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Aprenda algumas dicas de como instalar padrão de luz bifásico!

Uma dúvida muito frequente entre os eletricistas e interessados em eletricidade, é como


proceder para realizar a instalação de um Padrão de alimentação, ou mais conhecido como “Padrão
de Luz”. Através deste artigo vamos tirar algumas dúvidas, dar algumas dicas e apresentar o passo a
passo da instalação de um dos padrões mais instalados no meio residencial, o padrão com ramal de
ligação aéreo a 2,3 ou 4 fios de alimentação, esse padrão de energia é instalado em muro ou mureta
e leitura realizada pela via pública, então vamos aumentar nossos conhecimentos.
Todo as informações presentes neste artigo estão em conformidade com a norma ND 5.1 e
ND 5.2 da concessionaria de energia CEMIG, apesar de todas as concessionarias estarem bem
alinhadas quanto à instalação técnica, para outras regiões do Brasil podem surgir outras exigências
não abordadas neste artigo.
Tipos de instalações elétricas:
Para iniciarmos precisamos saber quais são os tipos de instalações elétricas oferecidas hoje
pelas concessionarias, os padrões de energia se diferem pela quantidade de fases recebidas da rede e
o valor da tensão. Essa definição do tipo de padrão de energia é realizada pela quantidade de carga
que será demandada pelo cliente, podemos encontrar padrões monofásicos (127V), Padrões
Bifásicos (220V) e Padrões Trifásicos (220V).
Levantamento de cargas:
O primeiro passo é levantar a quantidade de carga da residência, essa quantidade de carga é
feita através de uma pequena conversa com o cliente, onde se pergunta sobre quais os possíveis
equipamentos elétricos que serão utilizados na instalação . Devemos realizar algumas perguntas
simples, como por exemplo, quantos chuveiros? Será utilizado motores elétricos? Se tem a
necessidade de bombas? e etc.
É importante considerar se os equipamentos do cliente são 127 Volts ou 220 Volts, pois caso
a resposta seja 220v o padrão monofásico estará eliminado imediatamente. Com posse da
informação, vamos levantar a carga demandada e definir que tipo de padrão será necessário. Para
realizar esse cálculo devemos pegar o valor da potência total dos equipamentos e somar os valores,
desta forma encontramos a potência total , vejamos o exemplo abaixo considerando a potência nas
duas fases:

Tabela de cálculo de demanda e carga residencial

Na ND – 5.1 da CEMIG encontramos uma tabela com a média de potência dos


equipamentos residenciais, neste momento a tabela pode ser muito útil para auxiliar nos cálculos:
Tabela CEMIG potência de equipamentos residenciais

Escolhendo o padrão de entrada:


Com posse da demanda total de todos os equipamentos podemos agora definir qual é o tipo
de padrão para a residência, a norma ND-5.1 da CEMIG aborda que para 127 volts é admitido
potência máxima de 10 KW, para 220 volts é admitido uma potência de até 10,1 á 15KW, para rede
trifásica 220V a potência admitida é de 15,1 á 75 KW.
Lembrando que esta potencia total, nosso exemplo precisamos de um padrão de 220V
bifásico.
Como saber escolher entre bifásico ou trifásico? Para definir entre os dois tipos de instalação
primeiro devemos saber que para cada faixa de tensão instalada a concessionaria de energia cobra
um valor por este fornecimento, sendo assim é necessário realizar a relação custo X benéfico.
Se não existe a demanda de um padrão bifásico então não realize a instalação de um, da
mesma forma para o padrão trifásico. O que acontece é que antigamente se utilizava do argumento
de que um padrão 220V gastava um valor menor de energia, está informação é completamente
equivocada, utilizar um padrão de energia com fases que não se demanda é jogar dinheiro fora.
Para se basear realize o cálculo da demanda em KVA, multiplicando a corrente total pela
tensão, caso o valor encontrado seja maior que 30,8 KVA, será necessário utilizar na instalação um
padrão trifásico, pois diante destas condições o padrão bifásico não atenderá a demanda da
instalação.

Vejamos o exemplo:
Va=55A.220V Va=12100 KVa=12,1

No exemplo acima consideramos o fator de potência máximo (=1), podemos ver que a
demanda máxima de potência por fase é de 12,1 KVA, desta forma podemos instalar um padrão
bifásico com um disjuntor bipolar de 60A a 70A.

Vantagens e desvantagens de um padrão bifásico:


Ao instalar um padrão bifásico alguns pontos positivos e negativos devem ser levados
consideração e explicados ao cliente.

Pontos positivos:
O circuito pode ser dimensionado de maneira equilibrada;
Evita sobrecargas por fator de utilização de equipamentos simultâneos;
Possibilita a utilização de fios com área menor em equipamentos de Tensão 220V;
Possibilita a utilização de chuveiros simultâneos.

