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FACULDADE ASCES
BACHARELADO EM DIREITO
CARUARU – PE
2013
EDMAR DJHENENSON DA SILVA
CARUARU – PE
2013
DEDICATÓRIA
(Theodore Roosevel)
Resumo
Por meio do presente estudo, foi feito uma análise teórica acerca do instituto das
ações afirmativas, concernente às cotas raciais no ensino superior, sua importância
para o desenvolvimento social e a efetivação da igualdade substancial no Brasil. Em
um primeiro momento, as ações afirmativas são apresentadas, em sua origem
histórica, nos Estados Unidos, com ênfase no contexto enfrentado pelos
americanos negros, os quais, na época, eram vítimas de um racismo descontrolado.
Ainda de maneira incipiente, analisa-se o surgimento do instituto e da sua
relevância no Brasil, visto que, devido à complexidade do tema para o nosso país,
as Ações Afirmativas permaneceram durante muito, sendo alvo de diversos
questionamentos, que tinham como principal argumento a afronta ao princípio
constitucional da Igualdade. Em seguida, este trabalho acadêmico analisa a
importância da educação para o desenvolvimento social do país, evidenciada, de
forma sintética, por meio de observações históricas no transcorrer do tempo,
tornando-se um instrumento essencial para o avanço da sociedade. Em
contrapartida, percebeu-se uma acentuada desigualdade para o acesso à educação,
sendo que, nesta abordagem, restrinjo-me à acessibilidade daquela de nível
superior, seja por problemas relacionados a condições econômicas, seja por
distorções originadas pelo preconceito racial. As ações afirmativas, no tocante
a cotas raciais, têm sido eficaz para o ingresso de negros e pardos nos
estabelecimentos de ensino, uma vez que são esses os membros da sociedade os
quais, estatisticamente, menos se beneficiam da educação, por representarem um
alto percentual da parcela mais pobre da sociedade e do calculo entre os vitimados
do racismo. O Supremo Tribunal Federal decidiu que as cotas não afrontam
o Princípio da Igualdade, embora, ainda seja motivo de muita discussão em nossa
sociedade. Por fim, surge uma nova legislação que passou a fundamentar o tema
em debate na seara do ensino superior, cristalizando a importância do instituto
jurídico para que ações sejam efetivamente promotoras da Igualdade Material e do
desenvolvimento societário.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................58
REFERÊNCIAS..........................................................................................................59
8
INTRODUÇÃO
1
Consultas para aprofundamento: STURION, Alexandre de Paula. Ação Afirmativa: instrumento de
cidadania ou discriminação reversa? Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/3809/3067. Acesso em: 17 de agosto
de 2011.
2
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. p.
146
11
3
Consultas para aprofundamento: REIS, Cristiane de Souza; SOUSA, Carlo Arruda. Breve análise
sobre a ação afirmativa. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/6050. Acesso em: 5
dezembro. 2011.
4
Consultas para aprofundamento: REIS, Cristiane de Souza; SOUSA, Carlo Arruda. Breve análise
sobre a ação afirmativa. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/6050/breve-analise-sobre-a-
acao-afirmativa. Acesso em 06 de março de 2011
5
Consultas para aprofundamento: AYRES, Paulo Mattos. A trajetória de Martin Luther King Jr. Uma
obra inacabada. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-
ims/index.php/CA/article/view/1195/1214. Acesso em 25 de maio de 2011.
6
Consultas para aprofundamento: Discurso de Martin Luther King (28/08/1963) Disponível em:
http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/discursodemartinlutherking.pdf. Acesso em: 16 de
Setembro de 2011.
12
(...) sob forma de ação afirmativa a Lei 9.100/95 estabeleceu cota mínima
de 20% para candidatura feminina nas eleições. Posteriormente a lei
9504/97 alterou a redação da lei anterior não mais estabelecendo cotas
para as mulheres, mas sim para gênero. Desta forma os partidos não
poderiam lançar candidaturas sem ter no mínimo 30% ou no máximo 70%
12
das candidaturas para cada sexo.
