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Índice pág.

1. Introdução ......................................................................................................... 1
1.1. Objectivos................................................................................................... 1
1.1.1. Objectivo Geral .................................................................................... 1
1.1.2. Objectivos específicos ......................................................................... 1
1.2. Metodologia ................................................................................................ 2
2. Conceitos Fundamentais .................................................................................. 3
3. Ciclos de Potencia ............................................................................................ 3
3.1. Balanço de Energia de Processo em Regime Permanente ........................ 3
3.2. Modelagem do Ciclo de Rankine ................................................................ 5
3.2.1. Descrição das componentes do ciclo de Rankine................................ 6
3.2.2. Parâmetros de desempenho ................................................................ 8
3.3. Ciclo ideal de Rankine ................................................................................ 8
3.4. Um possível Ciclo de Carnot a Vapor....................................................... 10
3.4.1. Eficiência do Ciclo Rankine ............................................................... 11
3.5. Ciclo com Reaquecimento ........................................................................ 13
3.6. Ciclo com Regeneração ........................................................................... 14
3.7. Efeitos de Perdas sobre a Eficiência dos Ciclos de Potencia ................... 19
4. Ciclos de Refrigeração a Vapor ...................................................................... 21
4.1. Bomba de Calor........................................................................................ 26
5. Conclusão ....................................................................................................... 28
6. Referencias Bibliográficas............................................................................... 29
Índice de figuras pág.
Figura 1: Volume de Controlo no regime permanente. [2] ............................................ 4
Figura 2 Ciclo de Rankine [i]......................................................................................... 6
Figura 3 Componentes principais do Ciclo ideal de Rankine [3]................................... 9
Figura 4: Diagrama T-s do Ciclo de Rankine. [3] .......................................................... 9
Figura 5:Ciclos Rankine modificados em (a) e (b). Ciclo Rankine convencional em (c).
[3] ............................................................................................................................... 11
Figura 6: O efeito do aumento da pressão. [3] ........................................................... 12
Figura 7: Efeito de aumento de temperatura da caldeira (a) e diminuição da pressão
do condensador (b). ................................................................................................... 13
Figura 8: Ciclo com Reaquecimento ........................................................................... 14
Figura 9: Ciclo com Regeneração .............................................................................. 15
Figura 10: Elementos principais de um ciclo com regeneração.................................. 16
Figura 11: Um aquecedor aberto de água de alimentação ......................................... 16
Figura 12: Um condensador fechado com água de alimentação................................ 18
Figura 13: Uma combinação de ciclo com reaquecimento e regeneração ................. 19
Figura 14:Ciclo Rankine com perdas na turbina. ........................................................ 21
Figura 15: Ciclo de refrigeração a vapor. [i] ................................................................ 22
Figura 16: Ciclo de refrigeração mostrando as temperaturas do projecto. ................. 24
Figura 17: Ciclo de refrigeração a vapor mostrando perdas [3] .................................. 25
Figura 18: Bomba de calo........................................................................................... 27
1. Introdução
Há anos que o homem preocupou-se em produzir grande quantidade de energia sem
esforços físicos. Isso levou-o a grandes descobertas e invenções, onde muitos
homens fizeram parte, de entre eles o Carnot, Rankine, Brayton, entre outros. Assim
tentou-se e chegaram a muitas soluções que se encontram em grande abundância
hoje e muito usados. Neste trabalho trazemos uma parte dessa curiosidade, que é o
Ciclo de Potência a Vapor, onde falaremos do seu funcionamento, que compreende
alguns processos que envolvem turbina, bomba, caldeira e condensador, que por sua
vez também abordaremos sobre o melhoramento do mesmo, onde fazemos a
combinação de alguns outros elementos como aquecedor, refrigerador, regenerador,
no qual esses fazem o processo que lhes identificam, aquecer, resfriar, regenerar
respectivamente. Isso nos leva directamente para o aumento de temperatura,
diminuição da temperatura e aumento da pressão respectivamente.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral


 Explicar com exemplos claro sobre os ciclos de potências a vapor

1.1.2. Objectivos específicos


 Definir alguns conceitos básicos e falar das suas funções;
 Falar do ciclo Rankine e um possível ciclo Carnot a vapor;
 Explicar o melhoramento da eficiência do ciclo Rankine duma forma
combinada;
 Explicar os parâmetros que influenciam no melhoramento da eficiência do ciclo
e dar seus possíveis exemplos;
 Falar sobre os efeitos de perdas de potencia e;
 Explicar o ciclo de refrigeração a vapor.

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1.2. Metodologia
Para a elaboração desse trabalho, o grupo baseou-se em alguns manuais da
disciplina, assim como alguns manuais em PDFs que o grupo obteve nas suas
pesquisas. Também fez o uso da câmara do telemóvel para extracção de algumas
figuras que estão nos manuais. E como de costume, também foram necessários
algumas pesquisas na intenet.

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2. Conceitos Fundamentais
Turbina

Turbina é um equipamento rotativo, que normalmente opera em regime permanente,


dedicado a produção de trabalho de eixo (ou potencia). [1]

Compressor ou Bomba

Os compressores (operam com gases) e as bombas (operam com líquidos) são


equipamentos utilizados para aumentarem a pressão no fluido pela adição de
trabalho de eixo. [1]

Turbinas, compressores e bocais

3. Ciclos de Potencia

3.1. Balanço de Energia de Processo em Regime Permanente


Antes de aborda-se sobre os ciclos de potência é importante debruçara-se sobre
balanço de energia de processo em regime permanente pois um grande número de
dispositivos de engenharia como turbinas, compressores e bocais operam por longos
períodos sob as mesmas condições. Esses dispositivos são classificados como
dispositivos em regime permanente. Os processos que envolvem tais dispositivos
podem ser razoavelmente bem representados por um processo algo idealizado,
chamado processo em regime permanente, ou processo com escoamento em
regime permanente.

