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Empatia - Dez exercícios práticos

Para aumentar a capacidade empática em


crianças e adultos

Embora cada indivíduo tenha uma capacidade única de empatia,


talvez a empatia possa ser encorajada. O desenvolvimento da
empatia pode exigir certo nível de consciência das próprias emoções,
a fim de começar a se reconhecer e se sentir conectado com as
emoções dos outros.

Agora, vamos propor um conjunto de ferramentas para aprender mais


sobre empatia. São dez exercícios para permitir o desenvolvimento da
empatia e, assim, ajudar na transformação pessoal, de um grupo ou
comunidade.
Mas antes de mais nada:

O que é empatia?
Empatia nos ajuda a sentir e refletir com sinceridade e exatidão as
emoções específicas de outra pessoa. Empatia também significa
valorizar as emoções dos outros.

Por que ensinar e aprender empatia? A razão para ensinar e aprender


empatia é que se os indivíduos são capazes de aprender habilidades
de empatia, eles serão mais propensos a aplicar essas habilidades em
sua vida atual e em futuros relacionamentos. É a base para o carinho
e compaixão entre as pessoas e contribui para relações positivas em
todas as áreas da vida.

A empatia cria um senso de comunidade e reduz a tendência


discriminar ou excluir os outros. Alguém que intimida ou exclui outras
pessoas, pode se beneficiar de estar ciente das emoções de uma
vítima em potencial e valorizar essas emoções.

Enquanto algumas pessoas podem ter mais dificuldades em sentir ou


comunicar empatia sincera, todo mundo vai derivar alguns benefícios
dos exercícios a seguir. Selecione os exercícios que correspondam à
capacidade geral da faixa etária que você pretende trabalhar e

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modifique as descrições dos exercícios para o nível de compreensão
do grupo.

Questões para introduzir o assunto e aquecer o


grupo
Descrição:

O coordenador do grupo introduz o exercício dizendo que ter um


vocabulário de palavras para diferentes emoções é útil para formar
frases que comunicam empatia.

Muitos sentimentos ou listas de emoções podem ser encontradas na


internet. As emoções podem ser separadas em categorias de
agradável e sentimentos dolorosos.

Por exemplo, emoções agradáveis são: felicidade, animação, calma,


relaxamento, esperança, motivação.

Exemplos de emoções dolorosas são: medo, raiva, culpa, tristeza,


vazio, baixa autoestima e desespero.

Você pode usar uma analogia para sentimentos dolorosos, de forma a


dividi-los em emoções duras e macias. Exemplos de sentimentos
dolorosos duros são: raiva, frustração e irritação, enquanto exemplos
de sentimentos dolorosos moles são medo, tristeza, culpa, vazio, baixa
autoestima e desespero.

Convide membros do grupo (em grupo ou como tarefa) para fazer


uma lista de emoções ou sentimentos que eles têm sobre diferentes
experiências durante o dia. Exemplos: acordar, vestir-se, sentir o cheiro
do café da manhã, entrar no ônibus, ouvir as pessoas discutindo, ouvir
pessoas rindo, entrar na sala, sentar à mesa, ouvir o professor, almoçar,
passar tempo com a família, brincar com os amigos, sentando-se para
jantar, indo para a cama, etc.
Discussão Pós-Exercício:
1. O que você percebe sobre essas emoções e experiências?

2. Por que é importante estar ciente das suas emoções e de como


você se sente eles no momento?
3. Como estar ciente de suas próprias emoções afeta a forma como
você entende outras pessoas e coisas que acontecem em sua vida?

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Tarefa:

Faça uma lista de suas experiências entre o final do grupo hoje e da


próxima reunião do grupo e, em seguida, escreva emoções
relacionadas a cada experiência.

Exercício Dois: Distinguindo Emoções e Pensamentos


Descrição:

Neste exercício, os membros do grupo devem fazer três frases


começando com "eu me sinto" seguido por uma palavra de
sentimento como: feliz, triste, frustrado ou outra, relacionado a uma
situação do cotidiano.
Exemplos:
“Eu me sinto feliz quando é hora de jogar".
"Eu me sinto animado quando eu faço exercícios de matemática."

“Eu me sinto triste quando meus amigos têm que ir para casa depois
de me visitar.”

Lembre-se que se você diz “Eu acho que esse assunto é interessante”
ou “Eu acho que esse grupo é divertido” você está comunicando um
pensamento, uma ideia. Para comunicar um sentimento é importante
você usar a expressão “eu sinto” e completar com a emoção que
você identificar.
Discussão Pós-Exercício:
Qual é a diferença entre um pensamento e um sentimento?

