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Em linha com os levantamentos mais recentes da Vox Populi e da CNT/MDA, mostrando

que já beira os 40% o índice de reprovação ao governo de Jair Bolsonaro, o


Datafolha desta segunda-feira joga por terra algumas teses. Uma delas, a de que a
sociedade brasileira está dividida em três grupos de aproximadamente 30% – a
direita de Bolsonaro, a esquerda do PT e o meião que decide a eleição – e que
seguirá assim até as eleições de 2022. Parece não ser mais bem assim, pois os 30%
de Bolsonaro vão se desagregando rapidamente.

Não é surpresa que o presidente continue perdendo popularidade entre as camadas


mais pobres e os moradores da região nordeste: da classificação dos governadores da
região como “paraíbas” ao desmantelamento dos programas sociais dos governos
passados, passando pela economia e pelo desemprego, há muitas explicações para
isso.

A novidade é que Bolsonaro agora perde popularidade velozmente no chamado andar de


cima, aquele que votou nele para se livrar do PT e parecia encantado com os acenos
da agenda liberal reformista. Agora, 46% dos que ganham acima de 10 salários
mínimos reprovam o governo. Nada menos de 44% das pessoas não confiam no que
Bolsonaro diz.

Esse pessoal foi afetado sobretudo pela descarga retórica do presidente e pelos
desatinos verbais nos confrontos com outros chefes de Estado no caso da Amazônia,
por exemplo. A estratégia de transformar o episódio numa luta do bem contra o mal,
unindo a nação em torno da defesa de sua soberania, não colou. E o que ficou foi a
imagem de um presidente destemperado, descontrolado.

As pesquisas mostram que é acelerada, tipo descendo a ladeira de rolimã, a queda de


Bolsonaro – e nisso talvez resida seu dado mais preocupante. Onde vai parar? E o
que Bolsonaro vai fazer?

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