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Índice
Objetivos................................................................................................................................................................5
Conteúdos Programáticos......................................................................................................................................6
o Perturbação do desenvolvimento infantil: um desafio para pais e professores...............................................6
o Perturbações Emocionais.................................................................................................................................6
Perturbações do desenvolvimento infantil e saúde mental....................................................................................7
Capítulo I - DESENVOLVIMENTO INFANTIL..................................................................................................7
Fatores de risco em neurodesenvolvimento – Genética e Ambiente...................................................................11
Neurodesenvolvimento infantil............................................................................................................................11
Fatores de risco no desevolvimento infantil – ambiente e genética.....................................................................12
Alteração no desenvolvimento e crescimento infantil.........................................................................................16
Capítulo II - PERTURBAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL........................................................18
Deficiência Mental (DM) e/ou Deficiência Cognitiva/intelectual.......................................................................18
Classificação da Deficiência Mental:...................................................................................................................19
Características das crianças com deficiência mental...........................................................................................20
Avaliação:.............................................................................................................................................................21
Deficiência Intelectual ou atraso cognitivo..........................................................................................................21
Causas da Deficiência Intelectual e/ou Atraso Cognitivo....................................................................................22
O diagnostico a Deficiência Intelectual e/ou Atraso Cognitivo...........................................................................23
Expectativas de futuro das crianças com Deficiência Intelectual........................................................................25
Expectativas de futuro das crianças com Deficiência Intelectual na Escola.......................................................26
As Perturbações do Espectro do Autismo ou Perturbações Globais do Desenvolvimento..................................26
A Perturbação de Desenvolvimento da Coordenação Motora.............................................................................27
As Perturbações Específicas da Linguagem (PEL).............................................................................................28
As Perturbação Cognitiva Não-Verbal.................................................................................................................29
Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA).............................................................................33
Perturbação do desenvolvimento infantil: um desafio para pais e professores...................................................35
Perturbações Emocionais infantil........................................................................................................................37
Capítulo III – SAÚDE MENTAL INFANTIL.....................................................................................................39
A importância da Pedopsiquiatria........................................................................................................................41
A saúde mental infantil em Portugal....................................................................................................................42
Os desafios do programa de saúde mental infantil..............................................................................................43
Bibliografia Consultada.......................................................................................................................................47
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Objetivos
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Conteúdos Programáticos
o Definição e Conceitos
o Problemas de Saúde Mental em Crianças e Adolescentes
o A importância da Pedopsiquiatria
o A saúde mental infantil em Portugal
o Os desafios do programa de saúde mental infantil
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Perturbações do desenvolvimento infantil e saúde mental
O NASCIMENTO
O nascimento é um grande choque para o bebé. De repente, abandona o aconchego do
ventre materno para um mundo cheio de luz, ruído, frio e completamente diferente do
meio onde se desenvolveu durante 9 meses.
O bebé nasce com cerca de 270 ossos, alguns dos quais se fundem (crânio e coluna
vertebral), diminuindo para 206 ossos na idade adulta.
Ao nascer, algumas partes do esqueleto ainda se encontram na sua fase cartilaginosa e é
por isso que o seu corpo é tão frágil. Quando as cartilagens endurecem formando
ossos é a partir desse momente que o bebé consegue controlar os seus movimentos
começando por se sentar, gatinhar, andar, correr e saltar.
O SONO DO RECÉM-NASCIDO
O recém-nascido dorme cerca de 16 a 17 horas por dia. Nos primeiros 10 a 20
minutos, o sono é leve e agitado. Após este período, o sono torna-se profundo.
Geralmente, o bebé desperta de 3 em 3 horas para se alimentar. Depois de mamar,
feita a higiene pessoal ou outros cuidados de que necessite, volta a adormecer.
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O bebé vem equipado com uma série de reflexos, respostas primitivas que acabam por
desaparecer nos primeiros meses de vida passando a ser substituídas por diferentes
ações controladas pelas zonas mais desenvolvidas do cérebro.
DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO
No primeiro ano de vida, o cérebro produz sinapses mais rapidamente do que em
qualquer outro período da vida e, até aos 3 anos, forma mil biliões de ligações neurais.
O desenvolvimento do bebé ocorre em modo acelerado e os estímulos
ambientais condicionarão a personalidade da criança por toda a vida.
OS SENTIDOS DO RECÉM-NASCIDO
O paladar é o sentido mais apurado à nascença. As papilas gustativas desenvolvem-se
no 2º mês da gravidez e, por volta das 32 semanas, o paladar apura-se e o feto
distingue o doce, o salgado, o ácido e o amargo.
Ao nascer, o bebé sente o cheiro do leite materno e procura o peito por instinto. O bebé
aprende a reconhecer o cheiro da mãe que o acalma e conforta. O odordesenvolve-se
cedo. A partir dos 6º mês da gestação, através do líquido amniótico, o bebé já apercebe
diferentes odores, especialmente o dos alimentos da dieta da mãe.
O tato é o primeiro sentido a desenvolver-se no ventre. No 2º mês, o bebé ganha
sensibilidade nos lábios e ao 4º tem sensibilidade na palma das mãos, plantas dos pés e
rosto.
Por volta dos 3 meses de idade, a coordenação mão-olho está desenvolvida e o bebé
sente a necessidade de tocar em tudo.
Massajar o bebé e conversar com ele são formas de estreitar o vínculo entre os pais e o
seu bebé ao mesmo tempo que proporciona segurança e afetividade.
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A visão é o sentido menos desenvolvido à nascença e o bebé só consegue focar a
pequenas distâncias (a distância que vai do rosto da mãe ao peito).
Nas primeiras semanas de vida, o bebé distingue apenas cores de
alto contrastes (preto/branco) e não distingue as cores (só o fará por volta dos 3-4
meses de vida. Por volta dos 8 meses de idade, a visão do bebé é praticamente perfeita.
De acordo com Mukhina (1996) não é qualquer atividade que provoca o desenvolvimento
das capacidades, mas atividades que implicam na participação da criança, e ao mesmo
tempo em que adquira significado social. Além disso, outras questões serão fontes de
interpretação como a intensidade na realização de atividades lúdicas, considerando as
apropriações que essas situações propiciam para o seu desenvolvimento e aprendizado;
e principalmente como os professores interpretam e concebem o brinquedo, as
brincadeiras, o aprendizado, desenvolvimento, apropriação do conhecimento por meio da
mediação pedagógica.
El juego no es la única actividad em la edad preescolar. Los niños em esta edad
tienen uma vida muy activa y variada; dibujan, modelan, construyen, miran los
libros ilustrados y escuchan los cuentos de los adultos, observan los fenómenos de
la naturaleza, se sirven a si mismos (se visten solos, recogen los juguetes),
realizan encargos sencilhos de los adultos por iniciativa propia hacen juguetes de
cartón y madera para ellos y para otros niños. Cada uno de estos tipos de
actividad tiene sus particularidades y ejerce uma influencia sobre el desarollo del
niño (SOKOLOV, 1969, p. 515).
