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º 19, 22/5/2015
Edição
Gabinete de Estratégia
e Planeamento
N.o Vol. Pág. 2015
Direção de Serviços de Apoio
19 82 1468-1603 22 mai Técnico e Documentação
ÍNDICE
Regulamentação do trabalho:
Despachos/portarias:
- Sodecia - Sociedade Industrial de Metalurgia da Guarda, SA - Autorização de laboração contínua ........................................... 1541
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Portarias de extensão:
- Aviso de projeto de portaria de extensão das alterações do contrato coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais de
Conservas de Peixe (ANICP) e a FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Tu-
rismo de Portugal e outros............................................................................................................................................................... 1542
- Aviso de projeto de portaria de extensão das alterações dos contratos coletivos entre a Associação Nacional das Indústrias de
Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calça-
do e Peles de Portugal - FESETE e entre a mesma associação de empregadores e a Federação de Sindicatos da Indústria, Energia
e Transportes - COFESINT.............................................................................................................................................................. 1543
- Aviso de projeto de portaria de extensão do contrato coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais de Prefabricação em
Betão - ANIPB e a Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços - FETESE e outros............................................................. 1544
- Aviso de projeto de portaria de extensão das alterações ao contrato coletivo entre a Associação do Comércio e Serviços do
Distrito de Setúbal e outra e o CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e ou-
tro..................................................................................................................................................................................................... 1545
- Aviso de projeto de portaria de extensão do contrato coletivo entre a Associação Nacional de Revendedores de Com-
bustíveis - ANAREC e a FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e ou-
tras................................................................................................................................................................................................... 1547
Convenções coletivas:
- Contrato coletivo entre a GROQUIFAR - Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos e a Federação dos
Sindicatos da Indústria e Serviços - FETESE - Alteração salarial e outras..................................................................................... 1548
- Acordo de empresa entre a CIMPOR - Indústria de Cimentos, SA e a Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços-
FETESE - Alteração salarial e outras.............................................................................................................................................. 1550
- Acordo de empresa entre a CIMPOR - Indústria de Cimentos, SA e a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção,
Cerâmica e Vidro - FEVICCOM e outros - Alteração salarial e outra............................................................................................ 1552
- Acordo de empresa entre a FIBO - Fábrica Ibérica de Óptica. L.da e a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção,
Cerâmica e Vidro - FEVICCOM - Alteração salarial e outras........................................................................................................ 1555
- Acordo de empresa entre a POLO - Produtos Ópticos, SA e a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica
e Vidro - FEVICCOM - Alteração salarial e outras......................................................................................................................... 1557
- Acordo de empresa entre a C.T.E. - Central Termoeléctrica do Estuário, Unipessoal, L. e a Federação dos Sindicatos da Indús- da
Decisões arbitrais:
...
1469
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Jurisprudência:
...
Organizações do trabalho:
Associações sindicais:
I – Estatutos:
II – Direção:
Associações de empregadores:
I – Estatutos:
- ACILIS - Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós - Alteração...................................................... 1585
II – Direção:
Comissões de trabalhadores:
I – Estatutos:
...
1470
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
II – Eleições:
I – Convocatórias:
II – Eleição de representantes:
1471
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Aviso: Alteração do endereço eletrónico para entrega de documentos a publicar no Boletim do Trabalho e Emprego
O endereço eletrónico da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho para entrega de documentos a publicar
no Boletim do Trabalho e Emprego passou a ser o seguinte: dsrcot@dgert.msess.pt
De acordo com o Código do Trabalho e a Portaria n.º 1172/2009, de 6 de outubro, a entrega em documento electrónico
respeita aos seguintes documentos:
a) Estatutos de comissões de trabalhadores, de comissões coordenadoras, de associações sindicais e de associações de
empregadores;
b) Identidade dos membros das direcções de associações sindicais e de associações de empregadores;
c) Convenções colectivas e correspondentes textos consolidados, acordos de adesão e decisões arbitrais;
d) Deliberações de comissões paritárias tomadas por unanimidade;
e) Acordos sobre prorrogação da vigência de convenções coletivas, sobre os efeitos decorrentes das mesmas em caso de
caducidade, e de revogação de convenções.
Nota:
- A data de edição transita para o 1.º dia útil seguinte quando coincida com sábados, domingos e feriados.
- O texto do cabeçalho, a ficha técnica e o índice estão escritos conforme o Acordo Ortográfico. O conteúdo dos textos é
da inteira responsabilidade das entidades autoras.
SIGLAS
CC - Contrato coletivo.
AC - Acordo coletivo.
PCT - Portaria de condições de trabalho.
PE - Portaria de extensão.
CT - Comissão técnica.
DA - Decisão arbitral.
AE - Acordo de empresa.
Execução gráfica: Gabinete de Estratégia e Planeamento/Direção de Serviços de Apoio Técnico e Documentação - Depósito legal n.º 8820/85.
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Greve no Metropolitano de Lisboa, EPE no dia 24 da Manutenção do Metropolitano (SINDEM), pelo Sindica-
de fevereiro de 2015 to dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) e pelo Sin-
dicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (FETESE/
SITESE) e o ofício do Sindicato de Quadros Técnicos
(SENSIQ) a informar que aderem à greve.
Arbitragem obrigatória
2- Da ata mencionada, para além das informações indica-
Número do processo: 01/2015 - SM. das, constam ainda alguns elementos com interesse, como,
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- de resto, era expectável.
viços mínimos. No aviso prévio, depois de considerarem que, «face às
Assunto: greve Metropolitano de Lisboa, EPE, vários atuais circunstâncias, nomeadamente, a área geográfica ser-
sindicatos, 24 de fevereiro de 2015 (greve parcial), nos ter- vida pelos transportes do Metropolitano de Lisboa - EPE,
mos definidos no respetivo aviso prévio de greve - pedido de (…) apenas se mostra necessário assegurar, a priori, os servi-
arbitragem obrigatória para determinação de serviços míni- ços mínimos que sempre asseguramos e se têm revelado su-
mos. ficientes, aliás como o decidido pela Decisão Arbitral profe-
rida no Processo n.º 51/2010-SM e confirmada pelo Acórdão
Acórdão da Relação de Lisboa de 04 de Maio de 2011.»
E acrescentam que, «as Associações Sindicais signatá-
I- Antecedentes rias declaram, porém, que assegurarão, ainda, no decorrer da
greve, quaisquer outros serviços que, em função de circuns-
1- Por correio eletrónico enviado no dia 10 de fevereiro de tâncias concretas e imprevisíveis, venham a mostrar-se ne-
2015, a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Tra- cessários à satisfação de necessidades sociais impreteríveis».
balho (DGERT) do Ministério da Solidariedade, Emprego Da referida ata constava igualmente a posição dos repre-
e Segurança Social remeteu à senhora Secretária-Geral do sentantes do METRO relativamente aos serviços mínimos,
Conselho Económico e Social (CES) comunicação com a in- considerando insuficiente os propostos no aviso prévio e
dicação de que se destinava a dar cumprimento ao disposto apresentando uma proposta de serviços mínimos (anexo 3
na alínea b) do número 4 do artigo 538.º do Código do Tra- à referida ata).
balho (CT), nos termos do disposto no número 1 do artigo 3- Os serviços mínimos em causa não estão definidos e re-
25.º do Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25 de setembro, para gulados em qualquer convenção coletiva, sendo certo, como
constituição de tribunal arbitral tendo em vista a definição da já ficou dito, que os sindicatos e a empresa não lograram che-
prestação de serviços mínimos a realizar durante a greve dos gar a acordo na reunião relatada na ata, nem posteriormente.
trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, EPE (METRO), Consta, ainda, de tal ata o entendimento de que o Me-
bem como dos meios necessários para os assegurar. A greve tropolitano de Lisboa, assegurando o serviço público de
encontra-se marcada para o dia 24 de fevereiro de 2015, «no transporte coletivo de passageiros em sistema de metro na
período entre as 06h00 e as 09h30 para a generalidade dos área metropolitana de Lisboa, presta serviços suscetíveis de
trabalhadores e no período compreendido entre as 09h30 e as satisfazer necessidades sociais impreteríveis, como, de resto,
12h30 para os trabalhadores administrativos, apoio e técni- resulta do disposto na alínea a) do número 2 do artigo 537.º
cos superiores», como consta do aviso prévio de greve. do CT.
Juntas a esta mensagem de correio eletrónico constavam
cópias dos seguintes documentos: II- Arbitragem
–– Ata da reunião convocada, nos termos e para os efeitos
do disposto no número 2 do artigo 538.º do CT, reunião que 4- Assim sendo, e uma vez que:
teve lugar no dia 9 de fevereiro de 2015 e na qual não foi –– A atividade do Metropolitano de Lisboa se destina à
possível chegar a acordo sobre a definição de serviços míni- satisfação de necessidades sociais impreteríveis, cuja pres-
mos a prestar durante a greve acima referida, com 3 anexos, tação correspondente não é suscetível de ser adiada (artigo
entre os quais o aviso prévio de greve emitido conjuntamen- 537.º, número 2, alínea a), do CT);
te pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comuni- –– O Metropolitano de Lisboa se enquadra no sector em-
cações (FECTRANS), pelo Sindicato dos Trabalhadores da presarial do Estado - artigo 538.º, número 4, alínea b), do
Tração do Metropolitano de Lisboa (STTM), pelo Sindicato CT;
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
a definição de serviços mínimos a prestar durante a greve, À luz do disposto no número 3 do artigo 57.º da Cons-
sob pena de não serem satisfeitas as referidas necessida- tituição da República Portuguesa e dos número 1 do artigo
des sociais impreteríveis, foi cometida a este tribunal arbi- 537.º e número 5 do artigo 538.º do CT, uma greve suscetível
tral que, nos termos do disposto no citado Decreto-Lei n.º de implicar um risco de paralisação do serviço de transportes
259/2009, ficou constituído como segue: deve ser acompanhada da definição dos serviços mínimos,
–– Árbitro presidente: António Casimiro Ferreira; no respeito dos princípios da necessidade, da adequação e da
–– Árbitro dos trabalhadores: Eduardo Allen; proporcionalidade e na medida do estritamente necessário à
–– Árbitro dos empregadores: Carlos Proença. salvaguarda de outros direitos ou interesses constitucional-
O tribunal reuniu no dia 16 de fevereiro de 2015, às mente protegidos.
14h30, nas instalações do CES, tendo de imediato decidido 7- Da descrição da atividade em que se anuncia a greve, é
ouvir as partes, o que aconteceu de modo sucessivo, primeiro evidente que se pode discutir a pretensão, apresentada pela
os representantes das associações sindicais e depois os repre- entidade empregadora, de haver a definição de serviços mí-
sentantes do Metropolitano de Lisboa, que se apresentaram nimos, uma vez que se trata de uma empresa de transporte
todos devidamente credenciados. público ferroviário, o que, porém, não chegou a acontecer
A FECTRANS fez-se representar por: por não ter acordo entre as partes.
–– Paulo Jorge Machado Ferreira; A definição de serviços mínimos, nos termos constitu-
–– Sara Vanessa Carvalheira Ferreira Gligó. cionais e legais, assume sempre um caráter excecional na
O STTM fez-se representar por: medida em que implica uma limitação do direito fundamen-
–– José Manuel da Silva Marques; tal à greve, embora corresponda à proteção de valores que
–– Pedro Correia da Silva. igualmente têm uma dignidade constitucional.
O SINDEM fez-se representar por: Impõe-se aqui uma tarefa de ponderação de bens, ava-
–– António dos Santos Laires; liando da importância da proteção dos direitos e interesses
–– José Carlos Estevão Silveira; em presença, na certeza de que o legislador constitucional,
–– Rita Mafalda Aguiar. na delimitação do direito à greve, não configurou este direi-
O SITRA fez-se representar por: to fundamental dos trabalhadores como um direito absoluto,
–– Alexandre Manuel Correia da Silva; sendo a definição de serviços mínimos uma limitação ao seu
–– Nuno Ricardo Alves Fonseca. exercício.
O SENSIQ fez-se representar por: 8- A conclusão a que se chega é a de que não se impõe,
–– Maria da Natividade dos Anjos Marques. ao abrigo dos critérios constitucionais e legais, a definição
O METRO Lx, por sua vez, fez-se representar por: de serviços mínimos relativos à circulação das composições,
–– António Manuel Elísio Gonçalves; por se tratar de uma greve parcial, de apenas algumas horas.
–– José Manuel Azevedo Gonçalves; Noutra perspetiva, não se reconhece que a circulação de
–– Margarida Melo de Sousa Loureiro. parte das composições do METRO, devido às suas caracte-
5- Na reunião, tanto pelos representantes dos sindicatos rísticas próprias de meio de transporte urbano e subterrâneo,
como da empresa, foram prestados relevantes esclarecimen- pudesse mostrar-se apta à satisfação de necessidades sociais
tos quanto ao funcionamento do serviço do metro e à sua ma- impreteríveis em matéria de acesso aos cuidados de saúde,
nutenção, com especial incidência na explicação de aspetos às escolas e a serviços de segurança nesse concreto contexto,
técnicos respeitantes a questões de segurança dos utentes e havendo outros meios alternativos de transporte com melhor
pessoal da empresa na operação de transporte efetuada. aptidão à satisfação daquelas necessidades, sendo estes ou-
Foram entregues documentos pelas partes que foram jun- tros transportes de mais fácil acesso pela população e melhor
tos aos autos. dirigíveis aos lugares pretendidos, nomeadamente no acesso
aos hospitais numa situação de emergência.
III- Enquadramento jurídico 9- Na esteira do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
de 4 de maio de 2011, não se nos afigura que, no caso em
6- Resulta do disposto no número 1 do artigo 537.º do CT apreço, a «salvaguarda de outros direitos ou interesses cons-
que, nas empresas ou estabelecimentos que se destinem à titucionalmente protegidos» seja afetada de modo excessivo,
satisfação de necessidades sociais impreteríveis, a associa- desproporcionado ou irreversível pela não fixação de servi-
ção sindical que declare a greve e os trabalhadores aderentes ços mínimos relativamente à circulação das composições do
devem assegurar, durante a mesma, a prestação dos serviços METRO, para além daqueles que constam do aviso prévio, a
mínimos indispensáveis à satisfação daquelas necessidades. saber, «os serviços mínimos que sempre asseguramos e que
De acordo com o disposto na alínea h) do número 2 do se têm revelado suficientes, aliás como o decidido pela de-
mesmo artigo, os «Transportes, incluindo portos, aeroportos, cisão arbitral proferida no Processo n.º 51/2010-SM e con-
estações de caminho-de-ferro e de camionagem, relativos a firmada pelo Acórdão da Relação de Lisboa de 04 de Maio
passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a de 2011», mas também «quaisquer outros serviços que, em
bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respeti- função de circunstâncias concretas e imprevisíveis, venham
vas cargas e descargas» integram a lista exemplificativa de a mostrar-se necessários à satisfação de necessidades sociais
setores em que o legislador considera poder estar em causa a impreteríveis».
satisfação de necessidades sociais impreteríveis. É ainda de mencionar o facto de haver decisões arbitrais
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anteriores que estabeleceram esta mesma orientação de só fi- equipamento e das instalações é efetuada por três trabalha-
xar serviços mínimos no que respeita à manutenção: Proces- dores de determinadas categoriais profissionais no posto de
so n.º 3/2006, Processo n.º 44/2007, Processo n.º 51/2010, comando central. Isso mesmo sucederá no próprio dia 24 de
Processo n.º 45/2011 e Processo n.º 5/2012. A Decisão n.º fevereiro de 2015 até à hora do início da greve.
51/2010, relativa à greve geral de 2010, foi confirmada pelo Ora, não tendo sido decididos serviços mínimos relativos
acórdão da Relação de Lisboa de 4 de Maio de 2011. à circulação de composições, as estações de METRO con-
De resto, estas diversas decisões com uma mesma orien- tinuarão encerradas até às 9h30 desse dia em que termina a
tação são ainda objeto de uma alusão legal específica no ar- greve dos trabalhadores que operam a circulação de compo-
tigo 27.º, número 3, do Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25 de sições. Se assim é, as necessidades de segurança mantém-se
novembro, segundo o qual «Após três decisões no mesmo inalteradas e são idênticas às que são asseguradas até à hora
sentido em casos em que as partes sejam as mesmas e cujos do início da greve.
elementos relevantes para a decisão sobre os serviços míni- Em face do exposto, entendo que os serviços em matéria
mos a prestar e os meios necessários para os assegurar sejam de segurança, no que respeita ao número de trabalhadores a
idênticos, caso a última decisão tenha sido proferida há me- eles afetos, não deveria ir para além do que são escalados
nos de três anos, o tribunal pode, em iguais circunstâncias, nos dias em que o Metropolitano está encerrado, conforme
decidir de imediato nesse sentido, após a audição das partes proposta da empresa datada de 12 de fevereiro deste ano e
e dispensando outras diligências instrutórias». que foi entregue a este tribunal pelos representantes do Me-
Atendeu-se igualmente à jurisprudência constante dos tropolitano de Lisboa.
Acórdãos n.º 51 de 2010, n.os 48, 53, 59 e 67 de 2013 e os
n.os 1 e 2 de 2014. Carlos Proença.
IV- Decisão
10- Pelo exposto, o Tribunal Arbitral entende, por maioria,
definir os seguintes serviços mínimos: Greve no Metropolitano de Lisboa, EPE no dia 27
i) Os trabalhadores grevistas assegurarão, em conformida- de fevereiro de 2015
de com o próprio aviso de greve, que remete para a decisão
arbitral proferida no Processo n.º 51/2010-SM, os serviços
necessários à segurança e manutenção do equipamento e das
instalações. Tais serviços consistirão, concretamente, na afe- Arbitragem obrigatória
tação de um trabalhador da área à sala de comando e energia, Número do processo: 02/2015 - SM.
dois trabalhadores da área aos postos de comando central, Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
três trabalhadores da área a cada posto de tração, quatro tra- viços mínimos.
balhadores da área na PMOII e quatro trabalhadores da área Assunto: greve Metropolitano de Lisboa, EPE, vários
na PMOIII; caso sejam as associações sindicais a designar sindicatos, 27 de fevereiro de 2015 (greve parcial), nos ter-
os trabalhadores que irão cumprir serviços mínimos, deve tal mos definidos nos respetivos avisos prévios de greve - pedi-
designação mencionar o número de identificação/METRO do de arbitragem obrigatória para determinação de serviços
dos trabalhadores em causa; mínimos.
ii) Esta obrigação dos trabalhadores grevistas não exonera
ou afasta idêntica obrigação por parte dos não grevistas; Acórdão
iii) Não são fixados quaisquer serviços mínimos relativa-
mente à circulação de composições.
I- Dos factos
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
rio Palma Ramalho) pela FECTRANS, tendo este requeri- III- Do direito
mento sido indeferido pelo presidente do CES (Desp. n.º 02/
1- O direito de greve é um direito fundamental dos traba-
GP/2015 de 16 de fevereiro de 2015). Os árbitros de parte e,
lhadores, com a categoria de direito, liberdade e garantia,
na sequência do despacho acima referido, também o árbitro
nos termos do artigo 57.º número 1 da CRP. Esta qualificação
presidente juntaram a respetiva declaração de aceitação e de
não significa, contudo, que o seu conteúdo seja ilimitado -
independência. Estas declarações, bem como o requerimento
o que, aliás, não sucede com nenhum direito - carecendo,
e o despacho indicados ficam apensos aos autos.
designadamente, de ser conjugado com dois tipos de neces-
3- O tribunal reuniu no dia 20 de fevereiro, às 10h00, nas
sidades, reconhecidas tanto pela Constituição (artigo 57.º
instalações do CES, tendo de imediato decidido ouvir as par-
número 3) como pelo CT (artigo 537.º números 1 e 3): as
tes, o que aconteceu de modo sucessivo, primeiro os repre-
denominadas «necessidades sociais impreteríveis»; e as ne-
sentantes das associações sindicais e depois os representan-
cessidades correspondentes à «segurança e manutenção de
tes do Metropolitano de Lisboa, que se apresentaram todos
equipamentos e das instalações».
devidamente credenciados.
A conjugação do direito de greve com estas necessidades
A FECTRANS fez-se representar por:
corresponde a uma aplicação do princípio geral da colisão de
–– Anabela Paulo da Silva Carvalheira;
direitos (artigo 335.º do CC), levando à compressão daquele
–– Paulo Jorge Machado Ferreira.
direito no plano do seu exercício, na medida do necessário
O STTM fez-se representar por:
para a satisfação de outros direitos e interesses, que, nos
–– José Manuel da Silva Marques;
termos da Constituição e da lei, sobre ele prevalecem. Mas,
–– José Augusto Ferreira Rodrigues.
naturalmente, tendo o direito de greve a categoria de direito,
O SINDEM fez-se representar por:
liberdade e garantia, a sua cedência àqueles interesses deve
–– José Carlos Estevão Silveira;
reduzir-se ao mínimo indispensável para assegurar tais ne-
–– Miguel Luís Oliveira Branco;
cessidades e deve manter intocado o conteúdo fundamental
–– António dos Santos Laires.
do próprio direito de greve (artigo 18.º número 2 da CRP).
O SITRA fez-se representar por:
A ideia de «serviços mínimos» e de «serviços necessá-
–– Nuno Ricardo Alves Fonseca.
rios», constante do artigo 57.º número 3 da CRP e do artigo
O SENSIQ fez-se representar por:
537.º números 1 e 3 do CT, corresponde exatamente a este
–– Maria da Natividade dos Anjos Marques.
desiderato constitucional e legal na limitação do direito de
O Metropolitano de Lisboa (METRO Lx), por sua vez,
greve.
fez-se representar por:
2- A concretização legal do conceito de serviço mínimo,
–– Margarida Maria Melo de Sousa Loureiro;
para acorrer à satisfação dos dois tipos de interesses assina-
–– António Manuel Elísio Gonçalves;
lados, é feita pela lei de dois modos diferentes.
–– José Manuel Azevedo Gonçalves.
No caso dos serviços de manutenção e segurança das ins-
4- Nesta audiência, os representantes das associações sin-
talações e do equipamento, o artigo 537.º número 3 do CT
dicais e a empresa apresentaram documentos adicionais, que
recorre à expressão «serviços necessários», conceito indeter-
o tribunal apreciou e que ficam juntos aos autos, a saber:
minado que, em cada caso e de acordo com as característi-
–– Pela FECTRANS o documento «Alegações. Greve de
cas da empresa e da atividade por ela desenvolvida, caberá
dia 27/02/2015»;
concretizar.
–– Pelo STTM os seguintes documentos: «Argumentação
Já no caso das chamadas necessidades sociais imprete-
e Explicação», «Definição dos Serviços Mínimos durante a
ríveis (artigo 537.º número 1 do CT), a lei escolheu enun-
Greve agendada para o dia 27/02/2015, a Sentença do Tri-
ciar, ainda que em moldes exemplificativos, os setores que
bunal de Trabalho de Lisboa de 19/10/2007, e o Plano de
considera corresponderem a tais necessidades - o que faz
trabalho dos Maquinistas»;
no número 2 do artigo 537.º do CT. Da leitura conjugada
–– Pelo SINDEM o documento «Declaração do SINDEM
destas duas normas decorre claramente para este tribunal,
à reunião da Arbitragem Obrigatória, 20/02/2015»;
subscrevendo orientação já sustentada noutros acórdãos ar-
–– Pelo Metropolitano de Lisboa os seguintes documen-
bitrais (Acórdão n.º 05/2013-SM, de 24 de Janeiro, Acórdão
tos: «Serviços necessários para a Segurança e manutenção
n.º 44/2013, de 31 de Outubro, e Acórdão n.º 28/2014-SM,
dos equipamentos e instalações na greve no Metropolitano
de 7 de Novembro) que, a partir do momento em que a gre-
de Lisboa, E.P.E. de 27/02/2015», «Quantitativo de traba-
ve ocorra num dos setores previstos no número 2 do artigo
lhadores necessários para assegurar os serviços mínimos», e
537.º, surge a obrigação de prestação de serviços mínimos,
«Serviços necessários para segurança e manutenção de equi-
constante do número 1 do mesmo artigo, já que é a lei que
pamentos e instalações na greve no Metropolitano de Lisboa,
expressamente reconhece tal setor como correspondendo a
E.P.E. de 27/02/2015».
uma necessidade social impreterível.
5- Nesta audiência, tanto os representantes das associações
Naturalmente, sendo a enumeração do artigo 537.º nú-
sindicais como os representantes da empresa prestaram re-
mero 2 exemplificativa, podem surgir necessidades sociais
levantes esclarecimentos quanto ao funcionamento do ser-
impreteríveis em setores não contemplados na enumeração
viço do metro e à sua manutenção e quanto às questões de
do artigo 537.º número 2. Contudo, neste caso, o surgimen-
segurança dos utentes e pessoal da empresa na operação de
to da obrigação de serviços mínimos dependerá da prova de
transporte.
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
que tal setor corresponde a uma necessidade social básica e no plano arbitral, que os interesses tutelados pela imposi-
impreterível - o que, aliás, já tem acontecido, com a extensão ção de serviços mínimos em greves que ocorram no setor
desta qualificação a setores não contemplados no número 2, do transporte coletivo de passageiros são os que se referem
como o setor da educação. à liberdade de circulação das pessoas, tanto considerando o
Pelo contrário, a qualificação expressa deste ou daque- direito de circulação em si mesmo, como relacionando tal di-
le setor como «destinado à satisfação de necessidades so- reito com o direito à saúde, o direito à educação ou o direito
ciais impreteríveis», feita pelo artigo 537.º número 2 do CT, ao trabalho em sentido amplo (já que o exercício destes di-
dispensa qualquer indagação mais profunda sobre o caráter reitos depende da possibilidade de acesso a um determinado
vital e inadiável (i.e., impreterível) da necessidade social local). Em qualquer destes casos, estamos perante direitos e
em causa - pela razão simples de que não cabe ao intérprete liberdades fundamentais dos cidadãos.
substituir-se à lei nas qualificações que ela faz. E, estando as- No caso concreto desta greve, uma vez que ela ocorrerá
sente esta qualificação legal, dela decorre, também ope legis, no período entre as 6h00 e as 9h30, salienta-se, no entender
o surgimento da obrigação de serviços mínimos, prevista no deste tribunal, a possibilidade de afetação do direito ao tra-
número 1 do artigo 537.º balho, já que este é o período de maior afluxo de trabalhado-
3- A presente greve ocorre no setor do transporte coletivo res à respetiva atividade profissional. Assim, por força desta
ferroviário de passageiros, atividade desenvolvida pelo Me- greve, e com elevado grau de probabilidade os utentes do
tropolitano de Lisboa. METRO não poderão deslocar-se para o trabalho ou chega-
Ora, a atividade do Metropolitano subsume-se direta- rão com muito atraso.
mente a uma das situações que a lei prevê como necessidade Ainda assim, poderia entender-se que a fixação de servi-
social impreterível: a atividade de «Transportes, incluindo ços mínimos de circulação não se justificaria, por uma razão,
portos, aeroportos, estações de caminho-de-ferro e de camio- que tem, aliás, sido valorizada noutros - aliás, doutos - acór-
nagem, relativos a passageiros, animais e géneros alimenta- dãos: porque, sendo a greve decretada apenas pelo período
res deterioráveis e a bens essenciais à economia nacional, de 3,5 horas e havendo transportes alternativos, a necessi-
abrangendo as respetivas cargas e descargas» (artigo 537.º dade social a que se reporta não seria impreterível, uma vez
número 2 h) do CT). que, mais cedo ou mais tarde, as pessoas poderão chegar ao
Assim, por aplicação direta e conjugada dos números seu destino.
1 e 2 h) do artigo 537.º do CT, nos termos acima expen- Não é este o entendimento deste tribunal. É que, como já
didos, entende este tribunal que o Metropolitano de Lisboa se referiu, o juízo sobre o caráter impreterível desta necessi-
presta uma atividade correspondente a necessidades sociais dade social (repita-se, a liberdade de circulação e, por força
impreteríveis (a atividade de transporte ferroviário de passa- desta, o exercício de outros direitos) já foi feito a montante
geiros), estando, em consequência, as associações sindicais e formalmente pelo legislador (no artigo 537.º número 2 do
que decretem uma greve que afete tal atividade, bem como CT). Ora, se assim é, o reporte dos critérios do artigo 538.º
os trabalhadores que adiram a essa greve, afetos à obrigação número 5 à «impreteribilidade» significa uma desqualifica-
de serviços mínimos em matéria de circulação de comboios ção a posteriori da atividade de transporte de passageiros
e demais tarefas inerentes à atividade de transporte de pas- para efeitos do surgimento da própria obrigação de serviços
sageiros (que passaremos a referir, abreviadamente, como mínimos - o que contraria diretamente o artigo 537.º número
serviços mínimos de circulação). 2. Assim, uma vez que esta greve coloca em causa a liberda-
4- Estando assente a sujeição das associações sindicais e de de circulação e, designadamente, o acesso dos utentes do
dos trabalhadores grevistas à obrigação de prestar serviços METRO aos locais de destino em tempo de exercerem pon-
mínimos de circulação, o problema que se coloca é apenas o tualmente outros direitos (e, no caso concreto desta greve,
da definição concreta ou da medida de tais serviços. em especial o direito ao trabalho), está preenchido o critério
Constituindo os serviços mínimos uma limitação de um da necessidade para a determinação dos serviços mínimos.
direito, liberdade e garantia, a sua definição deve ser o mais 6- Confirmada a necessidade de fixação de serviços mí-
restritiva possível, por imposição do artigo 18.º número 2 da nimos, cabe apreciar os critérios da proporcionalidade e da
CRP, nos termos já referidos. Contudo, no caso específico adequação, de novo apenas para o estabelecimento da medi-
do direito de greve e ao abrigo da permissão normativa do da dos serviços a prestar.
artigo 57.º número 3 da CRP, é o próprio CT que baliza a O tribunal avaliou esses critérios com base na proposta
restrição do direito de greve pelo dever de serviços mínimos, de serviços mínimos de circulação apresentada pelo Metro-
estabelecendo, no artigo 538.º número 5, que a definição des- politano de Lisboa e oportunamente referida - já que as as-
tes serviços «deve respeitar os princípios de necessidade, da sociações sindicais não previram este tipo de serviços nos
adequação e da proporcionalidade». avisos prévios de greve - e do documento complementar a
Vejamos então. essa proposta, apresentado na audiência, pelo Metropolitano
5- O princípio da necessidade obriga a ponderar em termos e intitulado «quantitativo de trabalhadores necessários para
substanciais o interesse social vital que, no caso, possa estar assegurar os serviços mínimos», sobre o qual as associações
na base da exigência dos serviços mínimos, tendo em conta sindicais foram também chamadas a pronunciar-se, em estri-
o setor em que se insere a greve e ponderando também a to respeito pelo princípio do contraditório.
especificidade desta greve em concreto. 7- O critério da adequação exige um juízo sobre a utilida-
É jurisprudência pacífica, tanto no plano judicial como de do modelo de serviços mínimos proposto para assegurar
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
a protecção da necessidade social impreterível em causa na ria destas categorias, o METRO já funciona apenas com um
greve. único trabalhador em dia normal, logo nenhuma redução é
No caso desta greve, como o direito à livre circulação possível - o tribunal ficou convencido de que o número de
das pessoas tutela, em particular, a necessidade de acesso, trabalhadores indicado é o indispensável para o desempenho
em tempo útil, aos locais de trabalho, e esta necessidade é dos serviços mínimos correspondentes a 25 % da circulação
generalizada, afigura-se adequado ao tribunal um modelo de no mesmo período em dia normal de trabalho.
serviços mínimos que passe pelo funcionamento de todas as Assim, considera o tribunal que a restrição ao exercício
linhas do METRO, ainda que em moldes mínimos - e não, do direito de greve decorrente destes serviços mínimos con-
como já foi proposto em greves anteriores, pelo funciona- figura uma restrição proporcional ao direito de greve dos
mento de algumas linhas e pelo encerramento de outras. Por trabalhadores, que deixa intocado o núcleo fundamental da-
outro lado, segundo a empresa, apoiada no parecer do IMT quele direito.
de 11 de fevereiro de 2015, junto aos autos (doc. 3), este mo-
delo de serviços mínimos é também o que melhor se adequa IV- Decisão
à segurança da operação durante a greve e em cumprimento
daqueles serviços. 1- Pelo exposto, o tribunal arbitral decide o seguinte quan-
Assim, ponderando o interesse vital em questão nesta to aos serviços mínimos durante o período de greve:
greve, o tipo de greve (i.e., uma greve de curta duração mas i) Dentro do período de funcionamento da empresa cober-
na «hora de ponta» da manhã) e as exigências de seguran- to pelo período da greve (7h00 às 9h30) devem ser assegura-
ça, considera o tribunal - aliás, na esteira do que tem sido das, em todas as estações e por cada período de uma hora de
sustentado noutros acórdãos relativamente a greves dos tra- funcionamento, 25 % das composições habitualmente afetas
balhadores do METRO (Acórdão n.º 39/2013-SM, de 10 de ao transporte de passageiros, devendo, se e quando o resulta-
Outubro e Acórdão n.º 28/2014, de 7 de Novembro) - que a do da aplicação daquela percentagem seja inferior à unidade,
proposta de serviços mínimos apresentada pela empresa, a ser assegurado um serviço de circulação.
garantir, em cada hora de paralisação e em cada estação, a ii) No período de greve que antecede o período de funcio-
circulação de apenas 25 % das composições, que, nesse mes- namento da empresa (6h00 às 7h00) devem ser asseguradas
mo exacto período, circulariam em regime de funcionamento as actividades indispensáveis à preparação dos serviços pre-
normal, corresponde a um critério objectivo e adequado para vistos em i).
prosseguir o interesse vital em questão. iii) Os serviços indicados em i) e ii) incluem os serviços
8- Por seu turno, o critério da proporcionalidade obriga a necessários à manutenção e segurança do equipamento e das
conjugar o grau de sacrifício imposto aos titulares dos inte- instalações.
resses sociais vitais afectados pela greve com o grau de res- iv) O número exacto de trabalhadores por categoria e fun-
trição ao exercício do direito de greve que necessariamente ção correspondentes à prestação dos serviços mínimos é o
decorre da imposição de serviços mínimos, tendo ainda em que consta do documento intitulado «Quantitativo de traba-
conta a natureza da operação em causa e as funções dos tra- lhadores para os Serviços Mínimos», anexo a este acórdão e
balhadores grevistas envolvidos. que dele faz parte integrante.
Assim, uma vez definido o nível mínimo adequado dos v) No contexto da realização dos serviços mínimos indi-
serviços a prestar no caso concreto, devem ser abrangidos cados, deve a empresa assegurar as condições normais de
pelo dever de prestação de tais serviços todos os trabalhado- segurança dos passageiros e dos trabalhadores adstritos as
res que, nas respectivas funções, sejam necessários para as- serviços mínimos.
segurar aquele nível mínimo de serviços. Mas, naturalmente, 2- Quanto aos meios humanos necessários para assegurar a
pelas características técnicas da actividade em questão, pode prestação dos serviços mínimos, tal como definidos, deverão
a prestação do serviço mínimo envolver uma redução menor os representantes dos sindicatos, de acordo com o disposto
do número de trabalhadores numa certa categoria e maior no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar os trabalhadores
noutra (por exemplo, numa greve que ocorra num hospital, adstritos a cumprir tal obrigação, cabendo a designação de
os trabalhadores necessários para assegurar os serviços mí- tais trabalhadores, de acordo com a disposição legal citada,
nimos envolvem necessariamente menos pessoas no serviço à empresa Metropolitano de Lisboa, caso os sindicatos não
de consultas do que no serviço de urgência). exerçam tal faculdade até 24 horas antes do início da greve.
Ora, pela apreciação do documento apresentado pela em-
presa e intitulado «Quantitativo de trabalhadores necessários Lisboa, 23 de fevereiro de 2015.
para assegurar os serviços mínimos» - que apresenta uma Rosário Palma Ramalho, árbitro presidente.
redução significativa dos trabalhadores das categorias ope- António Simões de Melo, árbitro de parte trabalhadora.
racionais e da área da manutenção, mas uma redução nula Alexandra Bordalo Gonçalves, árbitro de parte empre-
(ou insignificante) nas categorias de trabalhadores afectos gadora.
ao PCC (posto de comando central) - até porque, na maio-
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ANEXO
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Greve no Metropolitano de Lisboa, EPE nos dias 16 (intitulada «Serviços mínimos no Metropolitano de Lisboa,
e 18 de março de 2015 EPE, dias 16 e 18 de março de 2015»), incluindo, em anexo,
dois pareceres do IMT, um de 8 de março de 2013 (doc. 1) e
outro de 11 de fevereiro de 2015 (doc. 3), sobre a segurança
na operação, que, nos termos da ata acima referida, foi apre-
Arbitragem obrigatória
sentada na reunião promovida pela DGERT.
Número do processo: 03/2015-SM. 3- Da ata acima mencionada, consta ainda que «os servi-
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- ços mínimos não estão regulados nos instrumentos de regu-
viços mínimos. lamentação colectiva de trabalho» e, por outro lado, que na
Assunto: greve Metropolitano de Lisboa, EPE, vários reunião, convocada precisamente para chegar à definição
sindicatos, 16 e 18 de março de 2015 (greve parcial), nos desses serviços por acordo entre as partes, não foi possível
termos definidos no respetivo aviso prévio de greve - pedi- obter um consenso quanto ao tema.
do de arbitragem obrigatória para determinação de serviços 4- Da referida ata, para além das informações indicadas,
mínimos. consta ainda que a FETESE afirmou subscrever o pré-aviso
de greve mas «(…) que no âmbito da sua representativida-
Acórdão de na greve em causa, nesta empresa em concreto, e pela
natureza das funções administrativas não exige a definição
I- Antecedentes de serviços necessários à segurança e manutenção de equi-
pamentos, instalações, nem à satisfação de necessidades so-
1- A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comu- ciais impreteríveis, pretendem que o processo naquilo que à
nicações (FECTRANS), o Sindicato dos Trabalhadores da FETESE diz respeito, não prossiga os ulteriores termos para
Tração do Metropolitano de Lisboa (STTM), o Sindicato da o CES».
Manutenção do Metropolitano (SINDEM), o Sindicato dos
Trabalhadores dos Transportes (SITRA), a Federação dos II- O tribunal arbitral e audição das partes
Sindicatos da Indústria e Serviços (FETESE) e o Sindica-
to de Quadros Técnicos (SENSIQ), remeteram, com data 5- É manifesto que, conforme informação prestada pela
de 27 de fevereiro de 2015, pré-aviso de greve, ao conselho DGERT, no presente caso se verificam os pressupostos de
de administração do Metropolitano de Lisboa, EPE (adiante que o disposto na alínea b) do número 4 do artigo 538.º do
METRO Lx). CT faz depender a intervenção do Tribunal Arbitral, a cons-
Os pré-avisos referem-se a uma greve nos dias 16 e 18 de tituir nos termos da legislação aplicável.
março de 2015, «no período entre as 06h00 e as 09h30 para Tribunal que, neste caso, ficou constituído por:
a generalidade dos trabalhadores e no período compreendido –– Árbitro presidente: João Leal Amado;
entre as 09h30 e as 12h30 para os trabalhadores adminis- –– Árbitro dos trabalhadores: Helena Carrilho;
trativos, apoio e técnicos superiores», como consta do aviso –– Árbitro dos empregadores: Cristina Nagy Morais;
prévio de greve. que reuniu em 11 de março de 2015, pelas 14h00, nas insta-
2- A 3 de março de 2015, foi recebido, por correio eletró- lações do CES. Depois de uma primeira ponderação do as-
nico, no Conselho Económico e Social (adiante CES), um sunto e das suas conexões com outras situações semelhantes,
e-mail da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de foram ouvidas as partes. Primeiro teve lugar a audição dos
Trabalho (adiante DGERT), dirigido à sua Secretária-Geral, representantes das associações sindicais e depois dos repre-
para efeitos do disposto na alínea b) do número 4 do artigo sentantes da empresa, que se apresentaram credenciados.
538.º do Código do Trabalho (CT), aprovado pela Lei n.º A FECTRANS fez-se representar por:
7/2009, de 12 de fevereiro, acompanhado de cópias dos se- –– Paulo Jorge Machado Ferreira;
guintes documentos: –– Sara Vanessa Carvalheira Ferreira Gligó.
a) Ata da reunião, convocada pela DGERT nos termos do O STTM fez-se representar por:
número 2 do artigo 538.º do CT, que teve lugar no dia 3 de –– José Augusto Ferreira Rodrigues;
março de 2015; –– José Manuel da Silva Marques;
b) Aviso prévio de greve emitido conjuntamente pela –– Victor Manuel Alves Casarão.
Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações O SINDEM fez-se representar por:
(FECTRANS), pelo Sindicato do Trabalhadores da Tração –– António dos Santos Laires;
do Metropolitano (STTM), pelo Sindicato da Manutenção do –– José Carlos Estevão Silveira;
Metropolitano (SINDEM), pelo Sindicato dos Trabalhadores –– Miguel Luís Oliveira Branco;
dos Transportes (SITRA), e pela Federação dos Sindicatos –– Rita Mafalda Damião Aguiar.
da Indústria e Serviços (FETESE); O SITRA fez-se representar por:
c) Documento emitido pelo Sindicato de Quadros e Téc- –– Alexandre Manuel Correia da Silva;
nicos (SENSIQ), no qual manifesta a sua adesão à mesma –– Nuno Ricardo Alves Fonseca.
greve; O SENSIQ fez-se representar por:
d) Proposta de serviços mínimos elaborada pelo Metro- –– Rodolfo Frederico Beja Lima Knapic.
politano de Lisboa, EPE, com data de 2 de março de 2015 O METRO Lx, por sua vez, fez-se representar por:
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–– António Manuel Elísio Gonçalves; 10- Entende assim este tribunal arbitral que, numa ótica
–– José Manuel Azevedo Gonçalves; jurídico-constitucionalmente adequada, impõe-se sempre
–– Margarida Melo de Sousa Loureiro. proceder a uma análise casuística da greve em questão, para
6- Nas reuniões que tiveram com os membros do Tribunal apurar se há ou não necessidades sociais impreteríveis que
Arbitral, os representantes das partes responderam às ques- a mesma venha colocar em xeque e cuja satisfação deva ser
tões que lhes foram colocadas e prestaram os esclarecimen- salvaguardada através da prestação de serviços mínimos pe-
tos solicitados, juntando diversos documentos, que integram los grevistas. Não há lugar, nesta matéria, para qualificações
os respetivos autos. formais e mecânicas, feitas em moldes apriorísticos e abs-
tractos pelo legislador, sob pena de a lei ordinária, assim in-
III- Enquadramento jurídico e fundamentação terpretada, vulnerar o disposto na Lei Fundamental. E, em ri-
gor, uma necessidade social só será impreterível quando não
7- Resulta do disposto no número 1 do artigo 537.º do CT puder deixar de ser satisfeita, quando for inadiável, quando
que, nas empresas ou estabelecimentos que se destinem à se tornar imperioso satisfazê-la, quando for socialmente in-
satisfação de necessidades sociais impreteríveis, a associa- tolerável que a mesma seja sacrificada.
