Você está na página 1de 21

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA:
uma proposta concreta

1
Daniela Pedruzzi Galbiati ( Professora PDE )
2
Alba Krishna Topan Feldman,(Orientadora)

Resumo: O presente artigo tem como finalidade comprovar a relevância e a utilização das
tecnologias como recursos pedagógicos nas aulas de Língua Inglesa. O resultado a ser
analisado nesse artigo embasar-se-á primeiramente na elaboração do Projeto de Intervenção
Pedagógica, teoria e ações, na Produção Didático Pedagógica, na execução in loco da referida
produção e, no GTR, atividade do PDE que tem por finalidade a interação virtual entre o
Professor PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual. As novas tecnologias de
informação e comunicação (TIC’s) estão presentes no cotidiano da sociedade contemporânea
e a escola não pode mais evitar sua presença. Neste sentido, Gadotti (2000), afirma que as
novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Entretanto, para que esses novos
espaços de conhecimento realmente se concretizem, é fundamental o papel do professor.
Assim o presente artigo, oportunizou-nos além de mostrar-nos uma reflexão das nossas
práticas pedagógicas, a necessidade de estarmos em constante formação continuada e, que
uma educação de qualidade só é efetiva quando o professor, de fato, tem tempo para
elaboração e desenvolvimento de suas práticas pedagógicas. Também oportunizou-nos a
compreender e comprovar que o ensino da Língua Inglesa deve apoiar-se nos gêneros textuais
e propostas de atividades que aliem o conhecimento prévio do aluno, o conhecimento científico
e a inclusão das novas tecnologias de informação e comunicação como ferramentas nas aulas
de Língua Estrangeira Moderna – Inglês.

Palavras-chave: Novas Tecnologias; Língua Inglesa; Ensino.

1 INTRODUÇÃO

É fato que as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)


estão, a cada dia, mais presentes no cotidiano das escolas da rede pública do
Estado do Paraná, como ferramentas facilitadoras no processo de
ensino/aprendizagem, podendo ser destacados alguns investimentos por parte
dos governos federal e estadual em laboratórios de informática, TVs pendrive,
laptops, dentre outros recursos tecnológicos, com o intuito de que estes
possam auxiliar os docentes e discentes em sua vida acadêmica.
No entanto, uma realidade perceptível no ambiente escolar é a forte
resistência ao uso destas novas ferramentas, como parte da prática diária da
maioria dos professores. Tal situação é gerada não só pelo desafio que o
próprio tema desencadeia, mas, também, na maioria das vezes, pela
precariedade e limitação dos laboratórios de informática disponíveis, além da
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
formação precária que alguns profissionais apresentam em relação ao domínio
das referidas ferramentas. É fato notório, também, que estes recursos, devido à
burocracia, chegam, com frequência, desatualizados nas escolas e com
limitações para a utilização de alguns softwares e programas.
Outro ponto a ser refletido é a escassez de material e investimentos para
subsidiar estudos e práticas voltadas ao uso das novas tecnologias no âmbito
educacional, especialmente, na disciplina de Língua Inglesa, fazendo com que
os professores, em sua maioria, tenham receio de trabalhar e desenvolver
aulas em que as tecnologias de informação e comunicação estejam integradas.
Entretanto, considerando o ideal da escola pública em promover uma
educação qualitativa, é imprescindível que esta conceba o uso das tecnologias
como parte integrante do fazer pedagógico, integrando-as em suas práticas
cotidianas, com a utilização da internet, de áudios-aula, o acesso a textos e
cyber textos, a músicas, vídeos e jogos, dentre outros recursos disponíveis. Só
assim, o professor poderá apreender a evolução da sociedade da informação
que se constrói ao seu redor, pois o processo de ensinar e o aprender requer
um reaprender constante, integrando o humano e o tecnológico como parte da
construção acadêmica, tanto individual, como grupal e social de seus alunos.
Tais pensamentos são compartilhados por Moran (2000,p.137.), que
assim indica:

Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a


conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o
humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social.
Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem
acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão
inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as
textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais (MORAN,
2000,p.137).

E é nisso que reside a importância do Projeto nele é apresentada uma


proposta viável, prática, que pode ser inserida nos Planos de Trabalho
Docente, com atividades prazerosas, motivadoras, integrando a utilização das
TICs como facilitadora do processo educativo nas aulas de inglês.
Para o desenvolvimento de nossos estudos, mostrou-se necessário
pesquisar e apontar estratégias e metodologias que contribuíssem para
incentivar e aprimorar o ensino/aprendizagem de Língua Inglesa dos alunos
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
selecionados como público alvo do Projeto, utilizando para isto as tecnologias
de informação e comunicação como ferramentas, visando um processo de
ensino/aprendizagem realmente significativo e eficiente, que pudesse trazer
mais dinamismo às aulas de inglês e, consequentemente, mais motivação e
interesse por parte dos alunos.
Tais ideias encontram respaldo nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica de Língua Estrangeira Moderna do Estado do Paraná, que assim
afirmam:

A aula de LEM deve ser um espaço em que se desenvolvam


atividades significativas, as quais explorem diferentes recursos e
fontes, a fim de que o aluno vincule o que é estudado com o que o
cerca. (Paraná, 2008, p. 64)

