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CADERNO DE RESUMOS

II ENCONTRO DA REGIÃO NORTE SOBRE ORGANIZAÇÕES SAUDÁVEIS


E RISCOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO

Boa Vista - 2018


UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE EDUCAÇÃO (CEDUC)
CURSO DE PSICOLOGIA

II ENCONTRO DA REGIÃO NORTE SOBRE ORGANIZAÇÕES SAUDÁVEIS


E RISCOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO
Comissão Organizadora
Profa. Dra. Fernanda Ax Wilhelm (Coordenadora Geral do Evento, Psicologia - UFRR)
Prof. Dr. Flávio Corsini Lirio (Pedagogia - UFRR)
Profa. Dra. Nilza Pereira de Araújo (Psicologia - UFRR)
Prof. Dr. Marcelo Henrique Oliveira Henklain (Psicologia - UFRR)
Prof. Me. Lázaro Batista da Fonseca (Psicologia - UFRR)
Profa. Ma. Daiane Tretto da Rocha (Administração - UFRR)
Maria Andrelina do Nascimento Oliveira Gonçalves (Técnica - UFRR)
Guilherme Igor Fernandes de Souza Garcia (Técnico - UFRR)

Comissão Científica
Profa. Dra. Nilza Pereira de Araujo (Psicologia – UFRR)
Profa. Dra. Pamela Alves Gil (Psicologia -UFRR)
Prof. Dr. Leandro Roberto Neves (Educação - UFF)
Profa. Dra. Georgia Patrícia da Silva Ferko (Administração - UFRR)
Profa. Dra. Manuela Souza Siqueira Cordeiro (Antropologia - UFRR)
Profa. Dra. Joelma Ana Gutiérrez Espíndula (Psicologia - UFRR)
Profa. Dra. Sandra Greice Becker (Enfermagem - UFAM)
Prof. Dr. Luciano Dalla Giacomassa (Administração - UNIVALI)

Monitores
Agata Cristhie Ferreira da Silva (Psicologia - UFRR)
Ana Beatriz Melo Oliveira (Psicologia - UFRR)
Arthur de Melo Gerônimo (Ciência da Computação - UFRR)
Creiciele da Silva Peres (Psicologia - UFRR)
Daniele Cristina Pereira de Oliveira (Psicologia - UFRR)
Eduarda Rabelo de Almeida (Psicologia - UFRR)
Erasmo Henrique de Araújo Nascimento (Psicologia - UFRR)
Emerson Almeida da Silva (Psicologia - UFRR)
Gabriela Pires Menezes Feijó (Psicologia - UFRR)
Ítalo Ribeiro Kunzler Machado Marques (Psicologia - UFRR)
Jailton Caetano (Psicologia - UFRR)
Jhenyffer Alves de Oliveira (Psicologia - UFRR)
Juliana Milla Vieira Pereira Andrade da Costa (Psicologia - UFRR)
Kézia Sousa Lima (Psicologia - UFRR)
Melissa Seelig Pamplona Barros (Psicologia - UFRR)
Nayara Fabiana da Cunha Watson Marcelo (Psicologia - UFRR)
Ricardo Lima Moura (Psicologia - UFRR)
Rosemary Barbosa Ferreira (Psicologia - UFRR)
Valdenilson Brito de Araújo (Psicologia - UFRR)
Violeta de Lys Santana de Castro (Psicologia - UFRR)
Wanessa Dineli de Souza (Psicologia - UFRR)
Yamilla Carolaine Lira Ribeiro (Psicologia - UFRR)

Editoração e Organização do Livro de Resumos


Prof. Me. Lázaro Batista da Fonseca

Os resumos publicados neste livro foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos proponentes. Assim sendo, os conteúdos apresenta-
dos são de exclusiva responsabilidade de seus autores. A Comissão Organizadora não se responsabiliza por consequências decorrentes
de uso de quaisquer dados, afirmações e opiniões inexatas (ou que conduzam a erros) publicados neste livro
APRESENTAÇÃO

O “Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho”


consiste numa iniciativa do curso de Psicologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em parceria
com o Centro de Educação (CEDUC) e gestores/professores/técnicos da UFRR em desenvolver um evento
na área da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) no Extremo Norte do país. A proposta foi atingir
esse objetivo por meio da divulgação da relevância do estudo entre diversas áreas do conhecimento e da
atuação em POT para gestores, profissionais, docentes, estudantes de graduação e de pós-graduação e
comunidade, acerca de temas relacionados ao trabalho em organizações. A proposta de continuidade do
evento é justificada pelo fato de que as organizações estão constantemente presentes na vida das pesso-
as.
Em sua segunda edição, o evento permitiu a discussão e reflexão sobre possíveis ações multidis-
ciplinares para prevenir e promover a saúde psicossocial nas organizações, propor práticas multidiscipli-
nares com espaços para promover qualidade de vida, propiciar saúde e bem-estar dos indivíduos, especi-
ficamente no que concerne aos sentidos, significados e qualidade de vida no trabalho. Uma das novidades
desta edição foi a apresentação de trabalhos científicos e de relatos de experiência profissional. O evento
ocorreu entre os dias 16 e 17 de maio de 2018, na sede da Universidade Federal de Roraima (UFRR). As
atividades foram desenvolvidas pela professora Doutora Suzana da Rosa Tolfo (Universidade Federal de
Santa Catarina – UFSC) com a finalidade de discutir e refletir sobre possíveis ações multidisciplinares para
prevenir e promover a saúde psicossocial nas organizações na reflexão sobre qualidade de vida e sentidos
do trabalho sobre os processos de saúde no contexto do trabalho e das organizações, propor práticas
multidisciplinares com espaços para promover qualidade de vida, propiciar saúde e bem-estar dos indiví-
duos, no ambiente de trabalho.
A apresentação de trabalhos na modalidade comunicação oral contou com a participação de pro-
fissionais, acadêmicos e professores da graduação e da pós-graduação e pesquisadores em geral. As apre-
sentações ocorreram nas dependências da universidade, nas salas de aula do Centro de Educação
(CEDUC). Foram 31 trabalhos aprovados e 27 trabalhos apresentados. As apresentações ocorreram em
dois momentos, nos dias 16 e 17, no período vespertino, em quatro salas possibilitando conforto as pes-
soas e também tempo para apresentação e debate. Tivemos a participação, nos dois dias, de 172 ouvin-
tes. Em cada sala contamos com a presença de um moderador (professor da comissão organizadora e/ou
comissão científica do evento) e de um monitor. As modalidades de apresentação compreenderam Ativi-
dades científicas - Relatos de Pesquisa e Atividades teórico-práticas - Relatos de Experiência.
É possível destacar que o evento foi considerado satisfatório mediante o esforço coletivo de ges-
tores, professores, técnicos e estudantes, especialmente do curso de graduação em psicologia, que con-
tribuíram para a realização deste evento, mesmo diante de inúmeros desafios, possibilitando ser uma ex-
periência enriquecedora para trocas de experiências e conhecimentos multidisciplinares com a finalidade
de estimular o diálogo entre diversas áreas do conhecimento e profissionais que atuam em diferentes
contextos profissionais.
Assim, agradeço a valiosa contribuição de todos para a viabilidade deste evento, promovendo a
divulgação da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) na região do Extremo-Norte do país e a rele-
vante discussão sobre qualidade de vida e temáticas relacionadas com envolvimento de pesquisadores,
docentes e discentes da graduação e dos programas de pós-graduação e comunidade. Deste modo, este
evento teve a finalidade de desenvolver, consolidar e valorizar a trocas de experiências e conhecimentos
multidisciplinares evidenciando junto à sociedade a relevância dessas ciências e de suas atividades técni-
co-profissionais. Gratidão pelo esforço coletivo e até a terceira edição do evento, em 2020.

Fernanda Ax Wilhelm
Coordenadora Geral do Evento
SUMÁRIO

Texto de abertura – Profa. Dra. Suzana da Rosa Tolfo


Sentidos, significados e qualidade de vida: articulações com a saúde do trabalhador 09

Comunicações orais
Processos de resiliência em estudantes de uma universidade pública no Extremo Norte do Brasil 16

Sistema de avaliação de desempenho dos servidores efetivos da casa civil do governo de Roraima 17

Proposta de programa para prevenção e combate ao assédio moral – PPRECAM 18

Percepção de trabalhadores terceirizados sobre indicadores de bem-estar e mal-estar no trabalho 19

Relações causais entre satisfação e produtividade: estudo de caso em um supermercado 20

Análise do efeito turnover em duas empresas do setor farmacêutico de Boa Vista-RR 21

Aspectos psicossociais ergonômicos: estudo de caso do SESI Amazonas 22

Treinamento e desenvolvimento de profissionais na empresa HPET 23

Juventude, trabalho e suicídio em Boa Vista-Roraima: há uma correlação possível? 24

A relevância do acolhimento as gestantes na unidade básica de saúde do Caranã 25

O estresse ocupacional vivenciado por enfermeiros: estratégias de enfrentamento e qualidade de vida 26

Reificação capitalista e a dominação patriarcal em o suicídio de Karl Marx 27

Monitoria: um chamado para docência em enfermagem 28

Percepções sobre o trabalho realizado e sobre o trabalho ideal para venezuelanos em Boa Vista 29

A contribuição de atividades lúdicas no desenvolvimento de um clima organizacional favorável 30

A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho no município de Boa Vista/RR 31

Estratégias de enfrentamento utilizadas por profissionais em um hospital público do norte do país 32

Perfil étnico e escolha profissional discente no curso técnico em agropecuária do IFRR, campus Amajari 33

Influência das cores na saúde do trabalhador e ambiente laboral 34

Análise documental do Cerest/RR relacionado ao adoecimento mental no trabalho entre 2006 a 2008 35
Aconselhamento psicológico como possibilidade de cuidado de trabalhadores da indústria 36

Religião e trabalho: a pluratividade nas igrejas da Assembleia de Deus nos municípios de Roraima 37

Clima de trabalho e cultura organizacional na delegacia especializada no atendimento à mulher de Boa

Vista 38

Educação no campo: os desafios encontrados pelo educador na zona rural 39

“É um meio de ganhar criativamente a vida”: percepção sobre o trabalho para trabalhadores artistas 40

Dificultadores profissionais de gestores de escolas municipais em Boa Vista/RR 41

Assédio moral e o secretário executivo: a violência presente em sua formação 42


II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

SENTIDOS, SIGNIFICADOS E QUALIDADE DE VIDA: ARTICULAÇÕES COM A SAÚDE DO


TRABALHADOR
Profa. Dra. Suzana da Rosa Tolfo
Universidade Federal de Santa Catarina

Este texto abordará brevemente, algumas dessas preocupações com a categoria trabalho na
contemporaneidade e os desafios colocados aos profissionais, de modo especial aos psicólogos das
organizações e do trabalho, para que atuem voltados a saúde e trabalho, em sentido amplo. A
leitura dos Anais do Encontro certamente que possibilitará aos leitores o acesso a importantes
trabalhos que debatem essa problemática, assim como refletem a realidade na qual os profissionais
estão inseridos.
Começo destacando que na vida contemporânea o trabalho adquiriu centralidade na
sociedade ocidental. Tornou-se o principal fato social (mesmo que esta centralidade esteja sendo
questionada nos últimos anos), pois é associado a designativos positivos, é gerador de significado
social e de sentidos singulares que proporcionam identidade pessoal e profissional. Pode, ainda, ser
fonte de qualidade de vida e de saúde, embora nem sempre possa ser representado de forma
positiva, o que remete a situações de riscos e mal-estar. Assim, torna-se relevante refletir sobre os
sentidos e significados do trabalho que “são produzidos pelos sujeitos a partir de suas experiências
concretas na realidade” (PICCININI; TOLFO, 2007, p. 44). Dada a complexidade desse fenômeno,
isso deve ser feito com base numa perspectiva multidisciplinar, multidimensional e dinâmica,
resultante da interação entre variáveis pessoais/dimensão individual (possibilitar valorização,
desenvolvimento e crescimento, prazer, entre outros) e variáveis ambientais/dimensão
organizacional relacionadas ao trabalho (utilidade, organização do trabalho e relações interpessoais
positivas com a possibilidade de estabelecer relações construtivas).
Este texto abordará algumas dessas preocupações com o papel do trabalho na vida das
pessoas e os desafios colocados aos profissionais, de modo especial aos psicólogos das
organizações e do trabalho, para que atuem voltados à saúde nas organizações.

