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Redação Pedagógica
Frieda Marti
Revisão
Alessandra Muylaert Archer
Projeto Gráfico
Romulo Freitas
Fundamentos do direito público e privado : apostila 4 DPP /
Diagramação coordenação didático-pedagógica: Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa
Luiza Serpa ; redação pedagógica: Frieda Marti ; revisão: Alessandra Muylaert Archer ;
projeto gráfico: Romulo Freitas ; coordenação de conteudistas: Fernando
Coordenação de Conteudistas Velôzo Gomes Pedrosa ; conteudistas: Antônio Augusto Rodrigues Serpa,
Fernando Velôzo Gomes Pedrosa Fernando Antonio Cury Bassoto, Lúcio Fernandes Dias ; revisão técnica:
Otávio Bravo ; produção: Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Conteudistas Janeiro ; realização: EsIE – Escola de Instrução Especializada [do] Exército
Antônio Augusto Rodrigues Serpa Brasileiro. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, CCEAD, 2013.
Fernando Antonio Cury Bassoto
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais – CHQAO.
Lúcio Fernandes Dias
68 p. : il. (color.) ; 21 cm.
Revisão Técnica Inclui bibliografia.
Otávio Bravo 1. Direito público - Brasil. 2. Direito privado – Brasil. I. Pedrosa,
Stella M. Peixoto de Azevedo. II. Marti, Frieda. III. Serpa, Antônio
Produção Augusto Rodrigues. IV. Bassoto, Fernando Antonio Cury. V. Dias, Lúcio
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Fernandes. VI. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Coordenação Central Educação a Distância. VII. Brasil. Exército. Escola
Realização de Instrução Especializada.
EsIE – Escola de Instrução Especializada
CDD: 342
Exército Brasileiro
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Boa leitura!
conteudistas
Lúcio Fernandes Dias é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das
Agulhas Negras (AMAN) e em Direito pela Universidade de Barra Mansa (UBM). É
mestre em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) e
pós-graduado em Direito Civil, Processual Civil e Magistério Superior pela Universidade
de Barra Mansa (UBM). Possui os Cursos de Direito Internacional Humanitário Militar
em Sanremo, Itália, e em Buenos Aires, Argentina. É professor da Cadeira de Direito
da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde leciona Direito Penal e Direito
Processual Penal Militar há mais de 12 anos.
Índice
7. Considerações finais 63
8. Bibliografia 65
1 Evolução histórica
do processo penal militar
Objetivo específico
Para saber mais informa- Quais as razões para uma Justiça Militar? Estudar a história desta Justiça, da sua
ções sobre a Justiça Militar e
gênese até os dias atuais, possivelmente proporcionará a resposta a essa pergunta.
conhecer melhor a atuação
do Superior Tribunal Mili-
tar assista ao vídeo em <ht- De acordo com o ex-Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Flávio Bierren-
tps://www.youtube.com/ bach, a existência da Justiça Militar é justificável pois:
watch?v=4QWuVoI-gF0>.
Basta um único dado de realidade, ou seja, um só fato,
e confrontá-lo com um único valor, para que se explique,
se justifique e se compreenda a norma instituidora da
Justiça Militar como justiça especializada, ramo espe-
cial do Poder Judiciário. O fato é que os integrantes das
instituições militares são os únicos de quem a lei exige o
sacrifício da própria vida. A nenhum funcionário público,
na verdade a nenhum cidadão, exceto aos militares, lei
alguma impõe deveres tão especiais, deveres que podem
implicar a obrigação de morrer e até de matar... A vida
é o bem supremo do indivíduo, o maior valor tutelado
pelo Direito e, por isso, os crimes contra a vida são os
mais graves na legislação de todos os países civilizados.
Entretanto, para os integrantes das Forças Armadas, que
são obrigados, em determinados momentos, a morrer e a
matar, há outro valor que se sobrepõe à própria vida. Esse
valor é a Pátria. Essa é uma circunstância absolutamente
única, especial, incontornável. Desse fato e desse valor
decorre a norma, ou o conjunto de normas que constitui
o Direito Penal Militar, cuja aplicação compete a Justiça
Militar, como ramo especializado do Poder Judiciário. A
existência da Justiça Militar, portanto, é uma decorrência
da existência das Forças Armadas. As peculiaridades do
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Direito Militar são decorrentes das peculiaridades das For-
ças Armadas. Por essa razão, a única Corte de Justiça do
país que tem competência para aplicar a pena de morte,
conforme a Constituição, é o Superior Tribunal Militar, em
tempo de guerra (apud RIBEIRO, 2008, p.p 14-16).
