Você está na página 1de 5

Introdução

Os monossacarídeos, principalmente as hexoses, podem se unir em cadeia,


formando desde dissacarídeos (com duas unidades, como a sacarose, que une uma frutose
e um a glicose) até polissacarídeos (com grande número de unidades, como o amido, que
tem cerca de 1.400 moléculas de glicose, e a celulose, formada por entre 10 mil e 15 mil
moléculas de glicose). Embora muitos polissacarídeos sejam formados pela mesma
unidade (glicose, no caso do amido e da celulose), as diferenças em suas estruturas, como
presença ou não de ramificações variedade nas ligações entre as unidades, conferem a
eles propriedades físico-químicas muito diversas. Outro polissacarídeo importante é a
quitina, que constitui o exoesqueleto da carapaça dos artrópodes (insetos e crustáceos).
A estrutura molecular da celulose e da quitina impede que sejam digeridos pelas
enzimas do nosso trato gastrintestinal. A celulose, presente na madeira, é o composto
orgânico mais abundante no planeta. Como o filo dos artrópodes tem o maior número de
espécies e indivíduos na natureza, a quitina é outro polissacarídeo abundante. Além disso,
os ácidos nucléicos (DNA e RNA), moléculas responsáveis pela hereditariedade e
encontradas em todos os seres vivos, têm açúcares (ribose e desoxirribose) em suas
estruturas. Os carboidratos, portanto, são os compostos biológicos predominantes na
natureza. (Pomin, Mourão).
O processo da cromatografia ocorre através de moléculas presentes em misturas
complexas, podendo ser separadas com base na solubilidade de diferentes solventes e em
suas mobilidade s em substratos. Pode ser utilizada para a identificação de compostos,
por comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos,
se parando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma
mistura.
O termo cromatografia foi primeiramente empregado 1906 e a sua utilização
atribuída a um botânico russo ao descrever suas experiências na separação dos
componentes de extratos de folhas [2]. A cromatografia é um método físico-químico de
separação [2], que se beneficia das diferenças de cargas, tamanho, afinidade de ligação e
outras propriedades da proteína. Um material sólido poroso com propriedades
apropriadas (fase estacionária) é mantido em uma coluna, e uma solução tamponada (fase
móvel) passa através dele. A solução contendo a proteína por exemplo, na cromatografia
de aminoácidos, adicionada no topo da coluna, percorre a matriz sólida como uma banda
em contínua expansão pela fase móvel. Proteínas individuais migram mais rápido ou mais
lentamente através da coluna, dependendo das suas propriedades [1].
A cromatografia pode ser classificada basicamente por duas formas diferentes. A
primeira é classificada pela forma física do sistema, podendo ser dividida em
cromatografia planar e cromatografia em coluna. A cromatografia planar resume-se à
cromatografia em papel (CP), à cromatografia por centrifugação (Chromatotron) e à
cromatografia em camada delgada (CCD). A segunda é baseada na fase móvel, sendo três
os tipos de cromatografia: a cromatografia gasosa, a cromatografia líquida e a
cromatografia supercrítica (CSC). A cromatografia líquida apresenta uma importante
subdivisão: a cromatografia líquida clássica (CLC) e a cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE). No caso de fases móveis gasosas, separações podem ser obtidas por
cromatografia gasosa (CG) e por cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR) [3].
O exemplo de cromatografia mais clássico é a cromatografia em papel onde uma
amostra líquida flui por uma tira de papel adsorvente vertical. O papel é composto por
moléculas extremamente longas chamadas celulose. A celulose é um polímero polar com
muitas regiões de altas e baixas densidades de elétrons. A cromatografia em papel é uma
das técnicas mais simples e que requerem menos instrumentos para a realização, porém
também apresenta as maiores restrições para realização em termos analíticos [4].
Neste método, sempre há uma substância capaz de fixar em sua superfície a
substância que está sendo separada, em um solvente fluido que desloca o material para
ser isolado. O conhecimento sobre a polaridade das moléculas das substâncias é
importante nesse assunto. Sabe-se que substâncias polares interagem mais intensamente
com solventes polares e substâncias apolares têm mais afinidade com solventes apolares.
Sendo assim, variando a polaridade do solvente, ou misturas de solventes, podem-se se
parar os componentes de uma amostra. Quando um solvente, com baixa polaridade,
percorre por capilaridade, uma tira de papel (celulose, que é um polímero de cadeias poli-
hidroxiladas de glicose) um soluto, aplicado inicialmente num certo ponto sobre o papel,
irá interagir em um grau maior com a celulose ou a fase solvente pouco polar, de acordo
com sua polaridade. Disso dependerá o seu deslocamento, ou seja, a distância percorrida
pelo soluto na tira, a partir do ponto de aplicação. Uma substância que "interage" mais
fortemente com a fase estacionária percorre um caminho menor que aquela que possui
uma interação mais fraca com esta fase.
Sob um conjunto adequado de condições, então, cada molécula de uma mistura
ira se deslocar a uma diferente velocidade sobre a fase estacionária e estará a uma
distância específica de um ponto de origem, quando cessar o fluxo de solvente. Este
fenômeno pode ser convenientemente expresso como um fator de retardo ou fator de
retenção (Rf), definido como [1]:

Rf =

Objetivos

• Entender o processo cromatográfico, e através da cromatografia em papel separar e


identificar os componentes de uma mistura contendo sacarídeos;

• Preparar um sistema adequado para a execução experimental de cromatografia de


sacarídeos;

• Aplicar corretamente os sacarídeos no papel de filtro;

• Revelar o cromatograma;

• Identificar os sacarídeos no cromatograma

Procedimento Experimental

Inicialmente, foi traçado no papel Whatman 1CRH (10x12 cm) uma reta distante
1,5 cm da base inferior do papel, então dividiu-se o papel em 4 partes iguais (de 2 em 2
cm) marcando os pontos com um lápis, um pouco abaixo da reta. Com o auxílio de um
capilar, fez a aplicação das amostras na reta, seguindo a orientação dos pontos. As
quantidades de açúcares usadas são: Maltose, 10 gotas; Arabinose, 3 gotas; Lactose, 8
gotas; Mistura, 10 gotas. Esperou-se secar para a colocar a próxima gota. Após aplicação
o papel foi dentro da cuba contendo o solvente, de modo que este fique em pé. A
extremidade onde foi aplicado o material ficou embebida no solvente. Manteve-se a cuba
tampada durante todo o experimento. Esperou-se 06 horas para o término da corrida. Após
esse tempo, tirou-se o papel da cuba e deixou secar.
Modo de revelação:

Primeiramente, com auxílio de uma pinça, mergulhou-se o papel cromatográfico


já seco em um pote contendo a SOLUÇÃO I (AgNO3 em acetona) durante 1 a 2 minutos
com agitação leve. Em seguida, retirou-se o papel e o mergulhou em outro pote contendo
a SOLUÇÃO II (NaOH 0,5N em etanol). Após 2 minutos mergulhou o papel na
SOLUÇÃO III (NH4OH 6N). Depois de lavar o papel várias vezes mergulhando-o em
um pote contendo H2O destilada e deixando secar sobre uma placa de vidro.

Resultados e Discussão

A cromatografia em papel é um método analítico muito usado, foram feitas as


cromatografias em quatro tempos diferente, 2h, 3h,4h e 5h. E obtivemos as seguintes
figuras:

Figura 1 – Cromatografia em papel para 2h e 3h

Figura 2 – Cromatografia em papel tempo: 4h e 5h


Pode-se observar que no tempo de 2 h os dissacarídeos e a amostra ainda não
tinham terminado a corrida, porém não foi possível calcular o RF para nenhuma delas,
visto o solvente ter passado do papel cromatográfico.
A cromatografia de 3 horas foi a que mostrou uma melhor definição da corrida
dos dissacarídeos Maltose, lactose, o monossacarídeo arabinose e a mistura, e pode-se
observar na mistura a presença dos sacarídeos, comparando a retenção da mistura com os
padrões. A corrida da arabinose foi a mais rápida, pois a mesma é um monossacarídeo,
possuindo então menor massa molecular e consequente é eluída mais facilmente, o
contrário do que ocorre com os dissacarídeos, que ficam mais tempo retidos.
Na corrida de 5 horas as amostras quase saíram do papel, porém ainda sim, foi
possível observar a corrida de cada um dos padrões e da mistura de sacarídeos.

Conclusão

Com base nas análises das cromatografias realizadas na pratica, foi possível
observar a separação dos diferentes carboidratos, e estabelecer uma análise sobre suas
estruturas e propriedades, onde ambas as amostra percorreram distancias distintas. Dessa
forma, foi possível identificar os diferentes carboidratos presentes na mistura, se
mostrando um teste qualitativo bastante eficaz, se executado corretamente.

Referências bibliográficas

[1] LEHNINGER, D.A.; WEST, D.M; HOLLER, F.J.; CROUCH, S.R. Fundamentos de
Química Analítica. 4ª Ed. São Paulo: Savier, 2006. 1202 p.

[2] COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L.; BONATO, P.S. Introdução a métodos


cromatográficos. 5ª Ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.

[3] http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf, acessado em 09/05/2019.

[4] PESSOA,Jr.A.;KILIKIAN,B.V. Purificação de produtos biotecnológicos. Barueri,


SP; Manole, 2005.

Você também pode gostar