Assim, a criança por meio do jogo reproduz as relações sociais com os adultos, ou seja,
as linguagens infantis expressam atividades produtivas. Para entender esse processo
constitutivo da formação humana, Mello (2004) destaca um importante elemento da
Teoria Histórico-Cultural que possibilita a compreensão do processo de aprendizagem: os
chamados períodos sensitivos, pois cada idade merece um tipo de ensino adequado, já
que este influencia positivamente e com mais força nas qualidades em formação.
Nos primeiros meses, a atividade principal do bebê é a comunicação emocional com as
pessoas que a rodeiam. Aos três anos, o interesse da criança centra-se na imitação das
ações adultas que envolvem os objetos culturais da humanidade. Até os seis anos, a
atividade principal é o faz-de-conta. Com o ingresso no sistema escolar, a atividade
principal da criança passa a ser o estudo. Ou seja, “em cada etapa de desenvolvimento,
a criança adota um tipo de atividade que permite dentro das particularidades desse
desenvolvimento, a ampliação de suas qualidades humanas” (MELLO, 2004, p. 147), no
qual o sentido é derivado pela interrelação entre o motivo e o objetivo.
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Nesse sentido, “[...] a criança tem de saber destacar o que é importante na realidade
que a rodeia, saber comparar, ver as diferenças e as semelhanças, raciocinar, encontrar
as causas dos fenômenos e tirar conclusões” (MUKHINA, 1996, p. 303). Por isso, as
linguagens infantis são formas de comunicação e expressão da criança com o mundo:
sentimentos, experiências e relações sociais, constituição e desenvolvimento de
qualidades especificamente humanas. As especificidades da infância são construídas a
partir de elementos como brincadeiras, relações com o outro e objetos que tem papel
fundamental para o desenvolvimento da criança, pois ela reproduz as relações e as
atividades dos adultos de forma lúdica. Nas atividades que a criança realiza com
autonomia, independência, ela está interpretando situações reais, assumindo papeis
sócias e desvendando as implicações de torna-se humano.
Deste modo, ressaltamos a importância das atividades desenvolvidas na Educação
Infantil, sobretudo na pré-escola que atende crianças de 4 e 5 anos de idade, pois
conforme Mello (2005, p. 24) “[...] as atividades de expressão como o desenho, a
pintura, a brincadeira de faz-de-conta, a modelagem, a construção, a dança, a poesia e a
própria fala” são imprescindíveis na constituição de características especificamente
humanas. Para Mukhina (1996) cabe reiterar que o importante dessa prática educativa
voltada para a apropriação das qualidades especificamente humanas por parte da criança
pequena centra-se no caráter da atividade produtiva desenvolvida, ou seja, mais uma
vez se reforça a idéia da situação lúdica permear as tarefas de trabalho e deste modo
assegurar que o trabalho torne-se coletivo.
A criança recebe suas primeiras noções sobre o trabalho produtivo observando os
adultos, escutando o que esses lhe contam a através dos livros. A criança produz
em seus jogos a ações e relações de trabalho com os adultos e assim compreende
que o trabalho é necessário e tem um caráter ativo (MUKHINA, 1996, p. 183).
O brincar é atividade principal da criança na educação infantil, pois são nestes momentos
que ela concentra suas percepções acerca da realidade que vivencia. Por exemplo, o
desenho e a modelagem também desempenham papéis relevantes no processo de
humanização. Além disso, tanto nos jogos quanto nos desenhos e também na execução
de outras tarefas, as crianças aprendem a planear suas ações (SOKOLOV, 1969).
Portanto, é por meio do jogo que a criança aprende as formas de comportamento dos
adultos e adquire conhecimentos e hábitos sociais (Mukhina, 1996). Cabe frisar que as
relações sociais, a inserção em determinados grupos sociais e o acesso à cultura que
cada pessoa tem, determinam o seu desenvolvimento psíquico. Por isso a ação educativa
que é estabelecida com a criança determina-se por uma concepção de criança, de
sociedade e de educação.
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Fatores de risco em neurodesenvolvimento – Genética e Ambiente
Neurodesenvolvimento infantil
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Fazem parte dessas competências a motricidade global, a manipulação, as competências
sensoriais, como a visão e a audição, a comunicação e a linguagem, os comportamentos,
as competências cognitivas não verbais e verbais, os afectos e as emoções.
os défices cognitivos;
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linguagem. Este crescimento ocorre especialmente durante as etapas críticas do
desenvolvimento e maturação neurocerebral do individuo. (LEGARDA, 2010, pg 15).
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socialmente, podem apresentar maior risco de estarem sendo submetidas à violência,
aspetos que podem agravar os fatores de riscos, como os ambientais: lar violento,
discórdia conjugal, baixo status socioeconômico, aprovação da violência e da punição
física pela sociedade.
Desnutrição;
Atraso no desenvolvimento;
Morte;
Distúrbio de atenção;
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Transtorno pós-traumático;
Prostituição e promiscuidade;
Ideação suicida.
No contraponto aos fatores de risco, estão os fatores de proteção, que são condições ou
variáveis ambientais, biológicas, genéticas ou sociais que agem a favor do
desenvolvimento da criança e atuam na prevenção de aparecimento de desordem
emocional ou comportamental. Esses fatores de proteção podem ser resumidos em um
bom funcionamento familiar, existências de vínculos afetivos, apoio e monitoramento
parentais e extrafamiliar. São destacados os seguintes fatores:
autoestima;
coesão familiar;
suporte cultural.
Maia e Williams (2005) também dissertam sobre práticas educativas positivas, isto é, no
uso adequado da atenção e estabelecimento de regras; no afeto seguro e contínuo; no
acompanhamento das atividades escolares e de lazer; no comportamento familiar que
desenvolva empatia, senso de justiça, de responsabilidade, de trabalho, de generosidade
e de conhecimento do certo e errado; grau de escolaridade materna e seu baixo nível de
depressão; vínculo afetivo positivo com outros cuidadores; crenças religiosas; presença
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de amigos; frequência na escola e bons vínculos com professores. Citam evidências de
resultados positivos de intervenção junto a familiares de adolescentes, promovendo a
supervisão familiar e o monitoramento, facilitando assim a comunicação intrafamiliar com
o objetivo de criar vínculos efetivos. Outra temática interessante é a importância da
resiliência na criança como um fator de proteção. Para o desenvolvimento desse
comportamento é importante o relacionamento positivo com ao menos um adulto
significativo, a existência de uma crença religiosa, expectativa acadêmica, ambiente
familiar positivo, inteligência emocional e habilidade para lidar com o estresse.
