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1) Introdução:
O Ativo Imobilizado é formado por direitos que tenham por objeto bens corpóreos, adquiridos
por empresas comerciais ou industriais com a finalidade de permanecer no estabelecimento
por prazo indeterminado, devido à necessidade de sua utilização para consecução da atividade
fim.
Estes bens são caracterizados como Ativo Fixo quando têm vida útil superior a 1 (um) ano,
cabendo enfatizar a necessidade de sua utilização nos negócios da empresa, ou seja, não se
destinando à comercialização.
Além disso, o Ativo Imobilizado, quando atendidos alguns requisitos da norma tributária serão
considerados para efeito do crédito fiscal de ICMS (Em vigor desde 01/11/1996), dentre eles,
destacamos que, para fazer jus ao crédito do ICMS o bem deverá participar da industrialização
ou da comercialização de mercadorias com saídas tributadas. Não poderá, por exemplo, valer-
se de créditos sobre móveis, equipamentos e máquinas utilizados na área administrativa,
embora usualmente sejam classificados como Ativo Fixo.
Estudaremos neste Roteiro alguns procedimentos relacionados ao Ativo Imobilizado e suas
peculiaridades, tais como registro de sua aquisição, as situações em que o contribuinte poderá
efetuar o crédito fiscal destacado em Nota Fiscal, Nota Fiscal de crédito do ICMS mensal,
inclusive as regras de escrituração do Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente
(CIAP). Utilizaremos como base de nossos estudos o Regulamento do ICMS do Estado de São
Paulo.
Base Legal: Artigos 20 e 33, III da Lei Complementar nº 87/1996 e; Decreto nº 45.490 de 30/11/2000
(RICMS/2000-SP).
2) Conceito:
(...)
3. E, considerando que a legislação tributária deste Estado não estabeleceu nenhum conceito
de tais termos, mesmo porque há disposição expressa no artigo 110 do Código Tributário
Nacional em sentido contrário – 'a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado' – devemos buscá-lo nos artigos 178
e 179 da Lei 6.404/76 (conceito contábil).
4. Assim, o Ativo Permanente está 'dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido'
(artigo 178, § 1º, alínea 'c').
5. E, no Ativo Imobilizado, ao que aqui nos interessa, serão classificados os 'direitos que
tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa,
ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial' (artigo 179, inciso IV).
6. 'Desta definição, subentende-se que neste grupo de contas do balanço são incluídos todos
os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do
seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade' ('in' Manual de
Contabilidade das Sociedades por Ações – FIPECAFI – Editora Atlas, 1985, pág. 198).
7. Por sua vez, no Ativo Imobilizado estão os Bens Fixos, que 'são aqueles que representam
capitais aplicados pela empresa em caráter permanente ou quase permanente e destinados a
constituir os meios de produção, com os quais as empresas atingem seu fim', conforme nos
ensina Hilário Franco ('in' Contabilidade Industrial – Editora Atlas).
(...)
9. Não obstante esses diversos termos possuam significados distintos, em termos contábeis,
no cotidiano e em diversas legislações, e até em decisões emanadas do Poder Judiciário,
costuma-se empregá-los como se fossem sinônimos.
(...)
Desta forma, concluímos que, o Ativo imobilizado é representado pelos direitos que tenham por
objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens, assim entendido os de propriedade
industrial ou comercial. Podemos citar como exemplo de Ativo Imobilizado os seguintes bens:
a. Benfeitorias em propriedades arrendadas;
b. Computadores;
c. Móveis e Utensílios;
d. Veículos;
e. etc...
Os bens imóveis, tais como galpão, terreno, escritório, também podem ser classificados como
bens do ativo imobilizado, todavia, somente é relevante para o presente Roteiro aqueles que se
caracterizem também como bens móveis e que por essa característica estejam sujeitos à
incidência do ICMS.
Portanto, para determinação do tratamento tributário aplicável às operações com ativo
imobilizado, deve ser observada a definição contábil de Ativo Imobilizado.
Base Legal: Artigo 179, IV da Lei nº 6.404/1976; Decisão Normativa CAT nº 1/2000 e; Descisão Normativa CAT
nº 2/2000.