Diante do cenário apresentado, Para a implementação do Projeto foi


elaborado um material didático organizado no formato de um Caderno
Pedagógico, composto por duas Unidades Didáticas, estruturadas em torno de
temáticas que se relacionam, apresentando atividades variadas, colaborativas,
a serem desenvolvidas pelos alunos com a mediação das TIC's, aplicadas ao
ensino-aprendizagem da língua inglesa, sendo que a internet integra o material
como ferramenta de pesquisa, comunicação e publicação de trabalhos, bem
como para a criação de atividades inerentes à disciplina.
Foi desenvolvido e implementado no Colégio Estadual Leonel Franca –
Ensino Fundamental e Médio, no município de Paranavaí, o projeto intitulado
Novas Tecnologias e o Ensino de Língua Inglesa: uma proposta concreta,
proposto pelo Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013. O
referido estudo foi direcionado a 40 alunos do 2º ano do Ensino Médio, tendo
como objetivo motivá-los para a utilização das TICs como facilitadora do
processo ensino-aprendizagem nas aulas de inglês. Para a implementação do
Projeto foi elaborado um material didático organizado no formato de um
Caderno Pedagógico, composto por duas Unidades Didáticas, estruturadas em
torno de temáticas que se relacionam, apresentando atividades variadas,
colaborativas, a serem desenvolvidas pelos alunos com a mediação das TIC's,
sendo que a internet integra o material como ferramenta de pesquisa,

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
comunicação e publicação de trabalhos, bem como para a criação de
atividades inerentes à disciplina.
Os estudos de Gadotti (2000), Moran (2000), Paiva (2001) e Freitas
(2001), dentre outros importantes pesquisadores, fundamentaram o referido
projeto pedagógico, com os autores defendendo a importância da utilização
das TICs na criação de novos espaços do conhecimento.
Dessa forma, este artigo busca descrever e sistematizar as ações
desenvolvidas na implementação do já citado projeto, analisando os resultados
obtidos, sendo que para finalizá-lo serão tecidas algumas considerações no
sentido de motivar novas pesquisas sobre o tema e como contribuição para o
aperfeiçoamento da prática dos professores da disciplina de inglês.

2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

A educação e a tecnologia são fenômenos extraordinários,


desencadeados pelo ser humano, sendo que emergiram da necessidade de
evolução deste indivíduo, no tempo e espaço, na busca por sua sobrevivência.
Tais fenômenos vêm ocorrendo dentro de um processo histórico–cultural, que
vem garantindo a própria existência humana.
Sendo assim, a tecnologia pode ser concebida como uma forma de
linguagem própria do ser humano, utilizada para a comunicação. Segundo
Marx, “a tecnologia revela o modo de proceder do homem para com a
natureza, o processo imediato de produção de sua vida social e as concepções
mentais que delas decorrem” (MARX, 1988, p.425). Podemos apontar, então,
que a tecnologia é uma ferramenta importante para a construção e a reflexão
sobre os conteúdos historicamente construídos.
Em face das grandes transformações que ocorreram ao longo das
últimas décadas, sobretudo decorrentes dos avanços tecnológicos, espera-se
que a educação, como mediadora de práticas humanas, tais como o trabalho, a
sociabilidade e a cultura, transforme-se, para enfrentar o grande desafio do
terceiro milênio, contribuindo mais eficazmente na construção da vida e do
homem social, indo ao encontro das necessidades contemporâneas da própria
comunidade escolar (FREITAS, 2001).

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
Consequentemente, nós, professores da escola pública, precisamos nos
adaptar a esta nova era que se apresenta: a era digital. Considerando que a
humanidade evoluiu na formação de uma estrutura social, histórica e cultural,
em busca de um conhecimento transformador (FREITAS, 2001), é relevante
que continuemos caminhando nesta direção, sem nos atermos a medos, sem
colocarmos obstáculos para a inserção destes novos recursos tecnológicos a
serviço das práticas educacionais. Paiva (s/d) destaca que,

Quando surge uma nova tecnologia, a primeira atitude é a de


desconfiança e de rejeição. Aos poucos, a tecnologia começa a fazer
parte das atividades sociais da linguagem e a escola acaba por
incorporá-la em suas práticas pedagógicas (PAIVA, s/d, p.1).

Ainda segundo Paiva (2001), fundamentado em suportes teóricos


sociointeracionistas, os ambientes da internet propiciam inúmeras
oportunidades para o estudante usar a língua de maneira comunicativa e
significativa com outros falantes ou aprendizes de inglês, em tarefas individuais
ou colaborativas.
Já na visão de Mercado, o trabalho com a Internet e as novas
tecnologias pode ser visto como um meio de relevantes possibilidades
pedagógicas, pois estes não ficam limitados a uma única disciplina, podendo
possibilitar a inter e a pluridisciplinaridade, permitindo assim uma educação
global (MERCADO, s/d).
Diante do exposto, constatamos que é necessário repensar as questões
didáticas e metodológicas para o ensino de Língua Inglesa, atentando para a
integração das tecnologias disponíveis na escola, bem como aquelas que
percebemos acessíveis aos alunos. Confirmando este pensamento, podemos
citar Moraes (1997):

Para educar na Era da Informação ou na Sociedade do


Conhecimento é necessário extrapolar as questões de didática, dos
métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para poder encontrar
caminhos mais adequados e congruentes com o momento histórico
em que estamos vivendo (MORAES, 1997, p.27).