Guilherme de Schaumburg- Através da história da Justiça Militar, podemos caracterizar as principais modifi-
-Lippe, conhecido como
cações da lei penal e processual penal militar, desde o descobrimento do Brasil
Conde de Lippe foi um no-
tável militar e político alemão até os dias atuais.
que esteve a serviço do Exér-
cito Português. Elaborou dois Em relação à legislação adjetiva militar, é necessário retroceder ao período an-
Regimentos, um para a Infan-
terior ao descobrimento do Brasil, observando o que aconteceu em Portugal.
taria e outro para a Cavalaria
cujas diferenças existiam em “[...] as embarcações da coroa não trouxeram apenas homens e o espírito co-
função da peculiaridade de lonizador, mas também todo o arcabouço Jurídico do Velho Mundo” (NEVES;
cada arma. Outra observação
é que as punições por infra- STREIFINGER, 2012, p. 41).
ções cometidas por militares
ou civis não se circunscre- O direito lusitano sofreu influência direta do domínio romano e do código visi-
viam aos artigos de Guerra. A gótico. Em 1139, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, editou as Fo-
disciplina, exigida por Lippe,
tinha que ser tangida pelo rais, que foram leis em pequenos códigos. As ordenações Afonsinas (de Afonso)
receio da punição. As penas e depois as Manuelinas e Filipinas construíam todo o direito que antecedeu o
tinham caráter intimidativo e
nosso direito brasileiro. As leis dessa época não distinguiam o direito da moral e
eram exercidas com a maior
amplitude possível na ocasião. da religião. O Brasil nasceu em 1500 regido por tais leis portuguesas.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Em 1º de abril de 1808, o príncipe regente de Portugal, D. João, mediante um
alvará, com força de lei, instituiu um foro especial para os delitos militares, crian-
do o Conselho Supremo Militar de Justiça, com o objetivo de tornar os proces-
sos mais célebres e regulares. Atuava apenas na parte militar e era constituído
pelos oficiais generais do Exército e da Armada Real. Essa primeira etapa vai de
1808 a 1891, desde o Reino Unido a Portugal e Algarves até o final do Império.
11
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
promulgado em 5 de novembro de 1890 e substituído pelo Decreto 18, de 7
de março de 1891. Inicialmente foi aplicado somente para a Armada e em 29
de setembro de 1899, pela Lei 612, foi ampliado para aplicação no Exército.
A constituição de 1934 estendia aos civis o foro militar, nos casos expressos em
lei, para repressão dos crimes contra a segurança externa do país ou contra as
instituições militares.
Para obter mais informações O Código Penal da Armada teve vigência até 1944, quando o Decreto-Lei nº
sobre as decisões do Supe- 6.227, de 24 de janeiro, promulgou o Código Penal Militar, aplicado às Forças
rior Tribunal Militar, consul-
te o portal do Tribunal em:
Armadas. Este vigorou até 31 de dezembro de 1969, com a entrada em vigor
<http://www.stm.jus.br/ do atual Código Penal Militar.
12
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
O Ato Institucional 2 de 1965 estendeu o foro militar aos civis para repressão Para obter mais informa-
dos crimes contra a segurança nacional ou as instituições militares. ções sobre o planejamento
estratégico do STM para o
período 2012-2018, con-
A Constituição de 1967 introduziu apenas uma pequena alteração na Justiça
sulte o documento disponí-
Militar, estabelecendo, para os casos de repressão de crimes contra a seguran- vel em: <http://www.stm.
ça nacional ou contra instituições militares, o Supremo Tribunal Federal como jus.br/gestao-estrategica/
pl an e j am e n to_ e st rat e g i -
recursos ordinários. co_2012-2018.pdf
Finalmente, com a Constituição Federal de 1988, estabeleceu-se a atual or- Para obter mais informações
sobre a história, estrutura e
ganização, legislação e competência da Justiça Militar da União. A partir de
organização da Justiça Militar
1988, inclusive, os crimes políticos passaram para a competência da Justiça brasileira, leia o artigo “Justi-
Federal. A Constituição Federal de 1988 trata da Justiça Militar da União nos ça Militar no Brasil” de Rodri-
go Montenegro de Oliveira,
seus artigos 122 a 124, como integrante do Poder Judiciário. disponível em: <http://jus.
com.br/artigos/21339/jus-
tica-militar-no-brasil>.
