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EQUIPES
Autoria: Charles de Oliveira Costa, Mário Teixeira Reis Neto, Jorge Filipe da Silva Gomes
Resumo
1. Introdução
As equipes de trabalho têm sido consideradas como elemento central no funcionamento das
organizações e uma série de pesquisas apontam uma relação positiva entre o trabalho coletivo
e o desempenho organizacional (KOZLOWSKI; ILGEN, 2006). O aumento do interesse nas
equipes de trabalho, deve-se ao clima de incerteza das organizações, reflexo da globalização e
das constantes mudanças macroeconômicas (SALAS; COOKE; ROSEN, 2008).
Ao mesmo tempo em que as organizações despertaram para o interesse sobre o trabalho das
equipes, houve um aumento nas pesquisas internacionais que procuram desenvolver métodos
e teorias para mensurar o desempenho nessa área de trabalho, trazendo uma proliferação de
modelos e construtos que procuram descrever, compreender e explicar o funcionamento de
tais equipes (MCGRATH, 1984; GUZZO, DICKSON, 1996; SALAS et al. 2009). Salas,
Cooke e Rosen (2008) identificaram mais de 130 propostas de diferentes disciplinas que
procuram definir o processo grupal e as habilidades envolvidas na efetividade e no
desempenho das equipes.
O desempenho das equipes nas organizações dependem de muitos fatores e podem ser
analisados conceitual ou empiricamente por diferentes modelos de pesquisa que buscam
estudar o tema baseando-se em construtos específicos ao nível do indivíduo (crenças, valores,
habilidades), da organização (recompensas e incentivos, treinamento, sistemas de informação,
liderança) do ambiente (estratégia, culturas, demandas externas) ou do grupo (tipo de tarefa,
normas, objetivos e composição do grupo). Considerando que existem diversas medidas
estabelecidas e validadas na composição e no processo das equipes, os índices de desempenho
são frequentemente idiossincráticos e específicos para um modelo organizacional. Nas
investigações sobre o desempenho das equipes, o foco predominante é na compreensão de
quem é o membro da equipe, como trabalham juntos e o que fazem para realizar seu trabalho
(HACKMAN, 1987; ILGEN et al, 2005; MATHIEU et al. 2008; WILDMAN et al. 2012).
O propósito deste artigo foi apresentar um modelo de avaliação do desempenho das equipes
por meio de uma ferramenta que verifica a influência das varáveis: Conflito, Comunicação,
Potência, Autoeficácia e Interdependência na Coesão de seus integrantes. E a influência da
Coesão no Resultado das equipes. Os objetivos subjacentes desta pesquisa empírica foram a)
validação do Modelo estrutural b) a identificação das variáveis que melhor predisseram o
resultado das equipes investigadas e c) análise da influência das variáveis nas equipes nos
diferentes contextos sociais. Para a consecução dos objetivos, desenvolveu-se um Modelo
hipotético, estrutural que considerou as variáveis estudadas como preditores da eficácia das
equipes.
As equipes podem ser definidas como a) dois ou mais indivíduos, b) que interagem
socialmente, c) que possuem um ou mais objetivos comuns, d) reunidos para a
realização de tarefas organizacionalmente relevantes, e) que demonstrem
interdependência com o fluxo do trabalho, objetivos e resultados, f) que tenham
diferentes papéis e responsabilidades e que g) se encontrem imersos em um contexto
organizacional.
Portanto, uma equipe pode ser caracterizada pela complementaridade das habilidades de seus
integrantes, experiências de trabalho coletivo, responsabilidades compartilhadas, tanto na
execução das tarefas como no alcance das metas.
As pesquisas organizacionais tem procurado compreender porque algumas equipes são mais
efetivas do que as outras, e quais seriam os preditores da eficácia das equipes. A avaliação do
desempenho das equipes pode ser analisada objetivamente pelo resultado do trabalho ou por
modelos que incorporam fatores tais como: comportamento, atitude e a afetividade.
