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2017

Módulo 1 - Introdução à
Qualidade da Água
Material de Apoio dos cursos:

• Coleta e Preservação de
Amostras de Água e Sedimento
• Monitoramento e Diagnóstico
da Qualidade da Água
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador Geraldo Alckmin

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE


Secretário Ricardo Salles

CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL


DO ESTADO DE SÃO PAULO
Diretor-Presidente Carlos Roberto dos Santos

Diretoria de Gestão Corporativa,


em exercício Carlos Roberto dos Santos

Diretoria de Controle e
Licenciamento Ambiental Geraldo do Amaral

Diretoria de Avaliação de
Impacto Ambiental Ana Cristina Pasini da Costa

Diretoria de Engenharia e
Qualidade Ambiental Eduardo Luis Serpa

CETESB • COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

MISSÃO
Promover e acompanhar a execução das políticas públicas ambientais e de desenvolvimento
sustentável, assegurando a melhoria contínua da qualidade do meio ambiente de forma a atender
às expectativas da sociedade no Estado de São Paulo.

VISÃO
Aprimorar os padrões de excelência de gestão ambiental e os serviços prestados aos usuários e à
população em geral, assegurando a superação da atuação da CETESB como centro de referência
nacional e internacional, no campo ambiental e na proteção da saúde pública.

VALORES
Os valores, princípios e normas que pautam a atuação da CETESB, estão
estabelecidos no seu Código de Ética e Conduta Profissional.
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO À
QUALIDADE DA ÁGUA

MATERIAL DE APOIO DOS CURSOS:

• COLETA E PRESERVAÇÃO DE
AMOSTRAS DE ÁGUA E SEDIMENTO
• MONITORAMENTO E DIAGNÓSTICO
DA QUALIDADE DA ÁGUA

Coordenação Técnica
Geog. Dra. Carmen Lucia Vergueiro Midaglia
Biol. Dr. Claudio Roberto Palombo

Docentes
Biol. Dr. Claudio Roberto Palombo
Biol. Dr. Fabio N. Moreno

São Paulo, Abril de 2017

CETESB
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Av. Profº. Frederico Hermann Júnior, 345 - Alto de Pinheiros -
CEP: 05459-900 - São Paulo - SP
http://www.cetesb.sp.gov.br / e-mail: cursos@cetesbnet.sp.gov.br
https://www.facebook.com/escolasuperiordacetesb/
INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS:

ANA - Agência Nacional de Águas

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

ABC/MRE – Agência Brasileira de Cooperação/Ministério das Relações Exteriores

INSTITUIÇÕES COLABORADORAS:

OTCA - Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

ONU Meio Ambiente – Programa GEMS/Água

Carlos Ibsen Vianna Lacava Coordenação Executiva


Gerente do Departamento de Apoio Operacional - ET Claudia Maria Zaratin Bairão e Carolina Regina Morales
Tânia Mara Tavares Gasi Equipe Técnica do ETGC:
Gerente da Divisão de Gestão do Conhecimento - ETG Rita de Cassia Guimarães e Yhoshie Watanabe Takahashi.
Irene Rosa Sabiá
Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento ETGC

Esta apostila foi diagramada pelo ETGC - Setor de Cursos e Transferência de Conhecimento
Editoração Gráfica: Rita de Cassia Guimarães - ETGC / Capa: Vera Severo / Impressão: Gráfica-CETESB

© CETESB, 2017
Este material destina-se a uso exclusivo dos participantes dos Cursos e Treinamentos Práticos
Especializados, sendo expressamente proibida a sua reprodução total ou parcial, por quaisquer
meios, sem autorização da CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.
APRESENTAÇÃO

A água, um dos bens mais importantes para a atividade biológica, sendo procurada por todo o
universo como algo imprescindível para a vida é, infelizmente, tratada de forma inconsequente pela
maioria da humanidade.

Na percepção humana, a água é infinita e inesgotável. Desta forma, trata-a de forma incorreta
dentro dos conceitos ecológicos.

A fim de mudar esta característica de comportamento, o pleno entendimento da correlação água


– qualidade e quantidade versus usos múltiplos devem ser plenamente compreendidos, de modo a se
deixar para as próximas gerações possibilidades de sobrevivência com uma comunhão entre as suas
necessidades básicas e a preservação do meio ambiente.

A concepção de um curso desta magnitude indica que há necessidade de uma progressão contínua
de conhecimento que exige, para o pleno entendimento da natureza e a presença humana, tópicos que
paulatinamente levam a compreensão de um ambiente aquático natural (cada vez mais raro) até as
alterações progressivas advindas, tanto externas como do metabolismo interno no ecossistema hídrico.

Portanto, baseado nestas conceituações iniciais, o curso direcionar-se-á para o conhecimento dos
diversos tipos de ambientes aquáticos e seus principais compartimentos, enfatizando-se características
intrínsecas inorgânicas e orgânicas, correlações entre alterações de origem autóctones e alóctones,
considerando-se, a princípio, ambientes naturais sem nenhuma interferência antrópogênica.

Dessa forma, progressivamente, o conhecimento adquirido em cada um dos módulos do curso


orientará para uma compreensão, cada vez mais intensa, das ações humanas no equilíbrio dos
ecossistemas aquáticos.

Geog. Dra. Carmen Lucia Vergueiro Midaglia


Biol. Dr. Claudio Roberto Palombo
Coordenação Técnica
Carmen Lucia V. Midaglia
(cmidaglia@sp.gov.br)

Possui graduação em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Letras e


Ciências Humanas da USP -Depto Geografia (1984). Fez pos-
graduação em “Rural and Land Ecology Survey” pelo ITC- Faculty of
Geo-Information Science and Earth Observation (ITC) of the University
of Twente, em Enschede, na Holanda.Obteve Mestrado em Geografia
Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP - Depto Geografia (1994). Tem experiência em Meio Ambiente,
com enfase em Monitoramento da qualidade de águas. Em 2009
concluiu Doutorado na FFLCH-Geografia, com a proposta de um
Índice de Abrangência Espacial do Monitoramento das Aguas
Superficiais - IAEM, com enfase em gerenciamento espacial do
Recursos Hídricos e sua relação com o crescimento populacional,
evidenciando vulnerabilidades causadas pela pressão antrópica. É
professora e coordenadora de cursos na área de monitoramento de agua na Escola Superior da CETESB,
São Paulo.

Claudio Roberto Palombo


(cpalombo@sp.gov.br)

Biólogo da CETESB desde 1980. Formado pelo Instituto de


Biociências da Universidade de São Paulo. Licenciatura e
Bacharelado em Ecologia (1978). Mestrado (1989) e Doutorado
(1997) pelo Departamento de Ecologia Geral do Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo. Experiente em Limnologia
com ênfase em ambientes alterados. Professor Universitário e Analista
Técnico dos Projetos FEHIDRO relativos aos ecossistemas aquáticos.
Desenvolveu metodologias de controle integrado de ervas daninhas
aquáticas.

Dr. Biól. Fabio Netto Moreno


(fmoreno@sp.gov.br)

Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa


Catarina (1993), mestrado em Engenharia Ambiental pela Universidade
Federal de Santa Catarina (1998) e doutorado em Ciências do Solo pela
Massey University (2004), Nova Zelândia. Pós-Doutorado pelo Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo (2009). Trabalha na
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo-CETESB, no Setor de
Águas Superficiais. Docente do curso de Pós-graduação em Química
Ambiental e Engenharia do Controle da Poluição das Faculdades Osvaldo
Cruz.
SUMÁRIO
Aspectos Introdutórios de Qualidade das águas
- Biol. Claudio Roberto Palombo .................................................................................................................................. 13

Introdução Geral .......................................................................................................................................................... 15

I. Introdução ......................................................................................................................................................... 17
II. Atividades da Limnologia ................................................................................................................................... 17
III. Distribuição da Água no Planeta ....................................................................................................................... 18
IV. A gênese dos ecossistemas lacustres ............................................................................................................. 18
V. Tempo de Residência ....................................................................................................................................... 29
VI. Águas Continentais ........................................................................................................................................... 30
VII. Propriedades físicas e químicas da água e sua importância limnológica .......................................................... 32
VIII. Radiação no Meio Aquático ............................................................................................................................... 34
IX. A radiação e seus múltiplos efeitos em águas continentais ............................................................................... 38
X. Elementos Físicos, Químicos e Biológicos ....................................................................................................... 40
XI. Sedimento ........................................................................................................................................................ 43
XII. A comunidade de macrófitas aquáticas (Figura 40) .......................................................................................... 44
XIII. A comunidade fitoplanctônica ............................................................................................................................ 46
XIV. ICF – Índice da Comunidade Fitoplanctônica .................................................................................................... 49
XV. A comunidade zooplanctônica .......................................................................................................................... 49
XVI. ICZres – Índice da Comunidade Zooplanctônica para Reservatórios ................................................................. 51
XVII. A comunidade bentônica ................................................................................................................................... 52
XVIII. ICB – Índice da Comunidade Bentônica ............................................................................................................ 53
XIX. Eventos naturais que alteram a qualidade da água ........................................................................................... 54
XX. Eutrofização ..................................................................................................................................................... 58

Referência Bibliográfica ............................................................................................................................................... 66

Variações Espaciais e Temporais na Qualidade da Água, Principais Parâmetros de Qualidade da


Água e Contaminantes Emergentes
- Biol. Fabio Netto Moreno ............................................................................................................................................ 67

1. Conceito de Qualidade da Água ........................................................................................................................ 69


2. Usos da água e requisitos de qualidade ............................................................................................................ 69
3. Principais fontes de poluição da água ............................................................................................................... 69
4. Principais poluentes aquáticos ......................................................................................................................... 71
5. Variáveis de qualidade da água ......................................................................................................................... 71
6. Padrões de Qualidade da Água ........................................................................................................................ 76
7. Variações Espaciais e Temporais ..................................................................................................................... 78

Referências Bibliográficas ........................................................................................................................................... 88

Lista de Tabela

Tabela 1 – Distribuição da Água na Terra ................................................................................................................ 18


Tabela 2 – Tempo de Residência da àgua ............................................................................................................... 30
Tabela 3 – Propriedade da Água ............................................................................................................................. 33
Tabela 4 – Grupos de algas com representantes no fitoplâncton límnico e marinho ................................................ 48
Tabela 5 – Classificação do Índice da Comunidade Fitoplanctônica – ICF .............................................................. 49
Tabela 6 – Índice da Comunidade Bentônica para zona sublitoral de reservatórios (ICBRES-SL) ........................... 53
Tabela 7 – Índice da Comunidade Bentônica para zona profundal de reservatórios (ICBRES-P) ............................ 54
Tabela 8 – Índice da Comunidade Bentônica para rios (ICBRIO) ............................................................................. 54
Tabela 9 – Classificação dos corpos d’água relacionados aos níveis de eutrofização ............................................. 60
Tabela 10 – Características de Ambientes Oligotrófico e Eutróficos .......................................................................... 62
Tabela 11 – Pocessos físicos (mecânicos), químicos e biológicos como medidas de terapia
(corretivas de um ambiente aquático impactado .................................................................................... 65
SUMÁRIO

Lista de Figuras

Figura 1 – Esquema da gênese tectônica .............................................................................................................. 19


Figura 2 – Tipos de zonas de tensão tectônica ....................................................................................................... 20
Figura 3 – Exemplo de Lagos de Cratera ............................................................................................................... 20
Figura 4 – Lagos do tipo “maar” .............................................................................................................................. 20
Figura 5 – Exemplo de um lago de caldeira ............................................................................................................ 21
Figura 6 – Exemplo de lago com barragem vulcânica ............................................................................................ 21
Figura 7 – Exemplo de um lago em circo ............................................................................................................... 21
Figura 8 – Lago formado pela barragem de uma morena (moraina) ....................................................................... 22
Figura 9 – Exemplo de lago de fiordes .................................................................................................................... 22
Figura 10 – Exemplo de lago formado em terreno de sedimentação glacial ............................................................. 22
Figura 11 – Lagos de solubilização das rochas de sal-gema .................................................................................... 23
Figura 12 – Lagos de solubilização das rochas de gipsita ........................................................................................ 23
Figura 13 – Lagos formado pela atividade de castores (Castor candensis e Castor fiber) ........................................ 24
Figura 14 – Exemplo de um lago formado a partir de impacto de meteorito e exemplares de meteoro ..................... 25
Figura 15 – Exemplo de lago de barragem ............................................................................................................... 25
Figura 16 – Formação de um lago de meandro abandonado; vista de um lago de meandro ..................................... 26
Figura 17 – Vista de um lago de inundação .............................................................................................................. 26
Figura 18 – Vista da Lagoa do Abaetê (BA) ............................................................................................................... 26
Figura 19 – Vista de uma lagoa de enseada ............................................................................................................. 27
Figura 20 – Vista de um lago de desembocadura ..................................................................................................... 27
Figura 21 – Visão de recife de coral interceptando um rio ......................................................................................... 27
Figura 22 – Visão de um lago formado por deposição mista ..................................................................................... 28
Figura 23 – Visão de uma lagoa de restinga ............................................................................................................. 28
Figura 24 – Exemplo de Represa e Açude ................................................................................................................ 29
Figura 25 – Corte mostrando os diversos compartimentos de um ecossistema lacustre ......................................... 31
Figura 26 – Algumas características da molécula da água com destaque a sua estrutura ....................................... 32
Figura 27 – As moléculas de água formando pontes de hidrogênio e cluster ............................................................ 32
Figura 28 – Formação da tensão superficial e aspecto da importância ecológica ..................................................... 33
Figura 29 – Diagrama mostrando o comportamento da radiação solar em um ambiente aquático ........................... 34
Figura 30 – Alguns aspectos da radiação sobre alguns componentes do ambiente aquático ................................... 35
Figura 31 – Esquema indicando a radiação solar no Planeta, sendo que, como destacado nas
Figuras 32 e 33, uma parte é absorvida pelo bioma aquático ................................................................. 35
Figura 32 – Esquema sobre o efeito da radiação sobre a molécula de água ............................................................ 36
Figura 33 – Esquema destacando a dispersão e absorção dos diversos componentes do
ecossistema hídrico ............................................................................................................................... 36
Figura 34 – Esquema da dispersão na água segundo o comprimento da onda ........................................................ 37
Figura 35 A – Disco de Secchi atado com corda graduada ......................................................................................... 37
Figura 35 B – Esquema com a Medição da Transparência da Água com disco de Secchi ........................................... 38
Figura 36 – Esquema mostrando a Estratificação Térmica em Lagos ..................................................................... 38
Figura 37 – Exemplos de estratificação e desestratificação em lagos ...................................................................... 40
Figura 38 – Exemplo de algumas interações relativas ao elemento carbono ............................................................ 43
Figura 39 – Exemplo da dinâmica do Fósforo (P) relacionada à sua interação água/sedimento ............................... 44
Figura 40 – Esquema com os diversos tipos de macrófitas aquáticas relacionadas à sua
posição no ambiente hídrico .................................................................................................................. 44
Figura 41 – Exemplos de macrófitas aquáticas em diferentes nichos ecológicos ..................................................... 45
Figura 42 A – Cianobactéria (exemplo) ........................................................................................................................ 46
Figura 42 B – Chlorophyta ........................................................................................................................................... 46
Figura 42 C – Euglenophyta ......................................................................................................................................... 47
Figura 42 D – Chrysophyta .......................................................................................................................................... 47
Figura 42 E – Pyrrophyta ............................................................................................................................................. 47
Figura 42 F – Exemplos dos grupos genericamente denominados de “algas” ............................................................. 48
Figura 43 – Representantes da comunidade zooplanctônica .................................................................................... 50
Figura 44 – Esquema de alguns representantes do zooplâncton .............................................................................. 51
Figura 45 – Classificação segundo a comunidade zooplanctônica para reservatórios .............................................. 51
Figura 46 – Esquema de alguns representantes da comunidade bentônica ............................................................. 52
Figura 47 – Desenho esquemático das principais placas tectônicas do Planeta ...................................................... 55
Figura 48 – Exemplo simplificado da dinâmica atmosférica do Planeta .................................................................... 56
Figura 49 – Esquema de alguns aspectos de um terremoto ..................................................................................... 56
Figura 50 – Alguns aspectos da atividade vulcânica ................................................................................................. 57
SUMÁRIO
Figura 51 – Exemplos de Sucessão Ecológica ........................................................................................................ 57
Figura 52 – Exemplo de Eutrofização Natural ........................................................................................................... 58
Figura 53 – Esquema da curva hipotética da eutrofização relacionada a fatores naturais e artificiais ....................... 59
Figura 54 – Esquema mostrando as consequências do processo de eutrofização artificial, através do
aporte de P e N, no ecossistema lacustre ............................................................................................. 63
Figura 55 – Esquema simplificado de eutrofização artificial modificando o equilíbrio do ecossistema lacustre ......... 63
Figura 56 – Esquema do processo de autodepuração ao longo do tempo após aporte de nutrientes
(efluente doméstico) .............................................................................................................................. 64
Figura 57 – Esquema simplificado das inter-relações dos fatores que afetam o metabolismo de um lago,
relacionado à produtividade ................................................................................................................... 65
Figura 58 – Poluição das águas por fontes difusas (a) e pontuais (b) ....................................................................... 70
Figura 59 – Variação Espacial e Temporal do IQA – índice de Qualidade de Água do ano de 2005 e de 2015
no Estado de São Paulo. (Midaglia, C.L., 2016) ..................................................................................... 78
Figura 60 – Evolução da carga remanescente no Estado de São Paulo – 2010 a 2015 (CETESB, 2016). ............... 80
Figura 61 – Carga remanescente de DBO por Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI)
(CETESB, 2016) .................................................................................................................................... 81
Figura 62 – Transporte de poluentes de origem difusa pela superfície e sub-superfície (adaptado de
Novotny, 2003) ....................................................................................................................................... 81
Figura 63 – Variações nas cargas unitárias de Sedimentos Suspensos, Fósforo Total, Nitrogênio Total e
Chumbo na Região dos Grandes Lagos, EUA, no ano de 1970 antes do Chumbo ser banido
dos combustíveis. Usos do solo: 1- Agricultura em geral, 2- Culturas agrícolas; 3- Pastagem;
4- Florestas; 5- Culturas perenes/exóticas; 6-Lodo de esgoto; 7-Irrigação por aspersão;
8- Urbano em geral; 9- Residencial; 10- Comercial; 11- Industrial; 12-Urbano em
desenvolvimento (Fonte: Novotny, 2003) ................................................................................................ 84
Figura 64 – Conceito do First-flush. Em um evento de escoamento urbano a vazão de pico no
hidrograma pode conter uma maior fração da carga poluidora do que a fração final (adaptado
de Novotny, 2003) .................................................................................................................................. 85
Figura 65 – Relação entre o coeficiente de escoamento (CR =volume de escoamento/volume de precipitação)
e a porcentagem de áreas impermeáveis em áreas urbanas obtido a partir do estudo NURP
(Fonte: Novotny, 2003) ........................................................................................................................... 87
ASPECTOS
INTRODUTÓRIOS DE
QUALIDADE DAS
ÁGUAS

BIOL. DR. CLAUDIO ROBERTO PALOMBO

Cadernos da
Gestão do Conhecimento

13
14
Introdução Geral

A limnologia, ciência que estuda as águas denominadas de “doce” ou águas interiores,


estabelecida em início do século XIX, vem se desenvolvendo e aprimorando conhecimento a fim de
atender, cada vez mais, a demanda que cresce potencialmente para suprir as necessidades
humanas de abastecimento humano, da agricultura e indústria.

