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INTRODUÇÃO:
A carta de Pedro é um chamado a esperança como bem colocou o autor da lição bíblica
de jovens deste trimestre, Valmir Nascimento Milomem Santos. Contudo, além de convidar os
crentes perseguidos a viverem a Esperança de Cristo, o apostolo pescador faz um chamamento
que nos apresenta uma forte ligação com o texto levítico, livro que estabelece um verdadeiro
manual de separação para o povo de Deus. De igual modo, Pedro chama o povo de Deus da
Nova Aliança a viver uma vida de santidade, afinal, para ele, a Igreja deveria ser santa, como
Santo é aquele que nos chamou (1 Pe 1.16)
I. CONCEITUANDO SANTIDADE
1
Jefferson Rodrigues, é Bacharel em Teologia pela Faculdade Evangélica do Piauí, Licenciado em História
pela Universidade Estadual do Piauí, com especialização em Estados, Movimentos Sociais e Cultura pela
mesma universidade. É Evangelista na Assembleia de Deus em Teresina-PI, Campo do Aeroporto, onde é
coordenador de EBD. Também é membro da Academia Evangélica de Letras do Piauí. Cadeira 32.
2
Disponivel em: <https://www.significados.com.br/santidade/> acesso em 18/07/19
3
CHAMPLIN, 2015, p.83, Vl 6.
4
VINE; UNGER e et al, 2012, p. 970
rodeia e muito menos uma convocação para um viver monástico e isolacionista. Não obstante,
mesmo vivendo no mundo, o cristão precisa compreender que Deus requer de nós uma vida
que o agrade e para tal é fundamental que nossas escolhas deixem claro quem ocupa o primeiro
lugar em nossas vidas.
Quando falamos em santidade é preciso estabelecer que tal atributo jamais poderá ter
início no homem, pois em essência o homem é pecador. A santidade tem seu início no próprio
Deus, que é Todo Santo. Fazemos esta afirmação com base no conceito primaz de que Deus é a
própria essência da santidade. Na verdade, a Bíblia nos diz que o Senhor Deus é Santo (Lv 19.2),
portanto, ele não se tornou, nem foi, Ele é. O ato de ser mostra seu caráter continuo de
santidade e sua total separação do pecado. Por Ele ser totalmente santo, é preciso que o seu
povo busque separar-se para que mantenham um relacionamento de reciprocidade com ele. É
por esta razão que encontramos Wayne Grudem trazendo uma valorosa afirmação: “A
santidade de Deus traça o parâmetro que o seu povo deve imitar5”. Tanto no Antigo como no
Novo Testamento a ordem do Senhor para seu povo é uma só: Sejam Santos (Lv 19.2; 1 Pe 1.16)!
Diante do exposto, entendemos que a santidade é ponto crucial para uma vida cristã
saudável. Infelizmente nos últimos tempos o tema parece estar fora de moda e muitos têm
seguido a ideia de que “nada que eu fizer interferirá na minha santidade”. Na verdade, parece
que estamos voltando ao século I e II, onde alguns grupos heréticos, conhecidos como gnósticos,
defendiam a ideia de que o corpo em sua essência era mal, e, portanto, nada que fosse feito no
corpo ecoaria para a eternidade. É com o propósito de combater esses ensinos heréticos que o
Apóstolo João escreve sua I Carta e declara: “Se afirmarmos que não temos cometido pecado,
fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.10). Com esta afirmação
João apontava que todos nós somos pecadores e carecemos da interferência salvífica do Senhor
para prosseguirmos (VIVERMOS) uma vida de comunhão com Deus, afinal, a santificação é pré-
requisito para contemplarmos o Senhor (Hb 12.14).
Não obstante a estas verdades, seguem-se algumas perguntas: o que posso fazer para
corroborar com este processo de santificação? Tenho alguma participação, ou tudo depende de
Deus?
São todas perguntas pertinentes que, para respondê-las como de fato deveria ser
feito, seria necessário escrever outro artigo abordando apenas estes aspectos da santidade.
Contudo, vamos tentar nestas breves linhas traçar um percurso que venha a contribuir para
dirimir tais dúvidas, especialmente, no tocante à manutenção de uma vida santa em todos os
aspectos.
5
GRUDEM, 2014, p. 148
Mas afinal, quais são os passos que devem seguir aqueles que visam alcançar uma vida
de santidade?
2. Pela Palavra de Deus (Sl 119. 11): O salmista afirma que escondeu a Palavra do
Senhor em seu coração para não pecar. Da mesma forma nós cristãos atuais e que desejamos
viver a plenitude do Reino de Deus, devemos balizar nossas ações através dos padrões da Bíblia.
Ela é a bússola que nos conduzirá a uma vida de separação das coisas profanas e nos aproximará
do Senhor, por isto Jesus declara aos seus discípulos: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos
tenho falado”(Jo 15.3). É através dela que nos limpamos do pecado e conhecemos a vontade do
Senhor. Glórias a Deus por este eficiente mecanismo de santificação proporcionado pelo nosso
Deus!
3. O Espírito Santo (Jo 16.8-13). Quando o Senhor Jesus falava a respeito da obra
do Espírito Santo, destacou o importante papel deste agente Divino no convencimento do
homem a respeito da sua condição de pecador. Assim, o Espírito Santo seria responsável por
guiar os cristãos em “toda a verdade” (Jo 16.13) e isto inclui fazer o que é do agrado do Senhor;
em escolher a melhor parte (Lc 10.42), ou seja, fazer a vontade do Pai! Sem a ajuda do Espírito
Santo não conseguiremos prosseguir nem vencer a luta contra a carne, é por isso que Paulo
afirma: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortaleza;” (2 Co 10.3,4).
Nossas armas são espirituais e são oferecidas pelo Espírito Santo (Rm 8.1; Ef 6.11-18)! Só Ele nos
fará vencer as tentações diárias e nos ajudará a conseguir alcançar o padrão de excelência cristã.
Eis os primeiros e fundamentais passos para uma vida que siga na direção do Senhor!
Jesus pagou o preço, a Palavra nos dá a direção e o Espírito Santo nos alerta sobre os caminhos
inadequados que por ventura estejamos seguindo. E agora sabendo que é possível sermos
santos, podemos prosseguir na direção de uma caminhada cristã que esteja em conformidade
com a vontade de nosso Deus.
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO
ANDRADE, Claudionor. Adoração, santidade e serviço: Os princípios de Deus
para a sua Igreja em Levítico. 1º edição, Ed. Casa Publicadora das Assembleias de Deus-
CPAD, Rio de Janeiro, 2018.
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São
Paulo: Hagnos, 2015. Vol. 6.
GILBERTO, Antônio et Al. Teologia Sistemática. 2. ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de Deus, 2008.
SANTOS, Vladimir Milomem. A razão da nossa esperança: alegria, crescimento
e firmeza nas Cartas de Pedro. 1. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias
de Deus, 2019.
VINE, W.E., UNGER, Merril F. Et ali. Dicionário Vinner: O significado exegético
e expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento. 1º edição, Ed. Casa Publicadora
das Assembleias de Deus- CPAD, Rio de Janeiro, 2002.