Desta forma o instituto das Ações afirmativas deu seus primeiros passos aqui
no Brasil. No decorrer da nossa pesquisa observaremos que o referido instituto
ganhará espaço cada vez mais relevante na legislação e que as cotas raciais se
tornaram um dos instrumentos mais utilizados, tendo como finalidade diminuir as
desigualdades presentes na sociedade brasileira e assim proporcionar a igualdade
substancial, que tem como principal objetivo possibilitar a todos os indivíduos a
11
BERTUCCI, Carla Barbieri; GUILHERME, José Carneiro. Da Constitucionalidade das Cotas para
Afrodescendentes em Universidades Brasileiras. In: PIOVESAN, Flávia; IKAWA, Daniela. Direitos
Humanos; Fundamentos, Proteção e Implementação Perspectivas e Desafios Contemporâneos. V. II,
Ed. Curitiba: Juruá, 2010, p. 682.
12
CARMO, Lourdes Moreira. As Mulheres nos Espaços de Decisão Política. Disponível em:
http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/publicacoes/as-mulheres-nos-espacos-de-decisao-
politica-ha-mulheres-nos-espacos-de-decisao-politica. Acesso em 26 de setembro de 2011.
15
13
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
p.145.
16
14
ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Ação afirmativa – o conteúdo democrático do princípio da
igualdade. Disponível em: http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/176462/1/000512670.pdf.
Acesso em: 28 de agosto de 2011.
15
CAMPOS, Arabela Oliven. Ações afirmativas, relações raciais e políticas de cotas nas
universidades: Uma comparação entre os Estados Unidos e o Brasil. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/539/375. Acesso em: 28 de
setembro de 2011.
17
gênero, por deficiência física e de origem nacional, bem como para corrigir
ou mitigar os efeitos presentes da discriminação praticada no passado,
tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva igualdade de acesso a
16
bens fundamentais como a educação e o emprego.
19
DWORKIN, Ronald. A virtude soberana; A teoria e a prática da igualdade. Tradução de Jussara
19
21
BAINES, Lyndon Johnson: Discurso do Presidente Americano na Universidade de Howard em
quatro, de Junho de 1965. Disponível em:
http://us.history.wisc.edu/hist102/pdocs/johnson_commencement.pdf. Acesso em: 27 de agosto de
2011.
21
“Cidadã”, que traz uma série de preceitos que buscam garantir a igualdade
22
entre todos e a não discriminação por qualquer motivo.
A mesma autora ainda faz menções à escravidão como um dos fatores para
que a população negra tenha um baixo índice de desenvolvimento social e
econômico. Ela explica que:
22
LIMA, Liandra Carvalho: Negro: de escravo a cidadão? Um estudo sobre a cidadania na população
negra brasileira. Disponível em:
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoD/035fe64a111cd2257165LIA
NDRA%20LIMA_CARVALHO.pdf. Acesso em: 12 de Janeiro de 2012.
23
LIMA, Liandra Carvalho: Negro: de escravo a cidadão? Um estudo sobre a cidadania na população
negra brasileira. Disponível em:
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/Trabalhos/EixoTematicoD/035fe64a111cd2257165LIA
NDRA%20LIMA_CARVALHO.pdf. Acesso em: 12 de Janeiro de 2012.
24
STURION, Alexandre de Paula: Ação Afirmativa: instrumento de cidadania ou discriminação
reversa? Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/3809/3067.
Acesso em: 13 de janeiro de 2012.
22
25
DWORKIN, Ronald. A virtude soberana; A teoria e a prática da igualdade. Tradução de Jussara
Simões. São Paulo: Martins Fontes. 2005. p. 564.
26
AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. p.
148.
23
27
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 11ª Ed. São Paulo: Melhoramento - Ministério da
Educação e Cultura, 1978, p. 41.
24
mais novas, isso possibilitará a evolução dos mais jovens. E não é difícil exemplificar
essa situação, pois não é difícil nos depararmos com crianças de poucos anos de
vida com habilidades em manejar aparelhos eletrônicos, que em outra época não se
afigurava possível por se tratar de um aparelho de certa complexidade para
manusear.
Ainda na busca por um conceito sobre educação nos valemos dos
entendimentos de Rosilene Martins que traz a seguinte abordagem:
28
MARTINS, Rosilene Maria Solon Fernandes. Direito à Educação. Rio de Janeiro: Letra Legal, 2004,
p. 09.
29
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 13.