Nesse contexto, é importante observar ainda o que diz Almeida Filho


(1993) sobre este assunto: “aprender uma nova língua na escola é uma
experiência educacional que se realiza para e pelo aprendiz/aluno como reflexo
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
de valores específicos do grupo social e/ou étnico que mantém essa escola”
(ALMEIDA FILHO, 1993, p.11). Sendo assim, tal instituição precisa manter sua
função de formar alunos autônomos, críticos e preparados para agir na
sociedade atual. Para que tal ocorra, é relevante que se crie espaços de
aprendizagem integrados com os novos recursos tecnológicos disponíveis.
Em se tratando do ensino de Língua Estrangeira, o Estado do Paraná
tem como referência as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,
documento que norteia o ensino de Língua Estrangeira Moderna, por meio do
Letramento Crítico, tendo como conteúdo estruturante o discurso. As DCEs
encontram-se pautadas nas teorias de Paulo Freire e Bakthin, dentre outros
autores, e sobre a questão do ensino da Língua Estrangeira elas estabelecem
que:

[...] a ênfase do ensino recai sobre a necessidade de os sujeitos


interagirem ativamente pelo discurso, sendo capazes de se
comunicar de diferentes formas materializadas em diferentes tipos de
texto, levando em conta a imensa quantidade de informações que
circulam na sociedade. Isto significa participar dos processos sociais
de construção de linguagem e de seus sentidos legitimados e
desenvolver uma criticidade de modo a atribuir o próprio sentido aos
textos (PARANÁ, DCEs, 2008, p.58).

Na verdade, aprender uma língua estrangeira, nos dias atuais, em


especial, o inglês, é mais do que aprender a comunicar-se, a concepção vai
além disto, com o idioma servindo para conhecer o outro, compartilhar
conhecimento e culturas. Na visão de Duarte (2007) quando aprendemos uma
língua estrangeira, estamos atendendo a uma necessidade contemporânea,
fruto da globalização.

A aprendizagem de LE não é vista apenas com a finalidade de


estabelecer comunicação entre os homens, mas também como forma
de atender ao mercado mundial do século XXI. As determinações da
necessidade do estudo de LE já estão dadas pelo processo de
globalização,que encerra algumas características para o aprendizado
da língua, como a revolução informática e a organização de um
sistema financeiro, com as exigências da economia capitalista
mundial determinadas pelos países dominantes (DUARTE, 2007, p.6)

Neste aspecto, percebemos que para o domínio da língua inglesa, o seu


uso com competência, a escola precisa investir na busca de novos modelos de
ensino, que possam acompanhar com eficiência todas as transformações que
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
vêm ocorrendo nesse mundo dito globalizado. Em consonância com Siqueira
(2011),
Com a premissa de um conhecimento promovido pela interação,
absorção de informações e adentramento no universo tecnológico, a
prática comunicativa no ensino de uma língua estrangeira surge,
então, a partir da carência de condensar vários elementos envoltos
no processo ensino-aprendizagem e de acompanhar o processo de
um mundo globalizado. Dessa forma, esse foco contemporâneo nos
direciona a uma ótica que aponta um novo protótipo de ensino, um
ensino que esteja mais próximo dos anseios do aluno e de suas reais
dificuldades no que tange a comunicação e a aquisição de
informação e nessa perspectiva o uso de elementos que façam parte
do seu cotidiano e vai, sem dúvida, facilitar o processo de
ensino/aprendizagem, vistas ao desenvolvimento da competência
comunicacional (SIQUEIRA, 2011, p.2).

Em relação ao foco de minha pesquisa, percebo que o uso das novas


tecnologias de informação e comunicação na escola é uma reivindicação da
cibercultura, ou seja, do novo ambiente comunicacional – cultural que nasce
com a interconexão mundial de computadores em intenso desenvolvimento,
observando que a cibercultura orienta os estilos de vida e comportamentos
incorporados e transmitidos na vivência histórica e cotidiana, marcadas pelas
tecnologias. Sendo assim, sob essa ótica, não podemos aceitar uma única
metodologia, mas um conjunto de fatores que oportunizem uma aprendizagem
significativa e que acompanhem as modificações céleres dos meios de
comunicação e informação (SIQUEIRA, 2010).
Com pertinência a este tema, Rappaport (2008) nos orienta da seguinte
forma:
Apresentar novas formas de ensinar, certamente, pressupõe orientar
nossos alunos sobre as formas de aprender. Colocando em termos
construtivistas, temos de focar em “como” a mídia instrucional,
independente de sua definição, pode ser utilizada para facilitar a
construção do conhecimento e significados por parte do aluno
(RAPPAPORT, 2008, p.127)

É relevante observar que o uso das tecnologias em sala de aula é uma


forma construtivista de promover o ensino e aprendizagem dos nossos alunos,
porém não devemos nos ater à nomenclatura a ser utilizada em sala de aula,
se é uma mídia instrucional, que visa dar somente uma instrução academicista,
ou se é uma mídia escolar ou cibertecnologias educacionais, pois o importante
é criar um ambiente comunicacional-cultural que permita, por meio de ações
pedagógicas, o acesso (à) e o uso das tecnologias como ferramenta na
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
construção do conhecimento, não de forma homogênea, mas propiciando uma
aprendizagem significativa, em que os alunos consigam acompanhar as
rápidas e intensas modificações dessa “sociedade da informação onde todos
estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a
integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social”
(MORAN, 2000,p.7) .
Já no que diz respeito às atividades para o ensino de línguas, mediadas
pelo computador, podemos citar Bax (2003), que indica sete estágios que
poderão ser observados até à normalização desse fenômeno tecnológico:

No primeiro estágio aparecem os primeiros adeptos e alguns


poucos professores e escolas adotam a tecnologia por curiosidade.
No segundo, a maioria das pessoas ignora a tecnologia ou
demonstra ceticismo. No terceiro, as pessoas experimentam a
tecnologia, mas rejeitam o novo frente aos primeiros obstáculos. No
quarto, tentam outra vez porque alguém os convence que a
tecnologia funciona e aí conseguem ver vantagens relativas. No
estágio cinco, mais pessoas começam a usar a nova ferramenta,
mas ainda existe medo ou expectativas exageradas. No seis, a
tecnologia passa a ser vista como algo normal e, no sétimo, integra-
se em nossas vidas e se torna invisível, normalizada (BAX, 2003, p.
24-25).