ção sindical que declare a greve e os trabalhadores aderentes 11- Através do número 2 do artigo 537.º do CT, o legisla-
devem assegurar, durante a mesma, a prestação dos serviços dor procura auxiliar o intérprete a preencher o conceito inde-
mínimos indispensáveis à satisfação daquelas necessidades. terminado de «necessidades sociais impreteríveis», indican-
E, de acordo com o disposto na alínea h) do número 2 do do alguns sectores de actividade em que, prima facie, uma
mesmo artigo, os «Transportes, incluindo portos, aeroportos, greve poderá pôr em xeque a satisfação de tais necessidades.
estações de caminho-de-ferro e de camionagem, relativos a Contudo, o preenchimento do número 2 desse preceito nem é
passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a condição necessária nem é condição suficiente para tal efei-
bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respeti- to: não é condição necessária porque o catálogo legal tem
vas cargas e descargas», integram a lista exemplificativa de carácter meramente exemplificativo, pelo que uma greve que
setores em que o legislador considera poder estar em causa a ocorra fora daqueles sectores poderá sim ameaçar a satisfa-
satisfação de necessidades sociais impreteríveis. ção dessas necessidades impreteríveis, legitimando o estabe-
Assim, e à luz do disposto no número 3 do artigo 57.º lecimento de serviços mínimos; mas também não é condição
da Constituição da República Portuguesa e do número 1 do suficiente porque, tendo em atenção todas as circunstâncias
artigo 537.º e número 5 do artigo 538.º do CT, uma greve da greve em apreço, o intérprete bem poderá concluir que,
suscetível de implicar um risco de paralisação do serviço de in casu, não se mostra necessário fixar quaisquer serviços
transportes deverá ser acompanhada da definição dos servi- mínimos, por essa particular greve não comprometer a sa-
ços mínimos, mas sempre no respeito dos princípios da ne- tisfação de necessidades impreteríveis. E, assim decidindo,
cessidade, da adequação e da proporcionalidade, e na medida o intérprete não estará a violar a lei; ele estará, crê-se, a res-
do estritamente necessário à salvaguarda de outros direitos peitar a Constituição, procedendo a uma leitura da lei em
ou interesses constitucionalmente protegidos. conformidade com esta.
8- Este Tribunal Arbitral tem como seguro que as ideias 12- No caso em apreço, a conclusão a que se chega é a
de prejuízo, de perturbação, de incómodo e de transtorno de que não se impõe, ao abrigo dos critérios constitucionais
acompanham a definição mesma de greve. A greve analisa-se e legais, a definição de serviços mínimos relativos à circu-
num direito que consiste, precisamente, em causar prejuízos lação das composições, até por se tratar de uma greve de
a outrem (desde logo, à entidade empregadora) e em criar curta duração e havendo como há outros meios alternativos
transtornos de vária ordem aos utentes do serviço paralisado. de transporte ao dispor dos cidadãos. Entende, por isso, este
Neste quadro, o direito à greve poderá, decerto, ter de ceder, tribunal, que, independentemente das questões atinentes à
mas só quando aqueles prejuízos ou transtornos se revelarem matéria da segurança do funcionamento do METRO em re-
socialmente intoleráveis, vale dizer, só quando a paralisação gime de serviços mínimos, as circunstâncias específicas em
da atividade inerente à greve se revelar apta a comprometer que ocorre esta greve não justificam a adoção dos serviços
a satisfação de necessidades sociais impreteríveis - isto é, mínimos propostos pelo METRO.
necessidades cuja não satisfação tempestiva provoque danos 13- O direito de deslocação é, sem dúvida, um direito fun-
irremediáveis. damental de todos os cidadãos, nos termos do artigo 44.º da
9- A definição de serviços mínimos, nos termos consti- CRP, mas dele não decorre forçosamente que os cidadãos
tucionais e legais, implica sempre uma limitação do direi- tenham o direito de se deslocar, em dia de greve, utilizan-
to fundamental à greve, embora corresponda à proteção de do as ligações disponibilizadas pelo METRO. A mobilidade
valores que igualmente têm uma dignidade constitucional. e a deslocação de pessoas no interior da cidade de Lisboa
Impõe-se aqui, por conseguinte, uma tarefa de ponderação e na zona de acesso a outras localidades limítrofes não são
de bens, avaliando da importância e urgência da proteção dos anuladas pela circunstância de os trabalhadores do METRO
direitos e interesses em presença, na certeza de que o legis- fazerem greve. Com efeito, existem outros meios de trans-
lador constitucional, na delimitação do direito à greve, não porte através dos quais os cidadãos em causa poderão exer-
configurou este direito fundamental dos trabalhadores como cer o seu direito de deslocação, sem com isso comprimirem
um direito absoluto, sendo a definição de serviços mínimos o direito de greve daqueles trabalhadores. Meios alternativos
uma limitação ao seu exercício. estes, porventura, menos adequados do que as referidas liga-
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ções do METRO - mas esse, julga-se, é o preço a pagar pelos Lisboa, 11 de março de 2015.
utentes, num ordenamento jurídico-constitucional que eleva
João Leal Amado, árbitro presidente.
a greve à condição de direito fundamental dos trabalhadores
Helena Carrilho, árbitro de parte trabalhadora.
e perante uma greve de tão curta duração como aquela que é
Cristina Nagy Morais, árbitro de parte empregadora.
objeto da presente decisão.
14- Pelo exposto, não se afigura a este tribunal arbitral que,
no caso em apreço, a salvaguarda de outros direitos ou inte-
resses constitucionalmente protegidos seja afetada de modo
excessivo, desproporcionado ou irreversível pela não fixação Greve na AGERE - Empresa de Águas, Efluentes e
de serviços mínimos relativamente à circulação das compo- Resíduos de Braga, EM no dia 13 de março de 2015
sições do METRO, para além daqueles que constam do aviso
prévio. Sem prejuízo da existência de alguma jurisprudên-
cia, aliás douta, em sentido diferente, entende este tribunal
Arbitragem obrigatória
manter a orientação perfilhada, a este respeito, pela jurispru-
dência maioritária, sendo muito numerosas as decisões arbi- Número do processo: 04/2015 - SM.
trais anteriores que adoptaram esta mesma orientação de só Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
fixar obrigações no que respeita à segurança e manutenção viços mínimos.
do equipamento e instalações, mas não já no que respeita à Assunto: greve na AGERE, EM, STAL, 13 de março de
circulação de composições do METRO durante a greve. 2015 - pedido de arbitragem obrigatória para determinação
15- Por fim, saliente-se ainda que a empresa apresentou de serviços mínimos.
uma proposta de serviços necessários à segurança e manu-
tenção de equipamento e instalações, sobre a qual os sindi- Acórdão
catos tiveram oportunidade de se pronunciarem.
Relativamente a este ponto, em que se manifestaram po- I- Os factos
sições bastante divergentes, o tribunal procurou ponderar
cuidadosamente os argumentos apresentados pelas partes, 1- A presente arbitragem emerge, através de comunicação
levando ainda em conta a curta duração da greve. com data de 3 de Março de 2015, recebida no Conselho Eco-
nómico Social no mesmo dia, da Direcção-Geral do Empre-
IV- Decisão go e das Relações de Trabalho (DGERT), à Secretária-Geral
do Conselho Económico Social, de aviso prévio de greve dos
16- Pelo exposto, o tribunal arbitral decide, por unanimi- trabalhadores da AGERE - Empresa de Águas, Efluentes e
dade, o seguinte quanto aos serviços mínimos durante o pe- Resíduos de Braga, EM (AGERE). Este aviso prévio é subs-
ríodo de greve: crito pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Lo-
i) Deverão ser assegurados os serviços necessários à segu- cal e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins
rança e manutenção do equipamento e das instalações; (STAL), estando a execução da greve prevista para o período
ii) Tais serviços consistirão na afetação de: das 0h00 às 24h00 do dia 13 de março de 2015.
a) Um trabalhador na sala de comando e energia; 2- Foi realizada reunião na DGERT, convocada ao abrigo
b) Dois trabalhadores da área no posto de comando cen- do disposto no número 2 do artigo 538.º do Código de Tra-
tral; balho (adiante, CT).
c) Um trabalhador da área em cada um dos oito postos de 3- Resulta da sobredita comunicação, bem como da ata da
tração; reunião realizada com os sindicatos e a empresa, que não
d) Um trabalhador da área em cada um dos parques (Cal- houve acordo sobre os serviços mínimos a prestar durante o
vanas e Pontinha). período de greve, nem esta matéria é regulada pela regula-
iii) Não são fixados serviços mínimos relativamente à cir- mentação coletiva de trabalho aplicável.
culação de composições.
Quanto aos meios humanos necessários para assegurar a II- Tribunal Arbitral e audição das partes
prestação dos serviços mínimos tal como definidos, deverão
os representantes dos sindicatos, de acordo com o disposto 4- O Tribunal Arbitral foi constituído, nos termos do nú-
no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar, de forma clara mero 3 do artigo 24.º do citado Decreto-Lei n.º 259/2009, de
e inequívoca, com menção do respetivo nome e número, os 25 de setembro, com a seguinte composição:
trabalhadores adstritos a cumprir tal obrigação, que poderão –– Árbitro presidente: Jorge Bacelar Gouveia;
ser dirigentes sindicais, desde que trabalhem na empresa em –– Árbitro dos trabalhadores: Miguel Alexandre;
cujo âmbito vai decorrer a greve e na área correspondente, –– Árbitro dos empregadores: Gregório Rocha Novo.
cabendo a designação de tais trabalhadores, de acordo com a Devidamente convocados, compareceram e foram ouvi-
disposição legal citada, à empresa Metropolitano de Lisboa, dos os representantes das partes interessadas, que apresenta-
caso os sindicatos não exerçam tal faculdade até 24 horas ram credenciais e cuja identificação consta dessas mesmas
antes do início da greve. credenciais que, rubricadas pelos membros do Tribunal Ar-
bitral, ficam juntas aos autos.
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Compareceram, em representação das respetivas entida- Greve nos Hospitais, EPE no dia 13 de março de
des: 2015
O STAL fez-se representar por:
–– Joaquim Augusto Carvalho de Sousa;
–– Miguel Pedro Sá Viana Vidigal.
Arbitragem obrigatória
A AGERE, EM fez-se representar por:
–– Maria Celeste da Silva Gomes. Número do processo: 05/2015-SM.
5- Após a audição dos representantes das partes o tribunal, Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
promoveu o diálogo entre ambas, o que conduziu, à cele- viços mínimos.
bração de um acordo de serviços mínimos, que se anexa ao Assunto: greve Hospitais, EPE, FSTFPS, SEP e FESAP,
presente acórdão. no dia 13 de março de 2015, nos termos definidos nos respe-
Em face do sucedido, o tribunal entendeu não ter de se tivos avisos prévios de greve - pedido de arbitragem obriga-
pronunciar sobre a definição dos serviços mínimos. tória para determinação de serviços mínimos.
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João, EPE (CHSJ), do Centro Hospital e Universitário de constituir no âmbito da Lei n.º 35/2014, de 20/6 (Lei Geral
Coimbra, EPE (CHUC) relativamente aos seus Serviços Far- do Trabalho em Funções Públicas).
macêuticos, Serviço de Sangue e Medicina Transfusional e O Tribunal Arbitral entende que lhe compete julgar este
Serviços Hoteleiros/Logística, do SUCH - Serviço Utiliza- litígio, nos termos e com os fundamentos invocados nos
ção Comum dos Hospitais e do Centro Hospitalar do Algar- Acórdãos n.os 30/2014-SM, 19/2014-SM, 29/2010-SM e
ve, EPE (CHAlgarve), requerimento do SEP datado de 4 de 13/2010-SM. Com efeito, entre as outras razões invocadas
março de 2015, bem como as atas das reuniões realizadas, nesses acórdãos para os quais se remete, i) seria inaceitá-
nos termos do número 1 do artigo 25.º do Decreto-Lei n.º vel a exigência de duas arbitragens quanto à mesma questão,
259/2009, de 25 de setembro. uma para cada tipo de vínculo, com riscos de violação do
6- O Tribunal Arbitral (TA) foi, assim, constituído com a princípio da igualdade e ii) as entidade públicas empresariais
seguinte composição: (como os centros hospitalares e hospitais em causa) estão
–– Árbitro presidente: João Tiago Silveira; excluídas do âmbito de aplicação da Lei n.º 35/2014, de 20/6
–– Árbitro dos trabalhadores: Miguel Alexandre; (Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas), onde se de-
–– Árbitro dos empregadores: Cristina Nagy Morais. termina que a competência para fixar serviços mínimos em
7- O Tribunal Arbitral reuniu nas instalações do CES, em caso de greve em entidades públicas empresariais pertence
Lisboa, no dia 9 de março de 2015, pelas 15h30, seguindo-se, ao tribunal arbitral previsto no Código do Trabalho e não ao
sucessivamente, a audição dos representantes dos sindicatos tribunal arbitral a constituir nos termos da legislação respei-
e das entidades empregadoras, que apresentaram petições, tante ao trabalho no exercício de funções públicas (artigos
documentos e credenciais, as quais foram dadas a conhecer 399.º, 400.º e 2.º do anexo à Lei n.º 35/2014, de 20/6).
às contrapartes, juntas aos autos e devidamente rubricadas.
As partes foram também ouvidas simultaneamente. III- Factos e dados relevantes
A FESAP fez-se representar por:
–– Ricardo Nuno Saraiva Serrano. 9- Das informações prestadas e dos documentos juntos ao
A FNSTFPS fez-se representar por: processo, merecem destaque os seguintes factos:
–– Ana Maria Chelo Amaral; a) Que a greve em causa abrange um dia completo, corres-
–– Luís Pedro Correia Pesca; pondente a 13 de março de 2015;
–– Sebastião José Pinto Santana; b) Que, para a mesma greve, o aviso prévio de greve da
–– Enia Saldanha, a qual não consta da credencial apre- Federação Nacional dos Médicos determina que os trabalha-
sentada. dores médicos devam assegurar a prestação dos seguintes
O SEP fez-se representar por: cuidados e atos:
–– José Carlos Martins. a. Quimioterapia e radioterapia;
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE b. Diálise;
(CHUC) fez-se representar por: c. Urgência interna;
–– Carlos Luís Neves Gante Ribeiro; d. Indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso
–– Jorge Humberto Moura Pinto Tomaz; exclusivamente hospitalar;
–– José António Lopes Feio. e. Imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue,
O Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE fez-se re- recolha de órgãos e transplantes;
presentar por: f. Cuidados paliativos em internamento;
–– António Pedro Romano Delgado. g. Função folicular que, por determinação médica, deva
O Centro Hospitalar de Setúbal, EPE (CHS) fez-se re- ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação
presentar por: medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em esta-
–– Maria do Céu Ribeiro. belecimento do SNS.
O Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, EPE c) Que o nível 4 de prioridade na área oncológica é o mais
(HPDFS) fez-se representar por: elevado e inclui «doentes com doença oncológica conheci-
–– Rosa Maria Costa Pinto Ribeiro; da ou suspeita em que há risco de vida», dela constituindo
–– Renata Palma Afonso. exemplos «obstrução das vias aéreas; síndrome da veia cava
O Hospital Santa Maria Maior, EPE (HSMM) fez-se re- superior; hemorragia; síndrome de compressão medular; sín-
presentar por: drome metabólico grave (insuficiência renal); síndrome de
–– Augusta Morgado. obstrução digestiva (obstrução pré-pilórica; oclusão intesti-
nal) e tumor cerebral com alteração progressiva do estado
de consciência)» (número 3 da Portaria n.º 1529/2008, de
II- Questão prévia
26/12);
8- Está em causa uma empresa do setor empresarial do Es- d) Que o nível 3 de prioridade na área oncológica é o se-
tado, razão pela qual o litígio em causa deve ser apreciado gundo mais elevado e inclui «neoplasias agressivas; situa-
e decidido por Tribunal Arbitral, nos termos da alínea b), do ções com progressão rápida, sem risco de vida imediato, mas
número 4, do artigo 538.º, do Código do Trabalho. podendo evoluir a curto prazo para essa fase», dela cons-
Poderia levantar-se uma dúvida quanto a saber se seria tituindo exemplos «tumores malignos da cabeça e pescoço
competente este tribunal arbitral ou um tribunal arbitral a (exceto pele), tumores pediátricos, leucemias agudas e lin-
1485
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
fomas agressivos» (número 3 da Portaria n.º 1529/2008, de «adequação» e «proporcionalidade em sentido restrito»).
26/12); Com efeito:
e) Que o não funcionamento dos serviços de imunohemo- a) Não parece ser excessiva a fixação de serviços mínimos
terapia com ligação aos dadores de sangue pode, em certas para atender a questões de urgência, pois a própria natureza
circunstâncias, provocar uma situação de risco/rotura e que, das mesmas está intimamente ligada à necessidade de pres-
com frequência, o sangue recolhido é utilizado no próprio tação de cuidados médicos imediatos, conforme se decidiu
dia da recolha; nos acórdãos tendo em conta anteriores decisões constantes
f) Que os serviços relativos à recolha de órgãos e trans- dos Acórdãos n.os 30/2014-SM, 19/2014-SM, 29/2010-SM,
plantes são necessários para que um órgão recolhido possa 13/2010-SM e 4/2010-SM;
ser efetivamente aproveitado quando esteja disponível, fi- b) No âmbito das intervenções cirúrgicas oncológicas e
cando o transplante e o aproveitamento do órgão prejudicado início de tratamento não cirúrgico, tal como se fez nos Acór-
se o serviço não estiver em funcionamento; dãos n.os 30/2014-SM, 19/2014-SM, 29/2010-SM, 13/2010-
g) Que, no Hospital de Santa Maria Maior, EPE (Barce- -SM e 4/2010-SM, é imprescindível a fixação de serviços
los), foi indicado não terem sido assegurados serviços de ali- mínimos para doenças que se enquadrem no nível 4 de prio-
mentação correspondentes à dieta geral numa greve anterior. ridade, pois o mesmo inclui «doentes com doença oncológi-
ca conhecida ou suspeita em que há risco de vida», havendo
IV- Fundamentação inadmissível e desproporcionada afetação dos direitos à vida
e à saúde se não fossem fixados serviços mínimos quanto a
11- A Constituição da República Portuguesa (CRP) garan- este aspeto;
te o direito à greve dos trabalhadores (número 1, do artigo c) Ainda em matéria de intervenções cirúrgicas oncológi-
57.º CRP), remetendo para a lei «a definição das condições cas, por poder estar em causa o direito à vida e o direito à
de prestação, durante a greve de serviços necessários à se- saúde, não se revela desproporcionado fixar serviços míni-
gurança e manutenção de equipamentos e instalações, bem mos para assegurar cirurgias que se enquadrem no nível 3 de
como de serviços mínimos indispensáveis para acorrer à sa- prioridade, quando exista determinação médica no sentido
tisfação de necessidades sociais impreteríveis» (número 3, da realização dessa cirurgia, pois estão em causa situações
do artigo 57.º CRP). Nestes termos, o Código do Trabalho graves e agressivas, com progressão rápida, que podem evo-
prevê a obrigação das associações sindicais e dos trabalha- luir a curto prazo para casos de risco de vida imediato (Acór-
dores aderentes de assegurar, durante a greve, a «prestação dãos n.os 30/2014-SM e 19/2014-SM);
dos serviços mínimos» indispensáveis à satisfação de «ne- d) Também não parece revelar-se desproporcionado, ainda
cessidades sociais impreteríveis» (número 1 e alínea b), do em matéria oncológica, que se assegure a continuidade de
número 2, do artigo 537.º Código do Trabalho). tratamentos programados em curso, tendo em conta os valo-
Portanto, a fixação de serviços mínimos depende da exis- res constitucionais do direito à vida e à saúde e anteriores de-
tência de necessidades sociais impreteríveis. É isso que im- cisões constantes dos Acórdãos n.os 30/2014-SM, 19/2014-
porta agora verificar. SM, 29/2010-SM, 13/2010-SM e 4/2010-SM;
12- Este Tribunal Arbitral entende que se encontram verifi- e) A manutenção de serviços de imunohemoterapia com
cadas necessidades sociais impreteríveis quanto aos serviços ligação aos dadores de sangue parece revelar-se conforme
médicos e hospitalares prestados pelos centros hospitalares e ao princípio da proporcionalidade, tendo em conta o risco de
hospitais em causa. falta de sangue para transfusão e as consequências nocivas
Está em causa, de forma muito clara, o direito à saúde que o mesmo pode acarretar, bem como a circunstância de
constitucionalmente consagrado (artigo 64.º da Constitui- tal serviço constar do pré-aviso de greve da Federação Na-
ção), podendo inclusivamente estar também em causa o cional dos Médicos e o mesmo já ter sido fixado no acórdão
direito à vida (artigo 24.º-1 da Constituição). Estamos, sem 30/2014-SM;
qualquer dúvida, face a necessidades sociais impreteríveis f) A manutenção de serviços de recolha de órgãos e trans-
que importa assegurar. plantes parece ser conforme ao princípio da proporcionali-
De igual forma, nos Acórdãos n.os 30/2014-SM, 19/2014- dade, uma vez que a utilização de um órgão e o respetivo
-SM, 29/2010-SM, 13/2010-SM, 4/2010-SM, 9/2009-SM e transplante tem de ser efetuada imediatamente, sob pena de
48/2007-SM também se entendeu que haveria lugar à fixação o mesmo ser inviável;
de serviços mínimos em situações de greves de enfermeiros g) A realização de cuidados paliativos em internamento é
ou greves em hospitais. imprescindível à luz do princípio da proporcionalidade, uma
13- Verificada a existência de necessidades sociais impre- vez que se trata de doentes que, tendo em conta sua condi-
teríveis, importa agora analisar se o princípio da proporcio- ção, não poderão deixar de os receber;
nalidade implica ou proíbe a fixação de serviços mínimos h) A função folicular que, por determinação médica, deva
neste caso concreto e quais as condicionantes quanto à ex- ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação
tensão dos serviços mínimos a fixar. medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em es-
O Tribunal Arbitral entende que a fixação de serviços mí- tabelecimento do SNS é indispensável à luz do princípio da
nimos nos centros hospitalares e hospitais em causa pode ser proporcionalidade, pois está em causa um ato que deve ser
efetuada com observância dos limites do princípio da pro- realizado no calendário previsto, sob pena de o mesmo se
porcionalidade (considerando as vertentes «necessidade», frustrar;
1486
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
i) Igualmente, parece justificar-se como indispensável a a) Serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores
dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar, de sangue, recolha de órgãos e transplantes;
por forma a assegurar os cuidados, tratamentos e atos respei- b) Cuidados paliativos em internamento;
tantes aos serviços mínimos que agora se fixam; c) Função folicular que, por determinação médica, deva
j) A prestação de serviços mínimos adicionais nos trata- ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação
mentos em regime de «Hospital Dia» não parece justificar-se medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em esta-
em termos de proporcionalidade, uma vez que se encontram belecimento do SNS;
satisfeitas as exigências de urgência e os casos especialmen- d) Dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hos-
te graves em matéria oncológica; pitalar.
k) Não parece desproporcionada a utilização como critério 4- Sem prejuízo do disposto nos números 1, 2 e 3, não se
geral para a definição do pessoal necessário para assegurar a revela necessária a prestação de serviços mínimos adicionais
prestação dos serviços, cuidados e atos incluídos nos servi- nos tratamentos em regime de «Hospital Dia».
ços mínimos a do pessoal ao serviço nos dias de domingo, 5- Os meios humanos necessários para assegurar os servi-
sem prejuízo de situações onde, face à natureza da situação, ços mínimos definidos correspondem ao do pessoal ao ser-
seja absolutamente necessário recorrer a solução diferente. viço num domingo, sem prejuízo de situações onde, face à
natureza da situação, seja absolutamente necessário recorrer
V- Decisão a solução diferente.
Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu, por unanimida-
Lisboa, 10 de março de 2015.
de, fixar os serviços mínimos nos seguintes termos:
1- Devem ser prestados cuidados de saúde em situações João Tiago Silveira, árbitro presidente.
de i) urgência nas unidades de atendimento permanentes que Miguel Alexandre, árbitro de parte trabalhadora.
funcionam 24 horas por dia, ii) nos serviços de internamento Cristina Nagy Morais, árbitro de parte empregadora.
que também funcionam 24 horas por dia, iii) nos cuidados
intensivos, iv) no bloco operatório (com exceção dos blocos
operatórios de cirurgia programada), v) na urgência, vi) na
hemodiálise e vii) nos tratamentos oncológicos.
2- Sem prejuízo do disposto no número 1, devem ser pres- Greve nos Hospitais, EPE por tempo indeterminado
tados os seguintes serviços mínimos de tratamento oncológi- com início no dia 31 de março de 2015
co durante o período de greve:
a) A realização de intervenções cirúrgicas ou início de
tratamento não cirúrgico (radioterapia ou quimioterapia), Arbitragem obrigatória
em doenças oncológicas de novo, classificadas como de ní-
Número do processo: 06/2015-SM
vel de prioridade 4, nos termos do número 3 da Portaria n.º
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
1529/2008, de 26/12;
viços mínimos.
b) A realização de intervenções cirúrgicas em doenças
Assunto: greve Hospitais, EPE, STSS, por tempo inde-
oncológicas de novo, classificadas como de nível de priori-
terminado, com início às 0h00 do dia 31 de março de 2015,
dade 3, nos termos do número 3 da Portaria n.º 1529/2008,
nos termos definidos no respetivo aviso prévio de greve -
de 26/12, quando exista determinação médica no sentido da
pedido de arbitragem obrigatória para determinação de ser-
realização dessa cirurgia;
viços mínimos.
c) A continuidade de tratamentos programados em curso,
tais como programas terapêuticos de quimioterapia e de ra-
dioterapia, através da realização das sessões de tratamento Acórdão
planeadas, bem como de tratamentos com prescrição diária
em regime ambulatório (por exemplo, antibioterapia ou pen- I- Antecedentes
sos); 1- O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde
d) Outras situações, designadamente cirurgias programa- das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) apresentou
das sem o caráter de prioridade definido anteriormente, de- aviso prévio de greve para realização de uma greve nos cen-
vem ser consideradas de acordo com o plano de contingência tros hospitalares e Hospitais, EPE, por tempo indeterminado
das instituições para situações equiparáveis, designadamen- e com início às 0h00 do dia 31 de março de 2015.
te: 2- O aviso prévio de greve consta como anexo das atas das
i) Tolerâncias de ponto (anunciadas frequentemente com reuniões realizadas a 17 de março de 2015, na Direção de
pouca antecedência); Serviços para as Relações Profissionais nas Regiões Norte
ii) Cancelamento de cirurgias no próprio dia (por inviabili- e Centro e na Direção de Serviços para as Relações Profis-
dade de as efetuar no horário normal de atividade do pessoal sionais nas Regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Al-
ou do bloco operatório). garve da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Tra-
3- Sem prejuízo do disposto no número 1, devem ainda ser balho (DGERT), do Ministério da Solidariedade, Emprego
assegurados os seguintes serviços mínimos: e Segurança Social, as quais aqui se dão por integralmente
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
III- Factos e dados relevantes assegurados por profissionais de cada área funcional, habi-
tualmente adstritos a essa actividade;
9- Das informações prestadas e dos documentos juntos ao
i) Há determinados serviços, em vários hospitais, que não
processo, merecem destaque os seguintes factos:
funcionam ao domingo;
a) Que a greve em causa tem início no dia 31 de março de
j) Os serviços mínimos previstos no aviso prévio e em
2015 por tempo indeterminado;
anteriores sentenças arbitrais têm por pressuposto greves de
b) Que, para a mesma greve, foram fixados serviços míni-
curta duração, usualmente entre 24 horas e 48 horas.
mos no aviso prévio de greve relacionando-os com aqueles
que são normalmente assegurados ao domingo, tendo os em-
pregadores questionado se, numa greve prolongada, seriam IV- Fundamentação
correctamente assegurados, nomeadamente serviços: 11- A Constituição da República Portuguesa (CRP) garan-
a. Quimioterapia e radioterapia; te o direito à greve dos trabalhadores (artigo 57.º, número 1,
b. Diálise; da CRP), remetendo para a lei «a definição das condições de
c. Urgência interna; prestação, durante a greve de serviços necessários à seguran-
d. Indispensáveis para a dispensa de medicamentos de uso ça e manutenção de equipamentos e instalações, bem como
exclusivamente hospitalar; de serviços mínimos indispensáveis para acorrer à satisfação
e. Imunohemoterapia com ligação aos dadores de sangue, de necessidades sociais impreteríveis» (artigo 57.º, número
recolha de órgãos e transplantes; 3, da CRP). Nestes termos, o Código do Trabalho prevê a
f. Cuidados paliativos em internamento; obrigação das associações sindicais e dos trabalhadores ade-
g. Função folicular que, por determinação médica, deva rentes de assegurar, durante a greve, a «prestação dos servi-
ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação ços mínimos» indispensáveis à satisfação de «necessidades
medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em esta- sociais impreteríveis» (número 1 e alínea b) do número 2 do
belecimento do SNS. artigo 537.º Código do Trabalho).
c) Que o nível 4 de prioridade na área oncológica é o mais Portanto, a fixação de serviços mínimos depende da exis-
elevado e inclui «doentes com doença oncológica conheci- tência de necessidades sociais impreteríveis. É isso que im-
da ou suspeita em que há risco de vida», dela constituindo porta agora verificar.
exemplos «obstrução das vias aéreas; síndrome da veia cava 12- Tal como foi consensualmente admitido pelos repre-
superior; hemorragia; síndrome de compressão medular; sín- sentantes sindicais e dos empregadores, este Tribunal Ar-
drome metabólica grave (insuficiência renal); síndrome de bitral entende que se encontram verificadas necessidades
obstrução digestiva (obstrução pré-pilórica; oclusão intesti- sociais impreteríveis quanto aos serviços médicos e hospi-
nal) e tumor cerebral com alteração progressiva do estado talares prestados pelos centros hospitalares e hospitais em
de consciência)» (número 3 da Portaria n.º 1529/2008, de causa.
26/12); Está em causa, de forma muito clara, o direito à saúde
d) Que o nível 3 de prioridade na área oncológica é o se- constitucionalmente consagrado (artigo 64.º da CRP), po-
gundo mais elevado e inclui «neoplasias agressivas; situa- dendo inclusivamente estar também em causa o direito à
ções com progressão rápida, sem risco de vida imediato, mas vida (artigo 24.º, número 1, da CRP). Estamos, sem qualquer
podendo evoluir a curto prazo para essa fase», dela cons- dúvida, face a necessidades sociais impreteríveis que impor-
tituindo exemplos «tumores malignos da cabeça e pescoço ta assegurar.
(exceto pele), tumores pediátricos, leucemias agudas e lin- De igual forma, nos já citados Acórdãos n.os 13/2010-SM,
fomas agressivos» (número 3 da Portaria n.º 1529/2008, de 29/2010-SM, 19/2014-SM, 30/2014-SM e 5/2015-SM (a que
26/12); se poderia ainda acrescentar os Acórdãos n.os 48/2007-SM e
e) Que o não funcionamento dos serviços de imunohemo- 9/2009-SM) também se entendeu que haveria lugar à fixação
terapia com ligação aos dadores de sangue pode, em certas de serviços mínimos em situações de greves de profissionais
circunstâncias, provocar uma situação de risco/rotura e que, que laboram em hospitais.
com frequência, o sangue recolhido é utilizado no próprio 13- Verificada a existência de necessidades sociais impre-
dia da recolha, podendo haver rotura de stock em caso de teríveis, importa agora analisar se o princípio da proporcio-
greve prolongada; nalidade implica ou proíbe a fixação de serviços mínimos
f) Que os serviços relativos à recolha de órgãos e trans- neste caso concreto e quais as condicionantes quanto à ex-
plantes são necessários para que um órgão recolhido na se- tensão dos serviços mínimos a fixar.
quência de uma intervenção cirúrgica possa ser efetivamente O Tribunal Arbitral, em grande parte na sequência do que
aproveitado quando esteja disponível, ficando o transplante vem definido no aviso prévio de greve, entende que a fixa-
e o aproveitamento do órgão prejudicado se o serviço não ção de serviços mínimos nos centros hospitalares e hospitais
estiver em funcionamento; em causa pode ser efetuada com observância dos limites do
g) Que, em anteriores greves, foi indicado, sem concre- princípio da proporcionalidade (considerando as vertentes
tizar, por representantes dos empregadores, não terem sido «necessidade», «adequação» e «proporcionalidade em sen-
suficientemente assegurados serviços oncológicos e de far- tido restrito»).
macologia; Com efeito:
h) Que os serviços mínimos só podem ser efetivamente a) Não parece ser excessiva a fixação de serviços mínimos
1489
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
para atender a questões de urgência, pois a própria natureza j) Justifica-se, igualmente no plano da necessidade, ade-
das mesmas está intimamente ligada à necessidade de pres- quação e proporcionalidade, que sejam assegurados os tra-
tação de cuidados médicos imediatos, conforme se decidiu tamentos clínicos urgentes, assim qualificados pelo médico
nos acórdãos tendo em conta anteriores decisões constantes responsável;
dos Acórdãos n.os 13/2010-SM, 29/2010-SM, 19/2014-SM, k) Não parece desproporcionada a utilização como critério
30/2014-SM e 5/2015-SM; geral para a definição do pessoal necessário para assegurar a
b) No âmbito das intervenções cirúrgicas oncológicas e prestação dos serviços, cuidados e atos incluídos nos servi-
início de tratamento não cirúrgico, tal como se fez nos ci- ços mínimos a do pessoal ao serviço nos dias de domingo,
tados acórdãos, é imprescindível a fixação de serviços mí- sem prejuízo de situações onde, face à natureza da situação,
nimos para doenças que se enquadrem no nível 4 de priori- mormente por não serem prestados serviços nesse dia, seja
dade, pois o mesmo inclui «doentes com doença oncológica absolutamente necessário recorrer a solução diferente;
conhecida ou suspeita em que há risco de vida», havendo l) Por fim, a necessidade, a adequação e a proporcionali-
inadmissível e desproporcionada afetação dos direitos à vida dade, tendo em conta a rotura de funcionamento dos hospi-
e à saúde se não fossem fixados serviços mínimos quanto a tais numa greve prolongada, justificam que os serviços míni-
este aspeto; mos sejam aquilatados a partir do terceiro dia de greve, razão
c) Ainda em matéria de intervenções cirúrgicas oncológi- pela qual, depois de 48 horas de greve - pese embora a pres-
cas, por poder estar em causa o direito à vida e o direito à tação de serviços mínimos - estando os cuidados médicos
saúde, não se revela desproporcionado fixar serviços míni- em acentuada efracção, os stocks de sangue e medicamen-
mos para assegurar cirurgias que se enquadrem no nível 3 de tos (unidoses) a prestar a doentes em quebra e as análises
prioridade, quando exista determinação médica no sentido e outras atividades complementares do tratamento clínico
da realização dessa cirurgia, pois estão em causa situações sem ser prestadas a doentes não urgentes, com consequentes
graves e agressivas, com progressão rápida, que podem evo- adiamentos sine die de tratamentos e cirurgias, justifica-se
luir a curto prazo para casos de risco de vida imediato (Acór- que os serviços mínimos, além dos necessários numa greve
dãos n.os 19/2014-SM, 30/2014-SM e 5/2015-SM); de curta duração, passem a ter uma percentagem de trabalho
d) Também não parece revelar-se desproporcionado, ainda acrescida por parte dos grevistas, que se entendeu ser justi-
em matéria oncológica, que se assegure a continuidade de ficada em 25 %.
tratamentos programados em curso, tendo em conta os va-
lores constitucionais do direito à vida e à saúde e anteriores V- Decisão
decisões constantes dos Acórdãos n.os 4/2010-SM, 13/2010-
-SM, 29/2010-SM, 19/2014-SM, 30/2014-SM e 5/2015-SM; Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu, por unanimida-
e) A manutenção de serviços de imunohemoterapia com de, fixar os serviços mínimos nos seguintes termos.
ligação aos dadores de sangue parece revelar-se conforme A) Nas primeiras 48 horas de greve:
ao princípio da proporcionalidade, tendo em conta o risco de 1- Devem ser prestados cuidados de saúde em serviços mí-
falta de sangue para transfusão e as consequências nocivas nimos:
que o mesmo pode acarretar, bem como a circunstância de a) Em situações de urgência nas unidades de atendimento
tal serviço constar do aviso prévio de greve do sindicato e permanentes que funcionam 24 horas por dia;
o mesmo já ter sido fixado nos Acórdãos n.os 30/2014-SM e b) Em situações de urgência, assim qualificadas pelo mé-
5/2015-SM; dico responsável;
f) A manutenção de serviços de recolha de órgãos e trans- c) Nos serviços de internamento que funcionam 24 horas
plantes parece ser conforme ao princípio da proporcionali- por dia;
dade, uma vez que a utilização de um órgão e o respetivo d) Nos cuidados intensivos;
transplante tem de ser efetuada imediatamente, sob pena de e) No bloco operatório (com exceção dos blocos operató-
o mesmo ser inviável; rios de cirurgia programada);
g) A realização de cuidados paliativos em internamento é f) Na hemodiálise;
imprescindível à luz do princípio da proporcionalidade, uma g) Nos tratamentos oncológicos.
vez que se trata de doentes que, tendo em conta sua condi- 2- Sem prejuízo do disposto no número 1, devem ser pres-
ção, não poderão deixar de os receber; tados os seguintes serviços mínimos de tratamento oncológi-
h) A função folicular que, por determinação médica, deva co durante o período de greve:
ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação h) A realização de intervenções cirúrgicas ou início de
medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em es- tratamento não cirúrgico (radioterapia ou quimioterapia),
tabelecimento do SNS é indispensável à luz do princípio da em doenças oncológicas de novo, classificadas como de ní-
proporcionalidade, pois está em causa um ato que deve ser vel de prioridade 4, nos termos do número 3 da Portaria n.º
realizado no calendário previsto, sob pena de o mesmo se 1529/2008, de 26/12;
frustrar; i) A realização de intervenções cirúrgicas em doenças
i) Igualmente, parece justificar-se como indispensável a oncológicas de novo, classificadas como de nível de priori-
dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hospitalar, dade 3, nos termos do número 3 da Portaria n.º 1529/2008,
por forma a assegurar os cuidados, tratamentos e atos respei- de 26/12, quando exista determinação médica no sentido da
tantes aos serviços mínimos que agora se fixam; realização dessa cirurgia;
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j) A continuidade de tratamentos programados em curso, Greve na CP Comboios de Portugal, EPE nos dias 2
tais como programas terapêuticos de quimioterapia e de ra- e 6 de abril de 2015
dioterapia, através da realização das sessões de tratamento
planeadas, bem como de tratamentos com prescrição diária
em regime ambulatório (por exemplo, antibioterapia ou pen-
Arbitragem obrigatória
sos);
k) Outras situações, designadamente cirurgias programa- Número do processo: 07/2015-SM.
das sem o caráter de prioridade definido anteriormente, de- Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
vem ser consideradas de acordo com o plano de contingência viços mínimos.
das instituições para situações equiparáveis, designadamen- Assunto: greve CP, EPE (SFRCI), entre as 0h00 e as
te: 24h00 dos dias 2 e 6 de abril de 2015, nos termos definidos
i) Tolerâncias de ponto (anunciadas frequentemente com no respetivo aviso prévio de greve - pedido de arbitragem
pouca antecedência); obrigatória para determinação de serviços mínimos.
ii) Cancelamento de cirurgias no próprio dia (por inviabili-
dade de as efetuar no horário normal de atividade do pessoal Acórdão
ou do bloco operatório).
3- Sem prejuízo do disposto no número 1, devem ainda ser I- Antecedentes
assegurados os seguintes serviços mínimos:
a) Serviços de imunohemoterapia com ligação aos dadores 1- O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itineran-
de sangue, recolha de órgãos e transplantes; te (SFRCI) remeteu, com data de 18 de março de 2015, pré-
b) Cuidados paliativos em internamento; -aviso de greve, ao conselho de administração da CP Com-
c) Função folicular que, por determinação médica, deva boios de Portugal, EPE (adiante CP).
ser realizada em mulheres cujo procedimento de procriação O pré-aviso refere-se a uma greve para o período entre as
medicamente assistida tenha sido iniciado e decorra em esta- 0h00 e as 24h00 dos dias 2 e 6 de abril de 2015, nos termos
belecimento do SNS; definidos no mesmo.
d) Dispensa de medicamentos de uso exclusivamente hos- 2- A 24 de março de 2015, foi recebido, por correio ele-
pitalar. trónico, no Conselho Económico e Social (adiante CES),
4- Os meios humanos necessários para assegurar os servi- um e-mail da Direção-Geral do Emprego e das Relações de
ços mínimos definidos correspondem: Trabalho (adiante DGERT), dirigido à sua Secretária-Geral,
a) Ao do pessoal ao serviço num domingo, sem prejuízo para efeitos do disposto na alínea b) do número 4 do artigo
de situações onde, face à natureza da situação, mormente por 538.º do Código do Trabalho (CT), aprovado pela Lei n.º
não haver prestação de serviço nesse dia, seja absolutamente 7/2009, de 12 de fevereiro, acompanhado de cópias dos se-
necessário recorrer a solução diferente; guintes documentos:
b) Devendo a função ser desempenhada por profissional da a) Ata da reunião, convocada pela DGERT nos termos do
área funcional, habitualmente adstrito a essa atividade. número 2 do artigo 538.º do CT, que teve lugar no dia 24 de
B) A partir do início do terceiro dia de greve, além dos março de 2015;
serviços mínimos elencados em A), nas áreas de radioterapia, b) Aviso prévio de greve emitido Sindicato Ferroviário da
anatomia patológica, radiologia, patologia clínica, medicina Revisão Comercial Itinerante (SFRCI);
nuclear, farmácia e imunoterapia devem ser assegurados ser- c) Proposta de serviços mínimos elaborada pela CP Com-
viços mínimos correspondentes a 25 % da laboração normal, boios de Portugal, EPE, que, nos termos da ata acima referi-
em dia útil, dos profissionais em greve, devendo a função ser da, foi apresentada na reunião promovida pela DGERT.
desempenhada por profissional da área funcional, habitual- 3- Da ata acima mencionada, consta ainda que «os servi-
mente adstrito a essa atividade. ços mínimos não estão regulados nos instrumentos de regu-
lamentação coletiva de trabalho» e, por outro lado, que na
Lisboa, 25 de março de 2015. reunião, convocada precisamente para chegar à definição
desses serviços por acordo entre as partes, não foi possível
Pedro Romano Martinez, árbitro presidente. obter um consenso quanto ao tema.