25
Essa explicação tem bastante lógica, pois, isso acontece também nos dias
atuais, uma vez que percebemos quando uma criança nos observa enquanto
fazemos algum trabalho manual, a mesma tende a repetir aquela situação como se
tivesse querendo fazer igual, quantas vezes não nos pegamos a solicitar que uma
criança de poucos meses de vida fale determinada palavra? Provavelmente ela
venha a repetir mais não saiba o que significa, pois, como foi citado acima nos
primeiros anos de vida a criança imita inconscientemente, o que os adultos fazem.
Nelson e Claudino Pillete continuam a explicação afirmando que:
30
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 13.
31
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 26.
26
Durante toda Idade Média a educação foi controlada pela igreja e tinha
como principal finalidade educar o individuo segundo os ensinamentos das
33
Sagradas Escrituras, interpretados pelas autoridades eclesiásticas.
32
Consultas para aprofundamento: PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed.
São Paulo: Ática, 2007. p. 27.
33
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 75
34
FERRARI, Márcio. Martinho Lutero, o autor do conceito de educação útil. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/autor-conceito-educacao-util423139.shtml.
Acesso em: 18 de setembro de 2011.
27
35
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 75.
36
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 75.
28
em que um garotinho precisa trabalhar para ajudar o sustento de sua família e por
esse motivo. Devemos ainda lembrar que historicamente os menos favorecidos
economicamente no país são negros e pardos acentuado ainda mais o preconceito
racial no Brasil.
A educação será vista como alicerce do desenvolvimento social e econômico,
e podemos afirmar que principalmente o Ensino Superior por ter a função de formar
novos profissionais. Assim, o Estado deverá investir nesta ferramenta, abrindo a
possibilidade das novas gerações terem mais oportunidades de obter conhecimento
técnico e científico e se aperfeiçoarem como profissionais extremamente
qualificados para o mercado de trabalho que sugira com o dinamismo dos sistemas
econômicos.
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será
37
PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História da Educação. 7ª. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 123.
29
38
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM. Disponível em:
http://www.comitepaz.org.br/download/Declara%C3%A7%C3%A3o%20Universal%20dos%20Direitos
%20Humanos.pdf. Acesso em: 08 de Outubro de 2012.
39
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE1988. Disponível em:
http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.pdf. Acesso em:
08 de Outubro de 2012.
30
40
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE1988. Disponível em:
http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988_05.10.1988/CON1988.pdf. Acesso em:
08 de Outubro de 2012.
41
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Disponível em:
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/785/estatuto_crianca_adolescente_7ed.pdf?se
quence=10. Acesso em: 08 de Outubro de 2012.
31
42
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva 2012. p. 370.
43
PEAGET, Jean. Para onde vai a educação? 4ª Ed. Tradução de Ivette Braga. Rio de Janeiro:
32
prestado a todos seus cidadãos, pois, são muitas as adversidades enfrentadas pelos
mais pobres, e geralmente fica a escolha, trabalhar e comer ou estudar e dormir com
fome, quantas crianças não vai para escola com o intuito de merendar, e essa
merenda muitas vezes é a única refeição que aquela criança tem durante todo o dia.
Claro que isso prejudica e muitas vezes inviabiliza o processo de aprendizagem do
individuo.
O governo cria várias políticas públicas com o intuito de melhorar essa
situação , programas como bolsa escola, e bolsa família são concedidos àqueles
que se enquadram no perfil de determinada renda familiar, entre as regras da
concessão do beneficio está à frequência escolar dos filhos menores e o
descumprimento dessa regra pode acarreta no desligamento da família do
programa. Com isso o Estado tenta amenizar as desigualdades sociais e possibilitar
aos menos favorecidos economicamente a chance de ter uma formação educacional
e profissional.
Ricardo Paes e Rosane Mendonça discorrendo sobre os investimentos em
educação explicam que:
45
PAES, Ricardo de Braga; MENDONÇA, Rosane. Texto Para Discussão Nº 525, Investimentos em
educação e desenvolvimento econômico. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/pub/td/td0525.pdf.
Acesso em: 17 de novembro de 2011.
34
46
PAULA, Ana de Barcellos. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais, O Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Renovar. 2011. p. 303 e 304.
35
vantagens perante aqueles que não possuem em seu currículo o nível superior da
educação, este que não é garantia de emprego, porém, auxilia na busca por um bom
emprego.