13
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
2 O atual Código de Processo Penal Militar
(CPPM) em face da Constituição Federal de 1988
Objetivo específico
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
2.1 Diferenças relevantes entre o CCPM
e a Constituição da República de 1988
16
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
2.1.2 Exercício da Polícia Judiciária Militar
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Conforme o artigo 5º, inciso XI da Constituição Federal de
1988, a autoridade policial judiciária militar não é mais com-
petente para determinar busca domiciliar, podendo apenas
representar a autoridade judiciária acerca dessa necessidade,
de acordo com o artigo 8º, alínea d.
Sobre o artigo 10 do CPPM, alguns doutrinadores, entre eles Assis (2011), en-
tendiam que a sua alínea d tornou-se caduca, em face de inconstitucionalida-
de superveniente. Entretanto, o próprio Assis, na última edição do seu Código
Anotado, escreveu:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
É pacífica a decisão de que o Juiz-Auditor não tem como atribuição a requisição
de instauração de inquérito policial militar (IPM), uma vez que esta não é
uma atividade jurisdicional e, sim investigatória, que, por sua vez, afeta o Minis-
tério Público Militar (MPM) e as autoridades administrativas com poder de polícia
judiciária. Conforme estabelece o artigo 10 da Lei Processual Militar vigente, o
Juiz-Auditor não está incluído entre as autoridades que têm essa atribuição.
A identificação dos envolvidos nos fatos criminosos, procedimento previsto De acordo com o artigo 1º,
Lei 12.037/09, o civilmente
no artigo 13 do CPPM, constitui-se em uma atribuição do encarregado do IPM.
identificado não será subme-
Contudo, o artigo 5º, inciso LVIII da CF/88, assegura que o civilmente identificado tido à identificação criminal,
não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. salvo nos casos em que ela
mesma prevê.
O sigilo do IPM previsto no art.16, do CPPM, foi alvo de análise na Súmula Vin-
culante número 14 − objeto do primeiro Pedido de Súmula Vinculante (PSV 01)
do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ao STF − que aprovou:
(...) cabe destacar, porém, que tal acesso deve ocorrer ape- Se desejar obter mais in-
nas nas investigações que já estejam inseridas no inquérito formações sobre a Súmula
(já documentados em procedimentos investigatórios), ou Vinculante, consulte o docu-
mento em: <http://www.
seja, mantendo a possibilidade de sigilo nas investigações
stf.jus.br/arquivo/cms/juris-
ainda não documentadas. Podemos falar em sigilo das prudenciaSumulaVinculante/
investigações, para que não sejam prejudicadas, jamais anexo/PSV_1.pdf>.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
em sigilo do inquérito, cujas peças devem ser reunidas
num só processado, formando os autos que poderão ser
manuseados a qualquer tempo por advogados, defen-
sores públicos, promotores e procuradores de justiça
(ASSIS, 2012, p. 61).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Atualmente o encarregado do IPM só poderá aplicar a deten-
ção cautelar para os agentes que cometam crimes propria-
mente militares. A detenção cautelar deve ser imediatamente
comunicada ao juiz competente e à família do preso ou pes-
soa por ele indicada (artigo 5º, LXII, da CF/88), ao Ministério
Público Militar (artigo 10 da LC 75/93).
Além disso, o artigo 406 do CPPM prega que a postura do réu durante o
interrogatório deve ser de pé, mas também não se admite, pelos princípios
constitucionais, especialmente em respeito à dignidade humana, que o réu
permaneça nessa posição durante todo o interrogatório.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
3 Estudo comparativo
entre o CPPM e o CPP
Objetivo específico
O CPPM está dividido em cinco livros, sendo o último referente às normas con-
cernentes à Justiça Militar em tempo de guerra.
A distribuição das matérias nos Códigos processuais está longe de ser coinci-
dente de um Código para outro.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
3.1 Divergências entre o CPPM e o CPP
[...]
