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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
CURSO DE HISTÓRIA

VICTOR SALLAS GARCÊS LIMA


RUAN FERNANDES
DÉBORA LIZ

RELATÓRIO DO PROJETO SOBRE LEITURA

São Luís
2017
VICTOR SALLAS GARCÊS LIMA
RUAN FERNANDES
DÉBORA LIZ

RELATÓRIO DO PROJETO SOBRE LEITURA

Relatório referente ao projeto de leitura


aplicado, afim do obtenção de nota na
disciplina de Práticas Pedagógicas, no curso
de História licenciatura da Universidade
Estadual do Maranhão.

Profª Dr. Sandra Regina Rodrigues dos


Santos.

São Luís
2017
RESUMO

Este trabalho apresenta as particularidades do desenvolvimento do projeto


sobre a leitura aplicado em escola, para alunos do 1º ano do ensino médio.
Nele é possível verificar toda ornamentação do projeto, assim como a
metodologia empregada, e os resultados obtidos a partir da problemática que
foi proposta a descobrimento através da aplicação de questionários e
observações sucintas.

Palavras chaves: Projeto sobre leitura, ornamentação do projeto.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 5

2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 8

3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES....................................................... 11

REFERÊNCIAS
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1. INTRODUÇÃO

A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento. Está


intimamente ligada ao sucesso do ser que busca o aprendizado. Permite ao
homem situar-se com os outros. Possibilita a aquisição de diferentes pontos de
vista e alargamento de experiências. É também um recurso para combater a
massificação executada principalmente pela televisão. Para ele, o livro é ainda
um importante veículo para a criação, transmissão e transformação da cultura.
No entanto o que tem se observado nos estudantes do ensino médio, é um
desinteresse pela leitura, fato que pode ter origem já nas séries iniciais, em
razão dos textos utilizados serem muitas vezes ultrapassados e alienados dos
problemas da realidade, não constituindo nenhuma motivação para o aluno.
Sendo assim, colocar aos estudantes em questão á uma leitura e dedicar uma
análise conjunta, e compreendendo em que nível está a interpretação do aluno
é importante. Porque uma boa leitura e interpretação proporciona um bom
entendimento do texto e uma visão mais ampla do assunto tratado. Logo após,
um debate gera uma amostra do nível de interpretação dos estudantes, e tal
discussão gera uma interação de conhecimentos, e os alunos do ensino básico
tem como referencial os estudantes do ensino superior. O grupo fará a
discussão como deveria acontecer na relação aluno-professor, e criando um
incentivo para que os alunos do ensino básico realizem tal interação em sala
de aula.
A leitura nos dias de hoje apesar de ser muito usada no dia-a-dia, nas
diferentes tarefas, não é a leitura certa, pois já é algo mecânico do cérebro, não
há um exercício, como propõe a teórica Vera Aguiar:
A leitura, embora ação corriqueira nos dias de hoje, sobretudo nas
regiões urbanas, não é natural. Não lemos comemos, respiramos ou
dormimos. Para tanto, precisamos aprender o código escrito,
socialmente aceito e a ter domínio sobre ele em todas as suas
modalidades, quer práticas (como propagandas, receitas, notícias,
informações, anotações) quer estética (como narrativas e poemas)
(AGUIAR, 1996).
Ler ou ouvir uma história é um evento tão antigo quanto a própria existência
humana, a comunicação entre o passado e o presente sempre foi constante
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entre as diferentes sociedades existentes. A partir dessa abordagem o teórico


Carlo Ginzburg vai dar o exemplo de caçadores antigos, ele fala que os
caçadores foram os primeiros narradores de uma história, eles também foram,
por conseguinte, os primeiros que leram uma história através dos rastros
deixados pela caça. Seguindo a reflexão do historiador italiano,
“talvez a própria ideia de narração tenha nascido pela primeira vez
numa sociedade de caçadores, a partir da experiência da decifração
das pistas [...] O caçador teria sido o primeiro a ‘narrar uma história’
porque era o único capaz de ler, nas pistas mudas (se não
imperceptíveis) deixadas pela presa, uma série coerente de eventos
(GINZBURG 1989, p. 152).”
Os alunos tem contato com a leitura constantemente, independente de qual
gênero literário seja, como exemplifica a citação de Seffner, a leitura é muito
importante, tanto nas épocas que se sucederam como nos dias atuais, elas
representam um meio de ascendência, tanto intelectual como social.
"A escrita é algo tão importante na história que, para alguns, só
existe história quando existe escrita. Daí as divisões história e pré-
história. Podemos considerar que, nas sociedades anteriores à escrita,
todo o saber estava guardado na comunidade de indivíduos vivos. Por
isso, a morte de um velho é um arquivo que se queima. Com o
aparecimento da escrita, o saber passa a ser sustentado pelo texto, e é
o intérprete desse texto que domina o conhecimento. Estudar a figura
dos sacerdotes da Antigüidade é importante por isso: são eles que
interpretam os textos sagrados, tais como a Bíblia e o Alcorão, onde
está contida toda a história do mundo. A história, por outro lado, é uma
determinada leitura do real, feita com a utilização de um conjunto de
procedimentos e informações que orientam e validam a produção do
conhecimento histórico". (SEFFNER, 1998: 106)