Clarissa Eckert explica que:
47
Consultas para aprofundamento. ECKERT, Clarissa Baeta Neves. Desafios da educação superior.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/n17/a02n17.pdf. Acesso em: 05 de maio de 2012.
48
MARIA, Eva Miranda. Ensino superior: novos conceitos em novos contextos. Disponível em:
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/tek/n8/v5n8a08.pdf. Acesso em: 18 de Janeiro de 2012.
49
ECKERT, Clarissa Baeta Neves. Desafios da educação superior. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/soc/n17/a02n17.pdf. Acesso em: 05 de maio de 2012.
36
50
GALLI, Alessandra. Ações Afirmativas – Possíveis Soluções para o Racismo no Brasil. In:
PIOVESAN, Flávia; IKAWA, Daniela. Direitos Humanos; Fundamentos, Proteção e Implementação
Perspectivas e Desafios Contemporâneos. V. II, Ed. Curitiba: Juruá, 2010, p. 720.
51
GALLI, Alessandra. Ações Afirmativas – Possíveis Soluções para o Racismo no Brasil. In:
PIOVESAN, Flávia; IKAWA, Daniela. Direitos Humanos; Fundamentos, Proteção e Implementação
Perspectivas e Desafios Contemporâneos. V. II, Ed. Curitiba: Juruá, 2010, p. 721.
37
Concordamos com a afirmação acima citada ora são várias as reportagens vistas
nos meios de comunicações fazendo referência a problemas sociais enfrentados
pelos negros, principalmente aqueles que fazem alusão à violência, baixo nível
educacional e pobreza, claro entendemos que são os reflexos de preconceitos
contra uma raça que foi estigmatizada como inferior.
No que se refere ao acesso ao nível superior da educação perceberemos que
os negros encontram mais dificuldades do que os brancos ou caucasianos, pois, no
Brasil ser universitário a alguns anos atrás era privilégio dos mais abastados, não
era difícil escutar no cotidiano pessoas falarem que os acadêmicos representavam a
elite brasileira, se pensarmos dessa forma podemos fazer umas analise se pra ser
universitário era necessário ser de família abastada, e um dos problemas que
assolavam ou assolam as comunidades negras é a pobreza, logo o acesso a o
ensino superior era privilégio daqueles que não se enquadravam com o tom de pele
negra ou parda.
Em estudo sobre o assunto Alessandra Galli menciona que:
Os dados trazidos pela autora acima nos demonstram que a população negra
e parda do Brasil está em uma situação desfavorável em relação à população que
pele branca, ora, em um mundo globalizado onde o grau de instrução colabora na
busca por um bom emprego está na faculdade ou ter um diploma universitário pode
auxiliar na efetivação de um cargo ou função, porém, o preconceito ainda causa
danos a essas pessoas que são assolados por problemas de caráter social e
econômico, pra termos uma ideia os negros e pardos brasileiros apresentam menor
grau de escolaridade se for comparar aos brancos.
Alessandra Galli explanando sobre essa situação expõe que:
52
GALLI, Alessandra. Ações Afirmativas – Possíveis Soluções para o Racismo no Brasil. In:
PIOVESAN, Flávia; IKAWA, Daniela. Direitos Humanos; Fundamentos, Proteção e Implementação
Perspectivas e Desafios Contemporâneos. V. II, Ed. Curitiba: Juruá, 2010, p. 723.
38
O acesso ao ensino superior tende a ser um sonho de boa parte dos jovens
do Brasil independentemente de cor, raça, religião, orientação sexual ou condição
econômica, afinal sabemos que hoje o sistema capitalista praticamente obriga a
população a se qualificar profissionalmente para que assim tenha chances de
ingressar no mercado de trabalho, assim, ser detentor de diploma universitário de
certo modo ajuda na busca e efetivação de um emprego. E como já foi dito no
capítulo anterior observamos que entrar na faculdade é tarefa mais árdua para os
negros, e sabemos que são muitos os problemas enfrentados por essas pessoas.
Deste modo entendemos que se faz necessário observar alguns dados que
53
GALLI, Alessandra. Ações Afirmativas – Possíveis Soluções para o Racismo no Brasil. In:
PIOVESAN, Flávia; IKAWA, Daniela. Direitos Humanos; Fundamentos, Proteção e Implementação
Perspectivas e Desafios Contemporâneos. V. II, Ed. Curitiba: Juruá, 2010, p. 723.
