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INTERVENÇÃO JUVENTUDE SOCIALISTA

Muito boa tarde a todos os presentes, e antes de mais, devo


transmitir as desculpas pela impossibilidade da presença do Coordenador
da JS Paredes, José Luís Sá, uma vez que seria para ele uma enorme
satisfação estar presente numa das mais relevantes iniciativas dos últimos
anos do PS Paredes. A sua impossibilidade é devida ao trabalho da JS
Paredes, hoje os seus militantes são lembrados e escolhidos para
representar cargos a nível nacional, e hoje o camarada e coordenador da
JS Paredes acabou por ser eleito com 100% dos votos, Presidente da
Associação Nacional dos Jovens Autarcas Socialistas, tornando o trabalho
da JS Paredes numa referência a nível nacional, e merecendo o nosso
grande aplauso.

Em segundo lugar, devo dar os parabéns à Comissão Organizadora


da Convenção pelo trabalho que desempenharam e um cumprimento
muito especial ao Dr. Vieira da Silva, Ministro da Economia.

É enquanto representante e militante da Juventude Socialista de


Paredes que aqui hoje me encontro e será sobre esse âmbito que versará
a minha intervenção.

Alberto Einstein dizia “O meu ideal político é a democracia, para que


todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado”.
Também para a JS este é o seu ideal político, pois esta é uma organização
política de jovens que pugna pela “implementação do socialismo
democrático, visando uma sociedade mais livre, justa e solidária, no
respeito pelos princípios do respeito da dignidade da pessoa humana, do

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pluralismo de expressão e da democracia interna e externa”1. A Juventude
Socialista “empenha-se na correcção das desigualdades sociais, através da
execução de uma plataforma política que promova a integração dos
indivíduos na comunidade em que se inserem, independentemente da sua
ascendência, sexo, idade, etnia, orientação sexual, língua, território de
origem, religião, convicções políticas, filosóficas ou ideológicas, instrução
ou situação económica2”. Nesta medida, é seguro dizer que o campo de
actuação da Juventude Socialista é vasto e reporta-se aos vários sectores
da sociedade portuguesa.

Enquanto organização de Jovens do Partido Socialista, a Juventude


Socialista tem levado a cabo a iniciativa de projectar matérias nucleares e
essenciais para a sociedade, tal como foi com o casamento civil entre
pessoas do mesmo sexo, com interrupção voluntária da gravidez, ou
mesmo, como aconteceu há pouco, com a recomendação ao Governo da
elaboração de legislação para a obrigatoriedade de divulgação da factura
energética da administração pública directa e indirecta.

É certo que a Juventude Socialista tem de respeitar os Estatutos, a


Declaração de Princípios e Orientação Política genérica do Partido
Socialista, no entanto, não nos esquecemos que esta organização dispõe
de autonomia organizativa, de orientação política e de acção próprias3.

Não podemos analisar esta estrutura como uma cadeia hierárquica


em que o Partido Socialista tem como que um poder de superintendência
sobre os mais Jovens. Não! Estes antes devem cooperar lado a lado

1
Artigo 1.º dos Estatutos da Juventude Socialista;
2
Número 1 do art.º 2.º dos Estatutos da Juventude Socialista;
3
Número 2 do artigo 3.º dos Estatutos da Juventude Socialista.
2
naquilo que é a busca pelas respostas e soluções necessárias para atingir o
interesse comum. E não podemos limitar o âmbito de actuação desta
organização àquilo que são as necessidades actuais e momentâneas dos
mais Jovens. Não podemos esquecer que apesar de Jovens, temos um
futuro pela frente, por isso, temos de estar presentes na tomada de
posições e decisões importantes que possam, de alguma forma, alterar ou
atingir os adultos de amanhã. Não pode ser apenas a JS a acompanhar o
PS, o PS tem o dever de acompanhar os jovens e cooperar nas suas
actividades.

E isto deve ser transposto para o plano autárquico, pois é aqui que
existe uma maior afectação daquilo que são as necessidades dos cidadãos.
É nos círculos autárquicos que um maior número de decisões são tomadas
que afectam o dia-a-dia de todos que compõem determinada
comunidade.

Como tal, devem as estruturas concelhias da Juventude Socialista


serem tidas em conta na tomada de posições e decisões que o Partido
Socialista possa vir a desempenhar, assim como, na definição de
estratégias e formas de actuação política. No entanto, ao contrário de que
alguns possam admitir, a JS não pode ser entendida, nem a nível nacional,
nem a nível local como uma “Comissão de Aconselhamento para a área da
Juventude”, isto é, a JS não pode ser vista como um grupo de jovens, aos
quais se vai perguntar quais são as suas necessidades, para serem tidas
em conta no plano de acção para a Juventude.