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Para Assis:
O CPPM é o instrumento pelo qual se aplica o CPM e que tem por regra geral
a extraterritorialidade da lei penal militar. Assim, o mesmo ocorre com o CPPM,
conforme o seu artigo 4º: “Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de di-
reito internacional aplicam-se as normas deste código”. Isso acarreta mais uma
diferença com o CPP, que tem como competência somente o território brasileiro.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
na qual o Código de Processo Penal dá ao Magistrado tal atribuição. Entre-
tanto, o artigo 10 do CPPM não prevê o Juiz-Auditor como autoridade para
iniciar o inquérito.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Para Assis:
Os dois códigos preveem a prorrogação do prazo para a conclusão do in- A conclusão do Inquérito Po-
licial, no âmbito da justiça co-
quérito. De acordo com o artigo 20, parágrafo 1º do CPPM, o prazo de 40
mum, fica condicionada ain-
dias poderá ser prorrogado por mais 20 dias pela autoridade militar superior, da a prazos próprios previstos
desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados ou haja em legislações penais espe-
ciais, como a Lei de Drogas
necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de (30 + 30: preso / 90 + 90:
prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido solto); Lei de Crimes contra
a Economia Popular (10 dias,
antes da terminação do prazo.
preso ou solto); e Prisão Tem-
porária em caso de Crimes
Já o artigo 10, parágrafo 3º do CPP prevê que quando o fato for de difícil Hediondos e Equiparados (30
elucidação e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a + 30: preso). Em se tratando
de investigado solto é possível
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo
a prorrogação do prazo (PRA-
marcado pelo juiz. ZO IMPRÓPRIO).
O Código de Processo Penal Militar não tratou da ação civil ex delicto como fez
o Código de Processo Penal comum em seus artigos 63 a 68:
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
3.1.9 Juizados Especiais Criminais
A Lei 9.839/99, por ser mais Assim, a Lei 9.839, de 27.12.1999, acrescentando artigo à Lei 9.009/95,
gravosa, não se aplica aos cri-
retirou, finalmente, a Lei dos Juizados Especiais do universo do processo penal
mes praticados antes de sua vi-
gência. Para obter mais infor- castrense, federal, dos Estados ou do Distrito Federal.
mações, analise o HC 99743
– STF que trata do tema.
3.1.10 Exercício do direito de representação
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Também, segundo Assis:
3.1.13 Os peritos
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
3.1.14 Não comparecimento do perito
No CPP comum verifica-se que no artigo 271, parágrafo 1º, a decisão do juiz,
ouvido o Ministério Público, é, tão somente, quanto à realização das provas
propostas pelo assistente. Para Assis (2011, p. 131) “a redação do artigo não
foi das melhores, visto que condiciona toda e qualquer intervenção do assis-
tente à aquiescência do juiz, ouvido o Ministério Público Militar”.
30
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
3.1.16 A denúncia
[...]
31
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
3.1.17 O prazo para oferecimento da denúncia
O CPP comum trata do prazo da denúncia no seu artigo 46: “estando o indiciado
preso, são cinco (5) dias e estando solto ou afiançado, será de quinze (15) dias”.
O crime de tortura não está previsto no Código Penal Militar, mas, sim, em lei
extravagante, a Lei 9.455, de 1997. Desta forma, a competência para o proces-
so e julgamento do crime de tortura é da justiça comum, salvo quando pratica-
do em tempo de guerra, nas condições previstas no artigo 10, inciso IV do CPM.
A súmula 172-STJ define que compete à Justiça Comum, salvo quando prati-
cado em tempo de guerra, nas condições previstas no artigo 10, inciso IV do
CPM, processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que
praticado em serviço.
Para Assis:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
3.1.20 A revista independentemente de mandado
33
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
b) Prisão preventiva: está também prevista nos artigos
254 a 261 do CPPM. É também provisória e é decretada
pela autoridade judiciária.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
4 Procedimentos especiais
e procedimentos ordinários
Objetivo específico
O processo penal militar é regido por uma série de princípios e regras que
serão apresentados a seguir.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Princípio:
b) Da legalidade
Para obter mais informações Encontra-se amparado no artigo 5º, inciso LIII, da CF/88: “Ninguém será pro-
a respeito do princípio do
cessado nem sentenciado senão pela autoridade competente”; e pelo mesmo
juiz natural e competência da
Justiça Militar para processo artigo 5º, inciso XXXVII: “Não haverá juízo ou tribunal de exceção”.
e julgamento de civis, ver a
decisão do STF no habeas corpus
d) Da verdade real
nº 110.237-PA, da 2ª Turma,
rel. Min. Celso de Mello, jul- No processo penal militar, o juiz tem o dever de investigar
gado em 19 de fev de 2013
como os fatos se passaram na realidade, não se confor-
e disponível em: <http://
redir.stf.jus.br/paginador- mando com a verdade formal constante dos autos. Tal
pub/paginador.jsp?docTP= princípio possibilita ao juiz determinar diligências de ofício,
TP&docID=3456276>. para melhor esclarecimento dos fatos (CAPEZ, 2003, p. 26).