Em face de todos os recursos tecnológicos disponíveis atualmente e das


inumeráveis possibilidades de seu uso na melhoria do processo de ensino
aprendizagem, podemos afirmar que o professor que não se atualizar, correrá
o risco de ser chamado de analfabyte, que pode ser definido em nossa língua
como o analfabeto digital (TEIXEIRA, 2010). Sendo assim, é aconselhável que
nós levemos em conta todos os equipamentos que temos disponíveis em
nossas escolas, como também aqueles que são de fácil acesso aos alunos,
tornando-os nossos aliados, utilizando-os como ferramentas pedagógicas em
nossa prática. Sobre este tema, Teixeira (2010) atesta:

Esses meios digitais não se referem somente ao computador, mas


sim, todas as tecnologias disponíveis, como retroprojetor, câmara,
filmadora, gravador, aparelhos de DVD, Mp3 (...), etc., são
equipamentos que podem enriquecer o processo de ensino e
aprendizagem de língua para o aluno (TEIXEIRA, 2010, p.5).

Diante desta realidade, pode se afirmar que as novas tecnologias hoje


se apresentam para trazer inovações para uma educação que já se encontrava

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
desgastada, ultrapassada, presa a materiais estáticos, como o quadro e o giz e
os livros didáticos, com a figura do professor representando a fonte principal de
conhecimento. Constatada, então, a necessidade de adaptar a escola (aqui
representando seus atores) a esta nova forma de adquirir informações e
conhecimentos, muitos estudos têm sido desenvolvidos visando apontar o
melhor caminho para a integração das novas tecnologias à prática docente. O
presente artigo apresentará os resultados de uma das pesquisas que foram
feitas neste sentido, analisando seus resultados e sugerindo ações no sentido
de integrar as TICs ao processo educativo desenvolvido nas escolas públicas
do Paraná.

3 O PROJETO E SUA APLICAÇÃO NA ESCOLA

Dando início à implementação do Projeto, fiz uma breve apresentação


sobre ele à comunidade escolar, durante a Semana Pedagógica, em fevereiro
deste ano. Posteriormente, já em período letivo, realizei uma exposição oral,
direcionada aos alunos do segundo ano, com explanações sobre como seria a
aplicação do Caderno Pedagógico.
O material didático foi dividido em três unidades didáticas, perfazendo
um total de 32 horas aula. Na primeira unidade, consta um áudio com trechos
curtos de músicas, que tem como objetivo remeter os alunos a lembranças
pessoais que devem ser associadas com sua memória musical. Tal atividade
busca sensibilizar e motivar os educandos para que se participem com prazer
das atividades que serão propostas ao longo do Projeto. Os alunos, por sua
vez, se mostraram bem receptivos, participando ativamente e demonstrando
interesse, fato que pode se confirmado pelas transcrições de falas dos alunos 1
e 2.

“Muito bom professora, essa atividade fez com que eu me lembrasse


de muitos momentos da minha vida. Penso ser interessante aprender
inglês assim, com música.” (Aluno 1)
“Quase chorei, mas gostei da atividade.” (Aluno 2)

No que se refere à atividade dois, esta foi dividida em duas propostas,


sendo que a primeira visava compreender, por meio de questionamentos orais,
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
os conhecimentos prévios dos alunos sobre a função da música. Nessa etapa,
os alunos, inicialmente, tiveram um pouco de dificuldade para compreender as
perguntas/questionamentos, que foram em inglês, sendo necessário fazer
tradução simultânea, pois o propósito era coletar os conhecimentos prévios dos
alunos. Desta forma, para suas respostas os alunos utilizaram a língua
materna, uma vez que só assim eu poderia receber a participação dos
mesmos. Esta ocorrência pode ser confirmada pelas falas dos alunos 3 e 4:

“Professora, a senhora precisa traduzir, não dá para entender” (Aluno


3)
“Se puder responder em português eu respondo, mas tem que
perguntar em português também.” (Aluno 4)

