PERGUNIE
E
RESPONDEREIVIOS
ON-LlNE
L DROOAS E !IISTICA
IL SERA 1'1ESnlO?
- 233-
Então qUe fazer?
Pedir a Deus, queira dar à sua criatura o amor, ... o
amor à própria cruz. «Sofre alguém entre nós ? - Que éle
reze» (TIaeo 5,13). Pode-se dizer, sem receio de errar, Que a
oração é o principio de solução de todos os problemas do
homem. A oração é também o recurso permanente do cri&-
tão .. . E recurso fiell! Sim; para orar, não é necessário esteja
o cristão na amizade de Deus; pode estar atolado na fossa e í
deprimido pelo pecado; basta que se coloque na atitude de
mendigo de Deus. Orar também não requer necessària.mente
cabeça «fresca.. ou saúde bem disposta; mesmo quando can-
sado e incapacitado de concatenar idéias, pode o cristão colo-
,
I
1. DROGAS E MISTICA
x---
Resposta: Em tôdas as partes do mWldo, inclusive no
• Brasii, ouvem-se V02eS a.larmadas em vista do crescente con-
sumo de drogas, princlpalmente entre os jovens: As propo~ões
do fenõmeno preocupam as autoridades civis: jovens de 14/15
anos são internados em clinicas para se submeter a curas de
desintoxicação; mel\lnas-moças de 13/14 anos, foragidas de
- 235-
4 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 126/ 1970. qu. 1 e 2
1. Drogas em revisto
Antes do mais, convém precisar o que são os alucinógenos 2;
e qual a. sua atuação no organismo humano.
Sare.se que os alucInógenos pertencem à categoria gené-
rica das drogas. Ora hoje em dia estas vêm sendo distribuldas
em três principais subclasses:
1) grandes drogas OU estupefacientes propriamente ditos:
2) estimulantes:
3) alucinógenos.
Passemos em revista cada um dêstes três tipos de drogas.
II Estup.fadentes
As mais conhecidas destas drogas são a morfina, a erolDa,
a codeina (oriundas do ópio) e a cocaina (proveniente da fôlha
da coca).
Ingeridas ou injetadas no orgarPsmo, provocam tonteiras;
a seguir, crescente aceleração de refiexos, sempre mais agita-
dos e desconexos; donde decorre um estado de exaltação e
euforia, em que os empreendimentos se tomam fáceis; por •
último, registra-se letargia com excltantes visões e intenso
prazer erótico.
Com o tempo, o organismo se defende contra o tóxico,
elevando a sua capacidade de to11râncla; o sujeito vê-.se então
obrigado a aumentar as respectivas doses. Cai em estado de
•
1 cP$lcodélleo, ê o estado «lU o elemento tóxleol que ma.nlféSta
(del60, em :rego) a cpsyChê. ou o palqulco Intimo do sujeito.
:t ComQ 4" o nome, caIudnógeno) ~ • droga qUê eoJo(!A ~ con.
sumldor em estado de alucJnaçAo ou de v1.s6es meramente .subjeUvu.
- 236-
DROGAS E MíSTICA 5
21 EstImulantes
São representados principalmente pelas anfetarnlnas. :Thtas
estimulam os centros produtores de ent!rgja do organismo, de
modo que numa fase de cansaco ou stre.ss, a sujelto se toma
"
capaz de imprevistas façanhas (usam-se na prática do esporte,
em periodo de exames ou. de sobrecarga profissional). Não
, • raro, uma vez terminada a ação do estimulante, o paciente
sofre um colapso fIsico.
O recurso esporé.dico a tais drogas pode solucionar situa-
ções dlficeis (de mêdo, torpor, indolência ... ). Caso, porém,
se torne hãbito, altera nocivamente os centros de comando do
organismo.
3) Afudn6genos
- 238 ~
DROGAS E MISTICA 7
21 A ..beat generoH'on »
-244 - .. ...