Frederico Simões Nogueira, árbitro de parte trabalhado-
ra. II- Tribunal Arbitral e audição das partes
Cristina Nagy Morais, árbitro de parte empregadora.
4- É manifesto que, conforme informação prestada pela
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DGERT, no presente caso se verificam os pressupostos de não soluções alternativas de transporte (desde logo, mas não
que o disposto na alínea b) do número 4 do artigo 538.º do apenas, saber se, em lugar do transporte ferroviário, poderá
CT faz depender a intervenção do Tribunal Arbitral, a cons- haver lugar ao transporte rodoviário); iii) saber se a greve é
tituir nos termos da legislação aplicável. de curta duração ou se irá interromper a prestação laboral du-
Tribunal que, neste caso, ficou constituído por: rante um período temporal alargado, de vários dias seguidos
–– Árbitro presidente: João Leal Amado; ou, até, semanas consecutivas.
–– Árbitro dos trabalhadores: José Pinto Monteiro; 9- Uma coisa temos como segura: as ideias de prejuízo,
–– Árbitro dos empregadores: Abel Gomes de Almeida. de perturbação, de incómodo e de transtorno acompanham
que reuniu em 30 de março de 2015, pelas 14h00, nas insta- a definição mesma de greve. A greve analisa-se num direi-
lações do CES. Depois de uma primeira ponderação do as- to que consiste, precisamente, em causar prejuízos a outrem
sunto e das suas conexões com outras situações semelhantes, (desde logo, à entidade empregadora) e em criar transtor-
foram ouvidas as partes. Primeiro teve lugar a audição dos nos de vária ordem aos utentes do serviço paralisado. Neste
representantes da associação sindical e depois dos represen- quadro, o direito à greve poderá, decerto, ter de ceder, mas
tantes da empresa, que se apresentaram credenciados. só quando aqueles prejuízos ou transtornos se revelarem so-
O SFRCI fez-se representar por: cialmente intoleráveis, vale dizer, só quando a paralisação
–– Luís Pedro Ventura Bravo; da atividade inerente à greve se revelar apta a comprometer
–– António José Lemos de Sousa; a satisfação de necessidades sociais impreteríveis - isto é,
–– Amândio Cerdeira Madaleno. necessidades cuja não satisfação tempestiva provoque danos
A CP fez-se representar por: irremediáveis.
–– Raquel de Fátima Pinho Campos; 10- A situação mereceria, porventura, uma resposta dife-
–– Carla Sofia Teixeira Marques Santana; rente, caso a greve se prolongasse efetivamente por muitos
–– Carlos Manuel de Oliveira Pereira. dias ininterruptos, ou caso se tratasse de uma paralisação se-
5- Nas reuniões que tiveram com os membros do Tribu- torial dos transportes coletivos (e não apenas do transporte
nal Arbitral, os representantes das partes responderam às ferroviário). Mas não parece existirem populações que fi-
questões que lhes foram colocadas e prestaram os esclare- quem desprovidas de meios de transporte ou genuinamente
cimentos solicitados, juntando documentos, que integram os isoladas, em razão da presente greve. Não foi evidenciado,
respetivos autos. na audição, que alguém fique verdadeiramente impossibili-
tado de circular, ou que fique com o seu direito de circulação
III- Enquadramento jurídico de tal modo perturbado que possa considerar-se esvaziado de
conteúdo efetivo.
6- Sendo o direito à greve um direito fundamental, cons- 11- Não se ignora que, na resolução destas questões ati-
titucionalmente incluído no catálogo dos «direitos, liberda- nentes a necessidades sociais impreteríveis e à definição, em
des e garantias dos trabalhadores», ele não é, obviamente, concreto, dos serviços mínimos a prestar, sempre existe uma
um direito absoluto, estando, de resto, igualmente expressa margem de subjetividade decisória, até por estar em causa a
na Constituição a necessidade de cumprimento dos serviços aplicação de conceitos jurídicos indeterminados, carecidos
mínimos indispensáveis à satisfação de necessidades sociais de preenchimento valorativo pelo intérprete-aplicador do
impreteríveis (número 3 do artigo 57.º da CRP). Assim sen- Direito. É natural, por isso, que as decisões dos diversos tri-
do, o direito à greve pode ter de se conciliar, no caso concre- bunais arbitrais registem algumas oscilações nesta matéria.
to, com outros direitos fundamentais, designadamente com Nem outra coisa seria, aliás, de esperar, tendo em conta a
a própria liberdade de circulação e direitos que através dela fluidez de tais conceitos e a riqueza e diversidade das situa-
se exercem e salvaguardam (como o direito ao trabalho, à ções da vida a que os tribunais arbitrais têm que dar resposta.
educação, à saúde e até, quiçá, o direito ao lazer). 12- Pela nossa parte, reiteramos que, numa ótica jurídico-
7- Não afastamos, pois, que possa existir necessidade de -constitucionalmente adequada, impõe-se sempre proceder a
determinar serviços mínimos no setor do transporte coletivo uma análise casuística da greve em questão, para apurar se
de passageiros, em situações em que a comunidade servida há ou não necessidades sociais impreteríveis que a mesma
pelas respetivas empresas veja limitados, de forma intolerá- venha colocar em xeque e cuja satisfação deva ser salvaguar-
vel, esse seu direito ao transporte e os demais direitos e liber- dada através da prestação de serviços mínimos pelos grevis-
dades acima referidos. No entanto, perante a matéria factual tas. E, em rigor, uma necessidade social só será impreterível
que nos foi apresentada, julgamos que, apesar da inegável quando não puder deixar de ser satisfeita, quando for inadi-
penosidade que a presente greve acarreta para os utentes da ável, quando se tornar imperioso satisfazê-la, quando for so-
CP, não se acham preenchidos, in casu, os pressupostos in- cialmente intolerável que a mesma seja sacrificada.
dispensáveis para a imposição de serviços mínimos de tipo 13- Ora, no caso vertente, as greves, anunciadas com o de-
«percentual» aos grevistas, no que diz respeito ao transporte vido pré-aviso em ordem a não surpreender quem quer que
de passageiros. seja, não conduzem ao isolamento de populações, existindo
8- A nosso ver, no setor dos transportes coletivos a ques- diversas alternativas de circulação ao dispor dos utentes. E,
tão dos serviços mínimos terá de ser equacionada em função ainda que, neste ou naquele caso, possam não existir trans-
de diversos fatores: i) saber se há populações que fiquem portes coletivos alternativos, existirá sempre, em última
isoladas devido à greve em causa; ii) saber se existem ou instância, a possibilidade de recurso a viaturas particulares.
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Acresce que a alternativa decisória de fixar um número re- to se os serviços mínimos não puderem ser assegurados por
duzido de ligações ferroviárias (por exemplo, 25 % ou 30 % trabalhadores não aderentes nas condições normais da sua
do número habitual) não garante a satisfação das situações prestação de trabalho.
mais atendíveis (pessoas com deficiência ou em estado de
gravidez, idosos, etc., que pretendam deslocar-se a hospitais, Lisboa, 30 de março de 2015.
por exemplo), pois nesse caso a oferta reduzida de transporte
será tendencialmente utilizada, não pelos utentes mais caren- João Leal Amado, árbitro presidente.
ciados (cuja identificação é, na prática, impossível), mas sim José Pinto Monteiro, árbitro de parte trabalhadora.
pelos utentes mais lestos e «agressivos». Por isso mesmo, Abel Gomes de Almeida, árbitro de parte empregadora.
aliás, a Relação de Lisboa já teve oportunidade de se ma-
nifestar contra este método percentual de fixação de servi-
ços mínimos (vd. o acórdão da Relação de Lisboa, de 24 de
fevereiro de 2010, relatado pela desembargadora Hermínia Greve na Companhia Carris de Ferro de Lisboa, SA
Marques). (CARRIS) no dia 10 de abril de 2015
14- O direito de deslocação é, sem dúvida, um direito fun-
damental de todos os cidadãos, nos termos do artigo 44.º da
CRP, mas dele não decorre que os cidadãos tenham o di-
reito de se deslocar, em dia de greve, utilizando as ligações Arbitragem obrigatória
ferroviárias disponibilizadas pela CP. Existem outros meios Número do processo: 08/2015 - SM.
através dos quais os cidadãos poderão exercer o seu direito Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
de deslocação, sem com isso comprimirem o direito de greve viços mínimos.
dos respetivos trabalhadores. Meios estes, porventura, mais Assunto: greve CARRIS LX, SITRA, 10 de abril de
onerosos e menos adequados do que as referidas carreiras 2015, nos termos definidos nos respetivos avisos prévios de
ferroviárias - mas, como é evidente, esse é o preço a pagar greve - pedido de arbitragem obrigatória para determinação
pelos utentes, num ordenamento jurídico-constitucional que de serviços mínimos.
eleva a greve à condição de direito fundamental dos traba-
lhadores. Acórdão
15- Este direito só poderá e deverá ser restringido, repete-
-se, quando tal se mostre indispensável para ocorrer à satis-
fação de necessidades sociais impreteríveis. Tendo em conta I- Os factos
a circunstância de a greve em apreço ter uma incidência tem- 1- A presente arbitragem resulta, por via de comunicação
poral descontínua e limitada a dois dias, bem como o facto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho
de não existirem, tanto quanto sabemos, greves em outras (adiante DGERT) à Secretária-Geral do Conselho Económi-
empresas de transporte coletivo marcadas para o mesmo pe- co e Social (adiante CES), de 30 de março de 2015, de aviso
ríodo, este TA entende que, in casu, aquele duplo requisito prévio de greve dos trabalhadores da Companhia Carris de
normativo para a determinação de serviços mínimos - in- Ferro de Lisboa, SA (CARRIS). O aviso prévio foi subscrito
dispensabilidade dos serviços a prestar e impreteribilidade pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA),
das necessidades sociais a satisfazer - aponta para a seguinte estando a execução da greve prevista para o dia 10 de abril de
decisão. 2015, nos termos definidos no respetivo pré-aviso de greve.
2- Nos termos e para os efeitos do disposto no número 2
IV- Decisão do artigo 538.º do Código do Trabalho (CT) realizou-se, no
1- Todas as composições que tenham iniciado a sua mar- dia 7 de abril de 2015, reunião nas instalações da DGERT,
cha deverão ser conduzidas ao seu destino e ser estacionadas conforme ata que acompanhou a comunicação da DGERT,
em condições de segurança. que integra ainda:
2- Serão assegurados comboios de socorro nos dias de gre- a) Aviso prévio de greve do SITRA;
ve (um maquinista cada oito horas de trabalho). b) Proposta de serviços mínimos apresentada pela empre-
3- Serão assegurados os meios humanos e materiais ne- sa.
cessários à concretização dos serviços mínimos fixados, in- 3- Da ata referida, consta ainda que «os serviços mínimos
cluindo, designadamente, as marchas associadas, bem como não estão regulados nos instrumentos de regulamentação co-
o seu início, fecho, posicionamento e restantes operações lectiva de trabalho» e, por outro lado, que na reunião, con-
necessárias. vocada precisamente para chegar à definição desses serviços
4- Os representantes dos sindicatos devem designar os tra- por acordo entre as partes, não foi possível obter um consen-
balhadores necessários para assegurar os serviços mínimos so quanto ao tema.
ora definidos até 24 horas antes do início da greve. 4- De acordo com o aviso prévio de greve para o dia 10 de
5- No caso de eventual incumprimento do dever previsto abril de 2015, a greve decorrerá nos seguintes termos:
no número anterior, devem as empresas proceder a essa de- –– Rede da madrugada: Início às 22 horas do dia 9 de abril
signação. de 2015 até ao último carro;
6- O recurso ao trabalho dos aderentes à greve só é líci- –– Restantes trabalhadores do tráfego: Início às 3h00 do
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venha colocar em xeque e cuja satisfação deva ser salvaguar- 1- Funcionamento do transporte exclusivo de cidadãos
dada através da prestação de serviços mínimos pelos grevis- portadores de deficiência de acordo com o regime normal
tas. E, em rigor, uma necessidade social só será impreterível em vigor;
quando não puder deixar de ser satisfeita, quando for inadi- 2- Funcionamento do piquete da rede aérea («carro do
ável, quando se tornar imperioso satisfazê-la, quando for so- fio») durante o período da greve;
cialmente intolerável que a mesma seja sacrificada. 3- Funcionamento do posto médico durante o respetivo
4- No caso em apreço, não obstante tratar-se de uma greve horário de funcionamento;
de curta duração, que não abrange todos os meios de trans- 4- Funcionamento das carreiras 703 e 751;
porte coletivo de passageiros na zona suburbana e urbana 5- As carreiras mencionadas em 4. funcionam em 50 %
de Lisboa, cuidamos que o facto de ter sido decretada uma do volume de tráfico constante dos respetivos horários em
greve no Metropolitano de Lisboa (METRO Lx) para o mes- vigor no dia da greve, iniciando-se com a primeira carreira
mo período é relevante, devendo ser sopesados de forma do horário e terminando com a última carreira do mesmo,
conglobada os interesses constitucionalmente afetados por mas saindo os autocarros alternadamente nos termos desses
estas greves, por poderem não subsistir meios alternativos horários.
ou quase alternativos de transporte coletivo ao dispor dos ci- Quanto aos meios humanos necessários para assegurar a
dadãos para uma importante área geográfica, com particular prestação dos serviços mínimos tal como definidos, deverão
incidência na área urbana de Lisboa. os representantes dos sindicatos, de acordo com o disposto
5- O direito de deslocação é, sem dúvida, um direito fun- no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar, de forma clara
damental de todos os cidadãos, nos termos do artigo 44.º da e inequívoca, com menção do respetivo nome e número, os
CRP, considerado em si mesmo ou instrumental de direitos, trabalhadores adstritos a cumprir tal obrigação, que poderão
liberdades e garantias reconhecidos constitucionalmente, ser dirigentes sindicais, desde que trabalhem na empresa em
como o direito à saúde, o direito à educação e o direito ao cujo âmbito vai decorrer a greve e na área correspondente,
trabalho em sentido amplo. A mobilidade e a deslocação de cabendo a designação de tais trabalhadores, de acordo com
pessoas no interior da cidade de Lisboa e na zona de acesso a a disposição legal citada, à CARRIS, caso os sindicatos não
outras localidades limítrofes poderiam ser anuladas pela cir- exerçam tal faculdade até 24 horas antes do início da greve.
cunstância de os trabalhadores da METRO Lx e da CARRIS A empresa, ao indicar os trabalhadores adstritos aos servi-
fazerem greve simultaneamente. Constituindo os meios de ços mínimos, deverá ter em conta os trabalhadores que, em
transporte da METRO Lx e da CARRIS meios fortemente condições normais, deveriam prestar o serviço em causa e,
subsidiários um do outro, a «salvaguarda de outros direitos particularmente, os motoristas que deveriam conduzir os au-
ou interesses constitucionalmente protegidos» poderia seria tocarros das carreiras e horários adstritos aos serviços míni-
afetada de modo excessivo, desproporcionado ou irreversí- mos, sendo a indicação desses trabalhadores exclusivamente
vel, caso não fossem fixados serviços mínimos numa e ou para os referidos serviços mínimos.
noutra empresa. O recurso ao trabalho dos aderentes à greve só é lícito
6- Tendo em conta a necessidade de considerar de forma se os serviços mínimos não puderem ser assegurados por
conglobada o impacto das duas greves, devemos ter em con- trabalhadores não aderentes nas condições normais da sua
sideração o acórdão proferido no Processo n.º 09/2015, de 6 prestação de trabalho.
de abril, relativo à greve de 10 de abril de 2015 na METRO
Lx, onde foram decretados serviços mínimos para o período Lisboa, 7 de abril de 2015.
de greve e atentando em particular que «no período entre as
Ana Cisa, árbitro presidente.
7H00 e as 21H00 devem ser asseguradas, em todas as es-
Filipe da Costa Lamelas, árbitro de parte trabalhadora.
tações e por cada período de uma hora de funcionamento,
Cristina Nagy Morais, árbitro de parte empregadora.
25% das composições habitualmente afetas ao transporte de
passageiros, devendo, se e quando o resultado da aplicação Declaração de voto de vencido do árbitro da parte
daquela percentagem seja inferior à unidade, ser assegurado empregadora
um serviço de circulação».
7- Nesse sentido, consideramos que o acesso à rede hos- Votei vencida no que diz respeito à fixação por este tribu-
pitalar pública pode ficar comprometido nas zonas em não nal de serviços mínimos apenas relativamente ao funciona-
exista oferta alternativa de transporte coletivo de passageiros mento das carreiras 703 e 751.
no dia da greve, motivo pelo qual se justifica a determinação Considerando que as carreiras 735 (Cais do Sodré - Hos-
de serviços mínimos em algumas das carreiras constantes da pital St.ª Maria) e 738 (Quinta dos Barros - Alto St.º Amaro)
proposta da CARRIS. servem o Hospital de St.ª Maria, e que relativamente ao mes-
mo não existe outro meio de transporte público alternativo e
IV- Decisão que os doentes se deslocam ao Hospital de St.ª Maria utili-
zando a CARRIS, entendo que a decisão deveria ter abrangi-
Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decide, por unanimi- do também estas duas carreiras.
dade, o mencionado nos pontos 1., 2. 3. e 5., e, por maioria
o mencionado no ponto 4., o seguinte quanto aos serviços Lisboa, 7 de abril de 2015.
mínimos durante o período de greve:
Cristina Nagy Morais.
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Greve no Metropolitano de Lisboa, EPE no dia 10 de greve, a área geográfica servida pelos transportes do Me-
de abril de 2015 tropolitano de Lisboa - EPE, (…) apenas se mostra necessá-
rio assegurar, a priori, os serviços mínimos que sempre asse-
guramos e se têm revelado suficientes, aliás como o decidido
pela Decisão Arbitral proferida no Processo 51/2010-SM
Arbitragem obrigatória
e confirmada pelo Acórdão da Relação de Lisboa de 04 de
Número do processo: 09/2015 - SM. Maio de 2011.»
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- E acrescentam que, «as Associações Sindicais signatá-
viços mínimos. rias declaram, porém que assegurarão ainda, no decorrer da
Assunto: greve METRO Lx, vários sindicatos, 10 de greve, quaisquer outros serviços que, em função de circuns-
abril de 2015 (greve 24h00), nos termos definidos no respe- tâncias concretas e imprevisíveis, venham a mostrar-se ne-
tivo pré-aviso - pedido de arbitragem obrigatória para deter- cessários à satisfação de necessidades sociais impreteríveis».
minação de serviços mínimos. Da referida ata constava igualmente a posição dos repre-
sentantes do METRO relativamente aos serviços mínimos,
Acórdão considerando insuficiente os propostos no aviso prévio e
apresentando uma proposta de serviços mínimos (anexo 3
I- Antecedentes à referida ata).
3- Os serviços mínimos em causa não estão definidos e re-
1- Por correio eletrónico enviado no dia 30 de março de gulados em qualquer convenção coletiva, sendo certo que
2015, a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Tra- os sindicatos e a empresa não lograram chegar a acordo na
balho (DGERT) do Ministério da Solidariedade, Emprego reunião relatada na ata, nem posteriormente.
e Segurança Social remeteu à senhora Secretária-Geral do Consta, ainda, de tal ata o entendimento de que o Me-
Conselho Económico e Social (CES) comunicação com a tropolitano de Lisboa, assegurando o serviço público de
indicação de que se destinava a dar cumprimento ao dis- transporte coletivo de passageiros em sistema de metro na
posto na alínea b) do número 4 do artigo 538.º do Código área metropolitana de Lisboa, presta serviços suscetíveis de
do Trabalho (CT), nos termos do disposto no número 1 do satisfazer necessidades sociais impreteríveis, como, de resto,
artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25 de setembro, resulta do disposto na alínea a) do número 2 do artigo 537.º
para constituição de tribunal arbitral tendo em vista a defi- do CT.
nição da prestação de serviços mínimos a realizar durante a
greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, EPE II- Arbitragem
(METRO), bem como dos meios necessários para os asse-
gurar. A greve encontra-se marcada para o dia 10 de abril de 4- Assim sendo, e uma vez que:
2015, nos termos do respetivo aviso prévio de greve (uma –– A atividade do Metropolitano de Lisboa se destina à
greve de 24h00 a todos os horários referentes ao dia 10 de satisfação de necessidades sociais impreteríveis, cuja pres-
abril de 2015, sendo que os trabalhadores dos serviços notur- tação correspondente não é suscetível de ser adiada (artigo
nos da via iniciariam o seu período de greve, às 23h30 do dia 537.º, número 2, alínea a), do CT):
9 de abril até às 7h00 do dia 10 de abril de 2015). –– O Metropolitano de Lisboa se enquadra no sector em-
Juntas a esta mensagem de correio eletrónico constavam presarial do estado - artigo 538.º, número 4, alínea b), do CT;
cópias dos seguintes documentos: a definição de serviços mínimos a prestar durante a greve,
–– Ata da reunião convocada, nos termos e para os efeitos sob pena de não serem satisfeitas as referidas necessida-
do disposto no número 2 do artigo 538.º do CT, reunião que des sociais impreteríveis, foi cometida a este tribunal arbi-
teve lugar no dia 30 de março de 2015 e na qual não foi pos- tral que, nos termos do disposto no citado Decreto-Lei n.º
sível chegar a acordo sobre a definição de serviços mínimos 259/2009, ficou constituído como segue:
a prestar durante a greve acima referida, com 5 anexos, entre –– Árbitro presidente: Alexandre de Sousa Pinheiro;
os quais o aviso prévio de greve emitido conjuntamente pela –– Árbitro dos trabalhadores: António Simões de Melo;
Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações –– Árbitro dos empregadores: Ana Jacinto Lopes.
(FECTRANS), pelo Sindicato dos Trabalhadores da Tração O tribunal reuniu no dia 6 de abril de 2015, às 11h00,
do Metropolitano de Lisboa (STTM), pelo Sindicato da Ma- nas instalações do CES, tendo de imediato decidido ouvir
nutenção do Metropolitano (SINDEM), pelo Sindicato dos as partes, o que aconteceu de modo sucessivo, primeiro os
Trabalhadores dos Transportes (SITRA) e pelo Sindicato dos representantes das associações sindicais e depois os repre-
Trabalhadores e Técnicos de Serviços (FETESE/SITESE) e sentantes do Metropolitano de Lisboa, que se apresentaram
o ofício do Sindicato de Quadros Técnicos (SENSIQ) a in- todos devidamente credenciados.
formar que aderem à greve. A FECTRANS fez-se representar por:
2- Da ata mencionada, para além das informações indica- –– Paulo Jorge Machado Ferreira;
das, constam ainda alguns elementos com interesse, como, –– Anabela Paulo Silva Carvalheira.
de resto, era expectável. O STTM fez-se representar por:
No aviso prévio, depois de considerarem que, «face às –– José Manuel da Silva Marques;
atuais circunstâncias, nomeadamente a duração do período –– José Augusto Ferreira Rodrigues.
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O SINDEM fez-se representar por: 8- Sobre a fixação de serviços mínimos, o pré aviso pre-
–– José Carlos Estevão Silveira; vê o disposto nos números 8 e 9. Tal foi considerado pela
–– Miguel Luís Oliveira Branco; empresa como insuficiente, apontando para uma redução do
–– António dos Santos Laires; serviço de transporte entre as 7h00 e as 21h00 e do número
–– Rita Mafalda Damião Aguiar. de composições.
O SITRA fez-se representar por: A página 4 da proposta de serviços mínimos no Metropo-
–– Nuno Ricardo Alves Fonseca. litano de Lisboa para a greve a realizar no dia 10 de abril de
O SENSIQ fez-se representar por: 2015, a empresa aponta para uma oferta de cerca de 25 % das
–– Maria da Natividade dos Anjos Marques; composições em cada linha.
–– Rodolfo Frederico Lima Knapic. A página 5 são indicadas as categorias profissionais, os
O METRO Lx, por sua vez, fez-se representar por: serviços mínimos em comparação com a escala em dia nor-
–– Maria Adelaide Afonso Teixeira Lopes Jesus; mal.
–– António Manuel Elísio Gonçalves; Relativamente a esta exposição os sindicatos consideram
–– José Manuel Azevedo Gonçalves. que em algumas categorias profissionais o número de tra-
5- Na reunião, quer os representantes dos sindicatos, quer balhadores afetados na possibilidade de exercer o direito à
da empresa, prestaram esclarecimentos relevantes quanto ao greve são, não 25 % mas 100 %. São os casos de operadores
funcionamento do serviço de metro, especialmente num con- comerciais, inspetores de movimento, inspetores de tração,
texto de greve. encarregado de tração, inspetores de sala de comando e ener-
Foram juntos aos autos documentos apresentados pelo gia, encarregados de sala de comando e energia e inspetores
SINDEM, pelo STTM e pela empresa. de postos de comando central.
A empresa reconheceu que grupos profissionais mais re-
III- Enquadramento fático e jurídico duzidos podem ser afetados no exercício do direito à greve.
9- De acordo com o princípio da proporcionalidade previs-
6- Não desconhece este tribunal que se encontra agendada to no artigo 18.º da CRP, tomando em atenção a necessidade
para dia 7 de abril de 2015 uma sessão de outro Tribunal de garantir direitos fundamentais aos utentes de transportes
Arbitral do CES, que tem por objeto uma greve da CARRIS, públicos durante o dia 10 de abril de 2015, independente-
cujo pré aviso foi apresentado pelo SITRA e que tem um mente do conhecimento sobre a fixação de serviços mínimos
período de duração definido para o dia 10 de abril de 2015. relativamente à greve da CARRIS, constitui entendimento
Ou seja, haverá greve do Metropolitano de Lisboa e de um do tribunal que devem ser decretados serviços mínimos.
sindicato da CARRIS no dia 10 de abril de 2015. É entendi-
mento deste tribunal que a apreciação de ambos os processos
IV- Decisão
para eventual fixação de serviços mínimos devia ser efetuada
pelo mesmo conjunto de árbitros. Este tribunal tem que de- 10- Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu por maioria
cidir com base em elementos de facto notórios que não pode o seguinte quanto aos serviços mínimos durante o período
ignorar, não podendo, todavia, conhecer da decisão que será de greve:
aplicada para a greve na CARRIS. i) No período entre as 7h00 e as 21h00 devem ser assegu-
7- O direito à greve encontra-se previsto no artigo 57.º da radas, em todas as estações e por cada período de uma hora
Constituição da República. Refere-se expressamente no nú- de funcionamento, 25 % das composições habitualmente
mero 3 desse artigo que devem ser garantidos os serviços afetas ao transporte de passageiros, devendo, se e quando o
mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação de neces- resultado da aplicação daquela percentagem seja inferior à
sidades sociais impreteríveis. Considera o Tribunal Arbitral unidade, ser assegurado um serviço de circulação.
que o direito à greve não é um direito absoluto e que deve ii) No período de greve que antecede o período de funcio-
ser harmonizado com o direito à circulação e o direito ao namento da empresa (6h00 às 22h00) devem ser asseguradas
trabalho, entre outros. as atividades indispensáveis à preparação dos serviços pre-
Resulta do disposto no número 1 do artigo 537.º do CT vistos em i).
que, nas empresas ou estabelecimentos que se destinem à iii) Os serviços indicados em i) e ii) incluem os serviços
satisfação de necessidades sociais impreteríveis, a associa- necessários à manutenção e segurança do equipamento e das
ção sindical que declare a greve e os trabalhadores aderentes instalações durante o período de greve.
devem assegurar, durante a mesma, a prestação dos serviços iv) O número exato de trabalhadores por categoria e fun-
mínimos indispensáveis à satisfação daquelas necessidades. ção correspondentes à prestação dos serviços mínimos é o
De acordo com o disposto na alínea h) do número 2 do que consta do documento intitulado «Serviços Mínimos no
mesmo artigo, os «Transportes, incluindo portos, aeroportos, Metropolitano de Lisboa, E.P.E. dia 10 de abril de 2015»,
estações de caminho-de-ferro e de camionagem, relativos a anexo a este acórdão e que dele faz parte integrante.
passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a v) No contexto da realização dos serviços mínimos indi-
bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respeti- cados, deve a empresa assegurar as condições normais de
vas cargas e descargas» integram a lista exemplificativa de segurança dos passageiros e dos trabalhadores adstritos as
setores em que o legislador considera poder estar em causa a serviços mínimos.
satisfação de necessidades sociais impreteríveis. 11- Quanto aos meios humanos necessários para assegu-
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rar a prestação dos serviços mínimos, tal como definidos, Greve na CP Comboios de Portugal, EPE, CP Car-
deverão os representantes dos sindicatos, de acordo com ga - Logística e Transportes Ferroviários de Merca-
o disposto no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar os dorias, SA e Rede Ferroviária Nacional - REFER,
trabalhadores adstritos a cumprir tal obrigação, cabendo a EPE no dia 16 de abril de 2015
designação de tais trabalhadores, de acordo com a disposi-
ção legal citada, à empresa Metropolitano de Lisboa, caso os
sindicatos não exerçam tal faculdade até 24 horas antes do
início da greve. Arbitragem obrigatória
Número do processo: 10/2015-SM.
Lisboa, 6 de abril de 2015. Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
viços mínimos.
Alexandre de Sousa Pinheiro, árbitro presidente.
Assunto: greve na CP, EPE, CP Carga, SA e REFER,
António Simões de Melo, árbitro de parte trabalhadora.
EPE, vários sindicatos, 16 de abril de 2015, nos termos defi-
Ana Jacinto Lopes, árbitro de parte empregadora.
nidos no aviso prévio de greve - pedido de arbitragem obri-
gatória para determinação de serviços mínimos.
Declaração de voto de vencido do árbitro da parte
trabalhadora
Acórdão
Considerando que a proposta de serviços mínimos apre-
sentada pelo Metropolitano de Lisboa, implica que existam I- Antecedentes e factos
categorias profissionais que não possam exercer o direito à
greve, assim como considerando que não resulta que da não 1- A presente arbitragem resulta, por via de comunicação
atribuição de serviços mínimos, resulte violação de neces- de 7 de abril de 2015, dirigida pela Direção-Geral do Empre-
sidades sociais impreteríveis, porquanto existem serviços go e das Relações de Trabalho (DGERT) à Secretária-Geral
de transporte públicos alternativos, se bem que em termos do Conselho Económico Social (CES) e recebida neste no
e quantidades que não são, neste momento determináveis, mesmo dia, de aviso prévio de greve dos trabalhadores ao
acrescido do facto de das explicações e esclarecimentos for- serviço da CP Comboios de Portugal, EPE (CP), CP Carga,
necidos pelo Metropolitano do de Lisboa não resultar, para SA (CP Carga) e REFER, EPE (REFER). Este aviso prévio
nós, que a segurança na exploração seja garantida, sendo que foi subscrito em conjunto pelo SINAFE - Sindicato Nacional
as condições de exploração até poderão ser agravadas pela Ferroviários de Movimento e Afins, pelo SNAQ - Sindicato
existência de uma greve da CARRIS, entendemos que não Nacional de Quadros Técnicos, pelo SINDEFER - Sindicato
deverão ser fixados serviços mínimos, seja porque não exis- Nacional Democrático da Ferrovia, pelo SINTTI - Sindica-
te uma necessidade social impreterível violada, seja porque to Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Industria,
a exploração do serviço, com a segurança exigível, não se pela FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes
apresenta como garantida. e Comunicações, pelo SIOFA - Sindicato Independente dos
Mais, a proposta de serviços mínimos apresentada pelo Operacionais Ferroviários e Afins, pela ASSIFECO - Asso-
ML, ao pretender a fixação daqueles em valores percentuais, ciação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira
não o faz de forma que deva ser aceitável, desde logo por Comercial, pelo SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalha-
não permitir, com noção exata, saber quais os trabalhadores dores do Sector Ferroviário, e pela FENSTIE - Federação
que serão afetados no seu direito à greve, nem referir quais Nacional de Sindicatos de Transportes Indústria e Energia,
as composições a circular ou os seus horários. estando a execução da greve prevista para o dia 16 de abril
Assim, consideramos que o direito à greve, estipulado no de 2015, nos termos definidos no respetivo aviso prévio.
artigo 57.º da CRP, será violado pela estipulação de serviços 2- Em cumprimento do disposto no número 2 do artigo
mínimos, nos termos propostos pelo ML, sendo certo que 538.º do Código do Trabalho (CT), foi realizada reunião nas
não se nos afiguraria possível, efetuar propostas alternativas instalações da DGERT, no dia 7 de abril de 2015, da qual foi
às apresentadas pelas partes. lavrada ata assinada por todos os presentes.
Concluindo, votamos vencidos por se nos afigurar que Desta ata resulta, designadamente, a inexistência de acor-
não deviam ser fixados serviços mínimos. do sobre os serviços mínimos a prestar durante o período de
greve, bem como a ausência de disciplina desta matéria na
regulamentação coletiva de trabalho aplicável.
António Simões de Melo.
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tos pelas associações sindicais, que por isso se afastam sig- Trata-se de exercício complexo, na medida em que o tri-
nificativamente dos que, quanto ao transporte de passageiros bunal não dispõe dos conhecimentos técnicos necessários
e mercadorias, são indicados como necessários pela CP, CP para definir com rigor, a partir das diversas variáveis em
Carga e REFER. É da necessidade destes e, em caso afirma- presença, o número e o momento de circulação das compo-
tivo e num segundo momento, da sua adequação e propor- sições.
cionalidade, que cumpre ao tribunal avaliar. Por outro lado, as associações sindicais mantêm o enten-
10- O litígio que constitui objeto do presente processo re- dimento da inadmissibilidade da fixação de quaisquer servi-
sulta de movimentos grevistas que reiteram, para o período ços mínimos para além dos referidos supra, em 9. A posição
indicado, conflitos coletivos de natureza e características é totalmente legítima, mas priva o tribunal do acesso a factos
semelhantes a outros, já desencadeados ou ainda em curso, que lhe permitam estar seguro da exequibilidade técnica da
nos quais também não se logrou a fixação por acordo dos organização de serviços mínimos, em escala alternativa à
serviços mínimos. apresentada pelas empresas.
Esta circunstância permite dispor de conjunto significa- 13- Como critério de decisão relativamente à paralisação
tivo de decisões arbitrais sobre a necessidade de organizar na CP, o tribunal ponderou fundamentalmente o facto de a
serviços mínimos e a extensão destes. greve se realizar em dia normal de trabalho para a generali-
Nestas, a deslocação das pessoas tem sido considerada dade da população, que por isso carece de meios de transpor-
de forma consistente como necessidade social impreterível, te que lhe permita exercer, maxime, o direito ao trabalho, à
tendo em conta o direito fundamental autonomamente pre- saúde e à educação.
visto e garantido pela CRP, no artigo 44.º. De igual modo, Por outro lado, teve-se ainda em conta que a alternati-
tem sido considerado que este direito é, frequentemente, va disponível de satisfação das necessidades sociais que os
pressuposto do exercício de outros direitos fundamentais serviços mínimos visam suprir se esgota no transporte ro-
constitucionalmente protegidos, como sejam, por exemplo, doviário e, neste, em medida significativa, na utilização de
o direito ao trabalho (idem, artigo 58.º), à saúde (artigo 64.º) veículo particular. Esta constatação revela que a ausência do
e à educação (artigo 73.º). transporte coletivo ferroviário penaliza, sobretudo, a popu-
Quanto ao transporte de carga, tem sido praticamen- lação com menores recursos, relativamente à qual é avisado
te unânime a definição de serviços mínimos por referência presumir que não dispõe de veículo automóvel ou que não
ao transporte de substâncias e matérias perigosas, atenta as pode fazer face à despesa inerente à sua utilização.
necessidades de abastecimento e, sobretudo, de garantia de A decisão proferida visa, por isso, assegurar a possibili-
segurança de pessoas e bens. Também por isso, aquele trans- dade de transporte para diversos dos destinos servidos pela
porte só deve poder realizar-se quando esteja previamente empresa, de modo a permitir o acesso ao serviço por quem
assegurada a receção em condições de segurança das referi- dele depende em absoluto.
das substâncias e matérias. Estas considerações permitem concluir pela adequação
11- O tribunal não vê razão para se afastar desta orientação e proporcionalidade da proposta de serviços mínimos apre-
consolidada quanto à necessidade de organização de serviços sentada pela empresa para a circulação de longo curso e re-
mínimos, representada pelas decisões prolatadas designada- gional, a qual representa - computando apenas os comboios
mente nos Processos n.os 3-4, 28, 32-33, 34, 35, 43-44-45, previstos para o dia 16 de abril - cerca de 29,7 % e 27 %,
46, 49, 51, 56 e 81, todos de 2012, os n.os 3, 7, 8, 9-10, 13, respetivamente, dos serviços normalmente realizados em pe-
17-18, 44, 50 e 56, de 2013 e os n.os 5, 31 e 35, de 2014, ob- ríodo semelhante.
viamente sem prejuízo do conhecimento e respeito devido a No que respeita ao transporte em linhas suburbanas, o
outras decisões, de sinal contrário (de que constitui exemplo tribunal avaliou sobretudo as necessidades de deslocação por
mais recente a proferida no Processo n.º 5/2015). razões de natureza profissional, pelo que a decisão tomada,
E, de facto, o critério da necessidade, enquanto parâmetro partindo embora da proposta de serviços mínimos apresenta-
interpretativo do conceito constitucional e legal que discipli- da pela empresa, a restringe na medida necessária a permitir
na a fixação dos serviços mínimos, materializa-se num juízo concentrar a oferta de transporte nos períodos inicial e final
sobre a indispensabilidade da restrição, in casu, do direito da jornada diária de trabalho, complementada com a possi-
de greve, de modo a assegurar, por via do transporte de pes- bilidade de circulação de uma composição na faixa horária
soas e bens realizado pela CP e pela CP Carga, a satisfação entre as 10 e as 17 horas, em cada linha e «família», em
de necessidades sociais impreteríveis que justifica a fixação ambos os sentidos.
daqueles serviços. 14- O tribunal considerou adequada, à luz dos critérios nor-
No que respeita à greve declarada na REFER, a decisão mativos invocados, a proposta de serviços mínimos apresen-
quanto à fixação de serviços mínimos é naturalmente instru- tada pela CP Carga, pelo que os decreta.
mental da tomada para aquelas duas empresas. Trata-se aí de 15- Na REFER, os serviços mínimos devem ser os estrita-
estabelecer as condições de atividade que permitam garantir mente necessários a viabilizar a circulação das composições
a marcha das composições que tenham sido organizadas em da CP e da CP Carga em cumprimento dos serviços mínimos
cumprimento dos referidos serviços mínimos. decertados.
12- Aqui chegados, a questão a dirimir respeita, essencial- 16- Na decisão proferida, o tribunal tomou ainda em con-
mente, à extensão dos serviços mínimos a organizar no pe- sideração o facto de embora a cumprir num período de 24
ríodo de greve. horas, entre as 0 e as 24 horas do dia 16 de abril de 2015,
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a greve ter extensões para o dia anterior e para o seguinte, sentido ascendente e sete em sentido descendente;
para os trabalhadores que nesses dias iniciem ou terminem o e) família Santa Apolónia - Castanheira do Ribatejo: seis
trabalho, respetivamente. comboios em sentido ascendente e cinco em sentido descen-
dente;
IV- Decisão f) família Cascais: dezassete comboios em sentido ascen-
dente e dezoito em sentido descendente;
Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu, por unanimida- g) família Oeiras: dez comboios em sentido ascendente e
de, definir os serviços mínimos nos termos seguintes: dez em sentido descendente;
I) Todas as composições que hajam iniciado a marcha de- h) família Praias do Sado: sete comboios em sentido as-
vem ser conduzidas ao respetivo destino e estacionadas em cendente e oito em sentido descendente;
condições normais de segurança. i) família Setúbal: um comboio em sentido ascendente e
II) Todos os comboios que transportem substâncias ou ma- um em sentido descendente.
térias perigosas (em carga ou em vazio) devem ser conduzi- V) Os serviços mínimos a prestar na CP Carga no dia 16 de
dos ao seu destino. abril de 2015, bem como no dia imediatamente antecedente
III) São assegurados os comboios de socorro, sempre que e subsequente, são identificados em anexo ao presente acór-
necessário. dão, dele fazendo parte integrante (anexo III).
IV) Os serviços mínimos a prestar na CP no dia 16 de abril VI) Os serviços mínimos a prestar na REFER no dia 16 de
de 2015, bem como no dia imediatamente antecedente e sub- abril de 2015, bem como no dia imediatamente antecedente
sequente, são os seguintes: e subsequente, são os estritamente necessários a permitir o
–– comboios de longo curso: os identificados em anexo ao cumprimento dos serviços mínimos decretados para a CP e
presente acórdão, dele fazendo parte integrante (anexo I); CP Carga.
–– comboios regionais: os identificados em anexo ao pre- VII) Os serviços mínimos incluem os necessários ao fecho
sente acórdão, dele fazendo parte integrante (anexo II); da rotação do material motor e manobras.