Como consequência de todas essas atividades, a qualidade da água que abastecerá cada
uma dessas demandas exigirá, cada vez mais, conhecimentos que vão desde o ponto inicial de
produção da água, seus múltiplos usos até o descarte em algum ponto do planeta, que pode ser
pontual ou disperso.

Devido a enorme quantidade de conhecimentos necessários para o pleno entendimento do


ciclo da água nesse contexto, houve a necessidade de dividi-lo em diversos capítulos, nos quais
se debaterão desde o ambiente natural sem interferência antrópica até as consequências de cada
atividade humana nos corpos hídricos.

Nesta introdução ao curso, serão destacados os aspectos teóricos técnicos dos ambientes
limninéticos lêntico e lótico natural, sem a interferência humana, para que se possa, no decorrer do
curso, atentar as modificações do ambiente aquático nos vários níveis dentro do ecossistema.

Em face do exposto, constar-se-á, às vezes, duplicidade de informações; porém, serão mais


detalhadas em cada tópico para que, ao final do curso, o aluno tenha a capacidade de compreender
e avaliar as complexas relações dos diversos parâmetros ambientais físicos, químicos e biológico
na dinâmica dos ambientes hídricos neste planeta chamado Terra (na ecologia é denominado de
Ecosfera).

15
16
ASPECT
TOS INTR
RODUTÓR
RIOS DE QUALIDA
ADE DAS
S ÁGUAS

I. Introduç
ção

A Lim
mnologia é a ciência que estuda o ambiente aquático “d doce”, tantoo no meio lê
êntico
= ammbiente de águas paradas ou d de pouca movimentaç
m ção como lagos, lago oas e
reserrvatórios, quanto
q de meio
m lótico = ambiente de águas s movimenttadas tais como
rios e corredeiraas. Este terrmo é comp posto do grrego. Límné
é,és que siggnifica “pân
ntano,
lago,, lagoa”, ma
ais o sufixo Logus = esstudo.

Desssa forma, a Limnologiaa é a parte d


da ciência ambiental
a que
q está dirrecionada para
p o
entenndimento do
d comporrtamento do o ambiente e aquático nos seuss mais diversos
aspeectos ecológicos, isto é, a correelação entrre os parâmmetros físiccos, químic
cos e
ógicos na dinâmica dos
bioló s vários corp
pos hídricos
s que se en
ncontram noo Planeta.

Um e enfoque qu ue se deve ter sempre e em mentte é que “c


cada lago é um órgã ão da
Terraa”. Isto sig
gnifica que se deve cconsiderar cada
c ambie
ente aquátiico como único,
ú
passsiveis de co omparação entre eless, porém nunca
n iguais nos seuss mais diversos
aspeectos ecológgicos.

Duraante a história das ciên


ncias ambieentais, houvve diversas tentativas de classificcar os
ambiientes aquá áticos. Uma delas esstabelecia a sua posição geográáfica, tais como
tropiccais temperados, etc.; outra rela
acionada a aspectos químicos
q daa água tal como
ausêência e ou presença
p de
e oxigênio ddissolvido durante
d o ano. Como ttanto a dinâ âmica
aquáática quantoo a posição geográficca não esta abelecem condições
c iidênticas, essas
e
tenta
ativas não surtiram
s o efeito
e desejjado, tornan
ndo, dessa forma, a cclassificação o dos
corpo os d´água dentro
d de um contexto mais amplo, envolven ndo os concceitos ecoló ógicos
pertinnentes.

Desttarte, por exemplo,


e no
o caso do Brasil, a atenção parra esses am mbientes estava
relaccionada principalmente às doen nças de ve eiculação hídrica, funndamentalm
mente
àque elas que occasionavam epidemiass generaliza
adas, conforme constaatada na história
do pa aís.

Com m relação àsà necessid dades de á água para os ecossistemas aqu áticos e pa ara a
huma anidade, a literatura pertinente
p o
oferece diveersos valore
es, dependdendo do lo
ocal e
dese envolvimentto social. Normalment
N te são situaados valore
es entre míínimo e mááximo
para as váriass atividade es humana as, podend do-se desttacar desdde os aspectos
ógicos internos e exte
fisioló a e fezes); até atividades domésstica e industrial;
ernos (urina
produção de alim mento e agriculturas eem geral, etc
c.

II. Atividad
des da Limnologia

Desdde a sua co a a atualiidade, a Limnologia fo


oncepção até oi sendo esstruturada como
etabolismo dos ecossistemas aqu
ciênccia, pesquissando o me uáticos conntinentais, dentro
d
das sseguintes etapas:
e

17
• Análise: investigaçãão das variá
áveis ambieentais;
• Síntese: trocas de energia
e emmatéria, relacionadas ao manejo e maximizaç
ção;
• Holística s entre o eccossistema aquático e terrestre.
a: interações

Utilizzando-se de essas conc oram direcionados pesquisas e estudos pa


cepções, fo ara a
aquiccultura mundial; pisciculturas, ccriação de crustáceos s e outros organismo os de
intere esse comerrcial; minim
mização dos efeitos eco ológicos neggativos da ccriação de lagos
artificciais relacio
onadas às fases
f de invventário, via
abilidade, projeto
p básicco, construç
ção e
opera ação; utilizzação racional dos reccursos hídrricos; contrrole da quaalidade da água
para os diversoss fins e recu uperação doos ecossisttemas aquá áticos.

III. Distribu
uição da Ág
gua no Plan
neta

Na lliteratura encontram-s
e se diversass tabelas, com os mais
m variaddos valores s, da
distriibuição da água nos mais dive ersos ambieentes terres
stres. Podee-se destac car a
localização doss ecossistemas aquátticos, seus respectivos volumes e porcenta agem
relatiiva. Na Tab
bela 1, enco
ontra-se um dos exempplos presente na literattura pertinente.

Tabe
ela 1 – Distrribuição da água na te
erra.

Vo
olume Porceentual
Reservatório
os
km3)
(k (%
%)

Oceanos 1 320 305 000
0 97,24
Geleiras e calotas polarres 29 155 000
0 2,14
Águas sub
bterrâneas 8 330 000
0 0,61
Lagos 124 950
0 0,009
Mares 104 125
5 0,008
Umidade do Solo 66 640
0 0,005
Atmosfera
a 12 911
1 0,001
Rios 1.250
0 0,0001
TOTAL 1 358 099 876
6 100

IV. A gênes ssistemas lacustres


se dos ecos

A naatureza cria constantemmente “bura


acos” que são
s preenc chidos por áágua, formaando-
se, assim, novvos corpos s d’água, denominad dos genericamente dde gênese e dos
ecosssistemas la
acustres. (no caso dos rios serão posteriorme
ente discutiddos).

Denttro deste co
onceito, tem
m-se:

Lago
os formado vimentos d iferenciais
os por mov s da crosta terrestre:

 Através
A de movimento
m epirogênico
os

18
Caraacterizado como
c um processo
p diiastrófico (ttectonismo) de grandee amplitude
e, por
moviimentos len ntos de su
ubida ou d descida, de e grandes áreas da ccrosta terre estre,
ndo à formação de co
levan ontinente; eepirogenia. Na Figura 1 tem-se uum esquem ma de
tecto
onismo, desstacando as
s respectiva
as gêneses.

Figura 1 – Essquema da gênese tectônica


a

Exem
mplos planetários dessse tipo d de lagos são: Mar Cáspio
C e o Aral (Rússia),
Okee
echobee (EUA), Vitória
a (África Ce
entral), Kioga (África Orriental).

 Através
A de falhas
f tectô
ônicas

Resu ultam de movimentos


m s tectônico
os que causam a descontinuid
d dade da crosta
c
terrestre. Exemplos desse tipo são: L Lago Baical (Rússia), Tanganica,
T Edward e Albert
A
(Áfricca), Tahoe (EUA), Grande
G de Manacapuru, Anamã, Badajós, Piorini e Mina
(Brassil). Na Figu
ura 2 destac
cam-se os ttipos de zon
nas de tens
são tectônicca.

19
Fig
gura 2 – Tiposs de zonas de
e tensão tectôn
nica

os de orige
Lago em vulcânic
ca

Podeem ser form


mados a pa
artir do con
ne
de dejeção do vulc cão e o ou
repre
esamento de vales devido a ao
magmma.

Na F
Figura 3 tem
m-se um exeemplo de u m
a. No planeta podem-sse
lago de cratera
desta
acar o Big Soda (EUA
A),
Roto
omahana (N Nova Zelând
dia).

Figura 3 – Exe
emplo de Lagoos de Cratera

Naa Figura 4 teem-se um eexemplo dee lago


tipoo “maar” que surgeem a partir de
explosões gasosas subterrâneas,
seg guindo-se o afu ndamento da
superfície da a região attingida (nã
ão há
terrminologia em
e portuguêês).

Ex
xemplos de este tipo eencontrados na
Ale
emanha – Toten, G Gemundener e
Weeifelder.

Figura 4 - Lagos do tiipo “maar”

20
Os lagos de Caldeira
C sãoo formadoss pela
erupçção vulcâ ânica inte ensa, co m a
destrruição do cone
c centra
al. São exe
emplos
lagoss Crater(E EUA), Bols sena e A Albaner
(Itália
a) e Toyako
o (Japão).

A Fig
gura 5 mosttra um exem
mplo destess tipos
de la
ago.

Figura 5 – Ex
xemplo de um
m lago de calde
eira

Os lagos de barrageem vulcânicaa são


formados nos valees preexistentes
pela lava solidificad a. Exemplo
os os
lagos Kivu
K e B Bunyoni (Á África
Central).

A Figura 6 mostra a presenç


ça da
barreira vulcânica

Fig
gura 6 – Exem
mplo de lago com barragem vulcânica

Lago
os glaciare
es

Foram formado os durante a última gla


aciação, ap
proximadam
mente 10.5000 anos e estão
localizados em
m regiões de emperadas . Dessa fo
d alta lattitude, em regiões te orma,
apressentam-se em várias configuraçõ
c ões, destaca
ando-se:

Os laagos em circo são ressultante da


açãoo de congelamento e
desccongelamen nto, pequuenos e
rasoss, comunss nas montanhas,
m
posssuindo conffiguração circular
c ou
em aanfiteatro.

Exemmplos: Wa atendlath (IInglaterra),


Wildsseeloderseee (Áustria)) e vários
na co
ordilheira do
o Alaska.

A Fig
gura 7 mosttra um lago em circo.
Fig
gura 7 – Exem
mplo de um laggo em circo

21
Os lagos
s em valess barrados s por
morena (moraina)
( fforam form
mados
pela obstrução dde vales por
o transportaado por geleiras,
sedimento
ente blocos de argila.
normalme

Exemplos: Luceerne (Suiça),


Constanca
a (Alemanhha-Suiça), Finger
F
(EUA).

Na Figura
a 8 pode-sse visualiza
ar um
exemplo.
Figura 8 – Lago
L formado pela barragem
m de
uma morena (m
moraina)

Os laagos de fioordes são resultantes


r
da esscavação ded vales nass escarpas
das mmontanhas pela ação da erosão
glacial; apressentam-se longos,
estre
eitos e profu
undos.

Exem
mplo: lago
os do oeste
o da
Noru
uega.

Na ffigura 9 te
em-se a visão deste
tipo.
Figura 9 – Exe
emplo de lago de fiordes

Os la
agos de terreno de
sedimen ntação glaccial podem m ser
formado os através da depre essão
existente em loccais de an ntigas
s continenttais; blocos de
geleiras
gelo que despprenderam de
s e um mistoo dos anteriores.
geleiras
No primmeiro tem-see como exe emplo
o lago Grosse
G Plo ner (Alema anha),
Barret (EUA); nno segund do e
terceiro o lago Plusss (Alemanh ha).

Na Figuura 10 mosstra um exe


emplo
Figura 10 – Exemplo
E de lag
go formado em
m terreno do prime
eiro tipo.
d sedimentaç
de ção glacial

22
Lago
os formado
o pela dissolução de rochas (lag
gos de diss
solução ou
u erosão)

Resuultam do accúmulo de água em d epressões formadas à partir da solubilizaçã ão de


rochaas calcária,, de cloreto de sódio o u de sulfato
o de cálcio denominaddo de sal-ge
ema e
gipsita, respectivamente

Os lagos de erosão
e de rochas calccária ou Dolinas
D o encontraddos nas regiões
são
calcá
árias nos Alpes,
A parte
e da Flórida
a e Península Balcâniica (Iugosláávia). Exem
mplos:
lago Luner (Alpees Austríacos), Seewli (Alpes Suííços), Deep, Iamonia e Jackson (E
EUA),
Vranna (Península Balcân nica). Normmalmente são lagos s pequenoss e circulares;
entre
etanto pode em fundir-sse uns aoss outros, e tem como o exemplo,, o Lago Muten
M
(Suíçça). No Braasil, em Uberlândia, é encontrado
o o lago Poço Verde (M MG); outros
s com
essaas caracteríísticas são encontradoos na costta oeste daa França e da Sibéria a. Na
Figurra 11 obserrva-se um la
ago e a roch
ha de sal-gema.

Figurra 11 - Lagos de solubilizaç


ção das rochas de sal-gemaa.

Lagoos formadoss pela disso


olução das rochas de gipsita. Ex
xemplos: Laa Girotte, Tignes
T
(Alpe
es Franceses), Magalh hães e Ubeeraba (Bras
sil). Na Fig
gura 12 sãoo mostrado os um
lago e a rocha de
d gipsita.

Figura 12 - Lago
os de solubiliza
ação das roch
has de gipsita

23
A atividade bio
ológica também particiipa ativame ente na “coonstrução” de sistemaas de
reten
nção natura
al, confeccionando umm habitat adequado para as suaas necessid dades
ecoló
ógicas. Pod
de-se, dessa
a forma, de
estacar a atiividade dos castores, nno Canada, EUA
e Euuropa. Esse
es animais utilizam
u gallhos, barro, etc., Exem
mplo: Lagoss Beaver e Echo
(EUAA).

Na F
Figura 13 podem-se
p visualizar
v la gos barrados, destaca
ando-se ass duas princ
cipais
espé
écies que po
ossuem ess
se comporta amento.

Figura
a 13 - Lagos fo
ormado pela atividade
a de ca
astores
(Castor ca
andensis e Ca
astor fiber)

São raros os la
agos formad dos pelo im
mpacto de meteoritos.
m A potênciaa do impacto do
astró
ólito na sup
perfície terrrestre tem relação direta
d com o tamanhho da cavidade
produzida. Exemmplo: Laguna Negra ((Argentina) e Lago Ch hubb (Canaadá). A figura 14
mosttra um exemmplo de lago e meteoro o.

24
Fig
gura 14 – Exemplo de um la
ago formado a partir de imp
pacto de meteo
orito e exempllares de mete
eoro.

os formado
Lago o pela atividade de rio
os

Os riios podem formar


f lagos de várias maneiras, dentre esta
as se destaccam:

Lago agem – o rio principal


os de barra
transsporta quantidade
es de
sedimmentos deppositados aoo longo do
leito, provocanddo uma eleevação do
seu nível, com mo conseq quência o
repreesamento. Exemplo: Lago
L Dom
Helvé écio, Cario
oca, Belgoo Mineira,
Trintaa e Três e Jacaré (m médio Rio
Doce e) e várioss na Ama azônia em
terra firme.

Na F
Figura 15 tem-se um ex
xemplo.
Figura 15 – Exem
mplo de lago dde barragem

Lago dura ou de meandros – alguns riios apresen


os de ferrad ntam sinuossidades quee são
denoominadas de e meandros s. Os lagos são formad dos pelo iso olamento doos meandroos por
erosãão e sedimentação das marge ens (em inglês “oxb bow lakes” e em ale emão
“Altw
wasser”). Muito frequen ntes em te rritório bras
sileiro, princ
cipalmente no Pantan nal de
Matoo Grosso e na Região Amazônica a, aí conhe ecidos como o “sacados””. Em São Paulo
P
podeem ser visto
os no Rio Mogi-Guaçu
M como tamb bém, no rioo Paraíba doo Sul. Na Figura
F
16 poode-se visu
ualizar tanto
o a formaçã
ão de um lag go pela inte
erceptação dde um mea andro,
quannto um exemmplo.

