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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS


FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA – 2º semestre de 2017
PROFESSORA: Mariana de Moraes Silveira (marianamsilveira@gmail.com)

Proposta do curso:
O curso se propõe a familiarizar os alunos com a produção historiográfica contemporânea, a habilitá-
los a analisar criticamente textos historiográficos e a refletir sobre a historicidade da escrita da história,
a partir três eixos. Primeiramente, serão discutidos desafios e questionamentos teóricos, tais como os
diferentes aspectos da operação historiográfica, o problema das temporalidades, a questão da
narrativa e o estatuto dos textos produzidos pelos historiadores. Em seguida, a atenção se voltará para
algumas das principais tendências historiográficas que se consolidaram ao longo da segunda metade
do século XX. Por fim, a disciplina contemplará grandes questões que têm, nos últimos anos,
mobilizado o universo acadêmico, atentando para as distintas vertentes e propostas em disputa, bem
como para as implicações desses debates no que diz respeito ao papel dos historiadores na vida
pública. Por meio da articulação entre esses três eixos, espera-se propiciar um panorama abrangente
da historiografia contemporânea, capaz de fornecer subsídios críticos e reflexivos para a elaboração
de monografias de conclusão de curso e projetos de pesquisa visando ao ingresso na pós-graduação,
bem como para a atuação profissional no ensino de história, em instituições culturais ou em órgãos
públicos.

Os textos do curso estão disponíveis no xerox da FAFICH e na seguinte pasta do Google Drive:
https://drive.google.com/open?id=0B04RYC9JAwjkeWo5Tm44UVZJd28

UNIDADE I – A ESCRITA DA HISTÓRIA E SEUS QUESTIONAMENTOS TEÓRICOS


Dinâmica das aulas: Exposição sobre o tema na primeira parte da aula, discussão dos textos de leitura
obrigatória na segunda metade.
1. Apresentação: a história da historiografia como problema
Discussão do programa (primeira metade da aula); aula expositiva de introdução (segunda parte)
Texto de referência: ARAUJO, Valdei Lopes de. História da historiografia como analítica da
historicidade. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 12, p. 34-44, ago. 2013.
2. Um lugar social, uma prática, uma escrita: a operação historiográfica
Leitura obrigatória: CERTEAU, Michel de. A operação historiográfica. In: A escrita da História. Rio de
Janeiro: Forense, 2015, p. 45-111.
Leitura complementar: CHARTIER, Roger. A história, entre relato e conhecimento / A instituição
histórica. In: A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p. 11-31.
3. Escovar a história a contrapelo: as contribuições de Walter Benjamin para a historiografia
Leitura obrigatória: BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. In: O anjo da história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2012, p. 9-20.
Leitura complementar: LÖWY, Michel. Abertura da história. In: Walter Benjamin: aviso de incêndio.
Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005, p. 147-159.
4. Arqueologias e genealogias do passado: as contribuições de Michel Foucault para a historiografia
Leitura obrigatória: FOUCAULT, Michel. O corpo dos condenados. In: Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes,
2007, p. 9-29.
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Leituras complementares: O’BRIEN, Patricia. A história da cultura de Michel Foucault. In: HUNT, Lynn
(org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 33-62.
RAGO, Margareth. O efeito-Foucault na historiografia brasileira. Tempo Social. São Paulo, v. 7, n. 1-2,
p. 67-82, out. 1995.
5. Temporalidades e escrita da história
Leituras obrigatórias: HARTOG, François. Introdução – Ordens do tempo, regimes de historicidade. In:
Regimes de Historicidade. Presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p.
17-41.
PAMUK, Orhan. O tempo. In: O museu da inocência. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, p. 302-
311.
Leituras complementares: BRAUDEL, Fernand. História e ciências sociais: a longa duração. In: NOVAIS,
Fernando A.; SILVA, Rogerio F. da (orgs.). Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac Naify, 2011,
v. 1, p. 87-121.
KOSELLECK, Reinhart. Historia Magistra Vitae. Sobre a dissolução do topos na história moderna em
movimento. In: Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro:
Contraponto: PUC-Rio, 2006, p. 41-60.
6. A questão da narrativa e o estatuto do texto historiográfico
Leitura obrigatória: FARIA, Daniel. Anamorfose de um dia: o tempo da história e o dia 11 de dezembro
de 1972. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17, p. 11-29, abr. 2015.
Leituras complementares: LACAPRA, Dominick. Retórica e História. Territórios & Fronteiras. Cuiabá, v.
6, n. 1, p. 97-118, jan-jun. 2013.
RÜSEN, Jörn. A constituição narrativa do sentido histórico. In: Razão Histórica. Teoria da História: os
fundamentos da ciência histórica. Brasília: UNB, 2001, p. 149-174.
STONE, Lawrence. O retorno da narrativa: reflexões sobre uma nova velha história. In: NOVAIS,
Fernando A.; SILVA, Rogerio F. da (orgs.). Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac Naify, 2013,
v. 2, p. 9-36.
WHITE, Hayden. Enredo e verdade na escrita da história. In: MALERBA, Jurandir (org.). A história
escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo, Contexto, 2006, p. 191-210.