Processo em regime permanente é um processo durante o qual as propriedades do


fluido podem mudar de um ponto para o outro dentro do volume de controlo, mais em
qualquer ponto fixo elas permanecem constante durante todo o processo. Durante
este processo nenhuma propriedade extensiva ou intensiva dentro do volume de
controlo muda com o tempo, na entrada bem como na saída. A potência produzida
por um volume de controlo e a taxa de transferência de calor ou para um volume de
controlo permanecem constantes durante um processo com escoamento em regime
permanente.

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O balanço de massa aplicado a esse regime na entrada e na saída é dado por:

kg
∑ ṁ = ∑ ṁ ( )
s
e s

(3-1)

kg
Com: ṁ = ρVA [ s ] (3-2)

Onde: ρ é a densidade, V é a velocidade média de escoamento na direcção do


escoamento e A é a área da secção transversal normal à direcção do escoamento.

Figura 1: Volume de Controlo no regime permanente. [2]

Durante um processo de regime permanente, o conteúdo de energia total de um


volume de controlo permanece constante (EVC = constante) e, portanto, a variação na
energia total do volume de controlo é zero. Assim a quantidade de energia que entra
em volume de controlo sob todas as formas (calor, trabalho e fluxo de massa) deve
ser igual à quantidade de energia que deixa o volume de controlo.

Então, na forma de taxa, o balanço aplicado a um processo em regime permanente


se reduz a:

dEsistema
Ėe − Ės = = 0 [kW] (3-3)
dt

Ou Balanço de energia: Ėe = Ės [kW] (3-4)

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Visto que a energia pode ser transferida apenas por calor, trabalho e fluxo de massa,
o balanço de energia da equação (3-4) aplicado a um volume de controlo em regime
permanente pode ser escrito mais explicitamente como:

Q ̇e + Ẇe + ∑ ṁ θ = Q̇s + Ẇs + ∑ ṁ θ [kW]


e s

Ou

V2 V2
Q ̇e + Ẇe + ∑e ṁ (h + + gz) = Q̇s + Ẇs + ∑s ṁ (h + + gz) [kW](3-5)
2 2

Consideremos Q̇como a taxa de calor transferido para o sistema (entrada do calor) e


Ẇcomo a taxa de trabalho realizado pelo sistema (saída de trabalho), neste caso a
primeira Lei da termodinâmica ou equação de balanço de energia aplicada a um
volume de controlo com escoamento em regime permanente é:

V22 V21
Q̇ − Ẇ = ṁ [(h2 + + gz2 ) − (h1 + + gz1 )] (kW) (3-6)
2 2

A obtenção de um valor negativo para Q̇ ou Ẇsignifica que a direcção assumida está


errada e deve ser invertida, para dispositivos com corrente única.

3.2. Modelagem do Ciclo de Rankine


O ciclo de Rankine é um ciclo termodinâmico reversível que funciona convertendo
calor em trabalho. O calor é fornecido à caldeira por uma fonte de calor externa,
geralmente utilizando a água como fluido operante. Este ciclo gera cerca de 90% de
toda a energia eléctrica produzida no mundo, incluindo virtualmente toda a energia
solar, biomassa, carvão e nuclear obtida em usinas. Foi descoberto e nomeado por
William John Macquorn Rankine, um escocês polimata e professor da Universidade
de Glasgow. O ciclo termodinâmico Rankine é fundamental subjacente dos motores a
vapor. Na figura abaixo é ilustrado um ciclo de Rankine.

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Figura 2 Ciclo de Rankine [i]

3.2.1. Descrição das componentes do ciclo de Rankine


Turbina

A partir da caldeira (regenerador) no estágio 1: o vapor, tendo sua temperatura e


pressão elevadas, se expande ao longo da turbina para produzir trabalho, e em
seguida é descarregado no condensador no estágio 2 com pressão relativamente
baixa. De acordo com a equação do balanço de energia aplicado a um regime de
controlo com escoamento permanente de uma turbina, e desprezando-se a
transferência de calor para as vizinhanças, o balanço das taxas de massa e energia
no regime estacionário para um volume de controle no torno da turbina a equação (3-
6) reduz-se a:

Ẇ kJ
= h1 − h2 (kg) ou Ẇ = ṁ(h1 − h2 ) (kW) (3-7)


Sendo ṁa razão mássica do fluido do trabalho circulante e a taxa pela qual o

trabalho é desenvolvido por unidade de massa de vapor que passa pela turbina.

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Condensador

No condensador ocorre a transferência de calor do fluido de trabalho para a água de


resfriamento que flui a um circuito separado. O fluido de trabalho se condensa e a
temperatura da água de resfriamento aumenta, no regime estacionário, o balanço das
taxas de massa e de energia para um volume de controlo que engloba o lado do
condensado do trocador de calor fornece:

Q̇s kJ
= h2 − h3 (kg) (3-8)


Em que mṡ é a taxa pela qual a energia é transferida pelo calor do fluido de trabalho

para a água de escoamento por unidade de massa de fluido de trabalho que passa
pelo condensador.

