Você está na página 1de 2

O direito de asilo enquanto integrante do rol de direitos

humanos e o refúgio como direito

O direito de asilo, referente a pessoas em situações de perseguição, está amparado na


Declaração Universal dos Direitos Humanos. Antes de adentrarmos um pouco no tema, é
mister reiterar a pequena diferença existente entre as terminologias.

Refúgio, é concedido ao imigrante por fundado temor de perseguição por causa de raça
cor, etnia, etc. Aqui, a necessidade de proteção atinge a um número elevado de pessoas.
No Brasil, é regulado pela CONARE e pela Convenção das Nações Unidas.
Atualmente, existem mais de 20 Milhões de refugiados no mundo, e para que estes sejam
tidos como tal, precisam se enquadrar nos padrões conceituais da Convenção de 51, uma
vez que se trata de uma obrigação assumida pelos Estados.

Já o Asilo, é previsto na constituição federal, e é concedido aquele que sofre perseguição


odiosa e não pode retornar ao seu local de residência ou nacionalidade. Pode ser
diplomático ou territorial. Atinge um número limitado de pessoas. Porém, este não pode
ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito
comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
O asilo seria o gênero, e o asilo político e o refúgio seriam as espécies.
O asilo político e o refúgio apresentam algumas similaridades. Ambos podem ser
entendidos como instrumentos de proteção humanitária internacional tendo essa natureza
em comum.

O asilo é concedido desde a antiguidade, e foi após a revolução francesa que figurou como
norma constitucional.

A prática estatal consolidou-se no sentido de exigir três pressupostos para a caracterização


da chamada “situação de asilo”: do ponto de vista subjetivo, deve ser o futuro asilado um
estrangeiro; do ponto de vista objetivo, a natureza da conduta realizada pelo estrangeiro
deve ser política, não caracterizando crime comum nem atos contrários aos propósitos e
princípios das Nações Unidas; e, por fim, do ponto de vista temporal, deve existir o
“estado de urgência”, com a constatação da atualidade da perseguição política (e não
passada ou hipotética para o futuro).

Verifica-se, então, que o asilo não é mais um tema exclusivamente nacional e não pode
mais o Estado desprezar a necessidade de fundamentação adequada na decisão sobre o
asilo, para que cumpra os tratados de direitos humanos.

Do nosso ponto de vista, consideramos que hoje, o Direito Internacional dos Direitos
Humanos atual ultrapassou essa visão clássica sobre a liberdade plena dos Estados no que
tange ao asilo a estrangeiros. O asilo passou a ser regido também por tratados e por
declarações de direitos humanos, o que gerou uma vigilância internacional das decisões
do Estado.
O asilo não é mais um tema exclusivamente nacional e não pode mais o Estado desprezar
a necessidade de fundamentação adequada para as suas decisões, para que esteja de
acordo com os tratados de direitos humanos.
Sob a ótica dos direitos humanos internacionais, o asilo é hoje uma garantia internacional
de direitos humanos, que consta da Declaração Universal de Direito Humanos (artigo
XIV) e da Convenção Americana de Direitos Humanos. Logo, tanto a concessão quanto
a denegação do asilo são passiveis de controle, não sendo mais livre o Estado.

Você também pode gostar