TRABALHO: SENTIDOS E SIGNIFICADOS

As alterações no modo de estruturar o trabalho implicam em compreender esse fenômeno


e seus desdobramentos sob diversas perspectivas, seja com base na economia, na sociologia, na
história, na administração ou na psicologia, nosso foco. O referencial da psicologia das organizações
e do trabalho permite compreender, entre outras possibilidades, as vivências dos sujeitos frente à

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

diversidade que as mudanças têm engendrado e as suas articulações com diversas perspectivas de
análise provenientes de outras ciências ou disciplinas. Abordar o trabalho, portanto, remete a
considerar a sua complexidade e polissemia.
Conceitualmente considera-se o trabalho como uma atividade social humana, que
pressupõe intencionalidade, reflexão, consciência, instrumentalidade e moralidade (BLANCH-RIBAS,
2003), características que diferenciam humanos dos animais. Na perspectiva tradicional marxista,
trata-se da capacidade de transformação da natureza (MARX, 2008) que implica em uma relação
entre sujeito e objeto, mediada pelo significado (CODO, 1997, 2002). Codo (1997, 2002) considera
que quanto mais completo e complexo o circuito sujeito–trabalho–significado maior o prazer no
trabalho, enquanto que o rompimento no circuito de significados do ponto de vista do trabalhador
leva ao sofrimento, e a possibilidades de problemas de saúde mental. É possível utilizar uma
metáfora para pensar nos significados do trabalho na forma de três polos: positivos, instrumentais
e negativos. Para Blanch-Ribas (2003), as conotações negativas são relativas à tortura, sofrimento,
doença; o polo instrumental é associado à contrapartida financeira, benefícios e garantias de
sobrevivência e está associado ao polo positivo, que envolve prazer, alegria, bem-estar, qualidade
de vida e saúde, em sentido amplo. Assim, o significado do trabalho pode se alternar nesses três
polos, ora com a predominância de um, de dois ou com a coexistência de todos eles (TOLFO, 2015)
em diferentes momentos da vida.
Na literatura é possível encontrar o uso dos termos “significados” e “sentidos” como
sinônimos. Entretanto, entendemos que eles devem ser diferenciados, dadas as peculiaridades
identificadas em estudos na psicologia (TOLFO, 2015). O trabalho com sentido remete às vivências
singulares e próprias de cada um e, embora sejam elaborados com base em construções sociais e
institucionalizadas, representam a autoria própria de cada sujeito. Para Morin (1996, p. 270), a
origem da palavra sentidos vem do latim sensus, a ação de sentir, ou seja, “o sentido refere-se à
faculdade de perceber, julgar, descobrir a inteligibilidade dos seres, das ações e das coisas, mas
também da raiz germânica sen relativa à ‘direção’”. O autor identifica seis características principais
de um trabalho com sentido: é realizado com eficiência e pressupõe um resultado útil; precisa gerar
satisfação na realização das tarefas; deve ser moralmente aceitável; proporciona relações
interpessoais satisfatórias; proporciona autonomia, segurança e contrapartida econômica que
garantam a sobrevivência; e mantém ocupação do tempo na vida do indivíduo (MORIN, 2007). Em
contrapartida, a falta de sentido pode levar ao vazio existencial, à ansiedade, dentre outros estados
reconhecidos como negativos.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

Os significados, construídos socialmente, nos remetem às definições mais gerais do que


seja o trabalho na nossa sociedade e, para tanto, podemos utilizar os três quadrantes que articulam
um polo negativo, um polo neutro ou instrumental e, em outro extremo, um polo positivo
(conforme apresentado anteriormente). Tanto os significados quanto os sentidos remetem aos
propósitos, ao que nos permite estabelecer direção e objetivo ao que fazemos, na vida e em outras
esferas, como o trabalho. Assim, reconhecer a distinção teórico-prática entre “significados” e
“sentidos” do trabalho associa o primeiro (SILVA; TOLFO; ZANELLI, 2011) a concepções e práticas
socialmente compartilhadas e aceitas (inclusive moralmente), e o segundo ao que é específico,
autoral e singular, ao mesmo tempo em que se espera que o sujeito vivencie coerência cotidiana
entre ambos.
Sintetizando, significados e sentidos são conceitos interdependentes. Os significados do
trabalho são construídos e apropriados coletivamente em determinado contexto histórico,
econômico e social (SCHWEITZER et. al., 2016; PICCININI; TOLFO, 2007; SILVA; TOLFO, 2017; TOLFO,
2015). Já os sentidos do trabalho estão relacionados a uma produção pessoal a partir da apreensão
individual de significados coletivos, nas experiências cotidianas (SCHWEITZER et. al., 2016;
PICCININI; TOLFO, 2007; SILVA; TOLFO, 2017; TOLFO, 2015). Portanto, é relevante que gestores
compreendam os sentidos atribuídos ao trabalho porque “[…] um trabalho com sentido é
importante, útil e legítimo para quem o realiza [...]” (SILVA; TOLFO, 2017, p. 100).
Se o trabalho inclui a construção e intercâmbio constante de significados, implica,
também, em ser abordado tanto em suas dimensões objetivas quanto subjetivas (DE LA GARZA
TOLEDO, 2009). Um dos construtos que vem sendo estudados contemporaneamente em psicologia
das organizações são os fatores psicossociais, como será abordado em sequência.

FATORES PSICOSSOCIAIS PROTETIVOS OU DE RISCO E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A psicologia e outras disciplinas vêm se utilizando do termo “psicossocial”, sem que muitas
vezes o mesmo seja definido, como se fosse consensualmente conhecido. Psicossocial, segundo o
Ministerio de Empleo y Seguridad Social de la España (2012), é aquilo que remete à interação entre
indivíduo (psico) e seu entorno (social), o que é bastante amplo e complexo. Esses fatores
psicossociais podem ser tanto favoráveis como geradores de riscos, no nosso caso relacionado ao
trabalho. Quando se procura compreender como eles podem ser identificados no nosso cotidiano,
tanto em termos de definições, quanto para elaborar intervenções profissionais, encontra-se a
ideia de que os fatores psicossociais podem ser tanto favoráveis como geradores de riscos, no

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

nosso caso relacionado ao trabalho (ÁLVAREZ, 2012). São fatores favoráveis quando contribuem
para o desenvolvimento da atividade laboral e favorecem a qualidade de vida das pessoas, as
relações de trabalho e a produtividade. E os fatores psicossociais são de risco quando são
potencialmente danosos aos indivíduos do ponto de vista psicológico, físico e social e são fontes
diretas ao estresse ocupacional (JACINTO; TOLFO, 2017). Kanan e Zanelli (2018), por sua vez,
definem que os fenômenos psicossociais relacionados ao trabalho podem ser tanto favoráveis
como desfavoráveis, sendo favoráveis quando proporcionam suporte e proteção aos trabalhadores
e desfavoráveis em situações ameaçadoras, perigosas e de risco.
A Figura 1 demonstra a conceituação, conforme especialistas da OIT, sobre os fenômenos
psicossociais relacionados ao trabalho.

Figura 1 — Fatores psicossociais do trabalho

Fonte: ILO (1984).

Na Figura 1 foram apresentados alguns indicadores que tanto podem ser pensados em
uma perspectiva protetiva, quanto de riscos. Ao se considerar ambas as possibilidades, as ações
voltadas a Qualidade de Vida no Trabalho mostram-se como uma alternativa no sentido de
promover ambientes psicossocialmente promotores de saúde na organização.
Os psicólogos e demais profissionais que atuam em organizações de trabalho podem
contribuir para a saúde dos trabalhadores ao orientar a atuação das organizações no sentido da
busca pela qualidade de vida. Nas políticas, programas e ações de qualidade de vida no trabalho
(QVT), ao serem focados os comportamentos humanos essenciais para o desenvolvimento
organizacional (LIMONGI-FRANÇA, 2003), a atuação do psicólogo em equipes multidisciplinares
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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

organizacional (LIMONGI-FRANÇA, 2003), a atuação do psicólogo em equipes multidisciplinares


torna-se imprescindível ao êxito das práticas de QVT (SILVA; TRIERWEILER, 2010). Ao partir da
denominação genérica – QVT – o conceito pode ser definido com base na saúde, na motivação, na
satisfação, nas condições ergonômicas e de trabalho, na redução do estresse, nos estilos de
liderança, na prática de atividade física, etc. (LUNA; SILVA; TOLFO, 2009).
Walton (1973) conceitua QVT baseado nos princípios de humanização do trabalho e na
responsabilidade social das organizações. Para o autor, as dimensões que articuladas proporcionam
QVT e os respectivos indicadores são: compensação justa e adequada (equidade salarial interna e
externa e benefícios); condições de trabalho (condições seguras e saudáveis, com respeito à
jornada de trabalho); oportunidade de uso e desenvolvimento de capacidades (autonomia e
possibilidades de autocontrole); possibilidade de adoção de habilidades variadas e perspectivas
sobre o processo total do trabalho; oportunidade de crescimento contínuo e segurança
(desenvolvimento de carreira e segurança no emprego); integração social no trabalho (apoio dos
grupos primários, igualitarismo e ausência de preconceitos); constitucionalismo (normas e regras
para todos, respeito à privacidade pessoal e adesão a padrões de igualdade); trabalho e espaço
total da vida (conciliação e papel do trabalho no conjunto da vida do empregado) e relevância
social da vida no trabalho (relevância social do trabalho e da organização no ambiente no qual se
insere).
As oito dimensões inter-relacionadas formam um conjunto que possibilita ao apreender
pontos percebidos pelos trabalhadores como positivos ou negativos na sua situação de trabalho
(SILVA; TOLFO, 1999). Também constituem processos psicossociais relacionados a qualidade de
vida do trabalhador e que deveriam orientar práticas saudáveis nas organizações. Ele é composto
por oito categorias de análise e seus indicadores que permitem analisar o conjunto de condições e
práticas organizacionais, questões relacionadas à satisfação e percepção dos empregados sobre os
aspectos positivos no trabalho (SILVA; TOLFO, 1999), assim como permitem identificar
aproximações com a perspectiva de construção de organizações saudáveis.
Assim, é possível analisar indicadores da organização de trabalho em termos dos esforços
colaborativos realizados para potencializar o bem-estar, proporcionar atividades de trabalho
significativas de envolvimento e de participação e conciliar trabalho e vida pessoal. A organização
de trabalho, baseada nessa premissa, tende a apresentar menores índices de absenteísmo e
atrasos, e maior índice de comprometimento, eficiência e resiliência.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO SAUDÁVEL: SINTETIZANDO