Bomba

O líquido condensado que deixa o condensador em 3 é bombeado do condensador


para a caldeira a uma pressão mais alta. Considerando-se um volume de controlo da
bomba e admitindo-se que não haja transferência de calor para as vizinhanças, os
balanços de massa e de energia fornecem:

Ẇb kJ
= h4 − h3 (kg) (3-9)

Ẇb
No qual é a potencia de entrada por unidade de massa que passa pela bomba.

Caldeira

O fluido de trabalho completa um ciclo quando o liquido que deixa a bomba em 4, que
é denominado água de alimentação da caldeira, é aquecida até a saturação e
evapora na caldeira. Considerando-se um volume de controlo envolvendo os tubos e
tambores da caldeira que conduzem água de alimentação do estágio 4 para o estágio
1, o balanço das taxas de massa e energia fornece :

Q̇e kJ
= h1 − h4 (kg) (3-10)

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Q̇e
Em que é a taxa de transferência de calor da fonte de energia para o fluido de

trabalho por unidade de massa que passa pela caldeira.

3.2.2. Parâmetros de desempenho


Eficiência é a qualidade daquilo ou de quem é competente, que realiza de maneira
correcta as suas funções. Ela indica o grau de sucesso com o qual um processo de
transferência ou conversão de energia é realizado.

A eficiência térmica que mede a quantidade de energia fornecida ao fluido de trabalho


que passa pela caldeira que é convertida em trabalho líquido de saída, utilizando as
grandezas e expressões já determinadas a eficiência térmica de ciclo de potência:

Ẇ Ẇb
− ̇ (h1−h2 )−(h4 −h3)
η= ṁ
Q̇e
m
= (3-11)
h1 −h4

O trabalho da bomba normalmente é muito pequeno, comparado com o trabalho da


turbina e, portanto, é frequentemente ignorado. Com essa aproximação, temos o
seguinte resultado:



η= ṁ
Q̇e
= (3-12)
Q̇e

3.3. Ciclo ideal de Rankine


A modelação de um ciclo de Rankineideal é feita a partir das seguintes hipóteses:

1º - Todos os processos são irreversíveis;

2º - A queda de pressão que ocorre por causa de atrito não ocorre na caldeira e no
condensador, e portanto o fluido de trabalho circula nessas componentes com
pressão constante;

3º - Os processos que ocorrem na turbina e na bomba são isentrópicos.

Abaixo é ilustrado um esquema de componentes principais de um ciclo de Rankine e


o seu respectivo diagrama T-s.

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Figura 3 Componentes principais do Ciclo ideal de Rankine [3]

Figura 4: Diagrama T-s do Ciclo de Rankine. [3]

 Processo 1 – 2: Primeiro, o fluido de trabalho é bombeado (idealmente numa


forma adiabática reversível) de uma pressão baixa para uma pressão alta
utilizando-se uma bomba. O bombeamento requer algum tipo de energia para se
realizar.
 Processo 2 – 3: O fluido pressurizado entra numa caldeira, onde é aquecido a
pressão constante até se tornar vapor superaquecido. Fontes comuns de calor
incluem carvão, gás natural e energia nuclear.
 Processo 3 – 4: O vapor superaquecido expande através de uma turbina para
gerar trabalho. Idealmente, esta expansão é adiabática reversível. Com esta
expansão, tanto a pressão quanto a temperatura se reduzem.

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 Processo 4 – 1: O vapor então entra num condensador, onde ele é resfriado,
idealmente a pressão constante, até a condição de líquido saturado. Este líquido
então retorna à bomba e o ciclo se repete.

Na análise do ciclo de Rankine é útil considerar que o rendimento depende da


temperatura média na qual o calor é fornecido e da temperatura média na qual o
calor é rejeitado. Qualquer variação que aumenta a temperatura média na qual é
fornecido ou que diminui a temperatura média na qual é rejeitado aumentará o
rendimento do ciclo de Rankine.

Devemos ressaltar que, na análise dos ciclos ideais neste trabalho as variações das
energias cinética e potencial, de um ponto do círculo ao outro, são desprezadas,
conforme ao mencionado anteriormente. Em geral isso é uma hipótese razoável para
os ciclos reais. Analisemos então alguns exemplos deste trabalho que se encontram
no anexo. Exemplo 1, de lembrar que no anexo também constam as tabelas
termodinâmicas usadas para a resolucao dos exemplos.

3.4. Um possível Ciclo de Carnot a Vapor


Na verdade, Ciclo de Carnot é o ciclo executado pela máquina de Carnot, idealizada
pelo engenheiro francês Carnot. Funcionando entre duas transformações isotérmicas
e duas adiabáticas alternadamente, permite menor perda de energia (Calor) para o
meio externo (fonte fria). É possível que a eficiência de certo ciclo de Rankine
modificado seja igual a eficiência do ciclo de Carnot, se o ciclo for feito para operar
como mostrado na figura 5a). Porém, a bomba necessitaria bombear uma mistura de
líquido e vapor, resultando em consumo de trabalho consideravelmente grande
comparado com aquele para bombear somente líquido puro. Alem disso, a
condensação de gotículas líquidas na turbina resultaria em severos danos. Para
evitar os danos causados pelas gotículas, alguém poderia propor o superaquecimento
do vapor a uma temperatura constante como mostrado na figura 5b). Isso, no entanto,
requer que a pressão para esse processo diminua do ponto de vapor saturado para o
estado 3. Para atingir o tal decréscimo, o fluxo nos dutos da caldeira teria de ser
acelerado, uma tarefa que necessitaria de tubulações com diâmetros que fossem