7. Avaliação: Prova escrita individual, em sala de aula, com consulta à bibliografia.

UNIDADE II – TENDÊNCIAS E CORRENTES HISTORIOGRÁFICAS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX


Dinâmica das aulas: Haverá alunos responsáveis pela condução do debate dos textos de leitura
obrigatória na primeira parte do encontro. Na segunda metade da aula, a professora buscará
aprofundar as discussões, propondo questões ainda não suscitadas e apresentando outros pontos de
vista pertinentes sobre o tema.
8. Renovações dos marxismos e a história social britânica
Leituras obrigatórias: HOBSBAWM, Eric J.. A história de baixo para cima. In: Sobre a história. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013, p. 280-300.
THOMPSON, E. P.. Algumas observações sobre classe e “falsa consciência”. In: As peculiaridades dos
ingleses e outros artigos. Campinas: Unicamp, 2001, p. 269-281.
Leituras complementares: FONTANA, Josep. Os marxismos. In: A História dos homens. Bauru: Edusc,
2004, p. 309-341.
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LÓPEZ, Damian. La prueba de la experiencia. Reflexiones en torno al uso del concepto de experiencia
en la historiografía reciente. Prismas. Revista de historia intelectual. Buenos Aires, n. 16, p. 33-52,
2012.
9. Transformações dos Annales: a “Nova História”, o “giro crítico”, a história cultural
Leituras obrigatórias: LE GOFF, Jaques; NORA, Pierre. Apresentação a Faire de l’histoire. In: NOVAIS,
Fernando A.; SILVA, Rogerio F. da (orgs.). Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac Naify, 2011,
v. 1, p. 123-127.
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados. São Paulo, v. 5, n. 11, p. 173-
191, jan-abr. 1991.
Leituras complementares: ARIÈS, Philippe. A história das mentalidades. In: NOVAIS, Fernando A.;
SILVA, Rogerio F. da (orgs.). Nova História em perspectiva. São Paulo: Cosac Naify, 2011, v. 1, p. 269-
295.
GEERTZ, Clifford. Uma descrição densa: por uma teoria interpretativa da cultura. In: A Interpretação
das Culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989, p. 3-21.
RIOUX, Jean-Pierre. Introdução – Um domínio e um olhar. In: RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-
François (orgs.). Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998, p. 11-22.
10. Reduções de escala: a micro-história e a biografia
Leituras obrigatórias: REVEL, Jacques. Microanálise e construção do social. In: REVEL, Jacques (org.).
Jogo de escalas. A experiência da microanálise. Rio de Janeiro: FGV, 1998, p. 15-38.
LEVI, Giovanni. Usos da biografia. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína (orgs.). Usos &
abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 2000, p. 167-182.
Leituras complementares: BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e
AMADO, Janaína (orgs.). Usos & abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 2000, p. 183-191.
GINZBURG, Carlo. Prefácio à edição italiana. In: O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras,
2006, p. 11-26.
LEVI, Giovanni. Sobre a micro-história. In: BURKE, Peter (org.). A Escrita da História: novas perspectivas.
São Paulo: Unesp, 2011, p. 135-163.
LORIGA, Sabina. Prefácio. In: O pequeno X. Da biografia à história. Belo Horizonte: Autêntica, 2011, p.
11-16.
11. A história política renovada
Leituras obrigatórias: RÉMOND, René. Uma história presente. In: RÉMOND, René (org.). Por uma
história política. Rio de Janeiro: FGV: UFRJ, 1996, p. 13-36.
BERSTEIN, Serge. Culturas políticas e historiografia. In: AZEVEDO, Cecilia; ROLLEMBERG, Denise;
BICALHO, Maria Fernanda; KNAUSS, Paulo; QUADRAT, Samantha Viz (orgs.). Cultura política, memória
e historiografia. Rio de Janeiro: FGV, 2009, p. 29-57.
Leituras complementares: DUTRA, Eliana de Freitas. História e culturas políticas. Definições, usos,
genealogias. Varia Historia. Belo Horizonte, n. 28, p. 13-28, dez. 2002.
JULLIARD, Jacques. A política. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre (orgs.). História: novas abordagens.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976, p. 181-193.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Desafios e possibilidades na apropriação de cultura política pela
historiografia. In: MOTTA, Rodrigo Patto Sá (org.). Culturas políticas na história: Novos estudos. Belo
Horizonte: Fino Traço, 2009, p. 13-37.
ROSANVALLON, Pierre. Por uma história conceitual do político. In: Por uma história do político. São
Paulo: Alameda, 2010, p. 67-101.
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Trabalho sobre a Unidade II