Concluem os autores do texto insistindo sobre a importância dos profissionais, que atuam
junto à infância e adolescência, conhecerem esses fatores para poderem atuar e intervir.
Assim como conhecer a rede de proteção social, instituições, como: assistência social e
de saúde que têm como princípio de ação garantir os direitos de um desenvolvimento
integral às crianças e adolescentes, também como estratégia da prevenção ou para
situações de intervenção. Vale ressaltar o papel da escola que é tão importante quanto o
da família. A escola assume um papel importante no desenvolvimento infantil, pois é o
local onde se sistematiza a educação e se estabelece a função social de promover a
aprendizagem dos conteúdos da cultura, estimulando as capacidades da criança em sua
forma singular de ser e de fazer (BISSOLI, 2014, p. 595). Ainda segundo Bissoli (2014,
p. 595) “cabe ao professor compreender que a cultura, por diferentes formas de
mediação, pode ser apropriada pela criança, contribuindo para sua formação como
pessoa completa”. Dessa forma, proporciona às crianças um espaço estruturado e
organizado para se conhecer e testar suas capacidades e desenvolve-las.
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Alteração no desenvolvimento e crescimento infantil
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a mensuração adequada e padronizada nas técnicas com fornecimento de treinamento
aos profissionais de saúde para que não ocorra viés nos resultados encontrados.
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pós-natais (traumatismos nos primeiros meses de desenvolvimento infantil,
infeções, intoxicações);
Causas ambientais, englobam ambientes onde não existe contato social
(orfanatos, isolamento) e as deficiências nutricionais prolongadas.
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Características das crianças com deficiência mental
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diminuiu a taxa de prevalência da deficiência mental, como consequência das
melhorias nas condições sócias e na saúde.
Avaliação:
A avaliação das crianças com deficiência mental tem como objetivo obter informações
para estabelecer um programa de intervenção, com vista a melhorar a linguagem e
comunicação e as capacidades de adaptação. O Terapeuta da Fala avalia a Fala, a
Motricidade Orofacial e as várias áreas da Linguagem.
Intervenção:
A intervenção do terapeuta da fala com as crianças portadoras de deficiência mental
baseia-se nas dificuldades linguísticas que cada criança apresenta. Esta intervenção tem
objetivo de promover as competências comunicativas através de situações do mundo real
e de cenários familiares, trabalhando o concreto e depois o abstrato.
A terapia com estímulos abundantes e reforço constante é fundamental para tornar a
comunicação mais satisfatória.
Deficiência intelectual ou atraso cognitivo é um termo que se usa quando uma pessoa
apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas
como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social.
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Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento
dessas pessoas.
As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a
caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se
ou comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto
aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não
consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue
aprender tudo.
Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo,
se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de
desenvolvimento mental.
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Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. No entanto,
constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto
possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca forçosamente um
atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool durante a gravidez também não;
todavia, constituem riscos demasiados graves para que não se procure todos os cuidados
de saúde necessários para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de
álcool durante a gravidez.
O atraso cognitivo não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão,
esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou
esperar uma cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender a fazer
muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas aprendem algo para
sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso precisam, em regra,
de mais tempo e de apoios para lograrem sucesso.
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Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as capacidades
mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspetos fazem
parte da definição de atraso cognitivo comum à maior parte dos cientistas que se
dedicam ao estudo da deficiência intelectual.
A maior parte dos estudos aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as crianças
com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças mais
novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de
planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso cognitivo. Esta percentagem é
um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um
valor de referência.
É importante que os pais procure saber mais sobre deficiência intelectual: outros pais,
professores e técnicos poderão ajudar.
Incentive o seu filho a ser independente: por exemplo, ajude-o a aprender competências
de vida diária, tais como: vestir-se, comer sozinho, tomar banho, arrumar-se para sair.
Atribua-lhe tarefas próprias e de responsabilidade, tenha sempre em mente a sua idade
real, a sua capacidade para manter-se atento e as suas competências. Divida as tarefas
em passos pequenos. Por exemplo, se a tarefa da criança é a de pôr a mesa, peça-lhe
primeiro que escolha o número apropriado de guardanapos; depois, peça-lhe que coloque
cada guardanapo no lugar de cada membro da família. Se for necessário, ajude-o em
cada passo da tarefa. Nunca o abandone numa situação em que não seja capaz de
realizar com sucesso. Se ele não conseguir, demonstre como deve ser.
Elogie a criança sempre que consiga resolver um problema. Não se esqueça de elogiar
também quando ela se limita a observar a forma como se pode resolver a tarefa: ele
também realizou algo importante, esteve consigo para que as coisas corram melhor no
futuro.
Procure saber quais são as competências que o seu filho está aprendendo na escola e
encontre formas de aplicar essas competências em casa. Por exemplo, se o professor lhe
está ensinando a usar o dinheiro, leve o seu filho ao supermercado, ajude-o a reconhecer
o dinheiro necessário para pagar as compras. Explique e demonstre sempre como se faz,
mesmo que a criança pareça não perceber. Não desista, nem deixe nunca a criança em
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uma situação de insucesso, se puder evitar.
Os professores devem estar preparados para trabalhar com crianças que tem deficiência
intelectual, o desempenho do professor pode fazer grande diferença na vida de um aluno
com deficiência principalmente. Não devem deixar que o aluno abandone a tarefa numa
situação de insucesso. Se for necessário, solicitar ao aluno que seja ele a ajudar o
professor a resolver o problema. Devem partilhar com o aluno o prazer de encontrar uma
solução e desenvolver no aluno competências de vida diária, competências sociais e de
exploração e consciência do mundo envolvente, incentivando-os a participar em
atividades de grupo e nas organizações da escola.
Atualmente 87% das crianças com deficiência intelectual só serão um pouco mais lentas
do que a maioria das outras crianças na aprendizagem e aquisição de novas
competências. Muitas vezes é mesmo difícil distingui-las de outras crianças com
problemas de aprendizagem sem deficiência intelectual, sobretudo nos primeiros anos de
escola. O que distingue umas das outras é o fato de que o deficiente intelectual não
deixa de realizar e consolidar aprendizagens, mesmo quando ainda não possui as
competências adequadas para integrá-las harmoniosamente no conjunto dos seus
conhecimentos. Daqui resulta não um atraso simples que o tempo e a experiência
ajudarão a compensar, mas um processo diferente de compreender o mundo. Essa
diferente compreensão do mundo não deixa, por isso, de ser inteligente e mesmo muito
adequada à resolução de inúmeros problemas do quotidiano. È possível que as suas
limitações não sejam muito visíveis nos primeiros anos da infância. Mais tarde, na vida
adulta, pode também acontecer que consigam levar uma vida bastante independente e
responsável. Na verdade, as limitações serão visíveis em função das tarefas que lhes
sejam pedidas.