Discutir os conhecimentos concernentes à Psicologia Organizacional e do Trabalho é falar de


uma temática contemporânea e que suscita, diariamente, novas reflexões por envolver elementos
desafiadores aos gestores e às organizações: as pessoas. Assim, “os pressupostos fundamentais de
qualidade de vida constituem elementos imprescindíveis das organizações saudáveis. Encontram-se
vinculados à saúde e qualidade de vida das pessoas nas organizações” (SILVA; TOLFO; ZANELLI,
2011, p. 8).
Sintetizando, falar em organizações saudáveis envolve descrever práticas organizacionais
voltadas a fatores psicossociais e que envidam
[...] esforços de colaboração, sistemáticos e intencionais para maximizar o bem-
estar dos empregados e a produtividade, mediante a criação de postos de trabalho
bem planejados e significativos, de ambientes sociais de apoio e, em suma,
mediante oportunidades equânimes e acessíveis para o desenvolvimento da
carreira e do equilíbrio entre trabalho e vida privada (DEJOY et al., 2004, p. 567).

Cabe, então, a todas (os) o desafio de trabalhar na busca de sentidos, significados e fatores
psicossociais positivos, que possam ser protetivos e propícios à qualidade de vida e à saúde do
trabalhador. Isso, em última análise, contribuirá para o desenvolvimento de organizações cada vez
mais saudáveis.

REFERÊNCIAS

ÁLVAREZ, C. C. B. Riesgo psicosocial intralaboral y "burnout" en docentes universitarios de algunos


países latinoamericanos. Cuadernos de Administración, v. 28, n. 48, p. 117-132, 2012.

BLANCH-RIBAS, J. M. Trabajar en la modernidad industrial. In: BLANCH-RIBAS, J. M.; TOMÁS, M. J.


E.; DURAN, C. G.; ARTILES, A. M. Teoria de las relaciones laborales: fundamentos. Barcelona:
Editorial UOC, 2003. p. 19-147.

CODO, W. Um diagnóstico do trabalho (em busca do prazer). In: TAMAYO, A.; BORGES-ANDRADE, J.
CODO, W. (Eds.). Trabalho, organizações e cultura. São Paulo: Cooperativa de Autores Associados,
1997.

CODO, W. Um diagnóstico integrado do trabalho com ênfase em saúde mental. In: JACQUES, M. das
G.; CODO, W. Saúde mental e trabalho: leituras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

DEJOY, D. M.; MCGRATH, A. L.; RICHARDSON, H. A. VANDENBERG, R. J. WILSON, M. G. Work


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Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 77, p. 565-588, 2004.

DE LA GARZA TOLEDO, E. Hacia un concepto ampliado de trabajo. In: DE LA GARZA TOLEDO, E. El


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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

JACINTO, A.; TOLFO, S. da R. Riscos psicossociais no trabalho: conceitos, variáveis e instrumentos de


pesquisa. Perspectivas em Psicologia. Uberlândia, v. 21, n. 1, p. 39-55, 2017.

KANAN, L. A.; ZANELLI, J. C. Fatores de risco, proteção psicossocial e trabalho: organizações que
emancipam ou que matam. Lages: Editora da Uniplac, 2018.

LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas nas empresas da


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LUNA, I.; SILVA, N.; TOLFO, S. da R. Cultura organizacional, identidade e qualidade de vida no
trabalho: articulações e sugestões de pesquisas em organizações. Pesquisas e Práticas Psicossociais,
São João del-Rei, v. 4, n. 1, p. 6-16, dez. 2009.

MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008. 175p.

MORIN, E. M. Epistemologia da Complexidade. In: SCHNITMAN, D. F. (Org.), Novos Paradigmas,


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PICCININI, V. C.; TOLFO, S. da R. Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis


e estudos empíricos brasileiros. Psicologia & Sociedade, v. 19, ed. especial, p. 38-46, 2007.

SCHWEITZER, L.; GONÇALVES, J.; TOLFO, S. da R.; SILVA, N. Bases epistemológicas sobre sentido(s) e
significado(s) do trabalho em estudos nacionais. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v.16,
n.1, p. 103-116, 2016.

SILVA, N.; TRIERWEILER, M. O psicólogo nas ações de qualidade de vida: possibilidades de


intervenção nos ambientes físico e psicossocial das organizações. Curitiba: Editora Juruá, 2010.

SILVA, N.; TOLFO, S. R. Cultura organizacional e qualidade de vida no trabalho: um estudo no ramo
hoteleiro de Florianópolis. Revista Convergência, n. 20, p. 208-300, 1999.

SILVA, N.; TOLFO, S. da R. Os significados e os sentidos positivos do trabalho. In: S. de T. M. BOEHS,


N. SILVA (Orgs.), Psicologia positiva nas organizações e no trabalho: conceitos fundamentais e
sentidos aplicados (p. 98-114). São Paulo: Vetor, 2017.

SILVA, N.; TOLFO, S. R.; ZANELLI, J. C. Qualidade de vida, cultura organizacional e organizações
saudáveis. In: ZANELLI, J.C.; SILVA, N.; TOLFO; S.R. (Orgs.). Processos psicossociais nas organizações
e no trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

TOLFO, S. da R. Significados e sentidos do trabalho. In: BENDASSOLLI, P. F.; BORGES-ANDRADE, J. E.


(Orgs.). Dicionário de Psicologia do Trabalho e das organizações. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2015.

WALTON, R.E. Quality of working life: what is it? Sloan Management, v. 15, n. 1, p. 11-21, 1973.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

PROCESSOS DE RESILIÊNCIA EM ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO EXTREMO


NORTE DO BRASIL

Melissa Seelig Pamplona Barros—Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autor/apresentador)


Fernanda Ax Wilhelm— Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)

Resumo. O objetivo deste estudo foi compreender os processos de resiliência construídos ao


longo da trajetória acadêmica. Como instrumento de pesquisa, foi utilizado um roteiro de
entrevista semiestruturado aplicado em 10 estudantes provenientes de uma universidade pública
localizada no extremo norte do Brasil. Os relatos foram gravados e transcritos de maneira a primar
por sua fidedignidade. A análise dos dados coletados se deu tendo por base a Análise de Conteúdo
proposta por Bardin, e o material transcrito foi organizado em categorias estabelecidas a priori e a
posteriori. Os resultados mostraram que os estudantes empreenderam vários esforços no sentido de
superar as adversidades e retomar a vida após eventos de vida considerados estressantes e difíceis,
tais como o luto, desentendimentos com a família e com os colegas de curso, entre outros. Além
disso, foi possível identificar elementos que atuaram como fatores de proteção para o
fortalecimento da resiliência dos estudantes. Estes fatores foram divididos em internos e externos à
universidade pesquisada. Entre os internos, estavam: o acesso à biblioteca da universidade, para ir
em busca de referências bibliográficas que os ajudassem a compreender assuntos de disciplinas
consideradas por eles complexas; assistência psicológica ofertada pela clínica universitária; e um
bom relacionamento interpessoal com os colegas de curso de modo a favorecer rodas de conversa
que os permitissem verbalizar suas experiências no meio acadêmico. Entre os externos, estavam:
rede de apoio familiar e de amigos, igreja, religião e atividades de lazer. Analisar em que condições
se dá a resiliência acadêmica possibilita a elaboração de intervenções de transição e adaptação às
exigências da vida universitária. Para além disso, identificar os fatores que incidem na
vulnerabilidade dos estudantes permite refletir sobre estratégias que busquem minimizar ou
eliminar o impacto do estresse sentido pelos discentes ao longo de sua trajetória acadêmica.

Palavras-chave. Resiliência acadêmica; Universidade; Estresse.


Agência de fomento: CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS SERVIDORES EFETIVOS DA CASA CIVIL DO


GOVERNO DE RORAIMA

Leandro Eduardo Bezerra Bastos – Faculdades Cathedral, Administração (autor)


Daiane Tretto da Rocha – Universidade Federal de Roraima, Administração (coautor/apresentador)
Rita de Cassia da Silva Costa – Universidade Federal de Roraima, Administração (coautor)
Jorge Kennedy da Rocha Rodrigues – Universidade Estadual de Roraima, Direito (coautor)

Resumo. A presente pesquisa apresenta uma discussão acerca da avaliação de desempenho,


como um dos efeitos da efetivação do princípio da eficiência na administração pública brasileira. A
avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho dos trabalhadores nos
respectivos cargos e áreas de atuação e do seu potencial de desenvolvimento. O objeto de estudo
desta pesquisa foram os servidores da Casa Civil de Roraima, inicialmente, foi investigada a
percepção dos colaboradores que trabalham neste órgão, a respeito da efetividade do subsistema
de avaliação de desempenho. Também identificou os principais fatores, positivos e negativos, do
atual método de avaliação utilizado. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de
questionário semiestruturado, com uma amostra de 24 servidores, de um total de 27 lotados na
Casa Civil em outubro de 2015. Como resultado, verificou-se que as crenças compartilhadas entre
os participantes da pesquisa sugerem que a avaliação de desempenho precisa ser aperfeiçoada. O
principal fator que dificulta a aplicação da avaliação neste órgão é a falta de interesse do servidor
avaliado em buscar informações referentes ao resultado das avaliações, tendo em vista que, ao dar
ciência e assinar os formulários nos campos específicos, nota-se que muitos não se interessam em
saber em que nível (classe/referência) encontram-se para fins de progressão, mesmo tendo
conhecimento da existência de uma subcomissão de avaliação de desempenho na sua unidade de
lotação, disposta a sanar quaisquer dúvidas e dar suporte ao servidor que não concordar com
possíveis resultados em sua avaliação. Conclui-se que o sistema de avaliação é antigo, porém
eficiente, considerando que todas as etapas são cumpridas de acordo com a legislação pertinente.

