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Sofrendo a

Gramática ...
Uma leitura dos capítulos 01 e 06 de
“Sofrendo a Gramática”, de M.A. Perini
0. Hipótese Inicial

“ ..., apesar das crenças populares, sabemos, muito bem, a nossa


língua. (...) nosso conhecimento da língua é ao mesmo tempo
altamente complexo, incrivelmente exato e extremamente
seguro.” (p.11)
1. Conhecimento implícito e explícito

Relação entre habilidades inatas/atividades inconscientes e


explicitação teórico-científica de tais habilidades/atividades
(págs. 12-16)
2. Objeto da Linguística

O mecanismo implícito/inato que permite os indivíduos


se comunicarem através da linguagem verbal articulada.
3. O ensino de gramática

• Três “defeitos”:
 Objetivos mal formulados;
 Inadequação metodológica;
 Falta de organização lógica.
3.1. Os “defeitos”

• Objetivos mal formulados:


não há relação entre “saber gramática” e o
desenvolvimento das habilidades de fala e escrita.
3.1. Os “defeitos”

• Inadequação metodológica
“atitude diante da matéria”: falta de relação entre o que é
explicitado teoricamente e a realidade observável.
Ausência de “postura científica” diante dos fatos da
linguagem.
3.1. Os “defeitos”

• Falta de organização lógica:


problema diretamente relacionado ao anterior, dá conta
da falta de precisão descritiva da gramática enquanto
disciplina pedagógica – a descrição não contempla os
fatos concretos do fenômeno da linguagem.
4. E então?

• Propostas de solução
 Redefinição dos objetivos da disciplina:
“(...) estudar gramática não é um dos meios (muito menos o
meio) de se chegar a escrever melhor.” (pags. 54-55)
“ (...) deve-se estudar gramática para saber mais sobre o
mundo; não para aplicá-la à solução de problemas práticos
tais como ler ou escrever melhor.” (pags. 56-57)
4. E então?

 Reformulação dos materiais pedagógicos:


“(...) precisamos de melhores gramáticas,
preocupadas com a descrição da língua e não com
receitas de como as pessoas deveriam falar e
escrever.” (p.56)
“E, acima de tudo, precisamos de gramáticas que
façam sentido, isto é, que tenham lógica.”(idem)
4. E então?

• Outras questões
 Elaboração de estratégias que possibilitem a observação e
a manipulação de fatos da língua;
 Abandono da ideia de que é possível apreender toda a
gramática de uma língua – a gramática não é uma
disciplina cujo objeto está pronto e acabado;
 Difusão da noção de que estudar gramática é observar os
fatos da língua e não construir um código de proibições
para governar o comportamento linguístico das pessoas.

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