O desafio de tratar com os alunos a leitura de um texto científico é grande,


pois estes estão acostumados com a leitura de textos literário, que exige mais
imaginação, não um grande esforço mental de compreender um texto com
vário dados, com palavras mais complexas. Então há dos alunos um
afastamento e até receio de lidar com tais textos, e quando estes ingressam no
ensino superior têm dificuldades no entendimento dos textos acadêmicos,
científicos e filosóficos. Então o textos postos à leitura explanarão como por
elementos para aperfeiçoar os modos de leitura e interpretação do que o autor
quer dizer.
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A leitura exploratória é a rápida lida na orelha do livro, na introdução, buscar a


biografia do autor antes de adentrar a sua obra e partindo ao texto, ver como
este se divide e o que quer passar ao leitor.
JOAQUIM SEVERINO(2000) propõe sobre a leitura analítica, que busca dar
uma breve análise do texto, já identificando os pontos importantes do texto e os
selecionando para formar uma texto baseado no que foi retirado e entendido de
mais importante. É aqui também que se procura saber o vocabulário que não
foi compreendido, pois qualquer palavra não entendida pelo leitor pode
comprometer o entendimento das ideias secundárias e centrais que o autor
quis passar.
Outra informação que os textos passam é a unidade de leitura. É dada a dica
de o término da leitura se dar no fim destas unidades. Para identificar como é
feita a divisão das unidades de leitura, é preciso fazer a leitura exploratória,
pois esta identifica se o autor dividiu sua obra em capítulos, tópicos,
enumerações e etc. Uma leitura não deve terminar entre um parágrafo e outro,
ou quando há um ponto, segundo uma concepção geral dos textos lidos. Para
os autores o fim da leitura deve terminar no fim da unidade de leitura, por
exemplo, no término de um capítulo. Isto é justificado, e o motivo é de que
quando se termina a unidade, o leitor dá fim ao raciocínio daquela parte da
obra. Se interromper a leitura no meio do capítulo, o leitor não conclui o
raciocínio e a retomada do texto pode se perder algumas ideias.
Sublinhar também é fundamental para que a obra fique mais inteligível. E os
diferentes tipos de sinais para cada especificidade do texto é destacada pelos
autores, diversificados “símbolos” para palavras da ideia central, outro para a
ideia secundária, e assim por diante, tudo que venha a favorecer o leitor num
rápido e melhor entendimento.
Para identificar o mau leitor é dado dicas com que ajude outros e alunos,
inclusive, e serve para o aprendizado de quem ler tais dicas. Quando se ler
vocalizando ou mexendo os lábios, repete a leitura do que acabara de ler e não
pesquisa os vocábulos que não entendera, isso tudo significa sinais de um mau
leitor.
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2. DESENVOLVIMENTO

Como objetivo geral desse projeto aplicado, nos propusemos a demonstrar de


forma didática aos alunos a importância da leitura para uma maior
compreensão dos assuntos da disciplina de história estudada em sala, e
despertar nos mesmos o interesse da leitura.
Como objetivos específicos, nos propusemos em demonstrar aos alunos o
quanto a leitura pode ser interessante, e atrativa, perceber a quantidade de
alunos que levam os livros didáticos para aula, e quais deles fazem uso do
mesmo no processo de aula e perceber a qualidade de leitura dos alunos em
questão.

