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São Paulo
2017
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
São Paulo
2017
Catalogação-na-publicação
À minha família, em especial aos meus pais, Cida e Major, pela educação, apoio
e incentivo durante toda minha jornada.
À Deus.
RESUMO
However, that execution method is not very known inside the market and little
discussed in technical publications. So, this monograph intends to presents a
comparison in quality, costs, execution deadlines and advantages and
disadvantages between the screed execution methods traditional with a semi-dry
mortar and that one produced with fluid mortar pumped to a high level. The
research method consists, first of all, in a bibliographic study about screeds,
inserting it in the context of the element floor, the functions, properties and
classifications of screed and, still, both screed execution technics, analyzing the
characteristics of mortars and constructive methods. For comparison, a case study
has been done in two buildings built by Eztec, on the enterprise Cidade Maia,
located in Guarulhos, São Paulo.
These study case became possible, to both methods, to bring up some data about
quality control, non-compliances found, materials and labor prices and execution
deadlines.
AGRADECIMENTOS ............................................................................................. 3
RESUMO................................................................................................................ 4
ABSTRACT............................................................................................................ 5
SUMÁRIO .............................................................................................................. 6
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................14
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................14
4. ESTUDO DE CASO........................................................................................42
REFERÊNCIAS .....................................................................................................88
Figura 7 - Área de contrapiso de áreas secas (Residencial Reserva torre Flora) .45
Figura 10 – Contenção da área da sala com a cozinha (área seca / área molhável)
..............................................................................................................................50
Tabela 15 - Preços de referência para contrapiso do SINAPI para mão de obra ..74
1. INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIV A
O setor da construção civil brasileira, nas últimas décadas tem sido marcado por
diferentes cenários e fortemente influenciado pelo quadro político-econômico
vivenciado no país (CBIC, 2016). Há, pois, um adverso cenário para o segmento
de edificações no país, com ausência de estímulo à compra de imóveis seja pela
dificuldade de crédito imobiliário, altas taxa de juros ou mesmo pelas elevadas
taxas de desemprego. Alia-se a isto o aumento do custo dos insumos e tem-se a
péssima situação que encerrou o ano de 2015 (CBIC; CNI, 2015) e que, pode-se
afirmar, ainda permanece.
1
FABRICIO, M. M. Industrialização das construções: uma abordagem contemporânea. 2008. Tese (Livre-
Docência em Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,
São Carlos, 2008.
15
Analisando todo este cenário, este trabalho tem por finalidade aprofundar o
estudo sobre o método de execução de contrapiso com argamassa fluida como
uma inovação adotada na empresa. Apesar de não ser a primeira obra da Eztec a
utilizar a argamassa fluida para execução de contrapiso, um estudo analítico e
comparativo nunca foi realizado para se poder concluir sobre a eficiência deste
método na empresa. Portanto, este estudo de caso auxiliará na definição das
vantagens e desvantagens deste método de execução de contrapiso em relação
ao tradicional.
1.2 OBJETIVOS
Para o comparativo foi feito um estudo de caso que envolveu dois edifícios do
empreendimento Cidade Maia, localizado em Guarulhos, São Paulo, incorporado
e construído pela empresa Eztec. Os dois edifícios apresentavam área de
contrapiso semelhantes. Em um deles, o contrapiso foi executado com argamassa
semisseca e, no outro, com argamassa fluida.
2
ELDER, A. J. VANDENBERG, M. Construcción: manuals AJ. Madrid: H. Blume, 1977. P. 280-341.
3
Áreas molhadas são áreas da edificação cuja condição de uso e exposição poderá resultar na formação de
lâmina de água (por exemplo, banheiros com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas). Áreas molháveis
são áreas da edificação que recebem respingos de água decorrente de sua condição de uso e exposição e que
não resulte na formação de lâmina de água (por exemplo, banheiros sem chuveiro, cozinhas e sacadas
cobertas) (ABNT NBR 15.575: 2013 – Parte 3).