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Segundo o art. 5º, inc. LV, da CF/88: aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes (CAPEZ, 2003, p. 29).
f) Da publicidade
Esse princípio encontra-se consolidado no artigo 5º, inciso LX, CF/88: “A lei
só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem”; e no artigo 93, inciso IX da CF/88:
“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentada todas as decisões, sob pena de nulidade”.
g) Da oficialidade
O princípio da oficialidade está previsto no artigo 129, CF/88: “São funções Para obter mais informações
sobre o atual entendimento
institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal
do STF a respeito de provas
pública, na forma da lei”. ilícitas e ilicitude por deri-
vação (“teoria da árvore dos
frutos envenenados”), ver o
h) Da iniciativa das partes e do impulso oficial
acórdão resultante do julga-
“De acordo com esse Princípio o juiz não pode dar início ao mento do habeas corpus nº
91.867-PA, da 2ª Turma, rel.
processo sem a provocação da parte” (CAPEZ, 2003, p. 29).
Min. Gilmar Mendes, julgado
em 24 de fevereiro de 2012 e
i) Da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos disponível em:
<http://redir.stf.jus.br/
As provas obtidas por meios ilícitos constituem espécie p ag i n a d o r p u b / p ag i n a -
das chamadas provas vedadas. A prova vedada é aquela dor.jsp?docTP=TP&docID
=2792328>
produzida em contrariedade a uma norma legal espe-
cífica. De acordo com o art.5º, inc. LVI, da CF/88: são
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos (CAPEZ, 2003, p. 31).
Esse princípio está contido no artigo 5º, inciso LVII, CF/88 e prevê que
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória.
l) Da brevidade processual
O artigo 5º, inciso LXXVIII, CF/88, recomenda que sejam evitadas questões
demoradas e protelatórias.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
4.2 Ritos processuais inerentes aos
procedimentos existentes no CPPM
A definição de processo é:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
a) Recebimento da denúncia
O início está nas mãos das autoridades policiais judiciárias, previstas no artigo
7º do CPPM, quando ela toma conhecimento da prática de um fato que em
princípio trata-se (têm indícios) de crime militar e determina imediatamente a
instauração de IPM, com o fim de elucidar e buscar a autoria deste fato.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
De acordo com o artigo 399 do CPPM, o Juiz-Auditor:
Ver a decisão do STF no senti- Para uma melhor compreensão desse aspecto será necessário uma leitura aten-
do de ser aplicada ao processo
ta dos artigos 302 a 306 e 404 a 410 do CPPM.
penal militar a modificação do
CPP comum que determina
que o interrogatório seja fei-
A qualificação e o interrogatório são atividades exclusivas do Conselho de Jus-
to ao final do processo – HC tiça, cabendo somente a este formular perguntas ao réu. As perguntas serão
nº 115.530-PR, 1ª Turma, rel.
feitas primeiramente pelo Juiz-Auditor e, posteriormente, pelos demais mem-
Min. Luiz Fux, em 25 junho
de 2013, disponível em: bros por ordem de hierarquia, sempre através do Juiz-Auditor.
<http://redir.stf.jus.br/
p ag i n a d o r p u b / p ag i n a - O réu tem o direito de permanecer calado (artigo 5º, inciso LXIII, CF/88) e essa
dor.jsp?docTP=TP&docID atitude não poderá ser usada contra ele.
=4317414>
O artigo 412 fala da revelia: se o acusado, citado pessoalmente, deixar de
comparecer à audiência de qualificação e interrogatório, sem justa causa, ser-
-lhe-á decretada à revelia.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Se o réu for citado por edital e não comparecer, Coldibelli e Miguel (2011)
entendem que deverá ser aplicada a hipótese prevista no artigo 366 do Código
de Processo Penal Comum, sendo, em consequência, suspensos o processo e o
curso do prazo prescricional.
Assunto está inserido nos artigos 415 a 430 e 347 a 364, do CPPM.
Observa-se no parágrafo 2º do artigo 417 que a defesa deverá apresentar o rol Para obter mais informações
sobre o arrolamento de teste-
de testemunhas em qualquer fase da instrução criminal, desde que não excedi-
munhas pela defesa, consulte
do o prazo de cinco dias após a inquirição da última testemunha de acusação. o artigo 417 do CPPM.
e) Diligências
Após a inquirição da última testemunha de defesa, os autos são conclusos ao Para obter mais informações
Juiz, que determinará vista em cartório, por cinco dias, ao Ministério Público sobre diligências, consulte o
artigo 427 do CPPM.