De início os estudantes terão contato com a literatura específica sobre a


temática da consciência negra, no qual fora trabalhado uma semana antes do
dia da Consciência Negra, dia vinte de Novembro. Com ênfase na discussão
dos textos que a equipe irá propor aos alunos, fazendo uma interação entre
estudantes de diferentes níveis de conhecimento, do ensino básico e ensino
superior, e de tal forma, ocorrendo uma mescla de conhecimento. E propor o
que se aprendeu na academia, usufruindo da leitura analítica e interpretativa,
com a equipe auxiliando e orientando para que seja realizada da melhor forma.
Os textos escolhidos pela equipe levarão em conta o assunto relacionado com
o dia vinte de Novembro, dando um contexto histórico, depois adentrar o tema
e entender suas continuidades, além de entender o espaço do negro na
sociedade contemporânea, e como os alunos veem o negro na sociedade,
analisando seu nível de conhecimento que envolve os negros, como história da
África e da escravidão negra no Brasil, por exemplo. Desta forma, o grupo
pretende ir além de observar e orientar na leitura, mas tem como ponto
importante, também, entender como os estudantes tem a perspectiva da
história dos negros, sua importância (atualmente) e evoluções de seus direitos.
Além de leituras e debates para verificar a interpretação do estudante, a
equipe irá propor aos alunos um leitura analítica, aplicação de questionários
(manuscrito e oralmente) com o professor e com alunos , para testar se além
de uma boa interpretação, conseguem expor seus pensamentos, se
conseguem se expressar, explicitar o que este compreendeu dos textos. A
equipe vê isso como tão fundamental quanto a leitura. E tratando-se de um
tema tão importante, é necessário a discussão do assunto.
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Nos dois dias em que a equipe esteve lá, foram tiradas algumas conclusões
com bases em observações feitas, visando o comportamento dentro de sala,
como a leitura era realizada, a interpretação de texto e conhecimento sobre a
temática do conteúdo sobre os negros. No primeiro dia de projeto, fora
analisado que, inicialmente, os alunos do ensino médio estavam tímidos com a
presença do grupo. Quando pediu-se que alguém lesse ninguém se propôs
logo de início, nosso grupo então, teve que ir preguntando de pessoa em
pessoa quem queria ler, até que quando perguntada uma aluna leu. Desta
primeira aluna se observa uma leitura baixa, fluida e com poucos erros.
Enquanto isso, 2 alunas que estavam em um canto da sala, não se
interessaram em participar desde o início, pois ficaram com cabeça baixa, nem
olhando para o texto que fora distribuído. Todavia, do outro lado da sala, os
alunos pareciam estar mais atentos a leitura, entretanto, muitos não lembravam
do conteúdo de África dado pela professora. Enquanto avançava o tempo,
muitos alunos foram perdendo o foco, brincando com canetas, desviando o
olhar, dispersão durante a explicação, um aluno quando foi pedido para ele ler,
se mostrou distraído e não soube o parágrafo que era para ler, começaram a
entrar no celular- este último enquanto a professora tinha ido ao banheiro-,
outro aluno saiu para ir ao banheiro e passou mais de quinze minutos fora,
além da recusa de uma aluna a ler quando pedido pela equipe. Já no que diz
respeito a leitura em si, foi observado um contraste, haviam duas alunas que
mais se propuseram a ler, realizaram bem a leitura, mesmo tendo poucas
partes de uma travada, mas em relação a outros alunos, que não leram muito
bem, errando palavras, outro com muita dificuldade, gaguejou e tropeçou em
muitas palavras e um aluno que se propôs a ler, leu pausando bastante, além
de uma aluna que a própria quis ler, porém começou a rir e não terminou a
leitura. No outro ponto importante, que é a interpretação, os alunos se
mostraram sair bem, sabendo identificar o ponto central do parágrafo, e um
número considerável de alunos tinha conhecimento de questões principais do
parágrafo, como a questão do Egito negro, a escravidão de povos africanos
realizada por povos rivais, do preconceito com a macumba e três alunos
colaboraram no debate do ensino religioso nas escolas pode trazer mais
preconceito para com as religiões de matriz africanas. Neste dia foram
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entregues quinze questionários para um total de vinte um alunos em sala, além