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As JS, neste caso em especial, as concelhias, devem ser uma parte
activa e um elemento comum em todas as actuações do Partido Socialista,
senão de outro modo não faz sentido que, por exemplo, o Coordenador
de uma JS Concelhia seja elemento inerente de um Secretariado Concelhio
do Partido Socialista, ou mesmo que estejam disponíveis lugares por
inerência destinados a militantes da JS na Comissão Política do PS.

É neste contexto que o Partido Socialista deve agilizar, começando


por respeitar os Jovens integrando-os num papel activo na vida do PS.
Deve também procurar em que todas as eleições, estes jovens sejam
integrados nas listas, sendo certo que o seu conhecimento, as suas
competências e, por vezes irreverência, como alguns preferem catalogar,
serão, sem razões de dúvida um factor de enriquecimento da actividade
política. Já é tempo do PS aperceber-se que é importante esta
representatividade, quer para o partido, quer para a comunidade em
geral, levando ao encontro de novas políticas nacionais, regionais e
mesmo locais. Caso contrário, a obra do PS, a importância da educação e
formação dos jovens, não passará de um mero slogan.

Em relação a Paredes, nas passadas eleições autárquicas o PS


Paredes decidiu apostar, ainda que de uma forma comedida, nos mais
jovens, mais propriamente, nos Jovens adultos para compor as suas listas.
Em boa verdade, foi uma boa aposta, porque, apesar os resultados não
terem sido os esperados, o certo é que o PS cresceu no município. E isso
só aconteceu ao substituir algumas “velhas guardas” por Jovens. Não
queremos com isto, parecer prepotentes, pois não esquecemos que essas
“velhas guardas” deram muito ao partido, no entanto, tudo tem um ciclo.

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Mas não é útil agora traçar cenários hipotéticos do que poderia ter
acontecido, é útil, isso sim, aproveitar as boas práticas para obter
melhores resultados.

Não queremos, de todo, colocar aqueles que dizemos como “velhas


guardas” na prateleira, antes pelo contrário, queremos isso sim, aprender
com eles, ao mesmo tempo que rejuvenescemos e adaptamos a estrutura
aos tempos de hoje, pois estes estão em constante mudança, e se não nos
adaptamos, outros se adaptarão primeiro. É bom reflectir que o bom
político será aquele que quando chega a um determinado ponto,
reconhece no outro novas competências para encontrar soluções, pois
não nos podemos esquecer que a razão pela qual nos reunimos hoje, e em
outras ocasiões, que o nosso objectivo primordial é satisfazer o interesse
comum das comunidades em que nos inserimos, pela adopção de políticas
que cremos ser as mais convenientes e úteis para os cidadãos.

A JS tem demonstrado trabalho e empenho ao nível autárquico,


sublinhando sempre que possível a importância de determinadas infra-
estruturas e políticas. Tem desempenhado um papel interventivo na
sociedade em geral com iniciativas como o Espaço de Ideias, um debate
sobre temáticas de interesse relevante em espaços como cafés ou bares,
aproximando cada vez mais a política dos cidadãos. Tem apostado no
esclarecimento de diversas temáticas com a organização de diversas
palestras, colóquios ou simples reuniões com o intuito de discutir as
políticas quer a nível autárquico quer a nível nacional.

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Tem estado sempre do lado dos estudantes, apoiando as
associações de estudantes e estando sempre disponível para com eles
colaborar, ao mesmo tempo que criou núcleos nas escolas secundárias
com as quais já conseguiu desenvolver alguns debates.

E o mais importante, esteve sempre disponível e sempre colaborou


quando o PS Paredes mais precisou.

Para terminar a minha intervenção deixem só sublinhar três


aspectos que cremos serem essenciais:

 É necessário existir uma colaboração estreita entre JS e PS, e


entre PS e JS;
 É necessário apresentar soluções, projectos, mesmo quando
estes possam ou não ser aproveitados, porque este é o nosso
papel enquanto oposição;
 O Passado é passado, aprendemos com os erros mas
empatamos o futuro quando não nos conseguimos desligar
do passado e do que se fez ou não;

E sem mais demorar, deixo uma afirmação de Salgueiro Maia, que


por mero acaso um dia, uma camarada nossa publicou numa rede social e
que é bem verdade, “O difícil está feito e o impossível só leva mais
tempo”. Muito obrigado e boa tarde.

Paredes, 6 de Novembro de 2010

Samuel Ribeiro

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