3.1 Coesão
Outros estudos encontraram uma relação menor do que a esperada entre coesão e desempenho,
sugerindo a possibilidade de influência de outros moderadores no desempenho das equipes
(BEAL et al., 2003; GULLY; DEVINE; WHITNEY, 1995; PRAPAVESSIS; CARRON,
1997). Pesquisa de Janis (1972) sugere que membros altamente coesos podem suspender sua
capacidade de expressar idéias críticas, impactando negativamente na efetividade das equipes.
3.2 Interdependência
3.3 Conflito
O modelo de equilíbrio de Gersick (1988) aponta que após a fase inicial de formação, as
equipes passam para a fase de transição. Nessa fase a equipe vivencia o conflito e precisa
resolvê-los para o alcance dos objetivos, e assim, desenvolve-se a identidade e a coesão entre
seus integrantes. Similarmente, o modelo de fases de Tuckman (1965) estabelece que na
formação das equipes, seus integrantes estabelecem laços de acordo com as semelhanças nos
valores e nas crenças individuais. O desacordo intragrupo baseado nesses atributos levam ao
conflito. Os integrantes da equipe percebem que para conviver produtivamente é preciso
estabelecer regras, respeitando as diferenças, competências e lideranças. Os níveis de conflito
reduzem na medida em que aumenta a confiança, a clareza de regras e das normas entre os
integrantes da equipe (TUCKMAN, 1965; GERSICK, 1988).
As teorias do desenvolvimento das equipes sugerem que o conflito e a coesão exercem uma
importante influência na habilidade de interação entre os membros da equipe ao longo do
tempo (TUCKMAN, 1965; GERSICK, 1998; MARKS, MATHIEU E ZACCARO, 2001; DE
DREU; WEITGART 2003; TEKLEAB, QUIGLEY, TESLUK, 2009).
Teckleab; Quigley; Tesluk (2009), autores também interessados no estudo dessa variável,
exploraram a relação entre os conflitos (de tarefa, interpessoal, e o gerenciamento do conflito),
com a coesão e a eficácia das equipes. Resultados desse estudo evidenciaram que o efetivo
gerenciamento do conflito produz influência direta e positiva na inter-relação da equipe
conduzindo para níveis maiores de viabilidade, satisfação, coesão e desempenho.
3.4 Comunicação
Para Antunes et al., (2004) a comunicação é um canal ou processo específico por meio do
qual as pessoas se relacionam na transmissão e recepção de informações. A informação é
composta de dados com significados, e estes servem para reduzir a incerteza a respeito de
algo. A idéia da comunicação está ligada à disseminação de informações, tanto no envio como
no recebimento de conhecimento disponível para uso de todos os envolvidos na organização.
Cardoso (2006 p. 1127) define a comunicação como processo estratégico para a ação em uma
realidade plural, dinâmica e complexa. Atua como fonte disseminadora dos objetivos e dos
valores culturais da empresa para públicos internos e externos.
Verkovic, Valdevit e Ilic (2008) investigaram a relação entre a coesão e o desempenho das
equipes esportivas. Este estudo demonstrou uma alta correlação entre a potência, auto-eficácia
com a coesão e o desempenho das equipes. Finalmente, Gully et al., (2002) conduziram uma
meta-análise examinando os efeitos da potência e da auto-eficácia no desempenho. Os
resultados sugerem que a potência é um importante preditor do resultado das equipes.
4 . Metodologia
Para testar as hipóteses formuladas, foi realizada uma investigação empírica, corte transversal
coletando dados por meio de uma survey, na forma de questionários individuais auto
respondidos. Os dados foram analisados aplicando procedimentos de estatística descritiva,
análise fatorial exploratória e modelagem de equações estruturais.
4.1 Amostra
A pesquisa foi realizada nas organizações que apresentam equipes de trabalho ligadas ao
desenvolvimento de tarefas com metas bem definidas. Foram encaminhados 600
questionários entre os membros da equipe, obtendo-se um total de 418 respondentes (145
policiais militares; 133 atletas de futebol e 140 funcionários do setor administrativo de uma
empresa "ADM"). Não foram incluídos nessa amostra 82 questionários respondidos por
funcionários de uma empresa de telefonia móvel por não preencher os pré-requisitos
estatísticos quantitativos.