É importante refletir, neste momento, sobre a língua inglesa e a sua


utilização na música, veiculada pela mídia e pelas diferentes tecnologias ao
longo do tempo, fazendo parte do cotidiano e da evolução cultural humana.
Das simples gravações em áudio, das gravações fonográficas dos discos de
vinil, fita K7, CDs, o advento da internet, a música, atualmente, é
disponibilizada por variados e avançados suportes, de onde podemos obter
letras de músicas, ouvi-las, fazer buscas rápidas, gravar nossas próprias
canções, organizar nossas pastas musicais, obter apenas as melodias, por
meio dos playbacks, enfim, basta escolher o que se deseja, pois as
possibilidades são inúmeras.
Podemos afirmar, então, que podemos nos valer da música, aliada às
TICs, como ferramenta pedagógica nas aulas de inglês, tanto na aquisição de
vocabulário, como na compreensão de conteúdos gramaticais, promovendo,
desta forma a interação, a socialização, para o bom desenvolvimento do
processo educativo (PAIVA, 2001).
Outra questão que merece ser apontada é a de que a música, com letra
em inglês, como gênero textual, é um dos gêneros mais apreciados pelos
alunos, além de apresentar uma infinidade de possibilidade para a criação de
atividades, que o gênero permite explorar. Dentre eles, podemos destacar o
padrão linguístico repetitivo, que auxilia na apropriação do idioma, o ritmo, o
ouvir e compreender o vocabulário no seu contexto, o auxílio que é
proporcionado para o aperfeiçoamento da pronúncia, pela ênfase das palavras
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
e expressões, a utilização da história no enredo musical e uma grande
variedade de temas, que se interligam com o próprio livro didático,
promovendo, assim, uma ampliação na forma de pensar e apresentar os
próprios assuntos, quer com temáticas universais, humanas, sociais, culturais,
étnicas, ambientais e etc. (HOLDEN, 2009).
Na segunda etapa, os alunos assistiram ao vídeo Evolution of Music e
responderam às questões interpretativas, em duplas, de forma a explorar os
conhecimentos dos mesmos sobre a língua inglesa, no que se refere ao
vocabulário, à estrutura gramatical, à compreensão do texto e ao uso da língua
oral. Ao final das atividades, a dupla de alunos apresentou suas respostas para
os demais colegas.
Para a realização desta última tarefa, foi necessário que a mediação da
professora fosse constante, tanto na elaboração das respostas escritas, como
no uso da oralidade, quando na apresentação das respostas pela dupla.
Verificou-se, portanto, certa dificuldade dos alunos em relação ao domínio de
conhecimentos da língua inglesa.

“Professora a gente pode buscar o dicionário?” (Aluno 5)


“Como escreve porque em inglês” (Aluno 6)
“Vai ter que apresentar mesmo?” (Aluno 7)
“Nem sei escrever direito em português em inglês pioro” (Aluno 8)
“A senhora vai treinar a gente falar né!” (Aluno10)

Dando sequência à implementação, na atividade três, da unidade 1, foi


proposto aos alunos que, em grupos, fizessem uma pesquisa sobre a evolução
da música, ao longo dos tempos, contemplando as décadas que abrangem os
anos de 1950 a 2000, com o objetivo de que eles pudessem obter informações
que os levassem á percepção da influência que o momento histórico acarreta
na música e os reflexos que isto traz para a sociedade.
Outro objetivo que se tinha em mente ao se propor esta atividade era o
de oportunizar aos alunos o uso da internet, de forma consciente, como fonte
de pesquisa, como recurso para a elaboração de textos na língua inglesa, para
a criação de slides para apresentação de trabalhos, na gravação de arquivos
em formatos diversos para exibição na TV pendrive, na gravação e exibição de
trechos de filmes, e tantas outras possibilidades que as novas tecnologias
disponibilizam.
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
De uma maneira geral, os alunos desenvolveram um certo domínio dos
instrumentos de pesquisa durante a aplicação da seqüência didática. Porém, a
maior dificuldade surgiu na organização do material para a apresentação, na
qual se observou que a preocupação deles era copiar e colar os textos, não se
preocupando em fazer um resumo das ideias principais, dispor o texto e a
imagem na forma adequada para a apresentação, dentre outros
procedimentos. É possível confirmar tal evolução pela observação das falas
dos alunos 2, 4 e 10:

“Por que não pode só copiar e colar?” (Aluno2)


“Isso é muito difícil, se a senhora não ajudar não vamos terminar,
não. Ninguém ensinou a fazer assim.” (aluno 4)
“Nossa ficou bem melhor agora!” (Aluno 10)

Por meio da minha mediação durante a aplicação desta atividade, os


alunos puderam compreender que, além de pesquisar, é preciso aprender a
organizar o material, a fim de que a apresentação do trabalho seja organizada
e harmoniosa.
Em se tratando da unidade dois, esta foi organizada didaticamente em
quatro atividades. Na primeira, os alunos assistiram ao clip da música “You’ve
got a friend”, com perfomance da banda MC Fly, objetivando trabalhar a escrita
e a ação discursiva e linguístico-discursiva deles. Eles também responderam a
questionamentos sobre sua música preferida, os gêneros musicais, a banda e
o cantor preferido, a frequência com que escutam canções, levantando
hipóteses sobre como as pessoas escrevem músicas, quem são, para quem
escrevem, bem como o que eles pensam sobre a pirataria.
A segunda atividade da unidade visou a capacidade discursiva dos
alunos: eles ouviram trechos de músicas e, por meio de questionamentos
escritos, tiveram que identificar as características do gênero apresentado.
No que se refere à terceira atividade, seu objetivo era trabalhar a
capacidade linguístico-discursiva. Por isso, foi utilizada para a prática de
listening, com a letra da música You’ve got a friend. Em um primeiro momento,
os alunos a ouviram; na sequência, completaram a letra; foi feita a correção da
atividade, oportunizando aos alunos verificarem seus acertos e erros; em
seguida, foram realizados exercícios abordando a prática linguística, a
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
gramática contextualizada, oralmente e por escrito, por meio de exercícios e
vídeo, sendo trabalhado, ainda, como reforço do conteúdo gramatical, a forma
imperativa. Essa atividade foi a que os alunos mais gostaram. Identificamos
que músicas na Língua Inglesa fazem parte do cotidiano do aluno, daí decorre
o interesse e a facilidade apresentada na execução das atividades. Esse
pensamento fica comprovado ao se analisar as falas dos alunos 11, 12 e 13:

“Poderíamos aprender inglês só com música.” (Aluno 11)


“Fica mais fácil aprender inglês assim, porque eu ouço sempre
música em inglês.” (Aluno 12).
“É muito difícil dar aula só com música professora? Por que não pode
só usar música? A gente gosta mais.” (Aluno 13).