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diminuindo de tamanho. Isso seria complicado e acarretaria maiores custos, se fosse
tentado. Portanto, no projecto usual, bombeia-se somente o líquido, e pressão (p2) e
temperatura (T3) são consideravelmente elevados (T 3 sendo limitada pelas
características de resistência de temperatura dos condutores metálicos e das pás nas
fileiras dianteiras da turbina, tipicamente por volta 600 oC, embora pesquisas recentes
sobre materiais resistentes ao calor vêm aumentando esse limite consideravelmente),
como mostrado na figura 5c). Também se propõe que a pressão da saída do
condensador seja bastante baixa (pode ficar bem baixo da pressão atmosférica,
próximo do zero absoluto). Isso resultaria, contudo no estado 4 se localizando na
região bifásica (um título de 90% é considerado baixo), fazendo que gotículas de
água se formem. Por causa desses problemas, o ciclo de Carnot para vapor não é
praticamente viável.

Figura 5:Ciclos Rankine modificados em (a) e (b). Ciclo Rankine convencional


em (c). [3]

3.4.1. Eficiência do Ciclo Rankine


A eficiência do ciclo Rankine pode ser melhorada com o aumento da pressão da
caldeira e, ao mesmo tempo, mantendo-se a temperatura máxima e a pressão
mínima. O aumento efectivo na produção de trabalho é a área hachurada menos a
área sombreada da figura 6(a), uma mudança relativamente pequena. O calor, no
entanto, diminui pela área sombreada menos a área hachurada da figura 6(b). Essa é
uma diminuição significativa que leva a um aumento considerável na eficiência. O
exemplo 2 ilustra esse efeito (ver o exemplo 2 no anexo). A desvantagem de
aumentar a pressão da caldeira é que o título do vapor saindo da turbina pode tornar-

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se muito baixo (menos de 95%), resultando em danos severos nas pás da turbina e
diminuição de sua eficiência em razão das gotículas de água.

Figura 6: O efeito do aumento da pressão. [3]

Aumentar a temperatura máxima também resulta em melhoria na eficiência térmica


do ciclo Rankine. Na figura 7a), o trabalho útil é elevado pela área hachurada, e o
fornecimento de calor é aumentado pela soma da área hachurada e área sombreada
(uma percentagem de aumento menor que a do trabalho). Uma vez que o numerador
da equação (3-12) sofre aumento percentual maior que o denominador, obtém-se
acréscimo na eficiência. É claro que considerações metalúrgicas limitam a
temperatura máxima que pode ser atingida na caldeira. Temperaturas são limitadas
em torno de 600ºC pelas pás da turbina nas secções dianteiras. Materiais compostos,
como cerâmica com metal, poderão permitir temperaturas muito mais altas. Outra
vantagem de elevar a temperatura na caldeira é que o título do estado 4 é
obviamente aumentado. Isso reduz a formação de gotículas de água na turbina.

A diminuição na pressão do condensador, ilustrada na figura 7b), também resulta no


aumento da eficiência do ciclo Rankine. O trabalho útil vai aumentar
significativamente, conforme representado pela área hachurada, e o calor fornecido
aumentará pouco porque o estado 1’ moverá para uma entalpia um pouco menor que
a do estado 1. O resultado será o aumento na eficiência do ciclo de Rankine. O
processo de transmissão de calor que ocorre no condensador limita a pressão baixa.
O calor é rejeitado para água ou o ar usados para resfriamento no condensador a
aproximadamente 20ºC. O processo de transmissão de calor necessita de uma
diferença de temperatura entre o fluido de resfriamento e o vapor de pelo menos

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10ºC. Consequentemente, uma temperatura de pelo menos 30ºC é requerida no
condensador. Isso corresponde a pressão mínima do condensador de
aproximadamente 4 kPa (segundo as tabelas da termodinâmica). Isso, obviamente,
depende da temperatura da água ou ar usados para o resfriamento e da diferença de
temperatura requerida no trocador de calor. Ver o exemplo 2, 3 e 4 no anexo.

Figura 7: Efeito de aumento de temperatura da caldeira (a) e diminuição da


pressão do condensador (b).

3.5. Ciclo com Reaquecimento


Reaquecimento é o ato ou efeito de reaquecer, ou seja, se um determinado fluido
passou antes por um processo de aquecimento, se voltarmos a aquecer o mesmo
fluido, então estaremos perante ao processo de reaquecimento.

O ciclo com reaquecimento é usado para evitar a formação de gotículas de líquido.


Nesse ciclo, o vapor passa através da maior parte da turbina e é reaquecido
passando de novo pela caldeira e retornando para a turbina.

Pois, ficou claro na secção anterior que, quando se opera um ciclo Rankine com uma
caldeira de alta pressão ou um condensador de baixa pressão, é difícil evitar a
formação de gotículas líquidas nas secções de baixa pressão da turbina. Já que
metais não podem resistir às temperaturas acima de 600ºC, o ciclo com
reaquecimento é frequentemente usado para evitar a formação de gotículas líquidas:
o vapor passando através da turbina a alguma pressão intermediária é reaquecido,
aumentando sua temperatura para o estado 5 no diagrama T-s da figura 8.