Os restantes 13% terão muito mais dificuldades na escola, na sua vida familiar e
comunitária. Uma pessoa com atraso mais severo necessitará de um apoio mais
intensivo durante toda a sua vida.
Todas as pessoas com deficiência intelectual são capazes de crescer, aprender e
desenvolver-se. Com a ajuda adequada, todas as crianças com deficiência intelectual
podem viver de forma satisfatória a sua vida adulta.
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Expectativas de futuro das crianças com Deficiência Intelectual na Escola.
Uma criança com deficiência intelectual pode obter resultados escolares muito
interessantes. Mas nem sempre a adequação do currículo funcional ou individual às
necessidades da criança exige meios adicionais muito distintos dos que devem ser
providenciados a todos os alunos, sem exceção.
Antes de ir para a escola e até aos três anos, a criança deve beneficiar de um sistema de
intervenção precoce. Os educadores e outros técnicos do serviço de intervenção precoce
devem pôr em prática um Plano Individual de Apoio à Família.
Este plano define as necessidades individuais e únicas da criança. Define também o tipo
de apoio para responder a essas necessidades. Por outro lado, enquadra as necessidades
da criança nas necessidades individuais e únicas da família, para que os pais e outros
elementos da família saibam como ajudar a criança.
Quando a criança ingressa na Educação Infantil e depois no segundo ciclo, os educadores
em parceria com a família devem por em prática um programa educativo que responda
às necessidades individuais e únicas da criança. Este programa é em tudo idêntico ao
anterior, só que ajustado à idade da criança e à sua inclusão no meio escolar. Define as
necessidades do aluno e os tipos de apoio escolar e extra-escolar.
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A Perturbação de Desenvolvimento da Coordenação Motora
Características
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Pode sofrer problemas emocionais secundários, com baixa tolerância à frustração, auto-
estima diminuída, falta de motivação, devido aos problemas para lidar com atividades
corriqueiras, requeridas em todos os aspetos da vida.
-A criança pode parecer desinteressada, evitar atividades físicas e pode parecer
insatisfeita com seu desempenho;
-Pode se mostrar resistente a mudanças na sua rotina ou no ambiente;
-Pode ter dificuldade em balancear a necessidade de velocidade com a de exatidão –
letra boa, escrita lenta.
-Pode ter dificuldades em algumas disciplinas que requerem escrita e organização –
matemática, português, redação ditado;
-Pode ter dificuldade em terminar trabalhos no tempo normal;
-Pode ter dificuldade em arrumar sua carteira, armário, mochila
Para a criança, as dificuldades trazem inicialmente frustração, por não perceber o que lhe
é dito e, depois, desmotivação e passividade, por desistir de tentar perceber. E
rapidamente surgem os chavões, “não se aplica ao estudo”, “pode ter uma dificuldade
cognitiva” ou “nunca está com atenção”.
A pergunta será outra. Como foi possível chegar até aqui, na escola ou no
relacionamento com os pares, sem se ter percebido que não é por preguiça, nem por
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burrice, desinteresse ou extrema distracção que o insucesso aparece? É porque bem ou
mal conseguia ir acompanhando o grupo e a turma, fazendo como os outros,
aproveitando competências suas de leitura das situações para além do verbal. Mas a
certa altura isto já não chega. E muitas vezes surgem também problemas
comportamentais. É muito mais o que não sabemos do que o que sabemos sobre as
perturbações “congénitas” da linguagem, até porque não são nada homogéneas, ocorrem
com uma imensa variedade de manifestações de criança para criança, e se modificam,
em cada caso, ao longo do seu crescimento. É obrigatório avaliar precoce e
periodicamente a cognição verbal e não verbal, caracterizar as dificuldades encontradas,
ensinar cuidadores e professores, prevenir as complicações de ordem emocional e
optimizar por todas as formas a comunicação.
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3. Habilidades organizacionais viso-espaciais estão significativamente comprometidas;
discriminações visuais simples podem normalizar-se com a idade, porém os déficits
tendem a piorar comparativamente aos pares normativos;
4. Dificuldades importantes para lidar com situações, informações novas ou complexas.
Forte tendência a confiar em estratégias rotineiras, reações e respostas decoradas,
frequentemente inapropriadas para a situação, idade e humor. Dificuldade para adequar
as respostas de acordo com o feedback recebido. É frequente o uso de respostas verbais,
apesar de a situação requisitar outras estratégias de solução de problemas, formação de
conceitos e testagem de hipóteses. Essas tendências persistem ou tendem a piorar com a
idade;
5. Distorções na percepção e orientação temporal;
6. Habilidades verbais decoradas bem desenvolvidas (vocabulário ou facilidade para
decorar);
7. Extrema dificuldade em se adaptar a novas situações mais complexas; apresenta
excesso de confiança em comportamentos prosaicos, por conseguinte, inadequados,
nessas situações;
8. Deficiência destacada na mecânica da aritmética e na compreensão da leitura, em
comparação com as habilidades adequadas de leitura de palavras isoladas;
9. Alta verbosidade rotineira e repetitiva, com limitações relacionadas ao conteúdo de
linguagem, e dificuldades nos aspectos pragmáticos da comunicação ("cocktail party" de
fala).
10. Déficits significativos na percepção, julgamento e interação sociais, com clara
tendência para retraimento e/ou isolamento social, mesmo com o aumento da idade. De
forma compensatória, podem mostrar-se expansivos, porém sem a crítica adequada do
próprio comportamento inconveniente. Frequentemente estressados em situações de
novidade social, com alta ansiedade, chegando a pânico em determinadas situações.
Apresentam risco para o desenvolvimento de perturbação socioemocional, especialmente
na forma internalizada da psicopatologia.
O diagnóstico dos TANVs é clínico, a partir da presença de uma série de critérios. É
importante considerar que o perfil neuropsicológico dos TANVs é muito heterogêneo,
podendo até mesmo se manifestar em níveis diferentes de comprometimento e não
necessariamente com a presença de todas as características, pois o que configura o
transtorno e viabiliza o seu diagnóstico é a discrepância entre as habilidades verbais e
não-verbais, do que apenas a manifestação das características em si.
Apesar de não existirem, até o momento, estudos populacionais sobre a prevalência dos
TANVs, estima-se que crianças com transtornos de aprendizagem correspondam a 10%
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da população em idade escolar e que pelo menos 1% destas apresentem o tipo não-
verbal, sendo esta baixa prevalência uma das principais dificuldades enfrentadas pelos
pesquisadores no estudo deste transtorno.