PURGATóRIO! COMO? 13
- 245-
14 «PERGUNTE E R.ESPOND~:J 126/1970, quo 3
- 251-
20 c:PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 126/1970, quo 3
4. Noções complementares
,
•. .tureza os teólogos não sabem explicitar com exatidão. Fala.se
,
, '
também de «fogo do purgatório,.. Parece, porém, que não se
trata senão de uma metáfora para designar o próprio sofri-
mento decorrente da dilacão da visão face-a-face.
O conceito de ..cogo do purgatório» provocou no século XV
(época do Concilio de Florença) decidida repulsa por parte
• dos cristãos orientais separados de Roma; a êstes O fogo do
purgatório lembrava um Inferno provisório, ou seja, uma aber-
ração doutrinária,
Os cristãos do Oriente até o século xvn aceitavam, sem
dificuldade, a idéia de uma purificação póstuma no sentido
aqui ~xposto (sem menção de fogo). A partir do século XVII,
porém, sob a influência de autores protestantes. têm hesitado
em sua posição doutrinária. Não obstante, ainda hoje muitos
aceItam uma purificação póstuma. evitando descer a ponne-
nores e reconhecendo a eficácia da oração e dos sufrãglos pelos
defuntos.
A estas Idéias deve-se acrescentar algo sõbre
-255 -
24 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS» 126/1970. quo 3
C. POl(!, .Teologla dei mAs allb, em cBAC» n' 282. Madrid 1968.
E. BeHencourt. cA vida quI:' começa com a morte». Rio de Ja·
nelro: ~
- 256-
«ERAM OS DEUSES ASTRONAUTASh 25
Garrlgou.Lagrange, «O homem e a eternidade». Lisboa 1959.
«Se pur111er pour volr Dleu», em «La Vle Spirltuelle» t. LVIII
n· 491 (1963': namero Inteiro dedicado ao purgatório.
M. Jugle. eLe Purgatolre et les moyens de l'évlter». Paris! 1940.
..Chrlstus. cahlers Splrltuels», t. 9 nO 34 (1962).
,
,}
• 8
4) c'Eram OS deuses astronautasT' Um Uvro que empolga
pode provocar revolução tanta DO plano da ciência. como DO
da ReUgião.
Que dizer dos mistérios apontados pelo a.utor?»
Em slntese: Erlch VOR Diiniken, na obra acima, cita numerosos
dados da arqueOlogia , da geqlogla e da história anUga que o 1evam a
crer tenha sido a Terra outrora visitada por astronautas extraterres-
tres. &tes. dotados: de clvillzaÇlo avancadlsslma. passaram por «deuses»
aos olhos dos homeM da pré-hlstórla; é o que explica que as tradições"
mais andgas do g~nero humano falem de «deuses» e lhes atribuam
façanhas maravilhosu. t!stes astronautas fecundaram mulheres de
modo a produzir homens Intelectualmente reforçados, que deram gran·
t1e impulso ao progresso eultu.ral do gênero humano; também ensl·
naram aos homens 08 N'!CUl'SOS da arte e da Ind6strla que hoje admira·
mos nos vesUglos da prl·hlstórla e da história antiga
EvIdentemente, a tese de E. von Dlnlken lê multo mais Inspirada
peja fantasia do que pela ciência estrita. Allãs, o autor nlI.o é cientista,
mas, sim, JornaUsta. A arbitrariedade de men te do jornalista se ma·
nlfesta com tOda a clareza quando êle aborda textos blbUeos, preten·
dendo InterpretA·los segundo as SU8!I opiniões; E. von Dinlken mostra.
não conhecer, em absoluto, 8S regras óbvias e as oonch.ls6es mais fir-
mes da Ciência exegoéttca: para Interpretar a Blblla, lê preCIso voltar
• aos tempos dos escritores sagrados e procurar e ntender 08 texlo& bi·
bllcos eomo ~es os entendiam. E. von Dânlken nlio sõmente não faz
tste trabalho, mas lt a Blblla através das lentes de suas teorias.
