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A resenha tem a função de resumir uma obra e também expor uma crítica.
A resenha crítica é mais que o resumo de uma obra. No texto, o autor faz uma avaliação sobre
o livro, o filme ou qualquer outro conteúdo em questão. A ideia é ressaltar pontos positivos e
negativos, de modo que futuros consumidores possam decidir se querem – ou não – se
aprofundar naquilo.
A resenha crítica é um tipo de resumo que também inclui a interpretação de quem escreve.
Na rotina escolar ou acadêmica, também é comum que os professores solicitem esse tipo de
trabalho para seus alunos. Nesse caso, é uma forma de avaliar a compreensão do estudante
quanto aos temas discutidos, à construção da narrativa ou a outros aspectos relevantes à aula.
– Descrição da obra: deve-se identificar nome e autor (ou diretor e roteirista, no caso de um
filme, por exemplo). Em seguida, faz-se uma breve apresentação da história.
– Introdução ao trabalho: para orientar o leitor, recomenda-se explicar como será a divisão das
seções e quais aspectos serão avaliados (estrutura narrativa, composição dos personagens,
contexto histórico etc.).
– Análise da obra: aqui, vem o trabalho crítico em si. É comum que a análise aconteça em
diálogo com outros autores trabalhados em aula. Nesse ponto, o texto se assemelha a um
artigo científico. Utiliza-se linguagem simples e concisa, com menções à bibliografia, de acordo
com as normas da ABNT.
– Recomendação: após a apreciação, cabe dizer a que público o material se destina, ou se será
útil para alguém. Idade, profissão e valores culturais do sujeito podem ser variáveis a se
considerar.
Modelo de resenha
Uma resenha crítica, apesar do tom opinativo, costuma ser neutra. Isso significa não utilizar
frases fracas como “gostei” e “não gostei”. Deve-se argumentar por que determinados trechos
são interessantes, ou de que forma passagens ruins poderiam melhorar.
O exemplo abaixo é fictício e muito resumido, mas pode ajuda a ilustrar nossas
recomendações. Veja:
Trata-se de um romance epistolar. O livro é narrado por cartas escritas pela protagonista.
Pelas datas (entre 1875 e 1879), nota-se que o processo de abolição da escravatura já estava
em curso, no Brasil. À época, já existia a Lei do Ventre Livre, que postulava que os filhos das
negras não nasceriam escravos.
Talvez isso explique a afeição de Dora aos trabalhadores da senzala. Em tempos mais remotos,
provavelmente uma “sinhazinha” não se misturaria a uma classe considerada inferior. Com o
progresso da sociedade, porém, os mais jovens perceberam que qualquer pessoa, no fim das
contas, é apenas humana.
Essa descoberta e o conflito entre os valores familiares e os sentimentos íntimos são descritos
pela personagem. Apesar de ser um romance situado no século XIX, a obra foi escrita nos anos
2000, voltada a um público adolescente. As frases curtas e simples ajudam a entender melhor o
contexto, sem floreios de linguagem.
Por isso, A Sinhá e o Escravo explica bem uma época vergonhosa de nosso passado. Pode ser
uma boa introdução a esse tema histórico, já que tem uma maneira quase didática de conduzir
a trama.
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