Exercício Três: Formando frases empáticas


Descrição:

Pratique formar frases que comuniquem empatia usando essa fórmula


e palavras da lista de sentimentos. Preencha os espaços em branco e
depois verifique se isso faz sentido:
“Você se sente __________ porque ___________. É isso mesmo?"

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Exemplos de cenários:

Aqui estão alguns exemplos de dois cenários seguido por exemplos de


frases que mostram empatia e verificando a precisão das informações.

1. Joana está com a testa franzida e diz que sua melhor amiga se
afastou.

Reflexão empática: “Joana, você se sente triste porque sua melhor


amiga se afastou. É assim que você está se sentindo?”.

2. Papai está muito quieto quando chega em casa do trabalho e diz


que ele acabou de perder o emprego.
Reflexão empática: “Papai, você se sente preocupado porque perdeu
seu emprego. É isso que você sente?”
Cenários de prática:

Após cada cenário abaixo, escreva uma frase que mostra empatia
seguida de verificação para ver se você está sendo preciso.

1. Seu irmão chega em casa chorando e diz que foi chamado


nomes feios na escola.

Você se sente __________ porque ___________________.


________________________?

2. O menino na escola que os outros acabaram de chamar de


nomes feios, está sentado em silêncio e olhando para baixo.

Você se sente __________ porque ___________________.


________________________?

3. Seu amigo diz que ele não quer ir para casa porque ele
recebeu nota baixa no seu boletim escolar.
Você se sente __________ porque ___________________.
________________________?

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4. Sua amiga diz que não pode convidar você para visitá-la
porque a mãe dela não está se sentindo bem.

Você se sente __________ porque ___________________.


________________________?

5. Uma pessoa na escola está sentada sozinha na hora do recreio


e não está comendo seu lanche.

Você se sente ________ porque ___________________.


__________________?

Discussão Pós-Exercício:

1. Que perguntas você tem sobre escrever uma sentença que mostra
empatia?

2. Por que é importante verificar se o sentimento que você percebeu


na outra pessoa está certo?

Exercício Quatro: Trocando de Funções


Descrição:

No exercício de troca de funções, as habilidades de empatia


aumentam quando os indivíduos são convidados a imaginar que ele
ou ela é outra pessoa que será entrevistada em dupla.

O grupo é dividido em duplas, e cada pessoa se revezaria dizendo à


outra pessoa informações pessoais básicas em resposta a um breve
conjunto de questões.

Então cada pessoa imagina que ele ou ela é a outra pessoa e fala
para o grupo na primeira pessoa como se ele ou ela fosse a outra
pessoa.

Maria entrevista Rosa e depois apresenta ela mesma como se fosse


Rosa, dizendo: “Meu nome é Rosa. Eu tenho 14 anos de idade”, etc.
Então, Rosa faz o mesmo, dizendo: “Meu nome é Maria. Eu tenho 16
anos”, etc.

A precisão é importante para desenvolver habilidades de empatia


neste exercício.

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A seguir, é apresentada uma lista de perguntas básicas para coletar
informações pessoais:
1. Qual o seu nome?
2. Qual é a sua idade?
3. Qual é a sua cor favorita?
4. Quantos irmãos e irmãs você tem?
5. Onde você saiu de férias?
6. O que você mais gosta de fazer?
Exemplo de condução do exercício:
O coordenador do grupo solicita que alguém do grupo seja voluntário
e então faz as perguntas para o voluntário na frente do grupo. Então
o coordenador se apresenta como o aluno falando na primeira pessoa
e relacionando as informações coletadas na entrevista usando as
perguntas acima. Então o coordenador passa as instruções para o
grupo:

“Agora eu quero que vocês reúnam-se em duplas e entreviste um ao


outro usando estas perguntas (escritas no quadro ou dadas numa
folha). Lembre-se do que a outra pessoa diz, e então você vai se
apresentar como se você fosse a outra pessoa começando com o
nome e assim por diante. Você terá que ouvir com muito cuidado e
lembre-se do que a outra pessoa disse.
Alguma pergunta sobre o que eu estou pedindo para vocês fazerem?”
Discussão pós-exercício:

1. Como foi ouvir o seu parceiro falar como se ele ou ela fosse você.
Ele falou corretamente sobre você?

2. Como foi ser seu parceiro? O que você sentiu ou pensou quando
você estava falando como se fosse alguém diferente de si mesmo?