25
Figura 16 – Formação de
e um lago de m
meandro aban
ndonado; vista
a de um lago dde meandro.

Lagos de e inundaçãoo – formaddos a


partir da grande vaariação do nível
de águ ua, princippalmente pela
precipitaç
ção. No P Pantanal mato-
m
grossense são deenominados s de
“baías” e na Plannície Amazônica
como “la agos de váárzeas”. Exxistem
inúmeros exemploos, podend do-se
citar laggo do Caastanho, Maicá,
M
Redondo, Poção, etcc.
Ressalta--se ainda qque, no peeríodo
chuvoso pod e occorrer
intercomuunicação eentre os vários
v
lagos, forrmando umm único sisttema;
na seca, permaneceem isolados s e ou
Figura 17 – Vista de um lago de inund
dação comunica am-se por ccanais.

Na Figura
a 17 tem-see um exemp
plo.

Lago os formado pela ativid dade do


vento o (Barrag gem Eóliica) –
forma ado a partiir da depos sição de
areiaa em um rio, r ocorren
ndo com
frequuência no nordeste
n brrasileiro.
Exem mplo: Lago oa do Aba aetê, na
Bahia a e nas pe equenas lag goas no
litora
al sul catarin
nense.

Figura 18 visualiza-se a Lagoa


Na F
Abaetê (BA).
do A
Figurra 18 – Vista da
d Lagoa do A
Abaetê (BA)

26
L
Lagos asso
ociados à llinha coste
eira (lagoas
s costeirass)

Paraa se compreeender a dinâmica da formação dos lagos costeiros, ddenominadoos de


vária
as formas na
a literatura, formulou-sse algumas configuraçõ
ões, tais coomo:

Isolameento de ennseada ma arinha


ou braçço de marr – a form mação
desses lagos estta baseada na
existênc
cia de Corrdões de Areia
que se desenvolvvem a parttir de
pontõess rochosos. O seu aum
mento
progressivo deve-sse a depoosição
de sedimento maarinho, açã ão de
corrente
es e ondass de subme ersão
marinhaa. Exemploos: Mangu ueira,
dos Quadros
Q (RRS), Araru
uana,
Saquare ema. (RJ).

Figura 19 – Vista de um
ma lagoa de en
nseada Na Figu ura 19 tem
m-se uma visão
deste tip
po.

Fechhamento da a desembo ocadura


de riios por sed
dimento marrinhos –
origin
nam-se pe ela deposiçção de
sedimmento marinho na
deseembocadura a de pequenos rios
ou isolamento de estuá ário de
vário
os rios. Exeemplos: Laagoa do
Mund daú e Manguaba (AL),
Caraapebus, Com mprida e Cabiúnas
(RJ)..

Na FFigura 20 tem-se
t uma visão
Figura 20
2 – Vista de um
u lago de deesembocadura
a
deste
e tipo.

Fechammento da desemboca adura


de rios por recifes de coral – esta
estrutura
a biológica pode repre
esar a
desembocadura dee rios próx ximos
ao marr. Exemploo – Lagoa a do
Rodeio (AL), fechaamento form mado
pelo Rio
o São Migueel.

Na Figura 21 vvisualiza-se e um
exemplo
o deste tipo de ação.

Figu
ura 21 – Visão
o de recife de coral intercep
ptando um rio

27
Fechhamento da a desemboc cadura de
rios p
por sedimenntos flúvio-m
marinho –
nado a parrtir de sedimento de
origin
em fluvial e marinha. Exemplo
orige E –
Lagooa Feia (RJ), Juparan nã, Nova,
Palmminhas, Palmmas (ES).

Na Figura 22 tem-se uma visão


deste
e tipo

Figura 22 – Vis
são de um lagoo formado
por deposição mistaa.

Depressão entre ass faixas de areia


que con nstituem aas restingaas –
apresenttam-se m morfologicammente
rasas e abastecidaas por pequuenos
córregos
s e águua de chuva.
Exemploo – Lagoa ÁÁgua Preta, Taí.
Grande e Peque no, Peripe eri e
Robalo (RJ).

Na Figurra 23 tem-see uma visão


o.

Figura 23 – Visão de um
ma lagoa de re stinga

Reprresas e Açudes (orige


em antrópiica)

As diversas ativvidades hummanas interragem com m o ambiente natural d e várias forrmas.


Uma a delas, de d grande relevância a, é a interceptaçã ão de am mbientes ló óticos
transsformando-o os em lên nticos. Taiss modificaç
ções acarrretam alterrações bas stante
significativas da dinâmica a dos ecoossistemas aquáticos. Dessa foorma, o estudo
particcularizado de
d cada no ovo ambientte formado exige inforrmações deesde antes até a
fase final de impplantação do empreend dimento.

Diante dessa co onstatação, todas as civilizações cipam e ou participara


s que partic am da
ória do hom
histó mem, realizaaram semp pre obras que
q se direcionavam ppara ter recurso
hídricco constantte e perman
nente.

Portaanto, este assunto exige um d detalhamentto que serrá paulatinaamente exposto


durante o prese ente curso. Por isso, a
aqui será citado
c someente como caráter didático.
Vale ressaltar, também,
t qu
ue devido a importância
a desse tem
ma, vários cconceitos po
odem
ser re
epetidos duurante o currso.

28
Na figura 24 tem
m-se um exemplo de re
epresa e aç
çude.

Figura 24
4 – Exemplo de
d Represa e Açude
A

V. Tempo de
d Residên
ncia

Definnido como a quantidad de média de


e tempo que uma partícula residee (passa) em
m um
sistema em parrticular; esta
a medida va
aria diretam
mente com a quantidadde de substtância
que eestá presen
nte no sistem
ma segundoo a fórmulaa.

Capacid
dade de umm sistema re
eter uma substância
Taxxa de fluxo da substân
ncia no siste
ema

ou

ondee Ƴ é usadaa como a vaariável para o tempo de


e residência
a, V é a cappacidade do
o
sistema, e q é o fluxo para o sistema.

A Ta
abela 2, de
escreve um
m dos exem
mplos da literatura, do
o Tempo dee Residênc
cia da
Água
a.

29
Tabe
ela 2 – Tem
mpo de resid
dência da ág
gua.

COMPART
TIMENTOS TEMPO DE
D RESIDE
ENCIA
Oceanoss 3.000 a 30.000 anoos*
Geleirass 1 a 16.000 anoos*
Águas subterrâneas
s 330 a 10.000 anoos*
Lagos e reservatório
os 1 a 100 anoos*
Lagos sa
alinos 10 a 10.000 anoos*
Umidade
e do Solo 2 sem
manas a 1 anno
Umidade
e biológica (p
plantas e an imais) 1 semanna
Atmosfe
era 8 a 10 diaas
Pântano
os e charcos Meses a anoos
Rios e córregos
c 10 a 30 diaas

*depende da
d profundidad
de e outros fattores ambienttais

V
VI. Águas Continenta
C is

As á águas continentais são aquela s presente es na superfície da Terra, esttando


distriibuídas em rios, lagos
s e geleiras e a maioria dos lençó óis subterrââneos, com
m uma
salinidade próxxima de ze ero, por op posição à água marinha, com uma salinidade
próxiima de 35 gramas
g de sais dissolvvidos por littro, além da
a água salo bra, como a dos
estuá ários, que te
em uma salinidade inteermédia.

 C
Características
Š Alta capacidade e para solu ubilização de
d composstos orgânic cos e
inorg
gânicos;
Š Grad dientes ve rticais e horizontais através da distribuição
desiggual de luz,, nutrientes
s, temperatuura, gases ((distribuição
o dos
organismos);
Š Baixo o teor de sais dissolvidos → maioria ddos organismos
hiperrtônicos → manter o equilíbrio osm mótico;
Š Alta densidade e viscosida ade (775 veezes mais ddenso que o ar)
→ organismmos apre
esentam profundass adaptaações
morffo/fisiológica
as.

 C
Compartimentos
¾ Regiião Litorâne
ea
Š Contato entre o ecossistema terresttre e aqu uático
ão = ecótono);
(transiçã
Š Grande número de nichos s ecológiccos e cadeias
alimentaares, tanto
o de herrbivoria coomo detrittívora

30
(represeentantes: oligoquetas
o s, moluscoos, crustáceos,
insetos);;
Š Todos os níveis s tróficos – conssiderado como
comparttimento autô ônomo;
Š Pouco d desenvolvida a ou ausentte em lagoss vulcânico;
Š Subdivid de-se em euulitoral e sublitoral.
¾ Regiião Limnéticca ou Pelág gica
Š Comunid dades carac cterísticas: plâncton e nécton;
¾ Regiião profunda da
Š Ausência a de organiismos fotoautotróficos;;
Š Comunid dade ben ntônica formada poor oligoqu uetas,
crustáceeos, molusc cos, insetos;
Š Diversid ade e densidade po opulacional dependem m da
quantida ade de alimento e oxigênio dissolvvido.
¾ Interrface Água/A Ar
¾ Communidades: nêuston (b bactérias, fungos,
f alggas) e plêuston
(mac crófitas e inssetos)

Na F
Figura 25 esstão destaca
ados cada u
um desses compartime
entos.

Figura 25
5 – Corte mostrando os dive
ersos comparttimentos de um
m ecossistem a lacustre.

31
V
VII. Propried
dades físic
cas e químiicas da águ
ua e sua im
mportância limnológic
ca.

Discu
utir a impportância da água n a limnolog gia seria extremamen
e nte redund
dante;
entre
etanto, algu
uns aspeto
os relevante
es devem ser consid derados paara uma melhor
m
comppreensão dos ecossisttemas aquá
áticos. (Figu
uras 26 e 27
7)

Denttre estes, po
odem-se de
estacar:

ƒ A moléc
cula da ág
gua.

Se se utilizar essta expressão “molécuula de água” em algum m site de pessquisa, verificar-


se-á a enorme quantidade e de inform
mações disp poníveis. Em face dessta constatação,
someente algunss aspectos, de importân ncia para o presente curso,
c será cconsideradoo.

As fig
guras 26 e 27 mostram
m algumas das proprie edades da água,
á com ggrande interesse
na limnologia, pois acarrretam con dições am mbientais que agem diretamentte no
comp portamento da limnosfera (físico e químico), biosfera (co
omunidade biológica).

Figura 26 – Algumas ca
aracterísticas d
da molécula da
d água com destaque
d a suaa estrutura.

Ponte de
hidrogêênio

Figurra 27 - As moléculas de águ


ua formando pontes
p de hid
drogênio e clu
luster.

32
™ Propried
dades da água
á

Na ttabela 3 estão
e descrritas algum
mas das prropriedades s da água,, principalm
mente
relaccionadas ao
os seus aspectos limno
ológicos ma
ais significattivos.

Tabe
ela 3 – Prop
priedades da Água

Propriedade Cara
acterística

Ponto de fusão a 1 atm 0,000 °C


Ponto tríplece C, 4,60 torrg .ccm3
0,01 °C
Ponto de ebuliçã
ão a 1 atm 100,000 °C
Ponto crítico 347,0
3 °C, 218 atm
Densidade sólid
do 0 ° C 0,917 g .ccm3
Densidade líquid
do de 0 ° C 0,999 g .ccm3
Densidade líquid
do de 4 ° C 1,000 g .ccm3
Densidade líquid
do de 10 ° C 0,999 g .ccm3
Densidade líquid
do de 25 ° C 0,997 g .ccm3
Densidade líquid
do de 100 ° C 0,958 g .ccm3
Capacidade calo
orífica líquido 1,00
1 cal. g 1 . °°C 1
Calor de fusión 0 °C mol'1
1,44 kcal . m
Constante dielétrica 25 °C 778,5

™ Tensão superficial da água

Tenssão superfficial: efeito


o físico quee ocorre na a interface entre
e duas fases quím micas,
fazenndo com que a camada superfiicial de um m líquido veenha a se ccomportar como
uma membrana a elástica. Esta
E propri edade é ca ausada pelas forças dde coesão entre
molééculas seme
elhantes, cu uja resultantte vetorial é diferente na
n interfacee (Figura 28
8).

Figura
a 28 – Formaç
ção da tensão
o superficial e aspecto da im
mportância ecoológica.

33
• Viscosid
dade da ág
gua

Viscosidade: propriedade
p e dos fluidoss correspon ndente ao transporte
t m
microscópic
co de
quanntidade de movimento por difusã ão; portantoo, quanto maior
m a visccosidade, menor
m
será a velocidadde em que o fluido se movimenta a. No ambie ente aquáticco, deve se levar
em cconsideraçãão também a temperatu ura e o teorr de sais dis
ssolvidos.

V
VIII. Radiiação no Meio
M Aquátiico

Na FFigura 29 esstão esquematizados alguns aspectos, com os respecttivos ângulo os de


incidência lumiinosa, sob bre um co orpo hídrico o. Destacaam-se tam mbém as zonas
z
denoominadas de eufótica (aonde oco orrem todoss os processsos fóticoss necessário
os ao
metaabolismo aq quático); a zona disfóótica, não assinaladaa no esqueema, local onde
ocorrre o ponto o de comp pensação, isto é, luz z suficiente para a footossíntesee dos
autóttrofos e afóticos sem mais
m a preseença de luz
z.

F
Figura 29 – Diagrama mosttrando o comp
portamento da
a radiação sola
ar em um ambbiente aquático.

A Fig
gura 30 moostra alguns
s aspectos da radiação solar sob
bre alguns ccomponente
es do
ambiiente aquático

34
Figura 30 – Alguns aspec
ctos da radiaçção sobre algu
uns componen
ntes do ambiennte aquático.

do à complexidade de
Devid este tema noo contexto dos ecossis
stemas aquuáticos, leva
ar-se-
ão em considerração algun ns aspectoss mais relevantes para
a um melhoor entendim mento
ua importân
da su ncia e efeito
os ambienta
ais.

™ Processos de absorção

o R
Radiação (F
Figura 31)

Figurra 31 – Esquema indicandoo a radiação so


olar no Planeta, sendo que,, como
desttacado nas Fig 3, uma parte é absorvida pelo bioma aquáático.
guras 32 e 33

35
o M
Molécula de
e água (Figu
ura 32)

Figu
ura 32 – Esqu
uema sobre o efeito da radia
ação sobre a molécula de áágua.

A Fig
gura 33 de estaca a inc cidência lum
minosa sofrendo reflexxão, disperrsão e abso
orção
dentrro da dinâm
mica energética do eccossistema aquático. Ressalta-se
R e a necessidade
de deestacar os seguintes
s ittens, no con
ntexto dispe
ersão e abs
sorção:

o Substâncias
S s húmicas*
o O
Organismoss clorofilado
os

Fiigura 33 – Esquema destaccando a dispe


ersão e absorçção dos diverssos
componentees do ecossisttema hídrico.

*Sub
bstâncias húmicas: mistura ccomplexa, dispersa e heterogêênea de vários
v
comp
postos orgâ
ânicos oriu
undos a pa
artir de res
stos de nec
cromassa pproduzida pelos

36
deco
ompositoress (microrgaanismos = fungos e bactérias). Portanto, as substâ âncias
húmiicas existem em uma a grande vvariedade de
d estruturras e compposição química
(deno
ominada de e substância
a universal dos ecossistemas).

• Dispersã ção (Figura 34)


ão da radiaç

Figurra 34 – Esque
ema da disperssão na água segundo
s o com
mprimento da onda.

• Avaliaçã
ão da transp
parência atrravés do dis
sco de Secc
chi*

Nas figuras 35
5 A e B es stão destaccados o eq quipamentoo (Disco dee Secchi) e um
exem
mplo de meddida de tran
nsparência, utilizando deste
d equip
pamento, reespectivame
ente.

Figura 35 A – Disco d e Secchi atad


do com corda graduada.
g

37
Figura 35 B – Esquema
a com a Mediçção da Transp
parência da Ág
gua com discoo de Secchi.

*Disc co de Secc chi - (criado


o em 1865 por Pietro Ângelo Sec cchi): disco
o especialm
mente
consstruído paraa medir a transparênci a e o nível de turbidez
z de corposs de água como
ocea anos, lagos e rios. Traddicionalmen
nte o disco vem monta ado em umaa vara, cord
da ou
fita, p
para ser baixado, aos poucos, às profundeza as das águaas.

IIX. A rad eus múltipllos efeitos em águas continentaais


diação e se

A Figura 36 mostra um esquema ssobre a estrratificação térmica


t num
m lago.

Figura 36 – Esquema
E mosttrando a Estra
atificação Térm
mica em Lagoos

™ Efeitos térmicos da radiação so


obre os corrpos d’água
a

38
 A instabilida
ade e estabiilidade térm
mica dos corrpos d’águaa
ƒ Insta abilidade = lagos que apresentam m temperatuura uniform
me em
toda a coluna d’’água;
ƒ Estabilidade = la agos que apresentam estratificaçãção térmica;
ƒ Os estratos fo ormados são s nciados físsica, química e
diferen
bioloogicamente..

 E
Estratificaçã
ão térmica d dos ecossistemas aquá áticos continnentais
ƒ Região de clima a temperado o
• Inicio da a primavera a → destruição da cam mada de gelo
g –
homoterrmia – circulação da água - ± eeficaz em lagos
rasos;
• Verão – superfície e se aquec ce – dificuulta a mistuura –
presença a de três ca amadas:
o E Epilímnio (s superior|) = temperattura uniform me e
q
quente;
o H Hipolímnio (inferior) = mais fri a e densidade
m
máxima
( ~ 4 oC);
o M Metalímnio (intermediá ária) = desscontinuidadde de
te
emperatura a → Termoc clina;
• Outono – quebra da a estratificação térmicaa e circulação;
• Inverno = congela amento da superfíciee – somen nte a
inferior ccircula (estrratificação de
d inverno).
ƒ Região de clima a tropical
• Estratificcação e des sestratificaçção diária;
• Estratificcação de primavera, verão e outon no e
desestra atificação de e inverno;
• Dinâmicca associada a à profund didade, variaação sazonnal de
tempera atura, direçã ão dos ventos, posiçãão geográfic ca do
corpo d d’água, pre esença de macrófitass aquáticas na
região littorânea, etc c.