39
54
Consultas para aprofundamento: PAIXÃO, Marcelo; ROSSETTO, Irene; et al. Relatório Anual das
Desigualdades Raciais o Brasil; 2009-2010, Constituição Cidadã, segurança social e seus efeitos as
assimetrias de cor ou raça. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000009.pdf. Acesso em: 19 de outubro de 2012.
40
55
FERREIRA, Gilmar Mendes. 120 Anos da Luta pela Igualdade Racial no Brasil: Manifesto em
Defesa da Justiça e Constitucionalidade das Cotas. Disponível em:
http://www.mp.pe.gov.br/uploads/LRNGbNvHBr3F0UG0zTkNhQ/bmIWFc3Zw8SPJ67IfyLHg/MAnifest
o_Cotas_-_STF.pdf. Acesso em: 02 de Novembro de 2012.
56
Consultas para aprofundamento: CHOR, Marcos Mais; VENTURA, Ricardo Santos. Políticas de
Cotas Raciais, os “olhos da sociedade” e os usos da antropologia: O caso do vestibular da
Universidade de Brasília (UNB). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v11n23/a11v1123.pdf.
Acesso em: 19 de outubro de 2010.
41
57
CHOR, Marcos Mais; VENTURA, Ricardo Santos. Políticas de Cotas Raciais, os “olhos da
sociedade” e os usos da antropologia: O caso do vestibular da Universidade de Brasília (UNB).
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ha/v11n23/a11v1123.pdf. Acesso em: 19 de outubro de 2010.
58
DWORKIN, Ronald. A virtude soberana; A teoria e a prática da igualdade. Tradução de Jussara
Simões. São Paulo: Martins Fontes. 2005. p. 577.
59
Consultas para aprofundamento: MENDES, Afrânio Catani; PAULA, Ana Hey; SOUSA , Renato de
42
Essa reforma iniciada pelo governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva foi
de grande importância para a democratização do Ensino Superior uma que só os
mais abastados de certo modo tinham o privilegio de frequentar uma boa faculdade,
com as novas medidas tomadas a reforma se ampliava o número de universidades
federais e com o novo programa (PROUNI) estimulava a criação de faculdades
privadas. 60
Afrânio Mendes explanando sobre o assunto explica que:
Porto Gilioli. PROUNI: democratização do acesso às Instituições de Ensino Superior? Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a09n28.pdf. Acesso em: 20 de Outubro de 2012.
60
Consultas para aprofundamento: MENDES, Afrânio Catani; PAULA, Ana Hey; SOUSA , Renato de
Porto Gilioli. PROUNI: democratização do acesso às Instituições de Ensino Superior? Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a09n28.pdf. Acesso em: 20 de Outubro de 2012.
43
Art. 11. Ao efetuar a sua inscrição, o candidato poderá optar por concorrer
às vagas destinadas às políticas de ações afirmativas eventualmente
62
adotadas pelas instituições participantes do SiSU.
O referido artigo trata é claro das políticas de ações afirmativas que são
aceitas pelas universidades públicas que participam da seleção unificada entre
essas ações encontram-se as cotas raciais. Deste modo possibilitando ainda mais
que os jovens negros e pardos tenham mais chances de ingressar no ensino
superior. Assim, entendemos que as cotas raciais são instrumento de suma
importância para o acesso ao Ensino Superior.
61
ANEXO 1, PDE/PROUNI, Programa Universidade Para Todos. Disponível em:
http://siteprouni.mec.gov.br/images/arquivos/pdf/Representacoes_graficas/bolsistas_por_raca.pdf.
Acesso em 20 de Agosto de 2012.
62
PORTARIA NORMATIVA Nº 2, DE 26 DE JANEIRO DE 2010. Disponível em:
http://sisu.mec.gov.br/static/data/Portaria_Normativa_n2_de_26_de_janeiro_de_2010.pdf. Acesso em:
21 de outubro de 2012.
44
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
63
propriedade, nos termos seguintes.
particularidades no que pertine ao seu modo de ser, o seu aspecto físico, etc. Assim,
os seres humanos não são produtos que fabricados em larga escala possuem
sempre as mesmas formas e características. Portanto, políticas que visem uma
igualdade formal de apenas tratar de forma isonômica todas as pessoas sem
considerar as suas particularidades tende ao fracasso, pois é como se tomasse
como pressuposto uma igualdade que não é real.