–– comboios suburbanos do Porto: a escolher pela empresa VIII) As empresas devem assegurar as condições neces-
de acordo com a sua proposta de serviços mínimos e, adicio- sárias à concretização dos serviços mínimos definidos nesta
nalmente, em obediência ao seguintes parâmetros: decisão.
a) linha do Douro: nove comboios em sentido ascendente IX) Os representantes dos sindicatos devem designar os
e onze em sentido descendente; trabalhadores necessários para assegurar os serviços míni-
b) linha do Minho: oito comboios em sentido ascendente e mos ora definidos até 24 horas antes do início do período de
sete em sentido descendente; greve.
c) linha do Norte: dezoito comboios em sentido ascenden- X) Em caso de incumprimento do dever previsto no núme-
te e dezasseis em sentido descendente; ro anterior, devem as empresas proceder a essa designação.
d) linha de Guimarães: cinco comboios em sentido ascen- XI) O recurso ao trabalho dos aderentes à greve só é líci-
dente e cinco em sentido descendente. to se os serviços mínimos não puderem ser assegurados por
–– comboios suburbanos de Lisboa: a escolher pela empre- trabalhadores não aderentes nas condições normais da sua
sa de acordo com a sua proposta de serviços mínimos e, adi- prestação de trabalho.
cionalmente, em obediência ao seguintes parâmetros:
a) família Sintra-Alverca: seis comboios em sentido as-
Lisboa, 13 de abril de 2015.
cendente e seis em sentido descendente;
b) família Meleças-Oriente: nove comboios em sentido as- Luís Miguel Monteiro, árbitro presidente.
cendente e dez em sentido descendente; Frederico Simões Nogueira, árbitro de parte trabalhado-
c) família Rossio-Sintra: dezanove comboios em sentido ra.
ascendente e dezassete em sentido descendente; Francisco Sampaio Soares, árbitro de parte empregado-
d) família Alcântara Terra-Azambuja: oito comboios em ra.
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ANEXO I
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ANEXO II
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ANEXO III
TRÁFEGO
DESIGNAÇÃO ORIGEM / DESTINO ORIGEM / DESTINO Comboios
15-Abr 16-Abr 17-Abr
Badajoz / Alverca 53030
Huelva<> Alverca
Alverca/ Badajoz 53031
Barreiro/ Estarreja 68090; 68931
Amoníaco Barreiro <> Estarreja
Estarreja/Barreiro 68030; 68390
Barreiro/P.Sado 68983
Barreiro <> P. Sado
P.Sado /Barreiro 51831
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Greve no Metropolitano de Lisboa, EPE no dia 17 do Metropolitano de Lisboa - EPE, (…) apenas se mostra ne-
de abril de 2015 cessário assegurar, a priori, os serviços mínimos que sempre
asseguramos e se têm revelado suficientes, aliás como o de-
cidido pela Decisão Arbitral proferida no Processo 51/2010-
SM e confirmada pelo Acórdão da Relação de Lisboa de 04
Arbitragem obrigatória
de Maio de 2011.» Mais acrescentam que, «as Associações
Número do processo:11/2015 - SM. Sindicais signatárias declaram, porém que assegurarão ain-
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- da, no decorrer da greve, quaisquer outros serviços que, em
viços mínimos. função de circunstâncias concretas e imprevisíveis, venham
Assunto: greve METRO Lx, vários sindicatos, 17 de a mostrar-se necessários à satisfação de necessidades sociais
abril de 2015, nos termos definidos no respetivo pré-aviso impreteríveis».
- pedido de arbitragem obrigatória para determinação de ser- 6- Da referida ata consta igualmente a posição dos repre-
viços mínimos. sentantes do METRO relativamente aos serviços mínimos,
considerando insuficientes os propostos no aviso prévio e
Acórdão apresentando uma proposta de serviços mínimos (anexo 3
à referida ata).
7- Menciona ainda a ata que, questionadas as partes quanto
I- Os factos à possibilidade de acordo na definição de serviços mínimos,
1- Por correio eletrónico enviado em 8 de abril de 2015, os representantes da empresa reiteraram a «disponibilidade
a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho para a obtenção de um consenso na base nos acórdãos que
(DGERT) do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segu- enumera na sua proposta de serviços mínimos» e os repre-
rança Social remeteu à Secretária-Geral do Conselho Econó- sentantes das associações sindicais que «tal acordo poderia
mico e Social (CES) os elementos relativos à greve prevista ser obtido com base no conteúdo das decisões constantes
para o dia 17 de abril de 2015 dos trabalhadores da Metro- dos processos n.ºs 51/2010, confirmado pelo Acórdão do
politano de Lisboa, EPE (METRO), nos termos constantes Tribunal da Relação de Lisboa de 4 de Maio de 2011, e os
do aviso prévio apresentado pela Federação dos Sindicatos acórdãos do CES n.ºs 5/2013-SM, 22/2013-SM, 28/2013-
de Transportes e Comunicações (FECTRANS), Federação -SM, 38/2013-SM, 41/2013-SM, 24/2014-SM, 25/2014-SM
dos Sindicatos da Indústria e Serviços (FETESE), Sindicato e 36/2014-SM».
da Manutenção do Metropolitano (SINDEM), Sindicato dos 8- Em conformidade com o disposto no número 3 do ar-
Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sindicato dos Tra- tigo 24.º e no número 2 do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º
balhadores da Tração do Metropolitano de Lisboa (STTM) 259/2009, de 25 de Setembro, o CES procedeu às diligên-
e Sindicato dos Quadros e Técnicos (SENSIQ) (em conjun- cias legais necessárias à formação do Tribunal Arbitral, cuja
to adiante designados «Sindicatos» ou «associações sindi- composição é a seguinte:
cais»). –– Árbitro presidente: Luís Pais Antunes;
2- A greve convocada pelos sindicatos é uma greve de –– Árbitro dos trabalhadores: Filipe Costa Lamelas;
24h00 a todos os horários referentes ao dia 17 de abril de –– Árbitro dos empregadores: Ana Jacinto Lopes.
2015, sendo que os trabalhadores dos serviços noturnos da
via deverão iniciar o seu período de greve, às 23h30 do dia II- Audiência das partes
16 de abril até às 7h00 do dia 17 de abril de 2015. 9- O Tribunal Arbitral reuniu no dia 13 de abril de 2015, a
3- Resulta dos elementos comunicados a este tribunal ter partir das 15h00, nas instalações do CES, tendo procedido a
sido realizada no dia 8 de abril de 2015, nos termos do dis- uma primeira apreciação do processo e à audição das partes,
posto no número 2 do artigo 538.º do Código do Trabalho na pessoa dos respetivos representantes que apresentaram as
(adiante CT), uma reunião nas instalações da DGERT, da credenciais juntas aos autos e devidamente rubricadas.
qual foi lavrada ata assinada por todos os presentes, não ten- A FECTRANS fez-se representar por:
do sido alcançado acordo sobre os serviços mínimos e os –– Paulo Jorge Machado Ferreira;
meios necessários para os assegurar. –– Vitor Manuel Ribeiro Gonçalves Costa.
4- Da ata mencionada consta que a FETESE afirmou O SINDEM fez-se representar por:
subscrever o pré-aviso de greve mas «(…) que no âmbito –– José Carlos Estevão Silveira;
da sua representatividade na greve em causa, nesta empre- –– Miguel Luís Oliveira Branco;
sa em concreto, e pela natureza das funções administrativas –– António dos Santos Laires;
não exige a definição de serviços necessários à segurança e –– Rita Mafalda Damião Aguiar.
manutenção de equipamentos, instalações, nem à satisfação O SITRA fez-se representar por:
de necessidades sociais impreteríveis, pretendem que o pro- –– Nuno Ricardo Alves Fonseca.
cesso naquilo que à FETESE diz respeito, não prossiga os O STTM fez-se representar por:
ulteriores termos para o CES». –– José Manuel da Silva Marques;
5- No aviso prévio, referem as associações sindicais que, –– José Augusto Ferreira Rodrigues.
«face às atuais circunstâncias, nomeadamente a duração do O SENSIQ fez-se representar por:
período de greve, a área geográfica servida pelos transportes
1514
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–– Rodolfo Frederico Beja Lima Knapic. mente protegidos, como sejam, por exemplo, o direito ao
O METRO, por sua vez, fez-se representar por: trabalho (artigo 58.º da CRP), à saúde (artigo 64.º da CRP)
–– António Manuel Elísio Gonçalves; e à educação (artigo 73.º da CRP). Neste contexto, merecem
–– José Manuel Azevedo Gonçalves; particular referência os acórdãos proferidos nos Processos
–– Maria Adelaide Afonso Teixeira Lopes Jesus. n.os 28/2014-SM; 64/2013-SM; 51/2013-SM; 29/2013-SM;
10- Nas reuniões que tiveram com os membros do Tribunal 06/2013-SM; 51/2012-SM; 28/2012-SM; 24/2012-SM;
Arbitral, os representantes das partes responderam às ques- 20/2012-SM; 19/2012-SM; 15/2012-SM; 10/2012-SM; 3 e
tões que lhes foram colocadas e prestaram os esclarecimen- 4/2012-SM; 42/2011-SM; 7/2011-SM; 6/2011-SM; 5/2011-
tos solicitados. Contudo, não se mostraram disponíveis para SM e 50/2010-SM.
chegar a qualquer acordo susceptível de dispensar a decisão 16- Com efeito, as deslocações para os locais de trabalho,
deste Tribunal Arbitral. para obtenção de cuidados enquanto utentes de serviços de
11- Os representantes dos sindicatos pediram a junção de saúde ou, ainda, para apoio a familiares ou pessoas em si-
documentos ao processo, nos quais desenvolvem os argu- tuação de fragilidade, nomeadamente idosos, são situações
mentos em favor da posição por eles adotada quanto à fixa- susceptíveis de ser qualificadas como necessidades sociais
ção de serviços mínimos. impreteríveis.
17- Definida que esteja a existência de necessidades so-
III- Enquadramento jurídico ciais impreteríveis a cuja satisfação importa ocorrer, impõe-
-se definir quais os serviços mínimos cuja prestação é indis-
12- A Constituição da República Portuguesa (CRP) garan- pensável para assegurar a satisfação daquelas necessidades.
te o direito à greve dos trabalhadores (cf. artigo 57.º, número 18- Em particular, importa analisar se o princípio da pro-
1, da CRP), remetendo para a lei «a definição das condições porcionalidade (considerando as vertentes «necessidade»,
de prestação, durante a greve de serviços necessários à se- «adequação» e «proporcionalidade em sentido restrito») im-
gurança e manutenção de equipamentos e instalações, bem plica ou limita a possibilidade de fixação de serviços míni-
como de serviços mínimos indispensáveis para acorrer à sa- mos neste caso concreto e quais as condicionantes que dele
tisfação de necessidades sociais impreteríveis» (artigo 57.º, resultam quanto à extensão dos serviços mínimos a fixar.
número 3, da CRP). Nestes termos, o CT prevê a obrigação 19- Sobre a fixação de serviços mínimos, o pré-aviso de
das associações sindicais e dos trabalhadores aderentes de greve prevê o disposto nos seus números 8 e 9. Tal foi consi-
assegurar, durante a greve, a «prestação dos serviços míni- derado pela empresa como insuficiente, apontando para uma
mos» indispensáveis à satisfação de «necessidades sociais redução do serviço de transporte entre as 7h00 e as 21h00 e
impreteríveis» (número 1 e alínea h) do número 2 do artigo do número de composições. Já a proposta de serviços míni-
537.º CT). mos no Metropolitano de Lisboa para a greve a realizar no
13- De acordo com o disposto na alínea h) do número 2 dia 17 de abril de 2015, aponta para uma oferta de cerca de
do artigo 537.º CT, os «Transportes, incluindo portos, aero- 25 % das composições em cada linha, identificando os ser-
portos, estações de caminho-de-ferro e de camionagem, re- viços mínimos em comparação por categoria profissional e
lativos a passageiros, animais e géneros alimentares deterio- comparando-os com a escala em dia normal.
ráveis e a bens essenciais à economia nacional, abrangendo 20- A este propósito, as associações sindicais em causa
as respetivas cargas e descargas» integram a lista exemplifi- invocam o facto de, nalgumas categorias profissionais, o
cativa de setores em que o legislador considera poder estar número de trabalhadores concretamente afetados na possi-
em causa a satisfação de necessidades sociais impreteríveis. bilidade de exercer o direito à greve atinge, não 25 %, mas
14- A fixação de serviços mínimos depende, assim, da 100 %, como será o caso dos operadores comerciais, ins-
existência de necessidades sociais impreteríveis. A verifica- petores de movimento, inspetores de tração, encarregado de
ção da existência de necessidades sociais impreteríveis para tração, inspetores de sala de comando e energia, encarrega-
efeitos de fixação de serviços mínimos deve fazer-se, em dos de sala de comando e energia e inspetores de postos de
primeira linha, por referência aos valores constitucionais e comando central.
a direitos fundamentais dos cidadãos que importe compatibi- 21- A empresa reconheceu que os serviços mínimos por
lizar com o direito à greve. Mas exige igualmente que sejam si propostos podem afetar de forma mais gravosa o exercí-
tomadas em devida consideração as circunstâncias específi- cio do direito à greve de trabalhadores que integrem grupos
cas de cada caso concreto, desde logo a questão de saber se profissionais mais reduzidos, invocando que a operação do
o exercício do direito à greve num dado contexto temporal metropolitano - mesmo no âmbito da prestação de serviços
restringe ou põe em causa o exercício, em concreto, de ou- mínimos - seria virtualmente impossível sem a presença des-
tros direitos fundamentais. ses trabalhadores, por razões de segurança e operacionais.
15- A deslocação das pessoas tem sido considerada de 22- A este propósito, deve salientar-se que o facto de al-
forma consistente pelos Tribunais Arbitrais como uma ne- guns trabalhadores ou grupos de trabalhadores, numa dada
cessidade social impreterível, tendo em conta o direito fun- empresa, sofrerem maior compressão na possibilidade de
damental autonomamente previsto e garantido pela CRP no exercício do seu direito à greve não deve, por si só, consti-
seu artigo 44.º De igual modo, tem sido considerado que tuir um obstáculo à fixação de serviços mínimos, sob pena de
este direito fundamental é, frequentemente, pressuposto do a previsão legal que obriga à prestação de serviços mínimos
exercício de outros direitos fundamentais constitucional- indispensáveis para acorrer à satisfação de necessidades so-
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ciais impreteríveis ser esvaziada. ção correspondentes à prestação dos serviços mínimos é o
23- Foi igualmente suscitada pelos sindicatos subscritores que consta do documento intitulado «Serviços Mínimos no
do pré-aviso de greve a questão de saber até que ponto os Metropolitano de Lisboa, E.P.E. dia 17 de abril de 2015»,
serviços mínimos, nos termos ora propostos pela empresa anexo a este acórdão e que dele faz parte integrante.
e já decretados pelo Tribunal Arbitral noutras ocasiões (cf., v) No contexto da realização dos serviços mínimos indi-
por todos, o Acórdão n.º 39/2013-SM) são compatíveis com cados, deve a empresa assegurar as condições normais de
as necessidades de segurança na operação do METRO. segurança dos passageiros e dos trabalhadores adstritos as
24- Entende este tribunal que essa é uma matéria que extra- serviços mínimos.
vasa a sua competência e cuja análise compete, em primeira 2- Quanto aos meios humanos necessários para assegurar a
linha, à empresa e às entidades responsáveis pela regulação prestação dos serviços mínimos, tal como definidos, deverão
da actividade em causa. É a estas - e não a qualquer tribunal, os representantes dos sindicatos, de acordo com o disposto
em particular um tribunal a quem por lei é cometida a res- no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar os trabalhadores
ponsabilidade de decretar ou não serviços mínimos em caso adstritos a cumprir tal obrigação, cabendo a designação de
de greve - que compete assumir a responsabilidade pelas tais trabalhadores, de acordo com a disposição legal citada,
condições de segurança da prestação da actividade. à empresa Metropolitano de Lisboa, caso os sindicatos não
25- Acompanhando outras decisões arbitrais (cf., por to- exerçam tal faculdade até 24 horas antes do início da greve.
dos, os Acórdãos n.os 39/2013-SM e 28/2014-SM), considera
este tribunal que «no caso da operação do Metropolitano e Lisboa, 14 de abril de 2015.
numa greve de 24 horas, a técnica de fixar serviços mínimos
com recurso a um critério percentual mas sem o encerramen- Luís Pais Antunes, árbitro presidente.
to de linhas ou estações é a forma mais adequada de conciliar Filipe da Costa Lamelas, árbitro de parte trabalhadora,
todos os interesses em presença». declaração de voto.
26- Em face de tudo quanto precede, entende o Tribunal Ana Jacinto Lopes, árbitro de parte empregadora.
Arbitral que a fixação de serviços mínimos nos termos pro-
postos pelo METRO pode ser efetuada com observância dos Declaração de voto de árbitro de parte trabalhadora
limites do princípio da proporcionalidade (considerando as O direito à greve (artigo 57.º da CRP) integra o acervo
vertentes «necessidade», «adequação» e «proporcionalidade dos direitos liberdades e garantias dos trabalhadores, sendo-
em sentido restrito»). -lhe aplicável o regime do artigo 18.º, por força do artigo
26- Em particular, considera este tribunal não ser irrelevan- 17.º, ambos da CRP.
te, do ponto de vista da aferição da necessidade, adequação Ora, o número 2 do artigo 18.º da CRP faz depender a li-
e proporcionalidade em sentido estrito dos serviços mínimos mitação ou restrição de direitos, liberdades e garantias da ob-
ora decretados, o facto de estarmos em presença de uma si- servância dos requisitos da necessidade, conformidade (ou
tuação caracterizada pela sucessiva marcação de greves num adequação) e proporcionalidade em sentido restrito, devendo
meio de transporte que desempenha um papel de relevo no aquelas confinar-se ao mínimo essencial para salvaguardar
exercício de direitos fundamentais de milhares de cidadãos outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos.
que importa compatibilizar com o direito à greve, em par- Na situação sub judice, ainda que se considerasse veri-
ticular o direito ao trabalho (artigo 58.º da CRP), à saúde ficar-se uma colisão de direitos (entre o direito à greve e o
(artigo 64.º da CRP) e à educação (artigo 73.º da CRP). direito de deslocação - e, eventualmente, outros direitos cuja
fruição esteja dependente deste) não se afigura necessária a
IV- Decisão definição de serviços mínimos para a presente greve. Veja-
1- Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu fixar os ser- mos:
viços mínimos durante o período de greve, nos seguintes a) Por um lado, trata-se de uma greve que tem uma dura-
termos: ção particularmente limitada (apenas 24 horas);
i) No período entre as 7h00 e as 21h00 devem ser asse- b) Por outro lado, o direito de deslocação/transporte/mo-
guradas, em todas as estações e por cada período de uma bilidade (e eventuais direitos cuja fruição possa estar depen-
hora de funcionamento, 25 % das composições habitualmen- dente deste) não se encontra afetado uma vez que, na mesma
te afetas ao transporte de passageiros, devendo, se e quando área geográfica e em moldes semelhantes (nomeadamente no
o resultado da aplicação daquela percentagem for inferior à que diz respeito à frequência), há um conjunto de outras em-
unidade, ser assegurado um serviço de circulação. presas no âmbito do sector dos transportes que asseguram a
ii) No período de greve que antecede o período de funcio- necessidade social impreterível em apreço (ver, por exemplo,
namento da empresa (6h00 às 22h00) devem ser asseguradas mapa de carreiras e percursos, disponível em http://www.
as atividades indispensáveis à preparação dos serviços pre- carris.pt/fotos/editor2/mapa_carris_ paragens_site.pdf).
vistos em i). Assim, tendo em conta que a definição de serviços míni-
iii) Os serviços indicados em i) e ii) incluem os serviços mos consubstancia uma limitação do direito à greve deverá,
necessários à manutenção e segurança do equipamento e das tal como referido, confinar-se ao mínimo essencial para sal-
instalações durante o período de greve. vaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente
iv) O número exato de trabalhadores por categoria e fun- protegidos. Efetivamente, tal limitação - que se traduz na es-
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tipulação de serviços mínimos - só deverá ocorrer quando for viço, deverão ser a maioria).
o único meio apto a satisfazer as mencionadas necessidades Ainda que se concorde com a decisão na parte em que se
sociais impreteríveis e, tão-só, na medida do indispensável. refere que «esta é uma matéria que extravasa a sua compe-
O princípio da indispensabilidade ou necessidade, en- tência e cuja análise compete, em primeira linha, à empresa
quanto elemento constitutivo do princípio geral da proibição e às entidades responsáveis pela regulação da actividade em
de excesso, impõe que «se recorra, para atingir esse fim, ao causa», não é despropositado referir que, com o serviço de
meio necessário, exigível ou indispensável, no sentido do transporte reduzido a 25 % da sua frequência horária no dia
meio mais suave ou menos restritivo que precise de ser utili- da greve, o fluxo de utentes às estações de METRO pode-
zado para atingir o fim em vista»1. rá, potencialmente, ser próximo daquele que se verifica nos
Nesse sentido, considero que não se verifica a exigibili- dias de circulação normal com a particularidade de que, tal
dade ou indispensabilidade de definição de serviços mínimos como foi referido anteriormente, nem todos os passageiros
porquanto o direito de deslocação/transporte/mobilidade (e poderem ser transportados nas composições de METRO dis-
eventuais direitos cuja fruição possa estar dependente deste) poníveis.
encontra-se assegurado - e sem que o seu conteúdo essencial Finalmente, discordo da fundamentação do acórdão no
seja atingido - pela prestação do serviço por outras empre- que se refere à ponderação de uma «sucessiva marcação de
sas de transporte, na mesma área geográfica e em moldes greves» na empresa em apreço para efeitos da «aferição da
similares, aptas à satisfação dessas necessidades (mormente, necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido es-
as empresas que se dedicam à exploração de transportes de trito dos serviços mínimos». Tendo sido o tribunal constituí-
superfície). do para aferir da necessidade de fixação de serviços mínimos
Como refere Jorge Leite2, a «obrigação de serviços míni- na presente greve, que ocorrerá no dia 17 de Abril, não con-
mos tem um carácter subsidiário» e «a “medida” da obriga- sidero que, para a fixação de serviços mínimos neste âmbito,
ção tem como limite a sua indispensabilidade», o que signi- seja relevante essa referência, tendo em conta que a perio-
fica que «a obrigação de serviços mínimos só existe quando dicidade ou sucessão não é concretamente mencionada de
e na estrita medida em que a necessidade afectada não possa molde a estabelecer um nexo causal entre os serviços míni-
ser satisfeita por outros meios». mos decretados e essa «sucessão» (de resto - porque também
Assim, reiterando o que foi referido anteriormente, o di- não é competência do presente tribunal -, não se procedeu a
reito de deslocação/transporte/mobilidade não é sequer co- um exercício similar relativamente aos motivos que funda-
locado em causa pela greve em apreço. Efectivamente, não mentam - ou que determinam - a convocação das referidas
se deve confundir aquele direito com a facilidade, a eficiên- greves).
cia ou rapidez proporcionada pelas deslocações de METRO Por considerar que não deveriam ter sido fixados servi-
(não existe um direito fundamental ao transporte ou às des- ços mínimos, atendendo aos motivos supra enunciados, voto
locações no METRO; quanto muito, o que se verifica é a vencido.
necessidade de satisfazer necessidades sociais impreteríveis
- in casu, transporte - que podem ser asseguradas por qual- Filipe da Costa Lamelas.
quer empresa - ou empresas - que preste serviço numa área
geográfica tendencialmente coincidente).
Por outro lado, julgo que a estipulação de serviços míni-
mos correspondentes a 25 % da frequência horária do serviço
de transporte normal não irá necessariamente ao encontro da Greve na Companhia Carris de Ferro de Lisboa, SA
necessidade de proteger o direito de deslocação/transporte/ (CARRIS) no dia 22 de abril de 2015
mobilidade (e eventuais direitos cuja fruição possa estar de-
pendente deste) e poderá, ao invés, contribuir para prejudicar
esse direito porquanto (a serem cumpridos os serviços mí- Arbitragem obrigatória
nimos decretados) as composições do metro, na frequência
resultante da decisão de serviços mínimos, não terão capaci- Número do processo: 12/2015-SM.
dade para transportar todos os utentes que se desloquem às Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
estações (pelo menos, nas horas de maior fluxo de passagei- viços mínimos.
ros). Como tal, esses utentes, depois de se terem deslocado Assunto: greve CARRIS LX, FECTRANS, 22 de abril de
às estações de METRO, terão de deslocar-se novamente, e 2015, nos termos definidos nos respetivos avisos prévios de
como alternativa, às estações/paragens de outros transportes greve - pedido de arbitragem obrigatória para determinação
de modo a poderem ir até ao seu trabalho/estabelecimento de serviços mínimos.
de ensino/hospitais, o que resultará num acréscimo de tem-
po despendido completamente imprevisível (para os utentes Acórdão
que não consigam ser transportados nas composições do
METRO - que, tendo em conta a supressão de 75 % do ser-
I- Os factos
1
Jorge Reis Novais, Os Princípios Constitucionais Estruturantes da Repú-
1- A presente arbitragem resulta, por via de comunicação
blica Portuguesa, Coimbra, 2004, p. 171.
2
Jorge Leite, Direito da Greve, Coimbra, 1994, p. 64 e 65. da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho
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(adiante DGERT) à Secretária-Geral do Conselho Económi- II- Tribunal Arbitral e audiência das partes
co e Social (adiante CES), de 13 de abril de 2015, de aviso
1- Conforme informação prestada pela DGERT, verificam-
prévio de greve dos trabalhadores da Companhia Carris de
-se no presente caso os pressupostos de que o disposto na
Ferro de Lisboa, SA (CARRIS). O aviso prévio foi subscrito
alínea b) do número 4 do artigo 538.º do CT faz depender a
pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunica-
intervenção do Tribunal Arbitral, a constituir nos termos da
ções (FECTRANS) estando a execução da greve prevista
legislação aplicável.
para o dia 22 de abril de 2015, nos termos definidos no res-
Tribunal que, neste caso, ficou constituído por:
petivo pré-aviso de greve.
–– Árbitro presidente: Ana Cisa;
2- Nos termos e para os efeitos do disposto no número 2
–– Árbitro dos trabalhadores: Miguel Alexandre;
do artigo 538.º do Código do Trabalho (CT) realizou-se, no
–– Árbitro dos empregadores: Francisco Sampaio Soares,
dia 13 de abril de 2015, reunião nas instalações da DGERT,
que reuniu em 17 de abril de 2015, pelas 9h00, nas instala-
conforme ata que acompanhou a comunicação da DGERT,
ções do CES.
que integra ainda:
Depois de uma primeira ponderação do assunto e das suas
a) Aviso prévio de greve da FECTRANS;
conexões com outras situações semelhantes, foram ouvidas
b) Proposta de serviços mínimos apresentada pela empre-
as partes. Primeiro, teve lugar a audição dos representantes
sa.
da associação sindical, a que se seguiu a dos representantes
3- Da ata referida, consta ainda que «os serviços mínimos
da empresa, que se apresentaram credenciados.
não estão regulados nos instrumentos de regulamentação co-
O FECTRANS fez-se representar por:
lectiva de trabalho» e, por outro lado, que na reunião, con-
–– Manuel António Silva Leal;
vocada precisamente para chegar à definição desses serviços
–– Filipe Alexandre Mota Gaspar;
por acordo entre as partes, não foi possível obter um consen-
–– Sérgio Manuel Oliveira Crescêncio.
so quanto ao tema.
A CARRIS, SA, por sua vez, fez-se representar por:
4- De acordo com o aviso prévio de greve, esta decorrerá
–– José Manuel Godinho Maia;
nos seguintes termos:
–– Ana Maria Lopes;
–– Trabalhadores do tráfego: Início às 3h00 do dia 22 de
–– António Manuel de Matos Pereira.
abril de 2015 até ao último carro;
2- Nas reuniões que tiveram com os membros do Tribunal
–– Setores fixos: das 0h00 às 24h00 do dia 22 de abril de
Arbitral, os representantes das partes responderam às ques-
2015;
tões que lhes foram colocadas e prestaram os esclarecimen-
–– Todos os trabalhadores que iniciem o seu período de
tos solicitados, tendo a FECTRANS aditado à sua proposta
trabalho antes das 0h00 do dia 22 de abril de 2015 e que o
de serviços mínimos o funcionamento do designado «carro
seu maior período de trabalho corresponda a este dia, entram
do fio».
em greve no início do seu dia de trabalho até ao final, assim
3- O Tribunal Arbitral verificou a legitimidade dos repre-
como os que terminem o seu dia de trabalho após as 24 horas
sentantes da CARRIS que subscreveram a proposta de ser-
deste dia estão abrangidos por este pré-aviso.
viços mínimos apresentada pela mesma, em sede da reunião
A associação sindical signatária considera que, «(…)
da DGERT.
apenas se mostra necessário assegurar, (…) os seguintes
serviços mínimos: funcionamento do transporte exclusivo
de deficientes e funcionamento do posto médico». Decla- III- As circunstâncias do caso e o seu enquadramento
ra ainda que, «(…)assegurará ainda, no decorrer da greve, 1- Resulta do disposto no número 1 do artigo 537.º do CT
quaisquer outros serviços que, em função de circunstância que, nas empresas ou estabelecimentos que se destinem à
concretas e imprevisíveis, venham a mostrar-se necessários satisfação de necessidades sociais impreteríveis, a associa-
à satisfação de necessidades sociais impreteríveis». ção sindical que declare a greve e os trabalhadores aderentes
5- Por sua vez, a proposta de serviços mínimos apresen- devem assegurar, durante a mesma, a prestação dos serviços
tada pela CARRIS, anexa à ata da reunião supra referida, mínimos indispensáveis à satisfação daquelas necessidades.
respeita às carreiras 703, 708, 735, 736, 738, 742, 751, 755, E, de acordo com o disposto na alínea h) do número 2 do
758, 760, 767, 781 e «Serviço Especial Deficientes», bem mesmo artigo, os «Transportes, incluindo portos, aeroportos,
como o funcionamento dos serviços do designado «Carro do estações de caminho-de-ferro e de camionagem, relativos a
Fio» e posto médico. passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a
O número de veículos considerados necessários para as- bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respeti-
segurar os serviços mínimos, variável ao longo do dia, é de vas cargas e descargas», integram a lista exemplificativa de
151 (27,5 % no período da manhã), de 106 (27,5 % no perí- setores em que o legislador considera poder estar em causa a
odo CD), 147 (27,7 %, no período da tarde) e 35 (32,1 % no satisfação de necessidades sociais impreteríveis.
período noturno). À luz do disposto no número 3 do artigo 57.º da Cons-
Quanto aos tripulantes, a empresa sustenta serem neces- tituição da República Portuguesa e dos número 1 do artigo
sários «…257 Motoristas, durante o seu dia completo de tra- 537.º e número 5 do artigo 538.º do CT, uma greve suscetível
balho, mais 52 Motoristas durante parte do dia de trabalho, de implicar um risco de paralisação do serviço de transportes
o que corresponde à utilização de 26,6% dos Tripulantes ne- deverá ser acompanhada da definição dos serviços mínimos,
cessários para assegurar o funcionamento total da rede…». mas sempre no respeito dos princípios da necessidade, da
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–– Maria Adelaide Afonso Teixeira Lopes Jesus; Por isso mesmo é que a lei - art. 538º, 5, do CT - dispõe
–– António Manuel Elísio Gonçalves; que a definição de serviços mínimos deve respeitar os prin-
–– José Manuel Azevedo Gonçalves. cípios da necessidade, da adequação e da proporcionalidade.
6- Nas reuniões que tiveram com os membros do Tribu- Trata-se, sem dúvida, de uma afirmação de princípio,
nal Arbitral, os representantes das partes responderam às pois só a consideração das circunstâncias de cada caso é que
questões que lhes foram colocadas e prestaram os esclare- permitirá determinar se se está perante uma situação em que
cimentos solicitados, juntando documentos, que integram os a falta da prestação de serviços por qualquer das empresas
respetivos autos. ou estabelecimentos referidos implica a insatisfação de tais
necessidades.
III- Enquadramento e fundamentação (…)».
E mais especificamente sobre o Metropolitano de Lisboa
7- Importa começar por salientar que o direito à greve é (Acórdão n.º 4/2013),
um direito fundamental, mais especificamente um direito, li- «não nos parece que só porque uma determinada ativi-
berdade e garantia dos trabalhadores (artigo 57.º, número 1, dade consta do elenco legal de atividades que se destinam à
da CRP e artigo 530.º do CT). satisfação de necessidades sociais impreteríveis, tenha que
Não se trata, no entanto, de um direito absoluto. E, por haver automaticamente fixação de serviços mínimos, para
isso mesmo, deve ser articulado com outros valores do Or- além dos necessários à segurança e manutenção do equipa-
denamento, o que explica a obrigação de serviços mínimos, mento e das instalações. As circunstâncias concretas do caso
i.e., a obrigação de assegurar os serviços necessários à se- – nomeadamente, a curta duração da greve (como sucede no
gurança e manutenção de equipamentos e instalações, bem caso presente), subsistência de outros meios de transporte al-
como os indispensáveis para ocorrer à satisfação de necessi- ternativos (em relação aos quais não temos notícias de greve)
dades sociais impreteríveis (artigo 57.º, número 2, da CRP, e – podem, a nosso ver, justificar que não sejam fixados ser-
artigo 537.º, números 1 a 3, do CT). viços mínimos relativamente à circulação de composições».
Com efeito, a realização destes serviços assenta na ne- 9- É que não podemos ignorar que a existência de serviços
cessidade de salvaguardar outros direitos fundamentais, des- mínimos é uma concretização do princípio geral de concor-
de logo com dignidade constitucional, como são, em geral a dância prática, presente no regime das restrições aos direitos
liberdade de iniciativa económica e o direito de propriedade fundamentais, que está sujeito aos princípios da necessidade,
privada (artigos 61.º, número 1, e 62.º, número 1, da CRP), adequação e proporcionalidade (artigo 538.º, número 5, do
bem como, e no caso dos transportes públicos, o direito de CT). Ou seja: o quantum dos serviços mínimos tem de ser
deslocação e a liberdade de circulação no território nacional exigível, i.e., as medidas restritivas devem ser necessárias,
(artigo 44.º, número 1, da CRP), direito ao trabalho (artigo pois inexiste outro meio menos gravoso para o direito à gre-
58.º, número 1) e à saúde (artigo 64.º, número 1), entre ou- ve; adequado para salvaguardar outros bens constitucional-
tros. mente protegidos; e, finalmente, tem de cumprir a obrigação
8- Não podemos deixar de ter presente que, de acordo com de respeito pela justa medida, i.e., haver proporcionalidade
o plasmado no CT, a atividade do Metropolitano de Lisboa entre a medida da restrição - do direito à greve - e a salva-
se destina à satisfação de necessidades impreteríveis, uma guarda de outros bens jurídicos;
vez que se subsume no setor dos transportes (artigo 537.º, Significa isto, portanto, que poderemos concluir que,
número 2, alínea h)). na situação concreta, não se justifica a fixação de serviços
Acontece, no entanto, que, como bem foi sublinhado no mínimos. Na verdade, como bem sublinhou o Acórdão n.º
Acórdão n.º 16/2013, na esteira de outros processos, ain- 47/2013,
da que não de forma pacífica (v.g., Acórdãos n.os 5/2013 e «… há que ponderar as consequências previsíveis da gre-
2/2015), ve, a sua duração, a existência de meios alternativos para sa-
«Os serviços prestados pelas entidades enumeradas no tisfazer as mesmas necessidades, para referir apenas alguns
art. 537.º, 2, do CT (…) são em princípio e de acordo com o fatores. Uma greve algumas horas não coloca os mesmos
disposto na própria lei, necessários à satisfação de necessi- problemas e, mesmo na área dos transportes, não será, de
dades sociais impreteríveis por corresponderem ao conteúdo certo, indiferente tratar-se de uma greve que afeta uma povo-
de direitos fundamentais consagrados na Constituição da Re- ação isolada e sem outros meios de transporte ao seu alcance
pública Portuguesa. ou uma greve numa grande urbe em que existem meios alter-
Contudo, como tem sido repetidamente recordado em nativos eficazes de transporte num dia para o qual não estão
anteriores decisões arbitrais que se pronunciaram sobre a fi- anunciadas outras greves».
xação de serviços mínimos, há que atentar nas circunstâncias E, de facto, também, no presente caso inexistem outras
de cada caso para apurar se a ausência da prestação de tais greves de carácter geral no sector dos transportes agendadas
serviços conduz ou não, em concreto, a situações irreversí- para o dia da presente paralisação, conforme informação,
veis de violação dos direitos mencionados. acima referida, fornecida pela administração laboral.
Especialmente quando estão em causa conflitos de direi- 10- Acresce que, e como também foi notado no Acórdão
tos, como é o caso presente, em que a não prestação de servi- n.º 4/2013, já citado,
ços corresponde ao exercício de um direito fundamental dos «Mantemos o entendimento, já afirmado em acórdão an-
trabalhadores: o direito de fazer greve. terior (Proc. 51/2010-SM) de que “ponderamos como direito
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fundamental que pode justificar limites do direito à greve, Luís Gonçalves da Silva, árbitro presidente.
o direito à saúde e designadamente o direito a tratamento Eduarda Figanier de Castro, árbitro de parte trabalha-
médico nas Urgências dos Hospitais centrais, mas o próprio dora.
desenho da rede do metropolitano e factos concretos que nos Ana Jacinto Lopes, árbitro de parte empregadora.
foram transmitidos (…) (como a ausência de acessibilidades
a deficientes motores na estação mais próxima do Hospital
de Santa Maria) convencem-nos que a manutenção dessa
linha em funcionamento não permitiria, só por si um fácil Greve na CP Comboios de Portugal, EPE de 1 a 31
acesso a essa urgência”».
de maio de 2015
Decorre, então, do exposto que não ficou demonstrado
que as específicas características da presente greve justificas-
sem a fixação de serviços mínimos.
11- Por fim, saliente-se ainda que a empresa apresentou Arbitragem obrigatória
também uma proposta de serviços necessários à segurança Número do processo: 14/2015-SM.
e manutenção de equipamento e instalações, tendo a mesma Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser-
sido objecto de contraditório pelos sindicatos. viços mínimos.
Relativamente a este ponto, em que também não se ve- Assunto: greve na CP, EPE, SNTSF, de 1 a 31 de maio de
rificou um consenso, o tribunal considera que a exposição 2015, nos termos definidos no aviso prévio de greve - pedi-
apresentada pela empresa - não obstante a posição dos sindi- do de arbitragem obrigatória para determinação de serviços
catos - e, por outro lado, as especiais responsabilidades da- mínimos.
quela na delimitação dos meios humanos e técnicos no cum-
primento dos serviços necessários à segurança e manutenção
Acórdão
de equipamentos e instalações, sustentam o acolhimento da
proposta do METRO.
I- Antecedentes e factos
IV- Decisão 1- A presente arbitragem resulta, por via de comunicação
de 20 de abril de 2015, dirigida pela Direção-Geral do Em-
Deste modo, tendo presente que as circunstâncias deste
prego e das Relações de Trabalho (DGERT) à Secretária-Ge-
caso são semelhantes à que se verificaram noutros processos,
ral do Conselho Económico Social (CES) e recebida neste
nomeadamente nos Acórdãos n.os 1/2014, 1/2015, 3/2015,
no mesmo dia, de aviso prévio de greve dos trabalhadores ao
bem como o estatuído no artigo 27.º, número 3, do Decreto-
serviço da CP Comboios de Portugal, EPE (CP). Este aviso
-Lei n.º 259/2009, de 25 de setembro, o Tribunal Arbitral
prévio foi subscrito pelo SNTSF - Sindicato Nacional dos
entende, por unanimidade, definir os seguintes serviços mí-
Trabalhadores do Sector, estando a execução da greve pre-
nimos durante o período da greve:
vista para o período compreendido entre as 0h00 do dia 1
1- Serão assegurados os serviços necessários à segurança e
de maio e as 24h00 do dia 31 de maio de 2015, nos termos
manutenção do equipamento e das instalações;
definidos no respetivo aviso prévio.
2- Tais serviços consistirão, concretamente, entre as 6h00
2- Em cumprimento do disposto no número 2 do artigo
e as 9h30, na afetação, ao Posto de Comando Central, de três
538.º do Código do Trabalho (CT), foi realizada reunião nas
trabalhadores (um inspetor de movimento; um encarregado
instalações da DGERT, no dia 20 de abril de 2015, da qual
de movimento e um encarregado de sala de comando e de
foi lavrada ata assinada por todos os presentes.
energia).
Desta ata resulta, designadamente, a inexistência de acor-
3- Não serão fixados serviços mínimos relativamente à cir-
do sobre os serviços mínimos a prestar durante o período de
culação de composições.
greve, bem como a ausência de disciplina desta matéria na
Quanto aos meios humanos necessários para assegurar a
regulamentação coletiva de trabalho aplicável.
prestação dos serviços mínimos tal como definidos, deverão
Da ata mencionada consta ainda que a CP apresentou
os representantes dos sindicatos, de acordo com o disposto
uma proposta de serviços mínimos que se destina «a asse-
no artigo 538.º, número 7, do CT, identificar, de forma clara
gurar a prestação de serviço nos comboios suburbanos de
e inequívoca, com menção do nome e número de colabo-
Lisboa e Porto no dia feriado - 1 de maio e de 30 de abril a 2
rador de empresa, os trabalhadores adstritos a cumprir tal
de maio, para os comboios de longo curso e regionais». Por
obrigação, que poderão ser dirigentes sindicais, desde que
seu turno, o sindicato reiterou que seriam suficientes os ser-
trabalhem na empresa em cujo âmbito vai decorrer a gre-
viços mínimos indicados no ponto 7 do aviso prévio, «servi-
ve e nas funções correspondentes, cabendo a designação de
ços necessários à segurança e manutenção do equipamento e
tais trabalhadores, de acordo com a disposição legal citada,
instalações em todas as vertentes em que, por força da greve,
à empresa Metropolitano de Lisboa, caso os sindicatos não
tais necessidades se verifiquem».
exerçam tal faculdade até 24 horas antes do início da greve.
3- Está em causa empresa do setor empresarial do Estado,
razão por que o litígio em causa deve ser apreciado e decidi-
Lisboa, 24 de abril de 2015. do por Tribunal Arbitral, nos termos da alínea b) do número
4 do artigo 538.º do CT.