Diferencial de Alíquota 6%
4) Crédito Fiscal:
Desde a publicação da Lei Complementar nº 102/2000, o registro do crédito fiscal do ICMS
relativo à compra de bem para fazer parte do Ativo Imobilizado é efetuado de forma fracionada,
ou seja, 1/48 (um, quarenta e oito avos) por mês ou outro período de apuração previsto na
legislação, caso o contribuinte venha a utilizá-lo na comercialização, industrialização ou
prestação de serviços tributados, ou operações não tributadas em que haja expressa previsão
de manutenção do crédito do imposto, conforme entendimento já manifestado pela Consultoria
Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo:
Decisão Normativa CAT nº 1, de 25/04/2001 - (DOE de 27/04/2001)
A apropriação da primeira parcela do crédito, calculada à razão de 1/48, deverá ter início no
mês em que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento do contribuinte, sendo que, o
quociente (1/48 avos) será proporcionalmente aumentado ou diminuído "pro rata die", caso o
período de apuração seja superior ou inferior a 1 (um) mês.
Relembramos, também, que a Consultoria Tributária já se manifestou no sentido de que os
bens utilizados exclusivamente nas áreas administrativas da empresa, não geram direito ao
crédito do ICMS. Apenas geram direito ao crédito os bens que venham a ser utilizados na
comercialização, industrialização ou prestação de serviços tributados pelo imposto.
Nota Tax Contabilidade:
(2) Os bens imóveis não geram crédito do ICMS, pois estão fora do campo de incidência deste
imposto.
Base Legal: Lei Complementar nº 102/2000; Artigo 61, § 10 do RICMS/2000-SP e; Descisão Normativa CAT nº
02/2000.
* "f" corresponde ao valor das saídas ou prestações tributadas ("c" - "d" - "e").
Detalhe importante podemos extrair desta equação, qual seja, para efeito de cálculo, serão
equiparadas às operações tributadas as saídas e prestações com destino ao Exterior, além das
saídas de papel destinados à impressão de livros, jornais e periódicos.
Base Legal: Artigo 20, caput, § 5º, incisos I a III da Lei Complementar nº 87/1996 e; Artigo 66, §2º do
RICMS/2000-SP.
Exportação R$ 150.000,00
Como podemos verificar, a parcela correspondente a 1/48 é de R$ 750,00, mas a Vivax poderá
se creditar no mês de junho de 2X01 de apenas R$ 562,50, o que corresponde a 75% daquele
valor. Lembramos, que o valor de R$ 562,50 não será fixo para as 48 parcelas, ou seja,
mensalmente a empresa deverá calcular o valor do crédito, levando-se em consideração às
saídas tributadas e não tributadas do período correspondente.
4.6.2) Modelo:
Reproduzimos abaixo, o modelo de CIAP previsto na legislação que rege a matéria (Modelo
"D"). Para facilitar sua interpretação, utilizamos no seu preenchimento as informações tratadas
no exemplo explanado no decorrer deste Roteiro de Procedimentos.
Base Legal: Anexo II da Portaria CAT nº 25/2001.
5.1) Venda:
No Estado de São Paulo, o Regulamento do ICMS prevê a não-incidência do imposto nas
saídas de bens do Ativo Imobilizado de estabelecimento contribuinte do ICMS.
Assim, na hipótese de venda de bem do Ativo Imobilizado, o contribuinte (Vendedor) deverá
emitir Nota Fiscal, Modelos 1, 1A ou 55 (NF-e), contendo, além dos requisitos exigidos para
emissão de documentos fiscais, as seguintes informações:
a. Como Natureza da Operação: "Venda de bem do Ativo Imobilizado";
b. Como Código Fiscal de Operações ou Prestações (CFOP): "X.551", sendo X: 5 nas
operações internas, 6 nas operações interestaduais e 7 nas exportações;
c. Como Código de Situação Tributária (CST): "X41", sendo "X" a origem da mercadoria
conforme a Tabela A do CST/ICMS (5); e
d. No campo Imformações Complementares: "Não-incidência do ICMS, conforme artigo 7º,
XIV do RICMS/2000-SP.
Nota Tax Contabilidade:
(5) Recomendamos a leitura de artigo de nossa lavra denominado "Código de Situação
Tributária (CST/ICMS)" com objetivo de sanar todas a dúvidas relativa a essa codificação.
6) Infrações e Penalidades:
O contribuinte que não observar os procedimentos obrigatórios previstos na legislação estará
sujeito às infrações e penalidades cuminadas no Regulamento do ICMS, dentre as quais
destacamos:
Infrações Penalidades
Base Legal: Artigo 527, II, "j", IV, "h" e "q", e V, "e", "g", e "i" do RICMS/2000-SP.
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 21/08/2011 e atualizado em 08/09/2013, pela Equipe Técnica da
Tax Contabilidade. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte: Tax Contabilidade.
Apropriação de crédito na aquisição de bens para o Ativo Imobilizado (Area: Guia do
ICMS - São Paulo). Disponível em: http://www.tax-
contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=39. Acesso em: 07/11/2013.