Palavras-chave. Avaliação de desempenho; Administração pública; Efetividade.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

PROPOSTA DE PROGRAMA PARA PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO MORAL – PPRECAM

Sandra Greice Becker – Universidade Federal do Amazonas, Enfermagem (autor/apresentador)


Maria Izabel Ovellar Heckmann – Universidade Federal do Amazonas, Biologia (coautor)
Katia Cilene do Couto – Universidade Federal do Amazonas, História (coautor)
Ronaldo Vitorino Bastos – Universidade Federal do Amazonas, Biologia (coautor)
Maria Rosaria do Carmo – Universidade Federal do Amazonas, Geologia (coautor)
Adenilda Teixeira Arruda – Universidade Federal do Amazonas, Psicologia (coautor)

Resumo. A presente pesquisa apresenta uma discussão acerca da avaliação de desempenho,


como um dos efeitos da efetivação do princípio da eficiência na administração pública brasileira. A
avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho dos trabalhadores nos
respectivos cargos e áreas de atuação e do seu potencial de desenvolvimento. O objeto de estudo
desta pesquisa foram os servidores da Casa Civil de Roraima, inicialmente, foi investigada a
percepção dos colaboradores que trabalham neste órgão, a respeito da efetividade do subsistema
de avaliação de desempenho. Também identificou os principais fatores, positivos e negativos, do
atual método de avaliação utilizado. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de
questionário semiestruturado, com uma amostra de 24 servidores, de um total de 27 lotados na
Casa Civil em outubro de 2015. Como resultado, verificou-se que as crenças compartilhadas entre
os participantes da pesquisa sugerem que a avaliação de desempenho precisa ser aperfeiçoada. O
principal fator que dificulta a aplicação da avaliação neste órgão é a falta de interesse do servidor
avaliado em buscar informações referentes ao resultado das avaliações, tendo em vista que, ao dar
ciência e assinar os formulários nos campos específicos, nota-se que muitos não se interessam em
saber em que nível (classe/referência) encontram-se para fins de progressão, mesmo tendo
conhecimento da existência de uma subcomissão de avaliação de desempenho na sua unidade de
lotação, disposta a sanar quaisquer dúvidas e dar suporte ao servidor que não concordar com
possíveis resultados em sua avaliação. Conclui-se que o sistema de avaliação é antigo, porém
eficiente, considerando que todas as etapas são cumpridas de acordo com a legislação pertinente.

Palavras-chave. Avaliação de desempenho; Administração pública; Efetividade.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES TERCEIRIZADOS SOBRE INDICADORES DE BEM-ESTAR E MAL-


ESTAR NO TRABALHO

Halaine Cristina Pessoa Bento – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autor/apresentador)


Melissa Seelig Pamplona Barros – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Letycia Alves de Macêdo – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Nadiele Alves da Silva – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Dyme da Silva – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Fernanda Ax Wilhelm – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)

Resumo. O objetivo deste estudo foi investigar a percepção de indicadores de bem-estar e


indicadores de mal-estar no trabalho e suas repercussões para trabalhadores terceirizados na área
de serviços gerais. Nesse sentido, esta pesquisa desenvolveu-se a partir de uma atividade didática-
prática da disciplina Psicologia Organizacional do curso de Psicologia da Universidade Federal de
Roraima. Diante disso, decidiu-se pelo contexto da terceirização, considerando que a flexibilização
nas normas trabalhistas influenciou o aumento do trabalho terceirizado, permitindo, assim, a
precarização de vínculos e relações contratuais, condições de trabalho, entre outros aspectos.
Foram participantes sete trabalhadores, seis brasileiros e um estrangeiro, com idades
compreendidas entre 25 e 55 anos, em uma universidade pública do extremo norte do país. Como
instrumento aplicou-se um questionário semiestruturado, pelo qual foi possível identificar
aspectos positivos e negativos das atividades desenvolvidas. Os dados foram analisados com base
na abordagem da análise de conteúdo de Bardin. Dentre os principais resultados, as percepções
dos participantes acerca dos indicadores de bem-estar no trabalho estavam relacionadas ao prazer
no ambiente de trabalho e boas relações interpessoais, enquanto que os indicadores de mal-estar
envolviam baixo salário, os dias de trabalho, além da exigência de trabalhar em situação de
adoecimento. Em vista disso, os resultados da pesquisa apontaram mais indicadores de mal-estar
no trabalho do que de bem-estar, o que faz pensar que tais aspectos negativos podem afetar a
qualidade de vida, motivação, desempenho e, ainda, desenvolvimento pessoal, mental e físico
dos trabalhadores. Logo, este trabalho pode contribuir para a produção de conhecimento de
estudos voltados aos trabalhadores terceirizados e possíveis reflexões e intervenções do psicólogo
voltadas à saúde do trabalhador.

Palavras-chave. Trabalhadores terceirizados; Bem-estar no trabalho; Mal-estar no trabalho;


Saúde mental.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

RELAÇÕES CAUSAIS ENTRE SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE: ESTUDO DE CASO EM UM


SUPERMERCADO

Violeta de Lys S. de Castro – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autora/apresentadora)


Bárbara Tâmara Oliveira da Silva – Universidade Federal do Ceará, Psicologia (coautora)
Fernanda Carvalho da Costa - Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)
Gabriela Pires Menezes Feijó - Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Rebeca Rodrigues Pereira - Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)
Thayná Lima Accioly de Almeida - Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)

Resumo. A pesquisa realizada teve como objetivo analisar quais as eventuais relações entre
satisfação e produtividade, bem como seus níveis, e quais fatores contribuem para o alcance dos
objetivos relativos à organização e ao trabalhador. Realizou-se um estudo de caso exploratório,
com caráter qualitativo, já que as situações referidas estão fora do âmbito do laboratório. O
público-alvo determinado foi o de operadores de caixa de uma rede de supermercados em Boa
Vista/Roraima, permitindo a partir dos dados coletados a realização de uma análise e uma
discussão sobre as tais perspectivas. Foram utilizados métodos de observação assistemática e
entrevistas semiestruturadas com os trabalhadores, possibilitando, assim, um diálogo entre as
diferentes perspectivas, e uma visualização a partir da discrepância entre esses instrumentos,
sendo esclarecido que a visão de alcance de produtividade por parte dos gestores diferia dos
operadores, pois os primeiros priorizavam aspectos individuais de trabalho, como o cumprimento
de metas, competitividade, entre outros como antecedentes de bons resultados, enquanto a
literatura aponta que os meios de alcance desta produtividade devem considerar a saúde do
trabalhador e suas motivações pessoais. É cabível a discussão de questões que foram percebidas
durante a pesquisa como: a alta rotatividade, a falta de percepção sobre a própria função, a falta
de autonomia, entre outros aspectos, relativos ao trabalhador, que geram insatisfação e queda da
taxa de produtividade pelos mesmos. O trabalho teve finalidades acadêmicas, porém não
inviabiliza a importância sobre a discussão e compreensão acerca do tema proposto, colocando em
pauta a importância da reflexão acerca do que é tido como produtivo, e como deveras se alcança
tal produtividade no devido estabelecimento, concluindo que tomar conhecimento da percepção
subjetiva do trabalhador é de suma relevância para a produção de novos saberes acerca do tema.

Palavras-chave. Produtividade; Satisfação; Estudo de caso.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ANÁLISE DO EFEITO TURNOVER EM DUAS EMPRESAS DO SETOR FARMACÊUTICO DE BOA VISTA-


RR

Rita de Cassia da S. Costa – Universidade Federal de Roraima, Administração (autor/apresentador)


Jocilene dos Santos Oliveira – Faculdade Cathedral, Administração (coautor)
Daiane Tretto da Rocha – Universidade Federal de Roraima, Administração (coautor)
Jorge Kennedy da Rocha Rodrigues – Universidade Estadual de Roraima, Direito (coautor)

Resumo. Esta pesquisa teve o objetivo de analisar o efeito turnover em duas empresas do setor
farmacêutico na cidade de Boa Vista-RR. A rotatividade nessas organizações gera custos com
recursos materiais, administrativos, financeiros e humanos, muitas vezes sem que as empresas
percebam o quanto estão perdendo. Esta pesquisa envolveu o contexto local, estudando a
interação do setor farmacêutico com a rotatividade de pessoas, levando em consideração fatores
sociais, culturais e econômicos de Roraima. Analisaram-se, ainda, as técnicas de recrutamento e
seleção utilizadas nas empresas com intuito de identificar eventuais falhas que corroboram para o
aumento do índice turnover. A metodologia utilizada neste estudo foi pesquisa bibliográfica e
pesquisa de campo com aplicação de questionários e entrevistas. Tem-se como resultado que,
apesar da satisfação do colaborador com o salário, benefícios e clima organizacional, os índices de
turnover são elevados nas duas organizações. A maioria dos desligamentos ocorre por decisão da
empresa, segundo os gerentes os colaboradores não se adaptam ao ritmo de trabalho da farmácia
e demonstram pouca vontade de respeitar a escala de trabalho nos finais de semana e feriados.
Ambas as organizações tem conhecimento dos problemas enfrentados, mas encontram
dificuldades para controle desses índices, bem como a identificação das consequências geradas
pelo efeito turnover.

Palavras-chave. Gestão de pessoas; Turnover; Setor farmacêutico.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS ERGONÔMICOS: ESTUDO DE CASO DO SESI AMAZONAS

Marilene Bezerra da Costa – Serviço Social da Indústria – SESI AMAZONAS, Psicologia (autor
apresentador)
Adonias da Silva Sampaio Júnior – Serviço Social da Indústria – SESI AMAZONAS, Psicologia (coautor)

Resumo. O estudo teve como objetivo intervir na organização do trabalho e nos aspectos
psicossociais e cognitivos do trabalhador que envolve a sua atuação laboral. O método utilizado foi
a entrevista com os trabalhadores e observação in loco do posto de trabalho para observar as
condições laborais e identificar possíveis riscos ergonômicos em mobiliários, operações de
levantamento, transporte e descarga individual de materiais, condições ambientais, equipamentos
dos postos de trabalho e organização do trabalho de uma indústria instalada no Polo Industrial de
Manaus (PIM), do segmento de metalmecânica. Após a coleta dos dados foram analisados os
aspectos observados, e elaborado um plano de ação com as recomendações necessárias para
melhoria das condições de trabalho. A implementação das ações propostas foi executada por meio
de treinamentos, constituição de comitê de ergonomia com trabalhadores e líderes, visitas técnicas
mensais e abordagem individualizada com o trabalhador. Como resultado da intervenção verificou-
se melhoria do clima organizacional e das relações interpessoais entre liderança e liderados,
participação ativa dos trabalhadores nas soluções para melhorias das condições de trabalho,
motivação, melhoria na comunicação interna, atuação preventiva para evitar o aparecimento de
doenças como LER/DORT e transtornos psicossociais, redução de riscos ergonômicos e de acidentes
de trabalho, redução do absenteísmo e turnover, promoção da qualidade de vida e melhoria na
imagem da empresa associada à responsabilidade social. Espera-se com este trabalho contribuir
para divulgar a importância da promoção de aspectos que preservem a integridade física dos
trabalhadores, além do cumprimento das legislações de saúde e segurança no trabalho.