1522
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
II- Tribunal Arbitral 2010, p. 466). Daí que o legislador ordinário obrigue a que
«a definição dos serviços mínimos (…) [respeite] os princí-
4- O Tribunal Arbitral foi constituído nos termos do nú-
pios da necessidade, da adequação e da proporcionalidade»
mero 3 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25 de
(número 5 do artigo 538.º do CT).
setembro, com a seguinte composição:
A preservação da greve como direito fundamental dos
–– Árbitro presidente: Pedro Romano Martinez;
trabalhadores impõe, por isso, que as correspondentes res-
–– Árbitro dos trabalhadores: Eduarda Figanier de Castro;
trições sejam limitadas ao mínimo imprescindível para asse-
–– Árbitro dos empregadores: Pedro Petrucci de Freitas.
gurar a satisfação das necessidades sociais impreteríveis dos
5- O tribunal reuniu nas instalações do CES, em Lisboa, no
cidadãos, nas empresas ou estabelecimentos cuja atividade
dia 23 de abril de 2015, pelas 9 horas, seguindo-se a audição
se destine à respetiva prossecução.
dos representantes do sindicato e do empregador, cujas cre-
8- No respeito pela disciplina constitucional, o Código
denciais, após rubricadas, foram juntas aos autos.
do Trabalho consigna a obrigação da associação sindical e
Compareceram, em representação das respetivas entida-
dos trabalhadores aderentes assegurarem, durante a greve,
des:
a «prestação dos serviços mínimos indispensáveis à satisfa-
Pelo SNTSF:
ção» de «necessidades sociais impreteríveis» [número 1 do
–– Mário Jorge Pereira Gamito Gomes.
artigo 537.º].
Pela CP:
A atividade transportadora de pessoas e carga é expres-
–– Carla Sofia Teixeira Marques Santana;
samente reconduzida pelo legislador ao conceito legal de
–– Carlos Manuel de Oliveira Pereira;
«empresa ou estabelecimento que se destina à satisfação de
–– Raquel de Fátima Pinho Campos.
necessidades sociais impreteríveis» [idem, número 2, alínea
6- Os representantes das partes prestaram os esclarecimen-
h)]. Porém, entende-se que a presença de determinada ativi-
tos solicitados pelo Tribunal Arbitral, tanto no que respeita à
dade naquele catálogo não impõe necessariamente a organi-
representatividade sindical da associação que decretou a gre-
zação de serviços mínimos, o que só a ponderação conjunta
ve, com trabalhadores de diferentes categorias nela filiados,
das características do conflito, da sua extensão, do número
como quanto ao planeamento dos horários dos comboios
previsível de trabalhadores aderentes ou, mesmo, da época
relacionado com o repouso dos tripulantes e retorno à sede.
em que ocorra, pode determinar.
Por outro lado, tendo presente a recente greve que teve
9- Só houve acordo explícito quanto aos serviços mínimos
lugar nos dias antecedentes e subsequentes ao domingo de
necessários à segurança e manutenção do equipamento e
Páscoa, com contornos similares ao desta greve, pese embo-
instalações. Contudo, oralmente, resultou que as partes se
ra ter sido um só sindicato a decretar a presente greve, há que
encontram de acordo quanto à prestação, pelos trabalhadores
atender à possibilidade de à mesma aderirem trabalhadores
em greve, dos serviços necessários à condução ao respetivo
filiados em outras estruturas sindicais.
destino e estacionamento em segurança de todas as composi-
Na greve em análise, apesar de ser decretada por um lon-
ções em marcha no momento do início da greve.
go período de um mês, com pequenas exceções só tem im-
Mas o sindicato opõe-se ao estabelecimento de outros
pacto no dia feriado de 1 de maio.
serviços mínimos propostos pela empresa, mormente a cir-
culação de um número mínimo de comboios. A associação
III- Fundamentação sindical invoca que não será necessário, atento o número de
7- A Constituição da República Portuguesa (CRP) garante filiados no sindicato, e, mesmo que houvesse adesão de ou-
aos trabalhadores o direito à greve (número 1 do artigo 57.º), tros trabalhadores, a fixação de tais serviços mínimos seria
remetendo para a lei «a definição das condições de presta- contrária ao direito à greve. É da necessidade destes serviços
ção, durante a greve de serviços necessários à segurança e mínimos e, em caso afirmativo e num segundo momento, da
manutenção de equipamentos e instalações, bem como de sua adequação e proporcionalidade, que cumpre ao tribunal
serviços mínimos indispensáveis para acorrer à satisfação avaliar.
de necessidades sociais impreteríveis» (número 3 do mesmo 10- O litígio que constitui objeto do presente processo re-
artigo 57.º). sulta de movimentos grevistas que reiteram conflitos cole-
Tratando-se de direito fundamental, a lei só pode restrin- tivos de natureza e características semelhantes a outros, já
gi-lo «nos casos expressamente previstos na Constituição, desencadeados ou ainda em curso, nos quais também não se
devendo as restrições limitar-se ao necessário para salva- logrou a fixação por acordo dos serviços mínimos.
guardar outros direitos ou interesses constitucionalmente Sem questionar a licitude desta greve, em que a maioria
protegidos» e, em qualquer caso, «não poderá diminuir a ex- das reivindicações dos trabalhadores poderia ser ilícita, por
tensão e o alcance do conteúdo essencial» daquele preceito contrariedade à lei, na medida em que não se encontra na
constitucional (números 2 e 3 do artigo 18.º da CRP). competência deste tribunal arbitral essa ponderação, cabe so-
«A obrigação de serviços mínimos exprime do ponto de mente atender à justificação dos serviços mínimos.
vista jurídico uma relação de adequação ou de proporciona- Tendo em conta conflitos anteriores, alguns que apresen-
lidade entre o sacrifício (ou não exercício) da greve e a tutela tam contornos similares, o tribunal dispõe de um conjunto
dos direitos fundamentais dos cidadãos» (Liberal Fernandes, significativo de decisões arbitrais sobre a necessidade de or-
A Obrigação de Serviços Mínimos como Técnica de Regu- ganizar serviços mínimos e a extensão destes.
lação da Greve nos Serviços Essenciais, Coimbra Editora, Nestas sentenças arbitrais, a deslocação das pessoas tem
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
sido considerada de forma consistente como necessidade so- na greve em questão, afetando essencialmente a circulação
cial impreterível, tendo em conta o direito fundamental auto- ferroviária no dia 1 de maio, atendendo a outras alternativas,
nomamente previsto e garantido pela Constituição, no artigo os serviços mínimos justificam-se especialmente no longo
44.º. De igual modo, tem sido considerado que este direito é, curso e nos comboios regionais.
frequentemente, pressuposto do exercício de outros direitos A decisão proferida visa, por isso, assegurar a possibili-
fundamentais constitucionalmente protegidos, como sejam, dade de transporte para diversos dos destinos servidos pela
por exemplo, o direito ao trabalho (idem, artigo 58.º), à saúde empresa, de modo a permitir o acesso ao serviço de transpor-
(artigo 64.º) e à educação (artigo 73.º). te por quem dele depende em absoluto.
11- O tribunal não vê razão para se afastar desta orientação Estas considerações permitem concluir pela adequação
consolidada quanto à necessidade de organização de serviços e proporcionalidade da proposta de serviços mínimos apre-
mínimos, representada pelas decisões prolatadas designada- sentada pela empresa para a circulação de longo curso e re-
mente nos Processos n.os 3-4, 28, 32-33, 34, 35, 43-44-45, gional, a qual representa - computando apenas os comboios
46, 49, 51, 56 e 81, todos de 2012, os n.os 3, 7, 8, 9-10, 13, previstos para o dia 1 de maio - cerca de 25 % dos serviços
17-18, 44, 50 e 56, de 2013, os n.os 5, 31 e 35, de 2014, normalmente realizados em dia feriado.
e n.º 10/2015, obviamente sem prejuízo do conhecimento e No que respeita ao transporte em linhas suburbanas, ten-
respeito devido a outras decisões, de sinal contrário (de que do em conta tratar-se de dia feriado, o tribunal entendeu que
constitui exemplo mais recente a proferida nos Processos n.º as necessidades de deslocação, sendo inferiores, poderiam
5/2015 e n.º 7/2015). ser asseguradas por outras ofertas de transporte.
E, de facto, o critério da necessidade, enquanto parâmetro 14- O tribunal considerou adequada, à luz dos critérios
interpretativo do conceito constitucional e legal que discipli- normativos invocados, a proposta de serviços mínimos apre-
na a fixação dos serviços mínimos, materializa-se num juízo sentada pela CP - até por falta de ponderação de solução al-
sobre a indispensabilidade da restrição, in casu, do direito de ternativa - para o os comboios de longo curso e regionais,
greve, de modo a assegurar, por via do transporte de pessoas constantes respetivamente dos anexos I e II, pelo que os de-
e bens realizado pela CP, a satisfação de necessidades sociais creta.
impreteríveis que justifica a fixação daqueles serviços. 15- Na decisão proferida, o tribunal tomou ainda em con-
12- Aqui chegados, a questão a dirimir respeita, essencial- sideração o facto de embora a cumprir, com maior impacto,
mente, à extensão dos serviços mínimos a organizar no pe- num período de 24 horas, entre as 0 e as 24 horas do dia 1 de
ríodo de greve. maio de 2015, a greve ter extensões para o dia anterior e para
Trata-se de exercício complexo, na medida em que o tri- o seguinte, para os trabalhadores que nesses dias iniciem ou
bunal não dispõe dos conhecimentos técnicos necessários terminem o trabalho ou tenham de retornar à sede.
para definir com rigor, a partir das diversas variáveis em
presença, o número e o momento de circulação das compo- IV- Decisão
sições.
Por outro lado, o sindicato manteve o entendimento da Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu, por unanimida-
inadmissibilidade da fixação de quaisquer serviços mínimos de, definir os serviços mínimos nos termos seguintes:
para além dos relacionados com a segurança, não contra- I) Todas as composições que hajam iniciado a marcha de-
pondo uma solução alternativa à proposta da CP quanto ao vem ser conduzidas ao respetivo destino e estacionadas em
mínimo de comboios a circular durante a greve. A posição condições normais de segurança.
é totalmente legítima, mas priva o tribunal do acesso a fac- II) São assegurados os comboios de socorro, sempre que
tos que lhe permitam estar seguro da exequibilidade técnica necessário.
da organização de serviços mínimos, em escala alternativa à III) Os serviços mínimos a prestar na CP no dia 1 de maio
apresentada pela empresa. de 2015, bem como no dia imediatamente antecedente e sub-
13- Como critério de decisão relativamente à paralisação sequente, são os seguintes:
na CP, o tribunal ponderou fundamentalmente o facto de a –– comboios de longo curso: os identificados em anexo ao
greve se realizar em dia feriado, mas, ainda assim, a popu- presente acórdão, dele fazendo parte integrante (anexo I);
lação carece de meios de transporte que lhe permita exer- –– comboios regionais: os identificados em anexo ao pre-
cer, maxime, o direito ao trabalho (dos que trabalham em dia sente acórdão, dele fazendo parte integrante (anexo II).
feriado), à saúde, à educação e à circulação para convívio IV) Os serviços mínimos incluem os necessários à seguran-
social. ça e manutenção do equipamento e instalações.
Por outro lado, teve-se ainda em conta que a alternati- V) A empresa deve assegurar as condições necessárias à
va disponível de satisfação das necessidades sociais que os concretização dos serviços mínimos definidos nesta decisão.
serviços mínimos visam suprir se esgota no transporte ro- VI) Os representantes dos sindicatos devem designar os
doviário e, neste, em medida significativa, na utilização de trabalhadores necessários para assegurar os serviços míni-
veículo particular. Esta constatação revela que a ausência do mos ora definidos até 24 horas antes do início do período de
transporte coletivo ferroviário penaliza, sobretudo, a popu- greve.
lação com menores recursos, relativamente à qual é avisado VII) Em caso de incumprimento do dever previsto no nú-
presumir que não dispõe de veículo automóvel ou que não mero anterior, deve a empresa proceder a essa designação.
pode fazer face à despesa inerente à sua utilização. Todavia, VIII) O recurso ao trabalho dos aderentes à greve só é líci-
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to se os serviços mínimos não puderem ser assegurados por Pedro Romano Martinez, árbitro presidente.
trabalhadores não aderentes nas condições normais da sua Eduarda Figanier de Castro, árbitro de parte trabalha-
prestação de trabalho. dora.
Pedro Petrucci de Freitas, árbitro de parte empregadora.
Lisboa, 24 de abril de 2015.
ANEXO I
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ANEXO II
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Greve na TAP Portugal - Transportes Aéreos Por- dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) nas empresas Transpor-
tugueses, SA e PORTUGÁLIA - Companhia Portu- tes Aéreos Portugueses, SA (TAP) e PORTUGÁLIA - Com-
guesa de Transportes Aéreos, SA de 1 a 10 de maio panhia Portuguesa de Transportes Aéreos, SA (PGA), para
de 2015 os dias 1 a 10 de maio de 2015, nos termos do respetivo aviso
prévio de greve.
Juntas a esta mensagem de correio eletrónico constavam
cópias dos seguintes documentos:
Arbitragem obrigatória –– Ata da reunião, convocada pela DGERT nos termos do
Número do processo: 15/2015-SM. número 2 do artigo 538.º do CT, que teve lugar no dia 21 de
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- abril de 2015, da qual consta que as partes não chegaram a
viços mínimos. acordo sobre a definição de serviços mínimos a prestar du-
Assunto: greve na TAP e PGA, SPAC, nos dias 1 a 10 rante o período de greve, nem esta matéria é regulada pela
de maio de 2015, nos termos definidos no respetivo aviso regulamentação coletiva de trabalho aplicável.
prévio de greve - pedido de arbitragem obrigatória para de- –– Aviso prévio de greve emitido pelo Sindicato dos Pilo-
terminação de serviços mínimos. tos da Aviação Civil (SPAC).
–– Contraproposta de serviços mínimos elaborada pela
Acórdão TAP, que, nos termos da ata acima referida, foi apresentada
na reunião promovida pela DGERT.
2- Acresce estarem em causa empresa do setor empresarial
I- Os factos
do Estado, razão por que o litígio em causa deve ser aprecia-
1- A presente arbitragem resulta, por via da comunicação do e decidido por Tribunal Arbitral, nos termos da alínea b)
dirigida à Secretária-Geral do Conselho Económico e Social do número 4 do artigo 538.º do Código do Trabalho (CT).
com data de 21 de abril de 2015, recebida nesse mesmo dia, Quer o SPAC quer a TAP e PGA prestaram todos os es-
da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho clarecimentos que foram solicitados pelos membros do tri-
(DGERT), do aviso prévio de greve subscrito pelo Sindicato bunal tendo ainda, juntado documentação em apoio das suas
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
posições a qual depois de analisada pelo tribunal foi manda- ensino, ao lado de muitos outros.
da juntar aos autos.
B) Os factos
II- Tribunal Arbitral e audiência das partes E foram, de igual modo, ponderados os factos e as cir-
cunstâncias que foram trazidos ao processo, com destaque
1- O Tribunal Arbitral foi constituído, nos termos do nú- para:
mero 3 do artigo 24.º do citado Decreto-Lei n.º 259/2009, de –– a duração muito prolongada da greve (10 dias);
25 de setembro, com a seguinte composição: –– o facto de a partir de maio se verificar crescimento da
–– Árbitro presidente: Luís Menezes Leitão; procura do transporte aéreo, que os cidadãos encaram como
–– Árbitro dos trabalhadores: Eduardo Allen; cada vez mais imprescindível;
–– Árbitro dos empregadores: Carlos Proença. –– o facto de a aglomeração de candidatos a passageiros,
2- O Tribunal Arbitral reuniu em 27 de abril de 2015, pe- nos aeroportos, poder implicar com questões de segurança
las 9h00, nas instalações do CES. Depois de uma primeira das pessoas e dos bens que transportam;
ponderação do assunto e das suas conexões com outras situ- –– o facto de ser necessário assegurar o regresso das aero-
ações semelhantes, foram ouvidas as partes, que se apresen- naves ao território nacional, em ordem a evitar que fiquem
taram todos devidamente credenciados e cujas credenciais imobilizadas nos outros aeroportos sem as necessárias con-
que foram juntas aos autos, rubricadas pelos membros deste dições de assistência e segurança;
tribunal. –– o facto de, para os portugueses dos Açores e da Madei-
O SPAC fez-se representar por: ra, o transporte aéreo ser a única forma de quebrarem o iso-
–– Helder Santinhos; lamento em que são forçados a viver e, em ambos os casos,
–– José Carlos de Brito Camacho; ser necessário assegurar o direito à deslocação no território
–– Clemente Costa Rogeiro. nacional, consagrado no artigo 44.º da CRP;
A TAP e a PGA fez-se representar por: –– no caso específico dos Açores decorrem durante o pe-
–– José Celestino; ríodo de greve as Festas do Senhor Santo Cristo, as quais
–– Vera Oliveira; possuem um grande significado para a região sendo previsí-
–– Armando dos Santos de Almeida Vaz. vel a necessidade deslocação de grande número de naturais
da região;
III- Enquadramento –– o facto de estarem já hoje deslocados em Angola, a tra-
(Fundamentação) balhar, centenas de milhar de portugueses e de em Moçambi-
que existir igualmente um comunidade significativa de por-
Posto o que se tratou de considerar o contexto legal e tugueses em relação aos quais, tanto os que estão em Angola
factual, no qual se desenvolveu o presente processo. como em Moçambique a diminuição das possibilidades de
A) O Direito aplicável viajar para Portugal pode implicar problemas consideráveis,
nos domínios da saúde e da segurança, designadamente os
O que foi feito, tendo começado o tribunal por ponde- que resultam, no caso de segurança, do regime dos vistos;
rar aquilo que considera os fundamentos legais do que vai –– o facto de existirem igualmente no Brasil, França, Lu-
decidir-se. xemburgo, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Itália e Suíça
Desde logo que a decisão de serviços mínimos a prestar enormes comunidades de emigrantes e cidadãos portugueses
por trabalhadores em greve se destina a permitir a satisfação deslocados, em relação aos quais é necessário assegurar um
das necessidades sociais impreteríveis das pessoas atingi- serviço mínimo de ligação a Portugal.
das por essa mesma greve (artigo 537.º 1. do CT). O que
não acontece com todas as greves mas apenas aquelas que IV- Decisão
tenham lugar em organizações de trabalho que tenham que
ver com a satisfação de tais necessidades. A título exempli- Tendo presente a matéria de facto e de direito apreciada,
ficativo, a lei [artigo 537.º h) - CT] indica os setores em que o TA decidiu por unanimidade, definir os seguintes serviços
tais empresas podem inserir-se, aí figurando os «transportes, mínimos para o período de greve:
incluindo aeroportos, relativos a passageiros, animais e gé- 1- Voos de realização obrigatória:
neros alimentares deterioráveis e a bens essenciais à econo- a) Realização dos voos de regresso diretamente para o ter-
mia nacional.» ritório nacional para as bases de Lisboa e Porto;
Ora, é evidente que, com a definição de serviços míni- b) Todos os voos impostos por situações criticas relativas à
mos, se não pretende eliminar, em qualquer dos setores men- segurança de pessoas e bens, incluindo os voos-ambulância e
cionados, a possibilidade de exercer o direito de greve que é de emergência, movimentos de emergência entendidos como
definido na CRP como um direito fundamental dos trabalha- situações declaradas em voo, designadamente por razões de
dores (artigo 57.º da CRP). natureza técnica, meteorológica e outras que pela sua natu-
Pretende-se, tão só, compatibilizá-lo com outros direitos reza tornem absolutamente inadiável a assistência ao voo ou
fundamentais destinados a proteger, necessidades sociais à sua realização;
impreteríveis, ou seja de satisfação inadiável, como será o c) Todos os voos militares;
caso do direito ao trabalho, do direito à saúde, do direito ao d) Todos os voos de Estado, nacional ou estrangeiro.
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
2- Operação a realizar nos dias de greve para a TAP e PGA: de junho de 2015, nos termos definidos no respetivo aviso
2.1- Voos de e para as Regiões Autónomas dos Açores e prévio de greve - pedido de arbitragem obrigatória para de-
da Madeira: terminação de serviços mínimos.
a) Realização de todos os voos programados de e para a
Região Autónoma dos Açores; Acórdão
b) Realização de três voos de ida e três voos de volta e
para a Região Autónoma da Madeira em cada um dos dias I- Antecedentes e factos
de greve.
2.2- Restante operação: 1- O Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários
a) Ligação Portugal/Angola/Portugal - um voo de ida e um (SINFB) remeteu ao Ministério da Economia e do Emprego
voo de volta em cada um dos dias deste período de greve; e à CP Comboios de Portugal, EPE (CP), pré-aviso de greve
b) Ligação Portugal/Moçambique/Portugal - três voos de para o período compreendido entre as 0h00 do dia 5 de maio
ida e três de volta em todo este período de greve; de 2015 e as 24h00 do dia 30 de junho de 2015.
c) Ligação Portugal/Brasil/Portugal - dois voos de ida e 2- Nos termos definidos no citado pré-aviso, a greve inclui:
dois voos de volta em cada um dos dias deste período de a. Os trabalhadores da CP com a categoria de operador de
greve; manobras e operador chefe de manobras, nos seguintes ter-
d) Ligação Portugal/França/Portugal - um voo de ida e um mos:
voo de volta em cada um dos dias deste período de greve; i) Os que tenham postos de trabalho em Contumil e St.ª
e) Ligação Portugal/Luxemburgo/Portugal - um voo de ida Apolónia farão greve de abstenção de prestação de trabalho
e um voo de volta em cada um dos dias deste período de durante todo o seu período de trabalho, entre as 0h00 de 5
greve; de maio de 2015 e as 24h00 de 30 de junho de 2015, i) aos
f) Ligação Portugal/Reino Unido/Portugal - um voo de ida cortes de cabos elétricos (cabo de alta, cabo EP e cabo in-
e um voo de volta em cada um dos dias deste período de terfonia), ii) ao corte de cabos pneumáticos, iii) ao ensaio
greve; de freios, iv) ao abastecimento de gasóleo e v) aos registos
g) Ligação Portugal/Suíça/Portugal - um voo de ida e um informáticos do material circulante.
voo de volta em cada um dos dias deste período de greve; ii) Os que tenham posto de trabalho em Campolide, para-
h) Ligação Portugal/Alemanha/Portugal - um voo de ida e lisarão durante duas horas no início do turno e duas horas no
um voo de volta em cada um dos dias deste período de greve; fim do turno, no período de trabalho entre as 0h00 de 5 de
i) Ligação Portugal/Bélgica/Portugal - um voo de ida e maio de 2015 e as 24h00 de 30 de junho de 2015.
um voo de volta em cada um dos dias deste período de greve; b. Os trabalhadores de outros postos de trabalho ou de
j) Ligação Portugal/Itália/Portugal - um voo de ida e um outras categorias profissionais que venham a desempenhar
voo de volta em cada um dos dias deste período de greve. funções inerentes.
4- Quanto aos meios humanos para assegurar a prestação 3- O pré-aviso de greve consta como anexo 2 da ata da
dos serviços mínimos, os representantes dos sindicatos de- reunião realizada a 24 de abril de 2015, no Ministério da
verão em conformidade com o artigo 538.º, 7, do CT identi- Solidariedade, Emprego e Segurança Social, nas instalações
ficar os trabalhadores adstritos a tal obrigação, cabendo, nos da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho
termos da mesma disposição legal, a designação aos empre- (DGERT), o qual aqui se dá por integralmente reproduzidos.
gadores se a associação sindical não exercer essa faculdade 3- No dia 24 de abril de 2015, a DGERT, enviou à Secretá-
até vinte e quatro horas antes do início do período da greve. ria-Geral do Conselho Económico e Social (CES) o referido
pré-aviso, bem como a ata da reunião realizada com o sindi-
Lisboa, 27 de abril de 2015. cato e a empresa no dia 24 de abril de 2015, nos termos do
número 1 do artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 259/2009, de 25
Luís Menezes Leitão, árbitro presidente. de setembro.
Eduardo Allen, árbitro de parte trabalhadora. 4- Resulta da sobredita comunicação que não houve acor-
Carlos Proença, árbitro de parte empregadora. do sobre os serviços mínimos a prestar durante os períodos
de greve, nem esta matéria é regulada pelos acordos de em-
presa aplicáveis.
5- Acresce tratar-se de empresa do setor empresarial do
Estado, razão pela qual o litígio em causa deve ser apreciado
Greve na CP Comboios de Portugal, EPE de 5 de
e decidido por Tribunal Arbitral, nos termos da alínea b), do
maio a 30 de junho de 2015 número 4, do artigo 538.º, do Código do Trabalho.
6- O Tribunal Arbitral foi, assim, constituído nos termos do
número 3 do artigo 24.º do citado Decreto-Lei n.º 259/2009,
Arbitragem obrigatória de 25 de setembro, com a seguinte composição:
Número do processo: 16/2015-SM. –– Árbitro presidente: João Tiago Silveira;
Conflito: artigo 538.º CT - AO para determinação de ser- –– Árbitro dos trabalhadores: Filipe da Costa Lamelas;
viços mínimos. –– Árbitro dos empregadores: Alexandra Bordalo Gonçal-
Assunto: greve na CP, EPE, SINFB, de 5 de maio a 30 ves.
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7- O Tribunal Arbitral reuniu nas instalações do CES, em sidades sociais impreteríveis quanto ao transporte ferroviário
Lisboa, no dia 29 de abril de 2012, pelas 16h00, seguindo-se, de passageiros.
sucessivamente, a audição dos representantes do sindicato e As deslocações para os locais de trabalho, para obtenção
da entidade empregadora cujas credenciais, após rubricadas, de cuidados enquanto utentes de serviços de saúde, para co-
foram juntas aos autos. Ambas as partes foram também ou- locação de crianças em instalações de ocupação de tempos/
vidas simultaneamente. livres/ensino/educação ou, ainda, para apoio a familiares ou
Compareceram, em representação das respetivas entida- pessoas em situação de fragilidade, nomeadamente idosos,
des: são situações suscetíveis de ser qualificadas como necessi-
O SINFB fez-se representar por: dades sociais impreteríveis (ver, por exemplo, os Processos
–– José Oliveira Vilela; n.os 56/2012-SM, 51/2012-SM, 28/2012-SM, 24/2012 -SM,
–– José António Domingos Tapadas. 20/2012-SM, 19/2012-SM, 15/2012-SM, 3 e 4/2012-SM,
A CP, EPE fez-se representar por: 7/2011-SM, 6/2011-SM, 5/2011-SM e 50/2010-SM).
–– Carla Sofia Teixeira Marques Santana; 12- Porém, apesar de existirem necessidades sociais im-
–– Raquel de Fátima Pinho Campos. preteríveis a salvaguardar em matéria de transporte ferroviá-
9- Das informações prestadas e dos documentos juntos ao rio de passageiros, a fixação de serviços mínimos só poderia
processo, merecem destaque os seguintes factos: ser efetuada na medida do permitido pelo princípio da pro-
a) Que, apesar do longo período de greve, esta não abrange porcionalidade (considerando as vertentes «necessidade»,
dias inteiros, mas antes alguns períodos integrados em turnos «adequação» e «proporcionalidade em sentido restrito»).
ou apenas algumas das funções que os trabalhadores habitu- Ora, no caso da presente greve não é possível fixar servi-
almente desempenham; ços mínimos sem afetar de forma insuportável o princípio da
b) Que o número de trabalhadores sindicalizados faz pre- proporcionalidade. Com efeito:
ver uma adesão significativa à greve; a) A presente greve não abrange dias inteiros, mas antes
c) Que nenhuma parte deu conta de existir alguma outra alguns períodos integrados em turnos ou algumas das fun-
greve prevista para as datas abrangidas que pudesse agra- ções que os trabalhadores habitualmente desempenham. Os
var ou dificultar o transporte de utentes dos comboios da CP trabalhadores em greve continuarão, portanto, a desempe-
através de outras alternativas de transporte válidas; nhar funções durante um período relevante durante a greve.
d) Que os trabalhadores abrangidos pelo pré-aviso de gre- b) Nenhuma das partes deu conta de existir alguma outra
ve não conduzem o material circulante; greve prevista para as datas abrangidas que pudesse agra-
e) Que, pelo menos nalguns casos, as composições não ca- var ou dificultar o transporte de utentes dos comboios da CP
recem de intervenção dos trabalhadores que estarão em gre- através de outras alternativas de transporte válidas. Ou seja,
ve para iniciarem a sua circulação, por ficarem estacionadas não existem dados que suportem a ideia de que não existem
em locais que a tornam desnecessária; alternativas viáveis em matéria de transporte dos utentes dos
f) Que os operadores de material podem, pelo menos par- comboios da CP durante o período da greve.
cialmente, desempenhar algumas das funções abrangidas no c) A isto acresce que os trabalhadores abrangidos pelo pré-
pré-aviso de greve; -aviso de greve não conduzem o material circulante e que
g) Que o longo período da greve poderá levar a que se tor- as suas funções não são sempre indispensáveis ao início da
nem necessárias várias reparações que se integram nas fun- marcha das composições. Daqui resulta alguma margem de
ções dos trabalhadores abrangidos pela greve. gestão que a CP poderá utilizar para continuar a prestar o
serviço em termos que não afetem necessidades sociais im-
II- Fundamentação preteríveis.
d) Além disto, os operadores de material podem, pelo me-
10- A Constituição da República Portuguesa (CRP) garan- nos parcialmente, desempenhar algumas das funções abran-
te o direito à greve dos trabalhadores (número 1, do artigo gidas no pré-aviso de greve, daqui resultando mais alguma
57.º CRP), remetendo para a lei «a definição das condições margem de gestão de que a empresa poderá fazer uso para
de prestação, durante a greve de serviços necessários à se- evitar que sejam afetadas necessidades sociais impreteríveis.
gurança e manutenção de equipamentos e instalações, bem
como de serviços mínimos indispensáveis para acorrer à sa-
III- Decisão
tisfação de necessidades sociais impreteríveis» (número 3,
do artigo 57.º CRP). Nestes termos, o Código do Trabalho Pelo exposto, o Tribunal Arbitral decidiu, por unanimida-
(CT) prevê a obrigação das associações sindicais e dos tra- de, não definir serviços mínimos para a presente greve.
balhadores aderentes de assegurar, durante a greve, a «pres-
tação dos serviços mínimos» indispensáveis à satisfação de Lisboa, 30 de abril de 2015.
«necessidades sociais impreteríveis» no setor dos transportes
(número 1 e alínea h), do número 2, do artigo 537.º CT). João Tiago Silveira, árbitro presidente.
Portanto, a fixação de serviços mínimos depende da exis- Filipe da Costa Lamelas, árbitro de parte trabalhadora.
tência de necessidades sociais impreteríveis. É isso que im- Alexandra Bordalo Gonçalves, árbitro de parte emprega-
porta agora verificar. dora, votou favoravelmente o acórdão, nos termos de decla-
11- Entende o Tribunal Arbitral que estão em causa neces- ração de voto anexa.
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regulamentação do trabalho
despachos/portarias
Sodecia - Sociedade Industrial de Metalurgia da períodos de ajustes, por conseguinte, acarretando níveis de
Guarda, SA - Autorização de laboração contínua desempenho mais baixos. Da conjugação dos fatores atrás
enunciados resulta, no entendimento da requerente, que ape-
A empresa «Sodecia - Sociedade Industrial de Metalurgia nas o recurso ao regime de laboração solicitado permitirá
da Guarda, SA», NIF 500993378, com sede no Parque In- atingir os desideratos em apreço.
dustrial da Guarda, freguesia da Guarda, concelho e distrito No que concerne aos trabalhadores envolvidos no regime
do mesmo nome, requereu, nos termos e para os efeitos do de laboração requerido, foram os mesmos consultados, não
disposto no artigo 16.º, número 3, da Lei n.º 105/2009, de 14 levantando obstáculos ao processo em curso.
de Setembro, autorização para laborar continuamente no seu Assim, e considerando que:
estabelecimento industrial, localizado no local da sede. 1- Não se conhece a existência de conflitualidade na em-
A atividade que prossegue está subordinada, do ponto de presa;
vista laboral, à disciplina do Código do Trabalho, aprova- 2- Não existem estruturas de representação coletiva dos
do pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro, sendo aplicável trabalhadores, legalmente constituídas, nem é desenvolvida
o contrato coletivo de trabalho para o sector metalúrgico e atividade sindical na empresa;
metalomecânico, publicado no Boletim do Trabalho e Em- 3- A situação respeitante ao posicionamento dos trabalha-
prego, 1.ª série, n.º 10, de 15 de Março de 2010, e posteriores dores abrangidos pelo regime de laboração contínua encon-
revisões. tra-se acima expressa;
A requerente fundamenta o pedido em razões, essencial- 4- Se encontra autorizada a laboração no estabelecimento
mente, de ordem técnica e económica, decorrentes do signifi- industrial, por decisão da Direção Regional de Economia do
cativo acréscimo do número de encomendas. Efetivamente, a Centro, do Ministério da Economia e do Emprego;
estratégia recente da empresa tem-se desenvolvido mediante 5- O processo foi regularmente instruído e se comprovam
aposta na procura de novos clientes e na diversificação da os fundamentos aduzidos pela empresa.
sua produção, com produtos inovadores e de superior quali- Determinam os membros do Governo responsáveis pela
dade, aumento da competitividade e acréscimo do volume de área laboral e pelo sector de atividade em causa, ao abrigo
negócios, em particular no mercado internacional. Especifi- número 3 do artigo 16.º da Lei n.º 105/2009, de 14 de Setem-
camente, foi a empresa selecionada para a produção de um bro, o seguinte:
inovador componente para o setor automóvel, os sistemas de É autorizada a empresa «Sodecia - Sociedade Industrial
transmissão, projeto de enorme sucesso que tem originado de Metalurgia da Guarda, SA», a laborar continuamente no
um incremento produtivo de tal ordem que levou, já, à ad- seu estabelecimento industrial localizado no Parque Indus-
missão de algumas dezenas de profissionais, encontrando-se, trial da Guarda, freguesia da Guarda, concelho e distrito do
também, em curso um forte investimento em maquinaria. Por mesmo nome.
outro lado, as características dos processos e equipamentos
instalados não se compadecem com constantes períodos de Lisboa, 28 de abril de 2015 - O Secretário de Estado da
paragem porque estas afetam fortemente a respetiva parame- Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Pereira
trização, provocando maiores níveis de rejeição e maiores Gonçalves - O Secretário de Estado do Emprego, Octávio
Félix de Oliveira.
...
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portarias de extensão
Aviso de projeto de portaria de extensão das altera- No setor de atividade, no âmbito geográfico, pessoal e
ções do contrato coletivo entre a Associação Nacio- profissional de aplicação pretendido na extensão, os elemen-
nal dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) tos disponíveis nos Quadros de Pessoal de 2013 indicam que
e a FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricul- a parte empregadora subscritora da convenção tem ao seu
serviço 92 % dos trabalhadores.
tura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de
Considerando que a convenção atualiza a tabela salarial
Portugal e outros e que importa ter em conta os seus efeitos no emprego e na
competitividade das empresas do setor, procedeu-se ao es-
Nos termos e para os efeitos dos números 2 e 3 do artigo tudo de avaliação do impacto da extensão da tabela salarial.
516.º do Código do Trabalho, torna-se público ser intenção Segundo os Quadros de Pessoal de 2013, a atualização das
do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social retribuições efetivas dos trabalhadores por conta de outrem
proceder à emissão de portaria de extensão das alterações do abrangidos pela presente extensão representa um acréscimo
contrato coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais nominal na ordem dos 0,8 % na massa salarial do total dos
de Conservas de Peixe (ANICP) e a FESAHT - Federação trabalhadores por conta de outrem abrangidos.
dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hote- Embora a convenção tenha área nacional, a extensão de
laria e Turismo de Portugal e outros, publicado no Boletim convenções coletivas nas Regiões Autónomas compete aos
do Trabalho e Emprego, n.º 13, de 8 de abril de 2015, ao respetivos Governos Regionais, pelo que a extensão apenas
abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º do Có- é aplicável no território do continente.
digo do Trabalho e da Resolução do Conselho de Ministros Assim, de acordo com o número 2 do artigo 514.º do
n.º 90/2012, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º Código do Trabalho, ponderadas as circunstâncias sociais e
211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução do Conselho económicas justificativas da extensão e observados os cri-
de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário da República, térios necessários para o alargamento das condições de tra-
1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, cujo projeto e res- balho previstas em convenção coletiva, nomeadamente o
petiva nota justificativa se publicam em anexo. critério previsto na subalínea i) da alínea c) do número 1
Nos 15 dias seguintes ao da publicação do presente aviso, da RCM, promove-se a extensão das alterações do contrato
podem os interessados no procedimento de extensão deduzir, coletivo em causa.
por escrito, oposição fundamentada ao referido projeto.
Lisboa, 11 de maio de 2015 - O Secretário de Estado do Projeto de portaria de extensão das alterações do con-
Emprego, Octávio Félix Oliveira. trato coletivo entre a Associação Nacional dos Indus-
triais de Conservas de Peixe (ANICP) e a FESAHT -
Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação,
Nota justificativa
Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e outros
As alterações do contrato coletivo entre a Associação
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Empre-
Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) e
go, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º
a FESAHT - Federação dos Sindicatos de Agricultura, Ali-
do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de Mi-
mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e ou-
nistros n.º 90/2012, de 31 de outubro, alterada pela Reso-
tros, publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 13,
lução do Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no
de 8 de abril de 2015, abrangem as relações de trabalho entre
Diário da República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de
empregadores e trabalhadores que se dediquem à indústria
2014, o seguinte:
de conservas de peixe por azeite, molhos e salmoura e tra-
balhadores ao seu serviço, uns e outros representados pelas Artigo 1.º
entidades que as outorgaram.
As condições de trabalho constantes das alterações do
As partes requereram a extensão das alterações da con-
contrato coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais
venção às empresas que no âmbito e área da convenção
de Conservas de Peixe (ANICP) e a FESAHT - Federação
prossigam as atividades nela abrangidas e que não se en-
dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hote-
contrem filiadas na associação de empregadores outorgante,
laria e Turismo de Portugal e outros, publicadas no Boletim
bem como aos respectivos trabalhadores, das mesmas profis-
do Trabalho e Emprego, n.º 13, de 8 de abril de 2015, são
sões e categorias profissionais não filiados nas associações
estendidas no território do continente:
sindicais signatárias, de acordo com as alíneas a) e b) do nú-
a) Às relações de trabalho entre empregadores não filiados
mero 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 90/2012,
na associação de empregadores outorgante que se dediquem
publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de
à indústria de conservas de peixe por azeite, molhos e sal-
outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros
moura e trabalhadores ao seu serviço das profissões e cate-
n.º 43/2014, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º
gorias profissionais nelas previstas;
122, de 27 de junho de 2014, doravante designada por RCM.
b) Às relações de trabalho entre empregadores filiados na
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associação de empregadores outorgante que exerçam a ati- sociação de empregadores e a Federação de Sindica-
vidade económica referida na alínea anterior e trabalhado- tos da Indústria, Energia e Transportes - COFESINT,
res ao seu serviço das profissões e categorias profissionais publicadas, respetivamente, no Boletim do Trabalho e Em-
previstas na convenção não representados pelas associações prego, n.º 10, de 15 de março de 2015 e n.º 12, de 29 de
sindicais outorgantes. março de 2015, abrangem as relações de trabalho entre em-
Artigo 2.º pregadores que se dediquem a atividades do setor de vestuá-
rio, confeção e afins, de fabrico de malhas e de vestuário de
1- A presente portaria entra em vigor no quinto dia após a malha e trabalhadores ao seu serviço, uns e outros represen-
sua publicação no Diário da República. tados pelas associações que as outorgaram.
2- A tabela salarial e as cláusulas de conteúdo pecuniário As partes signatárias requereram a extensão das altera-
produzem efeitos a partir do 1.º dia do mês da publicação da ções das convenções aos empregadores que no território na-
presente portaria. cional se dediquem às mesmas atividades económicas, não
filiadas nas associações de empregadores outorgantes e aos
trabalhadores ao seu serviço das profissões e categorias ne-
las previstas, não representados pelas associações sindicais
Aviso de projeto de portaria de extensão das alte- outorgantes, de acordo com as alíneas a) e b) do número
rações dos contratos coletivos entre a Associação 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 90/2012, pu-
Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção blicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de
(ANIVEC/APIV) e a Federação dos Sindicatos dos outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros
Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, n.º 43/2014, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º
Calçado e Peles de Portugal - FESETE e entre a 122, de 27 de junho de 2014, doravante designada por RCM.
De acordo com o apuramento do Relatório Único/Qua-
mesma associação de empregadores e a Federação
dros de Pessoal de 2013, a parte empregadora subscritora
de Sindicatos da Indústria, Energia e Transportes - da convenção cumpre o requisito previsto na subalínea ii)
COFESINT da alínea c) do número 1 da RCM, porquanto o número dos
respetivos associados, diretamente ou através da estrutura
Nos termos e para os efeitos dos números 2 e 3 do artigo representada, é constituído, em mais de 30 %, por micro, pe-
516.º do Código do Trabalho, torna-se público ser intenção quenas e médias empresas.
do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança So- Considerando que as convenções atualizam as tabelas sa-
cial proceder à emissão de portaria de extensão das altera- lariais e que importa ter em conta os seus efeitos no empre-
ções dos contratos coletivos entre a Associação Nacional das go e na competitividade das empresas do setor, procedeu-se
Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV) e a ao estudo de avaliação do impacto da extensão das tabelas
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lani- salariais. Segundo os Quadros de Pessoal de 2013, a atuali-
fícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal - FESETE e zação das retribuições efetivas dos trabalhadores por conta
entre a mesma associação de empregadores e a Federação de de outrem abrangidos pela presente extensão representa um
Sindicatos da Indústria, Energia e Transportes - COFESINT, acréscimo nominal na ordem dos 0,6 % na massa salarial do
publicadas, respetivamente, no Boletim do Trabalho e Em- total dos trabalhadores por conta de outrem abrangidos.
prego, n.º 10, de 15 de março de 2015 e n.º 12, de 29 de mar- As relações de trabalho na indústria de vestuário são
ço de 2015, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo abrangidas por outras convenções coletivas, celebradas entre
516.º do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de a ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e o SINDEQ
Ministros n.º 90/2012, publicada no Diário da República, 1.ª e outro e entre a mesma associação de empregadores e a
série, n.º 211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução do FESETE, com última publicação no Boletim do Trabalho e
Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário da Emprego, n.º 15, de 22 de abril de 2008 e n.º 35, de 22 de
República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, cujo setembro de 2011, respetivamente. Considerando que as em-
projeto e respetiva nota justificativa se publicam em anexo. presas deste setor que a ANIVEC/APIV e a ATP representam
Nos 15 dias seguintes ao da publicação do presente aviso, e os trabalhadores que as mesmas empregam são em número
podem os interessados no procedimento de extensão deduzir, muito significativo, a presente extensão abrange as empresas
por escrito, oposição fundamentada ao referido projeto. filiadas na ANIVEC/APIV, bem como as empresas não fi-
liadas em qualquer das associações, em concorrência com a
Lisboa, 11 de maio de 2015 - O Secretário de Estado do
extensão das convenções celebradas pela ATP.