A Figura 37 apresenta
a exemplos de estratificação e desestratifficação térrmica,
relaccionada a asspecto sazo
onal e nictim
meral.

39
Figura 37 – Exemplos
E de e
estratificação e desestratificação em lagoos

™ Classificcação dos la
agos quanto
o ao número e tipos de
e circulaçãoo

 L
Lagos Holoomíticos = ccirculação atinge
a até to
oda a colunna d’água
ƒ Dimííticos = duaas circulaçõe es ao ano (outono e innverno)
ƒ Mono omíticos = uuma circula ação ao ano o
• Monomít ítico quente = circulaçã ão somente no inverno o
• Monomít ítico frio = circulação soomente no vverão
ƒ Oligoomíticos e Polimítico os = lagos s com pouucas ou muitas
m
circu
ulações ao aano
ƒ Oligoomítico = prrofundos on nde ocorre pouca variaação sazon nal de
tempperatura
ƒ Polimmítico = ras os e com grande exten nsão com ccirculação diária

 L omíticos = circulação não atinge toda a coluuna d’água


Lagos Mero
ƒ Meroomixia geom
morfológica
ƒ Meroomixia quím
mica ou ecto
ogênica

X. Elem
mentos Físiicos, Quím
micos e Biollógicos.

™ OXIGÊN
NIO DISSOL
LVIDO – OD
D

No mmeio ambie ente terresttre, o Oxig


gênio advémm do meta abolismo footossintéticoo das
planttas, atravéss de processos metabó ólicos comp
plexos que ocorrem a nível intracelular
nos ccloroplastoss; no meio aquático, eesse elemennto é denomminado Oxiggênio Disso olvido
(OD)) e vem predominantem mente da footossíntese da biótica aquática
a ouu pela difusã
ão na
supeerfície da ág
gua (menos importante e).

40
A concentração de OD pod
de variar em
m razão de algumas
a cirrcunstânciaas, tais como
o:

ƒ Tempera atura - A so
olubilidade d
do oxigênio
o em água aumenta coom a diminuição
da tempperatura. Poortanto, as águas frias retêm maais oxigênioo que as águas
á
mais quentes. Em águas friass, os níveiss de oxigênio dissolviddo podem atingir
a
cerca dee 10 ppm (mmg.L-1);
ƒ Salinidadde - Quanto
o maior a qquantidade de
d sal disso
olvido na ággua, menorr será
o OD. Assim,
A pode
e-se informmar que a água
á do mar contém menos OD D que
outras ágguas;

¾ Solubilidade tam
mbém depe
ende da tem
mperatura e pressão.

 D
Difusão e Distribuição
D o
ƒ Dinâ âmica nos laagos de reg gião tempera ada
• Hipolímn nio com altoa déficit de OD d urante o verão v
(atividad
de decompo ositora) nos lagos rasso e eutró óficos;
nos proffundos e oligotrófico
o não há intterferências s nos
níveis de
e OD.
ƒ Dinâ âmica nos laagos de reg gião tropicall
• A alta temperaturra como fa ator controolador diretto da
concentrração de OD;
• Fatores controladorres indiretos s da concenntração de OD.
o E Extensão do o período de e estratificaação térmica
a;
o C Concentraçã ão de maté éria orgânicca (particulaada e
d
dissolvida)

No ccaso do Brrasil, por ex xemplo, alg


guns aspec ctos devem
m ser ressaaltados dev vido à
consstrução de represas sobre flo orestas trop picais, agindo de foorma direta a na
conccentração dee OD. A bioomassa, a pprincípio, tra
ansformadaa em necrommassa depo ois do
enchhimento, aumenta dras sticamente o consumo do OD, alte erando signnificativame
ente a
qualiidade da água
á do co o. Dependendo das condições da estabilidade
orpo hídrico
térmica do sisstema, os estratos po oderão soffrer anaero obiose com m consequentes
altera
ações na biiota aquátic
ca.

Em a ambientes aquáticos
a em
e processso de eutroffização (enrriquecimentto de nutrie
entes)
podee ocorrer umma variação
o extremam mente elevaada da conc centração dde OD, atingindo
picoss nos períod
dos de maio
or intensida
ade fótica e carência no
os demais.

Nos lagos trop picais, deviido a umaa dinâmica complexa de variaçções ambie entais
relatiivas a vário
os parâmettros, entre e
eles o OD, durante o processo eevolutivo alguns
organismos aqu uáticos, por exemplo, o
os peixes, desenvolver
d ram várias aadaptaçõess para
supoortarem às baixas con ncentraçõess de OD. Entretanto,
E deve-se
d terr em mentee que
essaas adaptaçõ ões ocorrera
am na histó ria geológic
ca do Planeeta e que muudanças rápidas
não permitem a existência a dessa poossibilidade,, mostrandoo, infelizmeente, evento
os de
morta andade de peixes em vários episó ódios relata
ados na literratura.

41
• OUTROS ELEMEN
NTOS

De fforma a nãão se estennder demassiadamente e nas implicações de cada elem mento


preseente no am
mbiente aquá
ático, sua d
dinâmica e inter-relações do meioo biótico/abiótico,
serãoo apresenttados detaalhadamentte durante o curso, destacanddo-se, por ora,
someente um ressumo de alg
guns deles, assim:

o Carbono (C)) (Figura 38


C 8)
ƒ Orgâ ânico = det rítico e partticulado (CO OP biota)
ƒ Orgâ ânico Total (COT) e Orrgânico Diss solvido (COOD)
ƒ Inorg gânico (CO2 )
o N
Nitrogênio (NN)
ƒ NO3, NO2, NH H3, NH4+, N2O, N2, NOD (nitroogênio orgânico
dissoolvido) e NOOP (nitrogên nio orgânicoo particuladdo)
• Classificcação dos s lagos segundo
s N
NIT (nitrogênio
inorgânicco total) e compostos
c de Nitrogênnio
o F
Fósforo (P)
ƒ P solúvel (Ortoffosfato – ma ais importannte)
ƒ Total – insolúve el
• Classificcação dos corpos
c hídric
cos
o E
Enxofre (S)
ƒ SO4-2, SO3-2, S-22, H2S, SO2, H2SO4, S+ +metais
o S
Silício (Si)
ƒ Solúvel SiO2
ƒ Colo oidal e Particculado
o C
Cations
ƒ Cálcio (Ca), M Magnésio (M Mg), Sódio (Na), Potáássio (K), Ferro
(Fe),, Manganêss (Mn)
o Â
Ânions
ƒ Clore eto, sulfato,, carbonato, bicarbonato.
o E
Elementos-t traço (ppm – –parte por milhão,
m ppbb – parte poor bilhão)
ƒ Zinco o (Zn), Cob
bre (Cu), Co obalto (Co), Molibdênioo (Mo) Boro (B)
ƒ Agem m em pequ uenas ou ínfimas quantidades nno metabo olismo
biótic
co
o E
Elementos tóxicos
ƒ Merc cúrio (Hg), CChumbo (Pb), Cádmio (Cd), Níqueel (Ni)

42
Figura 38 – Exem
mplo de algum
mas interações
s relativas ao elemento carbbono

X
XI. Sediimento

O esstudo e o entendimen
e nto sobre a importânc mento na ddinâmica de um
cia do sedim
ambiiente aquático exigiria a um curs o específicco, longo e detalhadoo. Para nã ão se
proloongar demaasiadamente e neste tem
ma, tentar-s
se-á reduzi--lo a algunss aspectos mais
relevvantes dentrro do contexto dessa a
apostila.

A im
mportância dod sedimen nto está relaacionada à interação de todos oos processo os no
ecosssistema aq quático, onde ocorremm processo os biológicoos, físicos e ou químmicos,
senddo ainda funndamental no
n estudo d da evolução
o histórica entre
e o ecoossistema hídrico
e terrrestre adja
acente e naa avaliaçãoo da intens
sidade e foorma de im mpacto a qu ue os
ecosssistemas aquáticos esstão ou estivveram subm
metidos.

A fim
m de se esstabelecer alguns
a érios de esttudo do sedimento, p odem ser então
crité e
classsificados co
omo sedimeento orgânicco e sedim
mento minerral (cada um
m com aspectos
ecolóógicos isola
ados e ass
sociados na a dinâmica da colunaa d’água). AAs camadaas de
sedimmento límniico podem ser
s de carátter recente ou biológico e permannente.

O se
edimento ain
nda permite
e ser:

• Objeto do
d estudo daa paleolimnnologia
• Utilizado
o como indic
cador do esstado trófico
o
• Emprega ado para se
e avaliar o n
nível de poluição

Em condições naturais tanto


t quan to nas alteradas nos s ambientees aquático os, o
sedim
mento posssui uma imp gnificativa na
portância sig n dinâmica a dos nutrieentes. O Fó
ósforo
(P) é principal elemento
e qu
ue determin a o estado trófico de um
u ambientee aquático, junto
com o Nitrogêniio (N). Na Figura
F 39 há
á um exemp ação do Fóssforo (P) re
plo da intera elativa
à corrrelação água/sedimennto.

43
t

Figura 39 – Exemplo
E da dinâmica do Fó
ósforo (P) relacionada à sua
a interação ág ua/sedimento
o.

X
XII. omunidade de macróffitas aquátiicas (Figurra 40)
A co

F
Figura 40 – Esquema
E com os diversos tipos de macró
ófitas aquáticaas
rela
acionadas à su
ua posição no ambiente hídrico.

A Figgura 41 mo ostra alguns tipos de macrófitas aquáticas: submersa enraizada,, com


as flutuantes e livre flu
folha utuante, resspectivamente. (A literratura espeecífica perm
mite a

44
identtificação da
as diversas espécies que vivem tanto em harmonia ccom o amb
biente
quannto aquelas que são deenominadass erroneame
ente de ervas daninhaas)

Figura
a 41 – Exemplos de macrófiitas aquáticas
s em diferentes
s nichos ecolóógicos.

Tantoo quanto o sedimento, o estud do das maacrófitas aqquáticas naa dinâmica


a dos
ecosssistemas hídricos
h tam
mbém precissaria de um
m capítulo in
nteiro para a compree
ensão
de ssua importâância. Destta forma, a
alguns tópicos serão descritos para se te er um
conhhecimento básico
b da complexida
c ade deste tema.
t m, devem-sse direcionar os
Assim
estuddos para:

• Os princcipais habita
ats das maccrófitas aquáticas (eme ersas, flutuaantes, etc.);
• As comu unidades ve egetais da re
região litorânea;
• A importtância das macrófitas aquáticas na dinâmic ca dos ecosssistemas (tanto
(
terrestre
e quanto aqu uático na re
egião do ecótono);
• A relação entre as macrófitas
m a
aquáticas e as áreas alagáveis;
a
• As adaptações anatômicas e ffisiológicas das macróffitas aquáticcas ao meio o;
• A biomassa e a pro odutividade primária da as macrófita
as aquáticass;
• A biomassa de rizomas e raíze es das macrófitas aquá áticas;
• A compa aração entre a produ utividade de e macrófitas aquáticass, fitoplâncton e
perifíton;
• A importtância das macrófitas
m a
aquáticas na formação o dos detritoos orgânicoss;
• As macrrófitas aquáticas e o pa apel na estoocagem e ciclagem de nutrientes;
• A relação entre estaado trófico e a biomass sa das maccrófitas aquááticas;

45
• O empre ego das macrófitas aq
quáticas noo controle de
d poluiçãoo e eutrofiz
zação
artificial;
• O contro ole das popu
ulações de macrófitas aquáticas;
• A utilizaçção da biom
massa das m
macrófitas aquáticas.
a

X
XIII. A co
omunidade fitoplanctô
ônica
Todaa a parte biológica
b do ambiente e aquático necessita de especi alistas tantto na
identtificação de cada espécie, co omo nos processos
p limnológicoos (quantid
dade,
metaabolismo, in
nteração, ettc.). Portan
nto, serão considerado
c os apenas aalguns aspectos
desssas interaçõ
ões.

A cla
assificação do fitoplânc
cton pode se
er realizada
a segundo o tamanho, assim:

• Macro = >1000 µm
µ
• Meso = 500 – 10000 µm
• Micro = 50 – 5000 µm
• Nano = 10 – 50 µm
• Ultra = 0,5 – 10
0 µm

Alguns grupos de
d “algas” (fitoplâncton
( n) presente nos ambientes aquátiicos: (Figura
as de
42 A a F).

exemplo)
Cianobactéria (e

Figura 42 A

Chlorophyyta

Figura 42 B

46
Eug
glenophyta
a

Figura
F 42 C

C
Chrysophytta

Figura 42 D

Pyrroph
hyta

Figura 42
2E

47
Figura 42 F

Figurra 42 A a F- Exemplos dos g


grupos genericamente deno
ominados de ““algas”

Na TTabela 4 estão
e descrritos os gru s com representantess do fitoplâncton
upos algais
límniico e marinh
ho

ela 4 – Grup
Tabe pos de alga
as com repre
resentantes no fitoplâncton límnicoo e marinho
o.

Grupo filo
ogenético Divisões ou
o classes Límnicoss Marinho
PROC
CARIOTAS Bacteria Cyanobacte eria
Bacillariophhyceae
Chrysophyceae
Raphidophyceae
ESTRAMEN
NOPILOS
Eustigmato ophyceae
Pelagophycceae
Silicoflagelados
EUCA
ARIOTAS Cryptophycceae
DISCICRIST
TATA Euglenophyceae
ALVEOLAT TA Dinophyceae
Chlorophycceae
VIRIDIPLAN
NTAE Prasinophyyceae
Conjugatop phyceae
Glaucophyta

Importante Ausente ou escasso Pouco importante


i ou menor diversidadee ou distribuição

48
XI
XIV. ICF – Índice da
a Comunida
ade Fitopla
anctônica

O ín
ndice utilizaa a dominâ ância dos g grandes gru upos que compõem
c o fitoplâncton, a
denssidade dos organismos s e o Índicce de Estaddo Trófico* (IET), visa ndo separaar em
categ
gorias a qu ualidade da água. Com m a alteraçção do IET, em 2005, foi estabelecida
uma nova pond deração deessa variávvel, válida tanto para rios (ICFRRIO) quanto para
reserrvatórios (IC
CFRES), conforme mosttra a Tabelaa 5.

Tabe
ela 5 - Classificação do
o Índice da Comunidad
de Fitoplanc
ctônica – IC
CF

Categoria Po
onderação Níveis
s
Não há do ominância entre os grup pos
ÓT
TIMA 1 Densidade e total < 1.0 L-1
000 org . mL
IET ≤ 52
Dominânc ia de Cloroffíceas (Desmidiáceas)) ou Diatomáceas
B
BOA 2 Densidade e total > 1.0 00 org . mL--1
000 e < 5.00
52 < IET ≤ 59
Dominânc ia de Cloroffíceas (Chlo orococcaless) ,
ados ou Dinoflagelados
Fitoflagela s
REG
GULAR 3
Densidade e total > 5.0 000 org . mLL-1
000 e < 10.0
59 < IET ≤ 63
Dominânc ia de Ciano obactérias ou
o Euglenoffíceas
R
RUIM 4 Densidade m -1
e total > 10.000 org . mL
63 < IET

O vaalor final, que


q gera o diagnósti co ou a classificação
c o final da qualidade, será
plesmente a média aritmética das três ponderaç
simp ções parciaais relativa
as à
domiinância, dennsidade e valor
v de IET
T.

* O Índice do Estado
E Tró
ófico (IET) ttem por fin
nalidade cla
assificar coorpos d’água em
entes grau
difere us de troffia, ou se eja, avalia a qualida ade da ággua quanto o ao
enriq
quecimento por nutrien ntes e seu efeito relaccionado ao crescimentto excessivo o das
algass e cianoba
actérias.

X
XV. omunidade zooplancttônica
A co

Tanto
o quanto a comunida ade fitoplan
nctônica ex
xige uma série
s de esspecificações, a
comuunidade zo ooplanctônica também m precisa de profisssionais gaabaritados para
comppreender ass correlaçõe
es desses oorganismos com os eco
ossistemass aquáticos.

Desssa forma, coolocar-se-ão somente alguns asp pectos relativos a essees organism
mos. A
Figurra 43 mostrra alguns re
epresentante
es deste grrupo

49
Figura 43
3 – Representa
antes da comunidade zooplanctônica.

Os p principais representan
r ntes da coomunidade zooplanctô ônica de áágua doce são:
Prottozoários (fflagelados, sarcodinass e ciliados)); Metazoários: Rotífeeros; Cladóceros
(crusstáceos); Copépodes
C (crustáceo
os); Larvas e ovos de peixes e m moluscos; Larvas
de insetos (Díípteros); Alguns ve ermes (turbbelários e trematódeoos); Cnid dários
(med dusa). Nos ecossistem mas aquático os continen
ntais, o zooplâncton esstá represen
ntado
princcipalmente pelos: Cop pépodos; C Cladóceros;; Ostracodaas Rotíferoos; Protozooários
(radioolários, foraminíferos e tintinídio
os); Queto ognatos; Larvas e ovvos de peix xes e
moluuscos; Cniidários (Hidromedusass). Esses organismos têm um paapel decisiv vo na
dinâmmica destes ambiente es, especiallmente na ciclagem de nutrientees e no flux xo de
energ gia. (Figuraa 43 e 44).

Nos aspectos ecológicos,


e pode-se a
ainda acres
scentar a dinâmica
d daa predação
o dos
peixees e inverte
ebrados aquáticos sob
bre a comunidade zoooplanctônicaa. Em cond
dições
de ddesequilíbrio
o ecológico
o das popuulações zoo
oplanctônica
as, podem ser controladas
por in d peixes plantófagos d
ntrodução de denominado, esse manejo, de bioomanipulação.