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Figura 8: Ciclo com Reaquecimento

O vapor, então, passa através de uma secção da turbina de baixa pressão e entra no
condensador no estado 6. Isso controla ou elimina completamente o problema de
humidade na turbina. Frequentemente, a turbina é separada em dois estágios, uma
turbina de alta pressão e uma turbina de baixa pressão. O Ciclo com reaquecimento
não influencia significativamente a eficiência térmica do ciclo, mas resulta em um
considerável aumento de trabalho útil, representado pela área 4-5-6-4’-4 na figura 8.
O ciclo com reaquecimento exige um investimento significativo em equipamento
adicional, e o uso de tal equipamento deve ser economicamente justificado pelo
aumento do trabalho gerado. Se o reaquecimento não é usado para evitar a formação
de gotículas, a pressão do condensador deve ser bastante alta, próxima do estado 4
(na figura 8), na saída do primeiro estágio da turbina, resultando em um ciclo menos
eficiente. Portanto, o reaquecimento permite aumentar a eficiência por meio da
redução da pressão do condensador. Ver o exemplo 5 no anexo.

3.6. Ciclo com Regeneração


Regeneração é acção ou efeito de regenerar ou regenerar-se. De modo análogo ao
reaquecimento, este também é um processo na qual dá novas propriedades ou
características iguais as iniciais a um fluido que passou por um processo de perda
dos mesmos.

Ciclo com regeneração é um ciclo Rankine na qual utiliza o pré-aquecimento de água


por uma parcela de vapor extraída da turbina. Nesse ciclo, uma quantidade do vapor
é extraída da turbina e misturada com a água que deixa o condensador, de modo a

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pré-aquecer a água antes que ela entre na caldeira. A água de alimentação é a água
que entra na caldeira.

No ciclo Rankine convencional, assim como no ciclo com reaquecimento, uma


percentagem considerável da energia consumida é par aquecer água a alta pressão
de T2 para a sua temperatura de saturação. A área hachurada na figura 9a)
representa essa energia necessária. Para produzir essa energia, a água poderia ser
pré-aquecida antes de entrar na caldeira, extraindo-se uma quantidade de vapor
enquanto ele se expande na turbina (por exemplo no estado 5 da figura 9b)) e
misturando-se com a água enquanto esta sai do primeiro estágio de bombas,
portanto, pré-aquecendo a água de T2 para T6. Isso também poderia evitar a
necessidade de condensar todo o vapor no condensador, reduzindo o montante de
energia descartada do equipamento.

Figura 9: Ciclo com Regeneração

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Figura 10: Elementos principais de um ciclo com regeneração

(note que isso permitiria o uso de torres de resfriamento menores para o mesmo
trabalho gerado). Um ciclo que utiliza esse tipo de aquecimento é um ciclo com
regeneração e o procedimento denomina-se regeneração. Uma representação
esquemática dos elementos principais de tal ciclo com regeneração é mostrada na
figura 10. A água entrando na caldeira é frequentemente referida como a água de
alimentação, e o dispositivo usado para misturar o vapor extraído e a água
condensada é chamado aquecedor de água de alimentação (ou pré-aquecedor).
Quando a condensação é misturada directamente com o vapor, emprega-se um
aquecedor aberto de água de alimentação (ou aquecedor de mistura), como ilustra a
figura 11.

Figura 11: Um aquecedor aberto de água de alimentação

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Ao analisarmos um ciclo com regeneração, devemos considerar o volume de controle
em volta do aquecedor de agua de alimentação. Veja a figura 11. Um balanço de
massa resultaria em:

kg
ṁ6 = ṁ5 + ṁ2 (s) (3-13)

Um balanço de energia, assumindo um aquecedor isolado, desprezando-se as


energias cinéticas e potenciais, fornece:

kg
ṁ6 h6 = ṁ5 h5 + ṁ2 h2 (s) (3-14)

Combinando as equações (3-13) e (3-14) teremos:

h −h kg
ṁ5 = ṁ6 ∗ h6 −h2 (s) (3-15)
5 2

Um aquecedor fechado de água de alimentação também é uma possibilidade. A


figura 12 mostra um esquema desse sistema. As desvantagens de tal sistema são
seu custo mais elevado e suas características de transmissão de calor, que não são
tão boas quanto as do aquecedor aberto, na qual o vapor e a agua são simplesmente
misturados.

Um aquecedor fechado de água de alimentação é um trocador de calor no qual a


água passa através de dutos e o vapor envolve estes, condensado nas superfícies
exteriores. A condensação então formada, à temperatura T6, é bombeada por um
pequeno conduto para dentro da linha de água de alimentação, como mostrado na
figura 12, ou ela passa através de um purgador (um dispositivo que permite somente
a passagem de liquido) e volta para o condensador ou para um pré-aquecedor a uma
baixa pressão.

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Figura 12: Um condensador fechado com água de alimentação

Os balanços de massa e energia também são requeridos ao analisar um aquecedor


fechado; se a energia para o bombeamento for desprezada na análise, obtém-se a
mesma relação da Equação (3-15).

A pressão em que o vapor deve ser extraído da turbina é aproximadamente o


seguinte. Para um aquecedor, o vapor deve ser extraído no ponto em que permita a
temperatura T6 da água de alimentação estar perto da média entre a temperatura do
vapor saturado na caldeira e a temperatura do condensador. Para vários
aquecedores, a diferença de temperatura deve ser dividida igualmente tanto quanto
possível.