Emprego, Octávio Félix de Oliveira.
Por outro lado, atentos a que as alterações objeto da pre-
sente extensão se referem a convenções cujo âmbito de apli-
Nota justificativa cação passa a abranger a fabricação de meias, similares de
As alterações dos contratos coletivos entre a Asso- malha e de outro vestuário de malha, atividade esta, também,
ciação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção abrangida pelas convenções coletivas celebradas pela ATP, a
(ANIVEC/APIV) e a Federação dos Sindicatos dos extensão quanto a esta atividade apenas se aplica a emprega-
Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calça- dores filiados na ANIVEC/APIV e seus trabalhadores.
do e Peles de Portugal - FESETE e entre a mesma as- Tendo em consideração que os regimes das referidas con-
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venções são substancialmente idênticos procede-se, conjun- 2- O disposto na alínea a) do número anterior não se aplica
tamente, à extensão. às relações de trabalho em que sejam parte empregadores
Atendendo a que as convenções regulam diversas condi- filiados na ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
ções de trabalho, procede-se à ressalva genérica de cláusulas 3- Não são objeto de extensão as disposições contrárias a
contrárias a normas legais imperativas. normas legais imperativas.
Embora as convenções tenham área nacional, a extensão
Artigo 2.º
de convenções coletivas nas Regiões Autónomas compete
aos respetivos Governos Regionais, pelo que a extensão ape- 1- A presente portaria entra em vigor no quinto dia após a
nas é aplicável no território do continente. sua publicação no Diário da República.
Assim, de acordo com o número 2 do artigo 514.º do 2- As tabelas salariais e as cláusulas de natureza pecuni-
Código do Trabalho, ponderadas as circunstâncias sociais e ária previstas nas convenções produzem efeitos a partir do
económicas justificativas da extensão e observados os crité- primeiro dia do mês da publicação da presente portaria.
rios necessários para o alargamento das condições de traba-
lho previstas em convenção coletiva, nomeadamente o cri-
tério da representatividade previsto no número 1 da RCM,
promove-se a extensão das alterações dos contratos coletivos
em causa. Aviso de projeto de portaria de extensão do contrato
coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais
Projeto de portaria de extensão das alterações dos de Prefabricação em Betão - ANIPB e a Federação
contratos coletivos entre a Associação Nacional das dos Sindicatos da Indústria e Serviços -
Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV) e FETESE e outros
a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis,
Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal - Nos termos e para os efeitos dos números 2 e 3 do artigo
FESETE e entre a mesma associação de empregadores 516.º do Código do Trabalho, torna-se público ser intenção
e a Federação de Sindicatos da Indústria, Energia e do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social
Transportes - COFESINT proceder à emissão de portaria de extensão ao contrato
coletivo entre a Associação Nacional dos Industriais de
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Empre-
Prefabricação em Betão - ANIPB e a Federação dos Sindi-
go, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º
catos da Indústria e Serviços - FETESE e outros, publicadas
do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de Mi-
no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 9, de 8 de março
nistros n.º 90/2012, de 31 de outubro, alterada pela Reso-
de 2015, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo
lução do Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no
516.º do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho
Diário da República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de
de Ministros n.º 90/2012, publicada no Diário da República,
2014, o seguinte:
1.ª série, n.º 211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução
Artigo 1.º do Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário
da República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, cujo
1- As condições de trabalho constantes das alterações dos
projeto e respetiva nota justificativa se publicam em anexo.
contratos coletivos em vigor entre a Associação Nacional
Nos 15 dias seguintes ao da publicação do presente aviso,
das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC/APIV) e
podem os interessados no procedimento de extensão deduzir,
a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, La-
por escrito, oposição fundamentada ao referido projeto.
nifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal - FESETE e
entre a mesma associação de empregadores e a Federação de Lisboa, 11 de maio de 2015 - O Secretário de Estado do
Sindicatos da Indústria, Energia e Transportes - COFESINT, Emprego, Octávio Félix de Oliveira.
publicadas, respetivamente, no Boletim do Trabalho e Em-
prego, n.º 10, de 15 de março de 2015 e n.º 12, de 29 de
Nota justificativa
março de 2015, são estendidas no território do continente:
a) Às relações de trabalho entre empregadores não filiados O contrato coletivo entre a Associação Nacional dos In-
na associação de empregadores outorgante que exerçam as dustriais de Prefabricação em Betão - ANIPB e a Federação
atividades abrangidas pelas convenções, com exceção dos dos Sindicatos da Indústria e Serviços - FETESE e outros,
que se dedicam à fabricação de meias, similares de malha e publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 9, de 8
de outro vestuário de malha, e trabalhadores ao seu serviço de março de 2015, abrangem as relações de trabalho entre
das profissões e categorias profissionais nelas previstas; empregadores que, no território do continente, exerçam
b) Às relações de trabalho entre empregadores filiados na as atividades económicas abrangidas pela convenção que
associação de empregadores outorgante que exerçam as ati- se dediquem à atividade da indústria de prefabricação em
vidades abrangidas pelas convenções e trabalhadores ao seu betão, uns e outros representados pelas associações que o
serviço das profissões e categorias profissionais nelas pre- outorgaram.
vistas, não representados pelas associações sindicais outor- As associações subscritoras requereram a extensão da
gantes. convenção referida às relações de trabalho entre empregado-
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
res do referido sector de atividade e aos trabalhadores ao seu go, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º
serviço, de acordo com as alíneas a) e b) do número 1 da Re- do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de Mi-
solução do Conselho de Ministros n.º 90/2012, publicada no nistros n.º 90/2012, publicada no Diário da República, 1.ª
Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de outubro, al- série, n.º 211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução do
terada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/2014, Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário da
publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, o se-
junho de 2014, doravante designada por RCM. guinte:
No setor de atividade, no âmbito geográfico, pessoal e
Artigo 1.º
profissional de aplicação pretendido na extensão, os elemen-
tos disponíveis nos Quadros de Pessoal de 2013 indicam que 1- As condições de trabalho ao contrato coletivo entre a
a parte empregadora subscritora da convenção tem ao seu Associação Nacional dos Industriais de Prefabricação em
serviço 66 % dos trabalhadores, pelo que se mostra cumpri- Betão - ANIPB e a Federação dos Sindicatos da Indús-
do o critério previsto na subalínea i) da alínea c) do número 1 tria e Serviços - FETESE e outros, publicadas no Boletim
da RCM n.º 90/2012, alterada pela RCM n.º 43/2014. do Trabalho e Emprego, n.º 9, de 8 de março de 2015, são
Considerando que a convenção atualiza a tabela salarial estendidas, no território do continente:
e que importa ter em conta os seus efeitos no emprego e na a) Às relações de trabalho entre empregadores não filiados
competitividade das empresas do setor, procedeu-se ao es- na associação de empregadores outorgante que exerçam a
tudo de avaliação do impacto da extensão da tabela salarial. atividade da indústria de prefabricação em betão e trabalha-
Segundo os Quadros de Pessoal de 2013, a atualização das dores ao seu serviço, das profissões e categorias profissionais
retribuições efetivas dos trabalhadores por conta de outrem nelas previstas;
abrangidos pela presente extensão, representa um acréscimo b) Às relações de trabalho entre empregadores que exer-
nominal na ordem dos 1,1 % na massa salarial do total dos çam a atividade económica referida na alínea anterior filia-
trabalhadores por conta de outrem abrangidos. dos na associação de empregadores outorgante e trabalhado-
A convenção abrange a atividade da indústria de prefabri- res ao seu serviço, das profissões e categorias profissionais
cação em betão, contudo esta atividade é abrangida pelas con- nela previstas, não representados pelas associações sindicais
venções coletivas de trabalho celebradas com a AECOPS - signatárias.
Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e 2- Não são objeto de extensão as disposições que sejam
Serviços, para as relações de trabalho entre empregadores contrárias a normas legais imperativas.
que no território do continente se dediquem à atividade de
Artigo 2.º
construção civil, obras públicas e serviços relacionados com
a construção civil e trabalhadores ao seu serviço. 1- A presente portaria entra em vigor cinco dias após a sua
A extensão da convenção tem, no plano social, o efeito de publicação no Diário da República.
uniformizar as condições mínimas de trabalho dos trabalha- 2- As tabelas salariais em vigor e as cláusulas de nature-
dores e, no plano económico, o de aproximar as condições de za pecuniária previstas nas convenções produzem efeitos a
concorrência entre empresas do mesmo sector. partir do 1.º dia do mês da publicação da presente portaria.
Embora a convenção tenha área nacional, a extensão de
convenções coletivas nas Regiões Autónomas compete aos
respetivos Governos Regionais, pelo que a extensão apenas
é aplicável no território do continente.
Aviso de projeto de portaria de extensão das alte-
Considerando que o contrato coletivo concretiza uma re-
visão global da convenção anterior e regula diversas condi- rações ao contrato coletivo entre a Associação do
ções de trabalho, procede-se à ressalva genérica de cláusulas Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal e outra e
contrárias a normas legais imperativas. o CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio,
Assim, ponderadas as circunstâncias sociais e económi- Escritórios e Serviços de Portugal e outro
cas justificativas da extensão, nos termos do número 2 do
artigo 514.º do Código do Trabalho e observados os critérios Nos termos e para os efeitos dos números 2 e 3 do artigo
necessários para o alargamento das condições de trabalho 516.º do Código do Trabalho, torna-se público ser intenção
previstas na convenção, nomeadamente o critério da repre- do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social
sentatividade previsto no ponto i) da alínea c) do número 1 proceder à emissão de portaria de extensão das alterações ao
da RCM, é conveniente promover a extensão da convenção contrato coletivo entre a Associação do Comércio e Serviços
em causa. do Distrito de Setúbal e outra e o CESP - Sindicato dos Tra-
balhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal
Projeto de portaria de extensão do contrato coletivo e outro, publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º
entre a Associação Nacional dos Industriais de Prefabri- 4, de 29 de janeiro de 2012, n.º 15, de 22 de abril de 2012
cação em Betão - ANIPB e a Federação dos Sindicatos e n.º 27, de 22 de julho de 2012, ao abrigo do artigo 514.º
da Indústria e Serviços - FETESE e outros e do número 1 do artigo 516.º do Código do Trabalho e da
Resolução do Conselho de Ministros n.º 90/2012, publicada
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Empre-
no Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de outubro,
1545
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
alterada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º vigor. No entanto, a RMMG pode ser objeto de reduções re-
43/2014, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º lacionadas com o trabalhador, de acordo com o artigo 275.º
122, de 27 de junho de 2014, cujo projeto e respetiva nota do Código do Trabalho. Deste modo, as referidas retribui-
justificativa se publicam em anexo. ções apenas são objeto de extensão para abranger situações
Nos 15 dias seguintes ao da publicação do presente aviso, em que a retribuição mínima mensal garantida resultante da
podem os interessados no procedimento de extensão deduzir, redução seja inferior àquelas. Atendendo ainda a que a con-
por escrito, oposição fundamentada ao referido projeto. venção regula diversas condições de trabalho, procede-se
à ressalva genérica de cláusulas contrárias a normas legais
Lisboa, 11 de maio de 2015 - O Secretário de Estado do imperativas.
Emprego, Octávio Félix de Oliveira. A convenção abrange a actividade de cabeleireiro e ins-
titutos de beleza. Contudo, existindo convenção coletiva
Nota justificativa de trabalho celebrada por outra associação de empregado-
As alterações ao contrato coletivo entre a Associação do res, que representa ao nível nacional esta actividade e que
Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal e outra e o CESP - outorga convenções cujas extensões se aplicam ao distrito
Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Ser- de Setúbal, a presente extensão abrange apenas as empre-
viços de Portugal e outro, publicadas no Boletim do Trabalho sas filiadas nas associações de empregadores outorgantes e
e Emprego, n.º 4, de 29 de janeiro de 2012, n.º 15, de 22 de os trabalhadores ao seu serviço, das categorias profissionais
abril de 2012 e n.º 27, de 22 de julho de 2012, abrangem as previstas na convenção, não representados pelas associações
relações de trabalho entre empregadores e trabalhadores que, sindicais outorgantes.
no distrito de Setúbal, se dediquem ao comércio e à presta- As extensões anteriores desta convenção não abrange-
ção de serviços, uns e outros representados pelas associações ram as relações de trabalho tituladas por empregadores com
que as outorgaram. atividade em estabelecimentos qualificados como unida-
As associações subscritoras requereram a extensão das des comerciais de dimensão relevante, segundo os critérios
referidas alterações às relações de trabalho entre emprega- do Decreto-Lei n.º 218/97, de 20 de agosto, as quais eram
dores e trabalhadores não representados pelas associações abrangidas pelo contrato coletivo entre a APED - Associação
outorgantes que na respetiva área e âmbito exerçam as mes- Portuguesa de Empresas de Distribuição e diversas associa-
mas atividades, de acordo com as alíneas a) e b) do número ções sindicais e pelas respetivas extensões, situação que se
1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 90/2012, pu- mantém.
blicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de Não obstante o referido diploma ter sido revogado, con-
outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros sidera-se conveniente manter os critérios adotados pelas ex-
n.º 43/2014, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º tensões anteriores de distinção entre pequeno/médio comér-
122, de 27 de junho de 2014, doravante designada por RCM. cio a retalho e a grande distribuição.
De acordo com os Quadros de Pessoal de 2013, o núme- Assim, ponderadas as circunstâncias sociais e económi-
ro de associados da parte empregadora subscritora das con- cas justificativas da extensão, nos termos do número 2 do
venções, diretamente ou através da estrutura representada, é artigo 514.º do Código do Trabalho e observados os critérios
constituído, em mais de 30 %, por micro, pequenas e médias necessários para o alargamento das condições de trabalho
empresas, pelo que se mostra cumprido o critério de repre- previstas na convenção, nomeadamente o critério da repre-
sentatividade previsto na subalínea ii) da alínea c) do número sentatividade previsto na subalínea ii) da alínea c) do número
1 da RCM n.º 90/2012, de 31 de outubro, alterada pela RCM 1 da RCM, é conveniente promover a extensão das altera-
n.º 43/2014, de 27 de junho. ções da convenção em causa.
Considerando que a convenção atualiza a tabela salarial
e que importa ter em conta os seus efeitos no emprego e na Projeto de portaria de extensão das alterações ao
competitividade das empresas do setor, procedeu-se ao es- contrato coletivo entre a Associação do Comércio
tudo de avaliação do impacto da extensão da tabela salarial. e Serviços do Distrito de Setúbal e outra e o CESP - Sin-
Segundo os Quadros de Pessoal de 2013, a atualização das dicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios
retribuições efetivas dos trabalhadores por conta de outrem e Serviços de Portugal e outro
abrangidos pela presente extensão, representa um acréscimo Manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Empre-
nominal na ordem dos 4,3 % na massa salarial do total dos go, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º
trabalhadores por conta de outrem abrangidos. do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de Mi-
Os trabalhadores a tempo completo do sector abrangido nistros n.º 90/2012, publicada no Diário da República, 1.ª
pela convenção, com exclusão dos aprendizes, praticantes e série, n.º 211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução do
de um grupo residual, são 7165, dos quais 2611 (36,4 %) Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário da
auferem retribuições inferiores às convencionais, sendo que República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, o se-
4554 (63,6 %) das remunerações devidas são iguais ou supe- guinte:
riores às remunerações convencionais.
A tabela salarial da convenção prevê retribuições infe- Artigo 1.º
riores à retribuição mínima mensal garantida (RMMG) em 1- As condições de trabalho constantes das alterações ao
1546
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
contrato coletivo entre a Associação do Comércio e Serviços 516.º do Código do Trabalho, torna-se público ser intenção
do Distrito de Setúbal e outra e o CESP - Sindicato dos Tra- do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social
balhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal proceder à emissão de portaria de extensão do contrato
e outro, publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º coletivo entre a Associação Nacional de Revendedores de
4, de 29 de janeiro de 2012, n.º 15, de 22 de abril de 2012 e Combustíveis - ANAREC e a FEPCES - Federação Portu-
n.º 27, de 22 de julho de 2012, são estendidas no distrito de guesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e
Setúbal: outras, publicadas no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º
a) Às relações de trabalho entre empregadores não filiados 13, de 8 de abril de 2015, ao abrigo do artigo 514.º e do
nas associações de empregadores outorgantes que exerçam número 1 do artigo 516.º do Código do Trabalho e da Reso-
as atividades económicas abrangidas pela convenção, com lução do Conselho de Ministros n.º 90/2012, publicada no
exceção dos empregadores que se dedicam à atividade de Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de outubro, al-
serviços pessoais de penteado e estética, e trabalhadores ao terada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/2014,
seu serviço, das profissões e categorias profissionais nela publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de
previstas; junho de 2014, cujo projeto e respetiva nota justificativa se
b) Às relações de trabalho entre empregadores filiados nas publicam em anexo.
associações de empregadores outorgantes que exerçam as Nos 15 dias seguintes ao da publicação do presente aviso,
atividades económicas abrangidas pela convenção e traba- podem os interessados no procedimento de extensão deduzir,
lhadores ao seu serviço, das profissões e categorias profis- por escrito, oposição fundamentada ao referido projeto.
sionais nela previstas, não representados pelas associações
sindicais outorgantes. Lisboa, 11 de maio de 2015 - O Secretário de Estado do
2- A presente extensão não se aplica a empresas não filia- Emprego, Octávio Félix de Oliveira.
das nas associações de empregadores outorgantes desde que
se verifique uma das seguintes condições: Nota justificativa
a) Sendo de comércio a retalho alimentar ou misto, dispo- O contrato coletivo entre a Associação Nacional de Re-
nham de uma área de venda contínua de comércio a retalho vendedores de Combustíveis - ANAREC e a FEPCES - Fe-
alimentar igual ou superior a 2000 m2; deração Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios
b) Sendo de comércio a retalho não alimentar, disponham e Serviços e outras, publicado no Boletim do Trabalho e Em-
de uma área de venda contínua igual ou superior a 4000 m2; prego, n.º 13, de 8 de abril de 2015, abrange as relações de
c) Sendo de comércio a retalho alimentar ou misto, perten- trabalho entre empregadores que se dediquem à atividade de
centes a empresa ou grupo que tenha, a nível nacional, uma garagens, estações de serviço, postos de abastecimento de
área de venda acumulada de comércio a retalho alimentar combustíveis, postos de assistência a pneumáticos, revenda
igual ou superior a 15 000 m2; e distribuição de gás e parques de estacionamento e trabalha-
d) Sendo de comércio a retalho não alimentar, pertencen- dores ao seu serviço, uns e outros representados pelas asso-
tes a empresa ou grupo que tenha, a nível nacional, uma área ciações que o outorgaram.
de venda acumulada igual ou superior a 25 000 m2. As partes signatárias requerem a extensão da convenção
4- As retribuições da tabela salarial inferiores à retribuição a todas as empresas não filiadas na associação de empre-
mínima mensal garantida, apenas são objeto de extensão em gadores outorgante que na área de aplicação da convenção
situações em que sejam superiores à retribuição mínima men- se dediquem às mesmas atividades e aos trabalhadores ao
sal garantida resultante de redução relacionada com o traba- seu serviço, das profissões e categorias nelas previstas, não
lhador, de acordo com o artigo 275.º do Código do Trabalho. representados pelas associações sindicais outorgantes, de
Artigo 2.º acordo com as alíneas a) e b) do número 1 da Resolução do
Conselho de Ministros n.º 90/2012, de 31 de outubro, pu-
1- A presente portaria entra em vigor cinco dias após a sua
blicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 211, de 31 de
publicação no Diário da República.
outubro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros
2- As tabelas salariais em vigor e as cláusulas de conteúdo
n.º 43/2014, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º
pecuniário previstas na convenção produzem efeitos a partir
122, de 27 de junho de 2014, doravante designada por RCM.
do 1.º dia do mês da publicação da presente portaria.
De acordo com o apuramento do Relatório Único/Qua-
dros de Pessoal de 2013, a parte empregadora subscritora
da convenção cumpre o requisito previsto na subalínea ii)
da alínea c) do número 1 da RCM, porquanto o número dos
Aviso de projeto de portaria de extensão do contrato respetivos associados, diretamente ou através da estrutura
coletivo entre a Associação Nacional de representada, é constituído, em mais de 30 %, por micro, pe-
quenas e médias empresas.
Revendedores de Combustíveis - ANAREC e a
Considerando que a convenção atualiza a tabela salarial
FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do
e que importa ter em conta os seus efeitos no emprego e na
Comércio, Escritórios e Serviços e outras competitividade das empresas do setor, procedeu-se ao es-
tudo de avaliação do impacto da extensão da tabela salarial.
Nos termos e para os efeitos dos números 2 e 3 do artigo
1547
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Segundo os Quadros de Pessoal de 2013, a atualização das República, 1.ª série, n.º 122, de 27 de junho de 2014, o se-
retribuições efetivas dos trabalhadores por conta de outrem guinte:
abrangidos pela presente extensão, inferiores às retribuições
Artigo 1.º
convencionadas, representa um acréscimo nominal na ordem
dos 1,7 % na massa salarial do total dos trabalhadores por 1- As condições de trabalho constantes do contrato coleti-
conta de outrem abrangidos. vo celebrado entre a Associação Nacional de Revendedores
Considerando que o contrato coletivo concretiza uma re- de Combustíveis - ANAREC e a FEPCES - Federação Por-
visão global da convenção anterior e regula diversas condi- tuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços
ções de trabalho, procede-se à ressalva genérica de cláusulas e outras, publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º
contrárias a normas legais imperativas. 13, de 8 de abril de 2015, são estendidas no território do
Embora a convenção tenha área nacional, a extensão de continente:
convenções coletivas nas Regiões Autónomas compete aos a) Às relações de trabalho entre empregadores não filia-
respetivos Governos Regionais, pelo que a extensão apenas dos na associação de empregadores outorgante que exer-
é aplicável no território do continente. çam a atividade de garagens, estações de serviço, postos
Assim, ponderadas as circunstâncias sociais e económi- de abastecimento de combustíveis, postos de assistência a
cas justificativas da extensão, nos termos do número 2 do pneumáticos, revenda e distribuição de gás e parques de es-
artigo 514.º do Código do Trabalho e observados os critérios tacionamento e trabalhadores ao seu serviço, das profissões
necessários para o alargamento das condições de trabalho e categorias profissionais previstas;
previstas em convenção coletiva, inscritos no número 1 da b) Às relações de trabalho entre empregadores filiados na
RCM, é conveniente promover a extensão do contrato cole- associação de empregadores outorgante que exerçam a ati-
tivo em causa. vidade económica referida na alínea anterior e trabalhado-
res ao seu serviço das profissões e categorias profissionais
Projeto de portaria de extensão do contrato coletivo previstas na convenção não representados pelas associações
entre a Associação Nacional de Revendedores de sindicais outorgantes.
Combustíveis - ANAREC e a FEPCES - Federação 2- Não são objeto de extensão as disposições que sejam
Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e contrárias a normas legais imperativas.
Serviços e outras Artigo 2.º
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado do Empre- 1- A presente portaria entra em vigor cinco dias após a sua
go, ao abrigo do artigo 514.º e do número 1 do artigo 516.º publicação no Diário da República.
do Código do Trabalho e da Resolução do Conselho de Mi- 2- As tabelas salariais em vigor e as cláusulas de conteúdo
nistros n.º 90/2012, publicada no Diário da República, 1.ª pecuniário previstas na convenção produzem efeitos a partir
série, n.º 211, de 31 de outubro, alterada pela Resolução do do 1.º dia do mês da publicação da presente portaria.
Conselho de Ministros n.º 43/2014, publicada no Diário da
convenções coletivas
1548
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
1549
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
tos Químicos e Farmacêuticos: blicação no Boletim do Trabalho Emprego e terá uma vigên-
cia de um ano.
Marta Félix dos Santos, mandatária.
2- A tabela salarial (anexo II) e cláusulas de expressão pe-
Pela Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços - cuniária (anexo III) produzem efeitos a partir de 1 de Janeiro
FETESE: de 2015.
3- A denúncia pode ser feita, por qualquer das partes, com
Carlos Pereira, mandatário.
a antecedência de pelo menos três meses em relação ao ter-
mo dos prazos de vigência previstos nos números anteriores
Declaração e deve ser acompanhada de proposta de alteração.
A Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços - 3.1- Em vez da denúncia, as partes poderão propor revi-
FETESE, por si e em representação dos sindicatos, seus fi- sões parciais da convenção, devendo nesse caso indicar na
liados: proposta negocial quais as cláusulas que pretendem que se-
jam revistas, alteradas ou revogadas.
SITESE - Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de
4- No caso de não haver denúncia, a vigência da conven-
Serviços.
ção será prorrogada automaticamente por períodos de um
Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços -
ano até ser denunciada por qualquer das partes.
SINDCES/UGT.
5- Havendo denúncia, as partes comprometem-se a iniciar
o processo negocial utilizando as fases processuais que en-
Depositado em 12 de maio de 2015, a fl. 172 do livro n.º tenderem, incluindo a arbitragem voluntária.
11, com o n.º 55/2015, nos termos do artigo 494.º do Código
do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de feve-
reiro. ANEXO II
1550
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
1551
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Trabalho nocturno: retribuição normal multiplicada por Sindicato do Comércio, Escritório e Serviços - SINDCES/
2,50. UGT:
Cláusula 29.ª Agostinho Alberto Soares Sequeira, na qualidade de
mandatário.
Subsídio de refeição
1- 9,75 €.
Depositado em 12 de maio de 2015, a fl. 172 do livro n.º
2- 9,75 €.
11, com o n.º 52/2015, nos termos do artigo 494.º do Código
3- 2,20 €.
do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de feve-
Cláusula 31.ª reiro.
1552
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
ano até ser denunciada por qualquer das partes. Chefe de equipa
5- Havendo denúncia, as partes comprometem-se a iniciar Desenhador principal I (**)
o processo negocial utilizando as fases processuais que en- Escriturário principal I (**)
Oficial principal (conservação e
tenderem, incluindo a arbitragem voluntária.
laboratório) I (**)
Oficial de fabricação principal (**)
Cláusula 79.ª 7 1 057,00 1 088,00
Operador de instalação de moagem
principal II (**)
Disposição final Operador de processo com comando
centralizado principal I (**)
(Eliminar.) Prospector de vendas principal I (**)
Visitador/Preparador de trabalho I
1553
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Licenciado, bacharel e técnico equi- 1.3- 17,5 % da retribuição base fixada para o nível 9 da
14 2 777,00 -
parado do grau V tabela I do anexo II.
15 Licenciado e bacharel do grau VI 3 240,00 - 4- 42,15 €.
( ) Categoria profissional a extinguir quando vagar.
*
Cláusula 32.ª
(**) A classe «Principal» refere-se ao escalão superior da carreira da
respectiva categoria profissional. Subsídio de prevenção
Níveis salariais 14 e 15: 379,32 €.
ANEXO III Níveis salariais 12 e 13: 303,17 €.
Níveis salariais 9 a 11: 227,59 €.
Tabela das cláusulas de expressão pecuniária Níveis salariais 7 e 8: 189,60 €.
(2015)
Cláusula 33.ª
Cláusula 18.ª Anuidades
Trabalho nocturno 1- Por cada ano completo de permanência na empresa até
Trabalho este quando prestado entre as 22 horas de um 15 anos: 13,46 €.
dia e as 6 horas do dia seguinte, será remunerado com um Por cada ano completo subsequente: 1,69 €.
acréscimo de 40 % sobre o valor da hora em período normal Cláusula 63.ª
de trabalho.
Trabalhador-estudante
Cláusula 20.ª
14-
Trabalho suplementar Ensino básico (1.º e 2.º ciclos - até 6.º ano): 63,62 €.
7- Lanche: 2,20 €. Ensino básico (3.º ciclo - 7.º a 9.º anos): 93,06 €.
8- Jantar: 8,96 €. Ensino secundário (10.º a 12.º anos): 139,36 €.
Pequeno almoço: 2,20 €. Ensino politécnico e superior: 214,82 €.
9- Jantar no local de trabalho: 8,96 €. Lisboa, 16 de Abril de 2015.
Jantar fora do local de trabalho: 9,50 €.
Pela CIMPOR - Indústria de Cimentos, SA:
Cláusula 27.ª
Luís Miguel da Ponte Alves Fernandes, na qualidade de
Retribuição do trabalho suplementar mandatário.
1- Trabalho diurno, em dias normais de trabalho: retribui- Luís António Cunha das Neves Gomes, na qualidade de
ção normal multiplicada por 1,75. mandatário.
Trabalho nocturno, em dias normais de trabalho: retribui- Maria Eduarda Ribeiro Rosa, na qualidade de manda-
ção normal multiplicada por 2. tária.
Trabalho diurno, em dias de descanso semanal ou feriados: FEVICCOM - Federação Portuguesa dos Sindicatos da
retribuição normal multiplicada por 2,25. Construção, Cerâmica e Vidro:
Trabalho nocturno, em dias de descanso semanal ou feria-
Maria de Fátima Marques Messias, na qualidade de
dos: retribuição normal multiplicada por 2,50.
mandatária.
4- Trabalho diurno: retribuição normal multiplicada por
José Manuel d´Ascensão Tomás, na qualidade de man-
2,25.
datário.
Trabalho nocturno: retribuição normal multiplicada por
2,50. FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes
e Comunicações:
Cláusula 29.ª
Maria de Fátima Marques Messias, na qualidade de
Subsídio de refeição mandatária.
1- 9,75 €. José Manuel d´Ascensão Tomás, na qualidade de man-
2- 9,75 €. datário.
3- 2,20 €.
FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricultura, Ali-
Cláusula 31.ª mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal:
1554
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
FEVICCOM - Federação Portuguesa dos Sindicatos da FIEQUIMETAL - Federação Intersindical das Indústrias
Construção, Cerâmica e Vidro, representa os seguintes sin- Metalúrgicas Químicas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Grá-
dicatos: fica, Imprensa, Energia e Minas, representa os seguintes sin-
dicatos:
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica,
Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e SITE-NORTE - Sindicato dos Trabalhadores das Indús-
Cortiças do Sul e Regiões Autónomas. trias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, do Norte.
Cimentos e Similares da Região Norte. SITE-CN - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do
Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Similares da Centro Norte.
Região Centro. SITE-CSRA - Sindicato dos Trabalhadores das Indús-
trias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente
FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes e do Centro Sul e Regiões Autónomas.
Comunicações, representa os seguintes sindicatos: SITE-SUL - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias
STRUP - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do
Rodoviários e Urbanos de Portugal. Sul.
STRUN - Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas
Rodoviários e Urbanos do Norte. do Distrito de Viana do Castelo.
SNTSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do sector SIESI - Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas.
Ferroviário. Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.
SIMAMEVIP - Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades
Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca. Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira.
OFICIAIS/MAR - Sindicato dos Capitães, Oficiais Pilo-
tos, Comissários e Engenheiros da Marinha Mercante. Depositado em 12 de maio de 2015, a fl. 172 do livro n.º
STFCMM - Sindicato dos Transportes Fluviais, Costei- 11, com o n.º 53/2015, nos termos do artigo 494.º do Código
ros e da Marinha Mercante. do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de feve-
STRAMM - Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e reiro.
Actividades Metalúrgicas da Região Autónoma da Madeira.
SPTTOSH - Sindicato dos Profissionais dos Transportes,
Turismo e Outros Serviços da Horta.
SPTTOSSMSM - Sindicato dos Profissionais de Trans-
porte, Turismo e outros Serviços de São Miguel e Santa Ma- Acordo de empresa entre a FIBO - Fábrica Ibérica
ria. de Óptica. L.da e a Federação Portuguesa dos Sindi-
catos da Construção, Cerâmica e Vidro -
FESAHT - Federação dos Sindicatos da Agricultura, Ali-
mentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, repre-
FEVICCOM - Alteração salarial e outras
senta os seguintes sindicatos:
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Cláusula prévia
Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve. A presente revisão altera a convenção publicada no Bole-
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, tim do Trabalho e Emprego, 1.ª série, n.º 23, de 22 de junho
Turismo, Restaurantes e Similares do Centro. de 2014, apenas nas matérias agora revistas.
Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Ali-
mentação, Serviços e Similares da Região da Madeira.
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria,
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1556
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Embalador 11, com o n.º 51/2015, nos termos do artigo 494.º do Código
Estagiário de escritório do 2.º ano do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de feve-
Montador de bifocais reiro.
Montador de discos
Pré-oficial electricista do 1.º ano
Grupo XIII:
Acordo de empresa entre a POLO - Produtos Ópti-
Empregado de limpeza
cos, SA e a Federação Portuguesa dos Sindicatos da
Grupo XIV: Construção, Cerâmica e Vidro - FEVICCOM -
Ajudante de oficial electricista Alteração salarial e outras
Estagiário de escritório do 1.º ano
Servente/Estafeta
Cláusula prévia
Grupo XV:
Aprendiz A presente revisão altera as convenções publicadas nos
Praticante Boletins do Trabalho e Emprego, 1.ª série n.os 10 de 15 de
março de 2014 e 23 de 22 de junho de 2014, apenas nas ma-
ANEXO IV térias agora revistas.
Tabela salarial Cláusula 1.ª
Área e âmbito
Grupos Vencimento
I 1 294,50 1- O presente AE obriga, por um lado, a empresa POLO -
II 1 129,00 Produtos Ópticos, SA, cuja actividade principal é a fabrica-
III 804,00 ção de material óptico oftálmico e, por outro, todos os tra-
IV 776,00 balhadores filiados na associação sindical outorgante que se
V 749,00 encontrem ao serviço da empresa.
VI 737,00 2- O presente AE é aplicável na área geográfica abrangida
VII 730,00 pelos distritos de Vila Real e de Lisboa.
VIII 726,00 3- O âmbito profissional é o constante dos anexos III e IV.
IX 718,00 4- O presente AE abrange um empregador e 77 trabalha-
X 683,00 dores.
XI 673,00
Cláusula 2.ª
XII 666,00
XIII 646,00 Vigência
XIV 628,00
XV 556,00 1- O presente AE entra em vigor decorrido o prazo legal-
mente fixado, após a sua publicação no Boletim do Trabalho
Vila Real, 21 de Janeiro de 2015. e Emprego, e é válido pelo período de um ano, mantendo-se,
FIBO - Fábrica Ibérica de Óptica, L.da: contudo, em vigor até ser substituído por outro instrumento
de regulamentação colectiva.
Armando Gonzaga Guimarães, na qualidade de manda- 2- A tabela salarial e as cláusulas de expressão pecuniária
tário. produzem efeitos de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2015.
José Luís de Sousa Coutinho Empis, na qualidade de
mandatário. Cláusula 35.ª
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decisões arbitrais
...
...
...
jurisprudência
...
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ORGANIZAÇÕES DO TRABALHO
ASSOCIAÇÕES SINDICAIS
I - ESTATUTOS
Sindicato dos Professores da Zona Centro b) Castelo Branco, compreendendo os concelhos do âmbi-
(SPZCentro) - Alteração to geográfico do distrito de Castelo Branco;
c) Coimbra, compreendendo os concelhos do âmbito geo-
Alteração aprovada em assembleia no dia 11 de abril de gráfico do distrito de Coimbra;
2015, com última alteração dos estatutos publicada no Bo- d) Guarda, compreendendo os concelhos do âmbito geo-
letim do Trabalho e Emprego, n.º 48, de 29 de dezembro de gráfico do distrito da Guarda;
2011. e) Leiria, compreendendo os concelhos do âmbito geográ-
fico do distrito de Leiria e os concelhos de Torres Vedras,
Lourinhã, Cadaval, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte
CAPÍTULO I
Agraço, Mafra e Alenquer, do distrito de Lisboa;
f) Santarém, compreendendo os concelhos do âmbito geo-
Da identificação do sindicato gráfico do distrito de Santarém e os concelhos de Azambuja,
Vila Franca de Xira, Lisboa, Loures, Odivelas, do distrito de
Artigo 1.º
Lisboa;
Denominação, sede e âmbito g) Viseu, compreendendo os concelhos do âmbito geográ-
fico do distrito de Viseu.
1- O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZCen-
tro é uma associação sindical de educadores, professores e Artigo 2.º
demais docentes que exercem a docência ou outra atividade
profissional ligada à educação e ao ensino ou à ciência e à Sigla e símbolo
investigação. 1- O Sindicato dos Professores da Zona Centro adota a si-
2- O âmbito geográfico do SPZCentro compreende os dis- gla SPZCentro.
tritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, 2- O símbolo do SPZCentro é formado pelas letras «S» e
Santarém e Viseu. «P», podendo ser acopladas e sobrepostas a um fundo retan-
3- Podem vir a integrar o âmbito geográfico do SPZCentro gular formado por segmentos de reta paralelos e horizontais.
outros distritos e concelhos do país em que exista um núme- 3- O símbolo a inscrever na bandeira é sempre sobreposto
ro significativo de associados, por deliberação do CG, sob a um fundo retangular formado por segmentos de reta para-
proposta da direção. lelos e horizontais, de cor negra.
4- Podem manter-se como associados do SPZCentro os 4- Em circunstâncias relacionadas com a informação, co-
educadores, professores e demais docentes que, temporaria- municação e marketing, a sigla SPZCentro, referida no nú-
mente, se encontrem deslocados em escolas ou agrupamen- mero 1, pode ser substituída pela sigla SPZC.
tos situados fora do âmbito geográfico definido no número 2.
Artigo 3.º
5- O SPZCentro tem a sua sede em Coimbra e delegações
em localidades do seu âmbito geográfico. Bandeira e hino
6- As delegações são criadas ou extintas em zonas em que
1- A bandeira do SPZCentro é formada por um retângu-
o número de associados o justifique, por deliberação do con-
lo vermelho, tendo, no lado esquerdo, o símbolo e, à direita
selho geral (CG), sob proposta da direção, e cujo funciona-
deste, a sigla e a denominação sindical.
mento será regulado pela direção, sob proposta do presiden-
2- O hino é o que for aprovado em CG, sob proposta da
te.
direção.
7- São criadas as seguintes direções distritais:
a) Aveiro, compreendendo os concelhos do âmbito geo-
gráfico do distrito de Aveiro;
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sado pode interpor recurso para o CG, alegando o que houver apoios previstos nas alíneas b), g) e h) do número 1 pode ser
por conveniente. objeto de normas específicas a definir pelo CG, sob proposta
3- A interposição do recurso é feita contra recibo, na ins- da direção ou direção distrital, designadamente para os asso-
tância recorrida, que, nos cinco dias subsequentes, remete o ciados nas situações previstas nas alíneas c) e d) do número
processo ao CG. 1 do artigo 8.º
4- Ouvido o interessado, o CG decide, em última instância, 5- Os membros de todos os órgãos do SPZCentro têm di-
na sua primeira reunião posterior. reito a serem reembolsados da perda de salários, despesas de
deslocação, estada e alimentação resultantes das atividades
Artigo 11.º
sindicais ou reuniões dos órgãos do SPZCentro.
Unicidade de inscrição 6- Podem ser compensados das despesas de deslocação,
alimentação e estada os associados que, por iniciativa ou de-
Nenhum associado do SPZCentro pode estar filiado em
cisão da direção, se desloquem para participação em ativida-
qualquer outro sindicato do mesmo ramo de atividade.
des sindicais ou outras, no âmbito dos estatutos.
Artigo 12.º
Artigo 13.º
Direitos do associado
Deveres do associado
1- São direitos do associado:
São deveres do associado:
a) Ser defendido pelo SPZCentro em quaisquer conflitos
a) Cumprir os estatutos e regulamentos do SPZCentro;
de trabalho;
b) Cumprir e fazer cumprir as deliberações dos órgãos do
b) Beneficiar do apoio sindical, jurídico e judiciário do
SPZCentro, quando tomadas de acordo com os estatutos;
SPZCentro em tudo quanto diga respeito à sua atividade pro-
c) Pagar mensalmente a quota ordinária do SPZCentro,
fissional, sem prejuízo do disposto no número 4;
salvo nos casos de isenção previstos no número 5 do artigo
c) Participar e intervir na vida do SPZCentro, exprimindo
20.º e no número 1 do artigo 22.º;
com completa liberdade o seu parecer sobre as questões do
d) Participar nas atividades do SPZCentro e desempenhar
interesse coletivo dos associados, bem como usar de todas as
com zelo os cargos para que seja eleito ou designado;
prerrogativas estatutariamente consagradas;
e) Apoiar ativamente as ações do SPZCentro na prossecu-
d) Eleger e ser eleito para os órgãos e estruturas do
ção dos seus objetivos;
SPZCentro, com as restrições previstas no número 3 do arti-
f) Divulgar e fortalecer, pela sua ação, junto dos de-
go 8.º e no artigo 14.º;
mais associados, os princípios fundamentais e objetivos do
e) Ser informado de toda a atividade do SPZCentro;
SPZCentro, com vista ao alargamento da sua influência;
f) Renunciar ao mandato de cargo para que tenha sido
g) Comunicar, no prazo de 30 dias, as alterações ocorridas
eleito ou designado ou pedir a suspensão do mesmo, pelo
na sua situação pessoal ou sócio-profissional, sem prejuízo
período mínimo de três meses e máximo de dois anos, segui-
de o SPZCentro proceder às alterações que se prendem com
do ou interpolado, exceto na situação prevista no número 3
o valor da quotização sindical ordinária do associado, nos
do artigo 8.º, em que a suspensão corresponde ao período de
termos previstos nos estatutos, através dos meios que achar
impedimento;
mais adequados, sempre que se verifique desatualização da
g) Beneficiar, sem prejuízo do disposto no número 4, de
mesma, por ausência de comunicação por parte do associa-
todos os serviços prestados pelo SPZCentro, bem como por
do;
instituições dele dependentes, com ele cooperantes ou de que
h) Comunicar à direção todos os casos de conflito com as
seja membro, nos termos dos respetivos estatutos;
entidades patronais, bem como situações de violação da le-
h) Beneficiar de todas as atividades desenvolvidas pelo
gislação de trabalho e dos direitos dos trabalhadores de que
SPZCentro, designadamente nos domínios sindical, pro-
tenha conhecimento, por parte dessas entidades.
fissional, social, cultural, desportivo, recreativo, de lazer e
tempos livres, formativo e informativo e outras inerentes aos Artigo 14.º
objetivos previstos nos estatutos, sem prejuízo do disposto
no número 4; Suspensão temporária dos direitos sindicais
i) Ser compensado das despesas de deslocação e manuten- 1- É suspenso, temporariamente, dos direitos sindicais
ção em serviço sindical e das deduções ao vencimento, mo- todo o associado que seja punido com uma das penas de sus-
tivadas pelo exercício comprovado de obrigações sindicais; pensão previstas nas alíneas b), c) e d) do número 1 do artigo
j) Retirar-se a todo o tempo do SPZCentro, mediante co- 19.º
municação escrita dirigida à direção, por correio registado 2- Da suspensão temporária da qualidade de associado é
ou outro meio que comprove a sua entrega e autenticidade, dado conhecimento ao interessado.
enviada com a antecedência mínima de 30 dias. 3- O associado que se encontre na situação de suspensão
2- O direito de participar e votar nas assembleias gerais temporária da qualidade de associado perde todos os direitos
adquire-se após 30 dias de sindicalização. sindicais inerentes à qualidade de associado efetivo, nome-
3- A capacidade eleitoral adquire -se nos termos do artigo adamente os direitos de participar nas assembleias gerais,
54.º votar e ser eleito.