50
Figura 44 – Esquema de
e alguns repres
sentantes do zooplâncton.
z

X
XVI. ICZrees – Índice da
d Comuniidade Zoop
planctônica
a para Reseervatórios

O ICCZRES relaciona a razã ão entre o nnúmero tota


al de calannóides e o número tottal de
ciclopóides (Ncaal/Ncyc), com o Índice de
e Estado Trófico (IET) para cloroffila a. Estes
s dois
resulltados encoontram-se associados
a com categ
gorias Boa, Regular, R Ruim e Péssima,
obtid
das a partir da Figura 45.
4

PESSIIMA RUIM
M RUIM
M RUIM
M
67

RUIM REGUL
LAR REGUL
LAR REGULAR
59
IET clorofila-a

REGULAR REGUL
LAR BOA
A REGULAR
52

REGULAR BOA
A BOA
A BOA
A
47

BOA
A BOA
A BOA
A BOA
A
0
0,5 1,0 2,0
N N Cal/Cyc
IET - Lamparelli (20004)

Figura 45 ação segundo a comunidade zooplanctôn


4 – Classifica nica para reseervatórios.

Para
a a utilização da matriz
z diagnósticca ICZRES é necessária
a a presençaa de três grrupos
zoop
planctônicoss: Rotíferos, Cladóceroos e Copépoodes na am
mostra total. Na ausênc cia de

51
copéépodes cala anóides, emmprega-se NCal/NCyc < 0,5; na presença
p dde calanóid
des e
ausêência de cicclopóides, emprega-see NCAL/NCYCC > 2,0; na
a ausência de rotífero os ou
cladó
óceros, atrib
buir Ruim e,
e na ausênccia de copé
épodes, atrib
buir a condiição Péssim
ma.

VII.
XV A co
omunidade bentônica
a

As m
mesmas con nsideraçõess anteriorm
mente citada
as, valem ta
ambém parra este grupo. A
Figurra 46 esque
ematiza alguns represeentantes do
o bentos.

Fig
gura 46 – Esqu
uema de algu ns representa
antes da comu
unidade bentô nica

Benttos: comun
nidade de orrganismos ((bênticos ou
u bentônico
os) que vivee no substra
ato de
ambiientes aquá
áticos (pala
avra de orig
gem grega que signific
ca profundiidade, inferrior) e
se re
efere a form
mas de vida
a que habittam o fundo
o dos ambiientes aquááticos (a pa
alavra
bento
os tem sen
ntido coletiv
vo e deve sser emprega
ada com arrtigo e conccordância verbal
v

52
no singular; não
o há plural do termo b
bentos). Re
epresentam os organissmos que vivem
v
fixos ou não ao
o substrato,, sendo com
mumente empregada em áreas dda ciência como
ecolo
ogia, biologia marinha, limnologia e oceanografia.(Figura 17)

A pe
enetração da luz na coluna de
e água es
stabelece a distribuiçção de veg
getais
bentô
ônicos às camadas
c su
uperficiais d
do ambiente
e; portanto, a ocorrênccia de fitobentos
está confinada às zonas
s litorâneass. O bento
os de área
as profund as é composto
princcipalmente de
d bactérias
s e zoobenttos.

As comunidade
es bentônica
as são freq uentemente
e usadas co
omo indicaddores bioló
ógicos
porque podem
m fornecer informaçõ
ões sobre
e condiçõe
es ambien tais, devid
do à
senssibilidade de
e uma única
a espécie (i ndicadora) ou por caus
sa de algum
ma caracterrística
geral que faz a comunidade integrar o a longo doo tempo.
os sinais do ambiente ao
do à complexa estrutu
Devid ura dessa co
omunidade, associada as aos aspeectos especcíficos
do se
edimento acarretam
a uma importâância signifiicativa da atividade
a zoooplanctônic
ca na
dinâm
mica dos nu
utrientes.

XV
VIII. ICB – Índice da
a Comunida
dade Bentôn
nica

Paraa o diagnósstico, os de escritores, detalhados na metodologia, foraam fundidos em


índicces multiméétricos, adeq
quados a c ada tipo dee ambiente, ou seja, zoona sublitorral de
reserrvatórios (T
Tabela 6), zo
ona profunddal de reserrvatórios (Tabela 7) e rrios (Tabela
a 8).

Tabbela 6 - Ín
ndice da Comunidade
C e Bentônica
a para zon
na sublitoraal de rese
ervatórios
(ICB
BRES-SL)
Níve
eis
Cattegoria P
Ponderação
S ICS H’
H T/DT Ssens

Ó
ÓTIMA 1 ≥ 25 ≥ 25,00 > 3,50 < 0,10 ≥3

B
BOA 2 17 - 15
5,00 - < 25,00 > 2,25 - ≤ 3,50 00,10 - < 0,40 2
24
REG
GULAR 3 9 - 16 5 ,00 - < 15,00
0 > 1,50 - ≤ 2,25 00,40 - < 0,70 1

R
RUIM 4 1-8 < 5,00 ≤ 1,50 ≥ 0,70 0


ÉSSIMA 5 AZÓICO

53
Tabeela 7 - Índicee da Comunid
dade Bentônnica para zon
na profundal de reservatóórios (ICBRES--P)
Níveis
Cate
egoria Ponderação S
ICS H’ T//DT Tt/Chi

ÓT
TIMA 1 ≥ 10 > 7,00 > 2,00 < 00,20 ≥ 0,10

B
BOA 2 7–9 > 3,50 - ≤ 7,00 > 1,50 - ≤ 2,00
2 ≥ 0,20 - < 0,50 > 0,06
0 - < 0,10

REG
GULAR 3 4–6 > 1,00 - ≤ 3,50 > 0,50 - ≤ 1,50 ≥ 0,50 - < 0,80 > 0,03
0 - ≤ 0,06

R
RUIM 4 1–3 ≤ 1,00 ≤ 0,50 ≥ 00,80 ≤ 0,03

PÉS
SSIMA 5 AZÓICO

bela 8 - Índicce da Comu


Tab unidade Be ntônica parra rios (ICBRIO
R )

Níveis
Cate
egoria Ponderação
S ICS H’ T/DT Ssens

ÓT
TIMA 1 ≥ 21 > 20,00 > 2,5
50 ≤ 0,25 ≥3

B
BOA 2 9,50 - ≤ 20,0
14 – 20 > 9 00 > 1,50 - ≤ 2,50 > 00,25 - < 0,50 2

REG
GULAR 3 6 – 13 > 3,00 - ≤ 9,50
0 > 1,00 - ≤ 1,50 ≥ 00,50 - ≤ 0,75 1

R
RUIM 4 ≤5 ≤ 3,00 ≤ 1,0
00 > 0,75 0

PÉS
SSIMA 5 AZÓICO

Devid
do à comp
plexidade dessa com
munidade, um
u detalha
amento sobbre os cállculos
enco
ontram-se descritos
d nos
n Relató
órios de Qualidade
Q da Água da CETES
SB –
apên
ndices.

XI
XIX. Even
ntos natura
ais que alte
eram a qua
alidade da água
á

Desdde o surgim
mento do Planeta Terraa, a água agiu
a como elemento
e foormador e sofreu
s
onsequências das alterações, durrante as div
as co versas eras geológicas .

Desssa forma, ass mudanças da qualid ade da águ ua, tanto ass salinas quuanto as “do
oces”,
eram modifiicações ao longo do ttempo, divid
sofre dindo-se enntre o antess e o depoois do
deseenvolvimentto da civiliza
ação huma na, intensifficando-se, concomitanntemente, com
c o
cresccimento po
opulacional e a compl exidade tec cnológica, uma vez qque acarretavam
uma maior demanda hídric ca.

54
Porta
anto, deve-se ter em mente
m que a qualidadee da água natural
n não é uma entidade
imutá
ável, alteranndo-se continuamentee segundo as ções naturaais, a princípio e,
a modificaç
atuallmente, incrrementadass com as an
ntrópicas.

A ággua foi o principal


p agente da fo ormação iniicial do plaaneta, seguundo a literratura
pertin
nente. Conncomitantem mente, a m movimentaçã ão das placas tectôniicas (Figura a 47)
acarrretando a deriva
d continental mod dificou a es
sturra e o re
elevo planeetário dividin
ndo-o
em EEpinocliclo (terrestre),
( Limnocliclo
L (águas docces) e Talasssociclo (ágguas salgaddas).

Figura
a 47 – Desen
nho esquemáttico das princip
pais placas tectônicas do P
Planeta.

Então, para se separar os eventos na


aturais isola
adamente que
q alteramm a qualidad
de da
águaa torna-se impraticáve
el, podend o-se some ente abstrai-los de foorma puram
mente
didáttica.

A seq
quência a seguir
s não tem
t caráter hierárquico
o, são estritamente infoormativos.

A dinnâmica atm mosférica, consequênc


c d sazonalidade, interragindo com as
cia direta da
posiçções longitudinais e latitudinais, agem alte erando a qualidade
q nnatural da água;
á
entre
etanto, tais perturbaçõe
es são assi miladas pelos ecossisttemas aquááticos naturrais.

Desssa forma, po odem-se deestacar eve


entos que acarretam innundações pelo excess so de
chuvvas como lo ongas estiag
gens. Consstata-se que
e, por outro lado, no deecorrer das
s eras
geolóógicas, toda a comun nidade bióttica desses
s ambientes s desenvolvveu adapta ações
morfoo-fisiológica
as que su uportam taiis impactos s com a sua simulttânea evolução,
intera
agindo em duplo sentido, isto é, ambiente atuando
a sobbre os serees vivos e estes
altera
ando-o. (Fig gura 48)

55
F
Figura 48 - Ex
xemplo simplifificado da dinâmica atmosférrica do Planetta.

Desssa forma, ass alterações


s na qualida
ade da águ
ua interferira
am na evoluução da bio
osfera
e essta atividad
de biológica modifico u o ambie ente para a sua meelhor adaptação.
(Hipó
ótese Gaia)).

Os tterremotos, que modificam drassticamente uma paisagem, poddem propic ciar o


desa
aparecimentto de um ambiente
a aqquático com
mo cria-los, agindo com
mo agente ativo
na qu
ualidade da
as águas afe
etadas. (Fig
gura 49)

Figura 49
9 = Esquema de alguns asp
pectos de um terremoto.

56
A atividade vulccânica, que configurou
u a paisagem planetáriia, agiu e ccontinua atu
uando
como o agente dinâmico
d na
n qualidad de das ág guas atingidas tanto pelos gas ses e
partícculas quentes, denomminadas de cinza vulcâânica, comoo pelas lavvas. A Figura 50
detallha alguns aspectos
a de
e uma ativid
dade vulcân
nica.

Figurra 50 – Algunss aspectos da atividade vulc


cânica.

Denttre as mod dificações naturais po ode-se rele evar a suc cessão ecoológica em m que
ambiientes aquááticos trans
sformam-se em ambiente terrestrre e vice-veersa (Figura a 51).
Em fface desta constatação
c o, pode-se rressaltar a eutrofização
e o natural. (F
Figura 52)

Fig
gura 51 = Exe
emplos de Suc
cessão Ecológ
gica

57
Figura 52 = Exe
emplo de Eutrrofização Natu
ural

Se consideradoos somente cada eleme ento isolada


amente, verrificar-se-á que pode conter
c
meros, atuan
inúm ndo tanto positivamen
p nte quanto negativame
n ente na quaalidade da água.
á
Entre
etanto, segu
undo os exeemplos citaados, consta
ata-se que nenhum agge isoladam mente,
send
do uma dinâ âmica extrem
mamente c omplexa co ompreenderr as principaais variáveis que
atuam
m ou operaaram na qua alidade da á
água naqueele determin
nado ecossiistema aquá ático.

Atualmente, a maior
m preocupação é in nterpretar as
a alteraçõe
es da qualiddade da águ
ua de
orige
em antropog
gênica, mottivo básico d
desse cursoo.

X
XX. Eutro
rofização

A eu
utrofização é o processso de fertiliização exce
essivo, perm
manente e contínuo ded um
corpoo d’água daa qual pode
e resultar o desenvolviimento masssivo e indeesejado de algas
e maacrófitas aqu
uáticas.

A eu
utrofização é um processo natu ural que pa aulatinamen nte vai traansformando
o um
ambiiente aquáttico em ambiente terre
estre. Por outro
o lado, a preocupaação ambienntal a
esse
e processo é aquele rellacionado à cultural ou
u acelerada (Figura 53)).

58
Fig
gura 53 – Esq
quema da curv
va hipotética d
da eutrofizaçã
ão relacionada
a a fatores natturais e artificia
ais.

O prrocesso da eutrofizaçã
ão pode esstar relacio
onado, isola
adamente oou em conjjunto,
com::

• Presençça excessiva a de nutrien


ntes – principalmente P e N;
• Condições relativas s à qualidad
de da água;
• Aos aspectos ecoló ógicos;
• cas e morfo lógicas dos
Caracterrísticas físic s corpos d’á
água;
• Velocida
ade de esco oamento e rrenovação;
• Tempo de
d residência;
• Condições climática as;
• Profundiidade dos corpos
c d’águ
ua;

A procedên ncia dos nuutrientes p ode ter caaráter pontual ou conncentrado (p.ex.(
e
efluente dom
méstico) e ou
o dispersoss ou difusos
s (p. ex. lixiviação de áárea agrícolla);

PPode-se esstabelecer como


c os p
principais indicadores da eutrofiização a ampla
a
vvariação da concentraç ção de OD , a diversid dade e dens sidade do pplâncton, o nível
dde transparrência, os valores de e turbidez, a concentrração tantoo de Clorofila a
qquanto de Nitrogênio
N particulado. A Tabela 9 descreve e estabelecee a classificcação
ddos corpos d’água
d relac
cionados ao os níveis de
e eutrofizaç
ção.

59
T
Tabela 9 - Classific
cação dos corpos d’água
d rela
acionados aos níveis de
e
eutrofização
o.

C
Categorias
Valore
es de IET Características
(Es
stado Trófico
o)

Corpos de águaa limpos, produtividade muito bbaixa e


Ultrraoligotrófico IET ≤ 47
4 concentrações de nutrientes in
nsignificantes. N
Não prejudicam os
usos da água.

Corpos de água a limpos, de baixa produtividadde, em que não


Olig
gotrófico 47 < IE
ET ≤ 52 ocorrem interfe
erências indesejáveis sobre os usos da água,
decorrentes daa presença de nutrientes.

Corpos de águaa com produtividade intermediáária, com possíveis


Mes
sotrófico 52 < IE
ET ≤ 59 implicações sobre a qualidade
e da água, em nníveis aceitáveis
s na
maioria dos cas
sos.
Corpos d’água com alta produtividade em relaação às condiçõ ões
naturais, com redução
r da trans
sparência, em ggeral afetados por
p
Eutrrófico 59 < IE
ET ≤ 63 atividades antróópicas, nos qua
ais ocorrem alte rações indesejá
áveis
na qualidade da a água decorrentes do aumentto da concentração de
nutrientes e inte
erferências nos seus múltiplos usos.

Corpos de água a com alta produtividade em reelação às condiç ções


naturais, de baixa transparênccia, em geral afeetados por ativid
dades
Sup
pereutrófico 63 < IE
ET ≤ 67 antrópicas, noss quais ocorrem com frequênciaa alterações
indesejáveis naa qualidade da água,
á como a oc
ocorrência de
episódios floraç
ções de algas.

Corpos d’água afetados significativamente poor elevadas


concentrações de matéria orgâ ânica e nutriente
tes, com
comprometimento dos usos, associado a epissódios de floraç ções de
Hipe
ereutrófico IET > 67
algas e mortandades de peixes, com consequuências indesejáveis
para seus múltiplos usos, inclu
usive sobre as aatividades pecuárias
nas regiões ribe
eirinhas.

*IET = O Índice do
o Estado Trófic
co classifica o
os corpos d’ág
gua em difere
entes graus dee trofia, avalia
ando a
qualid
dade da água
a quanto ao enriquecimen
nto por nutrientes e seu efeito deletéério relaciona
ado ao
cresciimento excesssivo das algas
s ou ao aumen
nto da infestaç
ção de macróffitas aquáticass.
Os resultados do ín
ndice, calculados a partir d
da concentração de Fósforo
o, devem ser depreendidos
s como
uma m
medida do pottencial de eutrrofização (prin
ncipal nutriente
e causador do
o processo).
O cálcculo do IET, a partir da conc
centração de Pt, é realizado
o pela fórmula
a:
presso em µg . L-1 (rios)
IET = 10. (6-((0,42--0,36. (ln.PT)/lln2)) - Pt é exp
IET = 10. (6-(1,77-0 n2)) - Pt é exprresso em µg . L-1 (reservató
0,42. (ln.PT)/ln órios)
O IET ontos em que existiam conc
T foi calculado para 1.034 po centrações de
e Pt.

A eutrofização causa
c uma série de efe
eitos negativos ambien
ntais, podenndo-se desttacar:

• Desenvo olvimento excessivo


e e prejudicia
al de planttas aquáticcas, incluin
ndo o
florescim
mento de alggas, proliferração de macrófitas aq
quáticas, etcc.;
• Alteração profunda da biota, ccom substittuição de espécies de peixes e outros
o
organismmos;
• Decomp posição orgâânica, cons umo e deprressão de ODO e conseqquente ano oxia;
• Degrada ação da qu ualidade d a água, comc ções de coomposição, cor,
alteraç
turbidez,, transparên
ncia, etc.;

60
• Despend dimento de gases e pro odução de maus odore es;
• Formaçõões de depó ósitos bentaais e recicla
agem de nutrientes;
• Prejuízos considerááveis para o uso da água para aba astecimentoo;
• Prejuízos para a irriigação e approveitamen nto hidroelétrico;
• Prejuízos diversos para
p recrea
ação, turismmo e paisagismo;
• Aumento o da evaporração;
• Elevaçãoo de nível e entraves p para o escooamento das s águas;
• Produçãão de substâ âncias tóxiccas e prejuízzos eventuaais para o ggado;
• Condições propícias para a criiação de mo osquitos, larvas e outroos vetores.