Obviamente, se um pré-aquecedor de água de alimentação melhora a eficiência


térmica, dois pré-aquecedores devem melhorar ainda mais. Isto é, na realidade,
verdadeiro, mas dois aquecedores custam mais inicialmente e a manutenção deles
também é mais cara. Com um número maior de aquecedores, é possível chegar perto
da eficiência de Carnot, porém a um custo injustificável. Pequenas usinas de força
podem ter dois aquecedores e grandes usinas até seis.

O ciclo com regeneração é afectado pelo problema de humidade nas secções de


baixa pressão da turbina. Por isso, não é incomum combinar um ciclo com
regeneração, evitando, assim, o problema de humidade e aumentando a eficiência
térmica. Uma combinação possível é mostrada na Figura 13. Essa combinação de

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ciclos resulta em eficiências ideias significativamente mais altas que as do ciclo
convencional.

Figura 13: Uma combinação de ciclo com reaquecimento e regeneração

Há uma técnica adicional para aumentar eficazmente a eficiência final de uma usina
de força. A eficiência de um ciclo é calculada usando-se o trabalho da turbina como a
produção desejada e considerando-se o calor rejeitado do condensador como
desperdício de energia. Há situações especiais nas quais uma instalação de potência
pode ser localizada estrategicamente, de modo que o calor rejeitado possa ser
utilizado em vários processos industriais. Este esquema é chamado de co-geração.
Com frequência, metade do calor rejeitado pode ser usada eficazmente, quase
dobrando a “eficiência” de uma turbina de força. Vapor ou água não podem ser
transportados para muito longe. Por isso, a usina de força deve estar localizada perto
de uma área industrial ou de uma área densamente povoada. Um campus de
universidade é um candidato óbvio para a co-geração, como também o são hospitais
e grandes fábricas. Várias cidades de grande porte estão usando o calor descartado
em áreas centrais de resfriamento (refrigeração por absorção), bem como para
aquecimento. Ver exemplo 6 e 7 no anexo deste trabalho.

3.7. Efeitos de Perdas sobre a Eficiência dos Ciclos de Potencia


Nas secções anteriores, lidamos com ciclos ideias, assumindo que não houve
nenhuma queda de pressão através das tubulações na caldeira, nenhuma perda
enquanto o vapor super-aquecido passa pelas pás da turbina, nenhum sub-
resfriamento da água que sai do condensador e nenhuma perda na bomba durante o

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processo de compressão. As perdas no processo de combustão e as ineficiências na
transmissão de calor subsequente para os fluidos nos dutos da caldeira não são
incluídas aqui. Essas perdas, que estão por volta de 15% da energia contida no
carvão ou no óleo, estariam incluídas no total da eficiência da usina real.

Há uma perda substancial que deve ser considerada quando calculamos a eficiência
real do ciclo: a perda que ocorre quando o vapor se expande através das fileiras de
pás da turbina. Quando o vapor passa por uma pá de turbina, há fricção viscosa.
Além disso, a transmissão de calor pode ocorrer para o exterior da turbina, embora
ela seja pequena. Essas perdas resultam em eficiência da turbina de 80% a 89%. A
eficiência da turbina é definida como:

𝑤
𝜂 𝑇 = 𝑤𝑟 (3-16)
𝑠

Em que wr, é o trabalho real e ws, o trabalho isentrópico. A definição da eficiência da


bomba é:

𝑤
𝜂 𝑇 = 𝑤𝑠 (3-17)
𝑟

Na qual o trabalho isentrópicoé obviamente menor que o trabalho real.

Há uma perda substancial na pressão, provavelmente de 10% a 20%, enquanto o


fluido escoa através de muitos metros de duto saindo da bomba, passando pela
caldeira, para entrada da turbina. A perda pode ser superada simplesmente
aumentando-se a pressão na saída da bomba. Isso requer mais trabalho da bomba,
mais este é menos que 1% do trabalho da turbina e é, portanto, desprezado.
Consequentemente, devemos ignorar as perdas na tubulação da caldeira. O
Condensador pode ser projectado para operar de modo que a agua na saída esteja
bem perto da condição de líquido saturado. Isso vai minimizar as perdas do
condenador, de maneira que elas possam ser ignoradas. O ciclo Rankine real
resultante é ilustrado no diagrama T-s na figura 6.11. As perdas mais significativas
são a que ocorrem na turbina. Observe o aumento na entropia do estado 4
comparado com o estado 3. Observe, também, o efeito desejado de diminuição de

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conteúdo de humidade no estado 4. Na verdade, o estado 4 pode até se mover para
a região de super-aquecimento como mostrado. Ver o exemplo 8.

Figura 14:Ciclo Rankine com perdas na turbina.

4. Ciclos de Refrigeração a Vapor


Refrigeração é a acção de resfriar determinado ambiente de forma controlada, tanto
para viabilizar processos, processar e conservar produtos (refrigeração comercial e
industrial) ou efectuar climatização para conforto térmico.

A refrigeração é um processo termodinâmico em que o calor é retirado de um sistema


isolado para o ambiente, através de um fluido denominado refrigerante. É importante
lembrar que existem 3 tipos de sistemas termodinâmicos sendo estes isolados,
abertos e fechados.