4- O acesso por parte dos associados aos benefícios e 4- Todos os direitos sindicais são readquiridos aquando da
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regularização das situações que deram origem à suspensão e dias, contados sobre a data do recibo ou da receção do aviso
regularizada a quotização. referido no número anterior, podendo requerer as diligências
que repute necessárias à boa prova da verdade e apresentar
Artigo 15.º
até três testemunhas, por cada facto.
Perda da qualidade de associado 5- A falta de resposta no prazo indicado implica a presun-
ção da verdade dos factos e a irrecorribilidade da decisão.
Perdem a qualidade de associado os associados que:
6- A decisão é obrigatoriamente tomada, no prazo de 30
a) Comuniquem à direção a vontade de se desvincular do
dias, contados sobre a data da apresentação da defesa.
SPZCentro, nos termos da alínea j) do número 1 do artigo
7- O prazo referido no número anterior pode ser prorroga-
12.º;
do, até ao limite de novo período de 30 dias, quando a CDFC
b) Deixem voluntariamente de exercer a atividade profis-
o considere necessário, ou até ao total de 90 dias, quando o
sional e comuniquem à direção, nos termos da alínea j) do
julgamento seja da competência do CG.
número 1 do artigo 12.º;
8- Nenhuma medida disciplinar pode ser aplicada sem que
c) Tenham sido punidos com a pena de expulsão.
o associado seja notificado da decisão tomada e dos funda-
mentos que a determinarem, por carta registada, com aviso
CAPÍTULO IV de receção, ou notificação pessoal.
Garantia de defesa
Artigo 16.º
Nenhuma medida disciplinar pode ser aplicada ao asso-
Poder disciplinar ciado sem que tenham sido salvaguardadas todas as garantias
1- O poder disciplinar é exercido pela comissão disciplinar de defesa em adequado processo disciplinar, nos termos do
e fiscalizadora de contas (CDFC). artigo anterior.
2- Compete à CDFC proceder às averiguações prelimi- Artigo 19.º
nares, elaborar a nota de culpa e receber a defesa, colher e
apreciar as provas, deliberar sobre as medidas disciplinares Medidas disciplinares
a aplicar e comunicá-las ao arguido e à direção ou propor a 1- Cumpridas as formalidades consignadas nos estatutos,
sua aplicação ao CG, nos casos em que os estatutos o de- podem ser aplicadas as seguintes medidas disciplinares aos
terminem, despachando-lhe, em conformidade, o respetivo associados que infrinjam as normas dos estatutos e os regu-
processo. lamentos devidamente aprovados:
3- Das deliberações da CDFC cabe sempre recurso para a) Repreensão por escrito;
o CG, dentro de 10 dias, contados sobre a data da respetiva b) Suspensão até 30 dias;
notificação. c) Suspensão de 31 a 90 dias;
4- O recurso previsto no número anterior tem efeitos sus- d) Suspensão de 91 a 180 dias;
pensivos e a sua apreciação tem, obrigatoriamente, lugar na e) Expulsão.
primeira reunião do CG subsequente à data do recibo ou da 2- As medidas disciplinares referidas nas alíneas d) e e) do
receção da sua interposição. número anterior são da competência exclusiva do CG, sob
5- O CG delibera em última instância, devendo a decisão proposta da CDFC, e podem ser aplicadas aos associados
do recurso constar expressamente da ata da sessão em que que:
for julgado. a) Violem frontalmente os estatutos ou, por qualquer for-
Artigo 17.º ma, ofendam a dignidade do SPZCentro e das organizações,
nacionais ou internacionais, em que estiver filiado, bem
Processo disciplinar como a dos titulares dos respetivos órgãos;
1- O processo disciplinar é antecedido por uma fase pre- b) Não acatem as deliberações dos órgãos competentes ou,
liminar de averiguações, nunca superior a 30 dias, a que se por qualquer forma, apelem ao desrespeito dessas delibera-
segue, se a ele houver lugar, o processo propriamente dito, o ções;
qual se inicia com a apresentação da nota de culpa, da qual c) Exercendo cargos ou funções sindicais, se recusem a
deve constar a descrição completa e específica dos factos im- cumprir os deveres estatutários inerentes a esses cargos ou
putados. funções;
2- A nota de culpa é sempre reduzida a escrito, entregan- d) Usem os serviços e benefícios prestados pelo SPZCen-
do-se ao associado o respetivo duplicado, contra recibo, no tro, de forma e com objetivos fraudulentos, de modo a obte-
prazo de 10 dias, contados sobre a data de conclusão da fase rem vantagens ilícitas, ou se constituam em mora ou insol-
preliminar. ventes, no pagamento de quaisquer débitos ao SPZCentro,
3- Não sendo possível proceder à entrega pessoal do du- por serviços que por este lhes tenham sido prestados;
plicado da nota de culpa, a que se refere o número anterior, e) Exerçam qualquer cargo em organizações sindicais, na-
este é remetido por correio registado, com aviso de receção. cionais ou internacionais, que sejam contrárias aos princípios
4- O arguido alega a sua defesa, por escrito, dentro de 20 e objetivos fundamentais pelos quais o SPZCentro se rege.
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3- Nos casos da primeira infração, a medida disciplinar a b) Tenham o seu vencimento unilateralmente suspenso
aplicar não pode ser superior a suspensão até 90 dias. pela entidade patronal e hajam comunicado por escrito e de-
4- Constituem circunstâncias atenuantes os seguintes com- vidamente comprovado tal situação às direções distritais ou
portamentos: direção, no prazo máximo de 30 dias, sem prejuízo de proce-
a) Ausência de antecedentes disciplinares; derem ao pagamento total das quotas, assim que seja reposto
b) Confissão espontânea da infração; o direito aos vencimentos;
c) Reparação dos danos causados, se a esta houver lugar; c) Estejam a cumprir serviço militar.
d) Serviços relevantes prestados ao SPZCentro. 2- Beneficiam de redução de 50 % da quota ordinária os
5- Constituem circunstâncias agravantes os seguintes associados em situação de reforma ou aposentação, calcu-
comportamentos: lado com base no valor ilíquido da pensão, bem como os
a) Reincidência; associados que estejam em situação de licença, salvo a li-
b) Acumulação de infrações; cença sem vencimento por doença, prevista na alínea a) do
c) Conluio. número 1.
3- Os associados que se encontrem na situação definida
CAPÍTULO V nas alíneas c) e d) do artigo 8.º estão isentos de pagamento
de quota ordinária, sem prejuízo de poder vir a ser definida,
Da quotização pelo CG, uma quota mínima, por proposta da direção.
4- A isenção ou a redução da quotização ordinária, prevista
Artigo 20.º para os associados abrangidos pelo presente artigo, não inibe
o cumprimento obrigatório do pagamento das quotizações
Quotização ordinária extraordinárias, previstas no artigo 21.º
1- Sem prejuízo do previsto no número 3, o valor da quota 5- O CG, por proposta da direção, pode definir percenta-
ordinária é percentual à retribuição ilíquida mensal e a per- gem diferente para o cálculo do valor da quota para as situ-
centagem é estabelecida pelo CG, sob proposta da direção. ações previstas no número 2, ou definir um valor fixo para
2- A cobrança das quotas incumbe ao SPZCentro, que a mesma.
pode celebrar com as entidades empregadoras ou outras os
acordos admitidos por lei que se destinem a facilitar e agili- CAPÍTULO VI
zar administrativamente a sua execução.
3- Sem prejuízo da percentagem estabelecida no número Da estrutura organizativa do sindicato
1, podem ser estabelecidos limites mínimos e máximos à
quotização ordinária, em termos a definir pelo CG, sob pro- Artigo 23.º
posta da direção.
4- O CG, sob proposta da direção, pode estabelecer outro Órgãos do sindicato
critério, diferente do previsto no número 1, para definir o A estrutura organizativa do SPZCentro é constituída por:
valor da quota ordinária. 1- Órgãos centrais compostos por:
5- A direção, em situações devidamente justificadas, pode a) A assembleia geral (AG);
determinar um valor de quotização excecional ou optar, tem- b) A mesa da assembleia geral (MAG);
porariamente, pela isenção parcial ou total do seu valor. c) O CG;
6- O valor da quota, previsto nos números anteriores, pode d) A direção;
incidir, também, sobre o subsídio de férias e o 13.º mês, por e) A CDFC.
deliberação do CG, sob proposta da direção. 2- Órgãos distritais compostos por:
a) Assembleia distrital;
Artigo 21.º
b) Mesa da assembleia distrital;
Quotizações extraordinárias c) Direção distrital.
3- Órgãos sindicais de base compostos por:
1- Para além do disposto no artigo anterior, podem ser
a) Assembleia distrital de delegados sindicais;
estabelecidas quotizações extraordinárias, facultativas, ex-
b) Núcleos sindicais de base.
clusivamente aplicadas para os fins a que forem destinadas,
designadamente nas situações previstas nas alíneas r), s), t),
u), v) e x) do número 1 do artigo 7.º, em termos a definir pelo SECÇÃO I
CG, sob proposta da direção.
Organização da assembleia geral
Artigo 22.º
Artigo 24.º
Isenção e redução de quotas ordinárias
1- Estão isentos de pagamento de quotas ordinárias, salvo Composição e funcionamento
declaração em contrário dos mesmos, os associados que: 1- A AG é constituída por todos os associados no pleno
a) Por motivo de doença, tenham os seus vencimentos sus- gozo dos seus direitos sindicais.
pensos; 2- A AG tem funções exclusivamente deliberativas, sendo
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as deliberações tomadas por voto direto, secreto e universal. 5- Ressalvada disposição expressa em contrário, a convo-
3- Para o exercício da competência prevista na alínea a) do cação referida no número anterior é feita para que a AG se
número 1 do artigo 25.º, a AG reúne simultaneamente e de realize entre o 10.º e o 30.º dia subsequentes ao da publica-
forma descentralizada. ção do respetivo aviso convocatório.
4- Funcionam, obrigatoriamente, mesas de voto na sede do 6- As reuniões ordinárias da AG são convocadas com a an-
SPZCentro e em todas as delegações e noutros locais em que tecedência mínima de 30 dias e máxima de 45 dias.
o número de associados o justifique e a indicar pela MAG. 7- Para os efeitos previstos nas alíneas a) e b) do núme-
5- É permitido o voto por correspondência, mas é interdito ro 1 do artigo 25.º, as deliberações da AG são tomadas por
o voto por procuração. maioria simples dos associados votantes ou dos associados
6- É admitida, ainda, a votação eletrónica, em termos a de- presentes, respetivamente.
finir, a partir do momento em que o SPZCentro disponha dos 8- Para os efeitos previstos na alínea c) do número 1 do
meios indispensáveis e fiáveis para tal. artigo 25.º, as deliberações da AG têm de obedecer às regras
7- Para o exercício das competências previstas nas alíneas definidas no artigo 59.º
b) e c) do número 1 do artigo 25.º, a AG reúne, de forma cen-
tralizada, em localidade do seu âmbito geográfico. SECÇÃO II
Artigo 25.º
Da mesa da assembleia geral
Competências
1- Compete, exclusivamente, à AG: Artigo 27.º
a) Eleger a MAG, o CG, a direção e a CDFC; Composição e deliberações
b) Deliberar, sob proposta do CG, sobre a destituição, no
todo ou em parte, da MAG, da direção e do CG; 1- A MAG, eleita em lista conjunta com a direção e a
c) Deliberar, sob proposta do CG, sobre a dissolução do CDFC, é constituída por um presidente, um vice-presidente
SPZCentro. e três secretários.
2- A deliberação prevista na alínea b) do número 1, apro- 2- A MAG eleita é também a mesa do CG.
vada por 3/4 dos associados presentes e que se encontrem 3- As deliberações da MAG são tomadas por maioria dos
no pleno gozo dos seus direitos, é seguida da eleição, pelo seus membros, tendo o presidente voto de qualidade em caso
CG, das comissões provisórias necessárias à substituição dos de empate.
órgãos que hajam sido destituídos, nos termos da alínea j) do Artigo 28.º
artigo 31.º
Competências
Artigo 26.º
1- Compete à MAG:
Reuniões e convocação a) Assegurar o bom funcionamento e o expediente das reu-
1- A AG reúne, ordinariamente, de quatro em quatro anos, niões da AG;
para a eleição da MAG, do CG, da direção e da CDFC, em b) Dar publicidade às deliberações da AG;
simultâneo com a reunião das assembleias distritais, que pro- c) Organizar o processo eleitoral;
cedem à eleição das direções distritais, nos termos da alínea d) Requerer a convocação de reuniões da direção.
d) do artigo 44.º dos presentes estatutos e, extraordinaria- 2- Compete, em especial, ao presidente da MAG:
mente, por iniciativa do presidente da MAG ou, quando as- a) Convocar a AG;
sim o requeiram, nos termos estatutários: b) Convocar reuniões da direção se, no prazo de 15 dias,
a) O CG; não for dado cumprimento aos requerimentos referidos no
b) A direção; número 3 do artigo 35.º e na situação prevista no número 10
c) 10 % ou 200 associados no pleno gozo dos seus direitos. do artigo 61.º;
2- A convocação da AG é feita pelo presidente da MAG, c) Conferir posse aos membros da MAG, da direção, do
após receção do respetivo requerimento. CG e da CDFC;
3- Os requerimentos para convocação da AG são dirigidos, d) Presidir à comissão fiscalizadora eleitoral;
por escrito, ao presidente da MAG e deles devem constar e) Dirigir recomendações aos restantes órgãos;
sempre os motivos que os determinam, a sua fundamentação f) Participar, quando entender conveniente, nas reuniões
estatutária, bem como a respetiva ordem de trabalhos, que da direção, sem direito a voto;
não pode ser alterada. g) Convocar, quando entender conveniente, as assembleias
4- A AG é convocada nos oito dias subsequentes ao da distritais;
receção do respetivo requerimento, quando necessário, me- h) Participar, quando entender conveniente, nas reuniões
diante aviso remetido aos associados, por intermédio da es- das assembleias distritais, sem direito a voto, que tenham
trutura sindical, e publicado em, pelo menos, um dos jornais sido convocadas pelos respetivos presidentes da mesa da as-
de informação diária nacional e ou regional da área abran- sembleia distrital;
gida pelo SPZCentro, com a indicação do dia, hora, locais e i) Deferir o pedido de demissão de qualquer órgão do
ordem de trabalhos. SPZCentro ou de suspensão ou renúncia ao mandato de um
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
ou mais dos seus membros; e deferi-lo e proceder à respetiva substituição pelo primeiro
j) Deferir o pedido de demissão de qualquer órgão social elemento não eleito que figurar imediatamente a seguir na
ou de suspensão ou renúncia ao mandato de um ou mais dos lista a que pertencia o elemento substituído.
seus membros;
Artigo 31.º
k) Assinar os termos de abertura e encerramento dos livros
de posse, bem como rubricar todas as suas folhas; Competências
l) Exercer as demais competências previstas nos estatutos.
Compete ao CG:
3- Compete, em especial, ao vice-presidente:
a) Aprovar o seu regulamento interno;
a) Suprir os impedimentos do presidente;
b) Aprovar, anualmente, o plano de ação da direção e o
b) Coadjuvar o presidente da mesa, assegurando o expe-
respetivo orçamento, até 31 de dezembro;
diente.
c) Aprovar, anualmente, o relatório de atividades da dire-
4- Compete, em especial, aos secretários:
ção e as contas do exercício, até 31 de maio;
a) Coadjuvar o presidente da mesa em tudo o que for ne-
d) Requerer a convocação extraordinária da AG, nos ter-
cessário para um bom funcionamento da AG e cumprimento
mos dos estatutos, para o exercício das suas competências;
das respetivas competências;
e) Aprovar os regulamentos de funcionamento da AG;
b) Preparar, expedir e fazer publicitar os avisos convoca-
f) Aprovar, com ou sem alterações, a proposta de alteração
tórios;
dos estatutos elaborada, após consulta aberta a todos os asso-
c) Assegurar o trabalho de secretaria da mesa;
ciados, pela direção;
d) Elaborar as atas das reuniões;
g) Deliberar sobre a fusão do SPZCentro, sob proposta da
e) Passar certidões das atas aprovadas.
direção;
5- A MAG recebe, através da direção, os meios necessá-
h) Propor à AG a dissolução do SPZCentro bem como de-
rios ao cumprimento das suas atribuições e competências.
liberar para os efeitos previstos no número 4 do artigo 80.º;
i) Apreciar e propor à AG a destituição da MAG, da dire-
SECÇÃO III ção e do próprio CG, no todo ou em parte;
j) Eleger, de entre os membros dos corpos sociais, que se
Do conselho geral mantenham em funções, as comissões provisórias necessá-
rias à substituição de órgãos que, por destituição, renúncia,
Artigo 29.º suspensão ou perda de mandato, deixem de ter em exercício
Funções
de funções a maioria dos seus membros, mesmo recorrendo
aos elementos suplentes;
O CG é um órgão central, com funções deliberativas e de l) Ratificar a eleição prevista no número 13 do artigo 61.º;
fiscalização, no âmbito das competências que lhe são atri- m) Eleger uma CDFC provisória, na situação prevista no
buídas. número 5 do artigo 38.º;
Artigo 30.º n) Deliberar sobre a criação e extinção de delegações, sob
proposta da direção;
Composição o) Deliberar sobre a integração no âmbito geográfico do
1- O CG é constituído por: SPZCentro de outros distritos e concelhos do país em que
a) MAG; exista um número significativo de associados, sob proposta
b) 30 membros eleitos. da direção;
2- A direção, em termos a definir no seu regulamento inter- p) Autorizar o SPZCentro a demandar os membros dos
no, participa, sem direito a voto, nas reuniões do CG. corpos sociais por factos praticados no exercício dos seus
3- Os membros do CG referidos na alínea b) do número 1 cargos;
são eleitos em lista autónoma, de acordo com o estipulado q) Resolver, em última instância, diferendos entre os cor-
nos números 1 e 2 do artigo 62.º pos sociais do SPZCentro e entre estes e outras estruturas ou
4- A atribuição de mandatos a cada lista concorrente é fei- os associados, podendo nomear as comissões de inquérito
ta, por área geográfica correspondente à respetiva direção que entender mais adequadas à tomada de decisão;
distrital, por recurso ao método de Hondt, tendo por base a r) Apreciar e decidir sobre qualquer irregularidade que lhe
votação obtida por cada lista. seja comunicada, nos termos da alínea b) do número 2 do
5- O mandato dos membros do CG caduca com o da di- artigo 33.º;
reção, mantendo-se em funções até à posse da nova direção s) Dar parecer sobre as questões que lhe sejam submetidas
eleita. pela direção;
6- Os membros suplentes podem substituir os membros t) Regulamentar o direito de tendência, sob proposta da
efetivos, por impedimento destes, em termos a definir no seu direção;
regulamento interno, devendo ser contemplada a perda de u) Aplicar as medidas disciplinares previstas nas alíneas d)
mandato por faltas. e e) do número 1 do artigo 19.º;
7- O pedido de renúncia ou suspensão do mandato deve ser v) Decidir os recursos referentes à aplicação de penas dis-
dirigido ao presidente da MAG, a quem compete apreciá-lo ciplinares pela CDFC;
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
x) Deliberar sobre a readmissão de associado a quem tenha a presença da maioria dos seus membros em efetividade de
sido aplicada a medida disciplinar de expulsão; funções, e, em segunda convocatória, 30 minutos após a hora
z) Decidir os recursos referentes à recusa de admissão ou da primeira, delibera por maioria simples, salvo disposição
de readmissão de associados; em contrário, com qualquer número de membros presentes,
aa) Aprovar os critérios para definição do valor das quotas tendo o presidente voto de qualidade em caso de empate.
ordinárias, as suas percentagens, bem como a sua incidência, 5- As deliberações do CG, no que respeita às matérias a
sob proposta da direção; que aludem as alíneas a), f), l), n), p), t), u), ad) e af) do arti-
ab) Autorizar a criação de quotas extraordinárias, sob pro- go 31.º, são tomadas por maioria simples dos seus membros
posta da direção; em efetividade de funções.
ac) Aprovar as regras de acesso dos associados a determi- 6- As matérias referidas nas alíneas a) e n) do artigo 31.º,
nados benefícios, nos termos do número 4 do artigo 12.º, sob se não forem aprovadas na primeira reunião para que sejam
proposta da direção; agendadas com a maioria prevista no número anterior, po-
ad) Autorizar a direção a contrair empréstimos e adquirir, dem ser aprovadas por maioria simples na reunião seguinte.
alienar e onerar bens imóveis; 7- As deliberações do CG, no que respeita às matérias a
ae) Instituir, sob proposta da direção, fundos para satis- que aludem as alíneas g), h) e i) do artigo 31.º, carecem do
fazer os objetivos previstos nos estatutos e regulamentar as voto favorável da maioria de 3/4 dos seus membros em efe-
condições da sua utilização; tividade de funções.
af) Decretar a greve, sob a proposta da direção, por período 8- As deliberações do CG são tomadas por voto secreto:
superior a três dias úteis anuais, seguidos ou interpolados; a) Quando se trate de matérias a que aludem as alíneas i),
ag) Aprovar o hino do SPZCentro, sob proposta da dire- j), l), m), p), u), v), x), z) e ai) do artigo 31.º;
ção; b) Quando a mesa assim o decida;
ah) Deliberar sobre a associação ou filiação do SPZCentro c) Quando assim seja decidido pela maioria dos membros
noutras organizações, nacionais ou internacionais, de caráter presentes;
sindical ou outro, e a sua desfiliação; d) Quando as decisões envolvam apreciação de méritos
ai) Eleger os representantes do SPZCentro para determina- pessoais.
dos órgãos estatutários das organizações em que se encontre
Artigo 33.º
associado, quando os estatutos ou os regulamentos das orga-
nizações em causa assim o exijam; Mesa do CG
aj) Deliberar sobre as propostas que lhe sejam apresenta-
1- A mesa do CG é a da AG e assegura o bom funciona-
das pela direção, no âmbito do número 2 do artigo 36.º;
mento e expediente do CG.
al) Exercer as demais competências previstas nos estatu-
2- Compete, em especial, ao presidente da mesa do CG:
tos.
a) Proceder à convocação das reuniões do CG;
Artigo 32.º b) Comunicar ao CG qualquer irregularidade de que tenha
conhecimento;
Funcionamento c) Assegurar o bom funcionamento das sessões do CG e
1- O CG reúne, ordinariamente, uma vez por semestre, conduzir os respetivos trabalhos;
para aprovação do relatório de atividades e contas do ano d) Elaborar a proposta de regulamento de funcionamento
anterior e para aprovação do plano de atividades e orçamento da AG, a submeter ao CG;
para o ano seguinte e, extraordinariamente, por iniciativa da e) Garantir a correta informação aos associados acerca das
mesa ou a requerimento de: deliberações do CG;
a) Um terço dos seus membros em efetividade de funções; f) Proceder à compilação das atas, referentes a cada man-
b) CDFC; dato, e mandar proceder à sua encadernação;
c) Presidente da direção; g) Exercer as demais competências previstas nos estatutos.
d) Um terço dos membros da direção em efetividade de 3- Compete, em especial, ao vice-presidente:
funções; a) Suprir os impedimentos do presidente;
e) 10 % ou 200 associados no pleno gozo dos seus direitos. b) Coadjuvar o presidente do CG, assegurando o expe-
2- A convocação do CG faz-se por comunicação escrita, diente.
contendo indicação expressa da ordem de trabalhos e do dia, 4- Compete, em especial, aos secretários:
hora e local da reunião, dirigida a cada um dos seus mem- a) Coadjuvar o presidente do CG em tudo o que for neces-
bros, com a antecedência necessária à sua receção, até cinco sário para um bom funcionamento deste órgão e cumprimen-
dias antes da reunião a que respeite. to das respetivas competências;
3- Os requerimentos para convocação de reunião extraor- b) Preparar, expedir e fazer publicar os avisos convocató-
dinária do CG, com indicação dos motivos que a determinem rios do CG;
e da ordem de trabalhos, são dirigidos ao presidente da mesa c) Assegurar o trabalho de secretaria da mesa do CG;
que, ouvida esta, procede à convocação para data compreen- d) Elaborar os projetos de ata e todo o expediente das ses-
dida nos 15 dias subsequentes. sões do CG;
4- Em primeira convocatória, o CG não pode deliberar sem e) Passar certidão das atas do CG sempre que requerida.
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
5- Se, em alguma reunião, não estiver presente a maioria vistos no número anterior, no prazo de 15 dias, e na situação
dos membros da mesa do CG, são escolhidos os elementos prevista no número 10 do artigo 61.º, a direção reúne por
necessários de entre os membros do CG. convocatória do presidente da MAG.
6- Em caso de destituição, renúncia, suspensão ou perda 5- Em primeira convocatória, a direção não pode deliberar
de mandato do presidente e do vice-presidente da mesa, os sem a presença da maioria dos seus membros em efetividade
restantes membros elegem entre si quem passa a exercer es- de funções, e, em segunda convocatória, 30 minutos após a
sas funções. hora da primeira, delibera por maioria simples, com qualquer
número de membros presentes, tendo o presidente voto de
SECÇÃO IV qualidade em caso de empate.
6- As deliberações da direção, são sempre tomadas por
Da direção maioria simples, exceto no que respeita às matérias a que
aludem as alíneas d) e e) do artigo 36.º, que são tomadas por
Artigo 34.º maioria absoluta dos membros em efetividade de funções,
na primeira reunião para que sejam agendadas, passando a
Composição maioria simples na reunião seguinte.
1- A direção é o órgão executivo do SPZCentro.
Artigo 36.º
2- A direção é o órgão colegial do SPZCentro e é compos-
ta por 60 membros efetivos eleitos e por um mínimo de 9 Competências
suplentes, refletindo a diversidade geográfica do sindicato, 1- Compete à direção:
eleita de acordo com o previsto no número 1 do artigo 61.º a) Representar o SPZCentro em juízo e fora dele;
3- Têm assento na direção, por inerência, os coordenado- b) Definir a estratégia político-sindical, em conformidade
res das direções distritais e mais um membro de cada direção com o seu programa de candidatura e com as deliberações
distrital por cada 500 associados, ou fração, no mínimo de do CG;
200 associados, refletindo a proporcionalidade do número de c) Dar execução às deliberações da AG e do CG;
associados das diversas direções distritais. d) Aprovar o seu regulamento interno dele dando conheci-
4- Os seus membros respondem solidariamente pelos atos mento ao presidente da MAG;
praticados durante o mandato para que tenham sido eleitos e) Propor os regulamentos das direções distritais, deles
perante a AG e o CG. dando conhecimento ao presidente da MAG;
5- A direção tem um presidente e um a quatro vice-presi- f) Delegar no presidente competências que lhe estão atri-
dentes e os restantes membros são vogais, tendo em conside- buídas;
ração o disposto no número 2. g) Acompanhar a administração das delegações;
6- Em caso de destituição, renúncia, suspensão, perda de h) Zelar pelo cumprimento das decisões tomadas, no seu
mandato ou de impedimento do presidente, por período, pre- âmbito de competências, pelas direções distritais;
visivelmente, superior a 30 dias, o seu substituto legal é o i) Elaborar e atualizar permanentemente o inventário dos
vice-presidente, designado pelo presidente, o qual assumirá bens do SPZCentro;
todas as competências. j) Elaborar e submeter à aprovação do CG o relatório anu-
7- Os membros suplentes podem substituir os membros al de atividades, o plano de ação, o orçamento e as contas de
efetivos, por impedimento destes, em termos a definir no seu exercício anuais;
regulamento interno, devendo ser contemplada a perda de l) Apresentar à CDFC, para recolha de parecer, as contas
mandato por faltas. do exercício e o orçamento para o ano seguinte, até 15 de
8- A substituição por renúncia ou suspensão do mandato março e 15 de novembro, respetivamente, acompanhados, se
deve ser comunicada ao presidente da MAG, a quem com- necessário, de fundamentações pertinentes;
pete analisar e deferir o respetivo pedido e ratificar a sua m) Elaborar a proposta de alteração dos estatutos, após
substituição. consulta aberta a todos os associados, por um período mí-
Artigo 35.º nimo de 15 dias, por iniciativa do presidente da direção ou
do CG;
Funcionamento n) Requerer a convocação da AG e do CG, bem como sub-
1- A direção reúne, de forma ordinária, trimestralmente. meter à sua apreciação e deliberação os assuntos sobre os
2- O funcionamento da direção rege-se por regulamento quais devem pronunciar-se ou, no caso do CG, que a direção
interno, podendo reunir de forma restrita, de acordo com os entenda submeter-lhe;
critérios definidos em sede do mesmo. o) Apresentar propostas e contrapropostas a quaisquer en-
3- A direção reúne, extraordinariamente, por iniciativa do tidades empregadoras, de acordo com as prioridades e estra-
presidente ou a requerimento, devidamente fundamentado, tégias definidas pelo CG ou pela direção, dando sequência
de: aos processos de negociação coletiva;
a) Um terço dos seus membros em efetividade de funções; p) Discutir, negociar e assinar as convenções coletivas de
b) MAG. trabalho e outros instrumentos de negociação coletiva, bem
4- Não sendo dado cumprimento aos requerimentos pre- como delegar estas competências noutras organizações sin-
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
dicais em que o SPZCentro se encontre ou não diretamente ganizações em causa não obriguem a eleição, os represen-
filiado; tantes do SPZCentro para determinados órgãos estatutários
q) Prestar informação escrita aos associados, através da es- das organizações sindicais ou de outras em que se encontre
trutura sindical, acerca da atividade do SPZCentro e da sua associado ou daquelas em que, por inerência, tenha direito a
participação noutras instituições e organizações sindicais; participar;
r) Propor ao CG a criação e a extinção das direções dis- ar) Incrementar, por si só ou em colaboração com outros
tritais e a definição do seu âmbito geográfico, bem como a organismos, a promoção e valorização profissional e sócio-
criação, extinção e localização das delegações; -cultural dos associados, através da edição de publicações,
s) Propor ao CG a integração no âmbito geográfico do realização de cursos, seminários, conferências, colóquios,
SPZCentro de outros distritos e concelhos do país em que congressos, espetáculos de animação sócio-cultural e artís-
exista um número significativo de associados; ticos, exposições literárias e artísticas e de outras iniciativas;
t) Decidir a admissão e a readmissão de associados, nos as) Promover, por si próprio ou em cooperação com outras
termos dos estatutos; entidades, iniciativas no plano económico e social, na cultu-
u) Definir a forma de intervenção do SPZCentro nos pro- ra, na saúde, na aposentação, no desporto, no lazer e tempos
cessos de natureza disciplinar ou judicial para defesa dos di- livres, entre outras, que visem a melhoria e defesa da quali-
reitos profissionais dos associados; dade de vida e interesses dos seus associados;
v) Propor ao CG os critérios para definição das quotas or- at) Facultar à MAG os meios necessários ao cumprimento
dinárias e suas percentagens, bem como a sua incidência; das suas atribuições e competências;
x) Propor ao CG a criação de quotas extraordinárias; au) Autorizar a requisição de membros da direção para o
z) Decidir o valor da quotização excecional, nas situações exercício de atividade sindical;
previstas no número 5 do artigo 20.º; av) Exercer as demais competências previstas nos estatu-
aa) Receber as quotas e demais receitas e autorizar a reali- tos.
zação das despesas orçamentadas; 2- Para a concretização dos objetivos previstos no artigo
ab) Propor ao CG a criação de fundos afetos a determina- 7.º, compete, ainda, à direção propor ao CG:
dos objetivos específicos e as suas regras de funcionamento; a) A constituição e a participação do SPZCentro em socie-
ac) Gerir os fundos do SPZCentro, respondendo os seus dades, associações, cooperativas, fundações e outras organi-
membros, solidariamente, pela sua aplicação; zações congéneres;
ad) Propor ao CG as regras de acesso dos associados a b) A criação, gestão e administração, por sua iniciativa ou
determinados benefícios, nos termos do número 4 do artigo em colaboração com outras organizações, de instituições de
12.º; caráter profissional, económico, social, cultural, desportivo e
ae) Elaborar e propor ao CG a regulamentação do direito recreativo, de saúde, de lazer ou de quaisquer outras organi-
de tendência; zações ou estruturas, bem como a sua forma de participação;
af) Decretar greve, por um período não superior a três dias c) A prestação, por sua iniciativa ou em cooperação com
úteis seguidos; outras entidades, públicas ou privadas, de serviços de ordem
ag) Propor ao CG a declaração de greve, por período supe- económica ou social aos seus associados, fomentando o de-
rior a três dias úteis seguidos; senvolvimento e a organização, designadamente, de respos-
ah) Elaborar os regulamentos internos necessários à boa tas sociais nos setores da infância, da juventude e da geriatria
organização e funcionamento dos serviços do SPZCentro, ou outras;
designadamente quanto ao funcionamento das delegações d) A constituição e promoção de empresas de caráter eco-
e instituir formas descentralizadas de funcionamento do nómico, seja qual for a modalidade que revistam, e nelas par-
SPZCentro ao nível das direções distritais; ticipar plenamente com vista a uma melhor prossecução dos
ai) Elaborar e aprovar os regulamentos dos delegados e da interesses dos associados.
assembleia de delegados sindicais;
Artigo 37.º
aj) Constituir secções de atividades e comissões específi-
cas; Competências do presidente da direção
al) Elaborar e aprovar os regulamentos de funcionamento
1- Compete ao presidente da direção:
das secções de atividades e das comissões específicas;
a) Convocar e presidir às reuniões da direção;
am) Criar os grupos de trabalho ou de estudo necessários
b) Representar o SPZCentro em todos os atos, bem como
ao melhor exercício das suas competências;
nas organizações nacionais e internacionais;
an) Compor ou mandar compor o hino do SPZCentro e
c) Coordenar a execução da estratégia político-sindical,
propô-lo para aprovação ao CG;
em conformidade com as deliberações da direção e do CG;
ao) Implementar formas de prestação de serviços, por for-
d) Propor à direção o projeto do regulamento interno da
ma a dar resposta às necessidades e interesses dos associados
direção;
ou a melhorar as suas condições de vida e bem-estar;
e) Propor à direção os projetos de regulamentos das dire-
ap) Propor ao CG a filiação do SPZCentro noutras orga-
ções distritais;
nizações, nacionais ou internacionais, de caráter sindical ou
f) Designar o(s) vice-presidente(s), o responsável finan-
outro, e a sua desfiliação;
ceiro e atribuir pelouros aos membros da direção e definir as
aq) Designar, quando os estatutos ou regulamentos das or-
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A AG eleitoral é constituída por todos os associados no 1- Para apoio à MAG é constituída uma comissão fisca-
pleno gozo dos seus direitos. lizadora eleitoral (CFE), formada pelo presidente e vice-
-presidente da MAG e por um representante de cada lista
Artigo 54.º concorrente, devidamente credenciado.
2- A CFE entra em funções no dia seguinte ao termo do
Capacidade eleitoral
prazo de apresentação de candidaturas e cessará funções com
1- A capacidade eleitoral ativa e passiva é reconhecida a a realização do apuramento de resultados previsto no número
todos os associados que, à data da apresentação das candida- 5 do artigo 72.º, exceto se se verificar a hipótese prevista no
turas, se encontrem filiados há, pelo menos, 30 dias. número 7 do mesmo artigo ou no artigo 73.º, caso em que a
2- A capacidade eleitoral ativa é reconhecida a todos os comissão eleitoral só cessará as suas funções após o apura-
associados que tenham pago a quotização referente ao mês mento decorrente da nova eleição.
anterior à apresentação das candidaturas. 3- A verificação ulterior de irregularidades insanáveis de
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qualquer lista determina o afastamento imediato do seu re- 3- Os candidatos a presidente e o coordenador da direção
presentante da CFE. distrital ocupam os primeiros lugares da respetiva lista, com
4- Perdem automaticamente a qualidade de membros desta a indicação do cargo, sendo os restantes candidatos coloca-
comissão os elementos designados pelas listas que não sa- dos por ordem alfabética.
nem as respetivas irregularidades nos prazos previstos nos 4- Cada lista candidata apresenta um programa de candi-
estatutos. datura.
5- Em cada lista os candidatos são identificados pelo nome
Artigo 58.º
completo, número de associado, número do bilhete de iden-
Competências da comissão fiscalizadora eleitoral tidade/cartão do cidadão e área distrital a que pertencem,
anexando-se os termos individuais, devidamente assinados.
Compete à CFE:
6- Cada lista tem de ser proposta por 10 % ou 200 asso-
a) Dar parecer sobre a regularidade das candidaturas;
ciados no pleno gozo dos seus direitos, de todas as áreas dis-
b) Elaborar relatório de eventuais irregularidades, envian-
tritais, sendo identificados pelo nome completo, número de
do-o à MAG;
associado e área a que pertencem.
c) Apreciar as eventuais razões justificativas do adiamento
7- A apresentação das listas de candidatura é feita com a
do ato eleitoral, emitindo parecer para a MAG;
antecedência mínima de 15 dias e máxima de 20 dias antes
d) Propor à direção a distribuição equitativa de meios téc-
do ato eleitoral, dela devendo constar o nome e morada do
nicos e outros recursos do sindicato pelas listas concorrentes.
seu representante na CFE.
Artigo 59.º 8- As listas são ordenadas alfabeticamente por ordem de
entrega ao presidente da MAG.
Data e publicitação das eleições
9- É eleita a lista candidata que obtiver maior número de
1- As eleições são marcadas com a antecedência mínima votos.
de 30 dias e máxima de 45 dias. 10- Se, por destituição, renúncia, suspensão ou perda de
2- A publicitação da data das eleições é feita mediante mandato, deixar de estar em exercício de funções a maioria
aviso remetido aos associados, por intermédio da estrutura dos membros da MAG, é eleita uma nova mesa pelo CG,
sindical, e publicado em, pelo menos, um dos jornais de in- de entre os seus membros em efetividade de funções, para
formação diária nacional e ou distrital da área abrangida pelo cumprimento do mandato em curso.
SPZCentro, com a indicação do dia, hora, locais e ordem de 11- Na situação prevista no número anterior, a convocação
trabalhos. do CG é feita por um dos secretários, se o presidente e o
Artigo 60.º vice-presidente não estiverem em funções, ou por três mem-
bros do CG, no caso de destituição, renúncia, suspensão ou
Cadernos eleitorais
perda de mandato da totalidade dos membros da MAG.
1- Os cadernos eleitorais são organizados por áreas distri- 12- Se, por destituição, renúncia, suspensão ou perda de
tais, tendo por base a residência dos associados, e dele de- mandato, deixar de estar em exercício de funções a maioria
vem constar o número e o nome dos associados. dos membros da direção, mesmo recorrendo aos elementos
2- Apenas podem fazer parte dos cadernos eleitorais os suplentes, é aberto novo processo eleitoral para todos os cor-
associados no pleno gozo dos seus direitos sindicais e com, pos sociais.
pelo menos 30 dias de sindicalização, contados até à data do 13- Se o presidente e todos os vice-presidentes deixarem
ato eleitoral, conforme estabelecido no artigo 54.º de estar em exercício de funções, definitivamente, a direção,
3- Os cadernos eleitorais são afixados, com uma antece- em reunião convocada pelo presidente da MAG, procede à
dência mínima de 25 dias em relação à data do ato eleitoral, eleição, de entre os seus membros, de um novo presidente,
na sede e nas delegações do SPZCentro. que tem de ser ratificada pelo CG, o qual passa a exercer
4- Da inscrição ou omissão irregulares nos cadernos elei- aquelas funções com caráter interino, até à realização de
torais pode qualquer associado reclamar junto da MAG, nos novo ato eleitoral, nos termos do número 1.
cinco dias subsequentes à sua afixação, a qual delibera no 14- Se não for possível dar cumprimento ao estabelecido
prazo de 48 horas. no número anterior, é aberto novo processo eleitoral para to-
Artigo 61.º dos os corpos sociais.
15- Se o impedimento de todos os membros referidos no
Eleição dos órgãos centrais e distritais número 13 for superior a 45 dias e o seu regresso não for
1- A MAG, a direção, a CDFC e as direções distritais são expectável nos três meses seguintes ao momento do impedi-
eleitas em lista conjunta. mento, a direção nomeia um presidente e um vice-presidente
2- As listas candidatas têm de, obrigatoriamente, ser apre- interino.
sentadas para todos os órgãos cujo mandato termine e, na sua 16- Se, por destituição, renúncia, suspensão ou perda de
constituição, devem respeitar o estabelecido no número 1 do mandato, deixar de estar em exercício de funções a maioria
artigo 27.º (MAG), no número 2 do artigo 34.º (direção), no dos membros da CDFC, mesmo recorrendo aos elementos
número 3 do artigo 38.º (CDFC) e no número 2 do artigo 47.º suplentes, é eleita uma comissão provisória, de entre os as-
(direções distritais). sociados em pleno gozo dos seus direitos, para cumprimento
do mandato em curso.