Considerando o modelo neuropsicológico em crianças com TANV, verifica-se a
discrepância entre as habilidades verbais (que se mostram significantemente
preservadas) e não-verbais (deficitárias), com déficits de ordem primária, secundária e
terciária, que levam a dificuldades acadêmicas e psicossociais. Desta forma, crianças com
TANV frequentemente se amparam nas habilidades verbais para solucionarem problemas
de diversas naturezas e, invariavelmente, esse padrão específico de competências
acarreta impacto acadêmico, com desempenho insuficiente em atividades de escrita e
matemática, configurando, inclusive, a discalculia como um dos sintomas do transtorno e
um importante critério para diagnóstico.
Além das dificuldades acadêmicas, crianças com TANV também enfrentam prejuízos nas
habilidades sociais, demonstrando instabilidade emocional, dificuldades na compreensão
de aspectos implícitos da interação, e dificuldade de se expressarem efetivamente e de
se adaptarem a situações novas que fogem da rotina, se apegando a comportamentos
estereotipados e já bem estabelecidos. Com os avanços da neuroimagem, entretanto,
constatou-se que a etiologia dos TANVs decorrentes de lesões do hemisfério direito são
relativamente raras, enquanto os comprometimentos da substância branca são muito
mais frequentes, com diferenças significativas de processamento da informação entre os
hemisférios cerebrais direito e esquerdo.
A principal queixa clínica de crianças com TANV, invariavelmente, está relacionada às
dificuldades na aprendizagem, e constitui grande desafio diagnóstico para os educadores
e profissionais da saúde. Os relatos giram em torno de que a criança não aprende, tem
baixa performance, apesar de se comunicar razoavelmente bem do ponto de vista verbal,
e não aparentar atraso intelectual. As dificuldades visoespaciais, de comportamento e de
socialização são frequentemente observadas e relatadas pelos pais e professores, mas
não são valorizadas e, raramente, constituem motivo da consulta. Pode haver história
prévia de dificuldades de desenvolvimento na primeira infância, inclusive certo atraso na
aquisição da linguagem, com posterior compensação. Na maioria das vezes, não existe
queixa de problemas com a alfabetização inicial, porém, comumente, apresentam baixa
qualidade na interpretação de textos.
As crianças com TANV são descritas como desajeitadas ou descoordenadas, evidenciando
dificuldades para aprender a andar de bicicleta, amarrar cadarços, ou habilidades em
atividades esportivas, assim como realizar desenhos, que geralmente se apresentam
imaturos, simplificados, inadequados na construção visoespacial e na configuração global
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de cópia. Demonstram dificuldades na memorização de números, bem como realização
de operações aritméticas mais complexas, como domínio do algoritmo das operações de
números maiores que a dezena. Desta forma, além da interpretação de textos, a
aritmética é a área da aprendizagem mais comprometida, conforme já mencionado.
No relacionamento interpessoal, crianças com esse transtorno podem ser vistas como
ingênuas, apresentando dificuldades para compreender os aspectos implícitos na
interação social e na linguagem, principalmente com significado oculto, metafórico ou
irônico, tendo baixa percepção para compreender piadas ou expressões faciais, inclusive
demonstrando dificuldade para aprender com a experiência.
Na prática clínica, a avaliação psicométrica dos TANVs tem se baseado em métodos
neuropsicológicos, considerando a queixa inicial, o desempenho acadêmico, o raciocínio
lógico visoespacial, a percepção tátil-quinestésica, as habilidades psicomotoras, de
processamento visoespacial, da percepção auditiva, linguagem, função executiva e da
cognição social.
Existem evidências de que as tarefas que melhor discriminam indivíduos com o
transtorno daqueles sem a mesma condição são relacionadas aos déficits primários do
modelo neuropsicológico, pois esses sofrem um declínio mais marcante ao longo do
tempo, e tendem a não melhorarem mesmo com intervenções sistemáticas.
A intervenção no atendimento às crianças com TANV pautada na reeducação de
habilidades cognitivas e desenvolvimento de competências pela sistematização intensiva
de treinos específicos, como proposto pelos programas de remediação, tem demonstrado
significativa eficácia. O treino de habilidades visoespaciais e motoras, espontâneas e
intuitivas (mais comprometidas nessa população), podem ter melhor resultado quando
explorado pela sistematização repetitiva de tarefas estimulantes da função, tendo em
vista os recursos de memorização verbal que podem atuar como mecanismos
compensatórios. Desta forma, o treinamento relacionado à auto-instrução verba a partir
da estruturação de rotinas altamente praticadas tem se mostrado um método eficaz de
ensino para indivíduos com o TANV. Esse método exige a instrução explícita e prática
exaustiva para a sua eficácia.
A intervenção é um conceito que está relacionado com o trabalho mais abrangente de
estimulação, envolvendo todas as habilidades defasadas. Considerando a preservação
dos recursos intelectuais de indivíduos com TANV, é pertinente a estimulação da
generalização gradativa de conceitos e estratégias aprendidas, bem como a necessidade
do engajamento em novas atividades de ordem exploratória no contexto tanto familiar
quanto acadêmico.
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Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA)
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Segundo o DSM 5, a versão mais recente deste manual e publicada em Maio de 2013, os
questionários de prevalência sugerem que a TDAH ocorre, em cerca de 5% nas crianças
e em cerca de 2,5% nos adultos. É bastante mais frequente no género masculino.
Estes números são indicadores de que se trata de uma condição muito frequente mas,
apesar disso, tem-se debatido também a questão de um eventual sobrediagnóstico desta
perturbação, que parece ter ganho um grande destaque em virtude do maior número de
casos diagnosticados.
Contudo, todo este enfoque dado à PHDA nos últimos anos tem também aspectos
positivos, como sendo o facto de toda a comunidade educativa estar mais alerta para
este tipo de dificuldades, o que pode ajudar a explicar o aumento de casos
diagnosticados.
Por outro lado, as crianças em idade escolar estão desde cedo sujeitas a uma pressão
quer ao nível comportamental quer ao nível do rendimento académico, contribuindo
assim para haver uma maior visibilidade dos casos ao expor as suas fragilidades
(actualmente não é aceitável que uma criança desista da escola precocemente, como
aconteceu no passado).
Assim, independentemente de todas as diferenças de opiniões no que diz respeito à
própria perturbação, sua etiologia e diagnóstico, convém não nos esquecermos que os
dramas que as famílias enfrentam começam muito antes da confirmação (ou não) do
diagnóstico de TDAH. As dificuldades na gestão do comportamento, muitas vezes
associadas a dificuldades académicas e/ou sociais, obriga os pais a questionarem-se
sobre o seu papel e a pedir ajuda especializada. São facilmente julgados pela
comunidade que, com afirmações baseadas no senso comum, rapidamente lhes atribui as
culpas, atirando para o ar comentários que em nada ajudam a diminuir as suas
ansiedades e angústias.
