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1 NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: Saraiva, 2000.
2 MARINS, James. Responsabilidade da Empresa pelo Fato do Produto: Os Acidentes de Consumo no Código de Proteção e Defesa do
Consumidor. São Paulo: RT, 1993. p. 108.
SEGURO = OBRIGAÇÃO DE FAZER
No contrato de seguro a prestação do serviço é o objeto; portanto, o serviço é o
pagamento do valor contratado; se a empresa seguradora simplesmente não paga ou paga menos
do contratado, sem qualquer justa excludente, verifica-se que o serviço contratado foi prestado com
defeito, porque o serviço é, tão-somente, o pagamento do valor da apólice.
O não pagamento caracteriza serviço defeituoso pelo modo de seu fornecimento,
pois retira a segurança do consumidor que contratou espera receber o contratado. É imperativo ter
que a segurança referida na lei não é somente aquela física, mas também e principalmente, a
relação de confiança do consumidor na relação de consumo decorrente do contrato de prestação de
determinado serviço.
Responsabilidade pelo fato do serviço, que é a do caso sob exame, não se
confunde com aquela por "vício de qualidade", também responsabilidade do fornecedor, mas prevista
no artigo 20 e incisos; esta reverte-se em obrigação de dar (coisa certa), pois decorre de bem
específico, literal, sendo irrelevante quem dá; passível de gerar crédito (dar sem fazer).
Já a obrigação de fazer, não é literal, e seu inadimplemento resolve-se em
perdas e danos, podendo ser efetuado por substituto ("faz para dar").
O Código de Defesa do Consumidor, em matéria contratual, é vasto e
diferenciado, pois a lei estabelece parâmetros tanto para os contratos envolvendo obrigações de dar,
quanto para os contratos envolvendo obrigações de fazer, denominados genericamente de contratos
de prestação de serviços3.
Assim, o contrato de seguro tem por objeto o cumprimento da "obrigação de
fazer" cabível o art. 84 do CDC.
3 MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O Novo Regime das Relações Contratuais. São Paulo: RT,
1999. p. 146.