20
diversos tipos de materiais podendo ser asfálticos, poliméricos etc., sendo o mais
comum a utilização da impermeabilização polimérica devido à sua reduzida
espessura.
Barros (1991) define contrapiso como sendo a camada lançada sobre a laje ou
sobre uma camada intermediária (de impermeabilização ou de isolamento térmico
ou acústico), devendo apresentar características tais como espessura,
regularidade superficial, resistência mecânica, compacidade e durabilidade
adequadas ao atendimento de suas funções, cujas principais são:
4
BARRY, R. The construction of building. 4ª ed. London: Granada, 1980.
21
(SOUZA, 2013). Esse autor complementa ainda que a camada de contrapiso tem,
entre outras funções, a de nivelar a superfície da laje e absorver deformações,
servindo também para melhorar a acústica e para embutir instalações,
corroborando assim, as colocações de Barros (1991).
5
ELDER, A. J. VANDENBERG, M. Construcción: manuals AJ. Madrid: H. Blume, 1977. P. 280-341.
22
Aspecto agradável;
QUESITO REQUISITOS
Segurança estrutural
Segurança Segurança contra fogo
Segurança no uso e na operação
Estanqueidade
Desempenho térmico
Desempenho acústico
Habitabilidade Desempenho lumínico
Saúde, higiene e qualidade do ar
Funcionalidade e acessibilidade
Conforto tátil e antropodinâmico
Durabilidade
Sustentabilidade Manutenibilidade
Impacto ambiental
Fonte: ABNT NBR 15.575:2013
23
Contrapiso é a camada de argamassa lançada sobre uma base, que pode ser laje
estrutural ou lastro de concreto para regularização (Cichinelli, 2009). Segundo
Barros (1991), o contrapiso pode ser constituído de uma ou mais camadas de
material lançado sobre a laje estrutural ou sobre uma camada intermediária (de
impermeabilização ou de isolamento térmico e acústico), devendo apresentar
características tais como espessura, regularidade superficial, resistência
mecânica, compacidade e durabilidade adequadas ao atendimento de suas
funções.
Rapidez na construção;
Facilidade na execução;
Espessuras reduzidas;
O contrapiso com argamassa fluida pode ser executado a partir de duas formas
diferentes, com argamassa usinada, entregue em caminhões betoneira e
bombeada até o local de execução, ou com argamassa industrializada ensacada
(seca) e, neste caso, a mistura é feita no local de aplicação.
Alta produtividade;
3. PRODUÇÃO DO CONTRAPISO
3.1.1 Composição
Composição das
Argamassa Fluida Argamassa semisseca
Argamassas
Aglomerante (cimento) 25 a 45% 20 a 25%
Agregado miúdo 40 a 60% 60 a 75%
Água 20 a 30% 7 a 9%
Aditivos 10 a 15% -
Fonte: Nakakura, Bucher (1997); Barnbrook6 (1982) apud Barros (1991)
6
BARNBROOK, G. Floor Screeds. Concrete. London, P. 27-29. Mar, 1992. (Practice Sheets n. 73)
7
ANDERBERG, A. Studies of moisture an alkalinity in self-levelling flooring compounds. Doctoral thesis.
Division of building materials, Lund Institute of Technology. Lund, 2007.
8
GUIMARÃES, M. B. Polímeros dispersíveis para argamassas autonivelantes. X SBTA – Simpósio
31
para seis partes de aditivo), e espalhado com vassoura. Sobre esta mistura é
polvilhado cimento, num consumo aproximado de 0,5kg/m², para criar uma
camada de ligação entre a base de concreto e a argamassa semisseca que será
aplicada.
Com relação ao controle de resistência da argamassa, Barros (1991) diz que esta
verificação consiste na determinação da resistência à compressão, aos 28 dias,
de corpos de prova cúbicos, moldados com a argamassa, antes de sua utilização,
caso a argamassa exija classe de resistência maior que 55 N/mm², sendo que
para limites inferiores a este, recomenda-se realizar este ensaio somente quando
a empresa não possua prática suficiente para dosar corretamente a produção das
argamassas.
