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Caso Clínico - Raiva e Tétano - 5º Ano

ID: brasileiro, caucasiano, 58 anos, divorciado, alfabetizado, natural de Poloni - SP, procedente de Pardinho - SP,
profissão: lavrador.

QD: Mordedura de porco há 7h.

HMA: Paciente sofreu mordeduras múltiplas (num total de 5) de porco por volta das 16h de ontem. O incidente
ocorreu quando foi alimentar uma porca, que, segundo o paciente, era do sítio onde trabalha e estava no cio, e,
em seguida, um porco o atacou. Recebeu várias mordidas em MMII bilateralmente e em região escrotal, fugindo
para não ser mais atacado. Alega sangramento abundante, notadamente em bolsa escrotal, e dor intensa em
panturrilha D. Imediatamente após os ataques, procurou PS de Pardinho, onde foram feitas as suturas de todas as
lesões e encaminhado para o HC UNESP. Chegou a este serviço por volta das 23h do mesmo dia, onde foi
internado.

ISDA: Sem queixas.

AP: Nega uso de qualquer soro heterólogo, mas refere contato frequente com cavalo. Calendário vacinal não
estava atualizado. Nega HAS, DM, ICC ou uso de medicações. É tabagista (90 anos/maço), ex-etilista (bebia 1 a 3 I
de pinga por dia durante 4 anos, mas cessou há 1,5 ano). Nega contato com lagoas de coceira, nunca conheceu o
barbeiro, mora em casa de alvenaria, nega uso de drogas ilícitas.
AF: Não consta prontuário.
EF: GERAL => BEG, orientado, eupnéico, corado, hidratado e afebril. PA = 120 x 80 mmHg.
PELE/ANEXOS => Lesões em coxa E (corto-contusa profusa, 3cm, já suturada), coxa D (sutura em
região anterior com cerca de 6 cm de comprimento), joelho D (duas lesões suturadas em região
anterior, com 3 cm cada), panturrilha D (lesão com cerca de 15 cm, suturada em região posterior),
bolsa escrotal (sutura em Y com 15 cm em diâmetro total), ausência de sinais flogísticos ou hiperemia em todas
elas.
TÓRAX => MV + e nd, sem RA. 2 BRNF sem sopros.
ABDOME => Flácido, indolor, RHA + e nd, sem visceromegalias.

Barbosa, AN - Caso Clínico Raiva e Tétano 5º Ano - 2018 1/2


Questões para Orientar a Discussão

1. Quais as potenciais doenças infecciosas transmissíveis pelo acidente acima?

2. Considerando alternativamente o animal agressor como: 1) morcego; 2) cão ou gato; 3) boi ou cavalo; 4) animais
silvestres e 5) roedores urbanos, qual seriam as diferenças em relação ao risco de transmissão dessas doenças?

3. Como você avalia a conduta inicial tomada no PS de Pardinho? Faria algo diferente?

4. Visto a situação de atraso vacinal, quais são as doenças imunopreviníveis abordáveis no caso acima? Qual(is) a(s)
conduta(s) pertinente(s)? Qual(is) os cuidados adicionais?

5. Considerando alternativamente o animal agressor como: 1) morcego; 2) cão ou gato; 3) boi ou cavalo; 4) animais
silvestres e 5) roedores urbanos, qual seriam as diferenças em relação à terapêutica?

6. No caso específico de acidente por cão ou gato, como e porque o estado da saúde do animal, a gravidade da
lesão e a avaliação da área geográfica influenciam na tomada de conduta? Porque esses animais são passíveis de
observação em alguns casos?

7. Imaginando que o paciente não fosse encaminhado para avaliação e não recebesse a(s) profilaxia(s)
adequada(s), trace um quadro comparativo entre a sintomatologia de um paciente com raiva e outro com tétano.

Sugestão para Estudo:


- http://www.saude.sp.gov.br/instituto-pasteur/
- http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva
- www.cdc.gov
- www.drbarbosa.org (aulas, artigos, consensos, documentos, entrevistas, blog, links, etc.)

Barbosa, AN - Caso Clínico Raiva e Tétano 5º Ano - 2018 2/2

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