Militar e à defesa, para requererem novas diligências, em razão de fatos apura-
dos na instrução criminal.
f) Alegações escritas
O Ministério Público Militar é o primeiro a se manifestar, no prazo de oito dias, Para obter mais informações
podendo ratificar o pedido condenatório, modificá-lo ou opinar pela absolvi- sobre alegações escritas, con-
sulte os artigos 428 e 429
ção, baseado nas provas colhidas no curso do processo. do CPPM.
Ao assistente, se requerer, será dada vista dos autos pelo prazo de cinco dias,
após as alegações do MPM.
Após, será aberta vista, pelo prazo de oito dias, à defesa que deverá apresentar
argumentos que levem o Conselho de Justiça a proferir um decreto absolutório
ou mesmo arguir, preliminarmente, nulidades.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Para obter mais informações Se no processo tiver mais de cinco acusados e os advogados forem diferentes,
sobre o assunto, consulte o
o MPM terá o prazo de 12 dias. Ato contínuo, a defesa terá, em conjunto e
artigo 430 do CPPM.
em cartório, o mesmo prazo.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Após, será dada a palavra, sucessivamente, pelo tempo
de 3 horas, ao Ministério Público e à defesa, podendo
haver réplica e tréplica, por tempo não excedente a 1
hora, para cada um (artigo 433 do CPPM). Não obstante,
se o advogado tiver a seu cargo a defesa de mais de um
acusado, além do tempo previsto no parágrafo 1º, terá
direito a mais 1 hora, se fizer a defesa de todos em con-
junto. Se excedentes a dez, cada advogado terá direito a
1 hora para a defesa de cada um de seus constituintes,
senão usar da faculdade de fazer a defesa de todos em
conjunto. Se usar, no entanto, dessa faculdade, e um
advogado tiver a seu cargo a defesa de mais de dez acu-
sados, o tempo será de, no máximo, seis horas.
Após o Conselho proferir sua decisão, o Juiz-Auditor terá o prazo de oito dias,
de acordo com o inciso VII do artigo 30 da Lei 8.457/ 92 e artigo 443, do
CPPM, para redigir a sentença, sendo ou não voto vencido (artigo 438, pará-
grafo 2º, do CPPM).
i) Constituição da sentença
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
A sentença divide-se em quatro partes:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
O quadro 1 a seguir ilustra o rito processual de forma concisa.
RITO PROCESSUAL
DILIGÊNCIAS • Prazo de cinco dias para as partes requererem o que for de direito.
• Prazo sucessivo de oito dias; assistente terá cinco dias após o MPM.
ALEGAÇÕES ESCRITAS • Mais de cinco acusados e diferentes advogados, 12 dias de
prazo em cartório e em comum. O mesmo prazo terá o MPM.
• Sustentação oral.
• 3 horas para cada parte e uma hora para réplica e tréplica.
JULGAMENTO • Advogado de mais de uma parte terá mais uma hora.
• Mais de 10 acusados, uma hora para a defesa de cada um. Não
poderá exceder a seis horas o tempo total.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
4.2.2 Procedimentos especiais
a) A deserção em geral
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Em regra, o delito de deserção consuma-se após o oitavo
dia de ausência. Esse período de oito dias é o denomina-
do prazo de graça, que não existe na hipótese do artigo
190 do CPM.
[...]
De acordo com o artigo 453 do CPPM, o desertor que não for julgado dentro
de sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação voluntária ou captura,
será posto em liberdade (relaxamento da prisão), salvo se tiver dado causa ao
retardamento do processo.
47
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Atualmente, o desertor só se manifesta no interrogatório, em Juízo, num prazo
geralmente não inferior a trinta dias a contar de sua prisão. Isto tem causado
danos, pela demora de ouvir as justificativas do preso. O ideal é que seja dado
oportunidade ao preso de apresentar suas alegações logo que fosse preso.
Com amparo legal nos artigos 454 e 455 do CPPM, o processo de deserção de
oficial ocorre da seguinte forma: transcorrido o prazo de graça, o comandante
deve lavrar o termo de deserção, publicando em boletim, acompanhado da
parte de ausência que é lavrada no dia seguinte à ausência (24 horas após).
48
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Os comentários feitos valem tanto para os processos de deserção quanto para
os de insubmissão. O quadro 2, a seguir, descreve as etapas (ação e desdobra-
mento) para deserção de oficial.