Exercício Cinco: Repetição


Descrição:

No exercício de repetição, semelhante a troca de papeis, os indivíduos


desenvolvem habilidades de empatia tornando-se um alter ego para

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outra pessoa. Isso será feito convidando o grupo a andar pela sala em
pares (ou sentar-se cadeiras em posição paralela) enquanto um fala,
o outro repete.

O coordenador fala sobre uma memória feliz ou um futuro esperado


evento. Como o orador está falando, o Duplo também fala no primeiro
pessoa como se ele ou ela é também o orador e lê entre o linhas,
inserindo palavras de sentimento.
Exemplo:
Pessoa 01: "Vou visitar meus avós na semana que vem".
Repetidor: "E eu me sinto feliz."
Checa se o sentimento corresponde a emoção da pessoa.

Pessoa 02: “Minha avó faz os melhores biscoitos.”


Repetidor: "Estou animado para comer os biscoitos."
Checa se o sentimento corresponde a emoção da pessoa.

Demonstrar para o grupo:

“Agora eu preciso de um voluntário para mostrar a você como é o


Repetidor. Venha aqui e sente-se comigo (cadeiras em posição
paralela de frente para o grupo). Fale sobre uma lembrança feliz ou
algo parecido para o futuro. ”

Como o voluntário fala, o coordenador fala na primeira pessoa como


se fosse o aluno e preenche sentimentos ou emoções não faladas pelo
voluntário.

Após um breve momento, o líder se volta para o grupo e diz: “Que


perguntas vocês tem sobre o que eu estou pedindo para ser feito?
Instruções para o exercício em grupo:

Divida o grupo em pares, e como eles estão envolvidos no exercício,


dê um comando para saberem quando trocar de papéis com um
como o orador e o outro como o repetidor.

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Discussão Pós-Exercício:

Depois de cada pessoa ter tido a oportunidade de experimentar os


papéis (orador e repetidor):

1. Como foi ser o orador e ouvir o repetidor falando como você


mesmo?
2. Como foi ser o repetidor? Qual foi a parte mais difícil?

3. Os sentimentos que você falou eram diferentes do que sua dupla


sentia?

4. Como o exercício da repetição ajudou você a entender a outra


pessoa?

Exercício Seis: Ouvindo com Empatia


Descrição:

Pratique ouvir a outra pessoa falar sobre algo que é pessoalmente


importante, e fazer frases de empatia que reflitam suas emoções.
Lembre-se que empatia significa deixar de lado seus próprios
pensamentos e sentimentos e prestar atenção ao que a outra pessoa
pensa e sente.
Demonstrar para o grupo:

“Agora preciso de um voluntário para poder mostrar ao grupo como


uma frase de empatia soa. Pense em algo que você pode dizer sobre
algo importante para você, algo que aconteceu, ou que você espera
que aconteça no futuro. Quem gostaria de ser voluntário?"

Após uma breve demonstração, agradeça ao voluntário e pergunte


ao grupo se há dúvidas.
Instruções para o exercício em grupo:

“Agora vamos praticar a criação de frases de empatia. Eu quero que


vocês se reúnam em duplas. Um de vocês vai falar por um tempo e o
outro vai ouvir. O orador pode falar sobre algo que aconteceu ontem
à noite, hoje ou algo no futuro. O ouvinte fará uma frase de empatia e
verificar se está sendo preciso. Então eu vou dizer quando trocar os
papeis. Lembre-se que a empatia significa deixar de lado seus próprios
pensamentos e sentimentos e prestar atenção ao que a outra pessoa
pensa e sente.

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Depois de dar instruções, pergunte se há dúvidas.
Discussão Pós-Exercício:

1. Como foi ser o orador e ouvir o ouvinte fazer frases de empatia


(reflexões)?
2. Como foi ser o ouvinte? Qual foi a parte mais difícil disso?

Exercício Sete: Tornando-se Outro Personagem


Descrição:

Neste exercício, os membros são convidados a entrar em grupos de


três para fazer o seguinte:

1. Escreva um cenário para, em seguida, ter um diálogo entre três


pessoas: uma vítima, um bullie (que pratica o bullyng) e um
observador.

2. Cada grupo executa o cenário três vezes. Cada vez que o cenário
é encenado, cada pessoa gira para assumir o papel de um
personagem diferente.