Com um total de 20.433 respostas para as 49 questões sobre o objeto de estudo, foram
encontradas 106 células em branco, totalizando 0,52% das respostas, sendo que nenhuma
questão apresentou mais 10% de dados perdidos, não sendo necessária a exclusão de nenhuma
variável do estudo, porém foi necessário excluir um indivíduo que apresentou mais de 10% de
dados perdidos. Os dados perdidos na base de 417 respondentes foram tratados com a
imputação pela média da variável, por ser um dos métodos mais adequados e amplamente
empregado (HAIR et al., 2009).
4.2 Procedimentos
4.3 Instrumentos
- Coesão: Mensurado a partir de uma versão reduzida, composto por nove ítens do The Group
Environment Questionnaire, adaptado de Carron, Widmeyer e Brawley (1985). O Alpha de
Cronbach da versão validada nesta pesquisa foi de 0,937.
- Conflito: Mensurado a partir de uma versão reduzida, composto por quatro ítens que
mensuravam a presença do conflito e quatro ítens que avaliavam o gerenciamento do conflito.
Adaptado de 1) Tekleab, Quigley e Tesluk (2009, p.198). A longitudinal study af team conflict,
conflict management, cohesion and team effectiveness. 2) Jehn e Mannix (2001, p. 243). The
5. Resultados
Por meio da matriz de correlação de Spearman (Hollander; Wolfe, 1999), foram observadas
1167 de 1176 relações significativas ao nível de 5%, o que representa aproximadamente
99,23% das correlações possíveis. Além disso, foi realizado o teste de Bartlett (MINGOT,
2007) para verificar a linearidade em cada constructo. Para todos os constructos foram
observados valores-p menores que 0,001 indicando que existem evidências significativas de
linearidade dentro dos constructos. Após Análise Fatorial Exploratória, pode-se observar que
todos os itens apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,5 e por isso, nenhum item foi
previamente eliminado. O modelo de mensuração e o modelo estrutural foram realizados
utilizando o método PLS (Partial Least Square). Em relação ao Modelo de mensuração, os
índices dos constructos Comunicação, Interdependência, Conflito, Potência, Autoficácia,
Coesão e Resultado, alcançaram os critérios de validação, uma vez que apresentaram
unidimensionalidade e altos indicadores de confiabilidade, validade convergente e
discriminante (ver TAB. 1).
Para verificar a qualidade do ajuste foi utilizado os índices R2 e o GoF. Os dados indicaram
um bom ajuste do modelo com um valor de GoF de 57,63%. O intervalo de confiança via
bootstrap está de acordo com os resultados encontrados pelo valor-p, indicando uma maior
validade aos resultados apresentados. A variável dependente Coesão foi capaz de explicar
Após o ajuste global da amostra, o modelo de equações estruturais foi ajustado novamente de
forma a realizar comparações entre os grupos: Esporte, Polícia Militar e ADM. Na TAB. 3,
nota-se que os intervalos de confiança para o R² se sobrepõem indicando que o modelo se
adequou igualmente nos três grupos. O GoF apresentou valores consideravelmente
satisfatórios para os três grupos. Os pesos atribuídos aos itens dos constructos foram
estatisticamente iguais entre os grupos, indicando que a forma de entender e medir os
constructos não variou por grupo.
Tabela 3 - Comparação da qualidade dos ajustes para os modelos ajustados por grupo.
ADM Esporte Polícia Militar
Endógenas
R² I.C.-95% R² I.C.-95% R² I.C.-95%
Coesão 0,766 [0,72; 0,84] 0,765 [0,67; 0,87] 0,776 [0,69; 0,89]
Resultado 0,387 [0,26; 0,55] 0,280 [0,16; 0,45] 0,492 [0,36; 0,63]
GoF 0,603 0,574 0,678
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)
Para esta pesquisa, os respondentes foram agrupados de acordo com sua capacidade de
trabalho em equipe baseado em dois construtos: a Coesão e a Interdependência. De acordo
com as respostas individuais, foi realizada uma análise de agrupamento hierárquica utilizando
o método de Ward (Ward, 1963) a partir de distâncias euclidianas. Após a formação dos
grupos pela capacidade de trabalho em equipe, foi realizada uma análise de correspondência
com os grupos esporte, polícia militar e administrativo. Com o dendograma apresentado
abaixo, pode-se notar a formação três grupos bem definidos (Gráfico 1).