Barros (1991), diz que, para verificação da aderência, deve ser feito ensaio de
percussão com barra metálica em todo o contrapiso, e que a ocorrência de som
cavo indica que não houve aderência com a base ou que esta ocorreu
parcialmente. Lembrando que, este ensaio de percussão é válido somente para
contrapisos aderidos.
Segundo Dias9 (2001) apud Pinho (2015), os custos diretos são os custos obtidos
pela soma dos insumos que foram incorporados ao produto, e cita como exemplo
escavação, fôrmas, armação instalações elétricas e hidráulicas etc. Já os custos
indiretos, ainda segundo o autor, são todos os custos que não são facilmente
mensuráveis, e cita como exemplo, engenheiro, mestre de obras, contas de água,
energia, telefone, este e outros, que são calculados por mês, ou sobre o custo
total ou sobre o preço final da obra.
9
DIAS, P. R. V. Engenharia de Custos. 3ª edição. Rio de Janeiro: CREA-RJ. IBEC, 2001.
39
Segundo Ackoff10 (1970) apud Palhota (2016), planejamento é algo que se faz
antes de agir, isto é, a tomada antecipada de decisões. O autor ainda destaca a
necessidade do planejamento de um empreendimento, ao afirmar que o
planejamento é necessário quando a consecução do estado futuro que se deseja
envolve um conjunto de decisões interdependentes. Além disso, o planejamento é
parte essencial para o processo de implantação de inovações (Tavares, 2015).
De acordo com Souza e Agopyan (1996), serviço de construção pode ser descrito
como um processo que transforma recursos (entradas) em produtos (saídas), de
forma que a produtividade da mão de obra pode ser medida por meio de um
índice parcial denominado de razão unitária de produção (RUP), que relacionam
hora-homens despendidos à quantidade de serviço executada.
10
ACKOFF, R. L. A Concept of Corporate Planning. John Wiley & Sons: New York, 1970.
40
Memorial descritivo.
Para projetos de contrapiso com argamassa fluida, Amorim (2015) sugere que
sejam inclusos também:
4. ESTUDO DE CASO
O residencial Jardim, cuja entrega aos proprietários está planejada para julho de
2017, possui 2 torres e 4 sobressolos, totalizando 45.262m² de área construída. A
torre Orquídea (A) possui 112 apartamentos de 122m², sendo 4 apartamentos por
andar, e a torre Bromélia (B) possui 168 apartamentos de 86 ou 87 m², sendo 6
unidades por andar. A obra possui prazo de execução de 35 meses.
Escopo da contratada:
Figura 10 – Contenção da área da sala com a cozinha (área seca / área molhável)
Toda a laje do pavimento deve ser mapeada para se observar o ponto mais
crítico, isto é, o ponto mais alto da laje. A partir deste ponto crítico, adota-se o
nível do contrapiso como 2,5cm acima do ponto mais crítico. Em alguns pontos
isolados e com área máxima de até 1m², aceita-se o contrapiso com 2cm de
espessura.
53
Assim que a argamassa é espalhada até o nível definido nas niveletas, com a
argamassa ainda líquida, é feito o adensamento da argamassa com o auxílio da
membreta - espécie de rodo metálico - de forma moderada e, em seguida, é
passado a membreta na superfície do contrapiso para deixa-lo liso. Apesar da
argamassa ser “autonivelante” este procedimento de alisamento da superfície é
necessário para manter a planicidade da argamassa recém bombeada.
Após a execução, o local onde foi aplicada a argamassa deve ser interditado
evitando-se tráfego de pessoas, equipamentos ou materiais, durante 24 horas.
57
Item Descrição
Tipo de argamassa Industrializada
Tipo de substrato Estrutura de concreto sem chapisco
Fornecedor Polimix
Idade 39 dias
Espessura 30 mm
Área da seção da pastilha 1963,50 mm²
Umidade 1,2%
Média de resistência 0,4 MPa
Desvio médio 0,1 MPa
Por outro lado, Barros (1991) indica em sua tese valores de resistência de
aderência do contrapiso, mostrados na tabela 11.
