Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo ● No Brasil, a energia elétrica é historicamente oferecida pelo aumento da produção ou pelo lado
da oferta. A escassez dos recursos financeiros, o crescimento da demanda, o controle dos impactos
ambientais e a longa maturação dos projetos hidrelétricos apontam-na como importante alternativa à
busca da eficiência energética pelo lado do usuário. Quanto ao consumo, o perfil nacional registra o fato de
que praticamente um quarto de toda a energia elétrica produzida provém dos motores elétricos. A proposta
do trabalho é apresentar critérios para o dimensionamento dos motores trifásicos industriais visando a
melhor condição de rendimento quando operam com cargas variáveis, periódicas e de ciclos definidos.
Palavras-chave ● dimensionamento de motores elétricos, rendimento de motores elétricos, métodos de
partida de motores elétricos
∴ PEF =
∑ Pi 2
⋅ ∆ti Pn > P’EF
(5)
T
C MM é para a condição: A1 + A2 = A3
CRM é para a condição: B1 = B2
com as correntes de rotor e estator nos valores de PDisp Potência disponível, para o motor acio-
partida, suportando um acréscimo de aqueci- nar a carga
mento, logo após o funcionamento de regime, sob kpfr Coeficiente em função de:
condições nominais e sem ultrapassar os limites de partida kpfr = 1
temperaturas de pico estabelecidos em normas. frenagem kpfr = 3
Os tempos de rotor bloqueado apresentados reversão kpfr = 4
em catálogos dos fabricantes de motores estão Np Número de partidas, frenagens ou rever-
sempre referenciados à classe térmica B. Para os sões por hora
motores que apresentam limitações pelo tempo Ip Relação entre as correntes de partida final
máximo de rotor bloqueado na classe de isolação In e nominal do motor
B é possível substituir a classe térmica por outra tAC Tempo de aceleração
de nível térmico superior, F ou H, e, portanto,
aumentar o tempo de rotor bloqueado. A cons- A potência disponível do motor para operar
trução é considerada especial e de preço de aqui- nas condições de partida e eventuais frenagens deve
sição aumentado. ser superior à potência eficaz corrigida e exigida.
A fim de que a temperatura máxima durante o Concluindo, a potência nominal do motor deve
pico da partida não ultrapasse os limites da classe satisfazer plenamente a inequação:
térmica os fabricantes recomendam que o tempo
de aceleração, tAC , seja inferior a 80% do tempo Pn > PDisp > P’EF
máximo de rotor bloqueado, tMRB (21)
.
tAC ≤ 0,8 . tMRB
( 19 ) Importante vantagem econômica é conseguida
pela substancial redução do consumo de energia
D. Dimensionamento pelo critério da elétrica pelo correto dimensionamento dos moto-
potência disponível res aplicados nos mais diferentes tipos de acio-
Nos momentos de partida e aceleração, as namentos.
perdas Joule nos enrolamentos são excessivas e o A metodologia de cálculo de dimensiona-
acréscimo de temperatura não é desprezível. Em mento apresentada motiva os usuários a adequar
muitas aplicações para reduzir o tempo de frena- os motores atualmente aplicados em processos,
gem o motor não é apenas desenergizado, mas racionalizar o uso de energia elétrica e principal-
também desacelerado com o auxílio de c.c. apli- mente identificar oportunidades de redução de
cada ao enrolamento do estator ou ainda por re- custos operacionais, comprovando as vantagens
versão elétrica. do adequado dimensionamento do motor.
A potência disponível para o motor acionar a
carga é conceituada como a potência que poderá Referências bibliográficas
ser requerida do motor mesmo submetido a par-
tidas, frenagens ou reversões, sem comprometer ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
5383 – Máquinas elétricas girantes, Máquinas de
a sua integridade ou dos materiais isolantes e
indução. Determinação das características, 1982; NBR
determinada em Lobosoco & Dias (1998).
7094 – Máquinas elétricas girantes, Motores de indução.
Especificação, novembro de 1996; NBR 5432 –
Máquinas elétricas girantes. Dimensões e potências
2
Ip nominais, agosto de 1983.
3600 − k pfr ⋅ N p ⋅ t AC ⋅ AGÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE ENERGIA DE SÃO
In
PDisp = Pn ⋅ PAULO. Manual da administração de energia, nº 2
3600 − 2 ⋅ N p ⋅ t AC
(Força motriz), 1997.
EBERLE. Catálogo. Motores elétricos trifásicos para uso
(20) industrial. Edição 2000.
250 ● Motores trifásicos de indução
JORDAN, E. H., Energy Efficient Electric Motors and Their KOHLBACH. Catálogo. Motores elétricos trifásicos. Edição
Applications. Nova York/Londres: Plenum, 1994, 2ª ed. 2000.
JORDÃO, R. G. Máquinas síncronas. São Paulo: Edusp, WEG. Catálogo geral – Motores elétricos. Edição 2000.
1980.
LOBOSCO, O. S. & DIAS, J. L. P. Da seleção e aplicação de
motores elétricos. Vol. 1 e 2. McGraw-Hill, 1988.