Na unidade três, utilizamos o gênero filme como ferramenta didático-


pedagógico-tecnológica, com o objetivo de praticar a oralidade, leitura, audição,
escrita e o poder de argumentação dos alunos. Ao se trabalhar com filmes em
língua inglesa, vamos além da sensibilização do aluno, do ensino da análise
textual, da identificação de personagens, temática, finalidade, ideias principais
e a argumentação; não praticamos apenas as habilidades orais, de leitura,
pesquisa, análise linguística e aquisição de vocabulário. Quando utilizamos
este gênero, estamos buscando, antes de tudo, envolver os alunos no
processo ensino-aprendizagem, possibilitando-lhes maior interação e
participação, de forma que possam construir seu próprio conhecimento em um
segundo idioma. Uma das razões observadas para o sucesso da atividade foi a
de que, assim como a música, os filmes, em inglês, também fazem parte do
cotidiano dos alunos, assim como algumas ferramentas tecnológicas, como o
acesso internet, o uso do celular e de vídeos, dentre outros. Tal declaração
pode ser avalizada pelas falas dos alunos 13, 14 e 15:

“Essa aula tem mais a ver com a nossa vida, nem imaginava que
poderia aprender inglês assim.” (aluno 13)
“Todas as aulas poderiam ser assim, é mais fácil aprender, dá até
para tentar falar inglês” (aluno14)
“Essas aulas me ensinaram que podemos aprender inglês” (aluno 15)

Analisando a participação dos alunos na realização das atividades, é


fácil constatar que, o professor, ao planejar seu fazer pedagógico, deve ter bem

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
claro “para quê”, “para quem” e “de que forma” vai propor ações, que aliem
conhecimento científico ao mundo cultural e social dos seus alunos, dando
significado e significação ao processo educativo.
No que diz respeito aos laboratórios de informática, estes, muitas vezes
não podem ser utilizados, ou porque não estão disponíveis, ou por não estarem
funcionando adequadamente, ou pela falta de um técnico para este setor,
fatores que acabam causando transtorno ao andamento das aulas. Desta
forma, pode ser percebida a necessidade de que se invista em laboratórios de
Línguas Estrangeiras para as escolas públicas, pois são vários os recursos que
podem ser acessados na internet e que podem contribuir para o processo de
ensino-aprendizagem. Estes, se bem utilizados, podem despertar o interesse
dos alunos e possibilitar que a aprendizagem ocorra de forma eficiente.

3.1 O PROJETO E A VISÃO DOS PARTICIPANTES DO GTR

O Grupo de Trabalho em Rede – GTR é um curso obrigatório, na


modalidade de Ensino À Distância, previsto no Plano Integrado de Formação
Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), tendo a
finalidade de compartilhar com os demais professores da rede pública, as
produções do professor PDE, por meio da interação deste com os demais
docentes da Rede Estadual de Ensino (PARANÁ - PDE, 2013, p.70). A
proposta do GTR vai além de ofertar um curso, ele enfatiza a troca de
experiências entre os docentes, com discussões significativas sobre as práticas
que ocorrem nas escolas da rede.
Durante a aplicação do GTR, eu atuei como professora tutora de 17
participantes, sendo que 16 deles concluíram o referido curso. Sendo assim,
tendo como embasamento o material postado pelos referidos sujeitos, farei um
resumo das discussões e reflexões que ocorreram neste ambiente de
aprendizagem.
Segundo os participantes, a problemática apontada no Projeto,
apresenta-se como uma preocupação que diz respeito à maioria dos
professores, tanto da Língua Inglesa, como, também, de outras disciplinas, que
atuam nas escolas públicas. Como resultado, podemos inferir que a temática

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
abordada no projeto “NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE LÍNGUA
INGLESA: uma proposta concreta”, proporcionou aos docentes, como,
também, à tutora, a possibilidade de analisar a sua prática à luz de estudos
importantes que já foram desenvolvidos sobre este tema.
Por meio do GTR, os cursistas puderam conhecer o conteúdo do Projeto
(produzido no 1º semestre de 2013), bem como da Produção Didático-
pedagógica, que é parte dele, embora construída em momento diferente (2º
semestre de 2013), tendo acesso aos objetivos e finalidades do nosso trabalho
e demais tópicos que o estruturaram. Os professores demonstraram bastante
receptividade ao trabalho, interagindo e participando de forma dinâmica e
construtiva, compartilhando suas experiências e apresentando sugestões,
depois de testarem algumas atividades apontadas no Caderno Pedagógico que
compõe a Produção Didática.
Como resultado desse acesso ao material, os professores enfatizaram a
pertinência e relevância do mesmo, no que se refere à temática abordada,
indicando como dinâmicas, bem estruturadas e diversificadas as atividades e
os recursos que foram selecionados, sendo possível observar tais
pensamentos nos relatos que seguem:

“O projeto aqui apresentado foi muito bem estruturado e diversificado


com vários tipos de atividades, tanto para o uso de músicas, quanto
de clips e recortes de filmes. A escolha do gênero música foi muito
bem acertada, pois a música transcende os espaços e é capaz de
atingir até os alunos mais apáticos e dispersos. Assim este projeto é
uma boa opção para diversificarmos nossas aulas, adaptando as
atividades para a realidade dos nossos alunos. Este é um momento
de aprendizagem não somente para os alunos, mas também para os
professores.” (professor 2)
“Após a leitura do material de apoio, percebi que uma das
dificuldades que encontramos na prática, em relação ao uso das
novas tecnologias como aliadas do ensino, é que em tese temos
ideias interessantes e sabemos as preferências, de modo geral, dos
nossos alunos. O problema se encontra em organizar um material
como este” (Professor 3)

Ao longo do curso, conforme as participações iam acontecendo, por


meio das postagens dos cursistas, confirmou-se a necessidade da formação
continuada para os professores, que busquem auxiliá-los tanto no domínio do
uso das tecnologias, quanto na elaboração de atividades pedagógicas, que
sejam capazes de aliar as TICs ao processo de ensino-aprendizagem.
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
Outra questão que merece ser mencionada é a de que todos os
professores foram unânimes em dizer que utilizariam as atividades constantes
na produção didático-pedagógica em suas aulas, pois nas mesmas a
linguagem utilizada mostra-se acessível e o planejamento das ações e a
escolha das atividades ocorreu de forma acertada. Pode ser observado, ainda,
que a maioria dos cursistas aprovou a atividade em que é utilizado o gênero
textual música, sendo acrescentados comentários que indicam que os
professores acreditam que as sugestões apresentadas serão de grande
relevância para o aperfeiçoamento da práxis de cada um dos profissionais. Os
relatos que seguem podem confirmar tais apontamentos:

As atividades e sugestões elaboradas são excelentes. Os recursos


pedagógicos tornam as atividades propostas mais atraentes e
significativas e também exploram diferentes formas de ensino. Elas
irão atrair o interesse do aluno e consequentemente o ensino e
aprendizagem serão atingidos de uma forma mais prazerosa. Na
escola em que trabalho estas atividades são viáveis e muito bem
aceitas pelos alunos. Já trabalho com músicas há alguns anos e este
tipo de exercício, além de ter boa recepção, também ajuda na
retenção de conteúdo quando aplicado como listening. Inclusive já
trabalhei a música You’ve got a friend, com ‘a musical clip’, que ajuda
o aluno a assimilar melhor a música em inglês e também com vários
vídeos, watching a film,. Ambas atividades com alta aceitação e
participação dos alunos. Atividades com música e filmes além de
serem aplicadas ao conteúdo da aula, também aumentam a bagagem
cultural do aluno, ampliando seu conhecimento geral e o estimulando
a conhecer coisas novas. (Professora 4)

Ao longo das reflexões da temática 3, em que o objetivo era socializar a


aplicabilidade das ações de Implementação do Projeto de Intervenção na
Escola, foram discutidos os avanços e os desafios que permearam a
implementação do mesmo. Neste momento, os cursistas puderam observar
que o maior desafio e dificuldade encontrados por mim, durante a
implementação do projeto, foi concernente a recursos materiais (laboratórios de
informática) e técnicos, do que propriamente relacionados à receptividade e
participação dos alunos. Os desafios surgiram no momento em que foi
necessário o uso da internet nos laboratórios de informática, devido à conexão
lenta e ao sucateamento das máquinas. Soma-se a isso um número diminuído
de máquinas com relação aos alunos usuários.
É preciso considerar que todo estudo, também por causa das
dificuldades apontadas acima, no transcorrer de sua aplicação, necessita de
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
adaptações e reformulações, fato muito bem lembrado pela Professora 6:
“Percebemos que as dificuldades são muitas, mas não podemos desistir dos
nossos objetivos de ensino e aprendizagem .Quando necessário precisamos
adaptar nossas metodologias para assim alcançar nossos objetivos”.
Em síntese, pode ser atestado que a socialização do Projeto por meio do
GTR, promoveu discussões ricas, que produziram contribuições e sugestões
de atividades que só vieram a corroborar com a minha tese de que as TIC’S
são uma importante e eficiente ferramenta pedagógica, que deve ser utilizada
na sala de aula, cabendo, porém, ao professor planejar, organizar e mediar o
seu uso.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das considerações tecidas neste artigo, propõe-se uma questão


para reflexão: em que estágio estamos nós, professores da educação pública,
no que se refere ao uso das TICs inseridas em nossa prática pedagógica?
Pela realidade de minha escola, posso dizer que a maioria dos
profissionais está fazendo uso dos novos recursos, mas, enfrentando
problemas no que diz respeito ao mau funcionamento dos laboratórios de
informática, ou pelo número insuficiente de equipamentos que deem conta da
demanda, ou pela falta de um profissional especializado, que auxilie na
preparação de materiais em áudio, vídeo, slides e outros, como, também, pelo
pouco domínio desses recursos, por parte dos professores.
Por outro lado, as pesquisas teóricas e as práticas evidenciaram que
utilizar as TIC’s como ferramenta/recurso pedagógico contribui para a
aprendizagem dos alunos e, mesmo com as dificuldades presentes no dia a dia
da sala de aula, com laboratórios de informática sem a devida manutenção,
falta de softwares, equipamentos que apresentam defeitos, logo quando vamos
ministrar aulas aliadas àquele recurso (data show ou TV pendrive), devemos
sempre insistir na utilização das TIC’s em nossa prática pedagógica, pois elas
fazem parte da realidade de nossos alunos.
Observamos, também, que o papel do professor é fundamental tanto no
planejamento, quanto na execução e mediação do ensino. Sendo assim,
considerando que o uso das TIC’S vai além de um modismo contemporâneo,
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
de uma necessidade da própria evolução humana, e que o objetivo do
professor é preparar seus alunos, fazê-los perceberem-se a si mesmos como
sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, se reconhecendo como co-
autores da aquisição do conhecimento e delineando estratégias de estudos
para sua vida acadêmica e para o mundo do trabalho, é primordial que o
professor, ao planejar suas aulas, insira atividades que integrem as TICs.
É preciso que, apesar dos grandes desafios, nós, enquanto professores-
pesquisadores, nos mostremos capazes de reorganizar nosso trabalho em sala
de aula, sempre no sentido da promoção de uma educação de qualidade.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, J. C. P. Dimensões Comunicativas no Ensino de


