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Andréia Silva de Oliveira
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Ana Maria
RESUMO
O presente estudo tem como finalidade explanar a respeito da ética no âmbito dos
direitos e deveres do advogado no exercício da profissão, enquanto pressuposto
indispensável na ordenação dos seus atos, que em seu bojo quer demonstrar como
suas atividades são tendentes à concretização do bem-estar social coletivo e
individual, na garantia da prestação de um serviço digno, justo e honesto, dado à
amplitude de seus efeitos. Parte de uma reflexão a respeito do conceito e utilização
do termo ética, tendo como base o entendimento acerca dos princípios éticos
constitucionais, verificando como o advogado está inserido nesse contexto, num viés
hermenêutico, e por meio também de um ponto de vista histórico, cultural,
neoparadigmático e evolutivo. Dessa forma, há a necessidade de efetivação do agir
eticamente e com profissionalismo dentro de um Estado Democrático, que carrega
consigo princípios que norteiam as condutas de todos nas variadas as esferas da
Administração Pública e privada, onde será observada a finalidade e o compromisso
que esse Estado assegura aos preceitos constitucionais básicos inerentes a figura
essencial desse advogado enquanto elemento integrante desta mesma sociedade
capitalista e mercantilizada.
ABSTRACT
The present study aims to explain ethics in the scope of the rights and duties of the lawyer in the
practice of the profession, as an indispensable presupposition in the ordering of his acts, which in
his head wants to demonstrate how his activities are conducive to the realization of well-being
social and collective, in the guarantee of the provision of a decent, fair and honest service, given
the magnitude of its effects. Part of a reflection on the concept and use of the term ethics, based
on the understanding of constitutional ethical principles, checking how the lawyer is inserted in
that context, a hermeneutical bias, and also from a historical, cultural point of view ,
neoparadigmatic and evolutionary. Thus, there is a need to act ethically and with professionalism
within a democratic state, which carries with it principles that guide the conduct of all in the
various spheres of public and private administration, where the purpose and commitment will be
observed. State asserts to the basic constitutional precepts inherent to the
essential figure of this lawyer as an integral element of this same capitalist and commodified
society.
1 INTRODUÇÃO
Os valores de comercialização das relações humanas, presentes na atual
conjuntura brasileira, têm oferecido para a nossa sociedade comportamentos, muitas
vezes pouco condizentes com os valores morais e éticos transmitidos culturalmente.
As pessoas decidem o que fazer avaliando os custos e os benefícios,
desvinculando-se do que seja agir eticamente, afastando-se sobremaneira de suas
próprias convicções morais e de dignidade da pessoa humana.
A partir daí surge a primordialidade dessa abordagem: é possível realmente
que os princípios éticos norteiem os direitos e deveres do advogado na atual
conjuntura econômica, política, social e democrática brasileira, consoante preceitua
a Carta Magna?
Partindo dessa problemática, há uma inquietação em verificar se o fato de que
o nosso Estado Democrático de Direito busca substância nos princípios éticos para
de fato nortear as ações dos advogados, garantindo que seus deveres sejam
cumpridos e seus direitos garantidos.
Por tal motivo, o objetivo é abordar a respeito dessa questão, trazendo para
esse contexto os princípios éticos constitucionais levando-se em consideração suas
influências na atual Constituição Federal. Igualmente, foi necessário, para a
construção deste trabalho, consultas à legislação nacional, sendo válidas as
referências consubstanciadas na Carta Magna, baseando-se das interpretações
jurisprudenciais e doutrinárias, fundamentais para acrescentar ao trabalho um maior
esclarecimento a respeito do que foi proposto.
Por conseguinte, a relevância do tema justifica-se através da defesa do direito
que deve estar cometida a profissionais capazes e idôneos, para o exercício da
advocacia. Estes profissionais devem seguir os princípios ético-profissionais
previstos no Código de Ética da OAB, para assim contribuírem de forma eficaz na
administração da justiça e na aplicação do Direito.
Enfim, a discussão se apresenta em meio a assuntos de extrema relevância
como é o caso das concepções de ética e seus princípios, o Código de Ética, Estatuto
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da Ordem dos Advogados do Brasil, que trazem em seu bojo disposições acerca
desse entendimento.
2 DEFINIÇÃO DE ÉTICA
A ética encontra na mais robusta fonte de inquietações humanas o alento para
sua existência. É na balança ética que se devem pesar as diferenças de
comportamentos, para medir-lhes a utilidade, a finalidade, o direcionamento, as
consequências, os mecanismos, os frutos, etc. Leonardo Boff assevera de modo
conciso que ética “é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações
que valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade” (BOFF,
2003, p.1).
Tradicionalmente, entende-se por ética o estudo ou uma reflexão, científica ou
filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações
humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos
costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos
costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.
A Ética, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento
humano do interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, com o fim
de estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência pacífica dentro das
sociedades e entre elas, constitui o objetivo da ética.