Em duplas, deverá ser redigido um ensaio de 4 a 7 páginas (fonte Times New Roman tamanho 12;
espaçamento 1,5; margens superior e esquerda 3cm, inferior e direita 2cm; referências completas em
notas de rodapé, sem bibliografia final) relacionando uma obra historiográfica às discussões do curso.
Na construção do texto, recomenda-se atentar para a data da publicação original do livro analisado,
para os principais interlocutores do autor e, na medida do possível, para a recepção e os
desdobramentos da obra.
Seguem abaixo algumas sugestões de títulos. Os alunos que desejem analisar obras que não constem
da lista deverão consultar previamente a professora.
Obras sugeridas para análise
CHARTIER, Roger. Origens culturais da Revolução francesa. São Paulo: UNESP, 2009.
DARNTON, Robert. Censores em ação: como os Estados influenciaram a literatura. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016.
DAVIS, Natalie Zemon. O retorno de Martin Guerre. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Em 1926: vivendo no limite do tempo. Rio de Janeiro: Record, 1999.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
LEVI, Giovanni. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de
Janeiro: Civilização brasileira, 2000.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1988.
ROSANVALLON, Pierre. O liberalismo econômico: história da ideia de mercado. Bauru: EDUSC, 2002.
SCHORSKE, Carl E.. Viena fin-de-siecle: política e cultura. Campinas: UNICAMP; São Paulo: Companhia
das Letras, 1988.
THOMPSON, E. P.. Senhores e Caçadores. A origem da lei negra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

UNIDADE III – DEBATES CONTEMPORÂNEOS


Dinâmica das aulas: Na primeira metade de cada encontro, um grupo de alunos apresentará um
seminário sobre o tema proposto, buscando articular as diferentes perspectivas contidas em cada
tópico com as principais questões enfrentadas pela historiografia contemporânea. Na segunda parte,
será feito um debate com toda a turma, com ênfase nos textos de leitura obrigatória.
Orientações para os seminários: Os seguintes itens devem ser contemplados:
a) Conjuntura histórica e historiográfica da emergência dos debates analisados.
b) Principais autores envolvidos; pontos de divergência e de convergência entre eles.
c) As implicações teóricas e metodológicas de cada uma das perspectivas discutidas, em especial
no que diz respeito às fontes empregadas, às práticas de pesquisa e aos modos de escrita.
d) Potencialidades e limites das abordagens discutidas.
e) Elaboração de um roteiro da apresentação, a ser entregue para a turma, contendo a
bibliografia utilizada e propondo no mínimo duas questões para debate geral.