As crianças são frequentemente chamadas à atenção e vistas como “mal-educadas”,
“conflituosas” e desenvolvem ansiedade, baixa auto-estima, desmotivação na escola, etc,
estando por isso mais vulneráveis a comportamentos de risco e exclusão social.
Apesar da medicina baseada na evidência ser claramente favorável à prescrição de
medicação perante o diagnóstico de TDAH, está longe de ser consensual na comunidade
em geral. A opção dos pais darem ou não a medicação prescrita é facilmente posta em
causa, gerando dúvidas e ansiedades.
A medicação pode ser um aliado muito importante no trabalho com crianças e jovens
com TDAH, principalmente nas situações onde já existe um grande impacto negativo nas
relações interpessoais e/ou no rendimento escolar. Juntamente com apoio psicológico
e/ou intervenção psicopedagógica individualizada, torna-se mais fácil quebrar com os
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ciclos viciosos de insucesso escolar e baixa auto-estima que, grande parte das vezes,
acompanham a perturbação. Gradualmente, as crianças vão adquirir ou melhorar os seus
mecanismos de auto-regulação de forma a combater as dificuldades inerentes a esta
perturbação.
Observam-se melhorias no relacionamento interpessoal, quer com adultos quer com os
pares, estando a criança mais disponível e mais tolerante para as interacções.
A par de tudo isto pode ser necessário introduzir algumas estratégias na sala de aula de
forma a melhorar os períodos de atenção/concentração e optimizar comportamentos em
contexto escolar. O trabalho com os pais reveste-se também de particular importância
ajudando-os a perceber melhor as características da TDAH e quais as estratégias de
gestão de comportamento mais adequadas.
À semelhança do que acontece em todas as outras perturbações do
neurodesenvolvimento é necessário uma intervenção articulada entre os diferentes
agentes com vista a promover o sucesso educativo, social e académico da criança/jovem.
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Não existe nenhum estudo recente realizado em Portugal, acerca da prevalência e
distribuição por idade, sexo, nível de escolaridade ou área geográfica das Perturbações
do Desenvolvimento, concretamente relacionado com as Perturbações Específicas da
Aprendizagem.
Deparamo-nos com a frequente situação de professores e outros técnicos das áreas da
Saúde e da Educação não disporem de formação técnica específica e dos meios de
diagnóstico, avaliação, encaminhamento e intervenção nas Perturbações Específicas da
Aprendizagem.
Por outro lado, atualmente são diminutas as publicações portuguesas específicas para a
reeducação de crianças com Perturbações Específicas da leitura (Dislexia), da escrita
(Disgrafia) e do cálculo (Discalculia).
As Perturbações Específicas da Aprendizagem estão frequentemente associadas a outras
Perturbações do Desenvolvimento, designadamente, Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção, Perturbações Específicas da Linguagem, Síndrome de Asperger, entre
outras.
Como é de esperar, todo o futuro escolar da criança estará seriamente comprometido,
sendo que poderemos estar a “facilitar” uma situação de insucesso, ou mesmo abandono
escolar.
Assim que se suspeita que uma criança poderá estar a revelar um quadro de Dislexia,
por exemplo, dever-se-á, em primeiro lugar efetuar uma consulta de Pediatria do
Desenvolvimento, por forma a esclarecer o diagnóstico, tentando eliminar outro tipo de
Perturbações.
O Pediatra do Desenvolvimento, após uma recolha exaustiva dos dados da história clínica
e do desenvolvimento da criança, deverá solicitar uma avaliação psicopedagógica a um
técnico devidamente credenciado e formado neste âmbito.
Da avaliação psicopedagógica devem constar diferentes aspetos: avaliação cognitiva,
avaliação da linguagem, avaliação psicomotora, avaliação das competências fonológicas,
avaliação das competências leitoras (qualidade e compreensão leitora) e avaliação das
competências de escrita (caligrafia, nível de produção escrita, correção ortográfica, etc.),
entre outros aspetos.
Toda a informação recolhida, quer junto dos pais da criança, quer no momento da
avaliação propriamente dito, deve ser complementado com os dados solicitados aos
professores e com as informações que possam existir, por exemplo Relatórios de
Avaliação ou registos de avaliações trimestrais anteriores.
Após a conclusão da avaliação torna-se premente a necessidade de elaborar um Relatório
de Avaliação por forma a esclarecer pais, professores e o aluno acerca da sua prestação,
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eventuais dificuldades, objetivos e estratégias de intervenção e de reeducação futuras.
Como não poderia deixar de ser, o Programa de Reeducação Psicopedagógica para as
crianças com P.E.A.A. só tem sentido com a estreita colaboração entre todos os
intervenientes no processo educativo das mesmas: pais, avós, professores, explicadores,
terapeutas, todos são chamados a participar neste Programa de “Engenharia Educativa”.
Todos nós temos em mente que a infância deve ser uma fase feliz. As crianças deveriam
passar essa fase da vida sentindo emoções positivas. Não deveria acontecer nada de
ruim com elas, não é mesmo? Mas a verdade é que uma série de fatores pode levar a
problemas emocionais nas crianças, assim como acontece com os adultos.
O que faz com que algumas crianças tenham esses problemas e outras não? Assim como
acontece com as pessoas mais velhas, há uma série de características pessoas e sociais
que nos tornam vulneráveis e que podem contribuir com o fato desse mal-estar se tornar
prejudicial.
O que torna as crianças vulneráveis aos problemas emocionais?
Em primeiro lugar, não podemos nos esquecer de que as emoções cumprem uma função.
Todas as emoções, inclusive as negativas. Por isso, é necessário às vezes nos sentirmos
bravos para podermos nos defender de alguma coisa que é injusta. Ou ter medo para
poder nos proteger de um perigo. Ou que a tristeza apareça para transitar pelo processo
de luto que acompanha as perdas importantes.
O problema aparece quando essas emoções negativas são muito intensas, quando estão
presentes em grande parte do tempo e de forma muito frequente. Em outras palavras, as
emoções negativas nos fazem mal quando não somos capazes de utilizar ao nosso favor
a energia e a mensagem que elas transmitem. Se esse processo é dificil para os adultos,
imagine para as crianças.
Tratando-se de crianças, também há alguns fatores de risco associados aos problemas
de regulação emocional. Ter um temperamento difícil ou ser muito introvertido são dois
desses fatores. Outros aspectos que podem causar problemas emocionais nas crianças
podem ser baixa consciência, impulsividade, falta de eficiência, problemas de atenção,
hiperatividade, grande insegurança ou déficit no processamento da informação.
As crianças que apresentam tais características são mais vulneráveis quando falamos
sobre ter ou não ter problemas de regulação emocional. Além disso, há outros fatores,
tanto familiares quanto sociais e escolares, que podem fazer esse risco aumentar.