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)
Na TAB. 4, pode-se verificar as características dos grupos formados. Destaca-se que o grupo
1 apresentou as menores médias de Interdependência e Coesão, enquanto que o grupo 3
apresentou as maiores médias de Interdependência e Coesão. Dessa forma o grupo-1 contém
os indivíduos com menor capacidade de trabalho em equipe, enquanto que o grupo-3 os
indivíduos com maior capacidade de trabalho em equipe. O grupo-2, seria um grupo
intermediário.
Tabela 4 - Caracterização dos grupos através dos valores médios dos índices de
Interdependência e Coesão.
Constructos Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Interdependência 5,727 8,052 9,531
Coesão 5,420 8,163 9,683
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2014)
Grupo 1 - Polícia Militar; Grupo 2 - ADM; Grupo 3 - Atletas.
O grupo esporte foi composto por 133 respondentes, divididos em dez equipes formadas por
atletas de futebol. Os resultados mostraram que as equipes que apresentaram um resultado de
trabalho insatisfatório, também apresentaram baixos índices nas variáveis estudas, em
contrapartida, as equipes que obtiveram bons resultados de trabalho apresentaram altos
índices nas variáveis estudadas. Isto é, equipes com melhor desempenho apresentaram altos
índices de Comunicação, Interdependência, Potência, Autoeficácia, Gerenciamento de
conflito e Coesão. Os resultados sugerem que as variáveis estudadas influenciam
significativamente o desempenho e o resultado das equipes. Sendo assim, o adequado
gerenciamento dessas variáveis pode determinar o sucesso das equipes esportivas na
consecução dos seus objetivos (TAB. 5, parte 1 e 2).
10
6. Discussão
11
O constructo Conflito foi investigado por meio dos itens que procuraram medir a presença do
conflito dentro da equipe e da capacidade de seus integrantes em gerenciá-lo. Os itens foram
desenvolvidos de forma que os índices mais altos obtidos nas respostas significam um nível
baixo de conflito intragrupo e uma alta capacidade de gerenciamento do conflito (ver TAB.
2 ). Os valores das médias, do desvio padrão e dos pesos atribuídos a cada item do grupo de
perguntas do construto sugerem que o conflito de tarefa e de resultado estavam presentes nos
grupos investigados, contudo, os resultados evidenciaram também que os itens que exerceram
o maior impacto sobre a Coesão foram constituídos pelos quesitos que mensuravam o
gerenciamento do conflito. Desse modo, os resultados encontrados nessa pesquisa corroboram
pesquisas prévias de (TECKLEAB, QUIGLEY, TESLUK, (2009); GREER, CARUSO, JEHN,
(2011); JEHN (1995), ao estabelecer que as equipes com alto nível de gerenciamento de
conflito são mais propensas a desenvolver a Coesão do que as equipes que apresentam baixo
nível de gerenciamento do conflito. O efetivo gerenciamento do conflito favorece o clima de
confiança e melhora as relações interpessoais.
Os resultados obtidos nesta pesquisa evidenciaram também que a Coesão influencia de forma
significativa e positiva o resultado alcançado. Sendo assim, quanto maior a Coesão, maior
tende a ser o resultado obtido pela equipe. A Coesão foi capaz de explicar 23,1% da
variabilidade do resultado da equipe. Confirmando portanto a Hipótese 6 (H-6) (TAB.2 ).
Embora, sem haver diferenças significativas, cabe ressaltar que no grupo Esporte, a influência
da Coesão foi menor do que no grupo Policia Militar. Dessa forma, uma melhora na Coesão
na Policia Militar tende a aumentar mais rapidamente o Resultado que no grupo Esporte. Isso
12
A proposta inicial desta pesquisa foi de investigar a influência das variáveis nas equipes do
mesmo grupo (intragrupo) e nos grupos com natureza diversa (intergrupo), ou seja, identificar
quais foram as variáveis que melhor predisseram o resultado das equipes nos três grupos: a)
Esporte; b) Polícia Militar e c) ADM; e posteriormente comparar as equipes com natureza
distinta; isto é, verificar as similaridades e diferenças entre as equipes esportivas com a
polícia militar e ADM. Entretanto, ao receber os questionários respondidos, observou-se que
as equipes da polícia militar e da ADM foram agrupados de forma que não foi possível a
identificação correta das equipes de trabalho; e que a perfeita identificação das equipes
ocorreu apenas no grupo formado pelos atletas.