12. Em busca de novos caminhos para refletir historicamente sobre as ideias: história dos conceitos,
contextualismo linguístico, história intelectual, história dos intelectuais...
Leituras obrigatórias: JASMIN, Marcelo Gantus; FERES JÚNIOR, João. História dos conceitos: dois
momentos de um encontro intelectual. In: JASMIN, Marcelo Gantus; FERES JÚNIOR, João (orgs.).
História dos conceitos: debates e perspectivas. Rio de Janeiro: PUC-Rio: Loyola: IUPERJ, 2006, p. 9-38.
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ALTAMIRANO, Carlos. Ideias para um programa de história intelectual. Tempo Social. São Paulo, v. 19,
n. 1, p. 9-17, jun. 2007.
Bibliografia indicada para o seminário:
BEIRED, José Luis Bendicho. Vertentes da história intelectual. In: BARBOSA, Carlos Alberto Sampaio;
GARCIA, Tânia da Costa (orgs.). Cadernos de Seminários de Pesquisa. Cultura e política nas Américas.
Assis: FCL-Assis-Unesp Publicações, 2009, v.1, p. 86-98.
DARNTON, Robert. História intelectual e cultural. In: O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução.
São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 204-231; 377-385.
Dossier: Encuesta sobre historia intelectual. Prismas. Revista de historia intelectual. Buenos Aires, v.
11, p. 151-218, 2007.
GOMES, Angela de Castro; HANSEN, Patricia Santos. Apresentação – Intelectuais, mediação cultural e
projetos políticos: uma introdução para delimitação do objeto de estudo. In: GOMES, Angela de Castro;
HANSEN, Patricia Santos (orgs). Intelectuais mediadores. Práticas culturais e ação política. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2016, p. 7-37.
GRAFTON, Anthony. The history of ideas: precept and practice, 1950-2000 and beyond. Journal for the
History of Ideas. Philadelphia, v. 76, n. 1, p. 1-32, jan. 2006 (disponível também em espanhol: La historia
de las ideas. Preceptos y prácticas, 1950-2000 y más allá. Prismas. Revista de historia intelectual.
Buenos Aires, v. 11, p. 123-148, 2007).
KOSELLECK, Reinhart. História dos conceitos e história social. In: Futuro Passado: Contribuição à
semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, 2006, p. 97-118.
PALTI, Elías José. Giro linguístico e historia intelectual. Stanley Fish, Dominick Lacapra, Paul Rabinow y
Richard Rorty. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2012.
POCOCK, John G.. Conceitos e discursos: uma diferença cultural? Comentário sobre o paper de Melvin
Richter. In: JASMIN, Marcelo Gantus; FERES JÚNIOR, João (orgs.). História dos conceitos: debates e
perspectivas. Rio de Janeiro: PUC-Rio: Loyola: IUPERJ, 2006, p. 83-96.
SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, René (org.). Por uma história política. Rio de
Janeiro: UFRJ : FGV, 1996, p. 231-262.
SKINNER, Quentin. Prefácio. In: As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia
das Letras, 1996, p. 9-14.

13. Outros sujeitos, outras histórias: os estudos de gênero e a crítica pós-colonial


Leituras obrigatórias: SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos; NICODEMO, Thiago Lima; PEREIRA,
Mateus Henrique de Faria. Historiografias periféricas em perspectiva global ou transnacional: o
eurocentrismo em questão. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 30, n. 60, p. 161-186, jan-abr 2017.
SCOTT, Joan W.. Os usos e abusos do gênero. Projeto História. São Paulo, n. 45, p. 327-351, dez. 2012.
Bibliografia indicada para o seminário:
BUTLER, Judith. Sujeitos do sexo/gênero/desejo. In: Problemas de gênero. Feminismo e subversão da
identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 17-60.
CHAKRABARTY, Dipesh. La poscolonialidad y el artificio de la historia. In: Al margen de Europa.
Pensamiento poscolonial y diferencia histórica. Barcelona: Tusquet, 2008, p.57-80. (tradução brasileira
não oficial disponível em: https://teoriografia.files.wordpress.com/2015/06/71612645-chakrabarty-
dipesh-a-poscolonialidade-e-o-artificio-da-historia.pdf)
FRANCO, Stella Maris Scatena. Gênero em debate: problemas metodológicos e perspectivas
historiográficas. In: VILLAÇA, Mariana; PRADO, Maria Lígia Coelho (orgs.). História das Américas:
Fontes e abordagens historiográficas. São Paulo: Humanitas, 2015, p. 36-51.
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GÓES, Camila Massaro de. Subaltern studies como crítica pós-colonial. In: Existe um pensamento
político subalterno? Um estudo sobre os subaltern studies: 1982-2000. São Paulo: FFLCH-USP, 2014
(Dissertação de mestrado em Ciência Política), p. 117-144.
PEDRO, Joana Maria. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. História.
São Paulo, v.24, n.1, p.77-98, 2005.
SAID, Edward. Introdução. In: Orientalismo. O oriente como invenção do ocidente. São Paulo:
Companhia das Letras, 2007, p. 27-60 e 468-469.
SETH, Sanjay. Razão ou Raciocínio? Clio ou Shiva?. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 11, p. 173-
189, abr. 2013.
SOHIET, Rachel; PEDRO, Joana Maria. A emergência da pesquisa da História das Mulheres e das
Relações de Gênero. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 27, n. 54, p. 281-300, 2007.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
TILLY, Louise A.. Gênero, história das mulheres e história social. Cadernos Pagu. Campinas, n. 3, p. 29-
62, 1994.