A almejada igualdade tem, na verdade, uma conotação jurídica de não tratar
desigualmente cidadãos que se encontrem em semelhantes condições. Isto não
impede que haja tratamentos distintos quando estes tenham por objetivo amenizar
uma disparidade verificada no campo prático. Deste modo, a quebra da igualdade
jurídica tem por escopo o alcance de uma igualdade fática, pois nas circunstancias
que se apresentam tratar do mesmo modo pessoas que estão em situações
antagônicas seria aumentar ainda mais essas diferenças. 64
A lei trata de uma igualdade formal que não pode ser compreendida na forma
literal da lei, como um instrumento limitador da busca pela justiça social e
consequentemente vir a aumentar as desigualdades já existentes no nosso país. O
que se busca na verdade é uma igualdade substancial ou fática como mencionado
acima.
Neste diapasão, há um especial interesse de que os esforços perpetrados na
busca pela igualdade, não se restrinjam apenas a uma isonomia formal, já
consagrada pelo liberalismo clássico, mas que voltem-se com maior esforço para
uma igualdade material que consubstancia-se no tratamento igual aos iguais e
desigual aos desiguais, considerando a medida de suas diferenças. 65
Assim, acreditamos que a igualdade que a Constituição estabelece deve ser a
que possibilite ao cidadão a efetividade dos seus direitos, situação esta que ainda
encontra muitos desafios no campo prático pois sabemos que nesta seara muitas
vezes não existe esta tão almejada concretização. Cumpre indagar: Quantos dos
nossos compatriotas negros ou pardos não buscam o acesso pleno a uma educação
de qualidade? Este questionamento é fruto da analise de situações em que os dados
refletem que os negros e pardos encontram mais dificuldades no que se refere ao
ingresso na universidade e consequentemente na busca por um bom emprego,
64
Consultas para aprofundamento: AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional. 6ª Ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2008. p. 141.
65
Consultas para aprofundamento: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14ª Ed. São
Paulo: Saraiva. 2010. p. 751.
46
quantas vezes não ouvimos na TV que os negros mesmo que tenham trabalhos
iguais aos brancos ainda recebem valor inferior? Já demonstramos anterior as
diferenças salariais de negros e brancos.
As ações afirmativas por meio das cotas raciais se mostram instrumentos
auxiliares na busca pela igualdade material, pois, permite aos negros e pardos ter
maiores chances de ingressar na universidade e ter deste modo uma melhor
perspectiva com relação ao futuro profissional.
Piovesan expõe que:
66
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. p. 265,266.
67
Consulta para aprofunddamento: PEREIRA, Maurício da Silva. Acesso ao Serviço Público Mediante
Cotas Raciais: O fundamento no direito internacional dos direitos humanos e questões de
constitucionalidade no direito brasileiro. In: PIOVESAN, Flavia. Direitos Humanos. V. I Ed. Curitiba:
Juruá, 2010, p. 444.
47
O Brasil como país que adota um regime democrático de direito deve por
meios de seus governantes prezarem pela democracia e consequentemente pela
igualdade entre seus cidadãos.
De modo que, a implementação de uma real democracia, que embora
consagrada no texto da Carta Magna ainda enfrenta inúmeros desafios para seu
pleno exercício, passa necessariamente pela percepção de que a efetivação do
direito a igualdade é ao mesmo tempo fundamento e consequência do regime
democrático, pois o mesmo nem se forma e muito menos sobrevive quando os
cidadãos estão divididos em classes que os distingue na fruição dos direitos e
garantias que por todos devem ser exercidos de forma indiscriminada.
Concordamos com o entendimento da autora ao afirmar que para acabar com
a desigualdade é necessário suprimir qualquer forma de discriminação, Todavia,
acreditamos que essa seria uma tarefa bastante difícil, porém, não impossível.
Na busca pela implementação do direito a igualdade a autora acima citada
esclarece a respeito de duas vertentes que devem ser contempladas, tendo em vista
que se apresentam indissociáveis. Trata-se da combinação de estratégias
repressivas e promocionais que já foram inclusive mencionadas em duas
Convenções ratificadas pelo Brasil, a que trata sobre a eliminação de todas as
formas de discriminação racial e a que se ocupa das formas de discriminação sobre
68
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. p. 268.