A eu utrofização, conformee já menccionado, ac m lagos h ipereutrófic


carreta, em cos o
deseenvolvimentto de “bloom
ms” ou flore escimento aquáticos
a re
elacionado à presençaa das
algass. Dessa forma, podemm-se utilizarr os seguinttes parâmettros:

• Número de células por mililitro


o;
• Volume de algas po or metro cúb
bico de águ
ua;
• Peso das algas porr metro cúbiico de águaa;
• Teor de clorofila a por
p metro cú úbico de ág
gua.

Uma a das conse equências mais


m visívei s da eutroffização é o aparecime nto no amb
biente
hídricco de grand
des infestaç
ções de ma crófitas aquuáticas, acaarretando:

• Perda ded água pela a evapotran


nspiração;
• Dificulta
ar a navegabilidade;
• Impedir o fluxo de água
á em ca
anais e rios;
• Interferir com a opeeração nas usinas hidrroelétricas;
• Interferir com os sis
stemas de irrigação;
• Ocupar o volume útil
ú em insta alações de armazenage
a em;
• Interferir com a ativ
vidade de p
pesca;
• Desvalo orizar as áre
eas próximaas;
• Criar coondições estagnantes n na água pella deposiçãão de matérria orgânica;
• Impedir a fotossíntese;
• Abrigar e promove er o desen nvolvimento
o de vetore es de doennças, tais como
mosquitto, caramujo os, etc.

De mmodo a se e comparar dois ambiientes extre


emos, isto é, sistemaa oligotrófic
co de
eutró
ófico, confecccionou-se a Tabela 1 0.

61
Tabe
ela 10 – Características de ambie
entes Oligotrófico e Euttróficos.

Parâm
metro Olig
gotrófico Eutróficco

Baixas conceentrações e le
enta Altas concentraçõees e rápida
Nutrientes reciclagem d e Nitrogênio, reciclagem de nutrrientes,
Fósforo e Síl ica principalmente N e P.

Grande variação eem relação


Frequenteme ente próximo da
d
à saturação: depreessão no
Oxigênio Dissolvido
D saturação tan
nto no hipolím
mnio
hipolímnio e superrsaturação
como no epil ímnio
no ep
pilímnio (períoodo fótico).
Alta biomassa
b e seedimento de
Baixa biomasssa de fitoplan
ncton,
fitoplâ
âncton, zoobeentos e
Comunidad
des zooplancton, zoobentos e
peixees (baixa diverrsidade e
peixes.
maior densidade).
Radiação solar
s Alta transparrência na zona
a Baixa
a transparênciia na zona
subaquática eufótica. eufótica.
Lagos profunndos com
Lagos rasos, com baixa
morfometria ccaracterizada por
Bacia hidro
ográfica estratificação, cultiivados e
vales em form
ma de V e pou uco
muito
o modificados..
modificada.

Nas Figuras 54, 55 e 56 es stão esquem matizados aspectos


a da
a eutrofizaçção relacion
nados
às aalterações da qualida ade da águ ua de um ecossistem ma lacustree. O aportte de
nutrie
entes, princcipalmente P e N, transsformam-se
e de fatores
s limitantes para disponníveis
à bioota aquáticca, acarreta
ando as altterações de estacadas de caráter físico, quíímico,
bioquuímico e bioológico.

A fimm de um melhor esclarecimentto e enten


ndimento da
d eutrofizaação, pode
em-se
direccionar para duas verten
ntes:

1. Eutrofiza
ação natura al = conform
me já assina
alado, todo ambiente aaquático duurante
sua vidaa útil ira pa
aulatinamennte sendo eutrofizado
e no tempo.. Nas cond dições
ambientaais naturais, esse te empo é um ma correlação entre os aporte es de
nutriente
es (orgânicoos e inorgâânicos) e os
s processos
s de autodeepuração (F Figura
56). Podde-se, portaanto constaatar que há uma tendê ência especcífica de re
etorno
às condições anterriores ao im mpacto. Porrém, no deccorrer das eeras geológ
gicas,
ocorre a transform mação de a ambiente aqquática em terrestre, denominad da de
sucessão ecológica a.

2
2. Eutrofizaação cultura
al ou acelerrada = a ocorrência deeste fenômeeno relacionna-se,
portanto, a contínuaa descarga nutricional (pontual e dispersa) e a incapacidade
temporal do proces sso de auto odepuraçãoo, isto é, nãão conseguuir transform
mar o
desequillíbrio ecológico paulattinamente eme novo equilíbrio,
e uuma vez qu ue os
impactoss sucedem m-se initerru uptamente. (corpos hídricos
h peermanentem mente
poluídoss). A Figura
a 54 destac a as modifiicações do ambiente aaquático qu uando
do aportte de nutriente – Nitroggênio e Fóssforo; a Fig
gura 56 detaalha um sisstema
simplifica
ado da eutrrofização.

62
Figura 54 – Esquema mostrando
m as cconsequênciass do processo
o de eutrofizaçção artificial,
atravé
és do aporte d
de P e N, no ec
cossistema lacustre.

Fig
gura 55 – Esq
quema simplifiicado de eutro
ofização artificial modificanddo o
equilíbrio d
do ecossistem
ma lacustre.

63
Figurra 56 – Esque
ema do processso de autode epuração ao lo
ongo do tempoo após
aporte
a de nutrrientes (efluen
nte doméstico)).

De m modo a se ter uma visão mais a ampla da dinâmica


d de
e um ambieente aquátiico, a
Figurra 57 mostrra um esqu ões dos fatoores (abióticos e
uema simpliificado das inter-relaçõ
bióticcos) que afetam
a o metabolismo
m o (equilíbrio
o) de um lago, destaacadamente e aos
proce essos de produtividade de váriass ordens. De ependendo do impactoo, estabelece-se
o seu u nível de trrofia.

Figurra 57 – Esque
ema simplificad
do das inter-re
elações dos fa
atores que afeetam o
metabo
olismo de um lago, relacion
nado à produtividade.

64
Diante do que foi exposto o ate o mo omento, dev vem-se acrrescentar taambém algumas
mediidas de carráter terapê
êutico e ou corretivo para
p a posssível recupeeração, ou mais
mode ernamente, reabilitaçã
ão de um ecossistem ma aquático o. Na litera
ratura podeem-se
destaacar os pro
ocessos des scritos na TTabela 11, destacandoo-se os físiicos, químic
cos e
bioló
ógicos. Poré
ém, deve-s se ressaltarr que existtem pontos positivos e negativos em
cadaa um deles, principalmente relativvos aos cus
stos/benefíc
cios. (denommina-se Con ntrole
Integ
grado de Errvas Danimhas na imp plantação dee mais de um
u mecanissmo direcio onado
a umm determinado objetivo)

Tabeela 11 – Prrocessos fís sicos (mecâ


ânicos), químicos e biológicos coomo medida
as de
terap
pia (corretivvas) de um ambiente
a aq
quático imp
pactado.

Medidas de
e terapia Corretivas

Desesttratificação
Aeraçãão do hipolímn
nio
Retirad
da de águas profundas
Adução o de agua de melhor qualiddade
Processos mecânico
os Remoç ção do sedimeento
Coberttura do sedimeento
Remoç ção de macróffitas aquáticass
Remoç ção de biomas ssa planctónicca
Sombrreamento
Diminuuição do nível d’água

Precipiitação química
a do P
Processos químicos Oxidaçção do sedime ento com Nitraato
Aplicaç
ção de herbicida
Aplicaç
ção de cal
Utilizaç
ção de peixes herbívoros
Processos biológicos
s
Utilizaç
ção de cianófa
agos
Manipu ulação da cadeia trófica

65
Refe
erência Bib
bliográfica

CETESB Relattórios de Qu
ualidade da Água vário
os anos.

EVES, F DE
ESTE E A Fundamentos de Limnologia. Ed. Interciência/FINE
EP.575 p, 19
988.

TUNDISI, J.G; TUNDISI


T T.M. Limnolo
ogia Ed. Ofiicina de Tex
xtos. 632 p.. 2008.

Sitess da Interrnet – div versas infoormações em


e ecologia, limnoloogia, altera
ações
ambiientais natu
urais e poluição das ág
guas.

66
VARIAÇÕES ESPACIAIS E
TEMPORAIS NA QUALIDADE
DA ÁGUA, PRINCIPAIS
PARÂMETROS DE QUALIDADE
DA ÁGUA E CONTAMINANTES
EMERGENTES

BIOL. DR. FABIO N. MORENO

Cadernos da
Gestão do Conhecimento

67
68
VAR
RIAÇÕESS ESPACIAIS E TE
EMPORAIIS NA QU
UALIDAD
DE DA ÁG
GUA,
PRINCIPAIS PARÂMMETROS DE QUALIDA
Q ADE DAA ÁGUA A E
NTAMINA
CON ANTES EM
MERGENT TES.

1. Conc
ceito de Qualidade da
a Água

A ággua é um dos
d os naturais mais inten
recurso nsamente utilizados
u e , portanto, deve
estarr presente no ambien nte em qua antidade e qualidade apropriadass. Dentro desse
d
conteexto, pode--se entendder a quali dade como o a capacidade desssa água em se
mantter, de form
ma contínuaa, dentro doos limites associados
a ao seu usoo. Outras visões
v
que poderiam sers adotadas para exxplicar o co onceito de qualidade da água foram
f
propoostas por Chapman
C (1996), a sab
ber:

• Conjuntoo de conc centrações , espécies s químicas


s e partiçõções físicass de
substânccias químicas inorgâniccas e orgân
nicas;
• Compossição e estado da biotaa aquática de
d um corpo
o d’água; e
• Descriçãão das variações esp paciais e teemporais de
evido a fattores intern
nos e
externoss ao corpo d’água.
d

2 a água e requisitos de
2. Usos da e qualidade
e

undo Braga, (et al., 200


Segu 05), a água
a pode ser destinada
d ao
os seguintees usos:

• Abastecimento hum mano;


• Abastecimento indu ustrial;
• Diluição de poluentes;
• Geração o de energia
a elétrica;
• Irrigação
o;
• Navegaçção;
• Preservaação da florra e fauna;
• Aquicultuura; e
• Recreaçção.

3
3. Principa
ais fontes de
d poluição
o da água

O terrmo poluiçãão pode ser utilizado p para caractterizar uma alteração na qualidad de de
um rrecurso natural provoccada pela a adição de substâncias
s que venhaam prejudic car os
usoss múltiplos desse
d sileira, a Lei no. 6.938, de 31 de agosto
recurrso. Na legi slação bras
de 1981, que dispõe
d sobrre a Política
a Nacional do Meio Ambiente,
A d efine a poluição
nos sseguintes te
ermos:

“Polu
uição: a deg
gradação da
a qualidade
e ambiental resultante das
d atividaddes que dire
eta
ou in
ndiretamentte:

• prejudiqu
uem a saúd
de, a segura
ança e o be
em-estar da populaçãoo;

69
• criem co
ondições ad
dversas às aatividades sociais
s e econômicas;
• afetem desfavorave
d elmente a bbiota;
• afetem as
a condiçõees estéticas ou sanitáriias do meio ambiente;
• lancem matéria
m ou energia emm desacordo o com os paadrões ambiientais
estabele
ecidos.

Os eefeitos resuultantes da introdução dos polue entes no meeio aquáticco dependem da


naturreza do poluente introd duzido, do sseu caminh
ho percorrid
do no meio e do uso que se
faz d
do corpo d’á água. Os po oluentes po
odem ser inntroduzidos no meio aqquático de forma
f
pontuual ou difussa (Figura 58).
5

a b

Figura 58 - Poluição das ág


guas por fonte
es difusas (a) e pontuais (b)).

As ccargas pon ntuais são introduzida as por lanççamentos de d efluentees doméstic cos e
indusstriais, send
do de fácil identificaçãão. O conttrole dessass fontes occorre atravé
és do
tratamento do efluente gerado.
g Ass cargas difusas
d carracterizam-sse por nãão se
origin
narem de um u ponto de d lançame ento específfico, mas de
d maneira distribuída a pela
supeerfície da baacia, sendo introduzidaas nos corp
pos d’água eme intervaloos intermite
entes,
relaccionados prrimariamentte a ocorrê ência de evventos chuv vosos. As pprincipais fontes
f
gerad doras de pooluição difusa são:

• áreas aggrícolas;
• deposiçã ão atmosférrica;
• desgaste e de pavimeentação;
• veículos;
• restos dee vegetaçãoo;
• resíduoss sólidos;
• poeira;
• dejetos de
d animais;
• derrama amentos acidentais;
• erosão; e
• lançame entos in natu
ura de esgo
otos domésticos.

O co
ontrole da carga
c difusa
a exige me
edidas não estruturais, com foco na prevenç
ção e
contrrole da em
missão de e poluentess, bem coomo a implementaçãão de medidas

70
estru
uturais, que e propiciamm a redução o ou remo oção dos poluentes peelo escoam
mento
supeerficial de árreas agrícollas e urbana
as (Porto, 2012).
2

A geeração de carga
c poluidora é umma consequ uência inevitável do ddesenvolvim
mento,
anto, torna-se de funda
porta amental im portância para
p a gestãão da qualiidade da ág
gua o
estab
belecimentoo de uma estratégia a de manejo, princíp pios e meetodologias que
propoorcionem a integraçãoo da gestão
o de recursoos hídricos com a gesttão ambienttal do
uso e ocupação o do solo.

Denttre os impacctos decorrentes da al teração da qualidade da água peela introduçã


ão de
carga
as poluentees, podem ser
s citados:

• alteraçõees estéticas
s;
• depósitoo de sedime entos;
• depleção o da concen oxigênio dis
ntração de o ssolvido;
• contaminnação por organismos
o patogênico
os;
• eutrofiza
ação;
• danos à biota devid do à presençça de substtâncias tóxicas.

4
4. Principa
ais poluenttes aquátic
cos

Seguundo Bragaa et al. (2005), os polluentes pod


dem ser cla
assificados segundo a sua
naturreza em:

• Matéria orgânica
o biodegradáve el;
• Poluentees orgânicoos refratário
os (agrotóxicos, deterggentes sintééticos, deriv
vados
do petróleo, substâncias organ nocloradas));
• Metais tó
óxicos (merrcúrio, cádmmio, chumbo o e arsênico
o);
• Nutriente
es (fósforo e nitrogênio
o);
• Organismmos patogê ênicos (bacttérias, vírus
s e protozoá
ários);
• Sólidos em
e suspens são;
• Calor;
• Radioativos (substââncias radiooativas e raddiação que vem do esppaço exterio or);

AAlém desse es, uma noova catego oria de polu uentes, chaamados dee contaminantes
eemergentes, tem cham mado a ate enção da comunidade
c e científica e das agê ências
aambientais. Essas substâncias ttêm sido detectadas
d em conceentrações muito
bbaixas no ar, água, solo, ali mentos e em tecid dos humannos e animais,
ccaracterizanndo-se por não aprese entarem crittérios regulaadores, serrem persistentes
nno ambiente e e capazess de interfe
erir na fisiolo
ogia de receptores alvvo. Dentro dessa
d
ccategoria, in
ncluem-se os
o produtoss de higiene e pessoal, substânciass farmacêu uticas,
in
ncluindo esstrogênios naturais
n e ssintéticos, agentes pla astificantes , retardante
es de
cchama e nanomateriais s (Yan et al.., 2010).

5
5. Variáveiis de qualid
dade da ág
gua

A qu
ualidade da água é rep presentada por um con njunto de variáveis
v dee natureza física,
f
quím
mica, e bioló
ógica, os quais são uttilizados pa
ara avaliar as
a caracterrísticas da água.
á

71
Paraa o diagnósstico da qu ualidade daas águas no Estado de São P Paulo, segu
uintes
áveis são avvaliadas pella Rede de Monitoramento da CE
variá ETESB (CET
TESB, 20166):

5
5.1) F
Físicas

• Condutividade: é a expre essão numérica da capacidade


c de uma água
condu uzir a corrrente elétricca. Depend de das concentraçõees iônicas e da
tempe eratura, indicando a qu uantidade ded sais exis stentes na ccoluna d’ág gua e,
portan nto, represe
entando um ma medida in ndireta da concentraçã
c ão de polueentes.
• Cor: está
e associada ao gra au de reduç ção de intensidade qu e a luz soffre ao
atraveessá-la (e esta reduçção dá-se por absorç ção de pa rte da radiação
omagnética)), devido à presença de
eletro d sólidos dissolvidoss, principalm mente
materrial em esta ado coloidal orgânico e inorgânico.
• Sólidoos: correspo ondem a to oda matéria a que permanece com mo resíduo, após
evapo oração, sec cagem ou ccalcinação da amostra a, a uma teemperatura a pré-
estabelecida durante um tempo fixa ado, operaç ções essass que perm mitem
definir as diversa as frações de sólidos presentes na água (sóólidos totais s, em
suspe ensão, dissolvidos, fixo os e voláteis). Para o recurso híddrico, os só ólidos
podem m causar da anos aos pe eixes e à vida aquática a.
• Temp peratura: em m geral, à medida qu ue a tempe eratura aum menta, diminui a
solubilidade do oxigênio
o disssolvido e aumentam
a as taxas dee reação fís sicas,
químicas e bioló ógicas. Orga anismos aq quáticos pos ssuem limittes de tolerrância
térmicca superio or e inferrior, tempe eraturas ótimas
ó parra crescim mento,
tempe eratura prefferida em g gradientes térmicos e limitações de temperratura
para migração,
m desova
d e inccubação do o ovo.
• Transsparência: a partir da m medida do disco de Secchi, é poossível estim mar a
profun ndidade da zona fótica a, ou seja, a profundid dade de pennetração ve ertical
da luzz solar na coluna
c d’ággua, indicanndo o nível da atividadde fotossintética
de laggos ou rese ervatórios.
• Turbid dez: é o gra
au de atenu uação de inttensidade queq um feixee de luz soffre ao
atraveessá-la, de evido à pre esença de e sólidos em e suspennsão, tais como
partícculas inorgâânicas (are eia, silte, arrgila) e dettritos orgânnicos, tais como
algas e bactérias s, plâncton em geral, etc.
e
• Vazão o.