Línguas. Campinas: Pontes, 1993.

BAX, S. CALL—past, present and future. System. v. 31, p. 13–28, 2003.


Disponível em:
http://moodle.bracu.ac.bd/pluginfile.php/6302/mod_resource/content/1/Stephen
%20Baxs%20Call%20past,%20present%20and%20future.pdf. Acesso em: 19
jun. 2013.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Inglesa- Ensino Médio.


Brasília, DF: Secretaria de Educação Fundamental/ MEC, 1998.

DUARTE, M. A Reforma do ensino de Língua Inglesa no Brasil no contexto da


reestruturação PRODUTIVA. Inter Ação, Goiânia, v. 32, n. 1, p.173-199, 2007.
Semestral. Disponível em:
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/view/1405/2572>.
Acesso em: 20 jun. 2013.

FREITAS, A. P. A educação especial e a escola inclusiva: o processo de


inclusão no contexto da educação regular. 2001. 65 f. Monografia (Graduação
em Pedagogia) - Universidade da Amazônia, Belém, 2001.

HOLDEN, S. O ensino da língua inglesa nos dias atuais. São Paulo:SBS, 2009.
– (Special Book Services Livraria).

MARX, Karl. O capital: crítica da Economia Política. São Paulo: Jose Olympio
Ltda, 1988.

MERCADO, L. P. L. A Internet como Ambiente Auxiliar do Professor no


Processo Ensino-Aprendizagem(s/d). Disponível em:
<http://lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt200372917565paper-303.pdf>. Acesso em:
25 jun. 2013.

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
MORAES, C. M. O paradigma educacional emergente.Campinas: Papirus,
1997.

MORAN, J.M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Informática


Na Educação: Teoria & Prática, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p.137-144, set. 2000.
Disponível em:
<http://seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/view/6474/3862>. Acesso em:
20 jun. 2013.
___________; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e
mediação pedagógica. 7.ed. São Paulo, SP: Papirus, 2003.

PAIVA, V. L. M. de O. e. A www e o ensino de Inglês.Revista Brasileira de


Lingüística Aplicada, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p.93-116, 2001. Trimestral.

_________. Ensino de língua inglesa no ensino médio: teoria e prática. São


Paulo: Edições SM, 2012. – (Somos Mestres).

_________ O uso da tecnologia no Ensino de Línguas Estrangeiras: breve


retrospectiva histórica(s/d). Disponível em:
<http://www.veramenezes.com/techist.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.


Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Língua Estrangeira Moderna.
Curitiba: SEED, 2008.

RAPAPORT, R. Comunicação e Tecnologias no Ensino de Línguas. Curitiba:


Ibexp, 2008.

SIQUEIRA, K. M. de. Ensino de Língua Inglesa na era da informação e


conhecimento: interatividade, aprendizagem e tecnologia no desenvolvimento
da competência comunicacional.Babel: Revista Eletrônica de Línguas e
Literaturas Estrangeiras, Alagoinhas, v. 1, n. 1, p.1-11, 2011. Semestral.
Disponível em <http://www.revistas.uneb.br/index.php/babel/article/view/98/165
Acesso em: 20 jun. 2013.

____________. Tecnologias Educacionais e o Ensino da Língua Inglesa : A


proposta da Formação de professores. Desempenho, Brasília, n. , p.62-70, dez.
2010. Semestral. Disponível em: <http://www.let.unb.br/rd/index.php?option=
Com_content&view=article&id=117:tecnologias-educacionais-e-o-ensino-da-
lingua-inglesa-a-proposta-da-formacao-de-professores&catid=86:ano-09-no-14-
122010&Itemid=92>. Acesso em: 20 jun. 2013.

SOUZA, R. A. de. Um olhar panorâmico sobre a aprendizagem de línguas


mediada pelo computador: dos drills ao sociointeracionismo. Fragmentos,
Florianópolis, n. , p.73-86, 2004. Disponível em:
<http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/view/7761/7131>.
Acesso em: 19 jun. 2013.

TEDESCO, J. C. Educação e Novas Tecnologias: esperanças ou incerteza?


São Paulo, SP: Cortez, 2004.
1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.
TEIXEIRA, E. D. Tecnologia no ensino de línguas: e agora professor! Web-
revista Página de Debate: Questões de Linguística e de Linguagem, Campo
Grande, n. , p.1-11, fev. 2010. Disponível em:
<http://www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/EDICOES/13/13.htm>. Acesso
em: 19 jun. 2013.

1
Profª PDE 2013
2
Profª Orientadora no Departamento de LEM da UEM – Universidade Estadual de Maringá.

Você também pode gostar