É possível extrair calor de um espaço por meio da operação de um ciclo a vapor,


parecido com o ciclo de Rankine, porém em sentido inverso. A entrada de trabalho é
necessária na operação deste ciclo, como mostra a figura abaixo (Figura 15). O
trabalho realizado por um compressor que aumenta a pressão e, em consequência, a
temperatura de um fluido na fase gasosa por meio de um processo de compressão
isentrópico (processo que ocorre com entropia constante) no ciclo ideal. O fluido de
trabalho na fase gasosa, comprimida e quente, entra em um condensador no qual
calor é extraído, resultando em líquido saturado. A pressão desse líquido é reduzida

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em um processo de expansão, de modo que o fluido possa ser evaporado por
aquecimento pelo calor proveniente de espaço refrigerado. Em seguida, esse vapor
segue para compressor, formando o ciclo.

Figura 15: Ciclo de refrigeração a vapor. [i]

O ciclo mais eficiente é o de Carnot, mostrado na figura 15(b). Há duas grandes


desvantagens quando é feita uma tentativa para colocar tal ciclo em uma operação
real. Primeiro, não é aconselhável comprimir a mistura de líquido e de vapor como
representado pelo estado na figura 15(c), uma vez que as gotículas de líquido
causariam desgaste excessivo; além disso, o equilíbrio entre a fase líquida e a fase
de vapor é difícil de ser mantido em tal processo. Logo, no ciclo de refrigeração ideal,
um estado de vapor saturado é assumido no fim do processo de evaporação. Isso
permite que o vapor super-aquecido possa existir no compressor, como mostrado
pelo processo 1-2 na figura 15(c). Segundo, seria bem caro construir um dispositivo
para ser usado no processo de expansão que seria perto de um processo isentrópico
(nenhuma perda permitida). É muito simples reduzir a pressão irreversivelmente
utilizando uma válvula de expansão que realiza um processo de absorção parcial em
que a entalpia permanece constante, como mostrado pela linha pontilhada na figura
15(c). Ainda que esse processo seja caracterizado por perdas, ele é considerado
como parte do ciclo ideal de refrigeração a vapor. Como o processo de expansão é
um processo de não-equilíbrio, a área sob o diagrama de T-s não representa o
trabalho realizado.

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Desempenho (ou performance) é um conjunto de características ou capacidades de
comportamento e rendimento de um indivíduo, de uma organização
ou grupo de seres humanos, de animais ou de outros seres vivos,
de máquinas ou equipamentos,
de produtos, sistemas, empreendimentos ou processos, em especial quando
comparados com metas, requisitos ou expectativas previamente definidos.

O coeficiente de desempenho ou COP de uma bomba de calor, refrigerador ou


sistema de ar condicionado é uma proporção de aquecimento ou resfriamento útil
fornecida para o trabalho necessário. COPs mais altos equivalem a custos
operacionais mais baixos.
O desempenho do ciclo de refrigeração, quando empregado como refrigerador, é
medido por:
Q
COPR = WR (3-16)
C

Quando o ciclo é usado para aquecimento como uma bomba de calor, o desempenho
é medido por:

Q
COPBC = WA = COPR + 1 (3-17)
C

O coeficiente de performance (COP) pode alcançar valores como 5 para uma bomba
de calor correctamente projectada e 4 para refrigeradores.
As temperaturas de condensação e de evaporação e, portanto, as pressões são
estabelecidas pela situação particular que dita o projecto da unidade de refrigeração.
Por exemplo, em um refrigerador caseiro fabricado para resfriar o espaço do “freezer”
para −18o C(0o F), é necessário projectar o evaporador para operar a
aproximadamente −25o C para permitir uma transmissão de calor eficaz entre o
“freezer” e as serpentinas do refrigerador. A substância refrigerante condensa em
decorrência da transmissão de calor para o ar ambiente, o qual pode estar cerca de
20o C; consequentemente, para permitir uma transmissão de calor eficaz das
serpentinas que transportam a substância refrigerante para o meio ambiente, ela

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deve ser mantida a uma temperatura de pelo menos 27o C. Isso é mostrado na figura
16.

Para conseguir a refrigeração na maioria dos espaços, é necessário que a


temperatura de evaporação seja bastante baixa. Isso obviamente descarta a água
como substância refrigerante. Duas substâncias refrigerantes comuns usadas
actualmente são o amoníaco (NH3 ) eo R134a (CF3 , CH2 , F − 1, 1, 1, 2- tetrafluoretano).

Figura 16: Ciclo de refrigeração mostrando as temperaturas do projecto.

O amoníaco ou amónia é um composto químico constituído por um átomo de


nitrogénio e por três átomos de hidrogénio. Estes átomos distribuem-se numa
geometria molecular piramidal trigonal e a fórmula química do composto é NH₃.

“1,1,1,2 Tetrafluoroetano, R-134a, Forane 134a, Genetron 134a, Florasol


134a, Suva 134a ou ainda HFC-134a” ou Flavol é um gás refrigerante para
“freezeres” utilizado em produtos de refrigeração, em substituição ao Freon.

A selecção de uma substância refrigerante depende da variação das temperaturas


baixas. Por exemplo, temperaturas bem abaixo de −100oC são necessárias para
liquefazer gazes. Obviamente nem amoníaco nem R134a podem ser usadas a tais
baixas temperaturas, visto que eles não existem em forma líquida abaixo de −100o C.
É necessário também que se opere um ciclo de refrigeração, de modo que a pressão
baixa esteja acima da pressão atmosférica, evitando assim, a contaminação pelo ar
no caso de vazamento. Além disso, para a maioria das aplicações, a substância

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refrigerante deve ser não-tóxica, estável, não prejudicial ao meio ambiente e
relativamente barata.

