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O que Paulo passa a dizer a partir desse capítulo deve ser visto e
interpretado à luz do que ele apresenta no capítulo 6:
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d. A antítese fundamental (vv. 5 – 6)
a. A primeira é que nós morremos para a lei por meio do corpo de Cristo, a
fim de que pudéssemos pertencer a ele (v. 4). Ou seja, é impossível
submeter-nos à lei e a Cristo simultaneamente. Da mesma forma que um
casamento tem de ser anulado pela morte antes que se possa assumir um
novo matrimônio, assim a morte para a lei tem de preceder o
compromisso com Cristo.
b. Em segundo lugar, a lei despertou nossas paixões pecaminosas, de forma
que dávamos fruto para a morte (v. 5). E esta seqüência de lei – pecado –
morte deve ter deixado os leitores de Paulo com a nítida impressão de
que, na opinião dele, a lei era a responsável tanto pelo pecado como pela
morte.
c. Terceiro, agora nós fomos libertados da lei a fim de servir na novidade
trazida pelo Espírito Santo (v. 6). E essa nova vida controlada pelo
Espírito era impossível enquanto não nos libertássemos da lei.
Note-se que esta é a segunda objeção ao seu ensino à qual Paulo reage:
a. A identidade do "eu"
Pode-se ir ainda mais longe e detectar seis fases paralelas nas histórias de
Adão e de Paulo:
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Voltemos agora ao texto dos versículos 7-13, bem como às duas perguntas
de Paulo, se ele está ensinando que a lei é a causa do pecado e da morte.
Primeira pergunta: "A lei é pecado"? (7-12) Deve a lei em si ser chamada
de "pecaminosa", no sentido de ser a responsável pela criação do
pecado? Depois de sua enfática resposta (De modo nenhum!) o apóstolo
começa a cavoucar as relações entre a lei e o pecado.
Primeiro, a lei revela o pecado. Ele já escreveu, antes, que "mediante a
lei... nos tornamos plenamente conscientes do pecado" (3.20).
Agora diz: De fato, eu não saberia o que é pecado, a não ser por meio da
lei (v. 7a). Isto provavelmente significa que ele chegou a
reconhecer a gravidade do pecado, pois a lei o desmascara,
demonstrando ser ele uma forma de rebelião contra Deus;
reconheceu também que pela lei foi levado à convicção do pecado.
Em seu caso, o que o convenceu foi o décimo mandamento, que
proíbe a cobiça. Pois, na realidade, eu não saberia o que é cobiça, se a lei
não dissesse: "Não cobiçarás" (7b).
Em segundo lugar, a lei provoca o pecado.
Terceiro, a lei condena o pecado (vv. 9 – 11).
Isto leva Paulo à outra pergunta feita pelos seus opositores acerca da lei.
Segunda pergunta: O que é bom [a lei] se tornou em morte para mim? (v. 13)
a. Sabemos que a lei é espiritual (v. 14) e no íntimo do meu ser tenho prazer na lei
de Deus (v. 22).
O trágico, no entanto, é que o autor (ou melhor, a pessoa "meio salva" que
Paulo está personificando) não consegue satisfazer essa lei. E esta, por sua vez,
não pode salvá-lo. Assim, ambos os parágrafos tratam da fragilidade da lei, que
é atribuída ao pecado.
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Neste parágrafo o apóstolo escreve quase exatamente as mesmas coisas
duas vezes — primeiro nos versículos 14-17 e depois nos versículos 18-20 —,
presumivelmente por uma questão de ênfase. Portanto, talvez devêssemos
considerá-los juntos. Cada uma das duas seções começa, continua e termina da
mesma maneira.
c. A dupla realidade dos crentes que estão debaixo da lei (vv. 21 – 25).
Desdobrando o texto
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Ocasião (v. 8) — um ponto de início ou base de operações. morto (v. 8) — ou
seja, dormente. pecado (...) me enganou (v. 11) — ao fazer com que eu
pensasse que poderia encontrar vida ao seguir a lei.
Carnal (v. 14) — literalmente, “de carne”, ou seja, encarcerado na
humanidade pecaminosa. Paulo não está na carne, mas a carne está nele.
Pecado que habita em mim (v. 17) — o pecado de Paulo não fluía de sua
natureza nova e redimida, mas de sua humanidade pecaminosa ou da
carne.
Lei da minha mente (v. 23) — equivalente ao novo eu interior.
Livrará (v. 24) — resgatará do perigo, como um soldado que retira seu
companheiro ferido do campo de batalha.