Palavras-chave. Ergonomia; Psicossocial; Organização do trabalho.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PROFISSIONAIS NA EMPRESA HPET

Iunan Farias – Faculdades Cathedral, Administração (autor)


Daiane Tretto da Rocha – Universidade Federal de Roraima, Administração (coautor/apresentador)
Jorge Kennedy da Rocha Rodrigues – Universidade Estadual de Roraima, Direito (coautor)

Resumo. Este trabalho foi desenvolvido na empresa Hpet, uma clínica veterinária que pretende
se diferenciar no mercado através do desenvolvimento profissional. Neste sentido, o objetivo foi
analisar a importância do treinamento dos colaboradores no desenvolvimento organizacional. Para
atingir este objetivo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, entrevista com a gerente da empresa e
aplicação de questionário semiestruturado com os colaboradores no segundo semestre de 2016.
Diante disso, foi possível identificar que o treinamento profissional é fundamental para estimular e
apoiar o contínuo desenvolvimento dos funcionários, a fim de atingir os objetivos da organização.
Constatou-se que a empresa oferece aos funcionários consultorias e palestras realizadas uma vez
ao ano, com a duração de seis meses, sendo divididos em dois trimestres, sendo o 1º trimestre de
teorias e provas e o 2º trimestre de práticas. Os resultados apontaram que 70% dos colaboradores
consideram os cursos e consultorias ótimos. Com relação aos materiais didáticos, 50% dos
funcionários consideram excelentes, os demais apontaram como bons e razoáveis. Em relação à
carga horária do curso 40% considerou excelente, 30% bom e 30% regular. A empresa Hpet
acredita que a qualidade dos serviços melhorou depois das capacitações, havendo um ganho de
tempo devido à rápida solução dos problemas, além de diminuir os custos devido à contenção do
desperdício de matéria prima, contribuindo para criar um diferencial competitivo. Conclui-se que
os investimentos em treinamentos têm favorecido a consolidação das metas da empresa.

Palavras-chave. Treinamento; Desenvolvimento; Aprendizagem.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

JUVENTUDE, TRABALHO E SUICÍDIO EM BOA VISTA, RORAIMA: HÁ UMA CORRELAÇÃO POSSÍVEL?

Rosana Maria Luz Fernandes – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autora/apresentadora)

Resumo. Ao buscar compreender a correlação entre o suicídio, as desigualdades sociais, de


classe, gênero e raça, e a migração em Boa Vista/Roraima, inicialmente foram analisados os dados
registrados pela Secretaria Estadual de Saúde, com os quais se pode delinear o perfil
epidemiológico do estado e, assim, inferir que o mundo do trabalho e suicídio estão
correlacionados. A Organização Mundial Saúde (OMS) estima que, por ano, 800 mil pessoas
morrem por suicídio em todo mundo, e para cada adulto que se suicida, em média, 20 tentam. A
OMS afirma, ainda, que o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios, com 11.821 casos
registrados. Dentre as capitais do país, Boa Vista apresenta o segundo maior índice. De acordo com
dados recebidos pela Coordenação Geral de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde
de Roraima (SESAU), no período de 2010 a 2016, ocorreram 252 óbitos por suicídio no estado e
foram notificados 768 casos de tentativas. Com relação à faixa etária, a que mais apresenta o
comportamento suicida é de 20 a 29 anos. Exatamente a etapa da vida em nossa sociedade na qual
o sujeito entra no mercado de trabalho ou está se preparando para isso. Nesse sentido, ao
considerar que a economia do estado está baseada no serviço público, com pouco investimento no
comércio ou indústria, é importante refletir sobre a correlação entre o mundo do trabalho e a
saúde mental dos jovens.

Palavras-chave. Juventude; Trabalho; Suicídio.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

A RELEVÂNCIA DO ACOLHIMENTO AS GESTANTES NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO CARANÃ

Lilian Maria Caroline Alves Ferreira – Faculdades Cathedral, Psicologia (autora/apresentadora)


Keliane da Cruz Pereira – Universidade Federal de Roraima, Geografia (coautora)
Jania de Rezende – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Biologia (coautora)

Resumo. A presente pesquisa teve por objetivo analisar a relevância do atendimento acolhedor
às gestantes da unidade básica de saúde do bairro Caranã. Os procedimentos metodológicos
selecionados para realização da pesquisa foram constituídos pela revisão bibliográfica e coleta de
dados através de aplicação de questionários com 25 usuárias gestantes. Para o tratamento dos
dados foram utilizados métodos estatísticos e a análise quantitativo-qualitativa. Verificou-se que
mesmo com leis que regulamentam o atendimento acolhedor, a unidade de saúde não contempla
de forma eficiente todas as gestantes, ou seja, as mesmas não se sentem acolhidas durante o
atendimento nem pelos médicos, nem pelos demais profissionais envolvidos. Dessa forma, as
políticas públicas de atendimento a mulher no período gestacional constituem-se de planos ou
estratégias que objetivam oferecer as usuárias cuidados especializados, garantindo o seu acesso ao
pré-natal e as demais demandas que venham surgir no decorrer da gestação contribuindo
concretamente para sua valorização como mulher nesse período, efetivando deste modo
melhorias no funcionamento dos serviços de atenção primária à saúde. Face ao exposto, os
resultados e discussões foram baseados em leis que regulamentam esse atendimento, assim como
considerações sobre a temática fundamentadas por diversos autores que se referem ao
acolhimento como uma troca de sentimentos e saberes que devem contemplar o atendimento
integralizado e humanizado que necessariamente está associado ao acolhimento. Percebe-se a
partir do que foi discutido acima que o atendimento humanizado consiste da valorização de todos
os agentes envolvidos.

Palavras-chave. Gestantes; Acolhimento; Integralidade.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

O ESTRESSE OCUPACIONAL VIVENCIADO POR ENFERMEIROS: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO


E QUALIDADE DE VIDA

Kelly Maria de Queiroz Martins Licinio – Universidade Federal de Roraima, Enfermagem (autora/
apresentadora)
Calvino Camargo – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)

Resumo. O objetivo deste estudo foi conhecer as características do estresse ocupacional na


atividade diária do enfermeiro em ambiente hospitalar, as estratégias de enfrentamento e as
repercussões na qualidade de vida dos enfermeiros que trabalham no Hospital Maternidade Nossa
Senhora de Nazareth, em Boa Vista-RR. Foi realizada uma pesquisa de natureza descritiva
exploratória, observacional, de abordagem quantitativa, através de entrevista estruturada e
questionários validados. As variáveis de desfecho foram estresse, enfrentamento e qualidade de
vida. As variáveis explicativas foram os dados demográficos e clínicos. Para análise foi utilizada uma
estatística descritiva simples. Nos resultados, houve predomínio de participantes do gênero
feminino, com a média de idade de 39 anos, adeptos de uma religião, estado civil casado/união
estável, com especialização e capacitação para o trabalho, tempo em exercício da profissão foi de
mais de 10 anos, 71% possuem mais de um vínculo com, aproximadamente, 52 horas semanais.
Quanto ao grau de satisfação, referiram estar muito satisfeitos no trabalho (48%). O questionário
JSS evidenciou uma alta demanda psicológica de trabalho, com baixo controle e apoio social, o que
possibilita o surgimento do estresse. As principais estratégias de enfrentamento desse estresse são
ajuda espiritual, enfrentamento das situações e controle de emoções. Na qualidade de vida, o
WHOQOL-BREF demonstrou o domínio social com o melhor escore médio e o ambiental o menor.
Observou-se que as condições ambientais são os aspectos mais afetados na vida dos profissionais.
O estresse ocupacional mostrou-se como um fator importante na interferência da qualidade de
vida e no trabalho. Estes dados podem contribuir para propostas de estratégias que diminuam o
estresse dos enfermeiros, melhorando a qualidade de vida e o trabalho dos mesmos.

Palavras-chave. Estresse; Enfermagem; Qualidade de vida.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

REIFICAÇÃO CAPITALISTA E A DOMINAÇÃO PATRIARCAL EM O SUICÍDIO DE KARL MARX

Igor Carvalho Lopes – Universidade Federal de Roraima, História (autor/apresentador)


Marcos Silveira Aranguiz – Universidade Estadual de Roraima, Filosofia (coautor)

Resumo. O presente trabalho visa expor como a reificação, a dominação patriarcal e a alienação
dos homens pelo capital, resultaram, entre outras coisas, no aumento das taxas de suicídio no
contexto de pesquisa de Karl Marx, fenômenos que podem ser utilizados como contraponto para
uma análise da situação atual. Além disso, buscamos mostrar como estes fenômenos extrapolam o
âmbito do trabalho, sendo capazes de modificar as relações sociais, inclusive na vida privada e
familiar, coisificando os homens e as mulheres. Para este fim, buscamos os conceitos
primeiramente na obra O Suicídio de Karl Marx. Procuramos também, em livros de história e de
filosofia, em comentadores e em artigos científicos os conceitos que já foram anteriormente
relacionados. Portanto, os materiais utilizados serão os textos citados, assim como os textos de
comentadores, onde os conceitos e seus contextos foram extraídos, ou seja, neste sentido, a
pesquisa tem característica puramente bibliográfica. Em relação aos métodos, optamos por uma
análise descritivo-explicativa dos conceitos. Diante da crescente discussão acadêmica e social em
torno do suicídio, buscamos compreender o fenômeno utilizando o aparato conceitual marxista, o
que contribui para um possível esclarecimento do agravamento do problema causado pelo
desenvolvimento do capitalismo. Neste contexto, segundo Marx, a classe proletária é relegada a
uma existência reificada, e, diante de uma vida inautêntica e alienada, muitas vezes opta por tirar a
própria vida.

Palavras-chave. Trabalho; Reificação; Suicídio.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

MONITORIA: UM CHAMADO PARA DOCÊNCIA EM ENFERMAGEM

Graciana de Sousa Lopes – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (autor/apresentador)


Alex Bruno Rodrigues Lucas – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (coautor)
Deborah Cristina Pinheiro da Silva – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (coautor)
Fabrício de Souza Melo – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (coautor)
Vitória Bentes Bandeira – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (coautor)
Yana dos Santos Maia – Centro Universitário Fametro, Enfermagem (coautor)

Resumo. O objetivo foi descrever as percepções de acadêmicos de Enfermagem no


desenvolvimento de atividades de monitoria na disciplina de Semiologia e semiotécnica e
Sistematização da Assistência de Enfermagem. O método foi composto por relato de experiência
realizado em uma Instituição de Ensino Superior (IES), na cidade de Manaus-AM, Faculdade
Metropolitana de Manaus (FAMETRO). Os monitores participaram de reuniões conduzidas pela
professora responsável pela disciplina. Foram incentivados, através do diálogo ou processo
dialógico, a participar de forma ativa e reflexiva das programações metodológicas da disciplina. A
análise foi feita a partir de preceitos da Pedagogia Libertadora de Paulo Freire. Foi possível
perceber que através da implementação do processo dialógico de Freire no cotidiano das
atividades dos discentes envolvidos na monitoria, houve um maior entendimento do processo de
consciência de si, no qual os acadêmicos de enfermagem, monitores, assumiram um
posicionamento de protagonistas de ações relacionadas ao processo ensino-aprendizagem,
podendo fazer uma comparação da aula tradicional com metodologias ativas de forma consciente.
Da mesma maneira, pensar a prática das ações, do ponto de vista do docente, também foi possível,
uma vez que o processo dialógico possibilita o diálogo frequente entre professor e monitores,
estreitando a parceria e deixando os discentes próximos às dificuldades e desafios do
planejamento das atividades acadêmicas. Os acadêmicos envolvidos no programa de monitoria
foram selecionados através de processo seletivo. Uma vez iniciadas as atividades, diversas reuniões
ajudaram na implementação do processo dialógico no qual o diálogo foi muito explorado. Foram
utilizadas as chamadas “palavras geradoras/palavras do cotidiano” que possibilitaram a discussão
coletiva de temas pertinentes às disciplinas. Desta forma, os acadêmicos puderam analisar a
prática de forma consciente correlacionando com as necessidades na formação do enfermeiro
docente.