---x---
,
'I
l!osp<>ola: Thtá multo em voga o I:vro eRram OS dê~ê!i
astronautas? Enigmas indecifrados do passado», da autona. de
Erlch von Dãniken. Escrito em alemão no ano de 1968, foi
.traduzido para vários Idiomas, e já apareceu em p<>rtug\!õs na
• sua terceira edição (EditOra Melhoramentos, 1970). O mesmo
- 257-
26 'lPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 126/1970. qUo 4
- 260-
«ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS? , 29
b) Sodomo e Gomorm
A destruição de Sodoma. e Gomorra, de que tala Gên 19,
teria sido provocada pela explosão de uma bomba atômica lan-
çada por cosmonautas! ...
- Os estudiosos explicam a ruIna das duas cidades pela
geologia da própria região. Esta é rica em betume e petróleo
(grandes depósitos dêstes materiais foram encontrados na re-
gijo do Mar M-o.rto); também é marcada pela presença de gases.
Ora um terremoto terá provocado a combustão do petróleo e
dos gases, dand.l assim orlgem li terrível destruição descrita
em Gên 19.
c) O «carro» do Senhor
3. Conclusão
Os dados n.ã'O bibllcos que E. von Dãniken apresenta para
fundamentar sua tese, devem ser estudados cada qual de per
si. Há realmente elementos da arqueologia e da história antiga
que náo se explicam fAcilmente; tais são os achados da ilha
de Pâscoa, situada a 3 .600 quilômetros do litoral do Chile:
apresenta vestígios de clvUi:zação cuja 'Origem não foi até hoje
elucidada. E. von Dãnlken interpreta-os como restos da estada
de marcianos na terra; todavia bem se poderia dizer que se
trata de destroços da população que habitava 8. ilha de Pãscoa.
quando esta ainda estaV8. unida a"O continente ...
Numa. palavra, a tese globa] do jornalista alemão parece
fantasista e arbitrária demais para. poder ser razoãvelmente
aceita. O -mérito do autor estã, antes, em ter colecionado tão
numerosos e importantes elementos arqueológicos, cujo conhe·
cimento só pode deleitar o leitor e estlmulá·lo à reflexão obje·
tiva e serena.
IV. UM DESAFIO
- 265-
34 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 126/1970, qu , 5
---x---
Respost&: Nilcos Kazantzakls nasceu na Ilha de ereta ,
(Grécia) em 1873. Durante a sua infância. foi testemtmha da
guerra. dos gregos contra o domlnlo turco. Estudou Direito •,
em Atenas, e seguiu para Paris, onde sofreu a influência de
Renri Bergson, filósofo judeu, amigos dos sant~ e místicos. •
Viajou muito. chegando à China e ao Japão, Passou um
periodo de retiro no Mante Athos (Grécia), onde há venerável
e famosa colônia de monges cristãos ortodoxos ( ~ orientais
cJsmáticos). Visitou a. Rússia, movido por profunda admiração
a Stalin. Desde a juventude, foi socialista miUtante. Em 1945
tomou-se ministro do Estado grego; postenonnente ocupou
Importante cargo na direção da UNESCO. Uma vez aposen-
tado, dedicou-se exclusivamente à produção literária. Faleceu
na Alemanha. em 1957.
O mais famoso romance de Kazantzakis é cZorba o Grego ~ .
Todavia o que mais interpela o cristão, é certamente cO Cristo
recruciflcado~. que a Editôra «Nova Frontelru (GB) publicou
em português. na. tradução de Guilhermina Sette.
Nas pâginas que se seguem, apresentaremos prImeiramente
o conteúdo de cO Cristo recruclficado., o que permitirA um
juízo sereno sôbre o livro.
1. «O Crisf.o recrvcificado»
- 267-
36 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 126/1910, qUo 5
- Z10-
"'0 CRISTO RECRUCIFICAOO. 39
- 272-
cO CRISTO RECRUCIFICADO:.