Preso, sorteio e convocação do CEJ, citação, Art. Caso não seja julgado em 60 dias, responde
5
455 CPPM solto - Art. 453
9 SENTENÇA
49
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
• Lavrar a parte de ausência;
A praça especial (artigo 16, parágrafo 4º, do Estatuto dos Militares) com ou
sem estabilidade, ao cometer o crime de deserção, é excluída do serviço ativo,
já a com estabilidade (com mais de dez anos de serviço ativo) é agregada,
como ocorre com os oficiais.
Conforme dispõe o parágrafo 2º, a ata de inspeção de saúde deve ser remeti-
da à Auditoria com urgência, para as providências cabíveis. Se o desertor for
julgado incapaz, deve ser posto em liberdade, sendo os autos arquivados, com
fundamento na ausência de condição de procedibilidade.
50
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
obviamente seja julgado apto para o serviço ativo. Essa De acordo com o STM “a pra-
urgência deve ser entendida com um prazo máximo de ça sem estabilidade não pode
ser denunciada por deserção
cinco dias, embora a legislação não estabeleça prazo,
sem ter readquirido o status
aplicando-se, por analogia, o disposto no artigo 251 de militar, condição de pro-
do CPPM que fixa aquele prazo para remessa do APF, cedibilidade para a persecutio
quando depender de diligência, como, por exemplo, um criminis, através da reinclusão.
Para a praça estável, a con-
exame. Entendemos que, apesar de o desertor perma-
dição de procedibilidade é a
necer preso por sessenta dias até o julgamento, não se reversão ao serviço ativo (sú-
pode aguardar, por exemplo por quinze dias, que a ata mula 12)”.
seja enviada, pois se o desertor for considerado incapaz,
a prisão durante todo esse período será ilegal, visto
que teríamos um civil preso pela prática de um crime
propriamente militar. Vale ressaltar que a liberdade é a
regra, e, dessa forma a manutenção da custódia deve
obedecer às formalidades legais (2011, p. 168-169).
51
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
O crime de insubmissão está previsto no artigo 183 do Código Penal Militar.
Observa-se que o termo de insubmissão será lavrado, caso o convocado não se
apresente até a data limite para incorporação ou se ausente antes do respecti-
vo ato oficial de incorporação.
Sendo assim, para que o insubmisso seja processado, é necessário que ele seja
incorporado para se tornar militar. Por sua vez, para que isso ocorra, ele terá
que ser apto na inspeção de saúde.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
De acordo com o artigo 464 do CPPM, o insubmisso, ao se apresentar ou ser
capturado, terá direito ao quartel por [menagem], o que lhe garante não ser re- Menagem: prisão cau-
colhido ao xadrez. Porém, não poderá se ausentar dos limites da unidade militar. telar concedida àquele – civil
ou militar – que, considera-
da a natureza do crime e seus
Após a juntada da ata de inspeção de saúde, bem como do ato de inclusão,
antecedentes, cometeu crime
o Ministério Público Militar poderá oferecer a denúncia, devendo o insubmis- militar com pena que não
so ser julgado no prazo de 60 dias a contar de sua captura ou apresentação exceda a quatro anos.
Requer diligência/arquivamento,
3 Vista ao MPM por 5 dias - § 3º
argui incompetência - §3º.
Apresentando-se capturado,
fica sob menagem e é subme- Se incapaz: ficará isento da inclusão
Se apto: incluído; remessa dos
tido à Inspeção de saúde. Art. do processo – Art. 464. Remessa da
5 documentos à Auditoria. Vista
464. Não sendo julgado em Ata à Auditória. Vista ao MPM, que
ao MPM por 5 dias - §2º
60 dias responde ao processo requer arquivamento §1º.
em liberdade - §3º.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
5 Execução penal
na legislação castrense
Objetivo específico
Para obter mais informações Quanto às penas privativas de liberdade (reclusão, detenção e prisão) que se-
sobre a execução da sentença
rão aplicadas ao condenado deve-se atentar para o que prescreve os artigos 59
na Justiça Militar da União,
leia o artigo com o mesmo e 61 do Código de Penal Militar.
nome de Jorge César de Assis
e disponível em: A seguir será descrito o que acontece com o réu condenado pela Justiça Militar,
<http://www.jusmilita- lembrando da previsão do artigo 61 do Código Penal Militar, segundo a qual:
ris.com.br/novo/uploads/
docs/execsentjmu.pdf>. A pena privativa de liberdade (reclusão e detenção) por
mais de dois anos, aplicada a militar, é cumprida em
penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimen-
to prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao
regime conforme a legislação penal comum, de cujos
benefícios e concessões, também, poderá gozar.