48
a mulher. 69
No que tange as estratégias repressivas e promocionais para a busca pela
igualdade, acreditamos que a primeira trate de leis mais rígidas que tenham como
finalidade a proibição do preconceito racial, a respeito do qual pode ser mencionada
a lei antirracismo na qual o país busca alcançar uma situação de menos
discriminação que dificulta um tratamento igualitário não somente por parte do
governo, mas também entre os cidadãos que devem ser reprimidos quando assim
se comportarem. A estratégia promocional, por sua vez, está ligada a políticas
públicas na modalidade de ações afirmativas que visem proporcionar uma efetivação
dos direitos sociais, promovendo um equilíbrio entre os diversos grupos que
compõem o corpo social.
Neste diapasão, acreditamos que as ações afirmativas na modalidade cotas
raciais para o acesso ao ensino superior podem equiparar às chances de negros e
pardos em relação aos brancos no acesso a universidade e com isso diminuir as
desigualdades raciais e sociais, já que compreendemos o nível de instrução de um
determinado indivíduo como fator determinante para fazer a diferença na busca por
espaço no mercado de trabalho, e assim aquele que possuir conhecimento
específico em determinada área possivelmente encontrará boas oportunidades de
emprego, que será compensado por um valor considerável em vista dos seus
serviços prestados e com isso ajudará a diminuir as desigualdades sociais e
econômicas do Brasil.
69
Consultas para aprofundamento: PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 5ª Ed. São
Paulo: Saraiva. 2012. p. 268.
49
70
FERREIRA, Gilmar Mendes. 120 Anos da Luta pela Igualdade Racial no Brasil: Manifesto em
Defesa da Justiça e Constitucionalidade das Cotas. Disponível em:
http://www.mp.pe.gov.br/uploads/LRNGbNvHBr3F0UG0zTkNhQ/bmIWFc3Zw8SPJ67IfyLHg/MAnifest
o_Cotas_-_STF.pdf. Acesso em: 02 de Novembro de 2012.
71
FERREIRA, Gilmar Mendes. 120 Anos da Luta pela Igualdade Racial no Brasil: Manifesto em
Defesa da Justiça e Constitucionalidade das Cotas. Disponível em:
http://www.mp.pe.gov.br/uploads/LRNGbNvHBr3F0UG0zTkNhQ/bmIWFc3Zw8SPJ67IfyLHg/MAnifest
o_Cotas_-_STF.pdf. Acesso em: 02 de Novembro de 2012
72
FERREIRA, Gilmar Mendes. 120 Anos da Luta pela Igualdade Racial no Brasil: Manifesto em
Defesa da Justiça e Constitucionalidade das Cotas. Disponível em:
http://www.mp.pe.gov.br/uploads/LRNGbNvHBr3F0UG0zTkNhQ/bmIWFc3Zw8SPJ67IfyLHg/MAnifest
o_Cotas_-_STF.pdf. Acesso em: 02 de Novembro de 2012.
50
Por óbvio, a inclusão dos negros na Universidade por si só não apaga todos
os anos que a população afro descendente enfrentou de exclusão e discriminação.
Quando houve a abolição da escravatura, os negros deixaram de pertencer aos
seus senhores como propriedade, mas ainda precisam conquistar o seu espaço
dentro do corpo social que não os acolhia com o respeito e dignidade que merece
todo ser humano.
Atualmente nos encontramos em um momento crucial de nossa história, pois
não podemos dizer ainda que há uma situação confortável que não precisa ser
melhorada, contudo já é possível vislumbrar alguns avanços no que diz respeito a
quantidade de negros que hoje ocupam as cadeiras da Universidade, mesmo com
todo o racismo e exclusão ainda existente no ensino superior temos mais negros e
pessoas de baixa renda no ensino superior do que podíamos encontrar nos anos
anteriores. 73
O autor na época Presidente do Supremo Tribunal Federal junto com vários
outros intelectuais, entre eles políticos, jornalistas, juristas e etc. manifestam-se a
favor da constitucionalidade das cotas raciais, porém, sabemos que algumas
pessoas se mostraram contrários à implantação das cotas raciais nas universidades
o partido democrata, por exemplo: ingressou com uma ADPF - Arguição de
descumprimento de preceito fundamental, afirmando que as cotas raciais na
Universidade de Brasília afrontavam o princípio da isonomia, da legalidade, da
dignidade da pessoa humana, da proporcionalidade, além de outros princípios
constitucionais. A tão comentada Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental 186 foi julgada pelo supremo tribunal federal que decidiu por
unanimidade a constitucionalidade das cotas raciais.