5
5.2) Q
Químicas

• Alcaliniddade: pode ser d definida co omo sua capacidaade de reagir r


quantitattivamente com um á ácido forte até um valor
v defin ido de pH H. Os
principaiis compone entes da a lcalinidade são os sa ais do ácidoo carbônico, ou
seja, biccarbonatos e carbonato os, e os hidróxidos.
• Cafeína: tem sido utilizada com mo traçadorr da presenç ça de maté ria fecal de
origem humana
h e de algumas substâncias s farmacêuticas do gruupo dos
contamin nantes emeergentes.
• Carbono o Orgânico Total
T (COT)): origina-se
e da matéria
a viva e tam
mbém como o
compone ente de vários efluente
es e resíduoos, sendo ta
ambém um indicador útilú do
grau de poluição do o corpo hídrrico. A análiise de COT considera as parcelas s
biodegra adáveis e nãão biodegraadáveis da matéria orgânica, não sofrendo

72
interferência de outros átomoss que esteja am ligados à estrutura oorgânica,
quantificcando apena as o carbonno presente e na amostra a.
• Cloretoss: são fontes s importante es de cloreto as desca argas de esggotos sanitários,
as quaiss podem ap presentar co oncentrações que ultrrapassam 1 5 mg L-1, o que
pode co onferir sabor salgado o à água. Nas regiõ ões costeirras, atravé és da
chamada a intrusão da
d cunha sa alina, são encontradas
e s águas com m níveis alto
os de
cloreto.
• Demand da Bioquím mica de O Oxigênio (D DBO): é a quantidadde de oxigênio
consumiido durante e um determ minado período de tem mpo, numa temperatura de
incubaçã ão específicca. Um perríodo de tempo de 5 dias, d numa temperatura de
incubaçã ão de 20°C C, é freque entemente usado e referido
r commo DBO5,200. Os
maiores aumentos em termos de DBO, num n corpo d’água,
d sãoo provocadoos por
despejoss de origem m predomin antemente orgânica. A presençaa de um alto o teor
de maté éria orgânic ca pode ind duzir ao co ompleto esgotamento do oxigênio na
água, provocando o desapa recimento de peixes e outras formas de vida
aquática a.
• Demand da Química de Oxigêniio (DQO): é a quantida ade de oxiggênio neces ssária
para oxidação da matéria
m org
gânica de umau amostrra por meioo de um ag gente
químico,, como o dicromato de e potássio. Os valores da DQO nnormalmente e são
maiores que os da a DBO5,20, sendo o teste t realizado num pprazo meno or. O
aumento o da concen ntração de D DQO num corpo
c d’águua deve-se pprincipalme ente a
despejoss de origem m industrial.
• Dureza: é a medida a da sua ca apacidade ded precipita ar sabão, issto é, nas águas
á
que a possuem,
p os
o sabões transforma am-se em complexos
c insolúveis, não
formando espuma até que o processo se esgote. São quattro os princ cipais
composttos que con nferem dure eza às água as: bicarbonato de cállcio, bicarbo onato
de magn nésio, sulfato de cálcio o e sulfato de magnés sio, oriundoos da dissolução
de rocha as calcárias.
• Fenóis e seus deriv vados: aparrecem nas águas naturais atravéss das desca argas
de eflue entes indus striais. Os ffenóis são tóxicos ao o homem, aaos organismos
aquático os e aos microrganism mos que tom mam parte dos d sistemaas de tratam mento
de esgottos sanitário os e de eflu
uentes indus striais.
• Ferro: pode
p origina
ar-se do ccarreamento o de solos em funçãoo de proce essos
erosivoss ou pelo la ançamento de efluente es de indús strias meta lúrgicas. Appesar
de não ser tóxico, traz diverssos problem mas para o abastecim mento públic co de
água pois confere cor c e sabor à água
• Fósforo: é provenie d descarrgas de esggotos sanitários.
ente, princi palmente, das
Detergen ntes em pó, efluenttes de indústrias de e fertilizanntes, pesticcidas,
substânccias químicas em geral, co onservas alimentícias
a s, abatedo ouros,
frigorífico
os e laticínnios, també ém podem apresenta ar fósforo eem quantid dades
excessivvas, assim como
c as ág
guas drenad das em área as agrícolass e urbanas s. Por
ser nutriente limitan nte para pro ocessos bio ológicos, o excesso dee fósforo co onduz
a processsos de eutrrofização da as águas na aturais.
• Metais: podem estar solúveiss ou adsorv vidos a parrtículas em suspensão o nas
águas superficiais s. Exemplo os de me etais avalia ados em programas s de
monitora amento sã ão alumínio o, arsênio, cádmio, chumbo, cobre, crromo,
mercúrio o, manganê ês, níquel e zinco. A exposição dos organiismos aquá áticos
expostoss aos mettais pode o ocasionar efeitos tóx xicos agudoos ou crôn nicos,
depende endo da concentraçã
c ão. Alguns metais, como c o mmercúrio, po odem
bioacum mular e biom magnificar, potencializ zando seu efeito nociivo ao long go da
cadeia alimentar.
a

73
• Nitrogên nio: está asssociado ao lançamento o de esgoto os domésticcos, industrriais e
de fertilizzantes. Pod
de estar preesente sob as formas molecular, amônia, nittrito e
nitrato. A presenç ça de nitro ogênio amoniacal ind dica eventoos recente es de
poluiçãoo. Em conce entrações eexcessivas, também está associaado ao proc cesso
de eutrofização. A amônia
a em águas é mu uito tóxica aos
a peixes.
• Oxigênio o Dissolvidoo (OD): Indiispensável aos organis smos aeróbbios. Águas s com
baixos te O indicam aporte de matéria org
eores de OD gânica. A deecomposiçã ão da
matéria orgânica por p bactéri as aeróbia as é acompanhada ppelo consum mo e
redução do OD. A ausência
a dee oxigênio favorece
f o crescimento
c o de organismos
anaeróbios que lib beram subsstâncias qu ue conferem m odor, saabor e aspectos
indesejááveis à água a.
• Potencia al Hidrogeniônico (p H): Além de influenciar diverrsos equilíbrios
químicoss que ocorrrem natura almente, o pH tem effeitos sobree a fisiologia de
diversass espécies aquáticas.
a Sob determ minadas con ndições Reedox, o pH pode
contribuiir para a precipitação
p o de metais s pesados e exercer eefeitos sobre as
d proteção à vida aqu ática fixam o pH
solubilidades de nutrientes. Oss critérios de
entre 6 e 9.
• Substâncias Orgâ ânicas: pe rtencem a esse grupo os poluentes não
biodegra adáveis ou cuja
c taxa dee biodegraddação é mu uito lenta. N
No meio aqu uático
podem ser tóxicos s à biota o ou podem bioacumular nos teccidos de alguns
organism mos. São substâncias
s s oriundas de process sos industrriais, de cu
ultivos
agrícolass ou do de escarte e d disposição de resíduo os de difereentes tipoloogias.
Citam-se e como exe emplos os a agrotóxicos, substância as organoclooradas (bifeenilas
policlora
adas, dioxina as e furanoos), derivado
os do petróleo, etc.
• Surfactaantes: são definidos ccomo compostos que e reagem com o azu ul de
metileno o sob certas s condiçõess especifica adas. Os esgotos sannitários possuem
de 3 a 6 mg L-1 de detergente es. As desc cargas indis scriminadass de detergentes
nas águ uas naturais levam a prejuízos de ordem estética pprovocados pela
formação o de espum mas. Os d etergentes têm sido responsabiilizados tam mbém
pela ace eleração da eutrofizaçã ão, pois conntém fósforo o em suas fo
formulações s.

5
5.3) M
Microbiológ
gicas

• Coliformmes Termotoolerantes: ssão os micro-organismos capazess de fermen ntar a


lactose a 44-45°C, sendo repre esentados principalme ente pela Esscherichia coli
c e,
também por algumas bacté érias dos gêneros Klebsiella,
K Enterobactter e
Citrobaccter. Dentre
e esses miicrorganism mos, somen nte a E. cooli é de origem
exclusivaamente fecal.
• Eschericchia coli: Principal bacttéria do sub
bgrupo dos coliformes termotolera antes,
sendo ded origem exclusivam
e ente fecal. Fermenta a lactose e manitol, com
produção de ácido e gás a 44 4,5 ± 0,2°C em 24 hora as. Produz indol a parrtir do
triptofano, oxidase negativa, n não hidroliz
za a uréia e apresentta atividade e das
enzimass ß-galactossidase e ß--glucoronida ase. E. colii está preseente em nú
úmero
elevado nas fezes humanas e de anima ais de sang gue quentee e é raram
mente
detectadda na ausê ência de p poluição fec cal. É cons siderada o indicador mais
adequad do de contaminação feecal em águas doces.
• Enteroco ocos: é um valioso indiicador bacte
eriano paraa determinaçção da exteensão
da conta aminação fe
ecal de águ uas superficciais recreacionais. Esstudos em águas
á
de praia as marinha as e de água doce e indicaramm que as gastroenterites

74
associaddas ao banho estão d diretamente relacionad
das à qualiddade das águas
á
recreacio
onais e que os entterococos são os mais eficienntes indicad dores
bacterian
nos de quallidade de ággua.

5
5.4) H
Hidrobiológ
gicas

• Clorofila a: um dos pigmento os responsá áveis pelo processo ffotossintétic co. A


clorofila a é a mais universal d das clorofila
as (a, b, c, e d), por issso, um indic
cador
da bioma assa algal, sendo conssiderada a principal va ariável indiccadora de estado
trófico doos ambientees aquático os.
• Comunid dade fitopla
anctônica: cconstituída principalme ente por allgas clorofííceas,
diatomácceas, eug glenofíceas,, crisofíce eas, dinoffíceas e xantofícea as e
cianobacctérias. Pod de ser utilizzada como indicadora da qualidadde da água a e do
estado trófico,
t principalmente em reserv vatórios, e a análise dda sua estrrutura
permite avaliar alguns efeittos decorre entes de alterações ambientais. A
presença a de algum mas espéciies em alta as densida ades pode comprome eter a
qualidad de das águas, causan ndo restriçõões ao seu tratamentoo e distribu uição.
Atenção especial é dada às ciano obactérias, que posssuem esp pécies
potencia almente tóxiicas. A oco orrência dessses organismos tem ssido relacio onada
a evento os de mortandade de a animais e daanos à saúd de humana..
• Comunid dade zoopla anctônica: fformada porr animais microscópico
m os que vivemm em
suspensão, sendo protozoário os, rotíferos
s, cladócero os e copéppodes os grrupos
dominan ntes em ammbientes de água doce e. Essa co omunidade é importante na
manuten nção do equilíbrio
e ddo ambien nte aquátic co, podenddo atuar como
regulado ora da com munidade fittoplanctônic ca (utilizanddo-a como alimento) e na
reciclageem de nutrieentes, além m de servir ded alimento o para diverrsas espécie es de
peixes.
• Comunid dade bentôn nica: corressponde ao conjunto de e organismoos que vive e todo
ou parte de seu cicllo de vida n no substratoo de fundo ded ambientees aquático os. Os
macroinvvertebrados s, por exe emplo, ocorrem em todo t tipo dde ecossis stema
aquático o, exibem ampla
a varie edade de tolerâncias a vários ggraus e tipo os de
poluição, têm baixa a motilidade e e estão coontinuamentte sujeitos ààs alteraçõe es de
qualidad de do ambiente aqu uático. Insserem o componente
c e tempora al ao
diagnósttico já que, como moniitores contín nuos, possibilitam a avvaliação a médio
m
e longo prazo dos efeitos de descargas regulares, intermitentees e difusa as, de
concentrrações variá áveis de po oluentes.

5
5.5) E
Ecotoxicoló
ógicas

• Ensaio ecotoxicoló
e gico com C Ceriodaphn nia dubia: reealizado coom amostra as de
água bru uta, sendo utilizado
u pa
ara avaliar a ocorrênciaa de efeitoss tóxicos, ag
gudos
e crôniccos, nos co orpos d’ág ua onde está
e previstta a preseervação da vida
aquáticaa. O resultaddo do ensaaio é expressso como agudo (quanndo ocorre efeito
brevivência dos organismos, denttro do períoodo inicial de
significattivo na sob d 48
horas) ouo crônico (quando ocorre efe eito significativo na rereprodução e/ou
sobrevivvência dos organismoss, dentro do período de d sete diaas de ensaio). A
amostra é considerrada não tóxxica caso não haja dettecção de qquaisquer efeitos
tóxicos aos
a organismos-teste.
• Ensaio ded mutação reversa (teste de Ames): A tammbém cham mado de ensaio
Salmone ella/micross
soma, é efiiciente para a detectar uma grandde variedad de de

75
composttos mutagê ênicos cau usadores de d algumas doençass genéticas ou
capazes de induzir tumore es em se eres huma anos e e m animais s de
experime entação. Uma
U respossta positiva para o teste de Ames indiica a
presença a na amosttra de um oou mais com mpostos qu
ue são capaazes de inte
eragir
com o material
m ge
enético e ccausar uma a mutação. Amostras de manan nciais
utilizados para aba
astecimentoo público, que apresenntam atividaade mutagêênica,
sugerem m a necesssidade de níveis de tratamento diferenciaddos, bem como
redução das fontes de contam inação nas ETA.

5
5.6) B
Bioanalítica
as

• Determin nação da atividade e estrogên nica: interfferentes eendócrinos são


composttos capazes s de interferrir na produ ução ou açã ão dos hormmônios, poddendo
causar danos
d ao siistema reprrodutor e im munológico de organissmos superiores,
especialmente aqu uáticos. Esttes compos stos podem atingir os mananciais s pela
contamin nação com esgoto do méstico ou com pestic cidas ou ouutros compostos
aplicadoos no solo. Diversas cclasses de compostos
c podem acaarretar atividade
estrogênnica (um tippo de interrferência en ndócrina) como hormôônios naturrais e
sintéticos (estradioll, estriol, ettinilestradio
ol), fitoestróg
genos ou ooutros poluentes
(bisfenoll A, PCBs, pesticidas).
p

6. P
Padrões de
e Qualidade da Água

Os ppadrões de qualidade dad água exxpressam ca aracterística


as de ordem
m física, química
e bio
ológica deseejáveis nas águas, de forma a attender aos seus usos prepondera antes.
Tais usos no Brasil, são protegidos
p p
pelos padrõões fixados nas seguinntes legislações:
Resoolução CON NAMA no. 357/2005, Portaria do d Ministériio da Saúdde no. 291 14/11,
Resoolução CON NAMA no. 274/2000 e a Reso olução CON NAMA no. 430/2011,, que
estabbelece os padrões
p para lançamennto de eflue
entes em corpos d’águaa.

6.1) Resolução CONAMA no.


n 357/200
05

O Co onselho Naacional do Meio


M Ambie
ente – CON NAMA definiu as classses de qualidade
de águas docess, salinas e salobras a através da Resolução CONAMA 357/2005. Para
cadaa classe de e qualidade
e, são asso ociados uso os prepondderantes attuais ou futturos,
fixan
ndo-se ou adotando-se e padrões d de qualidadee, os quais corresponddem aos vaalores
limite
es dos parrâmetros de qualidade e estabelecidos em legislação. Esta resolução
tamb bém aprese entais para o enquadramento doss corpos d’á
enta as direttrizes ambie água,
isto é, as metas ou obje etivos de q qualidade da
d água a serem, oobrigatoriam mente,
alcannçados ou mantidos em um tre echo de acordo
a com
m os usos preponderantes
preteendidos ao longo do te
empo. O enq quadramen nto é um dos instrumenntos previstos na
Política Nacion nal de reccursos Híd ricos, definida pela Lei No.94333/1997, sendos
funda amental paara o gerenciamento dos recurs sos hídrico
os e para o planejam mento
ambiiental. A Resolução
R CONAMA No. 357/20 005 estabelleceu 13 cclasses parra os
corpo os d’água, sendo 5 dee água doce e, 4 de águ
uas salobras e 4 de ágguas salinas. No
Estad do de São o Paulo, oss corpos d e água do oce foram enquadrado
e os pelo De ecreto

76
Estaddual No. 10.755 de 19
977, mas nã ão incluiu as
a águas sa alinas e saalobras, as quais
deveem atender aos padrõees de classse 1, conforrme artigo 42
4 da Resoolução CON NAMA
o.
N 3557/2005.

6.2) Portaria Min


nistério da Saúde
S no. 2
2914/2011

Estabelece os procedimen
p tos e respo
onsabilidadees relativos
s ao controlee e vigilânc
cia da
qualiidade da ág
gua para co
onsumo hu mano e seu u padrão de potabilidaade. Além disso,
d
estabbelece com
mpetências e responsa abilidades para
p a Uniãão, para ass secretariaas de
saúdde estadua ais e municipais e para os responsá áveis peloss sistemas s de
d água e de soluçõe s alternativ
abasstecimento de vas de abas stecimento para o consumo
huma ano, bem como as penalidade es aos res sponsáveis que não observarem m as
deterrminações constantes
c na portaria
a.