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A família é uma parte fundamental na vida das crianças. Se em casa houver hostilidade e
violência familiar, isso vai aumentar o sofrimento emocional dos pequenos. O desprezo e a
rejeição também vão provocar esse sofrimento. Em relação aos pais, também há influência
da falta de controle, da falta de consenso entre eles ou problemas legais, além de outras
questões de tipo psiquiátrico.
É preciso estar atento aos pensamentos que a criança expressar. Esses pensamentos
podem estar relacionados à ideia de contaminação, autocrítica, culpa e medo. Elas
também podem apresentar uma imaginação mórbida ou podem ter dificuldades de gerar
pensamentos alternativos. Além disso, podem se sentir constantemente bloqueadas ou
não conseguir se concentrar. Tudo isso nos indica que a criança está realmente mal e é o
momento de procurar ajuda!
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manter o bem-estar, bem como um funcionamento psicológico e social ótimo. Têm uma
imagem positiva e valorizada se si mesmos, relações sólidas com familiares e com os
pares, capacidade de serem produtivos e de aprender, bem como de lidar com desafios
típicos do desenvolvimento e de usar os recursos culturais para maximizar o seu
crescimento.” Numa perspetiva de desenvolvimento, podemos dizer que a saúde mental
se traduz numa relação satisfatória com o próprio (construção de uma identidade e
autoconceito positivos), com os outros (família, pares - amigos, colegas, etc.) e com os
ambientes onde desenvolve o seu quotidiano (casa, bairro, escola, centro de formação,
etc.). Ao longo do crescimento a criança realiza um conjunto de aprendizagens que lhe
permitem responder adequadamente aos desafios que o meio lhe coloca, de forma cada
vez mais autónoma. Se neste percurso a criança se deparar com exigências para as quais
ainda não se encontra capaz de responder e se o ambiente não lhe proporcionar apoios
adequados para o fazer, isso constitui um fator de risco ao aparecimento de um
problema de saúde mental. Tal como mencionado previamente, os problemas de saúde
mental podem assumir múltiplas formas e expressões. Alguns problemas traduzem-se
em experiências internas como alterações do foro emocional (ansiedade ou tristeza
elevada, etc.) ou ao nível do pensamento (dificuldades de atenção ou concentração, na
compreensão dos estados emocionais e intenções dos outros, etc.). Outros assumem
formas mais externalizantes como, por exemplo, problemas de comportamento, abuso
de substâncias, entre outros. No entanto, não é nenhum destes sintomas que permite o
diagnóstico de um problema de saúde mental. Para falarmos em problemas de saúde
mental terão que estar presentes mais duas condições: existir sofrimento e o
funcionamento da criança ou jovem se encontrar afetado. Cada uma destas dimensões
tem que estar significativamente afetada, quer seja pela frequência, intensidade ou pela
abrangência de ambientes e situações em que se manifesta o sintoma. Assim sendo,
para que um sintoma constitua verdadeiramente um alerta para a existência de um
problema de saúde mental, ele terá que ser intenso e frequente, persistir ao longo do
desenvolvimento, ser desadequado face à idade da criança, ter repercussões no
desenvolvimento psicológico normal ou causar graves restrições em diferentes áreas de
vida da criança.
As perturbações mentais são presentemente o principal problema de saúde pública da
Europa, e um dos principais em todo o mundo, para todos os grupos etários. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 20% das crianças e
adolescentes apresente pelo menos um problema de saúde mental antes de atingir os 18
anos de idade. No entanto, os diferentes problemas manifestam-se em determinados
intervalos de idade ao longo do desenvolvimento.
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Resumidamente, podemos dizer que as perturbações ao nível da vinculação se
manifestam nas relações primordiais, com as principais figuras cuidadoras da família, e
se traduzem em dificuldades no estabelecimento de vínculos relacionais (ansiosos ou
evitantes) e na regulação emocional. As perturbações globais de desenvolvimento
também se manifestam muito precocemente e caracterizam-se por uma alteração da
capacidade de comunicar e de se relacionar com o outro, mas abarcam um conjunto de
perturbações de gravidade e evolução muito diversas. No período pré-escolar podem
manifestar-se as perturbações disruptivas do comportamento que englobam
perturbações de oposição e do comportamento caracterizadas por um padrão recorrente
de dificuldade em aceitar regras, passagens ao ato e comportamentos antissociais de
gravidade variável (ex: mentiras, roubo, etc.). Naturalmente, estes quadros sem
intervenção atempada podem comprometer o desenvolvimento social da criança e
constituir risco para o abandono escolar e para trajetórias de exclusão. Já no período
escolar é mais típico a manifestação de perturbações de humor ou de ansiedade. Na
adolescência podem surgir perturbações de abuso de substâncias, decorrentes de
experiências no grupo de pares, que assume uma importância crucial nesta etapa do
desenvolvimento. Por fim, as perturbações psicóticas tendem a manifestar-se no final da
adolescência ou início da vida adulta e caraterizam-se por experiências de rutura com a
realidade (alucinações, delírios) e de desinvestimento afetivo (apatia, falta de prazer,
etc.). A escassez de informação sobre os problemas de saúde mental resulta,
frequentemente, na dificuldade em compreendê-los e em antever o sofrimento e impacto
que estes acarretam. Não raras vezes a criança ou jovem com este tipo de problemática
é vista como difícil, perturbadora ou como alguém que não se esforça. Esta crítica ou
visão negativa por parte de quem os rodeia é facilmente interiorizada numa autoimagem
desvalorizada que contribui para o agravamento das dificuldades. Quando um problema
não é devidamente compreendido, é mais provável que as soluções aplicadas sejam
desadequadas, ineficazes ou até lesivas para a criança ou jovem, privando-a da
assistência e apoios necessários. Sem o tratamento adequado, o mais certo é a
manutenção das suas dificuldades e o estreitamento de perpetivas futuras no campo
social, educativo e vocacional. A par desta atitude discriminatória dirigida à criança ou
jovem, também é frequente a família ser culpabilizada dos problemas de saúde mental
dos seus filhos, aumentando o seu isolamento e privando-a do apoio necessário.
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A importância da Pedopsiquiatria
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A saúde mental infantil em Portugal
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sofrimento de crianças e adolescentes [por exemplo perturbações no sono ou lesões
autoinfligidas].
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posição: só 11% dos rapazes e 14% das raparigas de 15 anos dizem que gostam
bastante da escola. Existem também sintomas que revelavam mal-estar psicológico,
tristeza, stresse e insatisfação
Para além das crianças com um diagnóstico de perturbação mental, existem muitas
outras crianças que evidenciam problemas de comportamento embora estejam abaixo
dos limites do diagnóstico clínico, mas que apresentam igualmente maior probabilidade
de sofrer dificuldades persistentes ao nível da saúde mental, baixo desempenho escolar,
salários baixos, gravidez precoce, problemas relacionais, assim como maior probabilidade
de se envolverem em comportamentos delinquentes e atividades criminosas no futuro.
