionada a
descargas e dos verdedouros, tomando-se ain- utilização alternativa de geossintéticos em zo-
da medidas contra os animais que revolvem a nas não críticas da barragem, em substituição
terra. Quando a altura da barragem o justificar, dos materiais naturais.
deverá completar-se a proteção do paramento
Vertedouro(s) de cheias
de jusante por meio de banquetas dotadas de
valetas de escoamento das águas superficiais.
Os órgãos de descarga das cheias devem oferecer
Núcleo de barragens zoneadas garantia de segurança total contra o galgamento
da barragem. Em pequenas barragens são
Em barragens zoneadas o núcleo impermeável muitas vezes considerados dois tipos de verte-
deve atingir a cota do nível máximo de cheia. douros, o vertedouro principal e o vertedouro de
Recomenda-se que a largura do núcleo na emergência, ou apenas o vertedouro principal.
base não seja inferior à metade da altura da
O vertedouro principal não deve ser suscetível
barragem, com um mínimo de 4 m.
à erosão, dado ser expectável que funcione
Filtros todos os anos. Quando associado a um
vertedouro de emergência, pode ser mate-
A drenagem através de filtros e drenos é essen- rializado através de tubulações verticais ou
cial para reduzir a possibilidade de erosão inter- inclinadas, devidamente protegidas contra
na, considerando-se indispensável a colocação obstruções por materiais flutuantes. Quando
de sistemas de drenagem interna, constituídos isolado, deve ser em soleira livre.
O(s) vertedouro(s) de cheias não deverá(ão) fi- Deve ser adotado um valor mínimo de 0,30 m
car integrado(s) no corpo de barragens de terra. para a contra-flecha na seção de maior altura.
Usualmente, cada camada será levada até à Será mantido pelo técnico responsável no local
umidade conveniente para a compactação por da obra um registro dos resultados dos ensaios
rega sobre o aterro ou no empréstimo, com cui- de controle, com indicação das datas e das
dadosa dispersão de água para conseguir mo- coordenadas dos pontos em que os ensaios de
lhagem uniforme. Será, em regra, conveniente controle foram realizados.