Atualmente, a ética é compreendida como parte da Filosofia, cuja teoria
estuda o comportamento moral e relaciona a moral como uma prática, entendida por
Cortella (2007, p. 103) como o “exercício das condutas”. Além disso, é entendida
como um tipo ou qualidade de conduta que é esperada das pessoas como resultado
do uso de regras morais no comportamento social.
Para Bittar, a ação moral tem que ver com uma determinada forma de se
conduzir atitudes de vida, onde uma única atitude não traduz a ética de uma pessoa,
é imprescindível a observação de seus diversos traços comportamentais.
Para o referido autor, a ética demanda do agente: conduta livre e autônoma,
conduta dirigida pela convicção pessoal, conduta insuscetível de coerção. Considerando
isto, Bittar afirma que os estudos histórico e etimológico do termo "ética" revelam que
éthos está revestido de ambiguidades, o que toma a própria discussão
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Assim o que se espera dos novos e futuros advogados será sempre uma
conduta ilibada, prestigiando o que a Constituição Federal proporcionou: ser
essencial para a administração da justiça. Como auxiliares e cidadãos essenciais
para a administração da justiça, os advogados deverão buscar sempre através do
respeito, o zelo, a melhor interpretação da lei, para que de fato se faça justiça.
Enfim, a ética profissional do advogado consiste, portanto na persistente
aspiração de amoldar a sua conduta, sua vida, aos princípios básicos dos valores
culturais de sua missão e seus fins, em todas as esferas de suas atividades.
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Importante dizer que muito embora o advogado esteja aliado ao caso de seu
cliente, ele tem o dever de zelar pela justiça acima de tudo, portanto não podendo,
por exemplo, ingressar com lide temerária. A esse respeito afirma Marin que:
Isso não quer dizer que pode ele agir contra o Estado de Direito ou
contra a letra da lei, propondo, por exemplo, uma lide temerária.
Neste caso, desde que coligado com a parte para lesar alguém, o
advogado será solidariamente responsável com seu cliente.
Assim o advogado deve zelar por sua profissão, pelos seus representados,
pela justiça e acima de tudo pela norma legal. A ética é obrigação de todo
profissional, independentemente de sua classe.
Vale dizer ainda que tais deveres éticos não são meras sugestões de
prosseguimento e carreira. Na realidade são institutos legais que acaso sejam
descumpridas irão gerar para o profissional, infração disciplinar.
Por fim, ainda podemos conceber que dentro destes padrões/deveres éticos
do advogado, o mesmo deverá, com certeza, permanecer atualizado diante de fatos
referentes à sua profissão, como é o caso de novas concepções legislativas que vão
surgindo, estudando os novos mandamentos normativos à fim de prestar seu labor
com a máxima qualidade.
Daí a grande defesa a realização de um Exame da Ordem permanente, à fim
de que obrigue aos advogados passarem por uma reciclagem. Sobre isto, leciona
Marin:
“Por fim, o dever de permanente qualificação, realidade atualmente
encampada de forma ímpar pela Ordem dos Advogados do Brasil,
para o bom cumprimento do compromisso social do advogado. Bem
sabemos que a incompetência, infelizmente, pode causar muito mais
prejuízos sociais e individuais que a própria desonestidade, sendo
alguns irrecuperáveis.”
Os advogados devem manter posturas éticas, não infringir o que está previsto
no ordenamento jurídico vigente, uma vez que podem ser alcançados por isso, até
mesmo, exonerados dos cargos que ocupam, devem sim, agindo sob os preceitos
da moral e dos bons costumes, buscar preservar o bom rendimento nas suas
ocupações. Não pode beneficiar ou prejudicar alguém só porque esse alguém é seu
amigo ou não.
Uma vez que de acordo com o princípio da moralidade, deve existir a moral
nas relações humanas, ligando-se a à ideia de probidade e boa-fé, no intuito de
assegurar os bons costumes em suas ações. Pois ser ético é buscar um bem
comum, querer para o outro o que se deseja para si.
5 CONCLUSÃO
O tema abordado abrange a importância de compreender que o ser ético faz
a diferença em diversos setores da vida social, principalmente na seara profissional,
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REFERÊNCIAS
BITTAR, Eduardo C.B. Curso de Ética Jurídica: ética geral e profissional. 10ª ed.
São Paulo:Saraiva, 2013.
MARIN, Marco Aurélio. Série Resumo OAB – Ética Profissional – Volume 10. São
Paulo: Editora Método. P. 85. Disponível em:
<http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7906/A-etica-na-advocacia>. Acesso em:
03 de maio de 2018.
NALINI, José Renato. Ética Moral e Profissional. 8. ed. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2011.
TRIGUEIROS, Arthur. Mini Novo Código de Ética da OAB. 3. ed. São Paulo: Editora Foco
Jurídico, 2017.
VADE MECUM. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com colaboração de Luiz
Roberto Curia, Lívia Cespedes e Fabiana Dias da Rocha - 21 ed. Atual. E ampl.- São
Paulo: Saraiva, 2016.