de um questionário entregue para a professora
O segundo dia foi mais produtivo, pois os alunos participaram mais, quando
pedido a ler não demoravam muito a se voluntariarem e mais alunos
participaram de discussões pertinentes à consciência negra. Antes dessa maior
interatividade, houve uma demora para chegarem a sala, se sentarem e
fazerem silêncio, pois o horário era após o intervalo. Um aluno soube
interpretar e destacar pontos do primeiro parágrafo e dois alunos se
voluntariaram a ler, a que foi escolhida a ler, fez uma boa leitura. Já o aluno
que leu o segundo parágrafo, leu parando, com certa dificuldade e não
sabendo fazer a entonação das perguntas. Uma aluna se voluntariou a ler, e
realizou de modo lento. Uma outra aluna quis ler, e fez a leitura de forma bem
lenta. A mesma aluna se voluntariou a ler novamente e novamente leu de
forma lenta, pensando um pouco antes de falar algumas palavras. A
interpretação foi feita desta vez por mais alunos, houve mais colaboração em
identificar pontos chaves dos parágrafos. Em relação ao comportamento,
houve poucos casos de distração, como um aluno brincando com uma bolinha
de papel, somente dois alunos conversaram. Catorze alunos foram neste dia-
pós feriado- e dos quinze questionário entregues, só um foi devolvido à equipe,
e a professora não devolveu o dela. Para suprir a falta da entrega de tantos
questionários, foram feitas algumas perguntas do questionário em sala.
Sobre os questionários, quando perguntado a frequência que se usa o livro
didático, uns alunos disseram que não usa porque o texto são longos e chatos
e que não tem o hábito de estudar em casa pois acaba dormindo, todavia esse
desinteresse não é só com a matéria de História. O aluno que respondeu o
questionário escreve que usa frequentemente, como um das formas de ajudar
a se interessar pelo assunto. Passando ao próximo questionamento, muitos
disseram que os paradidáticos não ajudam no que foi dado em sala, em
contraponto um aluno disse que auxilia sim no entendimento desse assuntos
abordados em classe. A respeito do incentivo do professor para a leitura, houve
uma divisão de opinião na classe. No questionamento sobre se as dúvidas
sobre o texto são esclarecidas, o aluno que respondeu o questionário escreveu
que: “Sim, por poucos professores, porém o suficiente”. E se perguntado sobre
a frequência de levar o livro à escola, foi relatado que a dor nas costas impede
que o livro seja levado à escola.
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3. CONCLUSÕES

O trabalho sobre a ideologia racial foi em suma gratificante. Pois, além de nós
envolvermos em discussões interessantes e atuais sobre o assunto,
simultaneamente percebemos o nível de leitura e criticidade de grande parte
dos que se manifestaram.
Entretanto, alguns pontos devem ser ressaltados; por exemplo, o desnível
entre a turma. Se de um lado tínhamos alunos participativos e com uma leitura
razoável, de outro lado, haviam alunos dispersos, sem entrega aos assuntos
inseridos em classe, pouco comunicativos e por vezes, preferiam estar olhando
seus celulares ou conversando com os colegas. Além disso, a indiferença em
responder por extenso o questionário que passamos, também foi algo que de
certo modo, nos desestimulou.
Logo, na segunda e última prática, fizemos algumas do mesmo questionário
de forma verbal. Obtemos outro resultado, dessa vez muito satisfatório. Grande
parte da turma se empolgou em contar suas vivências e as questões que o
questionário pontuava. Foi interessante para nós vermos a timidez de muitos
se esvaindo e os mesmos apresentando questões fundamentais sobre o
ensino, a cultura, a política, literatura, artes etc.
Enfim, podemos deferir que muitos não escreveram por “preguiça”, falta de
interesse, ou enxergando além, uma dificuldade em expor suas opiniões de
forma escrita, ainda mais usando o português formal com coesão e coerência.
Podemos fazer tal comentário, pois muitos não tinham conhecimento sobre
palavras um pouco mais rebuscadas da nossa língua, às vezes inclusive,
perguntavam o que elas significam.
Logo, trabalhar com vocabulário e mais leitura com esses jovens é
fundamental. São jovens muito perspicazes, mas falta incentivo.
REFERÊNCIAS

 LEOLPODINO, Maria Aparecida (Org). Ensino de História: ensaios


sobre questões teóricas e práticas. Maringá: Eduem, 2011.
 GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino de história.
Campinas: Papirus Editora, 2013.
 MEIRELLES LEÃO, Lourdes. METODOLOGIA DO ESTUDO E
PESQUISA: Facilitando a vida dos estudantes, professores e
pesquisadores. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2016. 42-48 p. v. 1.
 JOAQUIM SEVERINO, Antônio. METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO. 21. ed. SÃO PAULO: CORTEZ EDITORA, 2000. 47-61 p.
 MIRANDA HÜHNE, LEDA. METODOLOGIA CIENTÍFICA: CADERNO
DE TEXTOS E TÉCNICAS. 6º. ed. SÃO PAULO: AGIR, 1987. 13-20 p.

 Sites usados pra pesquisa

 http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364495799_ARQUI
VO_ALEITURAEAESCRITAI.pdf
 http://alb.org.br/arquivo-
morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem12/COLE_735.pdf
 https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/246
 https://novaescola.org.br/conteudo/2393/africa-de-todos-nos
 http://www.utfpr.edu.br/franciscobeltrao/estrutura-
universitaria/assessorias/ascom/noticias/arquivos/Avalorizaodosnegros_I
zadoraConsalterPereira.pdf

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