14. Pensar a história além da nação: histórias comparadas, conectadas, transnacionais, globais...
Leituras obrigatórias: SÁBATO, Hilda. Historia latinoamericana, historia de América Latina,
Latinoamérica en la historia. Prismas. Revista de historia intelectual. Buenos Aires, nº 19, p. 135-145,
2015.
WERNER, Michael; ZIMMERMANN, Bénédicte. Pensar a história cruzada: entre empiria e reflexividade.
Textos de História. Brasília, v. 11, nº 1/2, p. 89-127, 2003.
Bibliografia indicada para o seminário:
BLOCH, Marc. Para uma história comparada das sociedades europeias. In: História e Historiadores.
Lisboa: Teorema, 1998, p. 119-150.
BOUCHERON, Patrick; DELALANDE, Nicolas. Por uma história-mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
DETIENNE, Marcel. Comparar o incomparável. Aparecida: Idéias & Letras, 2004.
ESPAGNE, Michel. Sobre os limites do comparatismo em história cultural. Ponto-e-vírgula. Revista de
Ciências Sociais. São Paulo, n. 13, p. 91-108, jan-jun. 2013.
GRUZINSKI, Serge. Os mundos misturados da monarquia católica e outras connected histories. Topoi.
Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 175-195, mar. 2001.
KOCKA, Jürgen. Para além da comparação. Revista Esboços. Florianópolis, v. 21, n. 31, p. 279-286, ago.
2014.
PIRENNE, Henri. Do método comparativo em História, discurso de abertura do V Congresso
Internacional das Ciências Históricas. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17, p. 308-316, abr.
2015.
PRADO, Maria Ligia Coelho. Repensando a História Comparada da América Latina. Revista de História.
São Paulo, n. 153, p. 11-23, 2005.
SUBRAHMANYAN, Sanjay. Em busca das origens da história global: aula inaugural proferida no Collège
de France em 28 de novembro de 2013. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 30, n. 60, p. 219-240, jan-
abr 2017.
WEINSTEIN, Barbara. Pensando a história fora da nação: a historiografia da América Latina e o viés
transnacional. Revista Eletrônica da ANPHLAC. São Paulo, n.14, p. 9-36, jan-jun. 2013.
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15. O historiador e seus públicos no mundo contemporâneo: história do tempo presente, história
pública, usos do passado, dever de memória, humanidades digitais...
Leituras obrigatórias: DACOS, Marin. Manifesto das humanidades digitais. Disponível em:
https://humanidadesdigitais.org/manifesto-das-humanidades-digitais/.
PEREIRA, Mateus Henrique de Faria. A história do tempo presente: do futurismo ao presentismo?
Humanidades. Brasília, v. 58, p. 56-65, 2011.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Os lugares dos historiadores e da história na sociedade brasileira:
Conferência de abertura do XXVIII Simpósio Nacional de História, Florianópolis. História da
Historiografia. Ouro Preto, n. 22, p. 321-335, dez. 2016.
Bibliografia indicada para o seminário:
BAUER, Caroline Silveira; NICOLAZZI, Fernando Felizardo. O historiador e o falsário. Usos públicos do
passado e alguns Marcos da cultura histórica contemporânea. Varia Historia. Belo Horizonte, v. 32, n.
60, p. 807-835, set-dez 2016.
CATROGA, Fernando. A representificação do ausente. In: Memória, história e historiografia. Rio de
Janeiro: FGV, 2015, p. 53-85.
CHAUVEAU, Agnès; TÉTART, Philippe (org.). Questões para a história do presente. Bauru: EDUSC, 1999.
DUMOULIN, Olivier. O papel social do historiador. Da cátedra ao tribunal. Belo Horizonte: Autêntica,
2017.
HARTOG, François. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
LIDDINGTON, Jill. O que é história pública? Os públicos e seus passados. In: ALMEIDA, Juniele Rabelo
de; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (orgs.). Introdução à história pública. São Paulo: Letra e Voz,
2011, p. 31-52.
LUCCHESI, Anita. Histórias no ciberespaço. Viagens sem mapas, sem referências e sem paradeiros no
território incógnito da web. Cadernos do Tempo Presente. São Cristóvão, n. 6, jan. 2012.
MATTOS, Hebe; BESSONE, Tânia; MAMIGONIAN, Beatriz G. (orgs.). Historiadores pela democracia. O
golpe de 2016: A força do passado. São Paulo: Alameda, 2016.
RANGEL, Marcelo de Mello; ARAUJO, Valdei Lopes de. Apresentação – Teoria e história da
historiografia: do giro linguístico ao giro ético-político. História da Historiografia. Ouro Preto, n. 17, p.
318-332, abr. 2015.
VARELLA, Flávia; MOLLO, Helena Miranda; PEREIRA, Mateus Henrique de Faria; MATA, Sérgio da
(orgs.). Tempo presente e usos do passado. Rio de Janeiro: FGV, 2012.
Websites:
Associação das Humanidades Digitais: https://ahdig.org/
Digital Humanities Now: http://digitalhumanitiesnow.org/
Digital Humanities @ Oxford: https://digital.humanities.ox.ac.uk/
Grupo de pesquisa em Humanidades Digitais (USP): https://humanidadesdigitais.org/
Histography: http://histography.io/
Institut National de l’Audiovisuel – Web productions: http://www.ina.fr/pages-carrefours/toutes-les-
web-productions
International Encyclopedia of the First World War: http://encyclopedia.1914-1918-
online.net/home.html
Journal of Digital Humanities: http://journalofdigitalhumanities.org/
Portal Memórias da Ditadura: http://memoriasdaditadura.org.br/
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Rede Brasileira de História Pública: http://historiapublica.com.br/