Desvios do ciclo de refrigeração a vapor são mostrados no diagrama T-s da figura 16,
incluindo:

 A queda de pressão em razão do atrito viscoso nos dutos;


 A transmissão de calor que ocorre nos componentes a diferentes
temperaturas;
 A queda de pressão que acontece nos dutos do condensador e do
evaporador;
 O calor transmitido pelo compressor para o ambiente;
 Os efeitos de atrito que ocorrem nas pás do compressor;
 O vapor que entra no compressor pode ser ligeiramente super-aquecido;
 A temperatura do líquido que sai do condensador pode estar abaixo da
temperatura de saturação.

Figura 17: Ciclo de refrigeração a vapor mostrando perdas [3]

Alguns desses efeitos são pequenos e podem ser desprezados, dependendo da


localização dos componentes e também se os componentes e dutos estão bem
isolados. Além disso, nem todos os efeitos são desejáveis, o sub-resfriamento do
fluido condensado no condensador permite que o estado 4 na figura 17(b) se mova
para a esquerda, consequentemente aumentando o efeito de refrigeração.

Quase sempre, o tamanho de um condicionador de ar é classificado em toneladas


(uma unidade muito interessante para classificar quantidade de calor). Uma
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“tonelada” de refrigeração (TR) é teoricamente a taxa de calor necessária para
derreter uma tonelada de gelo (2000lbm ou 907Kg) em 24 horas. Entretanto, por
definição, 1tonelada de refrigeração é igual a 3,52kW ou 12.000 BTU/h (calor de
fusão de 144 BTU/lbm ou 335kJ/Kg). Ademais, o desempenho de um condicionador
de ar é frequentemente expresso como IEE (Índice de Eficiência Energética: a carga
térmica em BTU por hora é dividida pela potência consumida em Watt. Multiplicamos
o COP por 3,412 para obter o IEE). Ver o exemplo 9 e 10.

4.1. Bomba de Calor


Uma bomba hidráulica é um dispositivo que adiciona energia aos líquidos, tomando
energia mecânica de um eixo, de uma haste ou de um outro fluido: ar
comprimido e vapor são os mais usuais. As formas de transmissão de energia podem
ser: aumento de pressão, aumento de velocidade ou aumento de elevação, ou
qualquer combinação destas formas de energia. Como consequência, facilita-se o
movimento do líquido. É geralmente aceito que o líquido possa ser uma mistura de
líquidos e sólidos, nas quais a fase líquida prepondera.

A bomba de calor utiliza o ciclo de refrigeração a vapor discutido e apresentado


anteriormente. Ela pode ser usada para aquecer uma casa no inverno ou resfriar uma
casa no verão, como mostrado esquematicamente na figura 18. Note que, no modo
de aquecimento figura 18(a), a casa recebe calor do condensador, ao passo que, no
modo resfriamento figura 18(b), a casa cede o calor para o evaporador. Isso é
possível uma vez que o evaporador e o condensador são trocadores de calor
similares. Em uma situação real, válvulas são utilizadas para executar a mudança
desejada de trocadores de calor.

Um sistema de bomba de calor é dimensionado para atender a carga de calor e a


carga de resfriamento, qualquer que seja a maior. Em áreas mais quentes, onde as
cargas de resfriamento são extremamente grandes, o sistema pode ser
desproporcional para uma pequena demanda de calor de uma noite fria; um
condicionador de ar com um sistema de aquecimento auxiliar pode ser mais
aconselhável nesses casos. Em áreas mais frias, onde uma grande carga de
aquecimento necessita uma bomba de calor relativamente grande, a capacidade de

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carga de resfriamento reduziria rapidamente a temperatura de uma casa sem uma
redução simultânea na humidade (uma característica inerente a qualquer sistema de
resfriamento). Nesse caso, um forno, que gera o aquecimento com uma bomba de
calor poderia ser projectada baseando-se na carga de resfriamento com um
aquecedor auxiliar para horas de demanda de aquecimento pesado.

(a) Aquecimento (b) Resfriamento

Figura 18: Bomba de calo


Ver o exemplo 11 do anexo neste trabalho.

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5. Conclusão
Contudo, concluímos que estes ciclos são muito importantes, encontrando assim uma
larga aplicação nas industriais de processos, onde usam essa energia produzida para
outros fins internos, como iluminação, uso geral, escritórios e oficinas, para, deste
modo, reduzir o custo da compra de energia da concessionária. Também chega-se a
conclusão, que os ciclos a vapor são ciclos que apresentam um custo reduzir para o
processo de produção de energia.

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6. Referencias Bibliográficas
Livros
[1]. SONNTAG,Richard Edwin, Fundamentos da Termodinâmica. 6ªed.Edgard
Blucher LTDA,2003.
[2]. ÇENGEL, Yunus A. e BOLES, Michael A. Termodinâmica. 5ed.McGraw – Hill
de Portugal, 2001.
[3]. POTTER, Merle C. e SCOTT, Elaine P. Termodinâmica. 2006.
Sites electrónicos
[i]. https://termodinamica-esimeazc.blogspot.com/2016/10/ciclo-rankine.html

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