Conclui que até dois anos, inclusive, o militar, se não receber suspensão condi-
cional da pena (SURSIS), terá a pena privativa de liberdade: reclusão ou deten-
ção, convertida em pena de prisão (artigo 59 CPM) e cumprirá em estabeleci-
mento militar. Seguirá o regime da legislação militar.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Para mais informações so- Para Sabelli:
bre a execução penal na le-
gislação castrense, consulte Sentença condenatória é aquela que, reconhecendo o acu-
o Livro II Dos Processos em sado culpado do fato criminoso articulado na denúncia e
Espécie; Seção VII, Da Sessão
comprovado pelas provas dos autos, é passível da imposi-
do Julgamento e da Sentença;
Sentença Condenatória; arti- ção da penalidade prevista à prática criminosa, desde que
gos 440 a 450 e Livro IV, Da não exista causa extintiva de punibilidade (2008, p.161).
Execução; Título I, Da Execu-
ção da Sentença; dos artigos Já segundo Lobão:
588 a 605, do CPPM.
Recebe a denominação de sentença a decisão que define
o Juízo monocrático ou colegiado de 1ª instância. Acór-
dão ou aresto serve para designar a decisão de Tribunal.
No entanto, às vezes, acórdão recebe a denominação
de sentença, por exemplo, réu condenado em 2º grau,
por sentença transitada em julgado. Em sentido estrito,
sentença é a denominação dada à decisão do Juiz que
resolve a lide na 1ª instância, aplicando a lei aos fatos
reconstituídos historicamente no processo, através das
provas produzidas pelas partes, pelo próprio Juiz, no
decorrer da instrução criminal (2009, p. 439).
A execução penal na Justiça Militar segue etapas que serão descritas a seguir.
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Mesmo em caso de sentença condenatória, o acusado deverá
ser colocado imediatamente em liberdade quando tiver cum-
prido, em razão de prisão provisória, tempo igual ou superior
ao da pena imposta (artigo 441, parágrafo 2º, do CPPM).
b. Incidentes da execução (ver Título II, CPPM) - Todos serão decididos pelo
auditor, ou pelo presidente do STM, se for o caso (artigo 590, do CPPM).
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
5.2.2 Formalidades
A carta de guia, extraída pelo escrivão e assinada pelo auditor, que rubricará
todas as folhas, será remetida para a execução da sentença (artigo 595 CPPM):
5.2.3 Conteúdo
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
5.2.7 Comunicação
De acordo com a Lei de Execução Penal, compete ao juiz da Justiça Militar a exe-
cução da pena imposta ao militar que não estiver recolhido a estabelecimento
civil, o que somente ocorrerá se o condenado for excluído das Forças Armadas.
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FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
6 O processo penal militar
em tempo de guerra
Objetivos específicos
O rito processual penal militar em tempo de guerra é regulado pela lei penal
adjetiva castrense no Livro V, Título Único: Da Justiça Militar em Tempo de
Guerra, a partir do artigo 675 ao 693.
Este rito difere muito do rito para os crimes militares em tempo de paz, devido
às circunstâncias de tempo, lugar e efetivo reduzido, que são peculiares ao
tempo de guerra.
61
FUNDAMENTOS DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - u7
Os autos, chegando à Auditoria, irão com vista ao procurador que, se for o
caso, oferecerá denúncia, em até 24 horas, com, basicamente, os mesmos re-
quisitos previstos para o tempo de paz, à exceção do número de testemunhas,
reduzido de duas a quatro, conforme o artigo 676, do CPPM:
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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
7 Considerações finais
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8 Bibliografia
Referências Bibliográficas
ASSIS, Jorge César de. Processo Penal Militar Anotado. 3ª edição, v.I Curiti-
ba: Juruá, 2011.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 9º Edição. São Paulo: Saraiva, 2003.
LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: Método, 2009.
LOUREIRO NETO, José da Silva. Processo Penal Militar. 5º Edição. São Paulo:
Atlas, 2000.
SABELLI, Cid. Processo Penal Militar: Da Teoria à Prática. 1ª Edição. São Pau-
lo: Suprema Cultura, 2008.
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Bibliografia Complementar
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CCEAD – Coordenação Central de Educação a Distância
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Luiz Guilherme Roland
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Neide Gutman
Romulo Freitas
Ronnald Machado
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