Palavras-chave. Monitoria; Docência; Paulo Freire.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

PERCEPÇÕES SOBRE O TRABALHO REALIZADO E SOBRE O TRABALHO IDEAL PARA VENEZUELANOS


EM BOA VISTA

João Lucas Mathias – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autor/apresentador)


Brenda da Silva Rocha – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Daniele Alves do Vale – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Evelyn Caroline da Costa Pinotte – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Juliana Batista Barbosa de Sousa – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Fernanda Ax Wilhelm – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)

Resumo. O objetivo do estudo foi analisar a percepção do trabalho desempenhado por


trabalhadores venezuelanos na cidade de Boa Vista/RR. Esse estudo consistiu em uma atividade
didática da disciplina de “Psicologia e Relações de trabalho” do curso de Psicologia da UFRR. Foram
participantes 11 venezuelanos, sendo seis homens e cinco mulheres, com idades entre 19 e 34
anos, desempenhando as seguintes funções: um repositor de supermercado, um garçom, uma
atendente de padaria, dois missionários, uma vendedora, dois mecânicos e três vendedoras
informais. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista
semiestruturado contendo as seguintes categorias: dados de caracterização geral (idade; sexo;
trabalho realizado) e percepções sobre o trabalho realizado (percepções sobre o trabalho
desempenhado; percepção sobre o trabalho considerado ideal). Os dados foram analisados com
base na abordagem da análise de conteúdo de Bardin. Dentre os principais resultados, a percepção
sobre o trabalho está relacionada especialmente a ser um meio de sustento e sobrevivência. Os
trabalhadores relataram aspectos voltados ao bem-estar (autonomia, possibilidade de aprender,
oportunidade de realizar diferentes atividades, refletir sobre novos planos de vida e ter
remuneração suficiente para a sobrevivência). Também estes trabalhadores revelaram aspectos
voltados à: ter poucas alternativas de trabalho, ter uma profissão diferente daquela realizada em
seu país de origem, diferenças culturais que podem dificultar a adaptação, idioma, sobrecarga de
trabalho e preconceito. Já o trabalho ideal para estes trabalhadores seria aquele que proporciona
satisfação, autorrealização, exercer a profissão mediante sua formação, propiciar tempo de
descanso, entre outros. Concluindo, é possível destacar a relevância de refletir sobre os impactos
na atuação de trabalhadores terceirizados e informais, especialmente imigrantes, considerando as
condições de trabalho vivenciadas no cotidiano e também os desafios de inserção no mercado
formal e informal.

Palavras-chave. Trabalho. Trabalhadores venezuelanos. Trabalho ideal.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

A CONTRIBUIÇÃO DE ATIVIDADES LÚDICAS NO DESENVOLVIMENTO DE UM CLIMA


ORGANIZACIONAL FAVORÁVEL

Leidymar Matias – Escola Superior Aberta do Brasil, Pedagogia Empresarial (autor/apresentador)


Josimara Matias – Universidade Estadual de Roraima, Ciências Biológicas
(coautora)

Resumo. O presente trabalho aborda os resultados de uma pesquisa bibliográfica, de caráter


exploratório, com fundamentos na abordagem da pesquisa qualitativa com o tema: “A
contribuição de atividades lúdicas no desenvolvimento de um clima organizacional favorável”. Este
estudo traz em seu contexto as análises feitas diante dos dados obtidos durante os processos de
investigação com o objetivo de analisar a contribuição da utilização de atividades lúdicas para
desenvolvimento de um clima organizacional favorável. Os objetivos específicos foram investigar o
conceito de clima organizacional; investigar o conceito de lúdico e; investigar a relação entre as
atividades lúdicas e clima organizacional favorável. Esse trabalho também traz em seu contexto,
conhecimentos que possibilitam a compreensão sobre os principais fatores que influenciam no
favorecimento do clima organizacional da empresa. Tendo sua problemática baseada na questão:
“qual a contribuição de atividades lúdicas para o desenvolvimento de um clima organizacional
favorável?”. Entende-se como clima organizacional, os sentimentos de satisfação ou insatisfação
do funcionário perante a empresa, ou seja, a forma que ele percebe e se sente na empresa. Neste
contexto, o lúdico é visto como toda ação que envolve o prazer no indivíduo e, por meio deste,
podem ser estimuladas a comunicação, a percepção, a interação entre os sujeitos, entre outros
aspectos, contribuindo de forma significativa no desenvolvimento de um clima organizacional
favorável.

Palavras-chave. Organizações; Clima organizacional; Atividades lúdicas.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO NO MUNICÍPIO DE BOA


VISTA/RR

Cléia de Jesus dos Reis de Melo – Universidade Federal de Roraima, Geografia (autor/apresentador)
Teresinha Salete Trainotti – Ulbra, Pedagogia (coautor)

Resumo. O presente trabalho abordou a inclusão de Pessoas com Deficiência (PCD) no mercado
de trabalho no município de Boa Vista/RR e teve como objetivo geral analisar o processo de
inclusão das Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho considerando-se o reconhecimento,
a valorização e a ascensão profissional destes colaboradores. Esta pesquisa é de caráter qualitativo
e quantitativo e empregou o método hermenêutico no seu desenvolvimento. A pesquisa se utilizou
do estudo de campo cujos dados foram levantados por meio de questionários para PCD e
supervisores, observações in loco e entrevista com empresários das empresas selecionadas. A
discussão dos dados apoiou-se na técnica de análise de conteúdo. Constatou-se que a inclusão de
PCD no mercado de trabalho está crescendo, porém, mais acentuadamente, após a implementação
da Lei de Cotas no estado de Roraima. Nesse sentido, foi feito uma análise da historicidade da
aceitação da PCD na sociedade, no ambiente familiar e na escola. Quanto aos resultados, observou
-se que as empresas estão tentando se adequar para incluir o colaborador com deficiência no
mercado de trabalho. Ainda não disponibilizam meios suficientes que possibilitem ascensão
profissional, valorização e reconhecimento em relação aos serviços prestados, devido à falta de
qualificação. No entanto, alguns colaboradores veem na inclusão a oportunidade de crescimento
profissional.

Palavras-chave. Pessoa com Deficiência; Mercado de trabalho; Inclusão.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADAS POR PROFISSIONAIS EM UM HOSPITAL PÚBLICO


DO NORTE DO PAÍS

Maria Andrelina do Nascimento Oliveira – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autora/


apresentadora)
Ana Paula da Rosa Deon – Universidade Federal de Santa Catarina, Psicologia (coautora)

Resumo. O objetivo desse estudo foi compreender as estratégias de enfrentamento utilizadas


por dez profissionais de um hospital público do norte do país. Trata-se de um estudo qualitativo e
exploratório. Foram participantes os seguintes profissionais da saúde: um assistente social, uma
médica, dois enfermeiros, três técnicos em enfermagem e três técnicos administrativos, com
idades entre 18 e 39 anos. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista
semiestruturada. Utilizou-se a análise de conteúdo para analisar os dados, a partir de duas
categorias de análise: estratégias de enfrentamento do sofrimento individual (caracterizam-se por
ser internas e atuam sem a presença do outro) e estratégias de enfrentamento do sofrimento
coletivo (caracterizam-se por depender do consenso de um grupo específico de trabalhadores e da
presença de situações externas). Dentre os principais resultados, em relação às estratégias de
enfrentamento do sofrimento individual, os profissionais relataram indiferença com o sofrimento
do outro; alienação, perda do sentido do trabalho; descaso frente às exigências do trabalho; fuga
das responsabilidades e isolamento. Estes trabalhadores costumam utilizar estratégias defensivas
para modificar e reduzir a percepção de sua realidade. Já as estratégias de enfrentamento do
sofrimento coletivo reveladas por estes profissionais foram: improviso; inventividade;
distanciamento; presenteísmo; cooperação; racionalização; passividade; agressividade;
proatividade; ser educado e individualismo, que costumam ocorrer para amenizar o sofrimento
individual. É possível destacar que as estratégias coletivas são as mais utilizadas por apresentar o
consenso do grupo. A estratégia coletiva utilizada pelos profissionais com maior ocorrência foi a
“racionalização” presente especialmente entre os profissionais que trabalham na área
administrativa para ressignificar o sentido do seu trabalho e manter comportamentos de proteção
da sua subjetividade. Concluindo, torna-se relevante analisar o cotidiano do trabalhador que
desempenha suas atividades em contextos hospitalares para promover saúde e bem-estar.

Palavras-chave. Estratégias de enfrentamento; Profissionais de saúde; Hospital.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

PERFIL ÉTNICO E ESCOLHA PROFISSIONAL DISCENTE NO CURSO TÉCNICO EM


AGROPECUÁRIA DO IFRR, CAMPUS AMAJARI

Joelma Fernandes de Oliveira – Instituto Federal de Roraima, Pedagogia (autora/apresentadora)


Elói Martins Senhoras – Universidade Federal de Roraima, Economia (coautor)

Resumo. O presente trabalho aborda a temática da multiculturalidade tendo como objetivo


estruturar uma análise sobre o tripé Trabalho-Identidade-Subjetivação, por meio de um recorte
metodológico caracterizado como exploratório, descritivo e explicativo. O estudo apresenta uma
análise sobre a identidade e o futuro profissional dos alunos concluintes do curso Técnico em
Agropecuária integrado ao ensino médio no Instituto Federal de Roraima Campus Amajari. Quanto
aos métodos de levantamento de dados, a pesquisa traz uma abordagem mista, combinando
revisão bibliográfica e documental e estudo de caso com aplicação de um survey semi-estruturado
sobre identidade e trabalho para uma amostra de 27 alunos de uma mesma turma. Quanto aos
métodos de análise dos dados foi utilizada interpretação hermenêutica e análise gráfica com base
nos dados coletados. Os alunos abordados no survey apresentaram características de relevância
amostral em relação ao universo discente do Instituto Federal de Roraima, Campus Amajari, o qual
possui 720 alunos, dos quais 53,3% são indígenas. Na amostra de alunos com faixa etária entre 16
e 18 anos, composta por 17 integrantes do gênero masculino e 10 do gênero feminino, observou-
se que ela é predominantemente caracterizada por moradores dos municípios de Amajari e
Pacaraima, majoritariamente moradores de diversas comunidades indígenas (18 alunos). Conclui-
se com base nos resultados da pesquisa que há forte subjetividade identitária indígena e que
dentre os alunos que já decidiram qual área irão prosseguir nos estudos de graduação (78%), há
clara evidência de que os cursos pretendidos estabelecem relações diretas com a área de formação
técnica no Ensino Médio Profissionalizante, bem como, importam questões identitárias, uma vez
que elas não apenas dão gênese ao processo de inserção dos alunos no Campus Amajari, mas
também projetam interesse de estudo na graduação em áreas de bacharelado, como Medicina
Veterinária e Agronomia (44%), que futuramente podem beneficiar suas comunidades indígenas
de origem.