Resistência de Resistência de
Idade
aderência à base aderência superficial
7 dias 0,3 MPa 0,7 MPa
14 dias 0,5 MPa 1,0 MPa
A cura química foi realizada por meio da pulverização do agente de cura para
concreto Curatec sobre o contrapiso até que se formasse uma camada
esbranquiçada, conforme procedimento adotado na obra e descrito anteriormente.
A cura úmida é feita por meio da aplicação de lâmina d’água sobre a superfície do
contrapiso e posterior colocação de manta úmida para manter a umidade do
contrapiso. Este ensaio pode ser consultado no anexo B.
65
Argamassa
Fluida Semisseca Fluida
de contrapiso
Método de
Cura química Cura úmida Cura úmida
cura
Argamassa
AC I Quartzolit AC I Quartzolit AC I Quartzolit
colante
Revestimento Incepa Nórdico Snow Incepa Nórdico Snow Incepa Nórdico Snow
cerâmico Fit 60x60cm Fit 60x60cm Fit 60x60cm
Resistência
média de 0,37 MPa 0,43 MPa 0,47 MPa
aderência
Os dados das FVS foram compilados de forma a somar quantos problemas foram
apontados nas fichas e o total foi somado para elaboração dos gráficos. Os
números obtidos neste estudo estão no gráfico abaixo.
Falhas Aderência
3% 6%
Nivelamento
9%
Planeza
4%
Rugosidade
42%
Fissuras
36%
Aderência
Nivelamento Planeza
8%
2% 3%
Fissuras
0%
Rugosidade
0%
Falhas
87%
73
dados do SINAPI são base de dezembro de 2015 e para o estado de São Paulo.
A tabela 15 mostram os dados obtidos no SINAPI para mão de obra.
700 659
600 551
500
400
300 248
200
145
93
100 61 46
21 5 9 0 1
0
Aderência Nivelamento Planeza Fissuras Rugosidade Falhas
0,100 0,093
0,090
0,080
0,070
0,060
0,050
0,040
0,030
0,020 0,016
0,010
0,000
Contrapiso com argamassa semisseca Contrapiso com argamassa fluida
79
Contrapisos: 31 Cerâmica: 11
Componentes dry- Outros: 60
wall: 41
Rejunte: 58
Paredes externas:
82
Azulejos: 403
Piso estufado
Empoçamento de 3%
água
19%
Contrapiso ou laje
desnivelado
36%
Fonte: Foto cedida pelo eng° Alexandre Britez da Cyrela Construtora (2017)
Vantagens Desvantagens
Contrapiso Contrapiso
Contrapiso com Contrapiso com
com com
Quesito argamassa argamassa
argamassa argamassa
semisseca fluida
semisseca fluida
Impossibilidad
e de se realizar
Possível fazer
declividades
Produto pisos nivelados e
para o
com caimentos
escoamento de
água
Maior
Menor incidência
Qualidade incidência de
de patologias
patologias
Controle de
produção Mais
Mais preciso
do traço da rudimentar.
argamassa
Prazo de Alta Baixa
produção produtividade produtividade
Controle de Controle de
Controle de
qualidade é feito qualidade
qualidade
na rastreabilidade exige ensaios
do material
dos insumos, não para aceitação
no estado
necessitando do material
fresco
ensaios recebido
Necessita
Redução da área
grandes áreas
Armazenam de
para
ento armazenamento
recebimento e
de materiais
armazenamento
Otimização do
transporte Dificuldade de
horizontal e transporte
Transporte vertical no horizontal e
canteiro de obras vertical devido
por ser ao peso
bombeado
Insumos são Requer
Disponibilid comuns e fáceis disponibilidade
ade de achar no de concreteira
comércio na região
87
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou dados reais obtidos no campo para que os futuros
processos de execução, contratação, sistema de gestão da qualidade, entre
outros processos internos relativos ao contrapiso, possam ser aperfeiçoados na
empresa.
88
REFERÊNCIAS
< http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/164/artigo286771-1.aspx>