Pontos Negativos:
Valor da taxa da concessionária de energia é maior;
Utiliza mais fios na instalação devido a necessidade de trazer duas fases do padrão até a
residência;
Necessidade de 02 hastes para aterramento no padrão.

Como montar o padrão bifásico residencial:


O padrão de ligação de energia elétrica é composto por poste, caixa de medidor, eletrodutos,
fios, haste de aterramento e disjuntor de proteção. Para o exemplo prático vamos exemplificar o
padrão bifásico com medidor visível pela rua. (Para registrar o consumo não é necessário adentrar
ao imóvel).
Os materiais necessários para a instalação são listados conforme ND 5.1 CEMIG, vamos
dispor de dois modelos possíveis para este tipo de padrão, vejamos o modelo 1:

Lista de materiais conforme ND.5 CEMIG – Padrão modelo1

Agora observe a lista de materiais para realizar a instalação e montagem do padrão bifásico modelo
02:
Lista de materiais conforme ND.5 CEMIG para instalação padrão modelo 2

Com posse de todo material realizamos a montagem da infraestrutura, lembrando que é


necessário realizar algumas intervenções na alvenaria e o muro a ser instalado deve ficar na divisa
da residência (pode ser preciso acionar um pedreiro). A infraestrutura deve ficar conforme a ND 5.1

Montagem e instalação de padrão modelo 1


Esse é o primeiro modelo de padrão possível para este tipo de instalação de padrão de
energia bifásico, veja que o mesmo aproveita a estrutura da própria casa.
A altura de 3500mm do poste de entrada, deve ser respeitada ou você pode não ter seu
padrão aprovado para instalação. A caixa do medidor de energia deve ser fixada na altura de 1500
mm para facilitar a leitura.
Outro ponto que não deve ser negligenciado é a instalação da haste de aterramento, ela deve
ser realizada em caixa apropriada para a inspeção e conexão do cabo de aterramento ( cabo de cobre
de no mínimo 16mm² ), é aconselhável conforme NBR 5410 a instalação de um eletrodo de
aterramento por fase do circuito.
Agora observe a segunda possibilidade, não menos utilizada:

Montagem e instalação de padrão modelo 2

Assim como o primeiro modelo é necessário respeitar a altura de 3500mm do isolador de


entrada, a caixa do medidor de energia também deve ser fixada na altura de 1500 mm para facilitar
a leitura. Não menos importante, a instalação do eletrodo de aterramento (haste de aterramento), ela
deve ser realizada em caixa apropriada para a inspeção e conexão do cabo de aterramento (Cobre nu
16mm²).
A instalação elétrica interna dos dois modelos de padrão de energia é comum para ambos,
pois devem ser realizadas instalações conforme a ND 5.1. Primeiro o cano (poste/pontalete) usado
para instalação do padrão deve ter um furo de 13 milímetros de diâmetro localizado a 1,5 metros da
base, além disso é comum encontrar o pontalete com a instalação do eletroduto, já realizada, isso
facilita muito a instalação do padrão. O próximo passo é levar os 03 cabos de 25mm² até o ponto de
espera para a ligação da CEMIG. As cores dos cabos devem estar conforme as normas, sendo assim
são dois cabos da cor preto e um cabo da cor azul.
As fases (cabos na cor preta) passam pelo disjuntor de entrada, o cabo azul (Neutro) segue
direto e é realizada a conexão do mesmo com o cabo ligado à haste de aterramento e o cabo terra
Verde.
As pontas dos condutores aguardam para a conexão a ser realizada pelo técnico da
concessionaria, lembrando que é importante instalar terminal tubular sempre que se utilizar cabos
flexíveis.
Os cabos que seguem para residência devem ficar aguardando para serem conectados ao medidor,
dessa forma a estrutura fica semelhante a imagem abaixo:

Modelo de disposição de cabos dentro de um padrão

Necessariamente deve existir o condutor de proteção. Este condutor é verde ou verde e


amarelo e deve ser levado até a caixa de passagem ou quadro de distribuição interno (padrões
coletivos). O condutor utilizado para o aterramento deve ser de cobre, sem isolação, rígido, e ficar
exposto até a última haste de aterramento.
Os cabos que saírem da caixa do medidor devem chegar até uma caixa de passagem onde
será realizada a conexão dos cabos de alimentação do imóvel. Para a instalação com cabos flexível,
é necessário utilizar terminais tubulares para conexão no disjuntor e também para o medidor de
energia:
Se ainda existe alguma dúvida neste vídeo falamos mais a respeito de padrões de entrada:
Com essas dicas e seguindo os cuidados descritos, você não terá “dor de cabeça” na aprovação do
padrão pelo técnico da concessionaria. Então agora é a hora de por a mão na massa e trabalhar e
lembre-se, utilize material de qualidade e trabalhe com segurança!

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