3. Depois de todos os cenários serem encenados com cada pessoa


rodando em cada papel, cada pessoa discute como era assumir o
papel de cada personagem, que emoções foram sentidas e o que
pensamentos surgiram em cada papel.
Discussão Pós-Exercício:
1. Que emoções você sentiu como o bullie?
2. Que emoções você sentiu como vítima?
3. Que emoções você sentiu como observador?
4. Que reflexões você teve depois de fazer este exercício?

Exercício Oito: Entendendo a História


Descrição:
Este exercício é sobre a compreensão da história de outra pessoa.
“Um inimigo é alguém cuja história não ouvimos. ”

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1. Peça aos membros do grupo que pensem (e escrevam) sobre
alguém que eles têm medo ou alguém que eles não querem ser
amigos e dar uma razão.

2. Peça aos membros do grupo para imaginarem que descobriram


razões pelas quais a pessoa se comporta de maneira negativa e
escreve as razões abaixo.

3. Peça aos membros do grupo para compartilharem como se sentem


sobre a pessoa depois de perceber que pode haver uma história que
explica o negativo comportamento da pessoa.
Exemplo: (correspondendo aos três pontos acima)

1. Eu não quero ser amiga de Rosa porque ela nunca fala com
ninguém. Descobri que Rosa é infeliz e solitária em casa, e ela
tem medo que sua mãe não consiga pagar o aluguel.
Agora que sei que isso pode ser verdade, quero ser amigo de
Rosa porque ela ficar mais quieta não é sobre mim, mas sobre
sentimentos sobre o que está acontecendo em casa.
Discussão Pós-Exercício:

1. Como este exercício mudou sua maneira de pensar sobre pessoas


que você tem medo ou com quem você não queira ter amizade?

2. Imagine como entender a história da outra pessoa poderia afetar a


maneira como as pessoas se sentem e pensam sobre sua percepção
de inimigos, nações em conflito e grupos de pessoas que você ou
talvez outras pessoas não gostem.

Exercício Nove: Imagine as Emoções de um


Personagem Histórico
Descrição:

Este exercício é sobre a compreensão das emoções de personagens


históricos. O líder pede aos membros do grupo para fazer uma lista de
cinco pessoas da história e das circunstâncias que estiveram
envolvidos.

Então, escrevem emoções que cada pessoa pode ter sentido sobre o
que estava acontecendo na história ou na vida da pessoa quando
eles estavam vivendo aquilo.

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Alternativamente, o líder pode fazer uma lista de pessoas históricas,
descrever suas circunstâncias e depois convidar os membros do grupo
para listar as emoções que a pessoa possa ter tido.
Exemplo:

Princesa Isabel vê escravos sendo vendidos na cidade, e nesse


momento ela se sente triste que eles não têm famílias próprias, com
raiva que os homens tratariam outros homens como propriedade.
Discussão Pós-Exercício:

1. Quem gostaria de compartilhar sua lista de pessoas históricas e


circunstâncias com o grupo?

2. Que emoções você teve e quais são as emoções sobre essas


pessoas?

Exercício Dez: Ter Empatia pela Raiva


Descrição:

Este exercício auxilia no desenvolvimento de maneiras de lidar com a


raiva de outra pessoa usando empatia para reflexão. A empatia pela
raiva às vezes pode ter o efeito de reduzir a raiva de uma pessoa.

Um cenário é demonstrado pelo líder que faz uma reflexão e uma


declaração empática quando alguém está com muita raiva. Depois
de observado isso, os membros do grupo são solicitados a formar pares
e praticar fazer uma declaração empática reflexiva para a outra
pessoa que faz uma declaração de raiva.
Exemplo: (demonstrado)

Pessoa Furiosa: "Você nunca faz o que eu digo, e agora eu tenho que
fazer isso por você.”

Ouvinte Empático: "Você se sente irritado porque eu não fiz o meu


trabalho, e isso faz você ter mais trabalho. É isso que você está
sentindo?”

Após esta demonstração, peça aos membros do grupo que reúnam-


se em duplas, se revezando para ser a pessoa zangada e depois o
ouvinte empático.

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Discussão Pós-Exercício:
1. Como foi fazer a declaração de raiva?
2. Como foi fazer a declaração reflexiva empática?
3. Como foi ser a pessoa irritada ouvindo a declaração empática?

4. Imagine como a reflexão empática poderia ser usada para reduzir


a hostilidade. Como isso funcionaria?
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