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Leonardo José do Cima Afonso

Professor: Francisco Melo


Disciplina: História da Música Portuguesa

Joly Braga Santos (1924 – 1988)


Compositor e Maestro

Este pequeno documentário, é apenas uma breve abordagem à vida de Joly Braga
Santos, obra e influências, a partir de excertos de antigas entrevistas realizadas pelo
mesmo, depoimentos de familiares, amigos e musicólogos, intercalados com fotos da
época. Inclui ainda vários excertos de algumas das suas obras, com particular destaque
para a ópera “Trilogia das Três Barcas”, baseada em Gil Vicente e considerada umas das
grandes composições do repertório lírico português.

José Manuel Joly Braga Santos nasceu a 14 de maio de 1924 em Lisboa e viria a
falecer 64 anos depois em 1988 no auge da sua criatividade musical. Desde muito
pequenino que demonstrou enorme interesse pela música. Apercebendo-se da sua
predileção pela música, o seu pai começou desde cedo a levá-lo aos concertos e à ópera
ao que levou a que Joly tivesse um gosto especial pelas óperas com um coro enorme.
Mais tarde começou a estudar violino e composição no Conservatório de Lisboa, onde foi
aluno de Luis de Freitas Branco. Provando ser o seu aluno mais talentoso, Joly herdou do
mais proeminente compositor da altura a paleta de cores das suas orquestrações. Outra
pessoa que muito contribui para a sua formação foi o maestro Pedro de Freitas Branco.
Este foi o primeiro a começar a dirigir a música de Joly pelo mundo inteiro. O próprio
compositor lembra: "Ele ajudou-me de uma forma espantosa e abriu caminho à formação
que mais tarde eu viria a ter."

A música de Joly Braga Santos pode ser vista principalmente como uma fusão dos
vários estilos Europeus, particularmente da Europa Ocidental. Mas é o próprio quem diz:
"Desde sempre entendi que tinha de criar o meu próprio estilo e a minha música devia
ser o resultado dessa criação." A melodia era para ele a razão de ser da música. Ele
próprio não se considera um compositor, mas sim um inventor de música.

Para além da sua vasta obra musical, Braga Santos foi o grande fundador da
Fundação da Juventude Musical Portuguesa. Um facto curioso foi ele não ter assumido o
cargo de presidente desta fundação dando esse cargo a João de Freitas Branco. À parte
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disto pertenceu ainda ao Gabinete de Estudos Musicais da Emissora Nacional foi diretor
da Orquestra Sinfónica do Porto, maestro assistente e de captação da Orquestra Sinfónica
da RDP e professor de Composição do Conservatório Nacional de Lisboa.

Lista de Obras:

Música de Palco:

 Jogo para o Natal de Cristo, 1944;


 Viver ou morrer, op.19;
 Mérope, op.28;
 A estação, op.29;
 A Nau Catrineta, op.30;
 Tema alentejano, op.37;
 Encruzilhada, op.41;
 Trilogia das barcas, op.43;
 Dom Garcia, op.44.

Música para Orquestra:

 Elegia trágica, 1943;


 Abertura sinfónica I, op.7, 1946;
 Sinfonia n.º 1, op.8, 1947;
 Abertura sinfónica II, op.10, 1947;
 Nocturno, op.11, str, 1947;
 Sinfonia n.º 2, op.13, 1948;
 Elegia a Viana da Mota, op.14, 1948;
 Sinfonia n.º 3, op.15, 1949;
 Sinfonia n.º 4, op.16, 1950, revisto como sinfonia (V. Sobral), 1968;
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 Concerto, d, op.17, str, 1951;


 Variações sobre um tema alentejano, op.18, 1951;
 Paisagem, sym. picture, op.22, 1952;
 Abertura sinfónica III, op.20, 1954;
 Pastoral, op.21, 1954;
 Canção, op.23, 1955;
 Divertimento, op.32, 1960;
 Ruínas do Carmo, poema sinfónico, op.33, 1961;
 3 esboços sinfónicos, op.34, 1962;
 Sinfonietta, op.33, str, 1963;
 Sinfonia n.º 5 ‘Virtus lusitaniae’, op.39, 1966;
 Variações concertantes, op.40, str qt, hp, str, 1967;
 Duplo concerto, op.42, vn, vc, hp, str, 1968;
 Sinfonia n.º 6 (L. de Camões), op.45, S, chorus, orq., 1971–2; Pf Conc., op.46,
1973;
 Variações, op.49, orq., 1976;
 Otonifonias, op.50, brass band, 1977;
 Divertimento II, op.52, str, 1978.

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O musicólogo João de Freitas Branco, autor da obra de referência da história da


música portuguesa, salientou a generosidade cultural do maior sinfonista português. "Ele é
o inverso do artista que se dirige apenas a minorias privilegiadas. Ele queria que muitas
pessoas viessem a usufruir da sua arte." Comunicar para ele era essencial, contribuindo
para isso o seu espírito aberto. Pai de uma família muito unida, adorava as suas filhas, a
quem chamava as suas "maravilhas pequeninas".

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