Para a resolução desse problema, os respondentes foram agrupados de acordo com sua
capacidade de trabalho em equipe, baseados em dois construtos: a Coesão e a
Interdependência. Os critérios adotados para a seleção da Coesão para representar a
capacidade de trabalho em equipe, pautaram-se no estudo de Carron e Brawley (2000) que
consideram a Coesão como um construto multidimensional, incluindo a viabilidade e
satisfação dos seus membros; enquanto a escolha do constructo interdependência baseou-se
nos estudos de Gully, Devine e Whitney (1992); Campion, Medsker e Higgs (1993) Wildman
et al. (2011), que encontraram em seus estudos uma forte associação entre Interdependência,
Coesão e desempenho de equipes.
Os dados do grupo Esporte foram coletados com atletas de futebol de alto rendimento. Por
meio da análise dos dados, observou-se que as equipes que obtiveram um resultado
insatisfatório, apresentaram também índices muito baixos em todos os constructos
investigados; das 10 equipes identificadas 3 sofreram descenso da SÉRIE A para a SÉRIE B
do campeonato Brasileiro. Essas equipes apresentaram os piores índices de Interdependência
e Coesão comparado com todas as outras equipes investigadas nesta pesquisa (TAB. 5 parte 1
13
e TAB. 6 parte 2). Em contrapartida, as equipes que obtiveram resultados muito satisfatórios
(formada por atletas do grupo C), apresentaram os melhores índices em todos os constructos
investigados. Os constructos coesão e interdependência apresentaram índices elevados (TAB.
5 parte 1 e TAB. 6 parte 2) quando comparados com as demais equipes do grupo.
Sendo assim, os resultados desta pesquisa trazem uma contribuição gerencial ao estabelecer
uma relação, entre conceitos teóricos, com os resultados práticos. Com base nos critérios e
dados desta pesquisa, pôde-se concluir que as equipes que sofreram o descenso da SÉRIE A
para a SÉRIE B eram compostas por indivíduos que não trabalharam em equipe, isto é, não
houve uma sinergia positiva que permitisse criar um nível geral de desempenho maior do que
a soma das contribuições individuais. Diametralmente oposto, as equipes compostas por
indivíduos que obtiveram resultados satisfatórios trabalharam como equipe, ou seja,
apresentaram uma boa interação social, interdependência, identidade, satisfação e viabilidade,
gerando uma sinergia positiva de desempenho maior do que a somatória de suas contribuições
individuais.
7. Conclusões
O propósito deste artigo foi apresentar um modelo de avaliação do desempenho das equipes
por meio de uma ferramenta que verifica a influência das varáveis: Conflito, Comunicação,
Potência, Autoeficácia e Interdependência na Coesão de seus integrantes. Para a consecução
dos objetivos, desenvolveu-se um Modelo hipotético, estrutural que considerou as variáveis
estudadas como preditores da eficácia das equipes. O modelo dessa pesquisa alcançou
critérios de validação e confiabilidade, identificando as variáveis que melhor predisseram o
resultado das equipes.
O modelo estabelecido para esta pesquisa corrobora os estudos de Ilgen et al. (2005) e
Mathieu et al. (2008) ao estabelecer os mediadores como antecedentes do desempenho das
equipes. Após a análise dos dados pode-se concluir que as variáveis Comunicação, Conflito,
Interdependência, Potência e Autoeficácia influenciaram significativamente e positivamente
na Coesão da equipe; e que a Coesão da equipe influenciou significativamente e
positivamente o resultado obtido pela mesma.
Para pesquisas futuras, sugere-se incorporar ao modelo apresentado, outras variáveis tais
como: liderança e perfil sociodemográfico. Considerando a natureza dinâmica das equipes, a
realização de estudos longitudinais e multiníveis forneceriam importantes contribuições sobre
o funcionamento e o comportamento das equipes ao longo do tempo.
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