Trans-Atlantic Platform: http://www.transatlanticplatform.com/

Distribuição dos pontos


Unidade I: Avaliação escrita – 25 pontos
Unidade II: Apresentação de texto – 10 pontos
Ensaio sobre uma obra historiográfica – 25 pontos
Unidade III: Seminário em grupo – 30 pontos
Participação nas discussões ao longo do curso: 10 pontos

Bibliografia complementar
ANKERSMIT, Franklin Rudolf. Historiografia e pós-modernismo. Topoi, v. 2, p. 113-135, 2001.
BOURDÉ, Guy; MARTIN, Hervé. As escolas históricas. Lisboa: Europa-América, 2003.
BURKE, Peter. A escola dos Annales – 1929-1989. São Paulo: Unesp, 1991.
BURKE, Peter. O que é história cultural?. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2008.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: A história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: UFRGS,
2002.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de Janeiro:
Bertrand, 1990.
DELACROIX, Christian; DOSSE, François; GARCIA, Patrick. Correntes históricas na França: séculos XIX e
XX. Rio de Janeiro, FGV; São Paulo: UNESP, 2012.
DOSSE, François. O desafio biográfico. Escrever uma vida. São Paulo: Edusp, 2009.
DOSSE, François. A história à prova do tempo. Da história em migalhas ao resgate do sentido. São
Paulo: UNESP, 2001.
DOSSE, François. A história em migalhas. Dos Annales à Nova História. São Paulo: Ensaio; Campinas:
UNICAMP, 1992.
DUTRA, Eliana de Freitas. A memória em três atos. Deslocamentos interdisciplinares. Revista USP. São
Paulo, n. 98, p. 69-86, jun-ago 2013.
FARGE, Arlette. Lugares para a história. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
FERREIRA, Marieta de Moraes; RIOM, Charlotte; FRANCO, Renato Júnio. Entrevista – Christian
Delacroix. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 32, nº 64, p. 327-339, dez. 2012.
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