As perturbações mentais na infância podem ter níveis elevados de persistência: 25% das
crianças com uma perturbação emocional diagnosticável e 43% com uma perturbação do
comportamento diagnosticável continuam a apresentar a perturbação ao fim de três
anos; os jovens que experienciam ansiedade na infância têm 3,5 vezes mais
probabilidade de sofrer de depressão ou perturbações da ansiedade na idade adulta.
Os problemas de saúde mental na infância e na adolescência constituem ainda um dos
principais preditores dos problemas de saúde mental na idade adulta: cerca de metade
das doenças mentais tiveram início antes dos 14 anos de idade. A maior parte das
doenças mentais manifestam-se geralmente antes dos 24 anos de idade. Newman et al.
concluíram que 73,8% dos jovens com 21 anos de idade e uma perturbação mental
tinham uma história de doença mental no seu desenvolvimento. Offord et al.
demonstraram que 61,3% das crianças entre os 8 e os 12 anos com um diagnóstico de
perturbação do comportamento tinham tido pelo menos uma de três doenças mentais
nos quatro anos anteriores.
A taxa de prevalência elevada da perturbação mental infantil torna os problemas de
saúde mental das crianças e adolescentes mais visíveis em diferentes sectores – saúde,
educação, justiça e segurança social.
Sabemos que a falta de saúde mental pode aumentar o risco de delinquência, problemas
com a justiça, perturbações de abuso de substâncias e gravidez adolescente. Os
problemas de saúde mental podem ter efeitos muito prejudiciais no desenvolvimento
social, intelectual e emocional das crianças e jovens e, consequentemente, no seu futuro.
Em última instância, podem levar à perda de vida. O suicídio é uma das principais causas
de morte nos jovens e uma preocupação de saúde pública em muitos países europeus.
Para além destas problemáticas, a prevalência das doenças mentais entre os jovens é
preocupante dado o seu potencial impacto no desempenho escolar. Por exemplo, os
jovens com perturbação mental estão em risco de apresentarem problemas
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disciplinares, absentismo, retenção escolar, más notas, abandono escolar e/ou
delinquência.
Os problemas de saúde psicológica entre crianças e adolescentes traduzem-se ainda
num impacto económico incomensurável. Só na Europa, em 2010, o custo anual das
perturbações da infância e adolescência foi de 21,3 biliões de euros.
Esta realidade exige um aumento da capacidade de resposta e o desenvolvimento de
novas formas eficazes para servir as necessidades destas crianças e jovens o mais
precocemente possível. A Coordenação Nacional para a Saúde Mental – CNSM, com base
no documento da Rede Europeia para a Promoção da Saúde Mental e a Prevenção das
Perturbações Mentais, definiu como linha privilegiada de prevenção a implementação
de programas de educação escolar para a saúde mental, nomeadamente os programas
de desenvolvimento de competências pessoais e sociais.
É necessário que as escolas adotem uma abordagem mais compreensiva e holística na
qual a promoção da saúde mental opera de modo consistente ao longo do currículo,
do ambiente escolar e dos serviços escolares, sendo integrada em programas e
estruturas dentro da escola.
A missão das escolas é educar os alunos para se transformarem em cidadãos
responsáveis e competentes. Por isso, as escolas asseguram o domínio de capacidades
de leitura, escrita, matemática e ciência, tal como promovem uma boa compreensão da
história, literatura, arte, línguas estrangeiras e diversas culturas. Contudo, a agenda
educativa e a escola bem-sucedida também é aquela que inclui a promoção
das competências sociais e emocionais dos jovens, da sua saúde
mental enquanto fundamentos da personalidade saudável e do envolvimento cívico.
O bem estar e a saúde mental são condições essenciais para uma aprendizagem bem
sucedida e só podem ser desenvolvidas em cooperação com as escolas. Por outro lado,
os resultados académicos contribuem para a saúde, em geral, e para a saúde mental, em
particular. O bem-estar mental suporta uma aprendizagem bem sucedida e esta também
suporta o bem-estar mental. Se as escolas quiserem atingir resultados educacionais
positivos, é fundamental que a promoção de uma saúde mental positiva seja uma parte
integral do ethos escolar.
Deste modo, promovendo a saúde psicológica e o sucesso educativo, as escolas podem
desempenhar um papel positivo e protetor das crianças e adolescentes:
Criam resiliência, proporcionando às crianças e jovens os recursos internos para lidar
com os stressores negativos e ultrapassar desafios e dificuldades. As escolas
podem reforçar o “sistema imunitário” das crianças ao criarem ambientes que promovam
o bem-estar e ofereçam apoio e orientação;
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Contribuem para o desenvolvimento positivo dos jovens numa variedade de domínios,
incluindo aumento da satisfação com a escola e a vida, o envolvimento com a escola e
a qualidade de vida;
Melhoram a regulação emocional, as estratégias de coping e de resolução de problemas;
melhoram a empatia e o ajustamento psicológico; diminuem o bullying e a agressão;
Aumentam o compromisso e o envolvimento com a escola – as crianças investem mais
esforço no trabalho escolar e melhoram as suas atitudes face à escola; melhoram
o desempenho escolar ediminuem o absentismo;
Aumentam o bem-estar dos jovens, das suas famílias e comunidades;
Oferecem oportunidades para a procura de ajuda – as evidências sugerem que é mais
provável que as crianças e os adolescentes procurem ajuda quando nas suas escolas
existem oportunidade de aconselhamento psicológico, onde impera a confidencialidade e
o anonimato;
Reduzem os problemas de aprendizagem e os problemas disciplinares, o bullying e a
violência dentro e fora da escola, os problemas emocionais (como a depressão e a
ansiedade), o tabagismo, o abuso de álcool e de substâncias, assim como os
comportamentos de risco para a saúde e as experiências sexuais precoces;;
Favorecem positivamente as perspectivas de futuro no que diz respeito
a empregabilidade, produtividade e perspetivas salariais, integração social e
relacionamento interpessoal;
Diminuem o impacto económico da falta de saúde mental. As crianças pouco saudáveis e
bem-sucedidas do ponto de vista social e emocional têm menor probabilidade de se
tornarem cidadãs ativas e economicamente produtivas enquanto adultas. Investir no
bem-estar mental da geração seguinte, em última instância, também se pode traduzir
em benefícios e poupanças económicas para os contribuintes;
A escola enfrenta, assim, o grande desafio de, por um lado, lidar com um conjunto de
problemas de comportamentos e de saúde (mental e física), e por outro, assumir um
papel importante na promoção do bem-estar das crianças e jovens e das suas
competências sócio emocionais.
Bibliografia Consultada
Pág. 45
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000100021
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