Em trecho do voto de Marco Aurélio o mesmo afirma que:
73
Consultas para aprofundamento: FERREIRA, Gilmar Mendes. 120 Anos da Luta pela Igualdade
Racial no Brasil: Manifesto em Defesa da Justiça e Constitucionalidade das Cotas. Disponível em:
http://www.mp.pe.gov.br/uploads/LRNGbNvHBr3F0UG0zTkNhQ/bmIWFc3Zw8SPJ67IfyLHg/MAnifest
o_Cotas_-_STF.pdf. Acesso em: 02 de Novembro de 2012.
51
74
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 186 Distrito Federal.
Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF186MMA.pdf. Acesso
em: 03 de novembro de 2012.
75
Consultas para aprofundamento: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL 186 Distrito Federal. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF186MMA.pdf. Acesso em: 03 de
novembro de 2012.
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76
Consultas para aprofundamento: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL 186 Distrito Federal. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF186RL.pdf. Acesso em 03 de novembro
de 2012.
77
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 186 Distrito Federal.
Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF186RL.pdf. Acesso em
03 de novembro de 2012.
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78
Consultas para aprofundamento: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL 186 Distrito Federal. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/ADPF186RL.pdf. Acesso em 03 de novembro
de 2012.
79
LEI Nº 12.711 DE 29 DE AGOSTO DE 2012. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso em: 03 de
novembro de 2012.
54
Esse artigo trata especificamente das vagas que devem ser resevadas e
destinadas para negros, pardos e indígenas e reforça nosso entendimento quando
afirmamos que a lei 12.711/2012 se torna o maior avanço jurídico no que se refere
às cotas raciais no ensino superior afinal acreditamos que por muito tempo os
negros e pardos sofrem discriminações raciais e sociais e essa nova lei vem a dar
uma maior esperança na busca por uma retratação por todos esses séculos de
discriminação.
80
LEI Nº 12.711 DE 29 DE AGOSTO DE 2012. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12711.htm. Acesso em: 03 de
novembro de 2012.
55
81
CARLOS, Antonio Costa Santos. Cotas para negros na universidade: Uma análise
constitucionalidade em confronto com o princípio da igualdade recepcionado pela Constituição
Federal de 1988. Disponível em: http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/141335/1/R173-01.pdf.
Acesso em 05 de outubro de 2012.
82
DOMINGUES, Petrônio. Espaço Aberto Ações afirmativas para negros no Brasil: o início de uma
reparação histórica. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n29/n29a13.pdf. Acesso em 18 de
Maio de 2012.
56
Como pode ser observado, o tema analisado no decorrer deste estudo tem
como plano de fundo uma sociedade que precisa urgentemente voltar-se para os
socialmente excluídos através de medidas concretas que beneficiam a parte mais
pobre da população, que sofre a carência de muitos direitos que embora positivados
na Constituição Federal ainda não mostram-se efetivados na vida de muitos
brasileiros. A defesa das cotas no ensino superior é uma das nuances que perfazem
esta premente necessidade de melhoria das condições de vida da população.
Por esse motivo entendemos que as cotas raciais são de extrema importância
para a busca por uma igualdade material afinal percebemos que após a implantação
dessas ações afirmativas um maior número de negros e pardos conseguiu ingressar
no ensino superior alguns chegam a obter notas maiores que os brancos se for
analisado o histórico escolar dessas pessoas, o que prova a capacidade natural que
todos temos de nos desenvolver quando há oportunidade para tanto.
Finalmente, concluímos que os negros e pardos merecem uma retratação por
tanto tempo de perseguição e de injustiças e assim conceder oportunidade aos
negros e pardos no ingresso a faculdade é com certeza um excelente modo de
retratação e a melhor forma de possibilitar o avanço social desse povo.
83
PRADO, Alfredo. Cotas raciais nas universidades provocam polêmica. Disponível em:
http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2010/11/Cotas-raciais-nas-universidades-provocam-
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57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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