Palavras-chave: Educação; Escolha profissional; Identidade indígena.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

INFLUÊNCIA DAS CORES NA SAÚDE DO TRABALHADOR E AMBIENTE LABORAL

Rodrigo da Silva Ramos – UFAM, Enfermagem (autor/apresentador)


Ana Beatriz Menezes Rodrigues - FAMETRO, Arquitetura (coautor)
Sandra Greice Becker-UFAM, Enfermagem (coautor/orientadora)

Resumo. O objetivo foi apresentar uma experiência de ensino e aprendizagem sobre a influência
das cores na saúde física, mental e do ambiente de trabalho, fundamentadas nas técnicas de Feng-
Shui e Cromoterapia. As cores podem ser percebidas em nosso cotidiano desde o nosso despertar,
quando abrimos os olhos e percebemos o ambiente, escolhemos a roupa que vamos vestir, os
alimentos que vamos ingerir. No trabalho, também somos inspirados pelas cores que nos
circundam. Cada cor relaciona-se com algum aspecto de nossa vida e possui capacidade de
interação com nossos sentimentos e ações, podendo influenciar de forma negativa ou positiva
nosso modo de ser e agir. Este estudo consiste num relato de experiência de ensino/aprendizagem
sobre Cromoterapia e Feng-shui, associada a influência das cores no ambiente laboral. O equilíbrio
energético depende da capacidade do organismo absorver as cores. É cientificamente comprovado
que a luz pode alterar a composição elétrica do corpo e que as células respondem a irradiação de
luz e suas frequências (cores). Quando as luzes coloridas entram em contato com a pele na
Cromoterapia, são transmitidas aos órgãos, influenciando o sistema endócrino e, por conseguinte,
todo equilíbrio. Como interno e externo se comunicam, é importante que o ambiente seja
organizado com a finalidade de atrair influências benéficas da natureza. Essa é a arte e a ciência do
Feng-shui, que se aplicada corretamente, pode induzir a qualidade de vida no trabalho e a
produtividade. A relevância da aprendizagem sobre a aplicação técnica-cientifica e filosófica do
Feng-Shui e Cromoterapia, pode beneficiar a saúde nos ambientes laborais e consequentemente a
saúde do trabalhador.

Palavras-chaves: Saúde do trabalhador, Cromoterapia, Feng-shui.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ANÁLISE DOCUMENTAL DO CEREST/RR RELACIONADO AO ADOECIMENTO MENTAL NO


TRABALHO ENTRE 2006 A 2008

Maria Cecília da Silva Ribeiro – Cerest/RR, Psicologia (autor/apresentador)


Rosimeire Areias Rodrigues da Costa – Cerest/RR, Enfermagem (coautor)
Carolina Silva de Oliveira – Cerest/RR, Enfermagem (coautor)
Ramona da Costa Pinto – Sesau/RR, Fonoaudiologia (coautor)

Resumo. O objetivo foi analisar os dados coletados nos anos de 2006, 2007 e 2008 em
prontuários do Centro Estadual de Referência em Saúde do trabalhador de Roraima (Cerest/RR) no
que tange o adoecimento psicossocial no trabalho. O método envolveu um estudo descritivo,
relato de experiência, realizado a partir da vivência da equipe multiprofissional do Cerest/RR à luz
da pesquisa documental de prontuários de atendimento dos trabalhadores, no intuito de propor
ações voltadas a Política Nacional do Trabalhador e Trabalhadora (PNSTT). Inicialmente, fez-se a
leitura analítica dos 598 prontuários dos anos de 2006 a 2008. Posteriormente, realizou o recorte
dos trabalhadores com a queixa principal de Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho
(TMRT) acolhidos pelo Cerest/RR, correlacionando com os números obtidos a partir da análise do
banco de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN-NET). Nos anos
2006 a 2008, foram analisados 598 prontuários de trabalhadores que procuraram o serviço.
Observou-se um número significativo de profissionais com queixa de adoecimento mental
relacionado ao trabalho. Em contra partida, no SINAN-Net, Sistema oficial de Notificação do
Ministério da Saúde, encontra-se um número ínfimo no mesmo período de análise. Esse relato de
experiência tem relevância científica e social, pois objetiva traçar um planejamento de ações
direcionadas à PNSTT visando sensibilizar a rede, bem como capacitar profissionais envolvidos no
atendimento dos trabalhadores acometidos de TMRT.

Palavras-chave. Transtornos Mentais; Saúde do trabalhador; Política de saúde.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO COMO POSSIBILIDADE DE CUIDADO DE


TRABALHADORES DA INDÚSTRIA

Adonias da Silva Sampaio Júnior – Serviço Social da Indústria – SESI AMAZONAS, Psicologia (autor/
apresentador)
Marilene Bezerra da Costa – Serviço Social da Indústria – SESI AMAZONAS, Psicologia (coautor)

Resumo. O objetivo foi descrever um relato de experiência a partir de uma prática psicológica
que visa promover na empresa um espaço de escuta, acolhimento e atenção aos trabalhadores
com foco na promoção da saúde mental. O método proposto foi o atendimento individualizado na
modalidade de aconselhamento psicológico na perspectiva fenomenológico-existencial
direcionado aos trabalhadores de uma indústria localizada no Amazonas do segmento eletricidade
e gás. Os atendimentos iniciaram em julho de 2015, e até março de 2018 foram realizados
aproximadamente 480 encontros com os trabalhadores. O tempo de cada encontro foi de pelo
menos 50 minutos e ocorreram semanalmente. Foram observadas como queixas mais comuns
problemas relacionados ao uso de drogas, sintomas ansiosos e depressivos, baixa autoestima,
conflitos familiares, luto, problemas financeiros, envelhecimento, conflito interpessoal no
trabalho, estresse laboral, desmotivação, dentre outros. A intervenção psicológica nesta
modalidade teve como objetivos acolher, ouvir, orientar e auxiliar o trabalhador na resolução de
problemas pessoais ou profissionais, focados em questões emergentes e/ou urgentes, os quais
nem sempre precisavam de acompanhamento psicológico prolongado. Neste sentido foi
oportunizado ao trabalhador falar de si mesmo, de uma forma singular; orientá-lo para assumir
seus próprios caminhos; devolvendo-o ao cuidado de si mesmo. Além disso, o trabalhador recebeu
informações e esclarecimentos sobre temas que o preocupava, e os encontros possibilitaram o
auxílio para examinar e refletir a respeito de situações conflitantes, reconhecer e explorar os
recursos e capacidades pessoais para confrontar-se com as dificuldades do momento e ultrapassá-
las. Assim, buscou-se proporcionar a este trabalhador maior qualidade de vida ao assumir
responsabilidade por suas escolhas. O aconselhamento psicológico oferecido na indústria
promoveu a saúde mental do trabalhador e agregou maior valor à qualidade de vida no trabalho,
permitindo que estes se organizassem internamente, posicionassem-se diante do seu sofrimento
psíquico e pudessem trabalhar mais motivados.

Palavras-chave: Aconselhamento psicológico; Fenomenologia; Saúde mental.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

RELIGIÃO E TRABALHO: A PLURATIVIDADE NAS IGREJAS DA ASSEMBLEIA DE DEUS NOS


MUNICÍPIOS DE RORAIMA

Jemima Pascoal dos Santos – Universidade Paulista, Relações Internacionais (autora/apresentadora)


Elói Martins Senhoras – Universidade Federal de Roraima, Economia (coautor)

Resumo. As atividades de trabalho de Igrejas Protestantes no Brasil têm passado por uma
crescente profissionalização de seus quadros eclesiásticos e administrativos em função e como
reflexo da rápida difusão que o movimento pentecostal e neopentecostal adquiriu desde a década
de 1980. Tomando como referência esta discussão, o presente resumo expõe um relato de
pesquisa de mestrado constituído nos anos de 2016 e 2017 em uma pesquisa de campo sobre o
universo de Igrejas da Assembleia de Deus, existentes nos 15 municípios roraimenses com o
objetivo de identificar o perfil pluriativo de trabalho dentro e fora dos templos religiosos. A
pesquisa foi estruturada com base em um método dedutivo que permitiu um estudo qualitativo de
natureza exploratória. Os procedimentos de levantamento de dados partiram tanto de uma revisão
bibliográfica do conceito de pluriatividade do trabalho, que está ligado à diversificação ou
combinação de atividades de trabalho em determinado contexto social a partir de múltiplas
inserções ocupacionais, quanto de um estudo de caso derivado de uma visita in loco nos templos
da Assembleia de Deus dos municípios roraimenses. Os procedimentos de análise de dados foram
alicerçados no método de observação participante, análise hermenêutica e mapeamento
georreferenciado dos templos nos municípios roraimenses. Com base nos resultados apresentados
da pesquisa surgiu a conclusão de que a Igreja Assembleia de Deus apresenta um intermediário
grau de profissionalização de seus pastores, embora com crescente capacitação, uma vez que os
mesmos apresentam uma pluriativa inserção profissional fora dos templos, quando combinam as
atividades pastorais com outras atividades ocupacionais e, dentro dos templos, ao exercerem
diferentes funções ligadas a atividades como limpeza, administração e culto.

Palavras-chave: Igreja; Trabalho; Pluriatividade.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

CLIMA DE TRABALHO E CULTURA ORGANIZACIONAL NA DELEGACIA ESPECIALIZADA NO


ATENDIMENTO À MULHER DE BOA VISTA

Cândida Alzira Bentes de Magalhães Senhoras – Universidade Federal de Roraima, Direito (autora/
apresentadora)
Elói Martins Senhoras – Universidade Federal de Roraima, Economia (coautor)

Resumo. A realidade de uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) é


materializada pela cristalização de determinados padrões estruturais em termos de clima de
trabalho e cultura organizacional que se repetem ao longo do tempo devido às especificidades da
área de Segurança Pública e das diferentes rotinas desenvolvidas dentro e fora das paredes desta
organização profissional complexa. Com base nesta temática, o presente trabalho tem o objetivo
de analisar o clima de trabalho e a cultura organizacional da DEAM de Boa Vista (RR). Por um lado,
a presente pesquisa parte de um recorte teórico que se fundamenta nas categorias identificadas
pelo clássico autor Henry Mintzberg. Por outro lado, o recorte metodológico é fundamentado em
uma revisão bibliográfica e um estudo de caso desenvolvido na DEAM boavistense no período de
março de 2017 a março de 2018. Os resultados do estudo de caso permitiram identificar a
existência de uma cultura organizacional estável e permeada por uma lógica hierárquica e por
conflitos latentes e encobertos na DEAM, bem como um clima organizacional volátil em função de
causas exógenas e endógenas. Conclui-se, com base nos resultados apresentados na forma de um
mapa de problemas do ambiente organizacional da DEAM de Boa Vista (RR) e em uma análise de 4
C´s (Cultura, Clima, Comunicação e Coordenação), que embora a cultura organizacional seja
permeada por características de estabilidade devido à definição burocrática e rotineira das
atividades, por sua vez o clima organizacional é volátil devido principalmente a fatores internos
relacionados à comunicação, falta de equipamentos e servidores, e, o próprio volume de trabalho,
bem como a fatores externos ligados à coordenação das atividades de trabalho por parte da
Secretaria de Segurança Pública e da Delegacia Geral da Polícia Civil, o que gera ciclos no
desempenho dos colaboradores internos e na própria prestação dos serviços públicos.