6.3) Resolução CONAMA no.


n 274/200
00

Defin
ne os critérios das ágguas brasilleiras (doce
es, salinas e salobra s) destinaddas a
balne
eabilidade (recreação
( de contato
o primário) e estabelecce classificaação, próprria ou
impróópria, com base nos s resultadoss obtidos para a análise de ccoliformes fecais
f
(term
motolerantess) em umm conjunto o de cinco amostra as consecuutivas, colhidas
semaanalmente non mesmo local.

6.4) Resolução CONAMA no.


n 430/201
11

Dispõõe sobre as condições e padrõe s de lançam mento de efluentes


e emm corpos d’água
recepptores com mplementan ndo e alte erando a Resolução CONAMA A no. 357/2 2005.
Seguundo essa resolução o, o lança mento indireto de efluentes,
e iisto é, aqueles
submmetidos ou não a trata amento porr meio da rede
r ora, deve seeguir o disposto
coleto
nesssa resolução o, quando verificada
v a inexistência de legisla
ação ou norrmas espec cíficas
e outtras disposiições do órgão ambien ntal compettente, e nãoo conferir aoo corpo rec
ceptor
caraccterísticas de
d qualidade em desaccordo com as a metas do o seu enquaadramento.

77
7
7. Variaçõe
es Espacia
ais e Tempo
orais

O m monitoramen nto sistemá


ático é um m dos princ cipais instruumentos uttilizados pa ara a
avaliar a evoluçção da qualiidade das á águas em nível
n espacial e temporral, uma vez z que
essee está basseado no acompanha
a amento con ntínuo dos aspectos quantitativ vos e
qualiitativos dass águas. Pa
ara tal, são necessário os levantammentos de ccampo, obte enção
de a amostras de d água, análises la aboratoriaiss, medição de vazãoo e outros s. As
inform
mações ob btidas a partir
p do mmonitoramen nto viabilizam a elabboração de e um
diagnnóstico da qualidade
q da
d água, o q que por sua a vez permite a identifficação de áreas
á
prioritárias paraa o controle da polu uição das águas,
á tais
s como treechos de rios e
estuáários onde a sua qualidade possa a estar mais comprom metida, posssibilitando, assim
a
açõees preventivvas e corretiivas por parrte dos órgããos ambientais (Figuraa 59).

ura 59 - Varia
Figu ação Espacial e Temporal do e de Qualidade de Água do ano de 2005 e de
o IQA – Índice
2015 no Estado de São Paulo. (MMidaglia, C.L., 2016)

78
Alterrações na qualidade e e quanttidade da água, em sistemaas fluviais são
predo ominantemente influen nciadas porr fontes pon ntuais e pelo escoameento subterrrâneo
(básiico) nos períodos de estiagem.
e Em m períodos s chuvosos, por outro laado, a qualidade
da ág gua é maiss influenciadda por fontees difusas que
q propicia am o aportee de poluenntes a
partirr de processsos de esc coamento ssuperficial e sub-superrficial (Horoowitz, 2013). Em
lagoss e reservattórios, por outro
o lado, aalterações químicas
q po
odem ocorrrer em funçã ão do
temppo de retençção da água a e das cararacterísticas
s morfométrricas dessess corpos d’áágua,
confo orme já exp
plorado no capitulo
c 1.

7.1 F
Fontes Ponttuais

Os esgotos domésticos
d epresentam uma con
ainda re ntribuição significativa
a na
degra
adação da qualidade dos corposs hídricos em áreas urbanizadas
u s e nas regiões
com vocação agrícola, nãoo somente no estado de São Paulo, mas taambém em nível
onal (CETE
nacio ESB, 2016). Um dos asspectos maiis importanttes na qualiidade das águas
á
impa
actadas porr esgotos doomésticos é a quantificação das cargas afluuentes, a qual
q é
expre
essa em ma assa de detterminado p
poluente po
or unidade de
d tempo:

Carga (kg d-1) = Contribuição


C o (g m-3) x Vazão
V (m3 d-1) x 0,001 (kg g-1)
(1)

Já a carga de e esgotos domésticoss que é la ançada sem tratamennto nos co orpos


recepptores é denominada
d a de carg ga orgânica a remanes scente, reppresentada pela
Demmanda Bioquímica do Oxigênio ((DBO). Ess sa carga é obtida a partir da carga c
orgânica potencial, que representa
r a quantida
ade de ma atéria orgânnica gerada a por
habittante diaria
amente e as porcenttagens de coleta e tratamentoo, bem com mo a
eficiê
ência globa
al do sistem ma de tratammento de esgotos.
e Para fins de ccálculo da carga
c
orgânica reman nescente no o Estado dee São Paulo o, adota-se o valor obttido da literratura
de 0,,054 kg habbitante-1 dia para a carg
ga orgânica
a potencial (C
( OP).

CR = [COP – (C
COP x C x T x E) ] x 0,0
001
(2)

e:
Onde

COP = População o x 0,054 (k


kg DBO hab bitante-1 dia
a-1);
CR = Carga Rem manescente (t DBO d-1));
C = ccoeficiente de coleta de esgotos;
T = ccoeficiente de
d tratamen nto de esgo
otos;
E = ccoeficiente de
d eficiência do sistem
ma
-1
0,001 = Fator de e conversãoo (t kg )

A Fig
gura 60 aprresenta a ev
volução da carga anua
al remanesccente da DBBO no Estaddo de
São Paulo entre 2010 e 2015.
2 Obseerva-se uma d carga reemanescente da
a redução da
DBOO de cerca ded 18 % en BO d-1
ntre 2010 e 2015, significando que cerca dee 225 t DB

79
deixa
aram de ser lançadas nos corpos hídricos do
o estado. Em relação a 2014, con
ntudo,
essa
a redução fo
oi de apenas 4,9 %.

Figurra 60 - Evoluçã
ão da carga re
emanescente no Estado de São Paulo – 2010 a 2015 ((CETESB, 2016).

Em ttermos espaciais, a Figura 61 evvidencia as cargas rem manescentees de DBO para


cadaa uma das 22 Unidades de Gere enciamento o de Recurs sos Hídricoos do Estad
do de
São Paulo. Em m função da a concentraação de po opulação na a RMSP e dos índice es de
-1
saneeamento, a carga rema anescente ddo Alto Tiettê de 579 t DBO d é responsáve el por
55% da carga lançada no os corpos h hídricos do
o Estado de e São Pauulo. Portanto, no
trech
ho do Rio Tietê, inse erido na UUGRHI 6, concentra no Rio Tiietê uma carga c
expreessiva de DBO.
D A UG GRHI 5 com m a segunda maior carga remannescente é a do
Piraccicaba, Cap
pivari e Jun 102 t DBO d-1, representando um
ndiaí, com 1 ma porcenta
agem
de 10% da carg ga remanes scente geraada no Estaado de São o Paulo, senndo que a carga
c
remaanescente gerada nes sta UGRHII distribui-s
se pelos Rios Piracicacaba, Capivvari e
Junddiaí.

80
Figu
ura 61 - Carga
a remanescentte de DBO poor Unidade de Gerenciamennto de
Re
ecursos Hídriccos (UGRHI) (CETESB, 20116).

7.2 F
Fontes Difu
usas

Alterrações na qualidade da água p por fontes difusas


d poddem se oriiginar do ar,
a da
supeerfície terrestre e de zonas sub
b-superficiaiis, além doos sistemaas de drena agem
urbanos. As cargas de poluentes oriuundos de fo ontes difusas são trannsportadas tanto
pela superfície do solo como pela a sub-supe erfície ante
es de cheggar nos co orpos
recep ptores (Figu
ura 62).

Figura 62 - Tra
ansporte de po oluentes de orrigem difusa pela
p superfíciee e
su
ub-superfície ((adaptado de Novotny, 2003).

81
Segu
undo Novotny (2003), as
a cargas d
difusas pode
em ser oriundas de:

1. Fontes atmosférica
a s
• carga
as de poluen
ntes em dep
posição sec
ca e úmida (poluição dda atmosfera
a).
2
2. Fontes te
errestres
• poluentes acumu ulados em superfícies impermeáv
veis que soofrem lavag
gem e
porte no flux
transp xo superficiial;
• erosã
ão de parttículas de solo e de d poluentees associaados em áreasá
permeeáveis pela
a precipitaçã
ão e pelo escoamento superficial e transportados
pelo fluxo
f superfficial;
• poluentes dissolv
vidos de so
olos e transp
portados pe
elo fluxo supperficial;
3
3. Fontes sub-superfic
s ciais
• Consttituintes qu
uímicos apllicados na superfície de solos e lixiviados
s em
direçã
ão às águass subterrâne
eas pela inffiltração;
• Consttituintes qu
uímicos tra s pelo fluxo horizonntal nas águas
ansportados á
subterrâneas;
• Infiltra
ação nas águas
á subteerrâneas a partir de coletores
c dde esgotos e de
nstalações subterrâneas;
águass pluviais e de outras in
• Vazammento de contaminanttes de tanques de arm
mazenamentto subterrân
neo e
de ate
erros para a água subtterrânea;
4
4. Fontes diversas
d
• S
Sólidos acum
mulados em
m coletores de esgotos
s;
• E
Erosão de ca
anais de drrenagem;
• E
Erosão de margens
m ed
do leito de rios;
• S s químicas l iberadas de
Substâncias e sedimento
os aquáticoss contamina
ados

É preeciso esclaarecer aindaa que o lan


nçamento de
d esgotos domésticoss pode ser visto
como o carga po ontual ou difusa, pri ncipalmente naqueless municípioos que nãão se
encoontram univversalizados em rela ação a imp plantação de sistemaas de cole eta e
tratamento de esgotos.
e Ne
esse caso, ttambém devve ser cons
siderado coomo carga difusa
d
as coontribuiçõess de tempo seco relac ionadas ao lançamento de esgotoo doméstico
o não
tratad
do (Menego on Jr, 2005).

Os flluxos e cargas superficiais são in ntermitentess e ocorremm somente durante eventos


chuvvosos ou de e degelo. O componentte de fluxo que transpo orta a cargaa de superffície é
denoominado de escoamento supe erficial, quee equivale à precip itação residual,
apressentando sentido
s de fluxo
f aproxiimadamente e horizontal, com veloocidade variando
na faaixa de ce entímetros por segund do a metro os por seg gundo. Já as cargas sub-
supeerficiais quee originam-s se da água a no solo e da lixiviaçãão de poluentes
a que infiltra
no peerfil, a partiir da aplicaçção de sub stâncias naa superfície do solo (e..g. fertilizan
ntes e

82
pestiicidas), aprresentam sentido
s de fluxo predoominanteme ente verticaal, podendo
o ser
altera
ado para quase
q horiz
zontal, depeendendo da profundid dade do leençol freátic
co. O
aportte dessas cargas
c nos
s corpos d’áágua recepptores é contínuo e o componente de
fluxo
o que as transporta a é chama ado de escoamento
e o básico oou escoam mento
subteerrâneo, tenndo como origem
o a desscarga de água
á subterrrânea (Novvotny, 2003).

As ccargas sup perficiais de


d origem difusa são denomin nadas de coeficiente es de
expoortação ou cargas unitárias e se eus valores s ou funçõees represenntam a poluição
geradda por uniddade de áreea e de temmpo, para cada
c uso de
e solo, ou pponderado sobre
s
uma pequena bacia.
b As su
uas unidade es para um m dado uso do solo ou trecho unifforme
da bacia podem m ser expre essas, anuaalmente, em m kg ha-1 ou
u kg pessoaa-1, sendo a sua
quanntificação em
m uma bac cia altamennte depende ente do uso
o e ocupaçãção do solo e de
fatore
es demográ áficos, geog
gráficos e h idrológicos.
Origiinalmente, assumia-se
e que as ca argas unitárias poderiam ser corrrelacionadaas ao
uso e ocupaçã ão do solo. Entretantto, o Projeeto Nacionaal de Escooamento Urrbano
(Natiional Urbann Runoff Project
P - NU
URP, 1983 apud Nov votny , 20003) realizad
do na
Região dos Grrandes Lag gos dos EU UA, obteve resultados s para a cconcentraçãão de
polueentes no esscoamento superficial que pudera am ser corrrelacionadoos apenas com
c a
área impermeávvel da baciaa, ao invés do uso urbaano do soloo. Mesmo reesultados para
p a
cargaa unitária de
d poluente
es de uso a agrícola, de
entro da mesma categgoria de cu ultivo,
apressentaram variações
v de ordens de magnitude em uma regiãão relativam mente
homo ogênea do ponto de vista meteoroológico e hidrológico (F
Figura 63).

83
Figurra 63 - Variaçõ
ões nas carga as unitárias d e Sedimentos s Suspensos, Fósforo Tota l, Nitrogênio Total
T e
Chummbo na Regiã ão dos Grand des Lagos, E EUA, no ano de 1970 anttes do Chum mbo ser banid do dos
combustíveis. Usoss do solo: 1- Agricultura
A em
m geral, 2- Cuulturas agrícolas; 3- Pastag em; 4- Flores
stas; 5-
Culturras perenes/eexóticas; 6-Lodo de esgo oto; 7-Irrigaçã
ão por aspe ersão; 8- Urbbano em geral; 9-
Residencial; 10- Coomercial; 11- Industrial; 12-U
Urbano em de esenvolvimentto (Fonte: Novvotny, 2003).

Seguundo Meneg gon Jr. (20005), as carg


gas difusas são afetadas por diveersos fatores s que
podeem influencciar tanto o escoamen nto quanto a concentrração, senddo o volum me de
preciipitação, a duração
d do evento e o intervalo entre
e os eve
entos as varriáveis utilizzadas
para a sua estiimativa. Mu uitos pesqu uisadores te
entaram caracterizar a distribuiçã ão da
conccentração de entro de umm evento de e descarga de escoam mento superf rficial partinddo-se
do coonceito do First
F flush, que
q refere-sse à primeira porção dod fluxo (vazzão de pico o) que
contéém a maior parte da ca arga poluidoora. Como regra geral,, assumiu-sse que nas áreas
á
urbanas, a vazã ão inicial co
orresponden nte a 40% do
d escoame ento superfificial pode conter
c
cercaa de 60% da d carga poluidora
p (F
Figura 64). Contudo, essa
e regra não se aplica a
evenntos de esccoamento superficial e m áreas ag ssim como o efeito do
grícolas, as o First
flush
h não pode e ser constatado a p partir de de
escargas de coletoress separado os de
esgootos (USEPA A, 1983).

84
Figurra 64 - Conceito do First-flus
sh. Em um evvento de escoamento urban no a vazão dee pico no hidro
ograma
pode conter uma maior
m fração da a carga poluid ora do que a fração
f final (adaptado de N
Novotny, 2003)).

Conc
centrações
s Médias de Evento
Conssiderando-sse que não
o existem ppadrões de e concentra
ação dentroo um eventto de
esco
oamento, o Projeto Nacional
N d e Escoamento Urban no (NURP ) focalizou u sua
atençção nas con
ncentrações
s médias dee evento (C
CME), que podem
p ser ddefinidas co
omo a
masssa do polu uente escoa
ada dividid
da pelo volume total de vazão em um ev vento
chuvvoso:

85
E = ∑ QiCi / ∑ Qi
CME
(3)
Onde
e:
Qi = medidas sim
mples de va
azão no hid
drograma do
o evento
Ci = cconcentrações corresp
pondentes n
no polutogra
ama
O CM ME represeenta, portannto, a conccentração de
d uma amostra compposta ponde erada
pela vazão relaccionada a um
u evento d de escoame ento superficial que, naa grande maioria
dos ccasos, é maais importante que me edidas discrretas das co
oncentraçõees em interrvalos
de te
empo dentroo de cada evento
e (Novvotny, 2003)).

O esstudo NURP P também concluiu


c qu
ue a correla
ação da CM ME com varriáveis tais como
volumme de esco oamento, localização g geográfica, efeitos
e do uso
u do soloo, inclinação
o, tipo
de soolo e características da precipitaçção não foi capaz de explicar
e as ssemelhançaas ou
difere
enças na CME
C entre as várias llocalidades amostrada as nos EUA A. Uma vez z que
essaas variáveiss não têm m impactoss significatiivos nas CME C e nãão explicamm as
varia
abilidades espaciais
e ouu temporaiss, as inform
mações de todos
t os loccais amostrrados
foram
m combinad das de formma a obter uuma CME ca aracterística
a (medianaa ou percenttil 90)
por vvariável. Além disso, usando-se os dados e a metodo ologia do eestudo NURRP, a
seguuinte relaçãoo pode ser utilizada pa
ara se estim
mar a carga unitária de uma bacia::

Cargga (kg ha-1) = 0,01 CR x R x CME


(4)

e:
Onde

CR = coeficiente
e de escoam
mento (adim
mensional) extraído da
a relação moostrada na
Figurra 65;

R=P
Precipitação
o (mm);

CME o (mg L-1) (=


E = concentração média de evento = g m-3)

86
Figurra 65 - Relação entre o coeficiente d de escoamen nto (CR =voluume de escooamento/volum me de
precip orcentagem de áreas imperrmeáveis em áreas urbanas obtido a parrtir do estudo NURP
pitação) e a po
(Fontee: Novotny, 20
003).

Por exemplo, para uma a típica á área urbanna residencial que apresenta uma
porceentagem de e área imppermeável d de 50%, o coeficiente e de escoaamento (CR R), de
acorddo com a Figura
F 65, será igual a 0.45. Para o caso de se estimarr a carga un nitária
anuaal do Carbono Orgânico Dissolvid o (COD) ne essa área com
c uma prrecipitação anual
de 8800 mm, deve-se utilizar a med diana e o percentil 90 9 para o COD, os quais
correespondem a 82 e 17 76 mg L-1, respectivamente. Ess ses valoress foram ob btidos
atravvés da equaação 3 e reppresentam a CME cara acterística para
p o CODD na área urrbana
resid
dencial. Asssim, por meio da equaçção 4, a carga unitáriaa mediana e do percen ntil 90
-1
para o COD serrá de 295,2 e 633,6 kg ha , respe ectivamente.

87
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