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Rogério e Rodrigo
Agora, fazendo λ = −4 no sistema (S) acima e resolvendo o mesmo obtemos como conjunto
x
solução 3 : x ∈ R . Portanto um vetor associado ao autovalor -4 é, por exemplo,
−2x
2
o vetor v = , pois Av = −4v (faça as contas e comprove isso!).
−3
O Polinômio p(λ) = det (A − λI) é denominado de polinômio caracterı́stico de A.
Verifique, no exemplo acima, que p(A) = A2 − 3A − 28I = 0.
Usando eliminação gaussiana, vemos que o conjunto solução deste sistema é E1 = {(x, x, x) : x ∈ R}.
Portanto o subespaço invariante correspondente ao autovalor 1 é a reta de vetor diretor (1, 1, 1).
Para encontrar o subespaço invariante (autovetor) correspondente a λ3 = 2, precisamos resolver o
sistema:
−2x + y =0
(A − 2 · I) X = 0, ou seja, −2y + z = 0
2x − 5y + 2z = 0 .
Usando eliminação gaussiana neste sistema, obtemos o conjunto solução E2 = {(x, 2x, 4x) : x ∈ R}.
Portanto o subespaço invariante correspondente ao autovalor 2 é a reta de vetor diretor (1, 2, 4).
Observação: Notemos que, no exemplo anterior, A é uma matriz de 3 × 3, mas tem somente dois
autovalores distintos. No entanto, se contarmos as multiplicidades, A terá três autovalores: 1 que
é raiz dupla de p(λ) e 2 que é raiz simples. Vamos definir a multiplicidade algébrica de um au-
tovalor como sendo a sua multiplicidade como raiz da equação caracterı́stica. Assim, λ = 1 tem
multiplicidade algébrica 2, e λ = 2 tem multiplicidade algébrica 1.
Agora observemos que, no exemplo anterior, cada subespaço invariante tem dimensão 1. Vamos
definir a multiplicidade geométrica de um autovalor λ como sendo a dimensão do subespaço
invariante associado a λ. No exemplo anterior temos que, tanto o autovalor 1 como o autovalor 2,
tem multiplicidade geométrica 1.
Então o conjunto solução deste sistema é E0 = {(x, y, x) : x ∈ R}, que é um plano gerado pelos
vetores (1, 0, 1) e (0, 1, 0). Neste caso temos que o autovalor 0 tem multiplicidade geométrica 2.
Para encontrar o subespaço invariante (autovetor) correspondente a λ3 = −2, precisamos resolver o
sistema:
x + z=0
(A − (−2) · I) X = 0, ou seja, 3x + 2y − 3z = 0
x + z=0.
Usando eliminação gaussiana, obtemos o conjunto solução E−2 = {(x, −3x, −x) : x ∈ R}.
Portanto o subespaço invariante correspondente ao autovalor −2 é a reta de vetor diretor (1, −3, −1).
Logo o autovalor −2 possui multiplicidade geométrica 1.
Questão: A multiplicidade geométrica de um autovalor pode ser maior do que a sua multiplicidade
algébrica?
Exercı́cio 1. Encontre os autovalores e autovetores de cada uma das matrizes abaixo. Além disso,
diga qual é o subespaço invariante correspondente a cada autovalor, bem como a sua multiplicidade
algébrica e a sua multiciplicidade geométrica.
−5 −1 5 −2 2 −5 5 −6 0 1
(a) ; (b) ; (c) ; (d) ; (e) ;
2 −2 2 1 1 −2 3 −4 1 0
4 0 1 0 0 1 1 0 −1 1 0 −9
(e) −2 1 0 ; (f) 0 1 0 ; (i) −1 1 −1 ; (j) 0 −9 0 .
−2 0 1 1 0 0 0 0 1 9 0 1
4 2
Exercı́cio 2. Considere a matriz A = .
3 −1
(a) A matriz A possui inversa? Caso afirmativo, determine A−1 .
(b) Obtenha os autovalores e autovetores de A e de A−1 .
1 2 1 1 3 1
Exercı́cio 3. Sejam A = 0 −1 1 e B = 0 2 0 matrizes invertı́veis.
0 0 −1 0 0 3
Teorema: Seja A uma matriz n × n. Então, A será diagonalizável se, e somente se, tiver n autove-
tores linearmente independentes. Mais precisamente, existem uma matriz invertı́vel P e uma matriz
diagonal D de maneira que P −1 AP = D se, e somente se, as colunas de P forem n autovetores de
A, linearmente independentes, e os elementos da diagonal de D forem os autovalores correspondentes
àqueles, colocados na mesma ordem.
Teorema: Seja A uma matriz n × n. Se A possui n autovalores reais distintos, então A é diago-
nalizável.
Solução: Esta matriz já foi estudada anteriormente, onde descobrimos que seus autovalores são
λ1 = λ2 = 1 e λ3 = 2. Os subespaçõs invariantes têm as seguintes bases:
• Para λ1 = λ2 = 1, E1 tem base {(1, 1, 1)}.
• Para λ3 = 2, E2 tem base {(1, 2, 4)}.
Como todos os outros autovetores são somente múltiplos de algum desses dois vetores da base, não
podem existir três autovetores LI. Pelo Teorema anterior, segue que A não é diagonalizável.
Solução: Esta matriz também já foi estudada anteriormente, onde descobrimos que seus autovalores
são λ1 = λ2 = 0 e λ3 = −2. Os subespaçõs invariantes têm as seguintes bases:
• Para λ1 = λ2 = 0, E0 tem base {(0, 1, 0), (1, 0, 1)}.
• Para λ3 = −2, E−2 tem base {(−1, 3, 1)}.
É fácil ver que os vetores (0, 1, 0), (1, 0, 1) e (−1, 3, 1) são LI.
0 1 −1 0 0 0
Assim, tomando P = 1 0 3 , então P será invertı́vel. Além disso: P −1 AP = 0 0 0 .
0 1 1 0 0 −2
Exercı́cio 4.: Sendo possı́vel, determine a matriz P que diagonaliza cada uma das matrizes dos
Exercı́cios 1, 2 e 3.
Observações:
1) Seja D uma matriz diagonal e k ∈ N. Então:
a11 0 ··· 0 ak11 0 ··· 0
0 a22 0
··· 0
0 ak22 0 ··· 0
.. . .. .. .. ..
D= . .. e Dk =
. . . .
0 akn−1
0 · · · 0 an−1 0 0 ··· 0
0 ··· 0 ann 0 ··· 0 aknn
2) Se A é diagonalizável, então existem uma matriz inversı́vel P e uma matriz diagonalizável D tal
que A = P DP −1 . Além disso, se k ∈ N e t ∈ R, então Ak = P Dk P −1 e etA = P etD P −1 .
3) Se A é diagonalizável, então a solução do problema de valor inicial y 0 (t) = Ay, y(0) = y0 pode
ser expressa por y(t) = etA y0 .