Palavras-chave: Clima de trabalho; Cultura organizacional; Delegacia.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

EDUCAÇÃO NO CAMPO: OS DESAFIOS ENCONTRADOS PELO EDUCADOR NA ZONA RURAL

Glauciene Dutra Silva – Universidade Federal de Roraima, Geografia (autora/apresentadora)


Maria Ecleene Dutra Silva – Secretaria Estadual de Educação de Roraima, Biologia (coautora)
Maria Soledade Dutra Silva – Universidade Federal de Roraima, Economia (coautora)

Resumo. A educação do campo é uma modalidade da educação que trabalha nos espaços rurais
de uma cidade. Sendo que o espaço rural deve abranger a educação em todos os turnos e séries. É
uma educação voltada para os moradores mais afastados das áreas urbanas, incluindo a educação
ribeirinha, indígena, em assentamentos, áreas agrícolas e quilombolas. O objetivo deste estudo foi
analisar a relação de ensino e aprendizagem de acordo com as realidades enfrentadas na educação
no campo numa escola estadual de um município de Roraima. O método foi composto por um
levantamento bibliográfico sobre os assuntos envolvidos. Neste estudo também foram aplicados
questionários com os docentes e discentes, compostos por perguntas abertas envolvendo temas
sobre as metodologias de ensino, a postura dos professores e dos alunos em relação às aulas.
Através da entrevista com os educadores e educandos, foi possível analisar as dificuldades e
desafios encontrados por eles. Esses desafios muitas vezes dependem muito mais da administração
pública. Alguns desafios apontados pelos participantes estavam voltados para desigualdades na
administração educacional, a saber: (a) difícil acesso à escola pela ausência de uma rede de
transporte; (b) precariedade da estrutura da escola; (c) falta de energia elétrica constante, o que
dificulta as aulas noturnas; (d) falta de recurso metodológico e de livros didáticos; (e) transporte
escolar; (f) alguns permanecem muito tempo parado por falta de peças nos veículos. Nota-se a
relevância de considerar na educação no campo a diversidade contida nos espaços rurais,
contemplando as diferentes características das pessoas e os saberes ali presentes.

Palavras-chave: Educação no campo; Professores; Aluno.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

“É UM MEIO DE GANHAR CRIATIVAMENTE A VIDA”: PERCEPÇÃO SOBRE O TRABALHO PARA


TRABALHADORES ARTISTAS

Joilson Trindade de Souza – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (autor/apresentador)


Sarah da Rocha Araújo – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)
Waldiane Santos de Souza – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)
Fernanda Ax Wilhelm – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautora)

Resumo. O objetivo do estudo foi analisar a percepção sobre o conceito de trabalho na


perspectiva de oito trabalhadores artistas na cidade de Boa Vista/RR. Esse estudo consistiu em
uma atividade didática da disciplina de “Psicologia e Relações de trabalho” do curso de Psicologia
da UFRR. Foram participantes três artesões, um músico, uma cantora, um pintor, uma professora
de artes e um publicitário. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário
semiestruturado contendo as categorias: dados de caracterização geral e percepções sobre o
trabalho realizado (concepção sobre trabalho; aspectos considerados positivos e aspectos
considerados negativos). Os dados foram analisados com base na abordagem da análise de
conteúdo de Bardin. Dentre os principais resultados, a percepção sobre o trabalho está relacionada
a ser uma atividade remunerada, realizar algo útil e exercer qualquer atividade com demandas
para a sociedade. Sobre os aspectos positivos, os participantes revelaram ter liberdade de horários
e espaços para trabalhar, usar a criatividade, proporcionar prazer, mostrar seu talento, alcançar a
sensibilidade das pessoas por meio de diferentes formas de comunicação e expressão, dar sentido
a sua vida e ter a possibilidade de realizar um trabalho com qualidade, dedicação e inspiração. Já
dentre os aspectos negativos que foram revelados por estes trabalhadores, estão: desvalorização
profissional, preconceito, pouco reconhecimento sobre o tempo e o valor atribuído a uma obra
realizada, falta de valorização e apreciação da arte e falta de apoio para as atividades
desempenhadas por artistas informais. Concluindo, estes artistas percebem seu trabalho com mais
indicadores de bem-estar e atribuem ao seu trabalho a possibilidade de transmitir em suas obras
'algo bom' para as pessoas. Assim, é relevante analisar os impactos do trabalho para estes
trabalhadores e para a sociedade com enfoque para a manutenção da saúde e o bem-estar do
trabalhador.

Palavras-chave. Trabalho; Trabalhadores artistas; Bem-estar.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

DIFICULTADORES PROFISSIONAIS DE GESTORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS EM BOA VISTA/RR

Saiuri Totta Tarragó – Universidade Federal de Roraima, Pedagogia (autor/apresentador)


Eduardo Tarragó – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)
Fernanda Ax Wilhelm – Universidade Federal de Roraima, Psicologia (coautor)

Resumo. Este trabalho resultou de pesquisa com doze gestoras de escolas municipais de Boa
Vista, cujo objetivo foi identificar os aspectos dificultadores de sua atuação profissional, em
relação a três níveis organizacionais: Secretaria Municipal de Educação (SMEC), corpo docente das
escolas e em relação aos alunos e suas famílias. Os dados foram coletados por meio da aplicação
de questionários junto às gestoras. Os resultados permitiram identificar o perfil de ocupante de
cargo de gestão escolar municipal como sendo do sexo feminino, maior que trinta anos de idade e
com formação em pedagogia, sendo pelo menos a metade destas com pós-graduação e com
tempo de experiência em gestão escolar. Quanto ao levantamento dos dificultadores de trabalho,
não houve queixas na relação com a administração superior, a SMEC. Por outro lado, alguns
dificultadores foram encontrados na relação com os professores, principalmente no que se refere
à assiduidade. O item que apresentou maior queixa, no entanto, foi em relação a alunos e/ou
seus familiares: destacou-se a questão do pouco envolvimento de algumas famílias com o
processo educacional dos filhos/filhas, o que se reflete em questões referentes à baixa frequência
e/ou baixo rendimento. De modo unânime, entretanto, as gestoras sentem-se realizadas com
suas atividades, mais por gostarem do que fazem do que por terem condições ideais de trabalho,
o que demonstra que elementos de natureza motivacional se mostraram o principal recurso de
manejo diante das situações dificultadoras. Verificou-se, portanto, haver maiores dificuldades em
relação a fatores que estão fora do controle institucional da gestão escolar, ou seja, as famílias
dos alunos e alunas. Neste sentido, concluiu-se ser recomendável o desenvolvimento de
mecanismos mais eficientes de comunicação entre as famílias e a gestão escolar, o que pode
minimizar as situações relacionadas ao principal dificultador identificado, com possíveis impactos
positivos sobre o rendimento escolar dos estudantes.

Palavras-chave. Gestão escolar; Educação básica; Escola municipal.

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II Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e Riscos Psicossociais no Trabalho

ASSÉDIO MORAL E O SECRETÁRIO EXECUTIVO: A VIOLÊNCIA PRESENTE EM SUA FORMAÇÃO

Bárbara Vieira - Universidade Federal de Roraima, Secretariado Executivo (autor/ apresentador)


Teresinha Fonseca - Universidade Federal de Roraima, Secretariado Executivo (coautor)

Resumo. O objetivo deste estudo foi descrever relatos de assédio moral, na percepção de futuros
secretários executivos. Os participantes são 81 alunos em formação profissional, do ensino
superior, de universidade pública em Boa Vista (RR). Para a coleta de dados utilizou-se de
questionário semiestruturado, anteriormente validado. Os questionários foram aplicados em
grupos por sala de aula, com respostas individuais, após esclarecimento sobre a pesquisa e debate
sobre o conceito de assédio moral assumido pela pesquisa. A análise resultou da categorização, a
priori, de atos negativos percebidos pelos respondentes no comportamento de professores e
baseada nas proposições contidas na fundamentação teórica do estudo. Seus resultados
demonstraram que: 16% dos alunos sofreram assédio moral; 85,19% dos assediadores são do sexo
masculino e 62% das vítimas são do sexo feminino; mais de 50% dos questionados acreditam que o
agressor tem consciência das agressões; atos negativos como discriminação, coação, exclusão e
rebaixamento por capacidade cognitiva estão presentes no comportamento dos agressores; a raiva
e a vergonha são os sentimentos frequentes nas vítimas, sentimentos estes que na maioria das
vezes as fazem silenciar. Esta pesquisa é relevante no sentido que amplia a compreensão da
proporção social e política das consequências de um fenômeno que afeta a saúde das vítimas e
deteriora o ambiente de trabalho. Alia-se aos estudos da psicologia organizacional e tem o
potencial de sensibilizar os futuros profissionais para o enfrentamento do problema, no sentido de
reivindicar políticas de prevenção e critérios para penalidade de casos comprovados.

Palavras-chave. Assédio moral; Atos negativos; Secretariado Executivo.

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O “Encontro da Região Norte sobre Organizações Saudáveis e
Riscos Psicossociais no Trabalho” é uma iniciativa do curso de Psicolo-
gia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em parceria com o
Centro de Educação (CEDUC) e gestores/professores/técnicos da
UFRR. Este evento visa desenvolver a área da Psicologia Organizacio-
nal e do Trabalho (POT) no Extremo Norte do país, divulgando estudos
das diversas áreas do conhecimento e da atuação em POT para gesto-
res, profissionais, docentes, estudantes de graduação e de pós-
graduação e comunidade.

Em sua segunda edição, o evento permitiu a discussão e reflexão


sobre possíveis ações multidisciplinares para prevenir e promover a saú-
de psicossocial nas organizações, propor práticas multidisciplinares com
espaços para promover qualidade de vida, propiciar saúde e bem-estar
dos indivíduos, especificamente no que concerne aos sentidos, significa-
dos e qualidade de vida no trabalho. Uma das novidades desta edição
foi a apresentação de trabalhos científicos e de relatos de experiência
profissional. Ao todo, quase três dúzias de trabalhos foram apresenta-
dos. Tivemos a participação, nos dois dias, de 172 ouvintes. As modali-
dades de apresentação compreenderam Atividades científicas - Relatos
de Pesquisa e Atividades teórico-práticas - Relatos de Experiência.
O presente Livro de Resumos tem, nesse sentido, a finalidade de
disponibilizar à Comunidade Acadêmica em geral uma síntese desses
trabalhos apresentados, de maneira a evidenciar e consolidar junto à
sociedade a relevância dessas produções, da ciência psicológica e de
nossas atividades técnico-profissionais.

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