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CAPÍTULO XI SECÇÃO II
Artigo 78.º
SECÇÃO I
Fundos
Das receitas e despesas 1- O SPZCentro tem de possuir um fundo sindical, desti-
nado à cobertura de eventuais saldos negativos do exercício
Artigo 76.º e a situações imprevistas, que não pode ser inferior a 25 %
do saldo do exercício.
Competência orçamental
2- Este fundo só pode ser afeto a outro fim mediante au-
1- Compete à direção receber as quotizações dos asso- torização do CG, por proposta expressa e fundamentada da
ciados e demais receitas, através dos serviços centrais do direção.
SPZCentro, autorizar a realização de despesas orçamentadas, 3- Podem ser criados outros fundos, sob proposta da dire-
bem como proceder à elaboração do orçamento e submetê-lo ção, por deliberação do CG, destinados a objetivos específi-
à aprovação do CG. cos estabelecidos nos estatutos.
2- O SPZCentro obriga-se por duas assinaturas dos seguin-
tes elementos: presidente da direção ou membro ou membros Artigo 79.º
da direção em que este delegue e o responsável pela área fi-
Contas do exercício e aplicação dos saldos
nanceira ou seu substituto, definidos no regulamento interno.
3- Em sede de regulamento interno, o presidente da direção 1- As contas do exercício elaboradas pela direção, a apre-
e o responsável pela área financeira podem delegar noutros sentar ao CG, com o parecer da CDFC, têm de conter uma
membros da direção a competência para movimentar contas proposta para a aplicação dos saldos positivos do exercício,
afetas às delegações e às secções de atividades e comissões no respeito pelos princípios e objetivos do SPZCentro e para
específicas. cumprimento do estabelecido no número 1 do artigo anterior.
2- Quando o CG não aprove as contas, deve, obrigatoria-
Artigo 77.º mente, requerer peritagem às contas do SPZCentro.
Receitas e despesas
CAPÍTULO XII
1- Constituem receitas do SPZCentro:
a) As quotas dos associados;
Da dissolução e extinção
b) Receitas financeiras provenientes da aplicação dos seus
recursos;
Artigo 80.º
c) Recebimentos derivados do património do SPZCentro,
designadamente rendimentos de capitais e prediais, quando Da dissolução e extinção
existam;
1- A convocatória da AG que tenha por fim deliberar sobre
d) Recebimentos por alienação de património;
a dissolução do SPZCentro tem de ser publicitada com a an-
e) Receitas das ações e iniciativas organizadas pelo SPZCen-
tecedência mínima de 30 dias.
tro;
2- A deliberação sobre a dissolução carece do voto favo-
f) Receitas provenientes de serviços prestados;
rável de três quartos dos associados do SPZCentro no pleno
g) Contribuições, doações, heranças e legados recebidos
gozo dos seus direitos.
de quaisquer entidades, singulares ou coletivas, desde que
3- A proposta de dissolução tem de definir objetivamente
em condições que não comprometam a independência do
os termos em que esta se processa, não podendo, em caso
SPZCentro;
algum, os bens do SPZCentro ser distribuídos pelos asso-
h) Subsídios recebidos de quaisquer entidades para apoio
ciados.
às atividades promovidas pelo SPZCentro;
4- No caso de dissolução ou extinção judicial, os bens do
i) Receitas provenientes do desenvolvimento das ativida-
SPZCentro devem ser atribuídos a uma associação sem fins
des ou iniciativas previstas nas alíneas r), s), t), u), v), x) e
lucrativos, de acordo com deliberação do CG.
aa) do número 1 e no número 2 do artigo 7.º;
5- A liquidação do património social do SPZCentro, em
j) Quaisquer outras receitas que legalmente lhe possam
caso de dissolução ou extinção, será feita pela CDFC.
ser atribuídas ou que venham a ser criadas, entre as quais as
joias e outros contributos que venham a ser definidos pelo
CG. CAPÍTULO XIII
2- As despesas do SPZCentro são as resultantes do paga-
mento dos encargos inerentes às suas atividades, efetuadas Da revisão dos estatutos
no respeito pelos seus princípios e objetivos.
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1- A direção ou a comissão provisória que a substitua limi- 1- A constituição de cada tendência efetua-se mediante
ta-se a fazer a gestão corrente do SPZCentro, nas seguintes comunicação dirigida ao presidente da MAG e do CG, assi-
situações: nada pelos conselheiros que a compõem, com indicação da
a) Entre a realização de eleições até à tomada de posse da sua designação, bem como o nome e a qualidade de quem a
direção eleita; representa.
b) Desde a tomada de posse até à aprovação do organigra- 2- A comunicação referida no número anterior deverá
ma da direção e distribuição dos pelouros aos seus membros; igualmente ser acompanhada dos dados referentes à sua im-
c) Na situação descrita no número 13 do artigo 61.º, até à plementação e representação sindicais, traduzidos pelo nú-
eleição do presidente substituto e distribuição dos pelouros mero de trabalhadores filiados e pelo número de delegados
aos restantes membros; ao CG eleitos com o seu apoio.
d) Enquanto estiver em funções a comissão provisória pre- Artigo 5.º
vista no número 2 do artigo 25.º;
e) Noutras situações em que se verifique vazio de poder. Reconhecimento
2- Quando se verificar alguma situação que se enquadre na 1- Só serão reconhecidas as tendências que hajam feito
alínea e) do número anterior, o presidente da MAG nomeia, eleger, com o seu apoio, pelo menos, 5 % dos membros do
de imediato, uma comissão que assegure a gestão corrente CG do SPZCentro.
do SPZCentro, até que entrem em funções os órgãos ou as 2- Os trabalhadores podem agrupar-se nos locais de traba-
comissões provisórias estatutariamente previstos. lho, para efeitos eleitorais, em tendências.
3- Todo o articulado previsto nos números anteriores apli-
ca-se às direções distritais com as devidas adaptações e de Artigo 6.º
acordo com o previsto no número 2, do artigo 49.º
Representatividade
Artigo 84.º 1- A representatividade das tendências é a que resulta da
sua expressão eleitoral em CG.
Casos omissos
2- Para efeitos do disposto no número anterior, o voto de
Os casos omissos são resolvidos de harmonia com a lei e cada associado é livre, não estando sujeito à disciplina da
os princípios gerais do direito. tendência que o representa.
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Constituição
1- A direção é composta por nove membros: Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito
a) Presidente
do Porto - Cancelamento
b) 1.º Vice-presidente
c) 2.º Vice-presidente
d) Tesoureiro Por sentença transitada em julgado em 23 de abril de
e) Secretário 2015, no âmbito do processo n.º 269/13.0TBPNF, que correu
f) Quatro vogais termos da Comarca do Porto - Instância Central - 1.ª Secção
[…] Cível - J5, movido pelo Ministério Público contra o Sindica-
4- (Eliminado.) to dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito do Porto, foi de-
5- (Eliminado.) clarada a sua extinção judicial, ao abrigo do artigo 9.º da Lei
n.º 7/2009, de 12 de fevereiro e do artigo 456.º do Código do
Artigo 25.º Trabalho, com o fundamento de terem decorrido mais de seis
anos sem que o sindicato tivesse requerido a publicação da
Atribuições e competências
identidade dos membros da direção.
1- São atribuições da direcção todos os actos de adminis- Assim, nos termos dos números 3 e 7 do referido artigo
tração de ordem geral e designadamente os seguintes: 456.º, é cancelado o registo dos estatutos do Sindicato dos
[…] Trabalhadores Agrícolas do Distrito do Porto, efetuado em
e) Outorgar contratos em nome do SNOP, e gerir os recur- 5 de novembro de 1975, com efeitos a partir da publicação
sos financeiros, no âmbito dos seus poderes, salvo quanto deste aviso no Boletim do Trabalho e Emprego.
à alienação e aquisição de património num valor superior a
2500,00 €, que dependerá sempre da assembleia geral.
II - DIREÇÃO
SERS - Sindicato dos Engenheiros - Eleição Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Trans-
formadoras, Energia e Actividades do Ambiente do
Identidade dos membros da direção eleitos em 13 de Centro Norte - SITE-CN - Eleição
março de 2015, para mandato de três anos.
Identidade dos membros da direção eleitos de 17 a 20 de
António Manuel Mendes Marques, bilhete de março de 2015, para mandato de quatro anos.
Presidente
identidade n.º 5045933
Cândida Maria Borges, cartão de cidadão n.º Direcção:
Vice-presidente
07609561 Adelino Silva Nunes Pereira, cartão de cidadão n.º
Secretário
José Joaquim Coelho Silva Monteiro, bilhete 8023062, trabalhador da empresa Renault Cacia em Aveiro.
de identidade n.º 5372910 Alvaro Manuel Ventura Gonçalves, cartão de cidadão n.º
José Miguel Saraiva Gonçalves, bilhete de 07829475, trabalhador da empresa Lito Anadia em Anadia.
Vogais
identidade n.º 535786 Ana Cristina Santos Simões, cartão de cidadão n.º
José Joaquim Serra Nazaré Barbosa, bilhete de 6972834, trabalhadora da empresa Farmalabor em Coimbra.
identidade n.º 2167488 Ana Lisa da Silva Glória, bilhete de identidade n.º
António José Pires Neves Valente, cartão de 8536075, trabalhadora da empresa CIE Plasfil na Figueira
cidadão n.º 04126231 da Foz.
Ana Regina Antunes Silva Nunes, bilhete de identidade
Armando Jorge de Macedo Ferreira, bilhete
de identidade n.º 5362008
n.º 04893469, trabalhadora da empresa Avon Automotive em
Tondela.
1582
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Anabela Neuza Matos Borges Marques, cartão de cida- Jorge Manuel Ventura Poiares, cartão de cidadão n.º
dão n.º 09592794, trabalhadora da empresa Yazaki Saltano 041878779, trabalhador da empresa Caiaca em Coimbra.
em Ovar. José Alves Barbosa, cartão de cidadão n.º 06803057,
António Augusto Lopes de Almeida, bilhete de identida- trabalhador da empresa Soc. Transf. Papeis Vouga em Santa
de n.º 09099897, trabalhador da empresa Gametal em Oli- Maria da Feira.
veira de Azeméis. José Amaro Simões, cartão de cidadão n.º 07158824, tra-
António Cesar Santos Moreira, bilhete de identidade n.º balhador da empresa EDP-Produção na Aguieira.
10642847, trabalhador da empresa Smurfit Kappa em Santa José Carlos Fernandes Reis, bilhete de identidade n.º
Maria da Feira. 5402967, trabalhador da empresa Cifial em Santa Maria da
António Ferreira Pacheco, cartão de cidadão n.º 9633259, Feira.
trabalhador da empresa Thyssenkrupp em Coimbra. José Carlos Rodrigues Calisto, cartão de cidadão n.º
António Manuel Correia Coelho, cartão de cidadão n.º 10436197, trabalhador da empresa Avon Automotive em
7964120, trabalhador da empresa EDP-Distribuição em Tondela.
Coimbra. José Fernando Carvalho Marques, bilhete de identidade
António Moreira Costa Albuquerque, cartão de cidadão n.º 10652688, trabalhador da empresa PSA Peugeot Citroen
n.º 4074751, trabalhador da empresa Auto Industrial em em Mangualde.
Coimbra. José Francisco Paixão Correia, bilhete de identidade n.º
António dos Santos Antunes, bilhete de identidade n.º 6635838, trabalhador da empresa Cobel em Anadia.
04429788, trabalhador da empresa Dura Automotive na José João Gomes Bastos, cartão de cidadão n.º 11871788,
Guarda. trabalhador da empresa DMM em Oliveira de Azeméis.
Armindo Fernando Rodrigues, bilhete de identidade n.º José Silva Santos, cartão de cidadão n.º 07477169, traba-
06309619, trabalhador da empresa Colep Portugal em Vale lhador da empresa F. Ramada - Aços em Ovar.
de Cambra. Júlio Manuel Balreira Correia, cartão de cidadão n.º
Bruno Filipe Martins Ferreira, cartão de cidadão n.º 05590240, trabalhador da empresa JVAL em Águeda.
11839143, trabalhador da empresa Renault Cacia em Aveiro. Justino de Jesus Pereira, bilhete de identidade n.º
Carlos Leite Carvalho, bilhete de identidade n.º 8407232, trabalhador da empresa Polipoli em Espinho.
05455976, trabalhador da empresa Cifial em Santa Maria da Luis Carlos Gomes Claro, bilhete de identidade n.º
Feira. 10855708, trabalhador da empresa PSA Peugeot Citroen em
Carlos Manuel Marques Santos Oliveira, bilhete de iden- Mangualde.
tidade n.º 4484412, trabalhador da empresa Soporcel na Fi- Luís Filipe Duarte Silva, cartão de cidadão n.º 11078294,
gueira da Foz. trabalhador da empresa Flexipol em S. João da Madeira.
Cristina Maria Oliveira de Pinho, cartão de cidadão n.º Manuel Alberto Vieira Dantas Gonçalves Chaves, bilhete
12324895, trabalhadora da empresa Faurecia Metal em S. de identidade n.º 06552233, trabalhador da empresa Renault
João da Madeira. Cacia em Aveiro.
Débora Leonor Rosa Martins, cartão de cidadão n.º Manuel António Pereira Ferreira, cartão de cidadão nº
09850536, trabalhadora da empresa Sasal-Faurecia em Vou- 14030898, trabalhador da empresa Gestamp Aveiro em Oli-
zela. veira de Azeméis.
Francisco Manuel Alves Oliveira, bilhete de identidade Manuel António Pinto Oliveira, bilhete de identidade n.º
n.º 7315778, trabalhador da empresa Sporcel na Figueira da 07076634, trabalhador da empresa Cifial em St.a Maria da
Foz. Feira.
Germano Domingos Pereira Sousa Dias, cartão de cida- Manuel Fernando Oliveira Couto, cartão de cidadão n.º
dão n.º 06973271, trabalhador da empresa Colep Portugal 7457520, trabalhador da empresa Funfrap em Aveiro.
em Vale de Cambra. Manuel José Gomes Pinto, cartão de cidadão n.º
João Francisco Santos Barros, bilhete de identidade n.º 05182619, trabalhador da empresa Eurospuma em Espinho.
09969569, trabalhador da empresa Natural em Viseu. Margarete Luisa dos Santos Amaral, bilhete de identida-
João Manuel Pereira de Almeida, cartão de cidadão n.º de n.º 12469961, trabalhadora da empresa Reditus em Seia.
10802372, trabalhador da empresa Renault Cacia em Aveiro. Maria do Pilar Vicente Costa, cartão de cidadão n.º
João Pedro Serrano Ribeiro, cartão de cidadão n.º 06650792, trabalhadora da empresa Olympus em Coimbra.
12786208, trabalhador da empresa Funfrap em Aveiro. Mário João Chambel Geraldo, cartão de cidadão n.º
Joaquina Rosa Rebimbas G. Teixeira, cartão de cidadão 10748480, trabalhador da empresa Plural em Coimbra.
n.º 05171564, trabalhadora da empresa Faurecia Moldados Miguel Joaquim Q. Ferreira Conceição, cartão de cida-
em S. João da Madeira. dão n.º 07274902, trabalhador da empresa Laboratórios Aze-
Jorge Manuel Pereira Tavares, cartão de cidadão n.º vedo em Aveiro.
07974057, trabalhador da empresa Haworth Portugal em Mónica Sofia Almeida Tavares, bilhete de identidade
Águeda. n.º 12028627, trabalhadora da empresa Grohe Portugal em
Jorge Manuel Tavares Abreu, bilhete de identidade n.º Albergaria-a-Velha.
10754625, trabalhador da empresa PSA Peugeot Citroen em Nuno Valter Costa Matos, bilhete de identidade n.º
Mangualde. 07667761, trabalhador da empresa Coldkit Ibérica em Nelas.
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Patricia Carla Parente Henriques, cartão de cidadão n.º Luis Paulo Bento Mendes, cartão de cidadão n.º
10851294, trabalhadora da empresa Grohe Portugal em Al- 10240304.
bergaria-a-velha. Luis Manuel da Conceição Cavaco, cartão de cidadão n.º
Paulo Alexandre da Costa Dinis, cartão de cidadão n.º 07938201.
10983513, trabalhador da empresa Huf Portuguesa em Ton- Manuel António Santos Inácio, cartão de cidadão n.º
dela. 10296488.
Paulo Alexandre Silva Biscaia, cartão de cidadão n.º Paulo Alexandre Verdu Cascalheira, cartão de cidadão n.º
7867288, trabalhador da empresa F. Ramada-Storax em 10097876.
Ovar. Sergio Miguel Tomas Dias, cartão de cidadão n.º
Paulo Sérgio M. Costa Matos Ferreira, cartão de cidadão 11347158.
n.º 5663375, trabalhador da empresa CIE-Plasfil na Figueira Virgilio Martins dos Santos, cartão de cidadão n.º
da Foz. 12393661.
Pedro Daniel Carvalho Pereira, cartão de cidadão n.º
10351526, trabalhador da empresa Cinca em Mealhada.
Pedro Jorge Correia Lopes, cartão de cidadão n.º
04484644, trabalhador da empresa Prado-Cartolinas na Lou-
sã. Sindicato dos Professores no Estrangeiro - SPE -
Raul da Silva Costa, cartão de cidadão n.º 06494737, tra- Eleição
balhador da empresa Caetano Auto em Coimbra.
Rodrigo Manuel P. Marques Lourenço, bilhete de identi- Identidade dos membros da direção eleitos em 24 de ja-
dade n.º 8215092, trabalhador da empresa Funfrap em Avei- neiro de 2015, para mandato de três anos.
ro.
Sandra Cristina Oliveira Barata, bilhete de identidade Sócio N.º BI
n.º 9031117, trabalhadora da empresa Novartis Farma em
Coimbra. Carlos Alberto Pato - Secretário-geral 3151745
Sandra Helena F. Neves Sousa, bilhete de identidade n.º Joana Maria Sousa Caeiro Marmelo -
6788010
10928479, trabalhadora da empresa Dura Automotive na Secretário-adjunto
Guarda. Bruno Maurício Monteiro da Silva -
12358684
Sérgio Paulo Lopes Sousa Pais, cartão de cidadão n.º Tesoureiro
08453985, trabalhador da empresa Huf Portuguesa em Ton- Maria Glória Sousa Cardoso -Vogal 7449071
dela. Luís Alberto Gomes Lopes - Vogal 10315697
Vitor Manuel Ferreira Silva, cartão de cidadão n.º Helena Luísa Duarte Cosme Franco
6910719
07381182, trabalhador da empresa Coimbra Editora em -Vogal
Coimbra. Maria Helena Fernandes Barreto -
2330201
Vogal
Maria Agostinha Ferreira Gomes 9638956
Susana Rosalina Silva Santos Mota 12781556
Renato Maciel da Silva Magalhães 12192084
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira
Carla João de Freitas Guerreiro 10100376
- Eleição
Rui Pedro Ferreira Gonçalves 11335789
Carla Maria Possacos Moita 9942335
Identidade dos membros da direção do Sindicato dos Tra-
balhadores da Indústria Mineira eleitos em 6, 7 e 8 de abril Maria Virgínia de Sousa Martins 12447280
de 2015, para o mandato de 4 anos. Sérgio Filipe Oliveira Alves 12018667 Suplente
Olga Maria de Castro Silva Fernandes
António Manuel Antunes Alves, cartão de cidadão n.º Barradas
6583558 Suplente
13599592.
Joana Alexandra Andrade da Mota
Jacinto Alves Anacleto, bilhete de identidade n.º 8112427. Maia
11536001 Suplente
Joaquim Proença Martins, bilhete de identidade n.º
Maria de Fátima Pinto Brites 1912070 Suplente
9780117.
Emília Fraga Rodrigues 10916041 Suplente
Jorge Manuel Claro Ervideira, cartão de cidadão n.º
05385963, válido até 22/3/2217. Sílvia Andreia Sampaio Vilela 11882567 Suplente
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ASSOCIAÇÕES DE EMPREGADORES
I - ESTATUTOS
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3- No caso da alínea d) do número 1 a exclusão compete à b) Discutir, votar e aprovar os estatutos, sua alteração, sua
assembleia-geral sob proposta da direcção. revogação e sua substituição;
4- Nos casos da alínea c) do número 1 poderá a direcção c) Aprovar, e alterar os seus regulamentos internos;
decidir à readmissão, uma vez liquidado o débito. d) Definir as linhas gerais de actuação da associação;
5- O associado que haja perdido tal qualidade não tem di- e) Discutir e votar anualmente o relatório da direcção, as
reito algum ao património da associação ou à reposição das contas de gerência e o parecer do conselho fiscal;
importâncias com que haja contribuído. f) Deliberar, sob proposta da direcção, sobre o montante
das jóias e das quotas;
CAPÍTULO III g) Deliberar sobre o recurso de admissão ou rejeição de
associados e de aplicação de multas pela direcção;
Órgãos associativos h) Apreciar ou deliberar sobre quaisquer outros assuntos
para que tenha sido expressamente convocada, bem como
exercer todas as outras funções, que lhe sejam atribuídas es-
SECÇÃO I tatutariamente.
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tante de eventuais taxas de utilização dos serviços da asso- prio, com relato dos trabalhos, e a indicação das deliberações
ciação; tomadas, bem como dos membros presentes.
i) Aplicar sanções, nos termos destes estatutos;
Artigo 26.º
j) Exercer todas as demais funções que lhe sejam atribuí-
das pelos estatutos e pelos regulamentos e praticar todos os Vinculação
actos necessários à realização dos fins da associação.
1- Para obrigar a associação são necessárias e bastantes as
Artigo 23.º assinaturas de dois membros da direcção, devendo uma des-
sas assinaturas ser, sempre que possível, a do vice-presidente
Atribuições do presidente da direcção da área financeira, quando se trate de documentos respeitan-
1- São, em especial, atribuições do presidente da direcção: tes a numerário.
a) Representar a associação em juízo e fora dele; 2- Os actos de mero expediente serão assinados pelo pre-
b) Convocar e presidir às reuniões da direcção; sidente da direcção ou, em seu nome, por qualquer director.
c) Promover a coordenação geral das diversas actividades
Artigo 27.º
da associação;
d) Orientar superiormente os respectivos serviços; Órgãos de apoio à direcção
e) Exercer todas as outras funções que lhe sejam atribuídas
1- São órgãos de apoio à direcção:
pelos estatutos e regulamentos da associação;
a) O secretário-geral - a nomear pela direcção, sendo re-
f) Assegurar as relações com os poderes públicos e a co-
crutado, preferencialmente, de entre os quadros existentes na
municação social;
associação, mas sempre com o parecer dos restantes órgãos
g) Assinar em conjunto com o vice-presidente da área ad-
associativos;
ministrativa e financeira as ordens de pagamento e visar to-
b) O conselho consultivo - a criar facultativamente pela
dos os documentos de receita e despesa.
direcção.
Artigo 24.º 2- Cabe ao secretário-geral:
a) Dar execução aos actos de expediente diário da associa-
Atribuições dos vice-presidentes ção, conforme orientação da direcção;
1- Cabe, genericamente ao vice-presidente da direcção: b) Elaborar em concordância com o presidente, a agenda
a) Lavrar as actas das reuniões de direcção, assiná-las e para reunião de direcção e respectiva acta;
submetê-las às assinaturas dos outros membros; c) Secretariar reuniões de direcção;
b) Elaborar o relatório anual das actividades; d) Em geral, administrar exercendo as funções que lhe fo-
c) Praticar por direito próprio todos os actos necessários à rem atribuídas.
boa resolução dos problemas relativos aos pelouros que lhe 3- O conselho consultivo tem atribuições meramente con-
são confiados. sultivas e poderá ser criado pela direcção para colaborar no
2- Cabe, especialmente, ao vice-presidente da área do co- reforço do movimento associativo e na promoção do desen-
mércio substituir o presidente nas suas faltas ou impedimen- volvimento socio-económico da região, sendo as respectivas
tos temporários. competências, constituição e funcionamento definidas em
3- Cabe, especialmente ao vice-presidente da área admi- regulamento próprio.
nistrativa e financeira:
a) Zelar pelo património da associação; SECÇÃO IV
b) Superintender na contabilidade;
c) Organizar o balanço e proceder ao fecho das contas. Conselho fiscal
Artigo 25.º
Artigo 28.º
Reuniões e deliberações
Composição
1- A direcção da associação reunirá sempre que o julgue
necessário, a convocação do seu presidente ou da maioria O conselho fiscal é composto por três membros, sendo
dos seus membros, mas obrigatoriamente duas vezes em um presidente, um relator e um vogal, eleitos pela assem-
cada mês. bleia-geral.
2- As deliberações serão tomadas por maioria de votos, ca- Artigo 29.º
bendo ao presidente voto de qualidade.
3- Os membros da direcção são solidariamente responsáveis Competência
pelas irregularidades cometidas no exercício das suas Compete ao conselho fiscal:
funções, excepto aqueles que expressamente tenham votado a) Dar parecer - não vinculativo - sobre o montante das
contra as deliberações tomadas ou que, não tendo participa- taxas de utilização dos serviços da associação propostos pela
do nas respectivas reuniões, consignem em acta a sua discor- direcção;
dância na primeira reunião a que compareçam. b) Examinar os livros de escrita, fiscalizar os actos da ad-
4- De cada reunião será lavrada uma acta, em livro pró- ministração financeira;
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
c) Dar parecer sobre o relatório anual da direcção e contas 2- Podem apresentar candidaturas e integrar as respectivas
do exercício; listas todos os associados há pelo menos um ano, que tenham
d) Velar em geral pela legalidade dos actos dos outros ór- sido inscritos no recenseamento geral de eleitores.
gãos sociais, e a sua conformidade aos presentes estatutos; 3- A apresentação de candidaturas será feita mediante a
e) Prestar parecer sobre a aquisição e alienação de bens entrega ou envio das listas com a designação dos membros
imóveis e a transferência da sede; a eleger, devendo obrigatoriamente ser subscritas pelos can-
f) Exercer todas as outras funções consignadas na lei, nos didatos.
regulamentos vigentes, nos presentes estatutos e no regula- 4- Tratando-se de pessoas colectivas, devem ser identifi-
mento interno. cadas através da sua firma com a indicação expressa do seu
representante.
Artigo 30.º
5- As listas deverão conter todos os candidatos aos diver-
Atribuições do presidente do conselho fiscal sos lugares e serão identificadas por letras, segundo a ordem
da sua apresentação.
Compete especialmente ao presidente do conselho fiscal:
6- As listas serão afixadas na sede da associação, em local
a) Convocar e presidir às reuniões do conselho fiscal;
bem visível, até ao dia da eleição.
b) Rubricar e assinar o livro de actas do conselho fiscal;
c) Exercer todas as outras funções que lhe sejam atribuídas Artigo 34.º
pelos estatutos e regulamentos da associação.
As listas serão de forma rectangular, de papel branco,
Artigo 31.º liso, não transparente, sem marca ou sinal e conterão, im-
pressos, os nomes dos candidatos, eventuais representantes e
Reuniões respectivos cargos a que se candidatam.
1- O conselho fiscal reúne ordinariamente uma vez em
Artigo 35.º
cada trimestre e extraordinariamente a convocação do seu
presidente ou da maioria dos seus membros ou ainda a pedi- 1- Não é permitido o voto por procuração.
do da direcção da associação. 2- É permitido o voto por correspondência, o qual deverá
2- Reúne só com a totalidade dos membros. preencher os seguintes requisitos:
3- As deliberações do conselho fiscal serão tomadas pela a) Após o encerramento do prazo para apresentação de
maioria dos membros presentes, cabendo ao presidente o candidaturas os associados interessados em votar por corres-
voto de qualidade e constarão no respectivo livro de actas. pondência deverão solicitar ao presidente da mesa da assem-
4- O conselho fiscal poderá assistir às reuniões da direcção bleia geral a disponibilização imediata do boletim de voto;
da associação, tomando parte na discussão dos assuntos tra- b) O boletim de voto disponibilizado será dobrado em qua-
tados, mas sem direito a voto. tro e contido em sobrescrito fechado;
c) O referido sobrescrito será remetido por carta regista-
CAPÍTULO IV da ao presidente da mesa da assembleia-geral, devendo ser
acompanhado da identificação do votante, assinada e auten-
Das eleições, do exercício dos cargos directivos e da ticada com o carimbo da firma sempre que se trate de pessoa
destituição dos dirigentes colectiva;
d) Só serão considerados os boletins de voto recebidos até
à data agendada para as eleições.
SECÇÃO I
Artigo 36.º
Processo eleitoral 1- A mesa da assembleia-geral funcionará como mesa de
voto na sede da associação, entre as 10h00 e as 22h30 do dia
Artigo 32.º das eleições.
1- Cabe à direcção promover até 30 dias antes da data pre- 2- Os boletins de voto, que conterão a designação de todas
vista para a realização das eleições o recenseamento geral as listas candidatas, serão dobrados em quatro e introduzi-
dos eleitores. dos, um por cada votante, pelo presidente da mesa na res-
2- Só podem ser inscritos no recenseamento os sócios que pectiva urna de voto, sendo dada baixa no caderno eleitoral.
até 30 dias antes da eleição, se achem no pleno gozo dos seus 3- Terminada a votação, proceder-se-á ao apuramento fi-
direitos associativos. nal.
3- Das operações de recenseamento e do resultado cabe Artigo 37.º
recurso para o conselho fiscal, que decidirá em quarenta e
1- Os eleitos tomam posse no prazo de 30 dias e no dia
oito horas.
designado pelo presidente da mesa da assembleia-geral.
Artigo 33.º 2- No caso de não tomarem posse dentro do prazo referido
1- A apresentação de candidaturas terá lugar até 10 dias no número anterior, a eleição ficará sem efeito.
antes do dia marcado para a eleição.
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Remunerações dos cargos socais Os presentes estatutos entram em vigor após a sua apro-
vação em assembleia-geral e posterior publicação no Bole-
É gratuito o exercício dos cargos sociais, mas os seus
tim do Trabalho e Emprego.
membros serão reembolsados de todas as despesas que, por
via deles, efectuarem, sempre que devidamente justificadas.
Registado em 7 de maio de 2015, ao abrigo do artigo
449.º do Código do Trabalho, sob o n.º 24, a fl. 128 do livro
n.º 2.
II - DIREÇÃO
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1593
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Vice-presidente Vice-presidente
Candidato - Balcão do Marquês, L.da Candidato - JASE, Empreendimentos Turísticos, L.da
Representantes: Representantes:
Efetivo - Ernesto Martins dos Santos Efetivo - Joaquim Ribeiro
Suplente - Fernando M. Martins dos Santos Suplente - Salvador Oliveira
Vice-presidente Vice-presidente
Candidato - Covanca em Lisboa - Restauração e Servi- Candidato - José da Silva Carvalho - Catering, SA
ços, L.da Representantes:
Representantes: Efetivo - António Alberto Guerra Leal Teixeira
Efetivo - Júlio Fernandes Suplente - Rui Manuel de Almeida de Eça Pereira da
Suplente - Tiago Filipe Quaresma de Jesus Costa
Vice-presidente Vice-presidente
Candidato - Sabores Calientes, L.da Candidato - Sistemas Mc Donald’s Portugal, SA
Representantes: Representantes:
Efetivo - Paulo Jorge dos Santos Mendonça Efetivo - Sofia Teixeira de Abreu Belmar da Costa de
Suplente - Eduarda Conceição Álvaro Viana Mendoça
Suplente - Filipe Júlio dos Santos Neves
Vice-presidente
Candidato - Abrantes da Mota Veiga, L.da Vice-presidente
Representantes: Candidato - KAPAINVEST - Hotelaria e Similares, SA
Efetivo - Jorge Manuel da Silva Almeida Loureiro Representantes:
Suplente - Carlos Manuel Almeida Ferreira Efetivo - Eugénio Nuno da Silva Ribeiro
Suplente - Paulo Fernando de Andrade Dâmaso
COMISSÕES DE TRABALHADORES
I - ESTATUTOS
...
II - ELEIÇÕES
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Suplentes: Suplentes:
Nome N.º BI/CC Paulo David Campos Amorim
Ana Rita Pereira Almendra 13218465 Fernando António Sousa Costa
Carlos Manuel Frades Lopes 09852525 Bruno Alexandre Moreira Dias
Rui Miguel Bravo dos Santos 10771289 Bruno Miguel Mendes Moreira
Pedro Miguel da Silva Miranda Pires
Registado em 8 de maio de 2015, ao abrigo do artigo Luís Filipe Teixeira Sobral
438.º do Código do Trabalho, sob o n.º 40, a fl. 10 do livro Pedro André Ferreira Coelho
n.º 2. Jaime Paulo Abreu Amorim
António José Correia de Oliveira
Paulo Renato Barbosa Maia
José Frederic Ferreira de Oliveira
I - CONVOCATÓRIAS
Hotéis Tivoli, SA - Convocatória «Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 27.º
da Lei n.º 10/2009, de 10 de setembro, convocam-se todos
Nos termos da alínea a) do artigo 28.º da Lei n.º 102/2009, os trabalhadores da empresa: Hoteis Tivoli, SA, a participar
de 10 de setembro, procede-se à publicação da comunicação na eleição dos representantes dos trabalhadores para a se-
efetuada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de gurança e saúde no trabalho, a realizar nos dias 21 de julho
Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, relativa de 2015, no período das 10 às 16 horas, nos refeitórios das
à promoção da eleição dos representantes dos trabalhadores respetivas unidades hoteleiras, nomeadamente: Hotel Tivoli
para a segurança e saúde no trabalho da Hotéis Tivoli, SA, Lisboa, Av. da Liberdade, 185; Hotel Tivoli Sinta, Praça da
recebida na Direção-Geral do Emprego e das Relações de República, em Sintra Hotel Palácio Seteais, Rua Barbosa do
Trabalho em 23 de abril de 2015. Bocage, 8, Sintra.»
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
II - ELEIÇÃO DE REPRESENTANTES
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Nome CC Suplentes:
José Manuel Peixoto Sousa 10177828
BI/CC Validade
António Manuel Pereira do
Registado em 4 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º Cabo
08120308 27/10/2016
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 28, a fl. 97
José Armindo Fernandes 06613937 29/8/2018
do livro n.º 1.
Joaquim Martins da Cunha 05717927 6/7/2015
José Manuel Ferreira Andrade 05802152 24/2/2017
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Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Câmara Municipal de Matosinhos - Eleição rança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Valongo,
realizada em 13 de abril de 2015, conforme convocatória
Eleição dos representantes dos trabalhadores para a segu- publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 5, de 8 de
rança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Matosi- fevereiro de 2015.
nhos, realizada em 10 de abril de 2015, conforme convoca- Efetivos:
tória publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 5, de
8 de fevereiro de 2015. BI/CC Validade
BI/CC Validade
Registado em 6 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
Maria Celeste da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 35, a fl. 98
Pereira dos Santos 05826374 13/4/2015 do livro n.º 1.
Ferreira
Tânia Filipa
Carrilho Ribeiro 12579605 24/7/2019
Martins
Fernando Manuel Câmara Municipal de Paços de Ferreira - Eleição
Ascenção Moreira 07418199 10/1/2016
da Silva Eleição dos representantes dos trabalhadores para a segu-
António Joaquim
7119910 15/1/2017
rança e saúde no trabalho na Câmara Municipal de Paços de
Fernandes Laroca Ferreira, realizada em 15 de abril de 2015, conforme convo-
Carlos Manuel catória publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 4,
Teixeira Araújo 10198045 Lisboa de 29 de janeiro de 2015.
Pereira
Efetivos:
Manuel da Silva
08558130 2/1/2019
Araújo Júlio Paulo Ferreira da Silva BI/CC n.º 11924085
Ana Maria Barros Germano Olipio Martins Pereira BI/CC n.º 11496139
11225692 5/3/2015
Moreira
Luís Mauro Pinto Alves Peixoto BI/CC n.º 11787768
José Maria Ribeiro Barbosa BI/CC n.º 9975881
Registado em 6 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 33, a fl. 97 Suplentes:
do livro n.º 1.
Azemiro Manuel Moreira
BI/CC n.º 6600554
Morais
José Pedro Moreira Martins BI/CC n.º 10565500
Joaquim Rocha da Cunha BI/CC n.º 06670669
Câmara Municipal de Valongo - Eleição Belmiro Duarte Lopes BI/CC n.º 7127045
1598
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Registado em 7 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º da João Paulo Mesquita Vieira BI/CC n.º 08463279
Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 36, a fl. 98 do
Domingos Rogério Ferreira Sousa BI/CC n.º 09102893
livro n.º 1.
Suplentes:
Suplentes:
Câmara Municipal de Gondomar - Eleição
Nome N.º BI/CC
Eleição dos representantes dos trabalhadores para a se- Manuel Fernando Vaz Ribeiro 5816631
gurança e saúde no trabalho na Câmara Municipal de Gon- Laura Maria Ribeiro da Silva Couto 3998212
domar, realizada em 14 de abril de 2015, conforme convoca- José Manuel Moreira Maia 10121235 6ZY2
António Manuel Pinheiro Ribeiro de Sousa 03704750 7ZZ5
tória publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 4, de Fernando Sousa Barbosa 8452244
29 de janeiro de 2015.
Efetivos: Registado em 6 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 47, a fl. 99
Fernando Oliveira Novo BI/CC n.º 7237063 do livro n.º 1.
José Araújo Costa BI/CC n.º 03859293
Vitor Alcino da Silva Moreira BI/CC n.º 10067618
Maria de Lourosa Tavares da Silva BI/CC n.º 6907336
Gaspar Joaquim Leal da Silva Coutinho BI/CC n.º 07384287
1599
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Câmara Municipal de Marco de Canaveses Registado em 7 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
- Eleição da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 43, a fl. 98
do livro n.º 1.
Eleição dos representantes dos trabalhadores para a se-
gurança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Marco
de Canaveses, realizada em 10 de abril de 2015, conforme
convocatória publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, Câmara Municipal de Felgueiras - Eleição
n.º 4 de 29 de janeiro de 2015.
Efetivos: Eleição dos representantes dos trabalhadores para a segu-
rança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Felguei-
Nome N.º BI/CC ras, realizada em 16 de abril de 2015, conforme convocatória
José Augusto Machado de Queirós Santana 07922373 publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 4, de 29 de
Inês Ambrósio Rodrigues 11801512 janeiro de 2015.
José Joaquim Teixeira Nogueira 06618980
Efetivos:
Manuel António Machado Monteiro 11737820
Suplentes: Nome N.º BI/CC
Rui Miguel Teixeira Mendes 12089619
Nome N.º BI/CC Agostinho Fernando Costa Leite 11727717 7ZZ8
Luiz António Pereira Antunes 16010665 João Pereira Ferreira 06371652
Luciana Isabel Machado Monteiro 12521374 Maria José da Costa Lira 03597507
José Jorge Nunes Saraiva 09639602 Manuel Moreira 05800880 2ZY5
António da Silva Nogueira 09736854
Suplentes:
Nome N.º BI/CC Eleição dos representantes dos trabalhadores para a se-
João Agostinho Pereira Rodrigues Gonçalves 05744804 gurança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Baião,
Carlos Alberto Pereirinha Campêlo 11522425 realizada em 16 de abril de 2015, conforme convocatória pu-
Victor Emanuel Gonçalves Cruz Alvura 5816691 blicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 4, de 29 de
Paula Maria Oliveira Gonçalves e Silva 07500641 janeiro de 2015.
Fernando Madeira de Oliveira 05906885
Efetivos:
Suplentes:
Nome N.º BI/CC
Nome N.º BI/CC André Filipe Ferreira da Silva 11514681
João Carlos Moreira Vieira 06464473 Torcato Macedo Monteiro 10044072
Manuel Luís Ferreira Pereira 07341330 Joaquim José de Almeida de Sousa Carvalho 11660925
Víctor Manuel de Almeida Gradíssimo 8551665
António Manuel Santos Teixeira 5811108
Maria da Luz Pereirinha Cardoso Silva
Ramos 06801285
1600
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Suplentes: Efetivos:
Fernando Gomes Sousa 8261218 Tomás Gomes Ferreira 82142313 6/5/2015 Lisboa
José Pereira Cardoso 08637626 Valentim Rego Martins 08621413 24/4/2018
José Sousa Santos 08906517 Marcela Maria da Cunha
5733964 28/1/2008 Porto
Amado Branco
Registado em 7 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º José Manuel Correia
08563838 31/5/2011 Lisboa
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 39, a fl. 98 Borges
do livro n.º 1. Suplentes:
BI/CC Emissão Validade
João Manuel Castro
11694596
Lopes
Câmara Municipal de Amarante - Eleição António Alberto Costa
08291241 18/1/2020
Carneiro
Eleição dos representantes dos trabalhadores para a segu-
rança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Amaran- Arnaldo da Silva Martins 9/1/2016
07254601
te, realizada em 17 de abril de 2015, conforme convocatória César Liberto Correia
publicada no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 4, de 29 de 3999410 15/1/2018
Pereira
janeiro de 2015.
Efetivos: Registado em 7 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 51, a fl. 99
Nome N.º BI/CC do livro n.º 1.
Carlos Alberto Ribeiro Pereira 5819578
José Maria da Silva Lemos 7958766
Aurélio Paulo Ramos Peixoto 100059328
Manuel Fernando Pereira Guedes 08555870
Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia - Eleição
Suplentes:
Nome N.º BI/CC Eleição dos representantes dos trabalhadores para a se-
gurança e saúde no trabalho da Câmara Municipal de Vila
Pedro Miguel Silveira Dias dos Santos 10157486 Nova de Gaia, realizada em 13 de abril de 2015, conforme
Carlos Manuel Sousa Costa 5942978 convocatória publicada no Boletim do Trabalho e Emprego,
José António Carvalho Moura 10812925 n.º 5, de 8 de fevereiro de 2015.
Alcino Carlos Cardoso Miranda 3712509
Efetivos:
Registado em 6 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º BI/CC Emissão Validade
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 44, a fl. 98
Agostinho Pereira da
do livro n.º 1. Costa
05898889 25/5/2019
1601
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
1602
Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 19, 22/5/2015
Registado em 4 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º Rui Miguel Oliveira Valente 12592630
da Lei nº 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 31, a fl. 97
do livro n.º 1.
Registado em 6 de maio de 2015, ao abrigo do artigo 39.º
da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, sob o n.º 45, a fl. 99
do livro n.º 1.
1603