"
Por conseguinte, o romance .. O Cristo recrucificado~ pode
prestar servlCO ao público na medida em que alerta o leitor
para os perigos da hipocrisia religiosa, mostra a hediondez da
falsa religião e lembra os deveres sociais decorrentes do Evan·
gelhQ. O cristão que labuta em favor de melhor sorte para seus
irmãos famIntos, não deve ser, por êste fato mesmo, tachado
de bolchevista ou agente da Rússia soviética. ê o Evangelho
e nos ensinamentos de Cristo que êle encontra vigoroso apêlo
e o estimulo para não cruzar os braços.
2. Todavia não se pode deixar de reconhecer que o livro
de Kazantzakis é marcado por nota fortemente tendenciosa: a
Redenção de que falam os Evangelhos e São Paulo, hoje em
dia seria a revolução social; Cristo se Identificaria com
«Guerra » e a Cruz salviflca com o petróleo que ateia incêndios.
Ora a esta tese dois reparos devem ser feitos:
a) 1:: verdade que a mensagem do Evangelho visa a re-
mediar aos males f'lSicos e temporais do homem; mas nAo ê
isto que a define propriamente. Ela tem em mira, antes do
mais, a restauração plena da ordem no mundo, que COMeça
necessàr1amente pela reconciliação do homem com Deus. A
colaboração do homem com o homem na jllSti ~a e no amor
serA utópica, se não se lhe der um fundamento mais sólido
do que a fUantropla; ela supõe, sim, a adesão do homem a
Deus. Por isto a Redenção cristã visa, antes do mais, a unir o
homem ao Criador (mediante a Religião sadiamente entendida)
para poder, conseqüentemente, W1ir o homem ao homem . O
aspecto socla1 do Cristianismo e seu empenho pela renovação
da ordem vêm a ser decorrências (sem dúvida, sérias) do con·
tato do cristão com Deus, contato que se obtém pela oracão
e a vida sacramental (a Eucarlstla jamais poderã encontrar
equlvaJente ou sucedâneo na existência do cristão) .
Ademais o homem cristão visa ao homem todo, O qual
não é somente corpo e matéria (com seus problemas de fome
e nudez), mas é também personalidade, dotada de esp1rito,
com inooerclveis aspiracães ao Absoluto e ao Infinito.
b) A ação social ou polltica do cristão só recorre à vi()-
lêncla em casos extremos, ou na absoluta falta de meios paci-
fIcos para remover uma ordem de coisas tirânica e duradoura..
Enganar-se-ia quem julgasse que petróleo e incêndio são substi-
tutivos da Cruz de Cristo em nossos dias. Tem-se dIto com
razão que o ódio gera o ódio; por conseguinte, não realiza a
obra de Cristo, que é amor. Tal ó a doutrina repetidamente
apregoada pelas enclclicas papais dos últimos tempos.
- 273-
42 . PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 1261l97O. quo 5
CORRlGENDA
- 274-
RESENHA DE LIVROS 43
REHNHA DE LIVROS
Quem 6 ~t.e homem 1', por F~l Mateus Rocha. - Livraria Duas
Cidades, São Paulo 1969, 140 x 190 mm, 133 pp.
o autor ~ um dominicano que, de hâ multo, se dedica aOS melo&
estudantis e unlversltârtos, No livro acima examina diversas atitudes
que se podem tomar dlante da figura de Jesus Cristo. Com multa
sabedoria anallsa também os ditos e feitos de Jesus, dando tnfase e.
peclal t ressurreição do Senhor; esta. sendo um (ato que a crltlca at6
hoje nlo conseguiu expUcar pela fraude ou a alucinação doa dbclpu·
o pa dre e a poli';:o
Jo ve nl se tui<idom
A cr.r'quelo , do Vat icano
\
--- --_ . ---~ --
Nüm t'rC> avu lso d'! 'l',lalquer mi's c :1110 ...• ...•. ... . . KC rS ~rrJ